A Percepção do Conceito de Região Pelos Acadêmicos(as)

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A PERCEPÇÃO DO CONCEITO DE REGIÃO PELOS ACADÊMICOS (AS ) DO CURSO DE GEOGRAFIA DA
UEG – ANÁPOLIS (ANÁLISE PARCIAL DO QUESTIONÁRIO )
FRANÇA, Karla Christina Batista de.UEG1
Orientadora: Profª. Msc. PAULA,Flávia Maria de Assis.2
RESUMO
A presente pesquisa procurou fazer uma análise e uma reflexão sobre o conceito de Região na
concepção dos acadêmicos do curso de Geografia da UEG Anápolis. A metodologia consistiu
inicialmente, em analisar o conceito de região ao longo da história do Pensamento Geográfico
visando um maior embasamento teórico da pesquisa em questão. Posteriormente foram aplicados
os questionários/entrevistas por amostragem com os acadêmicos de todos os anos para melhor
apreender o processo de construção de tal conceito. Finalmente espera-se que este estudo permita
que o conhecimento da prática de ensino em Geografia seja ampliado além de contribuir para que
as dificuldades que os acadêmicos (as) possuem no decorrer de sua formação de conceitos seja
superada, possibilitando a elaboração de um entendimento do conceito de Região que lhe
possibilite lidar com ele de forma articulada e com vinculações definidas a linhas teóricas
explícitas.Atualmente , a Região e a Geografia passam por mudanças conceituais e
metodológicas significativas atreladas à renovação no pensamento científico e social
contemporâneo inserido no processo de globalização e da pós- modernidade.A pesquisa apresenta
a análise dos dados coletados por meio dos questionários aplicado aos acadêmicos (as), são dados
parciais já que são considerados até o presente momento, somente as questões objetivas.
Palavras - chaves: Região/ Ensino de Geografia / Construção de conceitos
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa tem como foco central a análise do conceito de Região apreendido pelos
acadêmicos (as) do curso de Geografia. Este conceito ao longo da tradição dos estudos sobre a
história do Pensamento Geográfico tem sido discutido, formulado e reformulado, e ainda hoje
anima discussões epistemológicas e pesquisas enriquecedoras para a Geografia.
Como conseqüência, a região, ora aparece com maior destaque, como base da análise
geográfica, ora se mostra menos significativa, ou mesmo chega a ser questionada de sua
importância e também de sua existência. A utilização do termo entre os geógrafos, no entanto,
não se faz de modo harmônico; pois ao conceituarmos região, implicitamente ou de modo
explícito estamos nos apropriamos de uma das correntes do Pensamento Geográfico.
M ATERIAL E MÉTODOS
ÁREA DE ESTUDO-
Geografia, Ensino de Geografia e Teoria do Conhecimento em
Geografia.
EMBASAMENTO TEÓRICO- A noção de região está presente no domínio da linguagem do
senso – comum com princípios fundamentais de localização, extensão, expressões como, “região
rica”, “região pobre” entre outras, no domínio administrativo, onde a região é vista como unidade
administrativa, base de controle e no domínio da ciência em geral, nos quais o emprego da noção
de região associa-se também a idéia de localização de determinados fenômenos que é vista
conforme Gomes (1995; p. 63) “como área sob um certo domínio ou área definida por uma
regularidade de propriedades que a definem”.
As muitas concepções que permearam o significado de região transmutaram-se tanto ao
longo das discussões do Pensamento Geográfico e foram tão variadas e por vezes contraditórias
as suas formulações que muitos geógrafos na contemporaneidade chegam mesmo a afirmar que a
região não exista, o que é um equívoco, conforme esclarece Carvalho (2002; p. 148) “mesmo que
se afirmem que a região não mais exista, continuaremos a vivê- la ou assisti- la nas diversas
expressões materializadas na sociedade e utilizada como mecanismos de ações políticas de
planejamento”.
Nossa pretensão ao realizar uma exposição introdutória do conceito de região no contexto
do Pensamento Geográfico, é pertinente para que no processo de globalização os acadêmicos (as)
agreguem a construção de conhecimentos, novas possibilidades metodológicas para a região,
pois diante da descrença da validez deste conceito nesses tempos de globalização, fica a acertada
de Santos (1997; p. 197) que “a região continua a existir, mas com um nível de complexibilidade
jamais visto pelo homem”.
CONFECÇÃO / APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO – A elaboração do questionário se fez
necessário após a contextualização do conceito de região para o prosseguimento da pesquisa e a
sua aplicação ocorreu nos meses de Agosto e Setembro do ano de 2005, em todos os anos de
graduação do curso de Geografia da UEG – Anápolis, por amostragem; para compreendermos
como este conceito é apreendido, as quais linhas do Pensamento Geográfico está vinculado, as
dificuldades atribuídas a este conceito e sua importância para a atualidade.Foram aplicados cerca
de 60(sessenta) questionários contendo questões subjetivas e objetivas, destes, 20(vinte) foram
analisados.
ANÁLISE DA COLETA DE DADOS - Os dados que foram analisados na presente pesquisa,
são resultados parciais. Tais dados foram agrupados, selecionados e analisados referindo-se as
questões objetivas. O questionário possui cinco questões subjetivas e dezoito questões objetivas
em que os acadêmicos (as) devem vincular a coluna referente a cada corrente do Pensamento
Geográfico são elas: Geografia Tradicional, Geografia Regional, Nova Geografia, Geografia
Crítica Marxista, Geografia Crítica Humanista.
Dos 20 (vinte) questionários analisados, 85% dos acadêmicos (as) obtiveram acima de
doze acertos no que envolve as questões objetivas. Os acadêmicos (as) do segundo ano do curso
se destacam, este fato pode ser explicado, por neste ano, constar na grade curricular a disciplina
Teoria da Região e Regionalização, cujo o objetivo que os acadêmicos (as) caracterizem as
correntes do Pensamento Geográfico e o conceito de região como elemento fundamental do
processo de regionalização e organização do espaço geográfico.
No primeiro ano do curso a margem de questionários que não obtiveram acima de doze
acertos foi significativa; 80%. Os acadêmicos (as) vincularam as respostas a correntes do
Pensamento Geográfico erradas ou absteram-se. Tal fato pode ser explicado parcialmente, já que
no primeiro ano os alunos não possuem um contato significativo com o conceito de região, no
entanto consta na grade curricular a disciplina Teoria do Conhecimento em Geografia que
caracteriza as correntes filosóficas que influenciam a constituição do saber em diversas linhagens,
tais como, o Positivismo, o Neopositivismo, o Marxismo, a Fenomenologia; características essas
que poderiam ser identificadas nas questões objetivas do questionário e não foram percebidas em
sua maioria pelos acadêmicos do primeiro ano.
No terceiro ano, 100% dos acadêmicos (as) obtiveram acima de doze acertos; entretanto
as questões que erraram em grande parte dos questionários aplicados neste ano se referem a
características de identificação em relação à Nova Geografia. Grande parte dos acadêmicos (as)
não souberam, a institucionalização desta corrente, que tem como marco os anos de 1950, o
geógrafo que contribuiu significativamente para o seu desenvolvimento foi Schaefer, a maioria
dos acadêmicos (as) desconheciam e também que esta corrente se preocupou com as leis
cientificas criticando, a descrição e a falta de cientificidade da Geografia Clássica (entendida
como a Geografia Tradicional e a Geografia Regional).
No quarto ano do curso, 80% dos acadêmicos (as) obtiveram acima de doze acertos,
entretanto suas dificuldades são parecidas com as que observamos nos acadêmicos (as) do
terceiro ano.
Em breve serão analisados as respostas das questões subjetivas, no entanto, do ponto de
vista qualitativo, houve diferenças entre as respostas dos alunos do quarto e do primeiro anos.
Entretanto, essas diferenças estão na forma de exposição, em que os alunos do quarto ano
apresentam melhor nível na elaboração das respostas do questionário, mas não nas habilidades
cognitivas que expressariam capacidade de lidar com o conceito de forma articulada e com
vinculações definidas a linhas teóricas explicitas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS PARA NÃO CONCLUIR – A pesquisa ainda está em andamento, os
demais questionários serão analisados. Esses dados parciais relatam que os acadêmicos no geral
obtiveram resultados satisfatórios em relação, as questões objetivas, entretanto as dificuldades até
o momento percebidos estão relacionadas a compreensão dos elementos que identificam a região
nas correntes do Pensamento Geográfico, em específico a Nova Geografia, esta dificuldade
poderia ser parcialmente minimizada com o aprofundamento de leituras.
Quanto as questões subjetivas, numa pré- análise superficial, os acadêmicos (as) relatam a
complexidade dos textos referentes a disciplina, e que este conceito na visão da maioria dos
acadêmicos pesquisados, desejam um conceito pronto e acabado. Os acadêmicos deveriam
perceber que se este conceito fosse estático, cristalizado no tempo como desejam, estes não
conseguiriam compreender a especificidade da região nas modelações novas e próprias do mundo
atual
como:
a
homogeneização/fragmentação,
integração/desintegração,
enraizamento/desenraizamento, identidade/ não- identidade, tipicidade/ padronicidade e nem ao
longo da história do Pensamento Geográfico, afinal, todo o conhecimento científico é dinâmico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS :
CARVALHO, Gisélia Lima. Região: a evolução de uma categoria de análise da geografia.
Boletim Goiano de Geografia. 22 (1): 135-153. jan./jun. 2002.
GOMES, Paulo C. da Costa. O Conceito de Região e sua discussão. In: CASTRO, Iná
Elias de et al. (org.). Geografia: Conceitos e Temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
SANTOS, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as ciências. Porto/Portugal: Edições
Afrontamento, 1997.
1
Acadêmica do 4° ano do curso de geografia da Universidade Estadual de Goiás – Unidade Universitária de
Ciências Sócio – Econômicas e Humanas. E-mail [email protected]/[email protected].
2 Professora do curso de geografia da UEG – Anápolis -GO. Mestre em Geografia pelo Instituto de Estudos SócioAmbientais /UFG.
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