Ponto de Interesse Geológico: Pedra Dubois Neste local você pode apreciar a beleza natural da Pedra Dubois e o seu vale adjacente. A Pedra Dubois é um maciço rochoso que, devido a sua grande altitude, pode ser observado de vários pontos da cidade de Santa Maria Madalena (figura 3). O cume da Pedra Dubois se encontra a 1090 metros acima do nível do mar. A face de rocha exposta tem quase 400 metros de altura. Esta pedra faz parte do sistema de elevações que, na direção nordeste, forma a Pedra da Barra (*) e as serras do Parque Estadual do Desengano, onde as altitudes chegam a 1750 metros. Esta elevação, aparentemente isolada, representa um "relevo residual" de um ciclo de erosão que levou milhares a milhões de anos para se desenvolver, e que atua até hoje, rebaixando o topo dos morros até altitudes de cerca de 250 a 300 metros (**). Mas o processo erosivo não costuma ser efetivamente igual para todas as rochas. Aquelas mais resistentes à ação das chuvas, ventos e ataque de microorganismos, acabam por permanecer elevadas, gerando relevos residuais como a Pedra do Dubois e os picos rochosos do Parque do Desengano. Mapa Topográfico da região de Santa Maria Madalena 21º55’ (*) A Pedra da Barra encontra-se nas proximidades da represa da Fazenda Tudelândia, onde há outra placa do Projeto Caminhos Geológicos. (**) O atual nível de base local de erosão pode ser visitado na Cachoeira do Escorrega, onde também está afixada uma placa do Projeto Caminhos Geológicos. Figura 3 Pedra Dubois A BACIA HIDROGRÁFICA Este mapa apresenta os rios, as localidades e a forma do relevo da região de Santa Maria Madalena. As curvas de nível conferem, além do contorno do terreno, a altitude de cada ponto. A eqüidistância entre as curvas de Nível é de 20 metros. A escala do mapa é 1:50.000. Os pontos em vermelho representam sítios arqueológicos descobertos. Os triângulos em azul indicam os outros pontos de interesse geológico com placas explicativas. Visite os demais pontos de interesse geológico de Santa Maria Madalena A cidade da geologia do Estado do Rio de Janeiro. Localização no mapa acima. As cabeceiras de um rio Figura 1 Deste ponto se pode observar, além da imponente Pedra do Dubois, o semi-círculo de vales que formam as nascentes do córrego São Domingos (figura 1), afluente do ribeirão Santíssimo que, por sua vez, deságua no rio Grande 15 km a norte de Santa Maria Madalena. Pedra Dubois No mapa topográfico, tente localizar a Pedra Dubois e o córrego São Domingos. A Rocha do Dubois Figura 2 42º 42º05’ No vale em semi-círculo (ou anfiteatro) adjacente à Pedra do Dubois, se pode observar as nascentes de um rio (mapa topográfico). Nos sopés dos morros são formados depósitos de encosta contendo matacões de rocha e muita areia e argila provenientes da decomposição física e química da rocha exposta ao tempo (****). Compare a distribuição dos blocos de rocha na figura 4 com a figura 1 e com o que você pode efetivamente observar na paisagem. Observe a ocorrência de um grande número de matacões de rocha nas proximidades do paredão rochoso da Pedra do Dubois, o que indica que são provenientes da queda de pedaços fraturados do costão rochoso. Estes formam um cordão contínuo de depósitos de encosta, suavemente arredondados, sempre ao sopé dos afloramentos rochosos, contendo isolados matacões de rocha. No interior destes depósitos de encosta, que são muito porosos, a água da chuva se acumula no verão, reservando água suavemente para manter a vazão do rio no tempo de estiagem. Este é o mecanismo de formação das nascentes de um rio. (****) Maiores informações sobre este processo você encontra na represa da Fazenda Tudelândia, onde está afixada uma placa deste projeto. Figura 4 A rocha que aflora na Pedra do Dubois e no vale adjacente é a mesma que ocorre em quase todas as grandes montanhas da região, como a serra do Desengano e a Pedra da Barra. O nome desta rocha é Biotita Granito-Gnaisse Porfirítico. Santa Maria Madalena Se a rocha for observada com detalhe, pode-se perceber um grande número de minerais (cristais) tabulares, todos alinhados segundo uma determinada direção. Estes cristais são pórfiros de feldspato, um mineral comum na crosta terrestre. A abundância destes cristais dá origem ao termo "porfirítico" no nome da rocha. A parte mais escura da rocha, que se encontra entre os pórfiros, tem uma granulação menor, não sendo possível observar os cristais, mas com auxílio de uma lupa, pode-se distinguir alguns minerais como a biotita, o quartzo e pequenos feldspatos. Esta rocha tem a composição química e mineral equivalente a de um granito (*). Mas o alinhamento dos pórfiros de feldspatos, e outros sinais que só podem ser analisados ao microscópio, indicam que o granito, após a sua consolidação, sofreu transformações minerais e texturais. Estas propriedades classificam a rocha também como um gnaisse (**). “A Terra levou alguns bilhões de anos para construir as rochas, os minerais, as montanhas e os oceanos. Proteja esta obra-prima!” Rio de Janeiro Secretaria de Estado de Energia, da Indústria Naval e do Petróleo Prefeitura de Santa Maria Madalena (*) Um granito é uma rocha ígnea ,produto da consolidação do magma (líquido de rocha fundida semelhante à lava de um vulcão) em profundidades que podem a chegar a dezenas de quilômetros. No interior da crosta terrestre, o resfriamento do magma é lento (alguns milhões de anos), o que proporciona um crescimento exagerado dos cristais (ou minerais) que se consolidam a partir do magma em fusão. CIEDADE SO OLOGIA GE (***) O movimento interno da Terra é conhecido como Tectônica de Placas. FU E (**) O gnaisse é uma rocha metamórfica, o que significa dizer que é o produto de uma transformação geológica, em profundidade, de uma rocha anterior. Neste caso, a rocha que o precedeu era da família dos granitos. Durante a consolidação do granito, a crosta estava sofrendo tremendas pressões internas, causadas por choques de placas tectônicas (***). Estas pressões fizeram com que o líquido em consolidação se "amoldasse" nos espaços que sobravam entre as massas rochosas que colidiam. Esta moldagem é refletida no produto final do gnaisse através da orientação dos minerais em planos preferenciais na rocha. ASILEIRA D BR NDA A 1946 D TEKTOS Grupo de Pesquisa em Geotectônica - FGEL/UERJ Elaborado por: Prof. Miguel Tupinambá e Prof. José Renato Nogueira; Grupo TEKTOS - Faculdade de Geologia - UERJ. Projeto Caminhos Geológicos [email protected] www.drm.rj.gov.br TurisRio 22º