Automedicação - Hospital VITA

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Publicação Interna da Rede VITA • Ano XII • 2º Trimestre 2012
Automedicação
Tomar remédios por conta
própria pode ser mais perigoso
do que você imagina
Calvície:
é melhor
prevenir do
que remediar
Focus Group
melhora
comunicação com
planos de saúde
expediente
VITA
www.redevita.com.br
Hospital VITA Batel
(41) 3883-8482;
[email protected]
Hospital VITA Curitiba
(41) 3315-1900;
[email protected]
Hospital VITA Volta Redonda
(24) 2102-0001;
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Maternidade VITA Volta Redonda
(24) 3344-3333;
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Grupo VITA
(11) 3030-5333;
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Presidente:
Edson Santos
Vice-Presidente Executivo:
Francisco Balestrin
Diretor Regional Rio de Janeiro:
José Mauro Rezende
Diretor Regional Curitiba:
José Octávio Leme
Diretor de Controladoria e Finanças:
Ernesto Fonseca
Superintendente Hospital e Maternidade VITA Volta
Redonda:
Deumy Rabelo
VITAL é uma publicação interna da
Rede VITA.
Editor: Francisco Balestrin
Conselho Editorial: Ligia Piola, Josiane
Fontana e Iana Adour.
Apoio Volta Redonda: Ygor Rodrigues
Salgueiro
Fotos Volta Redonda: Fátima Fonseca
Apoio Curitiba: Rafael Martins, Carlos
Zermiani, Luis Felipe Thomé e Central
Press
Fotos Curitiba: Rafael Danielewicz e
Rafael Martins
Produção: Headline Publicações e
Assessoria (11.3951-4478).
Jornalista responsável: João Carlos de
Brito
Mtb 21.952. Direção de arte: Alex
Franco. Revisão: Ligia Piola. Tiragem:
10.000 exemplares. Impressão: Gráfica
Josemar (11.3865-6308)
Email: [email protected].
Correspondência: Av. Pedroso de Moraes
1788
São Paulo SP Cep 05420-002
capa
• Automedicação: use o bom senso e evite riscos
E a VITAL ganhou pelo 5º ano consecutivo
o prêmio Aster Awards para publicações
na área da Saúde. E sabe quem também é
muito importante para esta conquista? Você,
colaborador e leitor. Sendo assim, puxe pela
memória e envie uma sugestão para a próxima
crônica da seção Histórias da nossa VITA.
Equipe Revista VITAL
índice
opinião
04
• “Saúde”, por Francisco Balestrin
05
qualidade
assistencial
• “Qualidade e segurança na assistência
não têm preço”, por Fernanda Felippe
saúde
06
• Os benefícios e malefícios do café
• Dor torácica é para ser levada a sério
• Hipertensão, um inimigo silencioso
• Proteja o adulto prevenindo a obesidade infantil
• Calvície pode ser prevenida
artigo médico
09
• “Protocolo de Manchester”, por José Mauro Rezende
10
ping pong
• Waleska Santos, da Feira Hospitalar,
explica porque o evento conquistou tanto
sucesso
12
túnel do tempo
17
• Como foi criado o endoscópio
18
em rede
vida digital
• Entenda como ter um site na
Internet
19
• Engenharia clínica preserva e renova equipamentos médicos
• Hospital VITA Batel ganhar título por prevenção de lesões de pele
• Focus Group reúne hospitais da Rede VITA e planos de saúde
• Novas instalações para o Neovida em Volta Redonda
21
perfil
• Marta Fragoso, uma
epidemiologista dedicada
histórias de nossa VITA
• Silvio e os bombeiros, uma comovente história que aconteceu
no Hospital VITA Volta Redonda
22
opinião
Saúde
“Não é ter saúde que é bom; não tê-la é que é ruim”
Abgar Renault
O conceito de saúde, por incrível que isto soe,
é muito particular de cada um. Há pessoas
que são extremamente solícitas com sua
mente e seu corpo. A qualquer instante e
por qualquer motivo se alarmam e buscam
atenção médica, acabam por vezes superutilizando os serviços médico-hospitalares
sem, no entanto, agregar muito a sua própria
saúde que, na realidade, não está assim
tão ameaçada. Outros, ao contrário, são até
displicentes consigo próprios e também com
seus entes queridos. Pouco se importam com
os aspectos de manutenção da saúde, não
buscam jamais atenção médica, às vezes por
receio, outras por simples contestação. Acabam por postergar tanto uma busca de ajuda
que, quando a buscam, certas vezes ela já
não pode ser mais eficiente ou resolutiva.
Há também, e isto é muito curioso, aqueles
que por terem uma cobertura de um plano de
saúde, são um pouco descuidados de aspectos básicos, tais como exercícios físicos, boa
alimentação, hábitos saudáveis, isto porque
julgam que ao terem algo poderão usar seu
plano para recuperar a saúde. Estranho não
é? Há muitas formas de pensar e, provavelmente não consegui aqui e nem conseguirei,
externá-las todas. Escolha a sua.
Todos temos, porém, uma certeza que acaba
sendo expressa pela frase acima, cunhada
em 1903. Não ter saúde é muito ruim! Tiranos o ânimo, a capacidade de trabalho, de
se relacionar, de amar, de ver a simplicidade
de um filho crescer ou a ternura de uma
boa amizade. É importante que se saiba que
não são os hospitais o local mais adequado
para se promover saúde. Na realidade eles
são, sim, os melhores lugares para se recuperar a saúde perdida; mas nós, enquanto
cidadãos, temos que desenvolver a consci-
ência de que somos os melhores gestores
e promotores de nossa saúde.
A maior contribuição que uma Instituição de
Saúde e seus técnicos pode dar ao cidadão é
zelar pela sua segurança assistencial. Cuidar
sem jamais causar mais danos, dentro de
um ambiente de profissionalismo e ética,
pessoal e empresarial. Se todos buscarmos e
cobrarmos isto, certamente dentro de alguns
anos teremos hospitais, clínicas e profissionais
de Saúde comprometidos com a qualidade e
a seriedade na atenção e nos cuidados aos
seus clientes.
E a nossa VITAL, o que tem com isto? É aqui
que expressamos nossos valores e compromissos com nossos clientes. Buscamos sempre e
quero que saibam que o grupo envolvido com
a produção desta revista, além de entusiasta,
é extremamente comprometido com tudo que
reflete positivamente para a grande comunidade que servimos. Buscamos sempre trazer
informações novas e atualizadas, que possam
ser úteis para nossos eventuais leitores. Pois
saúde também se faz com a comunicação.
Neste número, por exemplo, abordamos o
tema da automedicação. É bom lembrar que
todos nós não resistimos ao impulso de passar
na farmácia e comprar um remedinho. Eu,
inclusive. Mas apenas alertamos para o seu
malefício quando exagerado. Também falamos
de um tema bem atual, a que voltaremos no
futuro, e foi até citado nas linhas anteriores; o
atendimento de urgência nos hospitais e como
fazer para discipliná-lo, sob pena de tornar os
serviços médicos de urgência e emergência
um verdadeiro caos. Temos uma entrevista bem
interessante na seção Ping-Pong com a Dra.
Waleska Santos, que pelo inusitado da ideia,
transformou-a hoje num dos maiores eventos
de Saúde do mundo. Enfim, boa leitura.
Francisco Balestrin
Editor
4
Qualidade e segurança na
assistência não têm preço
Fernanda Felippe
Quando soube que escreveria esta matéria,
alguns questionamentos me vieram à cabeça:
como as pessoas veem a qualidade e segurança assistencial? E o que pensam a respeito?
Então fui a campo e fiz uma pequena pesquisa,
conversando informalmente com profissionais
de Saúde e os não profissionais, para “entender”
melhor esse tema e o valor que as pessoas
atribuem a esta importante questão.
Após essa análise, ficou bem nítido que não
há um consenso e não existe um conceito
único sobre esse assunto; porém posso afirmar
que todos têm um pensamento muito próximo.
Nesse caso, plagiando um comercial famoso
para explicar: algumas coisas na vida podem
ser compradas e vendidas, porém qualidade
e segurança na assistência não têm preço. E
de fato não têm... Lidamos com vidas! Portanto,
torna-se indispensável garantir excelência na
organização, execução e monitoramento dos
serviços prestados.
Tendo esse pensamento constante de garantir
a qualidade e segurança da assistência oferecida a todos os seus clientes, o Grupo VITA
implantou nas suas unidades – VITA Curitiba,
VITA Batel e VITA Volta Redonda, o Núcleo de
Gestão e Segurança Assistencial – NGSA.
O NGSA já foi abordado algumas vezes em relação à sua importância e aos seus processos.
Então hoje pretendo descrever sua estrutura,
mais especificamente como as pessoas fazem
esse mecanismo funcionar.
O NGSA é formado pelo Núcleo de Controle
de Infecção Hospitalar (NCIH), pelo Núcleo
de Epidemiologia Hospitalar (NEH), Serviço
de Controle de Processos e Protocolos Assistenciais e pelo Serviço de Arquivo Medico e
Estatística (SAME).
O NCIH conta em sua estrutura com médicos
e enfermeiros que buscam prevenir e controlar
as infecções relacionadas aos cuidados de
Saúde, utilizando para isso não só a vigilância epidemiológica constante, como também
a adoção de práticas consagradas como os
bundles (pacotes de cuidados baseados nas
melhores práticas existentes). Esse Núcleo é
responsável direto por garantir o cumprimento
das diretrizes da comissão de controle de
infecção hospitalar, as normas e legislações
vigentes relacionadas à vigilância sanitária.
O NEH, juntamente com o serviço de desenvolvimento de protocolos e mapeamento dos
processos assistenciais, tem como objetivo
monitorar a adesão aos protocolos, traçar
perfil epidemiológico e fornecer dados de
gestão da assistência aos coordenadores
e gerentes, para que estes os utilizem na
tomada de decisão. O trabalho é realizado
por enfermeiros que atuam em contato
direto com os setores do Hospital, buscando
as informações com as equipes médicas, de
enfermagem, fisioterapia, como também nos
prontuários médicos.
O SAME conta com profissionais da área
administrativa, que além do serviço de guarda
dos documentos legais (BAM’s e prontuários)
têm como atividade a elaboração e atualização das estatísticas hospitalares, que são
utilizadas na gestão por diversos setores.
No desenvolvimento das atividades utilizamos os melhores referenciais existentes,
parcerias com instituições internacionalmente
renomadas como o IHI (Institute Healthcare
Improvement) e participação ativa em vários
projetos que buscam a qualidade assistencial,
onde realizamos benchmarking (troca de informações) com os melhores hospitais do País.
Essas atividades minimamente listadas acima
representam apenas uma parcela do trabalho
empreendido pelo NGSA e demandam grande
esforço, responsabilidade e comprometimento
de toda a equipe. É importante ressaltar que
apesar do trabalho do NGSA não ser realizado
diretamente junto ao paciente, as informações
e orientações provenientes desse serviço são
fundamentais para a garantia de um processo
assistencial seguro.
É um trabalho fácil? Não, pois lidamos e
trabalhamos diretamente com a prevenção
de agravos e do risco nos diversos procedimentos, sabendo que a cultura de segurança
assistencial é uma prática relativamente nova
no nosso País. Portanto, estamos enfrentando
e quebrando alguns paradigmas em nosso
trabalho diário, buscando sempre a excelência
nos serviços prestados.
Fernanda Felippe é enfermeira chefe do Núcleo de
Gestão e Segurança Assistencial – NGSA do Hospital
VITA Volta Redonda
5
saúde
Café alegra a vida
A regra é clara: quem toma até quatro xícaras de café coado
por dia tem os benefícios da bebida, sem os malefícios
Com tantas informações desencontradas a
respeito dos benefícios e malefícios do café,
não é de se estranhar que cada xícara venha
acompanhada de uma gotinha de dúvida.
Afinal, café faz bem ou mal? Entrevistamos
as nutricionistas Thereza Emed, do Hospital
VITA Curitiba, e Danielle Real, do Hospital VITA
Batel, e elas foram categóricas: a diferença
entre as vantagens e as desvantagens está na
quantidade e no modo de preparar. Até três ou
quatro xícaras por dia, o café será bom para a
maioria das pessoas; acima disso, nem tanto.
“Café coado é mais saudável que o expresso
ou de máquina, porque o coador (de papel ou
pano) retém algumas substâncias potencialmente prejudiciais”, explica Danielle.
“A cafeína é um poderoso estimulante, que nos
deixa mais alertas e melhora nossa capacidade
de concentração”, diz Thereza. Ela explica que a
substância também está presente no chá mate
(e no chimarrão), chá preto e refrigerantes à
base de cola, mas não é de consumo obrigatório. Danielle Real lembra que a cafeína também
Thereza Emed
Danielle Real
favorece quem pratica esportes, porque retarda
a fadiga muscular.
Mas o consumo excessivo de café traz vários
inconvenientes: eleva a agitação e a irritabilidade, e o consumo à noite pode prejudicar o sono.
Também pode agredir a mucosa do sistema
digestivo, propiciando a gastrite, entre outros
problemas. “O consumo exagerado de café
pode até provocar alucinações em pessoas com
problemas psíquicos”, afirma Thereza Emed.
O consumo diário de café cria uma certa
dependência, e a interrupção abrupta do
consumo provoca dor de cabeça em algumas
pessoas. Também é importante estar atento
para o consumo do açúcar que utilizamos
para adoçar o café: de xícara em xícara, o
açúcar pode arruinar uma dieta e até mesmo
propiciar o diabetes; os refrigerantes à base
de cola também são ricos em açúcar . Uma
alternativa é o uso de adoçantes naturais,
como sucralose e stévia.
Com dor torácica não se brinca
Sentiu uma dor no peito? A melhor coisa a fazer
é procurar um cardiologista imediatamente
Dor torácica corresponde a 10% dos atendimentos de qualquer serviço de emergência,
e é um assunto tão sério que o Hospital VITA
Batel e o Hospital do Coração contam com uma
unidade especializada em avaliar esse tipo
de dor e direcionar o paciente para o melhor
tratamento. A Unidade de Dor Torácica funciona
em um setor anexo ao Pronto Atendimento do
Hospital VITA Batel e tem médicos cardiologistas
em plantão 24 horas. O contato com a unidade
é feito pelo próprio Hospital (tel 41 3883-8482).
“Assim como um piloto de avião faz um
checklist de uma série de itens antes da decolagem, nós também seguimos um protocolo
para avaliar os sintomas do paciente e decidir,
com rapidez e segurança, qual o tratamento
indicado para cada caso”, explica o cardiologista José Eduardo Marchesini, coordenador
da Unidade de Dor Torácica. Segundo ele, são
procedimentos baseados em padrões ame-
6
ricanos e brasileiros para decidir, com base
em exames clínicos e eletrocardiograma, a
urgência e o tratamento que o paciente requer.
Dependendo da gravidade do quadro, o tratamento pode seguir por diversas rotas, desde
encaminhar o paciente diretamente para um
cateterismo, para desobstruir uma artéria e
colocar um stent, nos casos mais graves; até
a liberação do paciente para retornar para
casa, quando a causa da dor é definitivamente
não-anginosa e ele não corre perigo.
“É muito difícil para um leigo saber qual é a
causa e a gravidade da dor que está sentindo,
por isso recomendamos que qualquer dor no
peito deve ser avaliada por um especialista”,
argumenta Marchesini. Mesmo uma dor suportável pode representar um risco importante,
e a demora em buscar socorro pode agravar
o quadro do paciente.
A questão do tempo para início do atendimento
é tão crucial que registram-se os minutos
decorridos entre a chegada de um paciente e
o início do cateterismo, porque
esse prazo é decisivo para
o sucesso do procedimento. Esses e outros
assuntos foram tema
do 1º Simpósio de Cardiologia do Hospital
VITA Batel e do Hospital
do Coração, ocorrido em
abril deste ano.
José Eduardo
Marchesini
Pressão de alta periculosidade
Hipertensão é uma doença silenciosa que pode causar
danos a vários órgãos e reduzir a qualidade de vida
Segundo pesquisa realizada pelo Ministério
da Saúde em 2011, mais da metade da população acima de 55 anos tem hipertensão; a
média, considerando toda a população, é de
22,7% de hipertensos. Para não ser considerado hipertenso, é preciso ter a pressão arterial
em no máximo 140 x 90 mmHg. A hipertensão
predispõe a lesões no coração, cérebro, rins e
olho (retina), entre outros riscos. Além disso, a
hipertensão reduz a qualidade e a expectativa
de vida do paciente.
Para Emilton Lima Jr, cardiologista do Hospital
VITA Curitiba e professor titular de Cardiologia
da PUC-PR, a incidência de hipertensão vem
crescendo de uma maneira mais acentuada
em crianças. “Este fato está diretamente relacionado ao estilo de vida sedentário, situações
estressantes e obesidade, que é um fator de
risco marcante para a hipertensão”, diz Lima.
A hipertensão é uma doença silenciosa;
a maioria dos pacientes hipertensos não
apresenta nenhum sintoma. “Muitas vezes
o primeiro sintoma da doença hipertensiva
se apresenta com uma complicação, como
insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio,
alguma outra manifestação de doença arterial
ou ainda com um quadro de acidente vascular
cerebral (derrame)”, explica Lima.
Colesterol
Wans Alexandre Prestes Santana, coordenador médico da Unidade Cardio Intensiva
do Hospital VITA Volta
Redonda, explica que
o exame de colesterol
mostra basicamente
três índices: colesterol total, LDL e HDL.
Níveis elevados de
colesterol total e de
LDL, ou nível baixo
de HDL são perigosos.
Qualquer dessas situações, associada com
hipertensão, eleva as chances
de que a pessoa desenvolva
uma doença arteroesclerótica,
como as descritas acima.
É recomendável que pessoas
saudáveis façam exame de
colesterol uma vez ao ano; na
presença da dislipidemia (alteração do nível da substância),
recomendam-se exames de seis
em seis meses, ou a critério do
médico.
O principal fator que regula o nível de colesterol
é a produção do próprio organismo, que só
pode ser controlada de duas formas: com medicamentos e praticando atividades físicas. “Hoje,
sabe-se que a atividade física favorece a produção de HDL, o colesterol ‘bom’, pelo organismo”,
diz Santana. Outro fator é a alimentação: se
recomenda evitar o consumo de alimentos
ricos em LDL, como gorduras animais. Óleos e
gorduras vegetais não contêm LDL. Também se
pode consumir alimentos ricos em ácido graxo
ômega três, como salmão, atum, sardinha e
bacalhau, além de nozes e castanhas.
Atividade física e dieta
Dependendo do caso, dieta e atividade física
podem ser suficienTempero caseiro sem sal tes para controlar a
hipertensão. Santana
A nutricionista Luiza Cobucci recomenda
conta a história de um
a receita de tempero a seguir, para tornar a
paciente com cerca
comida mais saborosa, sem acrescentar sal:
ingredientes:
. alho (2 dentes)
. cebola (3 unidades médias)
. salsa (uma xícara de chá)
. cebolinha (um xícara de chá)
. vinagre de maçã (1/2 xícara de chá)
. azeite de oliva extra virgem
(1/2 xícara de chá)
modo de preparo:
. pique a cebola e o alho
. junte os demais ingredientes
. bata no liquidificador
. distribua o tempero em vidros
tampados; pode guardar na geladeira
Wans Alexandre
Prestes Santana
(acima) e
Emilton Lima Jr.
de 40 anos, que
apresentava sobrepeso e hipertensão
leve: “No início do
tratamento, receitei
medicamento para controlar o colesterol, mas
depois bastou seguir uma dieta e passar a fazer atividade física que ele conseguiu superar
a hipertensão e reduzir o colesterol, e hoje não
precisa tomar medicamentos”.
A obesidade é um fator importante para a
hipertensão arterial. Santana cita o caso de
uma paciente obesa, que procurou tratamento
porque tinha dores no peito e falta de ar, e
chegou ao consultório com uma hipertensão
de 260 x 120, difícil de controlar. Segundo
ele, depois que o quadro foi estabilizado a
paciente pôde ser submetida a uma cirurgia
bariátrica. Em um ano e meio, seu peso caiu
para 78 Kg, e ela consegue controlar a pressão
arterial com uma medicação apenas. Além disso, hoje ela realiza atividade física leve e sua
qualidade de vida melhorou drasticamente.
Alimentação contra a hipertensão
Segundo Luiza Cobucci, nutricionista da Nutrir
e Alimentar, que presta serviço de Nutrição
para o Hospital VITA Volta Redonda, o consumo diário máximo recomendado de sal
é de apenas 2,4 gramas. Ela alerta também
que a maior parte dos alimentos industrializados (salgadinho, embutidos, defumados,
massas prontas) contém sódio, e devem ser
consumidos com moderação. Ela recomenda
que quem deseja controlar a hipertensão ou
mesmo preveni-la adote a dieta DASH (Dietary
Approaches to Stop Hypertension - Abordagens Dietéticas para Parar a Hipertensão)
rica em frutas, hortaliças, fibras, minerais e
laticínios com baixos teores de gordura.
7
saúde
Obesidade infantil,
uma epidemia
Nossas crianças estão engordando,
e isso pode torná-las adultos mais
propensos a doenças
Se você acha que uma criança gordinha é mais
saudável que uma magra, está na hora de
rever seus conceitos. A obesidade infantil é um
problema crescente, e estima-se que hoje 60%
das crianças brasileiras estejam com sobrepeso
ou obesas. “Crianças obesas têm duas vezes
mais chance de morrer prematuramente na
vida adulta”, diz Lygia Coimbra, coordenadora
da UTI pediátrica do Hospital VITA Curitiba. As
consequências mais comuns são doenças
cardiovasculares e diabetes na vida adulta.
É muito mais difícil fazer uma criança seguir
uma dieta do que um adulto, por isso o ideal é
uma abordagem preventiva: “Ninguém acorda
obeso da noite para o dia”, diz Lygia, “então o
caminho é ensinar
uma alimentação
saudável e incentivar as atividades físicas”. Lygia
recomenda que os pais busquem informações
no site www.obesidadeinfantil.org, que traz
orientações práticas e confiáveis sobre o assunto.
Segundo Cecília Pereira Silva, pediatra da
Maternidade VITA Volta Redonda, pesquisas
mostram que 50% das crianças obesas aos
6 meses de idade e 80% das crianças obesas
aos 5 anos tornaram-se adultos obesos. Existem duas causas principais para o aumento
da obesidade infantil: mudanças na dieta da
família brasileira e diminuição da atividade
física. “Muitas crianças passam de quatro a
Cecília Pereira Silva (acima)
e Lygia Coimbra
seis horas por dia sentadas diante da televisão, do computador ou do videogame”, diz
Cecília, “além de outras quatro a seis horas
sentadas na escola, ou seja, elas não gastam
as energias”. Tanto sedentarismo, juntamente
com o consumo de guloseimas, carboidratos
e refeições feitas rapidamente, fazem com que
os pequenos ganhem peso.
Para Cecilia, a família toda e a escola devem se
envolver para prevenir a obesidade infantil. “Em
Volta Redonda já existem escolas que incentivam os alunos a levarem frutas para a merenda,
em vez de salgadinhos e bolachas”, diz Cecilia.
Cabelos, melhor mantê-los
Entenda o incrível fenômeno do encolhimento
capilar, mais conhecido como calvície
Calvície é um mal que assombra homens e
mulheres, em assustadas proporções equivalentes de rarefação capilar. Entre os homens,
cerca de 40% já apresentam algum grau
visível de calvície aos 40 anos, número que em
média cresce na mesma proporção da idade:
50% são carecas aos 50, 60% aos 60 e assim
por diante. Nos homens a calvície começa
pela testa, enquanto nas mulheres a careca
costuma ser mais discreta e fácil de ocultar,
porque inicia pelo centro do couro cabeludo.
Fabiane Brenner, dermatologista dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel, explica que na
verdade os cabelos não caem, eles encolhem.
“A calvície é um processo de encolhimento do
folículos capilares, onde nascem os cabelos”,
diz Fabiane. Um fio de cabelo tem um ciclo
de vida médio de seis anos, após o qual ele
cai e nasce novamente. Só que nas pessoas
com tendência à calvície, o cabelo nasce
mais fino a cada ciclo, até se tornar um fio
quase invisível. “Os folículos estão lá, mas
encolheram”, explica Fabiane.
Fabiane Brenner
8
Você já deve estar careca de saber o que é
calvície, e está interessado/a na cura, não
é mesmo? A melhor estratégia para manter
sua cabeleira é... a prevenção. “Ninguém fica
careca de repente”, diz Fabiane, “o processo
de encolhimento dos folículos demora anos”.
Se você começar um tratamento quando os
primeiros sintomas da calvície aparecerem,
suas chances de manter os folículos atuais
e até mesmo recuperar alguns é grande.
Para quem já está calvo, a recuperação é
mais difícil. “Quando chega um paciente
completamente calvo, com os folículos afinados, miniaturizados, dificilmente se consegue
uma recuperação completa”, diz Fabiane.
O tratamento para homens e mulheres é
distinto, já que o perfil hormonal é bastante
diferente. Usam-se medicamentos tópicos
(loção) e por via oral.
O tratamento é longo e contínuo, mas compensa: “Tenho pacientes que atendo há mais
de dez anos, que conseguiram manter seus
cabelos”. A dica é procurar tratamento assim
que você perceber algum sinal de início da
calvície, antes que os folículos encolham.
artigo médico-hospitalar
Protocolo de Manchester
prioriza atendimento por risco
José Mauro Rezende
Em um serviço de urgência, os
casos mais graves devem ser
atendidos antes; um protocolo
criado na Inglaterra e adotado
em todo o mundo ajuda
os profissionais de Saúde a
atenderem primeiro quem
mais precisa
Um dos grandes desafios dos serviços de
emergência no País é atender a uma demanda de usuários superior a sua capacidade. Esta
procura pelo pronto atendimento aumenta a
cada dia, o que dá origem à necessidade de
realizar um sistema de classificação de risco,
que permita priorizar o atendimento médico
pela urgência clínica e não pela ordem de chegada dos pacientes. A classificação de risco
não pressupõe exclusão e sim estratificação.
A realização de acolhimento com classificação
de risco em serviços de emergência requer
equipes experientes, treinadas e capazes
de identificar necessidades e prioridades do
paciente, para avaliação correta dos sinais e
sintomas estabelecidos no protocolo.
Um dos protocolos consagrados para esta
atividade é o Protocolo de Manchester, cuja
origem, tal como o nome indica, deu-se na
cidade de Manchester, Inglaterra. Reconhecido internacionalmente e em funcionamento em vários hospitais, é validado
pelo Ministério da Saúde e demais órgãos
de classe na área da Saúde.
Este método permite uma rápida identificação
dos doentes que recorrem ao Serviço de Urgência, permitindo atender, em primeiro lugar,
o doente mais grave e não, necessariamente,
quem chega primeiro. Consiste em identificar
a queixa principal do paciente (motivo que o
levou a procurar o serviço), definir a condição
apresentada e procurar sinais e sintomas em
cada nível de prioridade clínica. Para isso é
utilizada uma escala de cores por gravidade.
A cor vermelha indica necessidade de atendimento imediato. Os casos muito urgentes
Cartaz informativo do Hospital VITA Volta Redonda sobre os critérios
de atendimento de emergência conforme a urgência de cada caso
recebem a cor laranja, com um tempo de
espera recomendado de dez minutos. Os casos
urgentes, com a cor amarela, têm um tempo de
espera recomendado de 60 minutos. Os doentes que recebem a cor verde e azul são casos
de menor gravidade (pouco ou não urgentes)
que, como tal, devem ser atendidos no espaço
de duas e quatro horas, respectivamente, após
atendimento dos doentes mais graves.
Para entender a utilidade da Triagem de Manchester, é importante ter em consideração que
a missão de um Serviço de Urgência é identificar os pacientes em risco e encaminhá-los ao
atendimento correto no menor tempo possível,
para garantir uma maior eficácia assistencial.
José Mauro Rezende é diretor
regional Rio de Janeiro da Rede VITA
9
ping pong
Hospitalar, a sala VIP dos
profissionais de Saúde
Se existe um evento que agrega todo tipo de profissional, fornecedor e prestador de serviços que trabalha em hospitais é a Feira e Fórum Hospitalar, que ocorre anualmente em São
Paulo, no Expo Center Norte, e que já faz parte do calendário internacional de eventos de
negócios. Este ano a Hospitalar teve 1.250 expositores e registrou 92 mil visitas profissionais, e
calcula que negócios no valor de R$ 6,4 bilhões tenham sido fechados durante os quatro dias do
evento. Participantes de 67 países estiveram presentes à Hospitalar 2012. O governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin, participou da cerimônia de abertura da Hospitalar 2012, juntamente
com o secretário da Saúde do Estado, Giovanni Guido Cerri. O encerramento do evento teve
a participação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Entidades representativas no setor de
Saúde também estiveram presentes na feira, como a Associação Médica Brasileira, a Associação
Nacional dos Hospitais Privados (ANAHP), Confederação Nacional de Saúde (CNS); Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde (FENAESS); Sindicato dos Hospitais
do Estado de São Paulo (SINDHOSP); Associação Brasileira da Indústria Médico-Odontológica
(ABIMO) entre outras. Este ano incluiu dois novos eventos: a Feira e Fórum de Reabilitação e a
Expo Enfermagem. Embora a Hospitalar também inclua eventos científicos, como exemplo o IV
Congresso Hospitalar de Emergência e Terapia Intensiva, o foco maior é em gestão e negócios.
Ocorre que, além de ser uma imensa vitrine de tudo que um hospital necessita, desde
gaze até ambulâncias, a Hospitalar funciona como um grande clube, onde as pessoas
se encontram, trocam ideias, criam projetos e formam parcerias. As entidades também
aproveitam a oportunidade para levar ao público apresentações importantes; por exemplo,
a ANAHP lançou em seu estande a 4ª edição da publicação “Observatório ANAHP”, que
reúne uma completa análise dos indicadores econômico-financeiros, operacionais, de gestão de pessoas e de qualidade dos hospitais associados. E é justamente o foco na gestão
e nos negócios que tornou a Hospitalar tão importante no cenário brasileiro e mundial.
Para falar sobre as razões para que esse evento tão específico fosse tão bem sucedido,
entrevistamos a médica e empresária Waleska Santos, presidente da Hospitalar.
VITAL - Qual era o objetivo ao criar a
Hospitalar?
Waleska Santos - A Hospitalar foi imaginada, desde o início, como um ponto de encontro,
um ponto de convergência de profissionais,
empresas e entidades de diferentes especialidades e áreas de atuação. Na época, há mais
de vinte anos, não havia nem showroom de
equipamentos; então os dirigentes hospitalares
visitavam distribuidor por distribuidor, e ficava
muito complicado chegar a um consenso
sobre qual seria a melhor escolha, levando
em consideração fatores como preço, condições, atendimento, pós-venda, etc. Era como
se faltasse aos participantes, às pessoas que
atuam nos hospitais, uma visão de conjunto,
em que todas essas ideias que dizem respeito
à atividade hospitalar estivessem juntas, no
mesmo local e no mesmo momento.
Enquanto eu estava na escola de Medicina, tive a oportunidade de viajar para o exterior e frequentemente me via mais informada
sobre as novidades, e até trazia equipamentos
quando os professores pediam. Então comecei
a fazer contato com os fabricantes pesquisan-
10
do nas listas telefônicas, e passei a visitar as
entidades representativas dos médicos, como
sindicatos e associações.
Nesse processo de criar a Hospitalar,
encontrei muitas pessoas que nos ajudaram,
como Paulo Barbanti, da Intermédica; o saudoso Francisco Ubiratan Delappe, falecido
este ano, idealizador da Federação Nacional
dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde
(Fenaess) e da Confederação Nacional da
Saúde (CNS), Juljan Czapski, o criador dos
planos de saúde no Brasil, e muitas outras
pessoas, mas que não temos como citar aqui.
Quando eu conversava com essas pessoas, percebia o entusiasmo com a ideia de criar
um evento como a Hospitalar. Conversávamos
bastante, a experiência do dr. Ubiratan ajudou
muito a definir um formato para o evento que
fosse adequado para o Brasil.
VITAL - Quais fatores você considera que
foram decisivos para o sucesso do evento?
Waleska Santos - O sucesso da Hospitalar
foi garantir para os expositores que aqui haveria pessoas para fazer negócios, e garantir
ao público uma exposição que justificasse a
Waleska Santos
“
os o debaHoje nós instigam
de, criamos
te na área de Saú
ições, aproo palco, as cond
articipantes,
ximamos os p
pessoas
apresentamos as
”
saída dele, de onde quer que fosse, para ver
não um ou dois produtos, mas um pouco de
tudo. Desde o início, pensamos a Hospitalar
para ser sediada em São Paulo, e para isso era
preciso que valesse a pena, que compensasse
o esforço e o custo de alguém sair de Campinas, ou de Parintins ou de Porto Alegre, para
vir à feira. Então cuidamos para que houvesse
todo tipo de equipamento, desde os mais básicos até ambulâncias, móveis, equipamentos
de montagem, um pouco de tudo.
Desde a primeira edição, trouxemos fornecedores do exterior, mesmo porque no mundo
todo usam-se equipamentos importados. Nem
países como Japão, Alemanha e Estados Unidos são totalmente auto-suficientes em termos
de equipamentos hospitalares. Já na primeira
edição tivemos a participação de empresas
de 19 países, e a presença do diretor geral
da Organização Mundial de Saúde (OMS),
Hiroshi Nakajima.
Para mim, é como uma olimpíada. Você
se prepara, treina, planeja, orça, monta uma
equipe bem afinada para que tudo aconteça na Hospitalar. E tem que dar tudo certo,
porque senão, só no ano que vem. Este ano
foram mais de 60 eventos, entre seminários,
workshops, palestras; e quem vem, tem de sair
com a sensação de que valeu a pena, e com
vontade de voltar no próximo ano.
A exposição tem mais de 1.200 empresas
mostrando seus produtos e serviços, numa
competição leal e saudável, que beneficia o
cliente. Ter vários fornecedores reunidos lado a
lado, se expondo à comparação direta, é bom
para a indústria, porque o desafio estimula a
inovação, agrega valor e melhora os serviços.
Quem vem à Hospitalar, quando retorna à
sua cidade se torna motivo de consulta; todo
mundo quer saber o que ele ou ela viu, as
novidades, as tendências. A Hospitalar hoje é
a sala vip dos profissionais de Saúde.
VITAL - Qual é o papel da Hospitalar hoje
no setor de Saúde?
Waleska Santos - Hoje temos o privilégio
de estar numa posição que nos permite ver o
todo, e proporcionar integração, com uma dinâmica que ajuda a movimentar e desenvolver
o setor. Acho que soubemos ser humildes no
sentido de estarmos sempre presentes, nas
horas difíceis e nas horas boas, e conseguimos
superar dificuldades, às vezes terríveis. Hoje a
Hospitalar funciona quase como um clube,
onde médicos, planos de saúde, hospitais, fornecedores, associações, sindicatos, todos os atores desse mercado se encontram e interagem.
Como existe uma interlocução constante
com as instituições, conseguimos ver o que
fizemos certo ou errado, e cortar caminhos
para aperfeiçoar o evento. É muito importante
essa convivência próxima, surgem projetos,
ideias, temas para o congresso. É muito gratificante perceber que as entidades nos veem
como parceiros.
Hoje nós provocamos, nós instigamos o
debate na área de Saúde, nós criamos o palco,
as condições, aproximamos os participantes,
apresentamos as pessoas. Fico muito feliz
tanto pelo fórum como pela área de comércio,
e por ver que todos se conhecem, todos têm o
prazer de se encontrar. O médico Raul Cutait
certa vez me disse: “Fico na dúvida se é melhor
entrar para assistir as palestras ou ficar fora
encontrando as pessoas, todo mundo que eu
quero ver está aqui”.
VITAL - Por que vocês criaram o Prêmio
Hospitalar?
Waleska Santos - Nosso papel é instigar e
valorizar o trabalho das pessoas do setor, dar
um estímulo para que as pessoas mostrem
o que estão fazendo, independentemente do
destaque que elas ou suas instituições já tenham. Para isso criamos o Prêmio Hospitalar,
que chegou a sua oitava edição, e foi entregue
este ano à dra. Silvia Brandalise, fundadora
do Centro Infantil Boldrini, nomeada Personalidade do Ano na Área da Saúde, por seu
trabalho como onco-hematologista. Graças
ao seu trabalho na criação de protocolos de
tratamento de leucemia linfoide aguda, os
índices de cura da doença no Brasil passaram
de 5% em 1978 para 80% atualmente.
VITAL - Já que se trata de um evento
voltado para a atividade hospitalar, por que a
opção por gestão e negócios, e não pesquisa?
Waleska Santos - Procuramos falar de
tudo que não se fala na faculdade, por
exemplo, gestão, seja de hospitais, de pessoas,
de carreiras. Para falar sobre patologias, as
Sociedades Médicas promovem excelentes
congressos e nem queremos ter a pretensão
de fazer algo melhor. Nosso foco é outro, ainda
que aconteçam eventos científicos durante
a Feira. Já trouxemos o Roberto Justus para
falar sobre redes sociais, relacionamento e
marketing; trouxemos a Ernst & Young, para
uma palestra sobre abertura de capitais e
oferta pública inicial.
Há uma grande diferença entre ir a um
congresso e ir à Hospitalar. Temos grandes
congressos médicos na América Latina, dedicados à ciência, à pesquisa, e as empresas
patrocinam esses eventos, montam seus
estandes e exibem seus equipamentos; mas
em geral o congressista está ali para aprender,
não para fazer negócios.
Não somos uma empresa terceirizada
para produzir um evento, somos a Feira
Hospitalar, que está presente o ano todo,
preparando, fazendo contatos, promovendo o
evento que acontece uma vez por ano. Nós
é que contratamos terceirizados para fazer
coisas que estão fora do nosso foco.
VITAL - Como você vê o futuro dos hospitais?
Waleska Santos - Acredito que a tendência para os hospitais é facilitar a vida
do paciente, adaptar-se às necessidades
dele, em vez de fazer com que o paciente
se adapte à forma de funcionamento da
instituição. Por exemplo, uma pessoa que faz
hemodiálise tem uma vida profissional como
qualquer outra, mas hoje perde um dia útil
para fazer hemodiálise, porque em geral só
pode realizar o procedimento das 7h às 19h.
O hospital poderia oferecer um horário mais
amplo, que desse maior flexibilidade para
essa pessoa. São oportunidades de atuação
e quem trouxer mais conforto para o paciente
vai sair na frente.
As instalações e equipamentos dos
hospitais estão disponíveis 24 horas por dia,
mas são utilizados apenas durante uma parte
desse período. É preciso ter várias equipes, em
vários horários, para otimizar e multiplicar a
capacidade de atendimento das instituições.
Por que não fazer uma cirurgia eletiva de
madrugada, por exemplo?
VITAL - E para os médicos, o que mudou?
Waleska Santos - Nós temos que reconhecer que a relação entre médico e paciente
mudou, e muito. Antes da Internet, era muito
mais difícil para o paciente informar-se sobre
sua própria doença; e quem desconhece alguma coisa, teme ou adora. E era assim para
a Medicina: geralmente o paciente ou tinha
temor, ou endeusava o médico.
Agora, com o acesso à informação, podemos dizer que o paciente tornou-se um
consumidor, com mais poder para questionar.
Então essa relação ficou menos desigual;
mas também, em minha opinião, evoluiu.
Hoje as pessoas podem ter o médico como
seu parceiro, seu orientador para enfrentar
os problemas, e também dividir com ele a
responsabilidade pelas decisões. A relação
entre médico e paciente ficou mais humana.
Mas o médico continuará insubstituível:
nada pode substituir a anamnese (entrevista
e exame com o paciente) e a atenção que o
médico dá ao paciente, e que às vezes é tudo
de que ele precisa.
VITAL - A atividade hospitalar tem boas
oportunidades profissionais?
Waleska Santos - É um campo riquíssimo
de oportunidades de atuação. Existem muitos
profissionais que podem atuar dentro do
hospital, e não apenas os de saúde: advogados, contadores, administradores, arquitetos,
engenheiros, todos podem se especializar para
atender esse setor. O Hospital Albert Einstein
fez um levantamento há cinco anos e descobriu que havia 140 atividades profissionais
para sustentar o funcionamento da entidade.
São pessoas preparadas para atuar com as
necessidades específicas do ambiente hospitalar, que são diferentes das de uma indústria,
ou comércio ou outra atividade.
11
Tudo o que você não
queria saber sobre
AUTOMED
12
capa
Cada vez mais pessoas estão substituindo as
consultas médicas pela automedicação, com base
em informações obtidas de parentes, amigos ou
da Internet; veja porque isso pode ser muito mais
perigoso do que você imagina
Quase todo mundo tem alguns remédios
guardados no armário do banheiro ou em
uma gaveta da cozinha, de preferência longe
das crianças. São nossas armas para combater
uma dor de cabeça, os sintomas de um resfriado, uma indisposição no estômago e assim
por diante. Mas cuidado: se o problema não
desaparece e você continua se medicando por
conta própria, está se expondo a riscos graves.
Conversamos com vários profissionais dos
Hospitais da Rede VITA, e levantamos muito
mais informações do que imaginávamos.
Médicos e farmacêuticos entrevistados concordam que a automedicação se torna perigosa
quando prolongada e rotineira. A pessoa pode
estar mascarando doenças graves, sofrer lesões nos rins ou no fígado pelo uso constante
de medicamentos, e ainda ter intoxicações ou
reações alérgicas aos mesmos. Se a sua dor
de cabeça, ou dor nas costas, ou desconforto
digestivo dura mais que três dias, pode estar
sinalizando algo mais sério, e está na hora de
ir ao médico descobrir do que se trata.
Vários medicamentos podem ser comprados à
vontade, porque são inofensivos quando usados corretamente. Mas, como lembra Juliane
Zoreck, chefe de Farmácia do Hospital VITA
Curitiba, “todo remédio é potencialmente um
veneno, a diferença está na dose utilizada”.
Campeões da automedicação
Os líderes de audiência entre os medicamentos tomados por conta própria são
antibióticos (infecções em geral, tendo como
exemplo dor de garganta com presença de
pus), anti-inflamatórios (dores em geral,
desde dor de cabeça até dor nas costas) e
ansiolíticos (para reduzir a ansiedade ou
dormir). Geralmente, a decisão de tomar
DICAÇÃO
13
um medicamento é porque alguém já está
tomando: o marido decide tomar o mesmo
remédio que a mulher, a mãe resolve tratar o
filho, uma amiga recomenda o medicamento
para outra e assim por diante.
Ninguém coloca óleo diesel no tanque de
um carro a álcool, mas muita gente se sente
à vontade para tomar um remédio só porque
outra pessoa está tomando. “Os tipos de medicamentos variam e as doses variam conforme
o caso”, argumenta Thaís Pires Quaglia, chefe
de Farmácia e Suprimentos do Hospital VITA
Volta Redonda; “mas os pacientes costumam
achar que todos os antibióticos servem para a
mesma coisa”. Ela garante que são comuns os
casos em que uma pessoa compara seus medicamentos com os de outra pessoa pela dose
presente no comprimido, o que é absurdo. “São
medicamentos diferentes, mas a pessoa vê
que em um a dose do comprimido é de 1mg,
e em outro, é de 10mg, e como ela não está
se sentindo bem, resolve tomar o outro porque
‘é mais forte’ “. Quem compara melancias e
uvas pela quantidade pode acabar comendo
dez melancias.
Thaís Pires
Quaglia
14
Também é comum ver pessoas avaliando as
doses que lhes foram receitadas: “eu estou tomando 10 mg por dia do remédio X”; e a outra
responde: “eu também estou tomando X, mas
só 5 mg por dia”. Então esta decide aumentar
a dose por conta própria, pois, afinal, não quer
ficar para trás no tratamento. Ocorre que cada
organismo reage de uma maneira diferente à
quantidade: “Certas pessoas tomam duas gotas
de um ansiolítico e ficam prostradas, outras
tomam várias e têm o efeito oposto, ficam nervosas; então a dose que serve para uma não serve
para outra”, explica Thaís. Ela sabe que muitos
pacientes começam tomando o medicamento
correto, na dose correta e acabam, com o tempo,
elevando a dose por conta própria.
Aplicações diferentes
O erro mais comum de quem pratica automedicação é achar que se um remédio serve para
uma coisa, serve para todas, ou pelo menos para
as parecidas. Por exemplo: se um antibiótico
serve para infecção na garganta, deve servir
para infecção na pele, no estômago, no nariz, etc.
Thaís Quaglia, do Hospital VITA Volta Redonda,
conta um caso em que usar um medicamento
para tratar uma enfermidade para a qual ele
não era indicado quase causou consequências graves. “Uma conhecida minha colocou
um piercing na orelha esquerda, daquele tipo
que fica na parte superior e fura duas abas da
orelha”, conta Thaís. “Mas o piercing inflamou
e começou a doer”. Como estava ficando muito
inchado e vermelho, as pessoas recomendaram que a moça tirasse o piercing, e ela disse
que já estava tomando antibiótico e que não
havia perigo. “Quando eu perguntei o que
ela estava tomando, ela me disse que
era cefalexina, um antibiótico por
via oral, geralmente indicado para
infecções internas, por exemplo
urinárias, faringite e sinusite”,
diz Thaís. “Ela achava que por
ter curado uma amigdalite com
cefalexina ia curar também
a inflamação na orelha”. A
farmacêutica então explicou
que ela estava tomando o
medicamento errado para
aquela situação, que poderia
até ter feito a jovem ter uma
necrose e perder um pedaço
da orelha.
Nem tão inofensivos assim
Para Thaís, mesmo os medicamentos que
podem ser vendidos sem receita devem estar do outro lado do balcão da farmácia. “O
grande risco é justamente a automedicação”,
diz Thaís. Além de mascarar problemas graves, alguns anti-inflamatórios e analgésicos
populares podem causar danos ao fígado e
aos rins, se usados em grande quantidade
e por longos períodos. Medicamentos como
diclof enaco potássico e nimesulida, que são
considerados inofensivos pela maioria da
população, podem ter esse efeito. “Existem
muitos casos de hepatite medicamentosa,
provocados pelo uso abusivo de paracetamol”, diz Thaís. Ela recomenda que, ao
comprar medicamentos na farmácia, o
cliente converse com o farmacêutico para
se informar sobre a dose, o tempo de uso e
as restrições do produto.
“Muita gente sofre de dor crônica, e apela para
anti-inflamatórios comprados na farmácia
para controlá-la”, diz o médico Rafael Deucher, coordenador da UTI Geral do Hospital
VITA Batel,. “São medicamentos que usamos
para tratamentos breves, de três a seis dias
no máximo, mas quem se automedica pode
passar meses tomando esses remédios e
acabar tendo um sangramento gástrico, uma
úlcera, e prejudicar os rins”, afirma Deucher.
Segundo ele, esses medicamentos também
não são indicados para bebês nem pessoas
muito idosas, porque a chance de haver efeitos colaterais é grande.
Sintomas que pedem
atendimento imediato
Um dos pontos que reforçamos nesta matéria é que você pode fazer uma automedicação responsável, o uso eventual deste ou
daquele remédio de venda livre, e que se os
sintomas não desaparecem em alguns dias,
o correto é procurar um médico. Mas é importante acrescentar que existem sintomas
que exigem atendimento imediato:
• dores no peito podem ser sinal de
problema cardíaco
• amortecimento, tontura, confusão
mental, perda de força e de consciência podem sinalizar acidente vascular
cerebral.
Em ambos os casos, a pessoa deve ser levada imediatamente para o pronto-socorro.
capa
O caminho do pronto-socorro
Casos de intoxicação por automedicação que
chegam ao pronto-socorro não são muito
comuns, felizmente. Segundo dados do Sinitox,
Sistema Nacional de Informações Toxicofarmacológicas do Ministério da Saúde, em 2009
foram 735 casos em todo o País, excluindo
tentativas de suicídio ou uso acidental. Rafael
Deucher, do Hospital VITA Batel, concorda que
não é comum uma pessoa automedicar-se a
ponto de ter uma intoxicação: “Atendemos um
número considerável de pacientes no ProntoSocorro do Hospital, cerca de 5.500 pessoas
por mês, e a ocorrência de intoxicações graves
pela automedicação é rara”, afirma.
Mesmo assim, é a automedicação que muitas vezes faz com que uma pessoa precise
de um atendimento de emergência, porque
mascara o desenvolvimento de uma doença,
até o ponto que ocorre uma crise. “O que
acontece é que muitas pessoas acabam não
se dando conta de que foram parar no prontoatendimento por causa da automedicação”, diz
Deucher. Ou seja, elas não estão intoxicadas
pelos medicamentos que decidiram tomar
por conta própria; mas a automedicação
ajudou a mascarar um problema que foi se
agravando, complicando, avançando, até que
um dia se torna agudo e a pessoa vai parar
na emergência.
Adiando a cura
O risco não afeta apenas os casos agudos,
emergenciais. Tomar remédios por conta
Antibióticos em risco
Os antibióticos estão entre os medicamentos
preferidos das pessoas que buscam automedicação. Só que o uso indiscriminado de antibióticos
está colocando essa importante ferramenta da
Medicina em risco, porque favorece o surgimento
de bactérias resistentes a esses medicamentos. É como se estivéssemos oferecendo um
“playground” onde as bactérias conseguem
“aprender” a se defender contra os antibióticos.
Interromper o tratamento quando os sintomas
desaparecem, antes do prazo indicado pelo
médico, tem o mesmo efeito.
Na verdade, o que ocorre não é um “aprendizado”, mas a seleção de bactérias resistentes,
que sobrevivem ao tratamento e se disseminam;
a biologia mostra que existem diversos mecanismos pelos quais as bactérias conseguem adquirir
resistência a esses medicamentos. Segundo um
própria pode ocultar doenças graves, em que
cada dia perdido para o tratamento correto
pode ser decisivo. O gastroenterologista Rônel
Mascarenhas, diretor clínico do Hospital VITA
Volta Redonda, descreve uma situação que
já testemunhou, onde o paciente se expõe
a deixar que a doença avance, por conta da
automedicação. “Já vi mais de um caso assim”, conta Rônel. “Imagine um senhor, já na
terceira idade, que começa a sentir dores no
estômago e acha que está com uma gastrite
passageira”, relata Mascarenhas; “então ele
compra um remédio para aliviar essa dor e
o remédio funciona. Ele continua tomando
o remédio a cada vez que sente a dor, isso,
durante semanas”.
Após dois ou três meses do início da dor, ela
fica incontrolável e o paciente marca uma
consulta, na qual o médico diagnostica, em
vez de uma gastrite, um câncer de estômago.
“Por causa da automedicação, ele deixou que
a doença avançasse por três meses, tempo
que pode ser decisivo para o sucesso do
tratamento”, afirma Mascarenhas. O
problema não é tomar remédio
por dois ou três dias para aliviar
uma dor de estômago, o problema é insistir em tratar uma dor
que não desaparece ao longo
de semanas ou meses.
Para Deucher, as pessoas ignoram os avisos que o corpo
dá: “se você tem dor de cabeça
todo dia, e todo dia tem de tomar
remédio, será que não vale a pena procurar
um neurologista? Mesmo que seja apenas
estudo publicado na revista científica “Nature”
recentemente, cerca de 100 trilhões de microorganismos habitam um indivíduo, e eles são
essenciais para a saúde.
O primeiro prejudicado pelo uso incorreto de
antibióticos é a própria pessoa que se automedicou: “Ela pode até resolver o problema daquela
vez, mas da próxima talvez tenha que tomar um
outro antibiótico, mais forte, porque as bactérias
que estão no seu organismo já estão resistentes
àquele que ela tomou anteriormente”. Em uma
escala mais ampla, o problema é muito mais
sério, já que pode dar origem a bactérias resistentes a todos os medicamentos conhecidos. O
problema do uso indiscriminado de antibióticos
foi reduzido, graças a uma resolução do governo
federal que proibiu em todo País a venda de
antibióticos sem receita, a partir de novembro
de 2010. O uso sem prescrição ainda ocorre, mas
em muito menor escala.
uma enxaqueca, ele vai poder mostrar para você
como conviver com o problema, quais medicamentos mais modernos surgiram, porque só um
médico conhece as alternativas de tratamento”,
argumenta.
Cultura de
prevenção
A maior parte
das pessoas
praticam muito mais o ditado “não vou
consertar algo
que está funcionando” do que “é
melhor prevenir do
q u e
Rafael
Deucher
Segundo Mascarenhas, antibióticos também
podem mascarar enfermidades mais graves do
que o paciente imagina. “Um exemplo conhecido
de mascaramento de uma doença com antibióticos foi o que aconteceu com o presidente eleito
Tancredo Neves”, lembra Mascarenhas. “Ele tinha
um quadro clínico no abdômen que indicava
cirurgia, mas houve a eleição, a posse estava
próxima, era um momento político delicado, e
ele foi tomando antibióticos para mascarar o
quadro até não dar mais, e o resto já é história”.
Tancredo Neves morreu vítima de uma infecção
generalizada na véspera de sua posse como
presidente da República, em 14 de março de 1985.
“O uso abusivo de antibióticos é um problema
para as pessoas e para os hospitais”, explica Juliane. Se uma pessoa já tem um determinado grau
de resistência a um antibiótico, pode obrigar os
médicos a utilizarem um tratamento mais agressivo, além de aumentar o tempo de internação.
15
remediar”. A cultura da prevenção ainda
não está disseminada, e alguns exageros e
contradições nas teorias sobre o que previne
doenças também contribuem para uma atitude de “deixa para depois, quando eu sentir
alguma coisa cuido do assunto”. Homens,
principalmente, não costumam fazer consultas
preventivas ao médico, quando o recomendado, mesmo para pessoas saudáveis, é fazer
pelo menos uma consulta por ano, para que
o médico posso fazer ou solicitar exames
rotineiros, como pressão arterial, colesterol, etc.
Automedicação no Hospital
Até mesmo dentro do Hospital acontecem
casos de automedicação, que podem afetar
o tratamento do paciente. “Quando alguém
é internado, o médico e toda a equipe veem
a pessoa como um todo, por isso ocorre uma
entrevista, para que possamos saber que tipo
de medicamente essa pessoa já está tomando”,
explica Thaís Pires Quaglia, Chefe de Farmácia
e Suprimentos do Hospital VITA Volta Redonda.
receitado pelo médico.
“Esse paciente ficou
com pressão muito
baixa e nós não entendíamos o que estava
acontecendo”, conta
Thaís; “até que ele nos
contou que continuava
tomando o anti-hipertensivo que costumava
tomar em casa”.
A recomendação para
o paciente internado no
Hospital é que informe
para seu médico ou para a enfermagem
todos os medicamentos que costuma usar
rotineiramente, e que não tome nenhum sem
permissão, porque qualquer medicamento
Rônel Mascarenhas
pode interagir com os que já estão sendo administrados, fenômeno conhecido como “interação medicamentosa”, quando uma substância
modifica, amplia ou anula o efeito de outra.
Jogue fora o que não usa
Está na hora de esvaziar as gavetas
dos medicamentos antigos, com prazo
de validade vencido, ou que sobraram
de algum tratamento que já terminou.
Dificilmente você voltará a usá-los, e o risco
de mantê-los guardados é que alguém,
principalmente crianças, resolva usá-los. A
recomendação dos farmacêuticos é manter
em casa apenas uma quantidade mínima
de medicamentos de venda liberada, para
emergências, e em local onde as crianças
não possam alcançar facilmente.
Mas acontece de o paciente continuar tomando remédios sem que os enfermeiros saibam.
Muitas vezes o medicamento não tem o
mesmo nome, o paciente pode achar que está
deixando de tomar alguma coisa, e toma por
conta própria, diz Thaís. Ela lembra do caso
de um paciente para quem a enfermagem
estava administrando um anti-hipertensivo
Dilma veta venda
de remédios em
supermercados
Fitoterápicos não são inofensivos
Juliane Zoreck
16
Juliane Zoreck, chefe de Farmácia do Hospital VITA Curitiba, acha importante lembrar
às pessoas que medicamentos fitoterápicos
também podem trazer reações adversas, e
não devem ser consumidos em qualquer
quantidade ou por qualquer pessoa. “Dependendo da concentração e do produto,
pode haver efeitos perigosos, mesmo de um
chá”, comenta Juliane. “Algumas pessoas são
alérgicas, e um chá que é inofensivo para
um adulto pode prejudicar uma criança”. Ela
lembra também que os chás calmantes dados
para bebês podem mascarar problemas mais
graves do que uma simples indisposição para
dormir. A dica é procurar informação com o
farmacêutico mesmo ao adquirir fitoterápicos.
A presidente Dilma Rousseff vetou em maio
a venda de medicamentos em supermercados, medida que havia sido aprovada pelo
Senado em abril, dentro de um projeto de
lei sobre desoneração de impostos na venda
de produtos para pessoas com deficiência;
o restante do projeto foi aprovado. Para o
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o risco
de vender medicamentos nas gôndolas de
supermercados é facilitar e até incentivar a
automedicação. Ainda existem iniciativas no
Brasil que buscam liberar a venda de medicamentos que dispensam receita médica
nas prateleiras das farmácias, mas fora do
balcão. “Mesmo esses medicamentos têm
efeitos colaterais, e acho que deve haver
algum nível de controle por parte do farmacêutico”, diz Rônel Mascarenhas, diretor
clínico do Hospital VITA Volta Redonda.
túnel do tempo
O espião interno
Desde a antiguidade os médicos tentaram enxergar o
interior dos pacientes, usando velas, espelhos e tubos
de metal para criar aparelhos que foram os precursores
do atual endoscópio moderno
O termo endoscopia vem das raízes gregas endo,
dentro, e skopein, examinar. De modo geral,
nomeia-se endoscópio o aparelho que mostra
imagens internas do organismo, utilizando as
vias naturais: o trato gastrointestinal, respiratório,
urinário e o sistema reprodutor feminino.
O médico árabe Albukassim (Abu al-Qasim alZahrawi, 936-1013) foi o primeiro a examinar
uma cavidade interna, utilizando um reflexo
de luz do sol, através de um espelho de vidro
dirigido à vulva para examinar o colo uterino
de uma paciente.
Em 1806, o médico alemão Phillip Bozzini
conseguiu enxergar várias cavidades do corpo
com o seu “Lichtleiter” (condutor de luz). Este
aparelho, cuja fonte de iluminação era uma
vela, foi testado inicialmente em cadáveres,
e utilizado posteriormente, com sucesso, em
pessoas vivas. Havia até mesmo uma cânula
fina para inserção na bexiga através da uretra.
A morte de Bozzini interrompeu a evolução
do dispositivo, e seu trabalho pioneiro caiu em
esquecimento. Meio século depois, o médico
francês Antonin J. Desormeaux voltou a usar
a invenção de Bozzini e desenvolveu mais o
aparelho, substituindo a vela por uma chama
a gás, muito mais luminosa. Seu aparelho
rapidamente popularizou-se entre os médicos
e foi fabricado em grande quantidade a partir
Lichtleiter,
criado por
Bozzini
de 1853. Em decorrência desse
grande sucesso, Desormeaux é
considerado o “pai do endoscópio”.
Em 1868, Adolf Kussmaul tentou
pela primeira vez passar um tubo de metal
medindo 13mm de diâmetro pelo esôfago de
um engolidor de espadas até seu estômago.
A experiência, ocorrida na Alemanha, não teve
sucesso devido à falta de iluminação adequada.
A invenção da lâmpada elétrica de Edison em
1878 deu novo impulso à evolução do aparelho.
Albukassim
Antonin J. Desormeaux
de bronze em espiral, flexível, coberto com
borracha, com pequenas lentes no interior,
que davam um ângulo de visão de 34 graus,
sem distorção visual. Essa tecnologia só foi
superada pelos endoscópios de fibra óptica.
A endoscopia moderna surgiu em Viena,
Áustria, em 1879 quando o médico alemão
Maximilian Nitze apresentou seu novo “Blasenspiegel” (espelho de bexiga), ou seja, um
cistoscópio, construído em cooperação com o
fabricante de instrumentos vienense Josef Leiter.
A Olympus produziu nos anos 50 um equipamento intermediário: tratava-se da gastrocâmera, uma câmera fotográfica minúscula, com
filme de 5mm, que era levada até o estômago,
onde 30 fotos eram feitas. O operador não
sabia o que estava sendo fotografado, só via
as imagens depois que o filme era revelado e
colocado em um ampliador especial.
Um endoscópio rígido não consegue chegar
ao estômago, porque o tubo digestivo não é
reto. Em 1923 o médico endoscopista alemão
Sternberg, que proclamava ter feito 20.000 exames com endoscópio rígido, rompeu o esôfago
de um paciente durante uma demonstração
em Munique; a vítima morreu posteriormente.
O surgimento da fibra óptica possibilitou a
construção do primeiro protótipo de endoscópio com o material em 1957, pelo médico Basil
Hirschowitz, da Universidade de Michigan, que
testou o aparelho examinando seu próprio
estômago. Em 1960 foi lançado o primeiro
endoscópio comercial com fibra óptica.
Georg Wolf e Rudolph Schindler apresentaram
em 1932 um endoscópio semiflexível, que
alcançava o estômago e usava iluminação
por lâmpada de tungstênio. Era um tubo
Em 1969 os pesquisadores Boyle e Smith
criam o CCD, dispositivo sensível à luz que
permitiu a captação digital de imagens em
câmeras de tamanho reduzido. O primeiro vídeo-endoscópio foi apresentado
em 1986. O CCD é a tecnologia
utilizada nos modernos endoscópios, que podem ser usados
não só para diagnóstico, como
também para procedimentos
pouco invasivos.
O cistoscópio
de Nitze, de
1879, pronto
para ser
transportado
Gastrocâmera
dos anos 1950
Fontes: Unicamp, NCBI, Universidade de Medicina de Viena,
Revista Médica Electrónica, Royal
College Edinburgh - podem ser
consultadas pelo link http://
bridgeurl.com/endoscopia-vital
17
vida digital
Então você quer seu próprio site?
Não importa o tamanho da sua empresa, seja
um consultório ou uma clínica, uma lojinha ou
um shopping center, é essencial que ela tenha
uma plaquinha na Internet para que as pessoas
consigam achá-la na Rede. Também não precisa
ser nada extraordinário, mas deve pelo menos
dizer o que é sua empresa e como encontrá-la.
Vamos lhe mostrar como fazer para comprar
seu “terreninho” na Internet, para sua empresa
ou para você próprio. Conheça, resumidamente,
as diversas formas de fazer isso e avalie se vale
a pena fazer por conta própria ou contratar um
escritório de webdesign para fazer tudo por você.
Comprando um terreno
A Internet é uma rede mundial de computadores interligados. Alguns deles, chamados de
servidores, “hospedam” os sites que acessamos.
Para criar um site na Internet, é preciso hospedálo em um servidor, que vai informar a você o
número IP (internet protocol) onde ele reside. O
número IP é formado por quatro blocos, como
“1234.2345.4566.5232”, e seria bem difícil usar a
Internet se cada vez que quiséssemos acessar
um site tivéssemos que lembrar o número IP
dele. Por isso foram criados os domínios, nomes
como www.meusite.com.br ou www.lojadafulana.
com, que traduzem estes nomes fáceis de lembrar por aqueles números complicados.
São apenas dois passos:
• Contratar uma hospedagem para seu
site e receber um número IP
• Registrar um domínio (www.algumacoisa.com.br) para esse número IP
A maioria das empresas de hospedagem
facilita esse processo e oferece, juntamente
com o plano de hospedagem contratado,
um serviço de registro de domínio. O custo
de hospedagem varia conforme os serviços
contratados, e o registro de um domínio com
terminação “.com.br” custa R$ 30 por ano, se
for feito diretamente no site Registro.br, responsável pelos domínios no Brasil.
Construindo a casa
Agora que você já tem seu espaço hospedado
no servidor e um domínio, é preciso criar o
site propriamente dito, as páginas que os internautas acessarão quando digitarem “www.
seudominio.com.br”. Há várias maneiras de
criar essas páginas:
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1 - Programe em HTML
4 - Instale um CMS no servidor
Tudo que aparece na tela do navegador é formado por código HTML. Se você é destemido, pode
optar por fazer um curso de HTML ou aprender
sozinho, com os milhares de livros e tutoriais que
já foram publicados sobre o assunto.
A solução mais moderna para estar na web
é instalar um CMS (Content Management
System - Sistema de Gerenciamento de
Conteúdo). Também nesse caso, seu trabalho
será preencher espaços em branco, em uma
interface simples, no seu próprio navegador.
2 - Use um programa de criação de páginas
Existem ótimos programas que tornam a
criação de páginas apenas uma operação de
arrastar e soltar, mas provavelmente em algum
momento você terá que “sujar as mãos” em
HTML. Alguns dos mais conhecidos são o Adobe Dreamweaver e o Microsoft Expression Web.
3 - Use o construtor de sites do servidor
Escolha um serviço de hospedagem que
inclua um editor de sites. É um sistema que
você acessa com o próprio navegador, no qual
você só tem que preencher os espaços em
branco e acrescentar suas próprias imagens.
5 - Escolha uma
hospedagem grátis
Existem serviços que
abrigarão seu site gratuitamente, e oferecerão um editor online
para que você crie as
páginas, mas o nome do site será algo como
“sualoja.hospedagemgratis.com”. Wordpress
(www.wordpress.com) e Blogger (www.
blogger.com) são boas opções.
É possível que estas informações tenham gerado mais dúvidas do que esclarecido, porque o
assunto é complexo, existem inúmeras evoluções, e a Internet não para de evoluir. A solução
de instalar um CMS no servidor é atualmente
a melhor relação entre preço, resultado final e
facilidade de administrar e atualizar o site. O
mais usado atualmente é o WordPress (o mesmo que oferece hospedagem, citado acima),
sistema gratuito com dezenas de opções de
customização; outro popular é o b2Evolution,
também grátis. É importante lembrar que o
sistema pode ser gratuito, mas a hospedagem
e o registro de domínio são pagos.
O problema é que instalar um CMS é bem complicado para quem não é da área de Tecnologia.
Para resolver essa dificuldade, alguns serviços
de hospedagem incluem sistemas para instalar
CMSs automaticamente; os mais conhecidos são
o “Fantastico” e o “Softaculous”; confira se o serviço que você escolheu dispõe desse facilitador.
em rede
Manutenção e qualidade andam juntas
Os Hospitais da Rede VITA contam com um controle de manutenção
de equipamentos que garante seu bom funcionamento e adequação
às normas legais e às suas certificações de qualidade
Para que os profissionais de saúde possam ter
plena segurança quanto aos equipamentos
que utilizam, os Hospitais da Rede VITA mantêm
um sistema de manutenção periódica, que
garante seu funcionamento integral e alta confiabilidade. Além da manutenção preventiva, os
equipamentos têm seu ciclo de vida e tecnologia avaliados; em outras palavras, os Hospitais
estão constantemente analisando quais novas
tecnologias devem ser incorporadas e quando
seus equipamentos devem ser substituídos por
novas versões quando obsoletos.
O engenheiro clínico Luis Paulo Espíndola, das
empresas Conemed, em Curitiba, e Hospitech,
em Volta Redonda, trabalha diretamente com
o processo de manutenção e renovação dos
equipamentos. “Nós criamos um sistema de
gerenciamento a fim de promover a efetividade e segurança do uso e renovação das
tecnologias”, diz Espíndola, “e também para
atender a legislação vigente, e as exigências
dos sistemas de qualidade que os Hospitais
implantaram, como a Acreditação pela ONA
e a Acreditação Canadense”.
Os equipamentos de suporte à vida, como
ventiladores, aparelhos de anestesia e cardioversores, são submetidos à manutenção
preventiva com maior frequência. Além de
prevenir defeitos, a engenharia clínica também
realiza: calibração (verificação dos níveis de
funcionamento); metrologia legal (adequação
da calibração à legislação vigente); mapeamento de risco; educação continuada dos
usuários e gerenciamento das tecnologias.
“Equipamentos têm um papel essencial no
funcionamento do hospital e na segurança
do paciente”, diz Espíndola, “por isso faze-
Luis Paulo Espíndola
mos o mapeamento de riscos e, dentro do
programa de tecnovigilância das instituições,
interagimos com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), para notificação
dos eventos adversos”. Dessa forma, a Rede
VITA contribui para que outros hospitais
possam usar esses dados para melhorar sua
própria segurança em relação aos aparelhos
que utilizam. A Engenharia Clínica também
elabora um Plano Diretor de Tecnologia, que
prevê a avaliação, teste e aquisição de novos
equipamentos, sempre que necessário.
Prêmio para Hospital VITA Batel
Equipe do Hospital recebeu a distinção máxima pela
qualidade dos cuidados para evitar que os pacientes tenham
úlceras por pressão e lesões de pele
A empresa 3M, que fabrica curativos utilizados na prevenção e tratamento de úlceras
por pressão e lesões de pele, criou uma
certificação de boas práticas na prevenção
desses problemas. Essa certificação é dada
às instituições que comprovam a qualidade
de seu atendimento, e assim protegem seus
pacientes. O Hospital VITA Batel ganhou em
2011 a certificação categoria Ouro; neste ano,
a certificação máxima, categoria Diamante.
Juliana de Cássia Quaquarini, enfermeirachefe da UTI do Hospital VITA Batel, recebeu
o prêmio em nome de toda a equipe, no dia
25 de março último, no Centro de Convenções
Bourbon Cataratas, em Foz do Iguaçu (PR),
durante o 2º Congresso Internacional de
Prevenção de Lesões de Pele / Interpele 2012.
Os cuidados precisam ser aplicados com regularidade, e sem falha, porque úlceras de pressão e lesões de pele geram muito desconforto
para a pessoa. É preciso evitá-las ao máximo.
“Existem diversas ações para prevenir esses
problemas”, explica Juliana, “que incluem masJuliana Quaquarini (esq.)
e Neidamar Fugaça
sagem de conforto, limpeza, uso de cremes,
e movimentação do paciente”. Segundo ela,
os cuidados são diferentes conforme o paciente, e é necessária a avaliação de diversos
profissionais para decidir as medidas mais
indicadas. Juliana é presidente da Comissão
de Curativos do Hospital VITA Batel, formada
por enfermeiros, fisioterapeutas, médicos,
nutricionistas e técnicos de enfermagem. Essa
comissão é responsável por implementar os
cuidados que previnem as lesões, e também
por avaliar os resultados e sugerir melhorias.
Segundo a enfermeira Neidamar Fugaça, gerente geral de Operações do Hospital VITA Batel, os cuidados com a pele são extremamente
importantes e dizem muito sobre a qualidade
de atendimento de um hospital: “Nos nossos
programas de qualidade, as ocorrências de
úlcera de pressão estão entre os indicadores
mais importantes”, diz Neidamar, “e o prêmio
concedido pela 3M é o reconhecimento do
esforço de toda a nossa equipe para proteger
e dar conforto aos pacientes”.
19
em rede
Foco no entrosamento
O Focus Group reúne representantes dos Hospitais VITA
Curitiba e VITA Batel e das operadoras de saúde, o que
permite melhorar a comunicação e encontrar soluções
para aperfeiçoar os serviços prestados ao paciente
Quando hospitais, que realizam os tratamentos, e as operadoras de saúde, que são
responsáveis por custeá-los, mantêm uma
comunicação clara e produtiva, os maiores beneficiados são os pacientes. E foi justamente
para permitir uma melhor troca de informações e ideias que os Hospitais VITA Curitiba e
VITA Batel criaram o Focus Group, um grupo
de trabalho que se reúne a cada dois meses,
composto por colaboradores dos Hospitais e
por representantes das operadoras de saúde.
“O principal objetivo do Focus Group é
compartilhar estratégias e construir novos
projetos juntos”, explica Elaine Costa, gerente
administrativa e comercial dos Hospitais
VITA Batel e VITA Curitiba. Já foram realizadas seis reuniões, e atualmente participam
representantes das operadoras Bradesco, Sul
América, Amil, Fundação Copel, ICS, Fundação Sanepar, CEF, Correios, Fusex, Voam e
Unimed, além de gestores e representantes
técnicos dos Hospitais, normalmente médicos
e enfermeiros auditores.
Segundo Alexandre Raicherth, coordenador da
Qualidade dos Hospitais VITA Curitiba e VITA
Batel, as reuniões são uma oportunidade para
operadoras e Hospitais discutirem suas necessidades. “Foi graças a esse entendimento que
foi possível, por exemplo, elevar a agilidade
no atendimento cardiológico, o que aumenta
a segurança do paciente”, afirma Raicherth.
O Focus Group também é um espaço para
apresentar os resultados da gestão pela qualidade implementada em ambos os Hospitais,
que conquistaram certificados de Acreditação
para comprovar a excelência de seus serviços.
Neovida de casa nova
Ivo Xavier
A UTI neonatal e
pediátrica Neovida, que
ficava em instalações
à parte, foi transferida
para dentro do prédio
do Hospital VITA Volta
Redonda
seus pequenos pacientes, e mais
tranquilidade para os pais.
O Neovida, UTI neonatal e pediátrica do Hospital VITA Volta Redonda, está funcionando
desde junho em novas instalações dentro do
próprio Hospital, e não mais no prédio anexo
onde estava anteriormente. Com a mudança, o
Neovida fica mais próximo dos recursos de um
Hospital de nível internacional e assim pode
oferecer ainda mais segurança e conforto para
20
Elaine Costa
e Alexandre
Raicherth
“É uma mudança importante,
para trazer maior comodidade
para os bebês e as crianças”, explica o médico Ivo Xavier, diretor técnico do Neovida.
“Nossos pacientes já tinham acesso a todos
esses recursos, mas a distância, mesmo que
de uns poucos quarteirões, sempre implicava
em deslocamentos extras”. Segundo ele, houve
também uma otimização de espaço, porque
o Hospital VITA Volta Redonda dispõe de
São duas reuniões bimestrais, realizadas nos
auditórios dos Hospitais VITA Curitiba e VITA
Batel, com uma semana de diferença, e seguidas de almoço de confraternização. O tema da
próxima é “Parceria para Excelência”, quando
o grupo deve discutir como as operadoras
também podem tirar proveito de processos de
Acreditação em suas próprias organizações.
uma série de estruturas administrativas que
agora também estarão a serviço do Neovida.
“Disponibilizamos também um aumento do
número de leitos em relação à estrutura atual;
além disso, contamos com novas e modernas
instalações com o que há de mais atual no
setor”, complementa.
O Neovida dispõe de 19 leitos de UTI, dos
quais seis pediátricos, para pacientes com
idades entre 28 dias e 14 anos; e 13 neonatais, para bebês com até 28 dias. A unidade
está preparada para receber bebês que
nasceram extremamente prematuros, com
baixo peso. No outro extremo das idades, se
houver orientação do médico pediatra da
criança, o Neovida também atende pacientes
entre 14 e 18 anos.
“Trata-se de uma mudança estratégica e
oportuna”, comenta Ivo Xavier. “Vamos obter
ganhos interessantes, de rapidez, de facilidade
de acesso a médicos de outras especialidades,
entre outras vantagens”.
perfil
Marta faz da adaptação sua
maior qualidade
Marta Fragoso
prato preferido:
carnes
hobby: viajar
esporte: caminhar
característica:
“Eu me adapto
facilmente”
plano B: abrir um
restaurante
Marta com Almir e
Camila, no Central Park,
Nova York, em 2011
Para realizar seu trabalho de médica epidemiologista, Marta Fragoso
precisa reunir qualidades de administradora, médica e economista, além de
habilidades sociais; ela tira isso de letra e credita seu talento à capacidade de
adaptação que a vida lhe ensinou
A cidade de Palmas, no Paraná, próxima à fronteira
com Santa Catarina, é uma das mais frias do País. Foi
ali que Marta Francisca de Fátima Fragoso nasceu,
em uma família bastante simples, e viveu até os oito
anos de idade. “Durante a minha infância em Palmas,
era comum ver neve”, lembra Marta. Foi nessa idade
que ela foi adotada por uma família de Curitiba,
uma grande mudança na sua vida, mas que ela
encara com naturalidade. “Mais tarde, restabeleci os
vínculos com a minha família biológica, e não tenho
traumas por ter sido adotada”, diz
Marta. “Hoje, para mim, é como se
eu tivesse duas famílias que amo, a
que me adotou e a biológica”.
1989. Posteriormente, Marta também fez um curso
de especialização em Epidemiologia pela Fundação
Oswaldo Cruz, oferecido em conjunto com a Escola
de Saúde Pública do Paraná.
Uma doença na família adotiva
despertou a vocação de Marta pela
Medicina. Quando adolescente, seu
avô ficou dois anos em coma, dentro
de casa, e Marta ajudou a cuidar
dele: “por causa disso, perceberam
que eu tinha uma tendência em
atender, e sugeriram que eu trabalhasse na área da Saúde”. Inicialmente, em dúvida entre
Medicina, Odontologia e Enfermagem, Marta acabou
se decidindo pela Medicina quando conseguiu passar
no vestibular da Universidade
Federal do Paraná (UFPR).
“O que me atraiu foi a Epidemiologia Hospitalar”, diz
Marta. “Percebi que ali havia muitas possibilidades para
contribuir com o trabalho em um hospital”. O nome da
especialidade costuma confundir os leigos: o Epidemiologista pode ser descrito, a grosso modo, como um
médico que usa a matemática e estatística para estudar
com que frequência e em que condições determinadas
doenças ocorrem, e pode sugerir medidas preventivas
para preveni-las e combatê-las. É uma especialidade particularmente importante dentro do ambiente hospitalar.
Estava em seu segundo ano de
residência médica, após concluir
a faculdade, quando conheceu o
Serviço de Controle de Infecção
Hospitalar do Hospital de Clínicas
da UFPR e percebeu que era algo
de que gostava de fazer: “eu me
encantei com a atividade”, conta
Marta. O entusiasmo da aluna
contribuiu para que a médica chefe
do Serviço, Maria Terezinha Carneiro
Leão, juntamente com outros professores da UFPR, criasse a residência de
Infectologia, até então inexistente, e da
qual Marta foi a primeira residente, em
Em outubro de 2005 foi convidada para fazer parte
do corpo clínico do Hospital VITA Batel, que seria
inaugurado daí a dois meses. “Aceitei e me tornei a
responsável pelo Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar”. Em 2007, Marta assumiu a Gerência Médica
do Hospital, e em 2008 passou a trabalhar também
para o Hospital VITA Curitiba, como gerente do Núcleo
de Gerenciamento da Segurança Assistencial (NGSA),
que atende ambos os Hospitais.
Segundo Marta, existe uma grande demanda por
médicos epidemiologistas: “É como um misto entre
médico e administrador”, diz Marta; “é preciso entender de limpeza e desinfecção, dos fluxos internos
do Hospital, ter uma convivência harmônica com
as outras especialidades, além de gostar de analisar
dados epidemiológicos”. Ela reconhece que, modéstia à parte, se dá bem no segmento por conseguir
equilibrar essas várias características.
Marta mora em Curitiba e é casada com Almir, geógrafo. Eles têm duas filhas, a Camila, de 16 anos, e
a Janaína, de 26, que estuda Psicologia. Nas horas
vagas, Marta prefere relaxar e viajar com a família.
Dizem os conhecidos que Marta é uma ótima cozinheira: “Se a Medicina não der certo, sempre posso
abrir um restaurante”, brinca. Ela adora preparar
carnes, mas também faz ótimos peixe e massas.
21
histórias de nossa VITA
Às vezes, eu queria ser um super-herói
Ligia Piola
“Não quero adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra
metade velhice! Crianças, para que
não esqueçam o valor do vento
no rosto; e velhos, para que nunca
tenham pressa.”
(Oscar Wilde)
Talvez nem todos se lembrem de uma notícia
veiculada em novembro de 2007.
Um menino de cinco anos, vestindo a camisa
do Homem-Aranha, salvou uma bebê durante
um incêndio na cidade de Palmeira, 236 km a
oeste de Florianópolis. O menino brincava de
super-herói no quintal de sua casa. A bebê tinha um ano e dez meses, filha de uma vizinha.
Vendo o desespero da mãe-vizinha, que dizia
que a bebê havia ficado em um dos quartos da
casa, o garoto decidiu tentar salvar a criança.
Entrou na casa, tirou a bebê do berço e, com
dificuldades, trouxe a menina para o pátio,
longe do perigo. Ninguém se feriu. O Corpo
de Bombeiros foi acionado logo após ele ter
resgatado a menina. O incêndio consumiu
cerca de 80% da casa, que era de madeira e
tinha aproximadamente 50m2. “Disse que não
tinha medo porque era o Homem-Aranha”,
conta o soldado do Corpo de Bombeiros local.
“Não chora tia, fica tranquila que eu salvo a sua
filha.” O menino-herói não tem mãe: foi abandonado aos 11 meses de vida e vive com uma
tia. Também já decidiu que vai trocar o uniforme
de super-herói pelo de “herói” quando crescer:
vai ser Bombeiro. Os Bombeiros elogiaram o
garoto e admitiram que ficaram ainda mais
inspirados em salvar vidas após o ato heróico.
“Carro de bombeiros
sirene e cor rasgando
névoa matinal.”
(Teruko Oda)
Seria esse o motivo que provoca paixão em
alguns garotos? O som alucinante da sirene
e o vermelho fulgurante do carro? Ou seria o
desafio? Um super-herói mais próximo da realidade? Ou apenas a vontade de fazer o bem?
Em 2009, Silvio Mendes Binhoti Jr estava
22
internado na Maternidade
VITA Volta Redonda com
o diagnóstico de paralisia
e atrofia muscular. E seu
aniversário estava se aproximando, sem que houvesse
previsão de alta.
O que fazer para deixá-lo
mais feliz nessa data especial
longe de casa? É o que lhe
foi perguntado. E ele respondeu que queria um carro de
Bombeiros, pois seu sonho
era ser Bombeiro.
E não sabemos se houve
pó de pirlimpimpim, ou se
alguém pronunciou palavras
mágicas... mas seu sonho se
concretizou de forma toda
especial.
Alguém no Hospital conhecia
um Bombeiro, que por sua
vez se prontificou a ajudar, quem sabe fazendo uma visita ao aniversariante ou...
Surpresa! Eis que chegam na Maternidade
um carro de Bombeiros, repleto de Bombeiros
super-uniformizados e uma ambulância, com
sirenes ligadas, para prestar solidariedade
ao Silvio.
Tudo virou uma festa e Silvio saiu para passear
pelo bairro no carro de Bombeiros, batendo
palmas com muita alegria. A emoção foi total
e contagiante. Chorava Silvio, choravam os
Bombeiros. Conversando com o soldado Sr.
Rogério Lemos, que participou do evento e
se lembra direitinho de como tudo ocorreu
na época, soubemos que descobriram que
o menino é vascaíno e levaram a camisa do
Vasco, cantaram com Silvio o hino do time...
imaginem só! Um aniversário realmente
inesquecível.
Parabéns aos que acreditam. Parabéns aos
que têm fé na vida. E como diz o Restart em
sua música Super-Herói - Não é Fácil, “não
quero imitar Deus ou coisa assim / só quero
encontrar o que é melhor em mim / ser mais
do que alguém que sai num jornal / mais do
que um rosto num comercial / e não é fácil
viver assim / posso estar confuso, mas vou
me lembrar / que os heróis também podem
sonhar / sou só mais alguém querendo
encontrar / a minha própria forma de amar”.
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