Tamanho é documento Por que a obesidade é um risco direto e indireto para o coração Tempo bom? Só para os insetos Mudança climática favorece proliferação de pernilongos e mosquitos n º 2 | j a n e i ro - m a r ço | 2012 Um novo termômetro Sistema da Rede D’Or São Luiz usa tecnologia dos tablets para captar e processar com rapidez a avaliação dos pacientes carta ao leitor N a estreia da SuaSaúde, dissemos que as reportagens da revista iriam abordar a saúde também sob o ponto de vista da qualidade de vida. O conjunto de textos desta segunda edição é um bom exemplo disso. Em primeiros cuidados, você verá que é possível, sim, as grávidas curtirem dias de sol na piscina ou na praia. Basta seguir algumas recomendações para que tudo fique bem para ela e para o bebê. Se aqui o foco é a vida que se inicia, na reportagem especial ele recai sobre a outra ponta: os dilemas e as alternativas envolvendo o cuidado de idosos. Como a tendência é que as famílias tenham cada vez menos filhos e que estes trabalhem mais, quem vai atender os pais quando eles precisarem da atenção especial típica de alguns momentos da velhice? Um assunto fundamental para a qualidade da vida deles. Já o conteúdo das seções viver bem e planeta saudável pode ser visto como um alerta. Na primeira, mostramos como e por que a obesidade é um risco para o coração – por si só, não apenas quando associada a outros problemas, como diabetes e LDL (“colesterol ruim”) elevado. Na segunda, ficará claro que a poluição e a urbanização mal planejada contribuem para a proliferação de mosquitos. Este segundo número da SuaSaúde também mostra como, em vários desses casos, a Rede D’Or São Luiz tem atuado para melhorar a qualidade de vida de seus pacientes – seja por meio de um serviço internacionalmente reconhecido de cirurgia bariátrica (como descrevemos em viver bem), seja na adoção de um plano especial contra a dengue (como aponta o boxe de planeta saudável). No entanto, a grande estratégia para aprimorar nossos serviços está detalhada na matéria especial de acontece na rede, nas próximas páginas. Você vai conferir que, usando a tecnologia dos tablets, introduzimos um serviço de pesquisa de satisfação inovador no sistema hospitalar brasileiro. O sistema permite, com agilidade, captar as respostas dos clientes, processá-las internamente e planejar estratégias para resolver as demandas identificadas. Afinal, no setor de saúde a qualidade de atendimento está intimamente ligada à qualidade de vida. A Rede D’Or implantou um sistema de pesquisa de satisfação inovador. As respostas dos pacientes são processadas com mais agilidade, o que permite atender as demandas com mais rapidez Boa leitura! A Redação Expediente SuaSaúde é uma publicação trimestral desenvolvida pela PrimaPagina e pela BuonoDisegno, sob coordenação da Diretoria de Marketing da Rede D’Or São Luiz • Diretoria de Marketing Claudio Tonello, George Maeda, Alexandre Volcian, Débora Rodrigues e Nereida Cavalcanti • Presidente do Conselho Editorial Ruy Bevilacqua • Conselho Editorial Jorge Moll, José Roberto Guersola, Claudio Tonello, Alexandre Loback, Jorge Moll Neto, João Pantoja, Lucio Auler, Rodrigo Gavina, Newton Takashima e Luiz Dellanegra. Produção e edição PrimaPagina (www.primapagina.com.br), rua Jesuíno Arruda, 797, 10° andar, CEP 04532-082, São Paulo, SP, tel. 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Como fechar a equação? primeiros cuidados O que as grávidas precisam saber para curtir o calor e a barriguinha na praia planeta saudável Por que as mudanças socioambientais dificultam o combate a pernilongos e mosquitos coma bem Tofu, o queijo de soja, pode ter sabor para ir além dos redutos vegetarianos rodando por aí Praia e infraestrutura são o forte da Praia do Forte, que terá evento sobre câncer de mama 46 60 diagnóstico O mineiro Miguel Rati, hemodinamicista da Rede D’Or e clínico do coração unidades e médicos Os hospitais da Rede D’Or e os profissionais que contribuíram com esta edição SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 5 Acontece na rede HOSPITAL viVALLE BARRA D’OR PRONTOLINDA Hospital de referência é adquirido pela Rede D’Or São Luiz Barra D’Or completa 14 anos e deve ganhar hospital vizinho Hospital terá 60 novos leitos A primeira unidade hospitalar da Rede D’Or, o Barra D’Or, completou 14 anos em março consolidando-se como referência em cuidados de saúde na zona oeste do Rio, em especial na Barra. Certificado nacional e internacionalmente por importantes instituições, o hospital evoluiu por meio de investimentos em tecnologia, capacitação de equipes e ampliação dos espaços. A região desenvolveu-se de tal forma no período que a Rede D’Or planeja uma nova unidade por lá, de modo a complementar os serviços oferecidos pelo Barra D’Or, mas com outra estrutura e dirigido a outro público. A inauguração deve ocorrer no ano que vem. O Hospital viValle, de São José dos Campos (SP), que tem 60 leitos e mil médicos credenciados, foi adquirido pela Rede D’Or São Luiz. O negócio faz parte da estratégia de expansão da rede e amplia sua área de atuação. Referência no Vale do Paraíba, o viValle faz anualmente 50 mil atendimentos de PS, 4,2 mil internações , 3,4 mil cirurgias e 10,5 mil consultas ambulatoriais. Conta ainda com o Instituto de Ensino e Pesquisa viValle, para atualização do conhecimento de profissionais. Hospital e Maternidade Brasil Novo setor agiliza atendimento O Hospital e Maternidade Brasil inaugurou em janeiro a Clínica Médica Porta Aberta, anexa ao prédio principal, para tornar mais rápido o atendimento às pessoas do ABC paulista. A ala pode receber até 200 pacientes. “Vamos encaminhá-los para o local adequado de acordo com seu quadro clínico e agilizar o atendimento”, afirma Ariadne Stacciarini, supervisora médica. Hospital Esperança Expansão cria 100 novos leitos HOSPITAL NORTE D’OR Um ano, 22 mil emergências Fotos Divulgação O Norte D’Or, no bairro de Cascadura, comemorou em janeiro seu primeiro ano, período em que fez 22 mil atendimentos de emergência adulta e tornou-se uma referência nesse tipo de serviço na zona norte do Rio de Janeiro. A consolidação do hospital veio acompanhada da ampliação da carteira de planos de saúde aceitos pela unidade: desde outubro, foram acrescentados América, Unimed, Real Grandeza, Banco Central, Bradesco, Camarj, Camperj, Eletronuclear, Omint, Life empresarial, Golden Cross e Porto Seguro. Shutterstock O Hospital Esperança, no Recife, deu início em janeiro ao seu projeto de expansão, com 40 novos leitos para internação. Até julho, serão entregue mais 60, além de duas salas cirúrgicas. O investimento no plano é de R$ 30 milhões. “Todas essas ações foram planejadas para aprimorar ainda mais a qualidade assistencial nos serviços médicos, além de oferecer maior conforto e humanização aos nossos pacientes”, afirma Alexandre Loback, diretor-executivo do Hospital Esperança. 6 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz O Prontolinda, em Olinda, investiu R$ 10 milhões na expansão de leitos de internação em três andares do hospital. Com isso, o número passará de 100 para 160 — acréscimo de 12 apartamentos individuais e 48 para atividades de enfermaria. Hospital Assunção HOSPITAL SÃO LUIZ Pezinho on-line As unidades do São Luiz, em São Paulo, estão disponibilizando acesso on-line aos resultados do “teste do pezinho”, um exame preventivo que pode detectar doenças que, se não tratadas, podem trazer grandes problemas de saúde, como anemia falciforme, hipotireoidismo congênito, toxoplasmose congênita e leucinose. Ao levarem o bebê para o procedimento, os pais recebem um login e senha para acessar as informações no site do hospital. Unidade abre ciclo de palestras O Hospital Assunção, na região do ABC paulista, abriu um ciclo de palestras de saúde para empresas. Para o SESI, por exemplo, uma das 70 companhias visitadas, foi realizada uma explanação sobre DSTs, com ênfase em Aids. SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 7 Acontece na rede Hospital São Luiz Gestão eletrônica A unidade Morumbi da Rede D’Or São Luiz, de São Paulo, adotou em fevereiro o prontuário eletrônico e um software de gestão para os prontos-socorros e as unidades de terapia intensiva. O objetivo é aprimorar o fluxo de informações, proporcionar segurança aos pacientes e evitar desperdícios. Unidades de SP recebem certificação internacional As unidades Itaim e Morumbi do Hospital São Luiz receberam o selo de Centro de Excelência em Cirurgia Bariátrica no Brasil, dado pela Surgical Review Corporation. A organização tem como foco melhorar a segurança e a qualidade do atendimento dado ao paciente, além de ser a responsável pelos melhores centros de tratamento da obesidade mórbida no mundo. O hospital deve apresentar, por exemplo, baixo índice de complicações nos casos cirúrgicos de obesidade e um número mínimo de cirurgias bariátricas já realizadas para ganhar o reconhecimento. Reprodução HOSPITAL SÃO LUIZ MORUMBI Hospital Esperança Novo site está no ar HOSPITAL RIO DE JANEIRO A nova página do Hospital Esperança, do Recife, disponibiliza dicas de prevenção para pacientes e familiares, além de uma sessão para tirar dúvidas sobre saúde e bem-estar. Também há informações institucionais. O endereço é www.hospitalesperanca.com.br. Reforço na UTI Neonatal Serviço exclusivo em ortopedia O Hospital Niterói D’Or tornou-se, recentemente, o primeiro centro hospitalar da cidade a ter um setor de emergência voltado exclusivamente à ortopedia. O novo setor, com dez ortopedistas e dez cirurgiões, tem capacidade de atender até 50 casos de trauma por dia. O hospital trabalhará em parceria com centros e clínicas, para obter agilidade e evitar que o paciente tenha que se deslocar para outro município. 8 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Troca de válvula do coração sem cirurgia Graziella Vitorino/Momento Único HOSPITAL NITERÓI D’OR HOSPITAL SÃO LUIZ Divulgação Shutterstock A nova Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Rio de Janeiro, na zona oeste carioca, conta agora com 16 leitos para casos de alta complexidade envolvendo recém-nascidos. “Novos leitos específicos para os casos de neonatalidade tornam-se um ganho para a população em termos de qualidade na assistência“, afirma o diretor-médico da instituição, Jason Guida. “O hospital tornou-se capaz de oferecer um cuidado ainda mais completo para gestantes e bebês”, reforça a ginecologista Heloisa Graça Aranha, diretora-executiva da unidade. HOSPITAL E MATERNIDADE ASSUNÇÃO Mais e melhores salas de cirurgia O Hospital Assunção, de São Bernardo do Campo, concluiu a reforma de seis salas de cirurgias (uma delas na obstetrícia) e inaugurou um espaço de descanso para médicos, num investimento de R$ 5 milhões. Com as obras finalizadas, a expectativa é que o número de cirurgias passe de 600 para até 900 ao mês. As mudanças, que fazem parte de um projeto maior de modernização do hospital, tiveram como objetivo dar maior conforto e segurança aos pacientes. O Hospital São Luiz, de São Paulo, começou a aplicar uma técnica inovadora e sem cirurgia invasiva para troca de válvula do coração. O procedimento é feito por meio da punção da artéria da região da perna, usando um cateter com uma válvula artificial em sua extremidade, como explica o chefe do serviço de Ecocardiografia do hospital, Marcos Valério de Resende. Esse cateter é levado ao local da obstrução, onde a válvula se expande e solta da base, tomando o lugar daquela que estava doente. Com esse método, o paciente tende a se recuperar mais rapidamente. SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 9 Fotos Nicola Labate acontece na rede Por Leonardo Guariso Quando quem faz o diagnóstico é o paciente Sistema inovador para pesquisa de satisfação utilizado na Rede D’Or São Luiz ajuda a melhorar serviço e atendimento nos hospitais A equipe que concebeu o projeto: Kennedy Cintra, supervisor de Inteligência de Mercado; Claudio Tonello, diretor de Marketing; e George Maeda, gerente de Marketing 10 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz O médico canadense William Osler (1849–1919), considerado o mais brilhante professor de medicina de seu tempo, já dizia: “ouça seu paciente e ele dirá o que tem”. A Rede D’Or São Luiz ampliou o alcance desse preceito: adotou um novo sistema para captar com mais precisão e rapidez o que o paciente quer – ou, ao menos, o que espera de um serviço hospitalar. Desde novembro, todas as unidades do grupo utilizam tablets para fazer pesquisas diárias de satisfação com os pacientes que estão tendo alta. Assim que a série de perguntas termina, o aparelho remete a avaliação do entrevistado a um site a que diretores e gestores têm acesso. Com a informação em mãos, corrigir o problema torna-se mais ágil. “O projeto é inovador no mercado hospitalar brasileiro”, afirma o diretor executivo de marketing, Claudio Tonello. A iniciativa foi desenvolvida pela equipe de marketing da própria rede. A ideia era instalar uma ferramenta rápida, que apresentasse um termômetro mensal da satisfação dos pacientes, de modo a se aproximar deles, ouvir suas demandas. A solução veio da integração entre os modernos tablets e o sistema do hospital. “Percebemos que a gente estava fazendo algo novo”, conta o supervisor da área de Inteligência de Mercado da Rede D’Or São Luiz, Kennedy Cintra. “O grupo pedia uma pesquisa mensal e a gente trouxe uma pesquisa diária”, afirma Tonello. Com o programa pronto, tudo foi ajustado em um mês e meio. Hoje, são realizadas 2.400 pesquisas por mês em toda rede, e a meta, segundo Cintra, é atingir 4.100. Antes, era contratada uma empresa para fazer, num determinado período do ano, 500 entrevistas. “Agora, o processo é contínuo”, compara o diretor de marketing. O novo método abrange os temas satisfação geral; recepção; nutrição; acomodação, limpeza, concierge (que oferece serviços pessoais aos pacientes), enfermagem, anestesia, equipe médica e serviço de exame. À primeira vista, perguntas sobre tantos assuntos levam a crer numa pesquisa demorada, mas tudo dura entre 2 e 4 minutos, segundo a equipe de marketing. Para cada questão, o paciente dá uma nota de um a dez. Caso ela seja menor que oito, novas perguntas são feitas para identificar o foco da insatisfação. Uma abordagem mais detalhada SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 11 assunto. “A gente consegue criar uma pesquisa específica para cada unidade”, frisa o gerente corporativo de marketing da Rede d’Or São Luiz, George Maeda. Toda informação obtida passa pela Ouvidoria. Uma vez por mês, gestores e ouvidores se reúnem para discutir quais medidas serão tomadas em casos mais amplos. Alguns problemas são mais simples e rápidos de ajustar, como a temperatura de uma refeição. Outros, no entanto, exigem tempo e um plano específico, como o acúmulo de pessoas na área de exames. Para diminuir o descontentamento nesse setor, médicos e outros funcionários passaram a informar previamente o tempo de espera. Além disso, o local de aguardo ganhou televisões e um posicionamento melhor das cadeiras. Ao ter um ouvidor acompanhando as opiniões do paciente sobre o atendimento, a Rede D’Or São Luiz aposta não só na tecnologia, mas no sobre a qualidade da lado humano refeição, por exemplo, 12 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz tecnologia de pontA O material obtido com o tablet vai para um sistema em “nuvem”, uma espécie de banco de dados Fotos Nicola Labate pode apontar se o descontentamento está nas opções de cardápio, na temperatura e no sabor das refeições ou no horário em que a comida foi servida. O questionário também é aplicado na maternidade. No entanto, por se tratar de público-alvo e ambiente diferentes, algumas perguntas são acrescentadas – por exemplo, o grau de satisfação da enfermagem do berçário. A abordagem do paciente é feita diariamente por um ouvidor, funcionário do hospital sem qualquer relação com as áreas avaliadas. Participam do questionário os clientes que tenham ficado internados tempo suficiente para usar os serviços. A advogada Janaína Lopes da Costa, 32, que respondeu às questões no início de março, dias após dar à luz no Hospital São Luiz de São Paulo, considera o trabalho importante. “É uma preocupação do hospital em tentar atender melhor as pessoas”, comenta. “Foi rápido. Pra mim, nota dez”, completa. Todos os ouvidores foram treinados pela equipe de marketing. “Desenvolvemos um sistema moderno, mas é o lado humano que faz a diferença”, aponta Tonello. O sucesso da nova ferramenta, inclusive, já diminuiu as reclamações na Ouvidoria. Agora, a insatisfação é analisada no foco, sem dar tempo para que ela cresça. “O hospital deixa o papel reativo de esperar pela reclamação do cliente e passa a ser proativo, buscando saber o que ele deseja.” Outra vantagem da ferramenta é que se adapta às demandas. Se a queixa não envolve nenhuma das opções, o ouvidor pode anotá-la no próprio aparelho e, posteriormente, acrescentar uma questão sobre o acessado de qualquer lugar, sem necessidade de instalar um programa – ao mesmo tempo, a informação é copiada para uma rede corporativa. Dessa base, os dados são enviados para canais distintos. Um deles é um site no qual apenas diretores e gestores têm acesso à pesquisa. O objetivo é tático: trata-se, por exemplo, do gerente de nutrição verificando o que deve ser corrigido. As informações poderão ser vistas também na TV Corporativa e no sistema de B.I. da Rede D´Or São Luiz. Maeda afirma que os dados identificam os pontos que precisam ser trabalhados, e nunca servem de retaliação a funcionários. “É o hospital ouvindo mais para trabalhar melhor”, explica. De qualquer modo, acrescenta, só o fato de a pesquisa estar sendo implantada “faz com que o hospital preste mais atenção no trabalho que vem fazendo”. A ferramenta tornou-se tão importante que fará parte da reunião mensal das unidades, como novo indicador de monitoramento de performance, junto com os aspectos financeiros e a qualidade assistencial. Além disso, será um dos indicadores que influenciarão o Programa de Participação nos Resultados, voltado aos colaboradores da Rede D`Or São Luiz. A ferramenta permite que as respostas dos clientes sejam armazenadas em um banco de dados virtual de fácil acesso medicina avançada por Verônica Couto A medic i na Investimento de R$ 850 milhões tenta tornar o país autossuficiente em substâncias atômicas usadas em diagnóstico por imagem e tratamento de câncer le nuc Raj Creationzs/Shutterstock ar é nos s a 14 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 15 Gonul Kokal/Shutterstock O tratamento de alguns tipos de câncer, principalmente na tireoide e no sistema ósseo, e vários diagnósticos por imagem têm ganhado um aliado importante: medicamentos feitos a partir de elementos radioativos (conhecidos, por isso, como radiofármacos). Em oncologia e cardiologia, permitem procedimentos não invasivos e que preservam as células sadias dos pacientes, além de serem, em alguns casos, a única forma de aliviar sofrimentos agudos – por exemplo, nas dores ósseas intratáveis clinicamente, provocadas por tumores de mama e próstata ou metástase. Esses elementos, chamados de radioisótopos, são átomos de carga semelhante, mas radioativos, produzidos em reatores nucleares ou em aceleradores de partículas, por meio da irradiação por partículas de nêutrons e prótons. Combinados a substâncias farmacológicas tradicionais, eles podem ser absorvidos pelo organismo na forma de medicamentos, ingeridos ou injetados. Assim, o mais usado no Brasil, o tecnécio-99 (presente em 80% dos procedimentos de medicina nuclear e em quase todos os radiofármacos para exames de diagnóstico) costuma ser associado a fosfato para interagir com as células ósseas e marcá-las com emissões de raios gama. Eles atravessam o corpo e são visíveis em equipamentos de leitura de imagens, detalhando as condições do paciente. Já os “medicamentos atômicos” são elaborados com radioisótopos emissores de raios beta, capazes de destruir tecidos circunvizinhos, por exemplo, afetados por câncer. Integram o tratamento contra doenças na tireoide e no sistema ósseo, além de combaterem tumores neuroendócrinos. Nesse grupo está A o segundo radioisótopo de maior procura no Brasil, o iomaioria dos do-131, ministrado, entre outros, a pacientes com câncer elementos utilizados na tireoide, para atacar tecidos lesionados. Ao todo, em medicina nuclear é são mais de 20 radiofármacos no mercado, que dão anualmente, de cerca de 2 milhões de proceimportada do Canadá, da conta, dimentos médicos. E com uma demanda crescente, Argentina e da África afirma Allan Santos, diretor científico da Sociedade Brasileira de Biologia, Medicina Nuclear e Imagem do Sul, os três únicos Molecular (SBMM). fornecedores A maioria dos radioisótopos, porém, é importada do 16 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Canadá (a maior parte), da Argentina e da África do Sul, os três únicos fornecedores do mundo desses elementos. A busca pela independência de fornecedores em área tão crítica para a saúde das pessoas motivou o governo a investir na construção de um reator nuclear de baixa potência, chamado Reator Multipropósito Brasileiro (RMB). Trata-se de um projeto de R$ 850 milhões, com prazo de sete anos para conclusão. Um dos objetivos é tornar o país autossuficiente em molibdênio (usado para fabricar o tecnécio-99), no próprio tecnécio-99 e em outros radioisótopos. Segundo José Augusto Perrota, diretor de pesquisa e desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear e coordenador técnico do projeto, a intenção é fabricar o dobro do que consome o mercado interno. Atualmente, a produção fica a cargo do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen, maior fornecedor nacional) e de outros dois centros públicos. Juntos, respondem por metade da oferta brasileira, estima João Alberto Osso Júnior, gerente da divisão de pesquisa e desenvolvimento na diretoria de Radiofarmácia do Ipen. A outra metade está a cargo de hospitais e empresas privadas que, desde 2006, foram autorizadas a produzir radiofármacos com radioisótopos de “meia vida” curta, ou seja, cuja radioatividade cai rapidamente à metade, dificultando o transporte a longas distâncias. Santos, da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, destaca a redução de custos e a autonomia nacional em radioisótopos como os principais benefícios do RMB. “Hoje, no Brasil, são 400 serviços de medicina nuclear – clínicas ou laboratórios ligados a hospitais. Todos dependem do molibdênio, gerador de tecnécio, para funcionar”, exemplifica. A questão dos preços também é relevante. Ele conta que quatro sessões de aplicação de lutécio-177, mínimo necessário para tratar um tipo específico de câncer neuroendócrino, saem por mais de R$ 40 mil. “E nenhum convênio, nem o SUS, cobre esse tratamento.” A autossuficiência em radioisótopos, mais precisamente em molibdênio, revelou-se urgente após uma grande crise de abastecimento em 2009, causada por problema técnico que interrompeu a atividade do maior fornecedor do mundo, no Canadá. Tratamentos foram interrompidos; diagnósticos, atrasados; os custos subiram até 400% e o acesso à tec- Medicamentos feitos a partir de elementos radioativos contribuem bastante para um diagnóstico mais eficaz em um exame por imagem SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 17 Os radiofármacos podem ser usados na detecção de anomalias. Em cardiologia, por exemplo, esse tipo de substância é usado em análises complementares – os exames regulares detectam obstrução de vasos do coração, já os testes com radiofármacos, como a tomografia nuclear e a ressonância nuclear, captam melhor o órgão em funcionamento. Assim, é possível encontrar problemas anatômicos e funcionais. “Quando fazemos um exame no coração, usamos um fármaco que tenha afinidade com o órgão. Dessa maneira, tenho a chance de visualizar o funcionamento do coração, ver se as válvulas estão trabalhando e avaliar o bombeamento de sangue”, explica o cardiologista Maurício da Rocha Pantoja, responsável pelo laboratório de cardiologia da Rede D’Or e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “O exame mostra se o coração está funcionando bem.” O cardiologista ou clínico geral pode solicitar o exame de acordo com o quadro clínico do paciente. No entanto, só o cardiologista nuclear (especializado em exames cardíacos com radiofármacos) pode realizá-lo. Praticamente toda extensão do organismo pode ser analisada por meio dessa técnica, como pulmões, aparelho digestivo, rins, pele e tireoide. “O exame com radiofármacos é um excelente mecanismo para estudar o comportamento do corpo humano, porque ele acompanha o funcionamento do organismo”, resume o cardiologista. rota. A previsão é de que o reator entre em operação em seis ou sete anos. riscos? Perrota destaca que o RMB não tem nada a ver com usina nuclear. Esses equipamentos são classificados em reatores de potência (como os das usinas de energia, que funcionam a altíssimas temperaturas) e os de pesquisa, como o do projeto brasileiro. Estes normalmente são menores, mais fáceis de manejar e mais baratos do que os acelerados de partículas (cíclotrons), que também geram alguns radioisótopos. O RMB prevê um potencial de 30 megawatts, em comparação a 3.900 megawatts da usina de Angra 2, diz o coordenador do projeto. “O RMB não opera a altas temperaturas, a energia correspondente é bem diferente, com riscos muito menores do que os de uma central nuclear.” O modelo de Iperó terá seis vezes o total do atual reator do Ipen, de 5 megawatts. O projeto inclui, além do reator, a estrutura em torno dele para fornecimento das aplicações. Da ordem de 70% do valor do empreendimento, envolve desenvolvimento nacional, e o restante, importações, além de uma parceria com a Argentina, que tem iniciativa semelhante. Bork/Shutterstock Corpo em funcionamento nologia se concentrou em pacientes da rede privada. O Brasil comprava todo o suprimento da fonte canadense, que já anunciou a disposição de interromper definitivamente a produção em 2016. Precisou, então, buscar saídas de emergência, como a aquisição de excedentes produzidos na Argentina. A ênfase do RMB será atender a demanda da medicina nuclear, mas o reator terá outras aplicações. Seus múltiplos propósitos cobrem produção de radioisótopos e fontes radioativas para a saúde, agricultura e meio ambiente; realização de testes de irradiação de materiais e combustíveis nucleares; e apoio a pesquisas e estudos, o que inclui a criação de um laboratório nacional para servir à comunidade científica em áreas como nanotecnologia, biologia estrutural e desenvolvimento de novos materiais. O reator será instalado na região centrosul de São Paulo, próximo a Sorocaba: em Iperó (SP), perto do Centro Experimental Aramar, da Marinha, onde também se desenvolve o protótipo do primeiro submarino nuclear brasileiro. Cerca de R$ 30 milhões do orçamento total estão programados para desembolso este ano, na fase de estudos e construção de infraestrutura, calcula Per- Combinados a outras substâncias, os elementos radioisótopos podem até ser injetados no corpo humano 18 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz viver bem por Rosane Albin e Paula Montefusco adverte A balança a humanidade está engordando. A obesidade virou uma epidemia global, e desde 1980 o número de casos dobrou, atingindo 1,5 bilhão de adultos em 2008. Se antes o excesso de peso era considerado um fator de risco para o coração apenas quando associado a outros problemas – como diabetes, hipertensão e alterações nas taxas de colesterol e triglicérides –, hoje a recomendação de instituições como a American Heart Association é de que os médicos considerem a gordura um problema por si só na prevenção de doenças cardiovasculares. Num estudo publicado em outubro do ano passado, Elizabeth Jackson e Melvyn Rubenfire, da Escola de Saúde da Universidade de Michigan, afirmam que o problema é um fator de risco independente e sugerem aos médicos que prestem mais atenção ao 20 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz excesso de peso dos pacientes. Uma das pesquisas citadas, o Framimgham Heart Study, chegou à conclusão de que 11% dos casos de insuficiência cardíaca em homens e 14% em mulheres deveram-se apenas à obesidade. Foram avaliadas, durante 14 anos, quase 6 mil pessoas sem histórico de problemas no coração, sendo que 496 (8,4%) desenvolveram a doença. A incidência do problema nos obesos foi duas vezes a dos outros pacientes. Não é difícil entender o impacto da obesidade no coração. Quando uma pessoa ganha dez quilos, seu coração tem que bombear mais sangue para esse peso excedente. Assim, desgasta-se e tende a ter uma “vida útil” menor. Os danos que a obesidade pode causar à saúde são vários. “Mais recentemente, pesquisas indicam a associação de obesi- Olivier Le Moal/Shutterstock Além de estimular doenças que prejudicam o coração, a obesidade por si só é fator de risco SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 21 Andrey Eremin/Shutterstock Esses pontos são fundaQuando mentais. Um corpo no uma pessoa formato “maçã” (gorengorda dez quilos, seu dura concentrada na coração tem de bombear região abdominal) é mais perigoso que o mais sangue para essa “pera” (gordura no massa que foi acrescentada. quadril e no culote, comumnasmulheres). Assim, sofre desgaste “Homens com circunmais rapidamente ferência abdominal acima dade com diversos tipos de cânceres, tanto em homens quanto em mulheres”, afirma Leila Maria Batista Araújo, professora da Universidade Federal da Bahia e endocrinologista especializada em diabetes, obesidade e dislipidemia. George Bray, professor da Universidade Estadual de Medicina da Louisiana, nos Estados Unidos, também alerta para a importância de diagnosticar e tratar a obesidade, num estudo publicado em 2011. Ele diz que o diagnóstico deve incluir exames clínicos e laboratoriais, como o Índice de Massa Corporal (IMC) e a medição da circunferência da cintura, além de uma minuciosa avaliação geral dos riscos médicos. 22 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz de 102 cm e mulheres com a medida além de 88 cm têm mais chances de sofrer doenças cardiovasculares quando o IMC está entre 25 e 35. Acima dos 35 de IMC, a circunferência abdominal tem importância menor”, afirma o cardiologista Dario Fortes Ferreira, coordenador médico do Hospital São Luiz, unidade Morumbi. Para calcular o índice, divide-se o peso em quilos pelo quadrado da altura em metros (peso/altura x altura). O aumento da gordura na barriga é perigoso porque está relacionado ao metabolismo e, em geral, vem acompanhado de aumento do LDL (“colesterol ruim”) e queda de HDL (“colesterol bom”). “O tipo de tecido adiposo dessa região é mais agressivo do que a gordura da periferia”, explica o cardiologista Miguel Moretti, da unidade Anália Franco do São Luiz. desejo de mudança Como tratamentos para a obesidade, George Bray lista, seguindo esta ordem na aplicação: mudanças no estilo de vida, dietas, exercícios, medicamentos e cirurgias. A endocrinologista Leila Araújo é enfática: “O melhor tratamento é a pessoa querer mudar... Mudar a dieta, o estilo de vida. A medicação é apenas um auxílio.” A psicóloga Lilian Sharovsky, docente do curso de Psicologia do Complexo Educacional FMU e doutora em Ciências da Saúde pela USP, afirma que a avaliação psicológica é fundamental para um diagnóstico preciso e o consequente tratamento. “É preciso investigar a concepção que o paciente tem sobre sua obesidade – a que atribui, como espera ser sua participação – e sobre sua motivação em estabelecer o controle de peso, além de compreender seu hábito alimentar.” Ela cita um artigo publicado em dezembro na revista Psychiatric Clinics North America que aponta a eficácia dos tratamentos psicológicos, capazes de reduzir em 10% o peso corpóreo. “O tratamento para redução do peso está baseado no modelo de intervenção interdisciplinar, com o objetivo de mudança do estilo de vida.” Para Lilian, qualquer intervenção deve enfatizar a participação do paciente, que precisa assumir um papel ativo em seus novos comportamentos. “Não existe saúde sem a participação efetiva da pessoa envolvida, ainda que tenhamos um grande aparato tecnológico.” A equipe maçã (com gordura concentrada no abdôme) implica mais riscos queo em forma de pera (gordura no quadril): o tecido adiposo na região abdominal é mais agressivo Bem preparado para cirurgia Quando o obeso não consegue mudar seus hábitos nem emagrecer com redutores de apetite, costuma-se recorrer à cirurgia bariátrica. Conhecido popularmente como “operação de redução do estômago”, o procedimento é o último recurso para quem precisa perder peso. “Seguimos o padrão estabelecido pela Organização Mundial de Saúde, que defende que é preciso esgotar todo tratamento clínico e medicamentoso para que o tratamento cirúrgico seja considerado”, explica Alexander Morrell, cirurgião bariátrico do aparelho digestivo e diretor do Centro de Excelência em Cirurgia Bariátrica e Metabólica da unidade Morumbi do São Luiz, em São Paulo. Em 2011, as unidades do Itaim e do Morumbi do São Luiz receberam um selo internacional da Surgical Review Corporation em cirurgia bariátrica. A certificação atesta que a instituição tem condições de fazer cirurgias desse tipo com o apoio de uma equipe multidisciplinar, formada por anestesistas, psicólogos, endocrinologistas e nutricionistas, capazes de fazer o acompanhamento prévio e posterior do paciente. No Rio de Janeiro, a Rede D’Or também é gabaritada no apoio ao paciente obeso. O Hospital Quinta D’Or tem um Centro de Tratamento Cirúrgico de Obesidade. “Além da equipe multidisciplinar, que está pronta para atender o paciente antes, durante e depois da cirurgia, temos estrutura para acomodar bem esse paciente, com cômodos e móveis desenvolvidos para eles. As portas são mais largas, as mesas cirúrgicas, mais resistentes, e os banheiros, mais espaçosos”, detalha o cirurgião Rogério Villela Lemos. Antes de um paciente ser operado, alguns aspectos são levados em conta. Ele tem de ter obesidade confirmada por cinco anos e Índice de Massa Corpórea igual ou maior que 40 ou igual ou maior que 35 – caso tenha alguma doença associada à obesidade, como diabetes, pressão alta, apneia e colesterol e triglicérides elevado. As cirurgias podem ser divididas em dois tipos: as restritivas (como banda gástrica e manga gástrica), que diminuem a quantidade de alimento que o paciente pode ingerir, e as disabsortivas (por exemplo, bypass gástrico, grampeamento gástrico ou gastroplastia redutora, a mais realizada), que reduzem a quantidade de nutrientes absorvida pelo organismo. Em ambos os casos o procedimento pode ser feito cirurgicamente ou por videolaparoscopia. SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 23 Altafulla/Shutterstock multidisciplinar precisa ficar atenta para as flutuações na motivação do paciente, garantindo que ele continue o tratamento. O viés psicológico também é apontado por Leila. “O uso de medicamentos de neurologia e psiquiatria, como antidepressivos, ansiolíticos e anticonvulsionantes, pode levar à perda de peso, mostrando que o controle do apetite tem a ver com o sistema nervoso central. Estamos percebendo que controlar a ansiedade é de grande importância no tratamento da obesidade. As pessoas vivem numa grande ansiedade de ser mais, querer mais, e trabalham em excesso, se alimentam e dormem mal, e entram em ansiedade.” 24 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz circunferência abdominal eleA vada, além de alterações relação com lipídicas e glicêmicas. Um dos sintomas da aspectos psicológicos é é a desisde mão dupla: a obesidade depressão tência da prática de pode desencadear baixa qualquer atividade autoestima e tristeza, mas física e do cuidado com hábitos alimena depressão favorece o tares, o que, por si só, pode piorar a condição ganho de peso Segundo Lilian, a obesidade pode desencadear sintomas psicológicos como isolamento, baixa autoestima e tristeza, porque os pacientes sentem-se discriminados numa sociedade cujo maior apelo é a aparência. Trata-se de uma via de duas mãos. “Os sintomas psicológicos também podem desencadear a obesidade. Vários estudos apontam que pacientes com quadro de depressão maior tendem a apresentar IMC maior, clínica do paciente, já que favorece o ganho de peso”, explica a psicóloga. Ou seja, a máxima latina “mens sana in corpore sano” (mente sã em corpo são) está mais atual do que nunca. Quem vai cuidar de quem cuidou de nós? O envelhecimento da população, o menor número de filhos e a participação das mulheres no mercado impõem um desafio: como atender bem os idosos 26 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Nejron Photo/Shutterstock especial por Mara Bergamaschi SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 27 Q uando os pais de Suely, falecidos na década de 60, ficaram doentes, os muitos filhos e parentes que moravam na pequena cidade revezaram-se nos cuidados. Faltavam, naquela época, recursos, tratamentos e remédios hoje disponíveis, capazes de melhorar a qualidade de vida, mas não era difícil nem incomum que arranjos familiares diversos garantissem braços para apoiar com dedicação os idosos debilitados. Isso era visto – e ainda é – como obrigação moral de boas famílias. Quatro décadas depois, vivendo no mesmo município, já equipado com hospitais, Suely teve de contratar cuidadores para lidar, durante sete anos, com o Alzheimer do marido. A família diminuíra e os muitos parentes se dispersaram, inclusive seus próprios filhos. Dos quatro, apenas a filha mais velha, que muito a ajudou, ainda morava por perto. Todos apoiaram financeiramente o longo tratamento do pai, mas não tiveram como impedir a sobrecarga de trabalho e de sofrimento da mãe. Nem tiveram certeza de que o pai estava sendo bem atendido. Na cidade, procuraram em vão por planos de saúde, projetos de governo, clínicas, profissionais especializados e grupos sociais com os quais pudessem compartilhar dúvidas e dificuldades dramáticas impostas por uma enfermidade degenerativa. Já viúva, dona Suely, gozando ainda de boa saúde e contando com renda própria, foi morar com a filha de 55 anos, recém-aposentada. Divorciada, Simone vivia sozinha, pois seus dois filhos estudavam na capital. Pela primeira vez, Suely percebeu que sua filha poderia ter um futuro mais arriscado do que o dela. Perguntou-se: quem cuidaria de Simone, quando ela envelhecesse? Asilos? E estendeu a dúvida para as novas gerações: quem cuidaria de seus oito netos, se hoje em dia eles nem mais se animavam a casar, quanto mais a ter filhos? 28 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Kacso Sandor/Shutterstock A situação relatada aqui, com nomes fictícios, faz e fará por muito tempo parte do cotidiano de milhões de famílias brasileiras. É hoje tão real que, medida e quantificada, já se transformou em tema de alentados estudos. Que terminam apontando a necessidade urgente de reorientação das políticas públicas, sobretudo de saúde e previdência. Essas pesquisas buscam detalhar o novo cenário demográfico do Brasil, também representado na história que abriu este texto. O Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmou que a população brasileira, de 190,7 milhões, cresce menos do que o esperado e envelhece a passos largos. Isso decorre principalmente do declínio constante e acentuado, a partir dos anos 60, da taxa de fertilidade das mulheres e do aumento da longevidade. O quadro é fruto também da melhoria geral da qualidade de vida e da modernização das relações e dos papéis sociais, que modificam a estrutura tradicional da família. Nas últimas três décadas, o grupo com mais de 65 anos só cresceu, passando de 4,8% dos habitantes em 1991 para 7,4% em 2010. Na outra ponta, o contingente de crianças de até quatro anos não parou de diminuir. O resultado é que, pela primeira vez na história brasileira, o número de idosos (14 milhões) ultrapassou o de crianças (13,8 milhões). Também pela primeira vez, no último Censo a faixa de até 20 anos recuou em números absolutos. Segundo projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2025 o Brasil poderá ser o sexto país com maior quantidade de pessoas mais velhas. O perfil, pouco a pouco, ganha feições semelhantes à realidade do antes chamado Primeiro Mundo. Com populações menores e condições socioeconômicas melhores do que as brasileiras, há muito os países de renda elevada implantaram programas e medidas para responder ao envelhecimento da população. Pois, se a longevidade é uma conquista para a sociedade, não deixa de ser também um desafio – sobretudo se não vier acompanhada de boas condições de vida. A mudança gradual da pirâmide etária (cada vez menos parecida com uma pirâmide, aliás) tem repercutido na legislação pelo menos desde a década de 80. A Constituição SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 29 terminal. A imensa maioria O deles afirma ainda não cuidado com os ter recebido preparo idosos recai, em geral, para desempenhar esse trabalho. sobre esposas ou filhas “A experiência de 1988, a Política com mais de 50 anos, que têm de assumir a resNacional do Idoso e, de se dividir entre a nova ponsabilidade por idosos dependentes em seguida, o Estatarefa e os afazeres que tem sido colocada petuto do Idoso tiveram já tinham los cuidadores familiares o objetivo de garantir uma velhice saudável, ativa e digna. O Ministério da Saúde tem se movimentado, mas as medidas ainda são de pequeno alcance. Tyler Olson/Shutterstock geração sanduíche Ocorre que, na esfera governamental, até hoje tudo continua mais no terreno teórico do que prático. O novo desenho demográfico do país e a insuficiência de políticas públicas para enfrentá-lo levaram a coordenadora da área de População e Cidadania do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ana Amélia Camarano, a organizar no ano passado, junto com 20 especialistas e pesquisadores, o estudo “Cuidados de longa duração para a população idosa: um novo risco social a ser assumido?”, que foi transformado em livro. Doutora em envelhecimento populacional, Ana Amélia sabe que o país não pode mais perder tempo. “Tudo mudou, mas cuidar dos idosos continua recaindo unicamente sobre as famílias. Se há recursos financeiros, ainda é possível fazer algo, mas, se não há – e 40% dos trabalhadores nem pagam a Previdência –, é simplesmente impossível”, diz. “Hoje a família é pequena, os filhos estão longe. E nem cabem a eles, por exemplo, procedimentos de saúde complexos”, completa. O estudo do Ipea estimou que as famílias brasileiras tomam conta hoje de 3,2 milhões de idosos praticamente sozinhas – um quadro não muito diferente do de outras nações. A tarefa recai, principalmente, sobre esposas e filhas com mais de 50 anos. Há ainda um número grande de velhos cuidando de velhos. Mas esses cuidadores familiares sofrem efeitos negativos severos, físicos e psicológicos, ao conviver prolongadamente com os parentes acometidos de enfermidades crônicas, degenerativas ou em estado 30 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz como uma tarefa exaustiva e estressante, pelo envolvimento afetivo e por ocorrer uma transformação de uma relação anterior de reciprocidade para uma relação de dependência”, resumem as pesquisadoras Maria das Graças Melo Fernandes e Telma Ribeiro Garcia, ambas da Universidade Federal da Paraíba, em artigo publicado na Revista Brasileira de Enfermagem. “O cuidador, ao desempenhar atividades relacionadas ao bem-estar físico e psicossocial do idoso, passa a ter restrições em relação à sua própria vida”, acrescentam. Os estudiosos cunharam até alguns termos para designar essas mulheres que se espremem entre os afazeres diários (trabalho formal, lidar com filhos e arrumar a casa) e a atenção com o parente mais velho: “geração sanduíche” ou “mulheres divididas”. “O conflito entre papéis experimentados pelas cuidadoras é visto como fonte contínua de tensão”, observam as pesquisadoras da Universidade Federal da Paraíba. Essa situação, claro, tem impacto também na qualidade de vida dos idosos. Num dos capítulos do estudo do Ipea, as pesquisadoras Yeda Aparecida de Oliveira Duarte, Daniella Pires Nunes, Ligiana Pires Corona e Maria Lúcia Lebrão, baseadas em dados coletados no município de São Paulo entre 2000 e 2006, sustentam que, “por mais que as famílias cuidem dos idosos, esse cuidado parece estar aquém das necessidades reais apresentadas por eles.” No período mencionado, os idosos ficaram mais dependentes e passaram a ter, em sua residência, atendimento menor de suas demandas. Ou seja: houve uma comprovada redução da oferta de cuidado familiar. A conclusão é que o país terá de patrocinar, nos próximos dez anos, quando a população com incapacidade funcional será ainda maior, “um crescimento acentuado na provisão de cuidados formais não familiares”. O problema, no entanto, é que mesmo quem poderia pagar pelo atendimento à terceira idade tem dificuldade de encontrar bons serviços e profissionais habilitados. Em São Paulo e Belo Horizonte, por exemplo, a procura por um cuidador com alguma formação e treinamento é muito maior do que a oferta. E encontrar casas de repouso para idosos que gozam de boa saúde e desejariam viver com independência é igualmente difícil. Clínicas especializadas em doenças degenerativas continuam sendo raridade, mesmo nas metrópoles. As poucas que existem costumam ser caras. “Na Alemanha, no Japão, em vários outros países, as pessoas já fazem desde cedo um seguro para a futura residência da velhice. Não existe o preconceito contra os ‘asilos’, até por que essas instituições em nada se assemelham a nossos asilos”, conta Ana Amélia. “Temos de profissionalizar o atendimento, acabar com a noção de abandono e pobreza, mudar o caráter filantrópico e religioso.” A pesquisa do Ipea contabilizou 3.548 asilos (218 públicos), que hospedam 83 mil pessoas. O governo contribui somente com 22% da receita desses locais. “O governo federal tem apenas uma instituição para os idosos, o Abrigo Cristo Redentor, que fica no Rio de Janeiro e atende 298 pessoas. Em contrapartida, a Sociedade São Vicente de Paulo tem 700”, compara a coordenadora do Ipea. Ana Amélia defende que as res- Pesquisa do Ipea defende uma política pública que profissionalize os cuidadores e os asilos, para aliviar as famílias e melhorar o atendimento aos mais velhos SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 31 Quando se tem um idoso em casa, quase tudo muda – às vezes, a própria estrutura da residência. Nesse sentido, a principal preocupação da família deve ser com as possíveis quedas, afirma o geriatra Marcelo Acabral, do Hospital Esperança, no Recife, ligado à Rede D’Or. “O envelhecimento traz perda das massas muscular e óssea, o que diminui a força. As quedas ocasionam fraturas e podem até causar a morte, por consequência de quadros decorrentes das fraturas, como trombose, infecção ou embolia pulmonar.” Cerca de 50% dos idosos que sofrem algum tipo de queda não recuperam a funcionalidade do corpo completamente. Os tipos de mudança na casa variam de acordo com o problema de saúde. Mas algumas mudanças são padrão e não exigem grandes reformas, como instalar barras de segurança no boxe do chuveiro, ao lado da privada e ao longo dos corredores. Elas darão apoio para que a pessoa se levante e se equilibre ao andar. Os assentos do vaso sanitário, dos bancos e de cadeiras devem ser um pouco mais altos, para amenizar o trabalho dos joelhos. Na cozinha, os utensílios mais usados devem ficar ao alcance das mãos. Convém abolir tapetes, que facilitam escorregões – as exceções são os antiderrapantes, para áreas como boxe ou banheira. Os interruptores de luz devem ter fácil acesso para quem entra no quarto e para quem está na cama e, eventualmente, precisa se levantar no meio da noite. 32 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Yuri Arcurs/Shutterstock Casa à prova de acidentes ponsabilidades sejam compartilhadas entre Estado, setor privado e famílias. “O Estado, que hoje tem atuação mínima, tem que entrar para proteger pelo menos os mais pobres”, defende. “Um dos caminhos é entender esses cuidados como direito social, assim como a previdência, a saúde e a assistência,” resume Ana Amélia, que defende a criação imediata de uma “estrutura de cuidados formais.” Outra especialista que assina um dos capítulos do livro, Anita Liberalesso Neri, afirma que o desafio é desenvolver serviços comunitários que complementem o cuidado familiar. Segundo ela, os membros da família responsáveis pelos idosos “não contam com ajuda por parte do Estado e ainda são privados de contatos sociais, o que coloca em risco o seu bem-estar físico e psicológico”. Nessa situação, podem comprometer os reconhecidos benefícios que o lar, a família e o ambiente social proporcionam, passando a cuidar mal ou até a maltratar o doente. Anita sugere a formalização de procedimentos simples – como ajuda na arrumação da casa, na higiene, alimentação e deslocamento do paciente até o médico, nas compras e no pagamento de contas. Esse tipo de apoio comunitário praticamente inexiste no Brasil. Anita Neri defende ainda que, além da ajuda na rotina diária, criem-se serviços intermediários entre as instituições de lon- ga permanência e a manutenção da pessoa em casa, como centros-dia, hospitais-dia e a atenção domiciliar especializada.Nenhuma dessas alternativas elimina as instituições de residência permanente – hoje mal vistas e mal fiscalizadas. Elas podem, sim, representar, de acordo com as pesquisas, uma alternativa de apoio e também de proteção e segurança. “Optar por uma instituição não significa necessariamente redução da importância da família, mas uma nova organização e divisão de responsabilidades com o Estado e o mercado privado. Também não significa uma ruptura de laços familiares. Pode significar até reforço”, escreve Ana Amélia no estudo. No Brasil, a cobertura desse tipo de residência é muito baixa: menos de 1% dos idosos residem nelas. Entretanto, pesquisa feita em 2006 pela Fundação Perseu Abramo e pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) mostra que 67% da população idosa aceitaria morar em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI). As 3.548 listadas pelo Ipea atingem somente 30% dos municípios. Apenas 6% delas são públicas. Os asilos, casas de repouso ou equivalentes estão concentrados, em sua maioria, na região Sudeste (2/3, aproximadamente) e nas cidades maiores. E trabalham com 90% dos leitos ocupados. primeiros cuidados por Paula Montefusco calor redondo S.Borisov/Shutterstock O que a gestante pode fazer e o que deve evitar na praia e na piscina para preservar a saúde e não expor o bebê a riscos 34 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 35 J do melasma e do tipo de pele da paciente.” Entra em jogo, então, outra palavra-chave: prevenção. Neste caso, significa passar um protetor solar com fator de proteção 30, pelo menos, e usar chapéu e roupas leves quando estiver fora d’água. E não adianta passar o protetor solar uma vez só: o produto deve ser reaplicado a cada duas horas ou depois de sair da água. Também vale aquela regra tão martelada quanto ignorada: prefira horários em que o sol não está tão forte, antes das 10h e depois das 16h. Mesmo o uso de cremes (protetores ou não) requer cuidado adicional. “Evite utilizar qualquer produto dermatológico sem orientação médica, porque ele pode conter substâncias que atravessam a barreira placentária, oferecendo riscos ao feto”, diz Fernanda Couto Fernandes de Oliveira, médica assistente do departamento de obstetrícia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “As gestantes devem se preocupar com os efeitos cumulativos do sol, que podem ser determinantes em pacientes suscetíveis ao câncer de pele”, diz a dermatologista Selma Helene. Se a grávida tem estrias, o cuidado deve ser ainda maior, porque a exposição ao sol pode aumentar as chances de que essas marcas se intensifiquem depois da gestação. moderação, principalmente no calor, quando é especialmente convidativo se esbaldar em atividades ao ar livre e se estirar à beira do mar e da piscina. Mas como moderar-se (vocábulo que, na origem latina, significa “manter-se na medida”), numa fase da vida em que tanta coisa muda – inclusive, ou sobretudo, as medidas? Tomando alguns cuidados básicos. Ao arrumar a bolsa para a praia ou para o clube, a gestante deve se lembrar de um dos riscos mais comuns do verão: a incidência da luz solar. Torrar sob o sol é um problema para todo mundo, mas ainda pior para as grávidas, porque sua pele é mais propensa ao surgimento de manchas, em razão de alterações na concentração hormonal. Esse tipo de marca, chamado de melasma, caracteriza-se pela cor amarronzada, aparece no rosto e é mais frequente em mulheres de pele negra. Às vezes, desaparece naturalmente, quando o bebê nasce. O ponto, afirma a médica Selma Helene, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, é que a exposição excessiva ao sol pode dificultar a remoção das manchas no pós-parto, quando eventuais tratamentos para eliminá-las estão liberados. “Elas podem ficar mais difíceis de serem removidas dependendo da extensão e profundidade 36 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz nem atleta nem sedentária A recomendação dos médicos é manter o nível das atividades físicas do período anterior à gestação. Não é hora de virar uma atleta para perder os quilinhos que o barrigão traz – preocupação com isso, só depois de a mulher se recuperar do parto. Mas evite o sedentarismo. “A grávida deve e pode realizar exercícios, de preferência atividades na água, como hidroginástica, e caminhadas em vez de corrida, para evitar o impacto nas articulações”, explica o ginecologista e obstetra Pedro Ferreira Awada, do Hospital e Maternidade Brasil, de Santo André (SP), uma das unidades da Rede D’Or São Luiz. Gosphotodesign/Shutterstock É hora de fazer valer a regra que todos conhecem, mas deixam de á há algumas décalado: prefira horários em que das se sabe que gravidez não precisa e não tem de ser tratada como doença. A gestante o sol não está tão forte, pode fazer quase tudo o que as outras pesantes das 10h e depois soas fazem – quase, porque seu organismo das 16h é mais sensível. A palavra-chave, portanto, é SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 37 como foram preparadas. Pelo mesmo motivo, cuidado com os sucos e bebidas com gelo; vai saber com que água eles foram feitos. Parece exagero, mas uma intoxicação alimentar é muito mais grave para uma grávida: pode causar desidratação e até desmaios. Opte por levar frutas, sanduíches de casa em uma bolsa térmica. E água. Ingira cerca de 2 litros por dia. Uma boa opção é água de coco, que, além de ser rica em sais minerais, combate o enjoo. Nunca é demais insistir:nadadeálcool, nem um golinho. “Não há padronização de dose segura na gestação, portanto a abstinência alcoólica é recomendada pela Organização Mundial da Saúde”, explica Fernanda. Rejeite as guloseimas vendidas na praia, como milho verde, queijo coalho Portanto, melhor andar do que correr na e espetinho de camarão – orla da praia, preferencialmente com tênis apropriados, que amorteçam o impacto e não se sabe a procedência ofereçam conforto e segurança. Melhor, tamdelas nem como foram bém, deixar de lado por um tempo os esportes feitas com bola, como vôlei: o impacto de uma bolada na barriga pode ser perigoso para o feto. E musculação? Não há problema em malhar pernas e braços, mas é importante “abandonar os exercícios abdominais”, afirma Awada. A mesma moderação deve-se ter na água. No mar, não é prudente ultrapassar a barreira do quadril. Parece pouco, mas, quando as ondas vêm, o nível da água fica mais alto e o choque pode ser suficiente para a grávida perder equilíbrio e cair (aqui, uma dica: virar-se de costas para as ondas; assim, a barriga fica livre do impacto da onda e a segurança do bebê está garantida). A natação está liberada, contanto que a profundidade da água não seja superior um metro. Deve-se ter precaução ainda com saltos na piscina e mergulhos, por conta da pressão exercida na barriga e pelo esforço exigido do aparelho respiratório. Fique na água o tempo que quiser – no verão, quem não quer? Os banhos de imersão são ótimos, porque a pressão hidrostática da água ajuda a combater o inchaço, mais frequente nas pernas e causa de dor e incômodo. O que não se recomenda, segundo Fernanda, da Unifesp, são os banhos em água muito quente (seja de banheira ou de piscinas naturalmente quentes, como em algumas cidades termais): podem provocar malformações na criança, principalmente no terceiro trimestre de gestação. YanLev/Shutterstock muito líquido Outras preocupações ligadas ao calor são a desidratação e a queda da pressão arterial. Os dois quadros se manifestam por tontura, que também pode ser um dos sintomas da gravidez, especialmente no início. “Se sentir queda na pressão, basta procurar um local mais fresco. Não é aconselhável comer azeitonas ou colocar sal embaixo da língua, como reza a crença popular”, alerta Awada. A solução é evitar muito tempo de exposição direta ao sol e respeitar os horários: a grávida deve comer de três em três horas, fazendo lanchinhos leves entre as refeições. Mas é época de rejeitar as guloseimas vendidas na praia, como milho verde, queijo coalho e espetinho de camarão – nunca se sabe a procedência delas, nem 38 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz na reta final A moderação deve ser maior no primeiro trimestre de gestação, período em que se eleva o risco de abortos espontâneos. Nessa fase, são comuns os enjoos – programas corriqueiros de um dia de verão, como um passeio de barco, podem se transformar em um pesadelo. Nas semanas finais, o recomendável é continuar se exercitando, mas diminuir o ritmo e se concentrar em atividades que estimulem o trabalho de parto, como a caminhada. A recomendação dos médicos é que a mãe não viaje para muito longe (nada de aviões, portanto) ou para locais de muito trânsito. Imagina entrar em trabalho de parto na balsa entre Guarujá e Santos ou numa barca entre Rio e Niterói? Melhor tentar programar as férias para outra etapa da gestação. É sempre bom ficar num local que tenha hospital por perto, de preferência com um plantonista pronto para fazer o parto ou atender uma emergência obstétrica, se necessário. Na dúvida, é melhor ficar em casa. A mesma regra vale para as gestantes de alto risco. Se o quadro pede repouso absoluto – como acontece com descolamento de placenta ou eclâmpsia –, não há mesmo outra opção. Se o caso não for grave, converse com seu médico. SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 39 planeta saudável por Julliane Silveira Perigo no ar Henrik Larsson/Shutterstock Temperaturas elevadas, urbanização mal planejada e poluição: uma combinação ruim para os humanos, boa para os mosquitos e ótima para os pernilongos 40 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 41 Vinicius Tupinamba/Shutterstock 42 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Andrea Crisante/Shutterstock N a época mais quente do ano, uma reclamação é recorrente: o ataque dos mosquitos, que têm seu ciclo reprodutivo acelerado por causa do calor. Sem escolher idade, sexo nem cor, esses insetos podem causar desde coceira e alergias na pele até doenças mais graves, como dengue e febre amarela. E parecem incomodar cada vez mais. De fato, o aumento desse transtorno não é só mera impressão. As mudanças climáticas e a poluição das grandes cidades tornam nosso planeta cada vez mais favorável à proliferação desses insetos. É o caso da reprodução do Aedes aegypt, transmissor da dengue. Alguns estudos realizados no Sul do Brasil sugerem que a temperatura média dessa região aumentou 1,5°C desde 1970, o suficiente para elevar os casos da doença. Até os anos 1990, não havia registros de transmissão de dengue na região, o que passou a acontecer depois. Já a poluição de rios e lagoas serve de alimento ao Culex quinquefasciatus, conhecido popularmente como pernilongo ou muriçoca, que ingere justamente os resíduos orgânicos despejados nas águas. “Esses mosquitos são os mais encontrados nas cidades brasileiras e se adaptaram às alterações que o homem provocou no ambiente. O Aedes vive muito bem nas áreas urbanas, e o Culex, nas águas sujas”, afirma Delsio Natal, biólogo e professor do departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP. O mosquito transmissor da dengue se beneficia da poluição inorgânica – com o acúmulo de pneus, latas e embalagens de plástico. Esses objetos acumulam água parada, que cria o ambiente para que o inseto coloque seus ovos. Já o pernilongo tira proveito da poluição orgânica. É mais comum em regiões que tenham águas contamina- Pesquisa mostra que pernilongo está cada vez mais resistente a inseticidas das por dejetos como comida e vegetação mal aparada. Uma pesquisa do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, realizada na cidade de São Paulo, aponta que o Culex quinquefasciatus é encontrado com mais frequência às margens do rio Pinheiros (um dos dois principais do município), por causa da abundância dos poluentes orgânicos. A alta oferta de “alimento” causou ainda outro efeito colateral. O tamanho médio desses mosquitos cresceu ao longo dos anos. As águas poluídas exercem ainda um efeito indireto no aumento no número de pernilongos na cidade. Quando limpas, há um equilíbrio ecológico entre as espécies, e esse mosquito serve de alimento a outros insetos e animais. Mas a maioria dos predadores não sobrevive aos poluentes, fazendo com que a muriçoca vire praga, sem nenhum controle natural. Para tornar esse cenário ainda mais desanimador, a pesquisa da USP também mostrou que esse animal está mais resistente aos inseticidas normalmente aplicados na região. “Esses químicos exercem uma pressão seletiva importante sobre as populações de mosquitos. Ou seja, matam os que são geneticamente suscetíveis ao produto e poupam os mais fortes. Esses mosquitos naturalmente resistentes se reproduzem, e seus descendentes herdam seus genes. Com o passar do tempo, aumenta o número de insetos resistentes”, explica o biólogo Eduardo Bergo, pesquisador científico da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) do Estado de São Paulo. Por causa desse processo, usar inseticidas em casa pode contribuir para aumentar a resistência dos insetos, sem tanta eficácia no combate a essas pragas. “O spray fica por poucos minutos no ar e só é efetivo no contato direto com o mosquito, desde que não seja de uma linhagem resistente. A existência de poucos produtos disponíveis para Prevenção contra a dengue A epidemia de dengue deve voltar com força nos primeiros meses de 2012 em 48 municípios brasileiros, e em outros 500 haverá alto risco de contágio, segundo indicam dados do Ministério da Saúde e pesquisas publicadas pela Fiocruz e pelo Instituto D’Or. Por isso, os hospitais da rede receberam preparação especial. “Cada emergência dos hospitais organizou um treinamento com suas equipes médicas e de enfermagem em parceria com as comissões de Controle de Infecção Hospitalar, para criar um fluxo único de atendimento aos pacientes com suspeita de dengue”, conta a infectologista Danielle Borghi, coordenadora da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Copa D’Or. “Isso incluiu criação de um prontuário para síndrome febril aguda com duração menor ou igual a sete dias, reformulação do cartão de retorno, reforço na classificação de risco e até reestruturação física”, explica. A reestruturação incluiu, no Rio, até mesmo tendas para hidratação, oferecimento de soro oral na fila de espera e elaboração de material de divulgação com dicas para prevenção, sintomas e sinais de alerta. Os casos de dengue aumentam no verão devido à combinação de chuva e calor, característicos dessa época do ano e ideais para o mosquito Aedes aegypt. Para evitar efeitos mais graves, é importante fazer o diagnóstico rapidamente. Mesmo em um país tropical como o Brasil, é comum que a dengue seja erroneamente diagnosticada, o que atrasa o tratamento e pode comprometer a cura. “A dengue é causada por um vírus. E podem parecer outras doenças: malária, febre tifoide, meningite, infecções urinárias, leptospirose, apendicite ou até pneumonia”, afirma Danielle. Por isso, é preciso ficar atento aos sintomas, como diminuição repentina da febre, dor muito forte na barriga, sangramento do nariz, da boca ou outros tipos de hemorragias, tontura, diminuição do volume de urina, vômitos frequentes ou com sangue, dificuldade de respirar, agitação ou muita sonolência, suor frio e manchas vermelhas ou roxas na pele. SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 43 Birute Vijeikiene/Shutterstock Dicas vite usar filtros solares 1 Eque contenham repelentes. Como a reaplicação do filtro deve ocorrer com mais frequência, há chances maiores de intoxicação por causa do excesso de componentes químicos refira uma versão sem 2 Pperfume nem corantes, para reduzir riscos de alergia. aplique repelente sobre 3 Na unca pele machucada ou irritada. oloque repelente somente em 4 Cáreas expostas (não é preciso passar por baixo da roupa). elas e mosquiteiros são 5 Talternativas sustentáveis e eficientes, desde que nenhum mosquito tenha entrado no ambiente. Se o inseto não consegue sair, pica o morador que ficou no imóvel. 44 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz controle ratifica a cautela no uso”, alerta o entomologista José Bento, do Instituto Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Cuidar do espaço em que se mora, para que as pessoas não deixem recipientes acumularem água, e exigir tratamento de esgoto e descarte apropriado de lixo em toda a cidade são ações que surtem mais efeito. “Soluções simples e sustentáveis como essas garantem um ambiente saudável”, acrescenta Bento. Se ainda assim você achar necessário aplicar inseticidas em casa, procure variar a marca. hábitos diferentes O Culex quinquefasciatus incomoda mais. Tem hábitos noturnos: pica à noite (quando as pessoas estão mais relaxadas) e emite aquele zunido característico, que atrapalha o sono de muita gente. Durante o dia, fica escondido em cantos escuros da casa. Para se reproduzir, prefere água suja. Pode transmitir elefantíase, doença rara no Brasil, que causa fe- bre, inflamações e inchaços enormes nas extremidades do corpo. Manter a grama e outras vegetações bem aparadas é uma boa maneira de evitar a proliferação desse tipo de mosquito, porque ele deposita as ovas sob o mato alto. O Aedes aegypt é silencioso, mas é mais temido por ser o transmissor da dengue e da febre amarela. Pica durante o dia e tem marcas brancas no corpo e nas pernas. Esse inseto procura água limpa para se reproduzir. Por isso, deve-se evitar manter embalagens plásticas, vasos e outros potenciais depósitos nas redondezas da casa. Falhas de construção também servem de criadouro. Fique atento a calhas, ralos entupidos e lajes de prédios em construção, por exemplo. “Em uma obra de um estádio para a Copa do Mundo, quantos depósitos de água parada devem existir? Isso é só um exemplo de como a organização do espaço interfere na maior presença desse mosquito”, ilustra Eduardo Bergo. Marcio Estanislau/Photocamera diagnóstico por Paula Montefusco Clínico, com muita honra O trabalho do hemodinamicista Miguel Rati é percorrer as veias como se fossem labirintos, para evitar que o coração – e o resto do organismo – entre em colapso Sebastian Kaulitzki/Shutterstock “Quando você trata das demais partes do corpo, as pessoas temem mutilação ou disfunção. No coração, temem a morte”, diz Miguel Rati, que cuida diariamente de um dos órgãos mais importantes do corpo humano. O médico é o coordenador da área de hemodinâmica dos hospitais Barra D’Or, Copa D’Or e Quinta D’Or, no Rio de Janeiro. Pode-se dizer que esse campo da medicina é uma subárea da cardiologia: envolve os exames ou tratamentos baseados no cateterismo, método em que são inseridos tubos extremamente finos em vasos sanguíneos para detectar obstruções ou coágulos – problemas que podem levar a derrames ou infartos. Um dos procedimentos feitos a partir do cateterismo é a angioplastia (desobstrução de artéria ou veia e posicionamento de um dispositivo) chamado stent, que evita que o fluxo sanguíneo pare novamente. Coloca-se um cateter (tubo oco com 2 a 2,5 milímetros de diâmetro) através da pele e, pelo sistema arterial, chega-se ao coração e injeta-se um contraste, que torna possível enxergar os vasos pelo raio x. Apesar de corriqueiro para o hemodinamicista, o exame é complexo. “Quando fiz um cateterismo pela primeira vez, há mais de 30 anos, tive a mesma sensação que sinto ainda hoje quando inicio um novo exame. É instigante e, conforme me foi ensinado, é muito difícil fazer bem feito o que se faz todos os dias. Por isso, cada vez é como se fosse a primeira”, afirma Rati. É necessário ser extremamente preciso. Punciona-se uma artéria com uma agulha, pela qual passa um fio de aço revestido de teflon, com 1 milímetro de diâmetro – é o fio guia. Esse fio fica dentro do cateter e serve para orientá-lo dentro do vaso sanguíneo. A inserção é feita pela virilha, pelos braços ou pelos punhos. O acesso fica mais complicado caso existam anomalias no trajeto até o coração ou em pacientes com lesões de altíssimo risco. Rati comanda uma equipe em cada um dos três hospitais da Rede D’Or, realiza exames e lida com a parte burocrática, que inclui o controle de medicação e gerenciamento indireto do orçamento. Para ele, esse é o ônus do cargo. “Gosto mesmo é de atender os pacientes”, comenta. O cuidado é herança dos tempos passados em Barbacena. Nascido e criado na cidade mineira, foi por lá que teve os primeiros contatos com a medicina. “O envolvimento entre médico e as pessoas é um pouco maior do que nas cidades grandes”, compara. Mas, para que o paciente chegue até sua mesa, é avaliado por um cardiologista clíSuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 47 Stent, dispositivo usado nas cirurgias BioMedical/Shutterstock de angioplastia 48 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz nico que indica o exame hemodinâmico ou cateterismo. “O que fazemos é confirmar se realmente existe uma doença que possa afetar o coração ou o aparelho circulatório. Se ela está lá, o exame vai dizer quão grave é o caso. Levamos em conta também as condições físicas da pessoa para determinar o tipo de tratamento a ser seguido.” Cada teste leva de 40 minutos a uma hora, o que permite que o hemodinamicista passe bastante tempo com o paciente. Em média, Rati atende duas pessoas por dia. Difícil é escolher o caso mais curioso. “Já vi desde cardiopatias consideradas simples até as mais complexas, principalmente as congênitas em recém-nascidos, e ainda o caso de uma angioplastia realizada em uma paciente de 103 anos.” Foi no Instituto do Coração – vinculado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – que ele se especializou na área em que atua até hoje. A instituição é uma das principais referências no estudo e tratamento de doenças cardiológicas e torácicas do Brasil. “Fiz residência em clínica médica, cardiologia e hemodinâmica no HC. Quando estava no terceiro ano, surgiu a oportunidade de ir para o setor de cateterismo do Incor”, lembra. E o Instituto estava cheio de novidades nessa época. Enquanto Rati assumia a posição, seus colegas realizavam uma das primeiras angioplastias do país, comandada por Siguemituzo Arié, que aconteceu em seguida à cirurgia pioneira em Curitiba, em 1979, capitaneada por Costantino Costantini. Filho de um mecânico e uma escriturária, o especialista não sabe dizer como a vocação apareceu. “Acho que está ligada àquela imagem que temos do médico quando somos crianças: de uma pessoa que está lá para ajudar o doente.” Nunca pensou em seguir outra profissão. Mas, quando foi a São Paulo cursar o último ano da graduação, chegou a se interessar por obstetrícia . “O serviço no Hospital do Servidor Público do Estadual, onde eu estava, era fantástico nessa área. Mas venceu a cardiologia”, lembra. Preferiu não apostar tanto nas cirurgias, área geralmente muito valorizada. “Minha formação é de clínico, com muita honra!” Depois de mais de 20 anos na capital paulista, aceitou um novo desafio: chefiar o setor de cateterismo do então recém-inaugurado Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro, em 1998. Esse foi o primeiro hospital da Rede D’Or, que, até então, contava com uma estrutura abrangente de laboratórios especializados, inclusive, no diagnóstico não invasivo de cardiopatias. Pouco mais de uma década depois, aos 59 anos, Rati brinca que é “praticamente um adolescente”, já adaptado ao Rio. Ele acredita que a capital fluminense supera São Paulo em qualidade de vida. “Tem menos trânsito. Gosto de me planejar e visitar um hospital dos que coordeno por dia, assim não perco tempo em engarrafamentos.” O médico mora em uma região arborizada do bairro do Recreio dos Bandeirantes e aproveita as folgas dos plantões para fazer caminhadas e se dedicar ao seu hobby predileto, a fotografia. “Nunca fiz curso. Fotografo o que encontro pela frente, faço isso desde criança”, afirma. “Ganhei minha primeira câmera aos 14 anos, era uma Kodak, daquelas do tipo caixote, bem simples e sem muitos recursos. Não dava para levar a todos os lugares porque era grande e o transporte não era prático”, conta. É assim, controlando as diversas máquinas que regem sua vida, que o médico é capaz de fazer funcionar o motor do corpo humano. Seu hobby predileto é a fotografia, que adora desde criança. “Não fiz curso. Fotografo tudo o que encontro pela frente”, conta o médico da Rede D’Or coma bem por Sara Duarte Feijó o curinga da culinária Queridinho dos vegetarianos, o tofu pode ser usado em receitas doces e salgadas N Josh Resnick/Shutterstock ão é preciso saber comer com pauzinhos para apreciar um bom tofu. Inventado na China há cerca de 2.000 anos, esse alimento é um dos principais ingredientes da culinária de países asiáticos, como Japão, Coreia, Indonésia e Tailândia. Trazido para este lado do Oceano Atlântico pelos imigrantes japoneses, que aportaram aqui no início do século 20, esse derivado da soja acabou sendo incorporado à culinária vegetariana, e hoje em dia é a matéria-prima para saladas, petiscos e mesmo sobremesas. Nos Estados Unidos, por exemplo, indústrias de alimentos usam o tofu para fazer salsicha, hambúrguer, linguiça, maionese, iogurte, queijo e até espetinho de churrasco vegano. 50 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Autora do livro “Tofu – Sabor e Saúde em 56 Receitas”, a chef paulistana Ellen Vitorino afirma que esse alimento é um verdadeiro curinga da cozinha. “O tofu é muito bem aceito por quem não come carne, porque é rico em proteínas e isento de gordura saturada”, comenta. “Sua maior vantagem é que, por ter um sabor muito suave, pode ser usado tanto em receitas doces como em salgadas.” Radicada na cidade de Wildwood, na Geórgia (Estados Unidos), Ellen é especialista em adaptar receitas clássicas da culinária internacional aos preceitos vegetarianos. “Só não recomendo sanduíche de tofu”, afirma. “Puro, ele é insosso e sem graça. Para deixálo gostoso, seria preciso temperá-lo, assá-lo ou dar uma marinada. Como dá muito trabalho, nesse caso, é melhor usar o queijo Minas mesmo”, sugere. Apesar de, em algumas rodas, ser chamado de “queijo vegetariano”, o tofu está fora dessa categoria, pois não leva leite. Ele é, na verdade, uma espécie de gelatina ou creme, com textura macia e elástica. Para produzi-lo, é preciso triturar os grãos de soja e misturá-los com água. Em seguida, adicionam-se sais de cálcio, magnésio ou ácidos à base de limão ou vinagre. São esses ingredientes que fazem o extrato de soja coagular, passando do estado líquido para o de gel. Dependendo da substância adicionada, produz-se um tipo diferente de tofu. Na Ásia, há mais de 30 variedades, mas no Brasil são fabricadas apenas seis. “É que o brasileiro só gosta do tofu bem consistente, que se assemelha mais ao queijo Minas”, comenta a nutricionista Nívea Takeshi, da indústria de alimentos Agro Nippo. Por aqui, os tipos mais populares são o defumado (ideal para o preparo de saladas e pratos frios), o kinugoshi (que tem consistência bem leve e pode ser consumido cru ou servir de base para fazer sobremesas), o tezukuri ou tofu caseiro (que é bem prensado e firme e, por isso, indicado para aquecer na chapa ou preparar pratos quentes) e o momengari (que absorve bem o sabor dos molhos e, por isso, é usado em sopas e cozidos). SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 51 Na hora de se servir de tofu, muitos optam por mergulhá-lo no shoyu. É melhor, porém, moderar. Não porque se está acrescentando um derivado da soja a outro: apesar da origem comum, ambos têmcaracterísticas distintas. O molho possui aminoácidos, vitaminas, cálcio e proteínas, mas muito sódio. “Esse é o grande ponto fraco”, diz Andrea Bottoni, coordenador da equipe de nutrologia do Hospital e Maternidade São Luiz (unidade Anália Franco). “O problema não é o shoyu, e sim como ele entra na sua dieta, ou seja, se você costuma consumir muito sal ou não.” Uma boa opção é o shoyu light, cuja proporção de sódio é entre 25% e 35% menor que a da versão normal (para saber o valor exato, consulte a tabela de informações nutricionais, na embalagem do produto). “Mas é preciso tomar cuidado, pois muitas pessoas acreditam que, por ser light, o alimento pode ser consumido à vontade. Isso não é verdade, pois esses produtos não são isentos de determinada substância, apenas apresentam uma quantidade reduzida dela”, observa Bottoni. O nutrólogo ainda acrescenta outra preocupação em relação ao shoyu: a presença do conservante glutamato monossódico. As pessoas sensíveis a esse composto, caso o ingiram em grande quantidade, podem ter reações como enxaqueca, dor ao redor dos olhos, no pescoço, e sudorese. “Existem algumas marcas que são isentas do glutamato. Essa é a melhor opção”, sugere. 52 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Bernabea Amalia Mendez/Shutterstock Com shoyu, com moderação O chef do restaurante paulistano Aizomê, Shin Koike, explica que o tofu deve ser usado como base para as receitas, e não como ingrediente principal. “Nós, japoneses, aprendemos em casa qual tipo de tofu serve para quê”, afirma. “Mas, para quem não está acostumado, eu indico começar pelo kinogoshi, que é o mais leve e agradável ao paladar, e pode ser consumido cru, com um pouco de cebolinha e shoyu. Para preparar pratos quentes, a melhor opção é o momengari, que pode ser cozido ou grelhado sem correr o risco de desmanchar.” Comparado aos laticínios de origem animal, o tofu é muito menos gorduroso e contém menos sal. Por isso, é indicado como substituto do queijo para pacientes que têm problemas cardíacos, hipertensão e diabetes. De acordo com a Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (Taco), desenvolvida por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o tofu industrializado apresenta em média 4% de gordura. Para se ter ideia, uma porção de 100 gramas tem apenas 64 calorias. Já a mesma quantidade do queijo Minas frescal tem 264; e o parmesão, 453. Por ser de origem vegetal, o tofu é naturalmente isento de lactose e colesterol. Apresenta nutrientes como ferro, selênio, potássio e fósforo. Contudo, não é uma boa fonte de cálcio: cada 100 gramas contêm 81 miligramas, bem menos do que o encontrado na ricota (253 miligramas) e no queijo Minas frescal (579). Trocando em miúdos: o tofu é saudável, mas não deve ser o alimento básico de uma dieta. Afinal, como salientam os especialistas, quanto mais variada a alimentação, melhor. Na hora de comprá-lo, verifique se o produto está em ambiente refrigerado e limpo. Além de conferir o prazo de validade, veja se o soro está bem transparente. “Se estiver viscoso, formando uma espécie de limo na superfície do tofu, não compre”, avisa Nívea Takeshi. Outros sinais de perigo são o mau cheiro e a embalagem estufada, que indicam que o produto pode ter sido contaminado por bactérias, como a toxina botulínica, causadora do botulismo, uma doença que pode levar inclusive à morte. Depois de aberto, o tofu deve ser mantido na geladeira e consumido em no máximo três dias. Vinicius Tupinamba/Shutterstock rodando por aí por Bernardo Ramos natureza Forte por Piscinas naturais, ecoturismo e excelente infraestrutura hoteleira fazem da Praia do Forte uma jóia na Linha Verde, estrada que serve o litoral norte da Bahia 54 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 55 Não deixe de mergulhar nas piscinas naturais. Vale alugar material para passar alguns minutos observando peixes e outras criaturas marinhas a história longínqua desta praia, a pouco mais de 70 quilômetros de Salvador, não se sabe ao certo como tudo começou. Se as primeiras pessoas que chegaram por ali foram pescadores, catadores de coco ou gente atraída pelo forte, que armazenava mercadorias que seriam enviadas à então capital do Brasil. Pouco importa, na verdade. O que vale mesmo é visitar a Praia do Forte, um paraíso indispensável para quem está na capital baiana por alguns dias. Basta alugar um carro ou pegar uma van – que sai do aeroporto internacional, por exemplo – e botar o pé na Linha Verde, a estrada que serve o litoral norte da Bahia. Nem é o caso de usar a desculpa de que já foi para lá há uns dez anos. A vila mudou bastante. Deixou de ser um lugar com restaurantes e lojinhas rústicas para abrigar excelentes locais para matar a fome e boutiques que você encontra nos shopping centers das grandes capitais brasileiras. Algumas são especializadas no artesanato local. Um charme, tudo é de muito bom gosto. 6º Simpósio Internacional de Atualização em Câncer de Mama Onde Tivoli Ecoresort Praia do Forte Avenida do Farol, Mata de São João, Praia do Forte Quando De 29 de março a 1º de abril http://www.dimagnavitaeventos.com.br/evento. php?id=53 56 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz G. Evangelista/Opção Brasil Imagens N Bom, mas nada disso existiria não fosse a praia – afinal, estamos falando de uma das regiões mais belas do litoral brasileiro. Passar o dia na praia é essencial. As mais interessantes são as de Papa Gente e Lord. Pode ir às duas, já que tudo é pertinho. Mas não perca a oportunidade de dar um mergulho nas piscinas naturais que se formam nelas. Vale alugar uma máscara, um pé de pato e um snorkel e passar minutos e minutos observando os belos peixes e outras criaturas marinhas que se abrigam nos rochedos que formam o conjunto da obra. Depois de “morgar” naareia–como dizem os locais –, seja tomando uma cerveja gelada ou uma água de coco, a fome vai bater. Desloque-se à vila e saboreie um dos pratos típicos, servidos em qualquer restaurante. Se não está muito acostumado com pimenta e azeite de dendê, não exagere na dose. Uma volta pela vila pode encerrar o dia antes de encarar a rodovia e voltar para Salvador. Mas, se preferir, dá para se hospedar com qualidade na Praia do Forte. E que qualidade! Para quem gosta de muito conforto, e tem como pagar, o Tivoli Ecoresort é uma excelente pedida – aliás, ele é que sediará o 6º Simpósio Internacional de Atualização em Câncer de Mama . Possui todos os pré-requisitos de um recanto de luxo, como internet, TV a cabo e ar-condicionado nos quartos, centro de convenções e uma piscina à beira da praia. Na mesma categoria estão os dois hotéis da rede Iberostar – Bahia e Praia do Forte –, com basicamente as mesmas instalações e monitores para distrair as crianças enquanto os pais aproveitam o que há de bom – e não é pouco. Também existem restaurantes anexos às piscinas, com uma comida mais leve, e até um teatro, onde são realizados shows diários na alta temporada. Em um nível um pouco abaixo, mas extremamente confortáveis, estão pousadas, como a Rosa dos Ventos. E há uma série de opções mais simples. SuaSaúde Rede D’Or São Luiz | 57 Onde ficar Ibertostar Praia do Forte Resort de luxo, tem pacote all inclusive e é recomendado para famílias. Rodovia BA 099 km 56 - s/nº, www.iberostar.com. br, tel.: (71) 3676-4200. Pousada Refúgio da Vila Uma das mais confortáveis da praia, com uma bela piscina. Loteamento Aldeia dos Pescadores, 6/7 E, www. refugiodavila.com.br, tel.: (71) 3676-0114. Pousada Rosa dos Ventos Serviço diferenciado e excelente localização. Alameda da Lua, ao lado do Projeto Tamar, www. pousadarosadosventos.com, tel.: (71) 3676-1271. Onde comer diversão além da praia É impossível falar da Praia do Forte sem mencionar o Projeto Tamar-Ibama, maior centro reprodutivo do país da espécie de tartaruga marinha cabeçuda. A temporada em que elas colocam os ovos vai de setembro a maio – abrange, portanto, o período do simpósio. E a praia é monitorada pelos funcionários do projeto em uma extensão de 30 quilômetros, em nome da reprodução da espécie. A sede do programa ocupa 10 mil metros quadrados e é visitada diariamente por centenas de turistas. As ruínas da Casa da Torre de Garcia D’Ávila, considerada a primeira grande construção portuguesa do país, também valem uma visita. O prédio leva esse nome em homenagem ao homem que ergueu a edificação. A obra começou em 1551 e ajudou a proteger o litoral brasileiro até o século 19, quando a Casa da Torre foi desativada e abandonada. A ruínas foram tombadas em 1938 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Falando em preservação, o Instituto Baleia Jubarte, sediado na Praia do Forte, faz o trabalho de monitoramento desses mamíferos, que nadam bem perto da costa entre julho e outubro. Agências de viagem organizam passeios em alto-mar para que os turistas possam contemplar esses gigantes nessa época do ano. Antes do embarque, há uma palestra no instituto sobre os hábitos das baleias e a importância delas no ecossistema. esportes Quem gosta de esportes radicais está em casa. Ali, rolam altas ondas para quem é adepto do surfe. A Praia do Forte invariavelmente sedia campeonatos internacionais da modalidade. No entanto, o esportista deve tomar cuidado se cair da prancha, pois o fundo é formado por recifes de coral. Outro atrativo é o parasail, em que uma lancha puxa a pessoa, que usa uma espécie de paraquedas como acessório. Dá para atingir até 60 metros de altura, com uma visão espetacular do local, ou melhor, do paraíso. Também é possível fazer passeios de boiacross, bicicleta, quadriciclo, tirolesa e a cavalo no local. Para curtir tudo que a Praia do Forte tem para oferecer, não precisa ser muito exigente. A natureza já fez a sua parte. Só não se esqueça de usar proteção solar, pois a chuva é rara por estas bandas. Moquecaria Brasil A especialidade são as moquecas, com preço atraente e variedade receitas. Av. ACM. No Facebook: http://pt-br. facebook.com/ObaMoquecaria, tel.: (71) 3676-1186. Terreiro Bahia Com pratos típicos, foi eleito o melhor restaurante da Praia do Forte pelo Guia 4 Rodas em 2009, 2010 e 2011. Av. ACM S/N, www.terreirobahia.com.br, tel.: (71) 3676-1754. 58 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Juan Villa/Opção Brasil Imagens Casa da Nati Com um bufê de comida caseira típica, é um dos mais tradicionais da vila. Alameda do Sol, www.casadanati.com. br, tel.: (71) 3676-1239. unidades e colaboradores Unidades Associadas Unidades São Luiz Unidades D’Or Endereços dos hospitais que fazem parte da Rede D’Or São Luiz Hospital Endereço Telefone Hospital Barra D’Or Hospital Copa D’Or Hospital Quinta D’Or Hospital Rios D’Or Hospital Norte D’Or Hospital Niterói D’Or Av. Ayrton Senna, 2541, Barra da Tijuca | Rio de Janeiro/RJ | CEP 22775-002 Rua Figueiredo de Magalhães, 875, Copacabana | Rio de Janeiro/RJ | CEP 22031-011 Av. Almirante Baltazar, 435, São Cristovão | Rio de Janeiro/RJ | CEP 20941-150 Estrada dos Três Rios, 1366, Freguesia (Jacarepaguá) | Rio de Janeiro/RJ | CEP 22745-005 Rua Carolina Machado, 38, Cascadura | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21350-135 Av. Sete de Setembro, 301, Santa Rosa (Icaraí) | Niterói/RJ | CEP 24230-251 Tel.: (021) 2430-3600 Tel.: (021) 2545-3600 Tel.: (021) 3461-3600 Tel.: (021) 2448-3600 Tel.: (021) 3747-3600 Tel.: (021) 3602-1400 Hospital e Maternidade São Luiz – Itaim Rua Dr. Alceu de Campos Rodrigues, 95, Vila Nova Conceição | São Paulo/SP | CEP 04544-000 Tel.: (011) 3040-1100 Hospital São Luiz Morumbi Rua Eng. Oscar Americano, 840, Morumbi | São Paulo/SP | CEP 05673-050 Tel.: (011) 3093-1100 Hospital e Maternidade São Luiz – Anália Franco Rua Francisco Marengo, 1.312, Jardim Analia Franco | São Paulo/SP | CEP 03313-001 Tel.: (011) 3386-1100 Rio de Janeiro Hospital Badim Hospital Bangu Hospital Israelita Hospital Joari Hospital Provita Hospital Real Hospital Rio de Janeiro Rua São Francisco Xavier, 390, Tijuca | Rio de Janeiro/RJ | CEP 20550-013 Rua Francisco Real, 752, Bangu | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21810-042 Rua Lúcio de Mendonça, 56, Tijuca | Rio de Janeiro/RJ | CEP 20.270-040 Rua Olinda Ellis, 93, Campo Grande | Rio de Janeiro/RJ | CEP 23045-160 Rua Silva Gomes, 77, Cascadura | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21350-080 Estr. do Realengo, 1336, Padre Miguel | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21810-122 Rua Luis Beltrão, 147, Vila Valqueire | Rio de Janeiro/RJ | CEP 21.321-230 Tel.: (021) 3978-6400 Tel.: (021) 2401-5220 Tel.: (021) 2176-8800 Tel.: (021) 2414-3600 Tel.: (021) 3296-5400 Tel.: (021) 3423-9800 Tel.: (021) 3369-9650 Hospital e Maternidade Brasil Rua Cel. Fernando Prestes, , 1.177, Centro | Santo André/SP | CEP 09020-110 Tel.: (011) 2127-6666 Hospital e Maternidade Assunção Av. João Firmino, 250, Assunção | São Bernardo do Campo/SP | CEP 09810-250 Tel.: (011) 4344-8000 Hospital viValle Av. Lineu de Moura, 995, Jd. Urbanova | São José dos Campos/SP | CEP 12244-380 Tel.: (012) 3924-4900 Pernambuco Hospital Esperança Hospital Prontolinda Hospital São Marcos Rua Antônio Gomes de Freitas, 265, Ilha do Leite | Recife/PE | CEP 50070-480 Av. José Augusto Moreira, 810, Casa Caiada | Olinda/PE | CEP 53130-410 Av. Portugal, 52, Boa Vista | Recife/PE | CEP 52010-010 Tel.: (081) 3131-7878 Tel.: (081) 3432-8000 Tel.: (081) 3217-4444 São Paulo Profissionais da Rede D’Or São Luiz que colaboraram nesta edição MARCOS VALÉRIO RESENDE Cardiologista Hospital e Maternidade São Luiz - Itaim (011) 3040-1100 MARCELO CABRAL Geriatra Hospital Esperança (081) 3131-7878 JASON GUIDA Diretor médico Hospital Rio de Janeiro (021) 3369-9650 ALEXANDRE LOBACK Diretor executivo Hospital Esperança (081) 3131-7878 ARIADNE STACCIARINI Clínica Geral e supervisora Hospital e Maternidade Brasil (011) 2127-6666 PEDRO FERREIRA AWADA Ginecologista e obstetra Hospital e Maternidade Brasil (011) 2127-6666 VINÍCIUS DE MORAES Diretor médico Hospital Niterói D’Or (021) 3602-1400 Heloisa Graça Aranha Diretora executiva da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal Hospital Rio de Janeiro (021) 3369-9650 CÉSAR TORRES Coordenador do Centro Cirúrgico Hospital e Maternidade Assunção (011) 4344-8000 DANIELA BORGHI Infectologista Hospital Copa D’Or (021) 2545-3600 CARLOS CLEVERSON Diretor-geral Hospital Norte D’Or (021) 3747-3600 MAURÍCIO PANTOJA Cardiologista Hospital Barra D’Or (021) 2430-3600 MIGUEL RATTI Hemodinamicista Hospital Copa D’Or (021) 2545-3600 PATRÍCIA NETO Diretora médica Hospital Norte D’Or (021) 3747-3600 MIGUEL MORETTI Cardiologista Hospital e Maternidade São Luiz - Anália Franco (011) 3386-1100 ANDREA BOTTONI Nutrólogo Hospital e Maternidade São Luiz Anália Franco (011) 3386-1100 SOLANGE GIANOTTI Gerente de relacionamento com empresas Hospital e Maternidade Assunção (011) 4344-8000 60 | SuaSaúde Rede D’Or São Luiz Alexander Morrell Cirurgião bariátrico Unidade Morumbi do São Luiz (011) 3093-1100 Rogério Villela Lemos Cirurgião Hospital Quinta D’Or (021) 3461-3600