I=V - IPS

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44––Conversão
ConversãoAnalógica/Digital
Analógica/Digital
No mundo real a operação de amostragem, discutida no capítulo 2, é
realizada por intermédio de um circuito amostrador-retentor (sample and
hold – S/H) que amostra e mantém o nível da tensão amostrada, entre
duas amostras consecutivas (figura 4.1).
n
Figura 4.1 – Sistema Sample and Hold.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-1
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44––Conversão
ConversãoAnalógica/Digital
Analógica/Digital(cont.)
(cont.)
Da operação de amostragem resulta um sinal em degrau, com a forma
típica ilustrada na figura 4.2.
n
A etapa que se segue à amostragem, consiste em quantificar os valores
das amostras do sinal analógico. A operação de quantificação é realizada
por um conversor analógico para digital (analog to digital converter –
ADC).
V
n
Figura 4.2 – Sinal em degrau na saída do Sample and Hold.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-2
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ConversãoAnalógica/Digital
Analógica/Digital(cont.)
(cont.)
A quantificação pode ser interpretada como uma classificação das
amostras do sinal, relativamente a níveis de tensão pré-determinados. Por
exemplo, para classificar as amostras da figura 4.2 em dois grupos, pode
escolher-se um nível “a” como se mostra na figura 4.3.
n
V
Figura 4.3 – Quantificação das amostras relativamente a 1 nível.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-3
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Analógica/Digital(cont.)
(cont.)
Assim, todas amostras acima ou iguais ao nível “a” pertencem, por
hipótese, ao “grupo 1”, e aquelas cujos valores se encontram abaixo do
nível “a” pertencem ao “grupo 0”. Com base neste critério, as amostras
geram a sequência de zeros (0s) e uns (1s), ilustrada na figura 4.4, que
constitui um exemplo da quantificação das amostras utilizando um único
bit.
V
Figura 4.4 – Quantificação com 1 bit.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-4
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ConversãoAnalógica/Digital
Analógica/Digital(cont.)
(cont.)
Se forem usados dois bits para quantificar as amostras do sinal
analógico, são definidos quatro níveis de tensão, que podem ser
igualmente espaçados, para quantificar os valores das amostras (figura
4.5). O sinal pode assim, ser quantificado em quatro grupos (00, 01, 10,
11), como se mostra na figura 4.6.
n
V
Figura 4.5 – Quantificação com quatro níveis.
Octávio Páscoa Dias
V
Figura 4.6 – Quantificação com 2 bits.
cap.4-5
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ConversãoAnalógica/Digital
Analógica/Digital(cont.)
(cont.)
Dos exemplos apresentados pode concluir-se que quanto maior for o
número de níveis usados na quantificação, maior é a precisão com que é
descrito o sinal analógico, isto é, mais precisa é a conversão A/D. Deste
modo, se forem usados ADCs de 10 bits ou de 12 bits, as amostras podem
ser quantificadas em 210 (1024) ou 212 (4096) níveis.
n
nAssim,
para um sinal analógico que varie entre 0 e 5 volts o bit menos
significativo (least significant bit - LSB), ou seja, um único bit,
corresponde a 4,88 mV para um ADC de 10 bits, e a 1,22 mV para um
ADC de 12 bits, uma vez que,
5
5
= 4,88 mV , e
= 1,22 mV
1024
4096
Octávio Páscoa Dias
cap.4-6
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ConversãoAnalógica/Digital
Analógica/Digital(cont.)
(cont.)
Comparando os níveis quantificados com o sinal analógico original,
pode avaliar-se o erro introduzido pela conversão A/D (figura 4.7). Estes
erros produzem um efeito designado por ruído de quantificação.
n
V
Figura 4.7 – Erro de quantificação.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-7
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44––Conversão
ConversãoAnalógica/Digital
Analógica/Digital(cont.)
(cont.)
Os exemplos referidos até agora, relacionam-se com a quantificação
uniforme, assim designada pelo facto dos níveis estarem igualmente
espaçados (figura 4.8).
n
Figura 5.8 – Quantificação uniforme.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-8
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44––Conversão
ConversãoAnalógica/Digital
Analógica/Digital(cont.)
(cont.)
Porém, nem sempre, a utilização da quantificação uniforme conduz aos
melhores resultados para a conversão A/D. De facto, por exemplo na
língua inglesa, numa conversação, existem sons tipicamente de maior
amplitude, por exemplo as vogais, e outros de muito menor amplitude,
como as consoantes. Na figura 4.9 apresenta-se a forma de onda típica de
uma conversação.
n
Figura 4.9 – Forma de onda típica de uma conversação.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-9
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55––Conversão
ConversãoAnalógica/Digital
Analógica/Digital(cont.)
(cont.)
Para o exemplo da figura 5.10, a quantificação uniforme (figura 4.11)
pode assegurar uma representação adequada para as amplitudes elevadas,
mas revela-se inadequada para as amplitudes mais reduzidas que
acabariam por ser quantificadas num mesmo nível, isto é, representadas
pelo mesmo valor binário.
n
Figura 5.10 – Forma de onda típica de um discurso.
Octávio Páscoa Dias
Figura 5.11 – Quantificação uniforme de um discurso.
cap.4-10
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44––Conversão
ConversãoAnalógica/Digital
Analógica/Digital(cont.)
(cont.)
Isto significa que uma quantificação que codifique diferentemente as
componentes de maior amplitude e as de menor amplitude de um mesmo
sinal conduz a uma melhor qualidade do sinal obtido à saída da cadeia de
processamento. Para sinais com as características do que se representa na
figura 4.12, a quantificação não-uniforme (figura 4.13) pode constituir
uma solução possível.
n
Figura 4.12 – Amplitude das componentes de um discurso típico
Octávio Páscoa Dias
Figura 4.13 – Quantificação não-uniforme do discurso.
cap.4-11
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44––Conversão
ConversãoAnalógica/Digital
Analógica/Digital(cont.)
(cont.)
Na prática é usual a utilização da quantificação uniforme acompanhada
pela compressão das componentes do sinal com maior amplitude,
deixando quase inalteradas as componentes de amplitudes mais reduzidas.
n
O resultado final é semelhante ao da quantificação não-uniforme. Após
o processamento, o sinal é restaurado à saída usando a descompressão das
componentes do sinal previamente comprimidas.
n
Este processo de compressão e de descompressão é designado por
companding (COMpressing and exPANDING).
n
Octávio Páscoa Dias
cap.4-12
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4.1
4.1––Tipos
Tiposde
deADCs
ADCs
Existem diversos tipos de ADCs disponíveis no mercado, contendo
alguns deles o S/H já incluído no circuito intrgrado. Em seguida é feita a
descrição do princípio de funcionamento de alguns dos tipos ADC mais
populares.
n
ADC
ADCFlash
Flash
n O método flash utilitiza circuitos comparadores que realizam a
comparação das tensões de referência com o sinal analógico de entrada.
Quando a tensão analógica excede a tensão de referência num dado
comparador a saída desse comparador assume o valor “alto”.
A figura 4.14 mostra um conversor AD flash de 3 bits, que utiliza sete
circuitos comparadores para realizar a conversão.
n
Octávio Páscoa Dias
cap.4-13
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ADC
ADCFlash
Flash(cont.)
(cont.)
Figura 4.14 – Conversor AD flash de 3 bits.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-14
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ADC
ADCFlash
Flash(cont.)
(cont.)
Este tipo de conversor não necessita de comparador para detectar a
tensão analógica que corresponde ao zero, uma vez que nessa situação
todos os sete comparadores têm a saída a zero, sendo portanto suficientes
para interpretar o nível zero da tensão analógica na entrada. Do mesmo
modo, um ADC flash de 4 bits necessita de 15 circuitos comparadores.
Seguindo este raciocínio, pode concluir-se que os conversores de
analógico para digital do tipo flash (ADC flash) necessitam de 2n-1
comparadores para realizarem a conversão A/D com um código binário de
n- bits.
n
A tensão de referência para cada comparador é fixada por um divisor de
tensão. A saída de cada comparador é ligada à entrada de um codificador
com prioridade (priority encoder).
n
Octávio Páscoa Dias
cap.4-15
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ADC
ADCFlash
Flash(cont.)
(cont.)
As tensões analógicas na entrada do codificador são amostradas por
intermédio de um impulso de relógio aplicado na entrada enable do
codificador, e um código de n-bits representa o valor do sinal analógico
presente na saída dos comparadores. A palavra binária correspondente à
tensão codificada é determinada pelo nível “alto” de maior ordem na
entrada da coluna de comparadores.
n
O ritmo do sinal de relógio que amostra o sinal analógico determina a
precisão com que a sequência de palavras digitais representam a entrada
analógica do ADC. De facto, quanto maior for o número de amostras
tomadas do sinal analógico, maior é a precisão com que o sinal analógico
é representado na forma digital.
n
Octávio Páscoa Dias
cap.4-16
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Exemplo 4.1
Determine as palavras binárias de 3 bits de saída do ADC flash, que representam cada uma das amostras
do sinal analógico, tomadas no flanco ascendente do impulso de relógio, como mostra a figura 4.15.
Figura 4.15 – Amostragem de um AD flash de 3 bits para o exemplo 4.1.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-17
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Solução:
Figura 4.16 – Codificação do conversor AD flash do exemplo 4.1.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-18
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ADC
ADCde
deAproximações
AproximaçõesSucessivas
Sucessivas
O ADC de aproximações sucessivas produz um código binário de n-bits
por intermédio da comparação do sinal de entrada, xs(t), com a saída de
um conversor digital-analógico (digital to analog converter – DAC). A
figura 4.17 mostra o diagrama básico de blocos de um ADC de
aproximações sucessivas, de 4 bits. O diagrama é constituído por um
DAC, um registo de aproximações sucessivas (sucessive aproximationregister – SAR) e por um comparador.
n
n
A operação básica deste tipo de ADC é a seguinte:
Os bits de entrada do DAC são sequencialmente colocados a “1”,
começando pelo bit de maior peso (most significant bit - MSB). De cada
vez que um bit é colocado a “1” a saída do comparador indica se a entrada
analógica é maior ou menor do que a saída do DAC.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-19
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ADC
ADCde
deAproximações
AproximaçõesSucessivas
Sucessivas(cont.)
(cont.)
Se a tensão produzida pelo DAC é maior do que o valor do sinal
analógico, a saída do comparador coloca a “0” o último bit da entrada do
DAC que assumiu o valor “1”. Se a saída do DAC é inferior ao sinal
analógico, então o último bit do DAC colocado a “1” é mantido naquele
valor. Estes procedimentos repetem-se para cada bit de entrada do DAC,
começando pelo MSB, em seguida o próximo bit mais significativo e
assim por diante, até ao bit de menor peso (least significante bit – LSB).
Para ilustrar o modo de operação do ADC de aproximações sucessivas,
considere-se o exemplo de uma conversão de 4 bits, que a figura 4.18,
mostra passo-a-passo.
n
Octávio Páscoa Dias
cap.4-20
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ADC
ADCde
deAproximações
AproximaçõesSucessivas
Sucessivas(cont.)
(cont.)
Neste exemplo, considera-se a conversão de uma tensão analógica de 5,1 V.
A conversão é realizada por intermédio de um ADC de aproximações
sucessivas, de quatro bits, com as seguintes características: VO=8 V para o
bit 23 (MSB), VO= 4 V para o bit 22, VO=2 V para o bit 21 e VO=1 V para o
bit 20 (LSB).
A figura 4.18 (a) mostra o primeiro passo do ciclo de conversão com o MSB
igual a 1. Nesta situação a saída do DAC é de 8 V. Como a saída do DAC é
maior do que o sinal analógico (5,1 V), então a saída do comparador coloca
o MSB do SAR a “0”;
Octávio Páscoa Dias
cap.4-21
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ADC
ADCde
deAproximações
AproximaçõesSucessivas
Sucessivas(cont.)
(cont.)
A figura 4.18 (b) ilustra o segundo passo do ciclo de conversão com o bit 22
colocado a “1”. Assim, o valor da saída do DAC é de 4 V, que sendo inferior
a 5,1 V (tensão analógica), faz com que a saída do comparador retenha este
bit no valor “1”;
A figura 4.18 (c) representa o terceiro passo da conversão com o bit 21 igual
a “1”. A saída do DAC tem agora o valor de 6 V, uma vez que os bits 22 e 21
estão colocados a “1” o que conduz a 4+2=6 V. Como a saída do DAC é
superior ao valor do sinal analógico, a saída do comparador fixa em “0” o
bit 21;
A figura 4.18 (d) mostra o quarto passo, último para a conversão de quatro
bits, com o bit 20 colocado a “1”. A saída do DAC é de 5 V uma vez que os
bits 22 e 20 têm o valor “1”; logo: 4+1=5 V.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-22
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ADC
ADCde
deAproximações
AproximaçõesSucessivas
Sucessivas(cont.)
(cont.)
Após os quatro bits terem sido testados o ciclo de conversão fica
completo, e assim, o sinal analógico foi codificado com a palavra binária
0101, que corresponde, aproximadamente, ao valor da entrada analógica,
que é de 5,1 V.
n
O fim de um ciclo de conversão, determina o inicio de outro, com a
repetição do processo básico acabado de descrever.
n
n
No início de cada ciclo de conversão o SAR é colocado a zero.
Quanto maior for o número de bits do DAC maior será a precisão da
conversão.
n
Octávio Páscoa Dias
cap.4-23
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ADC
ADCde
deAproximações
AproximaçõesSucessivas
Sucessivas(cont.)
(cont.)
Figura 4.17 – Diagrama de blocos do ADC de Aproximações Sucessivas.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-24
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ADC
ADCde
deAproximações
AproximaçõesSucessivas
Sucessivas(cont.)
(cont.)
Figura 4.18 – Conversão AD segundo o método de aproximações sucessivas.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-25
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ADC
ADCde
deRampa
RampaSimples
Simples
O ADC de rampa simples utiliza um gerador de rampa linear para
produzir uma tensão de referência em rampa com declive constante. A
figura 4.19 representa o diagrama de blocos deste tipo de ADC.
n
No início do ciclo de conversão o contador está colocado a “0” e a
saída do gerador de rampa tem o valor de 0 V. Nesta situação, a entrada
analógica é superior à tensão de referência (saída do gerador de rampa), o
que faz com que a saída do comparador se encontre na saturação positiva
(L+), o que permite a operação do contador e do gerador de rampa. A
tensão em rampa crescerá até que o seu valor iguale a tensão analógica de
entrada. Neste ponto, a saída do comparador comuta para a saturação
negativa (L-), fazendo com que a rampa seja colocada a zero ( reset da
rampa), e o código correspondente ao valor da tensão analógica seja
armazenado nos registos.
n
Octávio Páscoa Dias
cap.4-26
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ADC
ADCde
deRampa
RampaSimples
Simples(cont.)
(cont.)
Assuma-se que o declive da rampa é de 1V/ms e que a tensão analógica
de entrada tem o valor de 2 V no instante da comutação da saída do
comparador. Nestas condições, a tensão da rampa tem o valor de 2 V e o
gerador funcionou durante 2 ms, dado que o declive da rampa é de 1 V/ms.
n
Assumindo que a frequência do relógio é de 100 kHz, foram contados
200 impulsos no intervalo de tempo de 2 ms. Deste modo, no instante em
que a tensão da rampa igualou a entrada analógica, o número binário do
contador corresponde ao número decimal 200, que pode ser apresentado
num display na forma 2.00.
n
Alguns tipos de voltímetros digitais usam este princípio de conversão
A/D.
n
Octávio Páscoa Dias
cap.4-27
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
RampaSimples
Simples(cont.)
(cont.)
Figura 4.19 – Diagrama de blocos do ADC de Rampa Simples.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-28
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ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla
A figura 4.20 mostra o diagrama de princípio de operação de um
conversor A/D de rampa dupla. Este tipo de conversor, embora lento,
apresenta uma resolução elevada (12 a 14 bits).
Figura 4.20 – Diagrama de principio de funcionamento do conversor A/D de Rampa Dupla.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-29
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
O principio de operação do conversor A/D de rampa dupla usa a
quantidade de carga armazenada por um condensador durante um
intervalo de tempo fixo, mas com o declive do regime de carga variável, e
a respectiva descarga, feita durante um tempo variável mas com o declive
do regime de descarga constante.
O condensador inicia a carga a partir de zero e carrega durante o tempo
fixo T1 (figura 4.21) ligado à tensão analógica, vA a converter para a forma
digital. Terminado o intervalo de tempo T1 o condensador é ligado a uma
tensão fixa, Vref, e descarrega até atingir de novo os 0 Volts. O tempo de
descarga é contado por um contador digital, cujo valor final da contagem é
proporcional à tensão vA.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-30
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
Para analisar, com pormenor, o seu modo de operação assuma-se que a
tensão analógica de entrada, vA, é negativa. Antes de iniciar o ciclo de
conversão o interruptor S2 deve fechar para descarregar o condensador C e
fazer v1=0. O ciclo de conversão inicia-se com a abertura de S2 e o fecho
do interruptor S1. O fecho de S1 coloca a tensão analógica, vA, na entrada
do integrador.
Dado que se assumiu que vA é negativa, então esta tensão dá origem a uma
corrente I=vA/R, com o sentido integrador → S1.
Tendo em conta que, Q=CV=It, então, V=(I/C)t. Deste modo, a tensão v1
cresce linearmente com o declive,
I
m1 =
C
Octávio Páscoa Dias
cap.4-31
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ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
e como,
obtém-se,
vA
I=
R
m1 =
vA
RC
como se ilustra na figura 4.21.
Em simultâneo a lógica fica configurada para permitir que o contador
inicie a contagem dos impulsos fornecidos pelo relógio (clock). Esta fase
de conversão (Fase I) continua durante o tempo fixo, T1, e termina quando
o contador atinge o valor de uma contagem pré-fixada, nref.
Usualmente, para um ADC de N bits, tem-se nref=2N.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-32
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ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
(m1 )
(V p )
(m2 )
Figura 4.21 – Método de conversão A/D com rampa dupla.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-33
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ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
Designando por Vp o valor de pico da tensão, v1, presente na saída do
integrador, pode escrever-se,
vA Vp
m1 =
=
RC T1
uma vez que o valor de Vp é alcançado no final de T1 (figura 5.21).
No final da Fase I (final de T1), o contador é colocado a zero (reset).
A Fase II da conversão inicia-se no instante t=T1. Nesse instante o
interruptor S1 liga a tensão positiva de referência, Vref, à entrada do
integrador. Assim, a corrente no integrador inverte de sentido, passando a
fluir no sentido S1→ integrador. Esta corrente é agora calculada pela
expressão, I=Vref /R.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-34
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
Recordando de novo que a carga no condensador é dada por, Q=CV=It, o
que implica a igualdade, V=(I/C)t. Deste modo, a tensão v1 decresce
linearmente com o declive,
I
m2 =
C
e dado que,
I=
Vref
então,
m2 =
R
Vref
RC
como se mostra na figura 4.21.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-35
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
Simultaneamente a lógica de controlo permite que o contador inicíe a
contagem dos impulsos fornecidos pelo clock. Quando a tensão na saída
do integrador atinge o valor v1=0 V, a saída do comparador faz parar a
contagem do contador.
Designando por T2, o tempo de duração da Fase II pode escrever-se
(figura 4.21),
m2 =
Vp
T2
=
Vref
RC
Da equação,
vA Vp
m1 =
=
RC T1
Octávio Páscoa Dias
cap.4-36
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
Conclui-se que,
vA
V p = T1
RC
E da equação,
m2 =
Vp
T2
Retira-se a conclusão de que,
V p = T2
logo,
=
Vref
RC
Vref
RC
Vref
v
vA
= T2
⇔ T1v A = T2Vref ⇒ T2 = T1 A
T1
RC
RC
Vref
Octávio Páscoa Dias
cap.4-37
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ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
Uma vez que a leitura, nref, do contador no final de T1 é proporcional a T1,
nref = f clk T1
onde fclk é a frequência do relógio (clock).
E a leitura n, no final de T2, é proporcional a T2,
então,
logo,
Octávio Páscoa Dias
n = f clk T2
nref v A
vA
n = f clk T1
⇔ n = f clk
Vref
f clk Vref
n = nref
vA
Vref
cap.4-38
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
Assim, a contagem no final do processo de conversão (final de T2) é o
equivalente digital de vA.
O ADC de dupla rampa apresenta uma precisão elevada, dado que o ceu
comportamento é independente de R e de C.
Embora, de algum modo, constitua uma repetição do que atrás foi
descrito, por se considerar um bom exercício para a assimilação do
funcionamento deste tipo de ADCs, mostram-se, nas figura 4.22 a 4.25, as
principais etapas da operação de um conversor AD, no qual se assume que
a tensão de entrada, Vin, é positiva, e, por consequência, com a tensão de
referência, Vref, negativa.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-39
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
No início da conversão o contador e o integrador (gerador da rampa), A1,
estão colocados a “0”. A tensão analógica é aplicada à entrada do
comutador, SW, que é actuado pela lógica de controlo.
Dado que na entrada inversora de A1 está presente uma massa virtual, e
assumindo que a tensão de analógica de entrada, Vin, é constante durante
um dado intervalo de tempo, então a corrente através da resistência R, é
constante, e assim, a corrente que no condensador é também constante.
O condensador, C, carrega linearmente, uma vez que a corrente de carga
é constante, e assim, a saída de A1 produz uma rampa linear de tensão com
declive negativo (figura 4.22), que é proporcional à corrente de carga, a
qual, por sua vez, é proporcional à tensão Vin.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-40
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
O contador é colocado a zero quando atinge um valor pré-fixado de
contagem, e a lógica de controlo comuta SW, fazendo com que a tensão de
referência –Vref. seja aplicada à entrada de A1 (figura 4.24). Nesta situação o
condensador descarrega linearmente devido à corrente constante fornecida
por –Vref. Esta descarga linear, produz uma rampa de tensão com declive
positivo (figura 4.25) na saída de A1, com o valor inicial de –V. O declive da
descarga depende de –Vref, sendo independente do valor de –V.
No final da carga de C, o contador é colocado a “0”. Durante a descarga do
condensador o contador incrementa a contagem até a descarga se completar.
O tempo que o condensador leva a completar a sua descarga, depende do
valor inicial da tensão –V, o qual é proporcional a Vin, dado que o declive da
característica de descarga é constante.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-41
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
Quando a tensão de saída do integrador A1 atinge o valor 0 V, o
comparador A2 comuta para L-, o que faz com que o contador cesse a
contagem.
A palavra binária produzida pelo contador é proporcional a Vin, uma vez
que o tempo que o condensador leva a descarregar depende apenas do
valor inicial, -V, o qual depende de Vin, e o contador incrementa a
contagem (a partir de “0”) durante o tempo da descarga de C.
O ciclo de conversão termina com o armazenamento da palavra binária
nos registos.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-42
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
Figura 4.22 –Diagrama de blocos do ADC de Rampa Dupla.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-43
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
Figura 4.23 – ADC de Rampa Dupla. Etapa1: carga do condensador (intervalo de tempo fixo e rampa variável).
Octávio Páscoa Dias
cap.4-44
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
Figura 4.24 – ADC de Rampa Dupla. Etapa2: fim do intervalo de tempo fixo e comutação para –Vref.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-45
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
RampaDupla
Dupla(cont.)
(cont.)
Figura 4.25 – ADC de Rampa Dupla. Etapa3: descarga do condensador (intervalo de tempo variável e rampa fixa).
Octávio Páscoa Dias
cap.4-46
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
Rampaem
emDegrau
Degrau
A figura 4.26 mostra o diagrama de blocos do método de conversão
A/D por rampa em degrau ou rampa digital.
n
No início do ciclo de conversão o contador e o DAC estão colocados a
zero. Quando a tensão analógica de entrada excede a tensão de referência
(saída do DAC) o comparador comuta para L+, permitindo que os
impulsos de relógio passem pela gate AND e activem o contador. A acção
de contagem gera a tensão de rampa em degrau (tensão de referência).
n
O contador incrementa a contagem até a tensão de referência alcançar a
tensão analógica. Nesta situação, o comparador comuta para L-, o que
bloqueia os impulsos de relógio na gate AND, e pára a contagem do
contador.
n
Octávio Páscoa Dias
cap.4-47
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
Rampaem
emDegrau
Degrau(cont.)
(cont.)
No ponto em que o contador cessa a contagem, a palavra binária é igual
ao número de degraus da tensão de referência, que foram necessários para
alcançar a tensão analógica de entrada. Assim, o valor binário do contador
corresponde ao valor analógico da entrada. A lógica de controlo carrega a
palavra binária nos registos e faz o reset do contador, preparando-o para o
início de novo ciclo de conversão.
A figura 4.27 ilustra uma conversão de 4 bits, sendo de realçar que, para
cada amostra, o contador tem de incrementar a sua contagem a partir de
“0” até ao ponto em que em que a tensão de referência alcança o valor da
tensão analógica.
O tempo de conversão varia com o valor da amostra a converter para a
representação binária.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-48
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
Rampaem
emDegrau
Degrau(cont.)
(cont.)
Figura 4.26 – ADC de Rampa em Degrau.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-49
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCde
deRampa
Rampaem
emDegrau
Degrau(cont.)
(cont.)
Figura 4.27 – Conversão de 4 bits pelo método da rampa em degrau.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-50
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCTracking
Tracking
O método tracking usa um contador up/down. Este tipo de conversor A/D
é mais rápido que o método de rampa em degrau, uma vez que não é feito
o reset ao contador no final de cada conversão. De facto, este método
consiste em fazer com que a tensão de referência atinja rapidamente o
valor da tensão analógica.
A figura 4.28 mostra o diagrama de princípio de funcionamento de um
ADC tracking (tracking counter ADC), que se processa com a seguir se
descreve.
Enquanto a tensão de referência, vr, for menor do que a tensão analógica
de entrada, va, a saída, vC, do comparador está no estado L+, fazendo com
que o contador incremente o valor da palavra binária (up mode).
Octávio Páscoa Dias
cap.4-51
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCTracking
Tracking(cont.)
(cont.)
va
vc
vr
⎧
⎪
⎪⎪
⎨
⎪
⎪
⎪⎩
Figura 4.28 – Diagrama de blocos de um ADC tracking (tracking counter ADC).
Octávio Páscoa Dias
cap.4-52
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCTracking
Tracking(cont.)
(cont.)
Deste modo, a tensão em degrau na saída, vr, do DAC aumenta até atingir
o valor de va. Quando vr alcança a tensão analógica, o comparador comuta
para o estado L-, fazendo com que o contador decremente uma contagem
(down mode).
Se a tensão analógica está a diminuir, então o contador continua a
decrementar até alcançar de novo a tensão de entrada.
Se a tensão de entrada está a aumentar, o contador após decrementar uma
contagem (por ter alcançado a tensão analógica), volta a incrementar o
valor da palavra digital até atingir o novo valor da tensão de entrada.
Se a tensão analógica é constante o contador decrementa uma contagem
quando alcança o valor da tensão de entrada.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-53
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCTracking
Tracking(cont.)
(cont.)
A tensão de referência é agora inferior à entrada analógica, o comparador
comuta para L+, e o contador incrementa a contagem. Logo que a palavra
digital é incrementada, a tensão de referência fica superior à entrada
analógica e de novo o comparador comuta para L-, o que faz com que o
contador decremente uma contagem. Esta acção incrementa/decrementa
mantém-se enquanto a tensão analógica permanecer constante,
provocando a oscilação da saída entre dois estados binários. Este
comportamento constitui uma desvantagem deste tipo de conversão A/D.
A figura 4.29 mostra a acção de tracking deste modo de conversão, para
um ADC de 4 bits.
n
Octávio Páscoa Dias
cap.4-54
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCTracking
Tracking(cont.)
(cont.)
Figura 4.29 – Conversão por um ADC tracking de 4 bits.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-55
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCpor
porRedistribuição
Redistribuiçãode
deCarga
Carga
A técnica de conversão AD por redistribuição de carga é particularmente
indicada para ser implementada por intermédio da tecnologia CMOS. A
figura 4.30, mostra o esquema eléctrico de princípio de operação deste
tipo de conversor, na qual, se pode identificar o conjunto de
condensadores ligados em paralelo, cujas capacidades têm ponderação
binária, um comparador de tensão, e os interruptores analógicos, os quais
são activados por um bloco de controlo lógico, que a figura não
representa.
O circuito da figura 4.30 ilustra um conversor de 5 bits, cujos pesos
binários são assegurados pela relação entre as capacidades dos
condensadores. De facto, cada uma das capacidades pode ser determinada
pela expressão,
− ( N −1)
Cbi = 2
Octávio Páscoa Dias
× C ; com i = 1, 2,......., N
cap.4-56
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCpor
porRedistribuição
Redistribuiçãode
deCarga
Carga(cont.)
(cont.)
onde Cbi é a capacidade do condensador que implementa o bit i e C é a
capacidade do condensador que implementa o peso do MSB. Deste modo,
para um conversor de 5 bits (figura 4.30), tem-se,
C
C
bit 1( LSB) ≡ C1 = 2 −(5−1) × C ⇒ C1 = 4 ⇒ C1 =
2
16
C
C
−( 5− 2 )
bit 2 ≡ C2 = 2
× C ⇒ C2 = 3 ⇒ C2 =
2
8
C
C
bit 3 ≡ C3 = 2 −(5−3) × C ⇒ C3 = 2 ⇒ C3 =
2
4
C
C
bit 4 ≡ C4 = 2 −(5− 4) × C ⇒ C4 = 1 ⇒ C3 =
2
2
C
bit 5( MSB) ≡ C5 = 2 −(5−5) × C ⇒ C4 = 0 ⇒ C3 = C
2
Octávio Páscoa Dias
cap.4-57
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCpor
porRedistribuição
Redistribuiçãode
deCarga
Carga(cont.)
(cont.)
bit4 C
2
bit5
(MSB) C
bit3 C
4
S5
bit2 C
8
2 − ( 5 −3 ) × C
2 − ( 5− 4 ) × C
2 − ( 5− 5 ) × C
S4
vO
bit1 C
(LSB ) 16
2 − (5−1) × C
2 − ( 5− 2 ) × C
S3
comparador
S2
S1
va
SA
Vref
Figura 5.30 – Valor dos condensadores de um conversor AD de 5 bits, por redistribuição de carga.
A contribuição de cada um dos bits para a tensão vO, que é aplicada à
entrada do comparador, pode ser determinada ligando o bit em teste à
tensão de referência Vref, e os restantes à massa.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-58
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCpor
porRedistribuição
Redistribuiçãode
deCarga
Carga(cont.)
(cont.)
Assim, a contribuição de tensão do bit i para a tensão vO, pode ser
determinada por intermédio do circuito representado na figura 4.31, de
onde se conclui que,
∆VO b = Vref
i
Vref
N
Ci
Ci
⇒ ∆VO b = Vref
, com Ctotal = ∑ Ci
i
Ci + (Ctotal − Ci )
Ctotal
i =1
vO = ∆VO b
Ci
i
Ctotal − Ci
∆VO b
comparador
i
Figura 4.31 – Contribuição de bi para vO.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-59
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCpor
porRedistribuição
Redistribuiçãode
deCarga
Carga(cont.)
(cont.)
A operação do conversor pode ser dividida em três fases distintas, que se
ilustram nas figuras 4.32, 4.33 e 4.34, sendo de realçar que o condensador
CT tem a função de terminar o paralelo dos condensadores ponderados,
fazendo com que a capacidade total, Ctotal, seja igual a 2C.
Na fase de amostragem (figura 4.32), o interruptor SB fecha para ligar à
massa o terminal superior dos condensadores o que faz com que a tensão
vO seja colocada a zero (vO=0 V). Em simultâneo o interruptor SA liga a
tensão analógica va ao terminal inferior do paralelo de condensadores,
fazendo com que a capacidade total de 2C fique com o valor que a tensão
va apresenta nesse instante, dando origem a uma carga armazenada
Q=2C×va. Deste modo, durante a fase de amostragem, é tomada uma
amostra de va sendo armazenada na bateria de condensadores uma carga
proporcional ao valor que a tensão analógica apresenta nesse instante.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-60
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCpor
porRedistribuição
Redistribuiçãode
deCarga
Carga(cont.)
(cont.)
(MSB)
(LSB )
S5
S4
S3
S2
S1
Figura 4.32 – Operação do ADC por redistribuição de carga (Fase de Amostragem).
Octávio Páscoa Dias
cap.4-61
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCpor
porRedistribuição
Redistribuiçãode
deCarga
Carga(cont.)
(cont.)
Na fase de retenção (figura 4.33), o interruptor SB abre enquanto os
interruptores S1 (LSB) a S5 (MSB) e o interruptor ST comutam para o
terminal de massa. Assim, a carga adquirida pelos condensadores na fase
de amostragem, permanece constante e igual a 2CvA, uma vez que os
condensadores ficam em circuito aberto. Deste modo, o terminal superior
dos condensadores ficam com a tensão –vA.
É de realçar que durante esta fase, o interruptor SA é ligado à tensão de
referência, Vref, o que faz com que o circuito fique preparado para a fase
de distribuição de carga.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-62
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCpor
porRedistribuição
Redistribuiçãode
deCarga
Carga(cont.)
(cont.)
(MSB)
S5
(LSB )
S4
S3
S2
S1
Figura 4.33 – Operação do ADC por redistribuição de carga (Fase de Retenção).
Octávio Páscoa Dias
cap.4-63
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCpor
porRedistribuição
Redistribuiçãode
deCarga
Carga(cont.)
(cont.)
A fase de distribuição de carga (figura 4.34), é iniciada pela comutação
do bit mais significativo, S5 (MSB), para o terminal de Vref, o que faz com
o circuito fique configurado como um divisor de tensão capacitivo,
constituído pela tensão de referência, Vref, e pelo condensador C em série
com o paralelo dos restantes. Agora, se o módulo de va for maior do que
Vref/2 (contribuição do bit 5) a tensão vO negativa. Assim, comparador
permanece no mesmo estado e o interruptor S5 é deixado na sua nova
posição (ligado a Vref). Porém, se o módulo de va for inferior a Vref/2, a
tensão vO torna-se positiva o que faz com que o comparador mude de
estado, e faça com que a lógica de controlo comute S5 para aposição
anterior (ligado à massa).
Octávio Páscoa Dias
cap.4-64
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCpor
porRedistribuição
Redistribuiçãode
deCarga
Carga(cont.)
(cont.)
Em seguida é testado o bit 4, isto é, o interruptor S4 é ligado a Vref, o que
faz com que a tensão va sofra uma variação positiva igual a Vref/4
(contribuição do bit 4).
Se vO continuar negativa, S4 é deixado na sua nova posição. Se tal não
acontecer, ou seja, se vO se tornar positiva, S4 volta à posição anterior e a
lógica de controlo passa ao teste de S3, repetindo o mesmo procedimento
para todos os bits.
É de realçar que durante a fase de redistribuição de carga, o valor do
módulo da tensão, vO, vai diminuindo incrementalmente até zero. A
posição dos interruptores no final desta fase, fornece a palavra digital que
codifica a tensão analógica na entrada do conversor.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-65
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCpor
porRedistribuição
Redistribuiçãode
deCarga
Carga(cont.)
(cont.)
De facto, um interruptor comutado para a massa, indica que o bit
correspondente é “0”, enquanto que, se o interruptor se encontrar ligado a
Vref , significa que o bit respectivo tem o valor “1”. No caso particular do
exemplo indicado na figura 4.34, a palavra digital é, D=0110.
Repare-se que no final da fase de redistribuição de carga, toda a carga se
encontra armazenada nos condensadores correspondentes aos bits
colocados a “1”, uma vez que os condensadores ligados aos bits
colocados a “0” foram descarregados, dado que o terminal inferior destes
condensadores tem a tensão zero (massa) e a tensão nos terminais
superiores de todos os condensadores é também nula (vO=0).
Octávio Páscoa Dias
cap.4-66
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCpor
porRedistribuição
Redistribuiçãode
deCarga
Carga(cont.)
(cont.)
A precisão deste método de conversão A/D é independente do valor das
capacidades parasitas ligadas às placas inferiores dos condensadores. De
facto, isto ocorre porque as placas inferiores são ligadas tanto a Vref como
à massa, o que faz com que as correstes de carga/descarga destas
capacidades parasitas não circulem pelo paralelo dos condensadores.
Porém, as capacidades parasitas associadas às placas superiores dos
condensadores podem provocar um desvio no valor final de vO, o que faz
com que este tipo de conversão seja utilizada em conversores A/D até 10
bits.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-67
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
ADC
ADCpor
porRedistribuição
Redistribuiçãode
deCarga
Carga(cont.)
(cont.)
(MSB)
S5
S4
S3
S2
(LSB )
S1
Figura 4.34 – Operação do ADC por redistribuição de carga (Fase de Redistribuição).
Octávio Páscoa Dias
cap.4-68
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
4.2
4.2––Características
Característicasde
deDesempenho
Desempenhodos
dosConversores
ConversoresA/D
A/D
resolução
resolução
A resolução (resolution) de um conversor analógico/digital pode ser
caracterizada pelo seu número de bits ou pelo valor da cada degrau de
tensão em que a tensão analógica de entrada pode ser discritizada, sendo
determinada pela relação,
VFS
resolução = N
2 −1
onde N é o número de bits do ADC e VFS é o valor máximo da tensão que
pode ser aplicada ao conversor.
Como exemplo, um ADC de 10 bits com VFS=5 V, tem uma resolução de
5/(210-1)=4,88 mV, o que significa que a tensão de entrada deve variar
pelo menos 4,88 mV para que o ADC distinga o novo nível de tensão.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-69
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
precisão
precisão
A precisão (accuracy) de um conversor analógico/digital avalia o desvio
entre o comportamento teórico e o comportamento real do ADC.
De facto, a precisão depende de diversos parâmetros que caracterizam o
desempenho do ADC nomeadamente (1) o erro de quantificação, (2) o erro
de desvio do zero (offset), (3) o erro do ganho e (4) as não-linearidades.
Usualmente a precisão de um ADC é especificada por uma fracção do LSB,
sendo, normalmente indicada como “melhor do que ± 1/2 LSB”.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-70
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
erro
errode
dequantificação
quantificação
O erro de quantificação (quantization error) mede a diferença máxima
entre o nível usado para representar a tensão de entrada e o valor real dessa
tensão.
Por exemplo, se um conversor A/D tem os níveis de quantificação
separados por 1 V (figura 4.35), então o valor de tensão correspondente ao
LSB é também de 1 V. Assim, no caso da tensão analógica de entrada ter o
valor de 2,5 V, o código binário de saída será 1 0, que corresponde ao valor
2 na base 10. O erro cometido nesta quantificação será de 0,5 V= ½ LSB.
Se o valor da tensão de entrada pertencer ao intervalo 2,001 V e 3 V
(figura 4.36) a palavra binária de saída será também 1 0 ( 2 decimal).
Octávio Páscoa Dias
cap.4-71
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
erro
errode
dequantificação
quantificação
Deste modo, mesmo que o conversor tenha uma precisão perfeita, a
palavra de saída pode apresentar um erro de 1 V ou seja 1 LSB. De facto, o
erro de quantificação pode descrever melhor a precisão a esperar do ADC.
Figura 4.35 – Conversor paralelo de 4 bits.
Octávio Páscoa Dias
Figura 4.36 – Códigos binários do conversor paralelo de 4 bits.
cap.4-72
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
erro
errode
dedesvio
desviodo
dozero
zero
O erro de desvio do zero (offset error) mede o desvio entre a curva de
transferência ideal e a curva de transferência real, para o menor nível de
transição, de um ADC, (figura 4.37).
Figura 4.37 – Característica de saída com erro de desvio do zero.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-73
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
erro
errode
deganho
ganho
O erro de ganho (gain error) mede a diferença entre os declives das
curvas de transferência ideal e real do ADC, para o valor máximo do
código binário (figura 4.38).
Figura 4.38 – Característica de saída com erro de desvio do zero.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-74
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
não-linearidade
não-linearidadediferencial
diferencial
O erro de linearidade diferencial ou não-linearidade diferencial
(differential nonlinearity) descreve as variações na tensão analógica entre
pares de códigos adjacentes, em toda a gama das palavras digitais de
saída. Se a largura de cada degrau de transição é exactamente 1 LSB, o
erro de não-linearidade diferencial é nulo.
Uma não-linearidade diferencial menor do que ± 1LSB, garante que não
se perdem de códigos.
Por exemplo, se a transição entre códigos consecutivos é de 1LSB±1LSB,
o que corresponde um erro de linearidade diferencial de ±1LSB, existe a
possibilidade de se perderem códigos. No exemplo da figura 4.39 a saída
digital passa de 0011 para 0101 perdendo-se o código 0100.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-75
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
não-linearidade
não-linearidadediferencial
diferencial(cont.)
(cont.)
DNL
1 LSB 1 LSB
Figura 4.39 – Característica de saída com não-linearidade diferencial.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-76
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
não-linearidade
não-linearidadeintegral
integral
O erro de linearidade integral ou não-linearidade integral (integral
nonlinearity), é definido como a diferença máxima entre as curvas de
transferência ideal e real, do conversor A/D (figura 4.40)
INL
1 LSB
Figura 4.40 – Característica de saída com não-linearidade integral.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-77
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
não-linearidade
não-linearidadeintegral
integral
A gama dinâmica (dynamic range – DR) de um conversor A/D é a razão
entre o nível mais elevado e o menor nível da quantificação digital. A DR
é usualmente expressa em decibeis (dB). Para um conversor de N bits temse,
n
DR = 20 log
2
N
⇒
DR
=
20
log
2
⇔ DR = 20 N log 2 ⇒ DR = 6,02 N
0
2
tempo
tempode
deconversão
conversão
O tempo de conversão (conversion time) de um ADC corresponde ao
tempo necessário para o conversor produzir o código na saída, que
corresponde à tensão analógica de entrada.
Em aplicações exigentes quanto à velocidade de conversão são usados
conversores paralelo (flash).
Octávio Páscoa Dias
cap.4-78
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
4.3
4.3––Erros
Errosassociados
associadosààvariação
variaçãodo
dosinal
sinal
Em aplicações que exigem uma conversão A/D muito rápida, pelo facto
do sinal analógico variar rapidamente, podem ocorrer erros graves na
conversão. De facto, como se ilustra na figura 4.41, se o valor do sinal
analógico variar significativamente durante o tempo de conversão, a
palavra digital de saída pode corresponder ao valor do sinal no início do
ciclo de conversão, no fim do ciclo de conversão ou qualquer outro valor
intermédio, dependendo do método de conversão utilizado.
Uma vez que o erro de tensão, ∆V, é função da rapidez da variação do
sinal, o erro das palavras digitais de saída é variável, sendo, por isso,
muito difíceis de corrigir.
Octávio Páscoa Dias
cap.4-79
EAPS - Curso de Engenharia Electrónica e de Computadores
4.3
4.3––Erros
Errosassociados
associadosààvariação
variaçãodo
dosinal
sinal(cont.)
(cont.)
Este tipo de erros pode ser eliminado ou significativamente reduzido, por
intermédio de um circuito de amostragem e retenção (sample and hold –
S/H). A figura 4.42, representa um exemplo simples, deste tipo de
circuitos, onde se pode identificar o interruptor analógico, implementado
por intermédio de um transístor MOS, e o respectivo condensador de
amostragem, que se destina à retenção do valor das amostras tomadas do
sinal analógico. O circuito S/H é estudado na próxima secção, e a análise
do interruptor analógico é desenvolvida no capítulo 5 deste texto.
Figura 4.41 – Variação de vi durante o tempo de conversão.
Octávio Páscoa Dias
Figura 4.42 – Circuito sample and hold.
cap.4-80
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