avaliação de variedades de mandioca tipo mesa

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Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia
CONTECC’ 2015
Centro de Eventos do Ceará - Fortaleza - CE
15 a 18 de setembro de 2015
AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE MANDIOCA TIPO MESA
CÍCERO LUIZ CALAZANS DE LIMA1*, EDJANE ULISSES DOS ANJOS2,
ANTONIO DIAS SANTIAGO3, ANTÔNIO PACÍFICO DOS SANTOS JUNIOR4,
ALLAN ANDERSON SANTANA4
1
Dr. Professor Agronomia, UFAL, Rio Largo-AL. Fone: (82) 3214-1317, [email protected]
Mestrando Agronomia, UFAL, Rio Largo-AL. Fone: (82) 3214-1317, [email protected]
3
Dr. Pesquisador, EMBRAPA, Rio Largo-AL. Fone: (82) 3261-1322,, [email protected].
4
Acadêmico Engenharia Agronômica, Rio Largo-AL. Fone: (82) 3214-1317, [email protected]
5
Acadêmico Engenharia Agronômica, Rio Largo-AL. Fone: (82) 3214-1317, [email protected]
2
Apresentado no
Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia – CONTECC’ 2015
15 a 18 de setembro de 2015 - Fortaleza-CE, Brasil
RESUMO: Uma das mais importantes fontes de carboidratos no mundo tropical, a mandioca tem um
papel importante na alimentação humana. Utilizada na forma de matéria prima para a indústria de
processamento da farinha, amido, etanol, fécula e ração animal. Isto posto objetivou-se no presente
trabalho, avaliar o potencial produtivo de nove variedades de mandioca tipo mesa. O experimento foi
conduzido no Centro de Ciências Agrárias – CECA da Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Rio
Largo, AL no período de julho de 2013 a setembro de 2014. As variedades avaliadas foram: Dona
Diva, Mineira, Híbrido 1692, Rosinha, Híbrido 1722, Rosa, Saracura, Manteiga e Boa Mesa Clara. O
delineamento utilizado foi em blocos ao acaso, com nove tratamentos e quatro repetições. As
variedades Saracura, Rosinha, Manteiga, Boa Mesa Clara, Dona Diva e Rosa, apresentaram os
melhores resultados para a alimentação humana. Considerando as variáveis altura da planta (AP),
produção da parte aérea (PPA) e produção de raízes (PR). As variedades Saracura, Rosinha, Manteiga,
Boa Mesa Clara, Dona Diva e Rosa, apresentaram melhores resultados para a alimentação humana,
enquanto que As variedades Saracura, Rosinha, Boa mesa clara e manteiga apresentaram aptidão para
alimentação humana e animal.
PALAVRAS–CHAVE: raízes, macaxeira, folhas, produção, alimento.
VARIETY EVALUATION YUCCA MESA TYPE
ABSTRACT: One of the most important sources of carbohydrates in the tropical world, cassava plays
an important role in food. In the raw material for the processing industry flour, starch, ethanol, starch
and animal feed. That said, the aim of the present study was to evaluate the productive potential of
nine varieties of cassava type mesa. The experiment was conducted at the Centre for Agricultural
Sciences - CECA - Federal University of Alagoas - UFAL, Rio Largo, AL from July 2013 to
September 2014. The varieties were evaluated: Dona Diva, Minera, Hybrid 1692, Rosinha, Hybrid
1722, Rosa, Saracura, manteiga and Boa Mesa Clara. The design was a randomized blocks, with nine
treatment and four replications. The varieties Saracura, Rosinha, Manteiga, Boa Mesa Clara, Dona
Diva and Rosa, showed better results for human consumption. Considering the variables plant height
(AP), shoot production (PPA) and root production (PR). The varieties Saracura, Rosinha, manteiga,
Boa Mesa Clara, Dona Diva e Rosa, showed better results for human consumption, while the Saracura
varieties, Rosinha, Boa Mesa Clara and Manteiga showed aptitude for human and animal food.
KEYWORDS: roots, cassava, leaves, production, food.
INTRODUÇÃO
A mandioca é uma cultura que constitui uma das fontes mais econômicas de carboidratos nos
trópicos, desempenhando um papel importante na alimentação humana e animal e como matéria prima
na indústria de processamento de farinha, amido e fécula. É considerada uma cultura de subsistência,
sendo a principal fonte de calorias para mais de quinhentos milhões de pessoas nos trópicos, com
produção estimada 281,7 milhões de toneladas em 2014 (FAO, 2014).
A mandioca (Manihot esculenta, Crantz) representa uma cultura de grande distribuição
mundial. Sua produção está concentrada nos países em desenvolvimento, em que as raízes
desempenham papel fundamental como fonte de energia para alimentação humana e animal. A parte
aérea da mandioca (rama) não possui destinação adequada, porém apresenta teor de proteína bruta, em
média de 14,73%, o qual pode atingir valores próximos a 19%, a depender da espécie e da fração da
parte aérea analisada, e é considerado o terço superior mais rico neste nutriente (Souza et al., 2011).
No entanto são realizadas pesquisas que reportam o uso da parte aérea de mandioca como
fonte de proteína para ruminantes (Sath et al., 2008; Hue et al., 2010), já outros autores citam que
poderá ser utilizada na alimentação humana (Modesti et al., 2007; Teo et al., 2010).
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido na área experimental da Unidade Acadêmica Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal de Alagoas – Campus Delza Gitaí – Rio Largo – AL (latitude S
09°28`02”, longitude W 35°49`43”, altitude 127 m), no período de julho de 2013 a setembro de 2014.
O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Amarelo Coeso Argissólico com textura
média argilosa.
O preparo do solo constituiu-se de aração e gradagem, correção e adubação conforme
preconiza as recomendações para o cultivo da mandioca. A área de cada unidade experimental foi de
25 m² contendo 5 linhas com espaçamento de 1,0 m entre linhas e 0,5 m entre plantas com uma
população de 50 plantas por parcela, totalizando 1800 plantas em 900 m2 de área útil total do
experimento.
A altura das plantas foi medida utilizando uma trena milimetrada, tomando como ponto inicial
o colo da planta até o ponto do ramo mais alto da mesma, as raízes de plantas foram contadas e
pesadas individualmente para verificado o número de raízes por planta e peso de raízes por planta em
kg e posteriormente expressa sua produção em kg.ha-1. Para a produção da parte aérea foram pesados
todos os ramos e folhas e expresso em kg.ha-1.
O delineamento experimental adotado foi em blocos casualizados, contendo nove tratamentos,
com quatro repetições. Os tratamentos foram constituídos de nove variedades de mandioca de mesa,
oriundas do Centro Nacional de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA – Tabuleiros Costeiros), Rio
Largo – AL, conforme descritas: Dona Diva, Mineiro, Híbrido 1692, Rosinha (Testemunha), Híbrido
1722, Rosa, Saracura, Manteiga e Boa Mesa Clara. As variáveis avaliadas foram altura da planta (AP),
produção da parte aérea (PPA) e produção de raízes (PR), Foi aplicado o teste de Tukey a 5% para
comparação das médias utilizando o software Assistat, versão 7.7 beta. (Silva, 2002).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme os resultados dispostos na tabela 01 verificam-se que ocorreram diferenças
estatísticas significativas para as variáveis avaliadas alusivas as variedades de mandioca em estudo.
Na Tabela 01, percebe-se que a maior média de altura de plantas foi de 2,75 m, alcançada pelo
Híbrido 1692, que diferiu das variedades Saracura e Mineiro com 1,88 e 1,51 m respectivamente
(Tabela 01). Ao avaliar nove variedades de mandioca durante três anos, (Vidigal Filho, 2000) obteve
uma amplitude de 0,64 a 3,03 m para a altura de plantas. Em estudo de espécies do gênero Manihot, a
mandioca alcançou a segunda maior altura de planta com 1,07 m (Ferreira et al., 2009). Com exceção
para as variedades Mineira e saracura, a altura de planta foi considerada satisfatória para as demais
variedades, com altura superior a 2 m, o que pode conferir maior rendimento de massa aérea para fins
de alimentação animal.
A altura da planta não teve relação determinante para o peso da parte aérea para a maioria das
variedades. Apesar do Híbrido 1692 ter alcançado o maior porte, o maior rendimento de biomassa
aérea foi obtido pela variedade Boa Mesa Clara, diferindo da Mineira. A divergência entre altura da
planta e peso da parte aérea deve-se a arquitetura, morfologia, fisiologia, ramificação, espessura e
densidade da matéria vegetal das plantas, cujas variedades têm suas peculiaridades.
A produção da parte aérea das variedades variou entre 14,96 e 3,42 t.ha-1 com média de 10,82 t.ha-1,
essa variação foi também observada em outros trabalhos quando estudado o comportamento de
variedades por Vidigal Filho, (2000) ao avaliar variedades de mandioca durante três anos, obteve uma
produtividade média de 15,77 t.ha-1, uma amplitude de 27,2 t.ha-1. Oliveira, (2010) obteve 4,5 t.ha-1 de
massa aérea da mandioca, observando também o aumento de produtividade em função da época de
colheita a partir 300 dias após o plantio.
Tabela 01. Valores médios de cultivares de mandioca relativos à altura da planta (AP), produção da
parte aérea (PPA) e produção de raízes (PR)
Tratamento
Dona Diva
AP
m
PPA
(t ha-1)
PR
(t ha-1 )
2,26 abc
9,66 ab
20,26 ab
Mineira
1,51 c
3,42 b
8,62 b
Híbrido 1692
2,75 a
10,69 a
20,60 ab
Rosinha
2,30 ab
12,83 a
21,94 ab
Híbrido 1722
2,34 ab
Rosa
2,40 ab
11,64 a
14,04 ab
Saracura
1,88 bc
10,83 a
27,96 a
Manteiga
2,19 abc
10,31 ab
21,93 ab
2,57 ab
14,24
14,24 a
28,27
19,09 ab
33,88
Boa Mesa Clara
CV (%)
F
5,0741**
9,54 ab
3,9403 **
20,21 ab
2,7069*
Médias seguidas das mesmas letras nas colunas, não diferem pelo teste de Tukey * * (p≤0,01%) e * (p≤0,05%).
A produtividade de parte aérea tende a aumentar quando submetido a poda, (Ferreira Filho
2007) alcançou produtividade de aproximadamente 132 t ha-1 de massa aérea de mandioca submetidas
a quatro intervalos de corte, um valor muito alto comparado com outros trabalhos atuais.
A principal finalidade da parte aérea da mandioca é o fornecimento de ração para alimentação animal
em diversas formas. Os valores da massa aérea de mandioca obtidos representam uma boa fonte de
alimentação alternativa para os rebanhos do semiárido nordestino no período de escassez de alimentos.
A maior produtividade de raízes foi obtida pela variedade Saracura, com aproximadamente 28
t.ha-1, diferindo apenas da Mineira com 8,62 t.ha-1, (Tabela 1). Esses valores são considerados
elevados visto que, as variedades de mandioca de mesa geralmente apresentam baixa produtividade,
comparando com as variedades para fins industriais.
Com exceção da variedade Mineira, todas as variedades apresentaram produtividade de raízes
suficiente, considerando a produtividade média nacional de 14 t.ha-1. Os valores médios do presente
trabalho foram próximos daquele alcançados por Vidigal Filho (2000), com produtividade média de
23,14 t.ha-1 de raízes de mandioca e Mezette, (2009) que alcançou produtividade média total de raízes
de 21,47 t.ha-1.
Comparando a produtividade de raízes obtida no presente trabalho com as mesmas variedades
estudadas por outros autores, obtiveram-se resultados superiores para as variedades Saracura e
Manteiga, quando comparadas com os valores obtidos por Borges, (2002), que obteve produtividade
de raízes de 23,99 e 18,03 t.ha-1. Respectivamente para as variedades as variedades Saracura e
Manteiga. Resultados semelhantes foram observados para a variedade Rosinha, com variação menor
que (01)uma t.ha-1 (Diniz, 2009).
A produtividade de raízes se manifesta com um significativo aumento de produção em função
do aumento do tempo de colheita, por outro lado, apresenta redução quando submetida à poda da parte
aérea. O aumento da frequência da poda e o intervalo entre a poda e a colheita resultam na diminuição
do rendimento de raízes, respondendo diretamente a sua severidade, indicando que o rendimento das
raízes tuberosas de mandioca ocorre simultaneamente à parte aérea, (Oliveira, 2005; Vidigal Filho,
2010). Este fato exige um planejamento do manejo da cultura baseado nos objetivos e finalidades de
produção pretendidas.
CONCLUSÕES
1. As variedades Saracura, Rosinha, Manteiga, Boa Mesa Clara, Dona Diva e Rosa obtiveram
os melhores resultados para o consumo humano para a maioria das características avaliadas para este
fim.
2. As variedades Saracura, Rosinha, Boa Mesa Clara e Manteiga se destacaram como
variedades mistas tanto para alimentação humana quanto animal.
3. Todas as variedades apresentaram potencial para alimentação animal, com exceção da
Mineira e Rosa.
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