RESUMO EXPANDIDO XVIII Simpósio de Mirmecologia 023 345 A ANATOMIA E ENZIMAS DIGESTIVAS DO CANAL ALIMENTAR DE LARVAS DE ACROMYRMEX SUBTERRANEUS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) Anatomy and digestive enzymes of larval Acromyrmex subterraneus (Hymenoptera: Formicidae) M. Erthal Junior, C.P. Silva, R.I. Samuels Fundação de Apoio à Escola Técnica, Instituto Superior de Tecnologias em Ciências Agrárias, Av. Wilson Batista s/no, CEP 28070-620, Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil. E-mail: [email protected] 1 As larvas de formigas são importantes para suas colônias não somente como fonte de novos adultos, mas também como casta digestiva, suprindo as operárias com nutrientes e enzimas (HÖLLDOBLER & WILSON, 1990). Alguns trabalhos mostram claramente como as larvas fortalecem os laços sociais, como em Messor captatus e Solenopsis invicta, onde as larvas oferecem enzimas proteolíticas e nutrientes aos adultos e rainha, e estes, por outro lado, retribuem oferecendo às larvas carboidrases e alimentos coletados no campo (DELAGE, 1968; SORENSEN et. al., 1983; VINSON e SORENSEN, 1986). Desta forma, estudos da fisiologia larval são de vital importância para se compreender o papel das larvas de formigas na colônia como um todo. Embora as formigas cortadeiras dos gêneros Acromyrmex e Atta sejam consideradas as pragas agrícolas mais sérias da América do Sul (CHERRETT, 1986), pouco é conhecido sobre a fisiologia e bioquímica larval destas espécies. Estas formigas estão intrinsecamente relacionadas ao cultivo de um fungo basideomiceto (família Lepiotaceae), que precisa ser constantemente abastecido de folhas frescas para se desenvolver. Além de alimento, Acromyrmex e Atta oferecem ao fungo dispersão na natureza e ambiente protegido para seu desenvolvimento, removendo contaminantes, secretando antibióticos e formando associações simbióticas com bactérias benéficas tais como actinomicetos e Burkholderia (CURRIE & STUART, 2001; SANTOS et al., 2004). Em retorno, o fungo supre as formigas com nutrientes contidos nas hifas e na estafila, que são corpos de frutificação ricos em nutrientes (MARTIN, 1992). O fungo é o alimento exclusivo das larvas, rainha e alados (HÖLLDOBLER & WILSON, 1990), além de suplementar a dieta das operárias, em quantidades variáveis, ainda não muito claras (LITTLEDYKE & CHERRETT, 1976; SILVA et al., 2003). O substrato fúngico é oferecido às larvas por uma casta especializada de operárias adultas responsáveis pelos cuidados com a prole (WILSON, 1980). Estas operárias preparam o bolo alimentar e o depositam no 2 3 tórax das larva, próximo a cabeça, para que as larvas possam se alimentar. As larvas preferem se alimentar e se desenvolvem mais quando supridas com estafila ao invés da hifa fúngica (QUINLAN & CHERRETT, 1979). Desta forma, as atividades enzimáticas detectadas no intestino das larvas podem ser procedentes delas mesmas, do fungo simbionte ou repassadas pelos adultos por trofalaxia. As enzimas fúngicas são muito importantes na simbiose entre as attines e seus fungos, já que algumas enzimas se mantêm ativas no canal alimentar e após sua excreção, na forma de líquido fecal, que é depositado nas folhas antes que estas sejam incorporadas ao jardim de fungo. Estas enzimas podem estar contribuindo para o sucesso da colonização do fungo no tecido foliar através da liberação de nutrientes ou como agente facilitador de crescimento. Uma nova hipótese, proposta por Poulsen e BOOMSMA (2005), sugere o papel do líquido fecal na seleção contra fungos não clonais no ninho. Este estudo foi conduzido com o objetivo de entender o papel das larvas de Acromyrmex subterraneus na fisiologia digestiva da colônia. Observações em microscópio estereoscópico foram realizadas para a descrição anatômica do canal alimentar das larvas. As atividades enzimáticas foram determinadas na glândula labial, no epitélio do intestino médio (fração solúvel e fração particulada) e conteúdo luminal do intestino médio (espaço ecto-endoperitrófico). O pH do conteúdo luminal do intestino médio e a taxa de fluxo da dieta também foram investigados. Enzimas com alta atividade foram parcialmente caracterizadas usando técnicas de cromatografia e eletroforese. Cinco colônias adultas de Acromyrmexsubterraneus subterraneus, neste trabalho tratada como A. subterraneus, foram adequadamente mantidas no laboratório e supridas com folhas de Acalipha sp., Ligustrum sp., pétalas de rosas e Neston ®. As larvas foram selecionadas por tamanho (comprimento do corpo ≥ 3,0 mm) e pela coloração marrom escura do intestino médio, indicativo da presença do alimento. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes, RJ, Brasil. Biológico, São Paulo, v.69, suplemento 2, p.345-349, 2007 346 XVIII Simpósio de Mirmecologia Sob microscópio estereoscópico, com 10 x de aumento, algumas larvas foram dissecadas e com uma câmera lúcida o desenho anatômico do intestino e da glândula labial foi obtido. As faixas de pH do intestino médio foram estimado pela ingestão de dietas contendo indicadores de pH misturados a mel 10%. Grupos de 15 larvas para cada solução indicadora foram dissecadas 24 hs depois para o registro visual da coloração. As larvas foram alimentadas com solução contendo corante azul de Evans e mel 10%, e dissecadas por até cinco dias após a ingestão. Os insetos foram dissecados em NaCl 215 mM para obtenção do intestino médio e glândula labial. Cada lote de amostras continha compartimentos intestinais de 5 ou 10 insetos/500 µL de solução salina. Para a avaliação da atividade enzimática, os lotes foram homogeneizados e centrifugados (20.000 g, 20 min a 4o C). Os substratos utilizados foram direcionados para detecção das seguintes enzimas: celulase, carboximetilcelulase, quitinase/lizosima, amilase, pectinase, laminarinase, β-glucanase, xilanase, trealase, lactase, β-glicosidase (classes 1 e 2), α-galactosidase, α-manosidase, aα-glicosidase, tripsina, quimotripsina, aminopeptidase e atividade proteolítica inespecífica (azoalbumina). Lotes de amostras contendo entre 20 e 40 intestinos foram aplicados em uma coluna de interação hidrofóbica (Fenil-Agararose), onde foram eluidas com tampão citrato fosfato 0,1M, pH 5,5, contendo 1M de sulfato de amônio, em fluxo constante de 1 mlL/ min. Após cinco minutos, um segundo tampão (citratofosfato sem sulfato de amônio) passou a ser eluído em gradiente linear crescente até 55 mL, quando a concentração de sulfato de amônio chegou a 0M, seguindo-se de mais 5 mL de eluição isocrática. As frações (cada uma com 1 mL de elato) foram transferidas para o gelo e ensaiadas para detecção de picos de atividade de a-amilase, laminarinase, α-galactosidase, βglicosidase tipo 1 e 2, quitinase e α-manosidase. SDS-PAGES foram usados para detecção de αglicosidases, β-glicosidases, α-galactosidases, amilases e proteinases. A metodologia detelhada está descrita em ERTHAL et al. (2004). Os indicadores de pH azul de bromofenol, azul de bromotimol e violeta de bromocresol indicaram que a porção anterior do intestino médio das larvas de A. subterraneus (aproximadamente ¼ do comprimento total) apresenta faixa de pH ácida, entre 3,0 e 6,8, enquanto que a porção posterior apresenta pH em torno da neutralidade, entre 5,2 e 7,6. O corante ingerido pela boca é prontamente transferido para o intestino médio através do esofago. No intestino médio, o alimento se desloca lentamente. Cinco dias após a ingestão do corante, este preencheu no máximo 1/10 do comprimento total do intestino médio. Com exceção de quitina azure, celulose azure, celulose microcristalina, carboximetilcelulose, N-Phe-Ala-pNA e Bz-Arg-pNA, todos os 21 substratos testados foram degradados por amostras do intestino das larvas, com atividades absolutas e específicas variando entre 0,1 e 167 (mU/animal). As amostras do tecido epitelial apresentaram atividades contra 10 substratos testados, sendo áamilase, á-glucosidase, â-glucosidase, á-manosidase, quimotripsina e aminopeptidase as mais ativas. Estas enzimas (exceto á-amilase) também foram detectadas na fração particulada do epitélio, onde suas atividades (absoluta e específica) são geralmente superiores em relação à fração solúvel. As maiores atividades foram detectadas no conteúdo luminal do intestino médio das larvas, com exceção para aminopeptidase, que foi mais ativa na fração particulada do tecido epitelial. No conteúdo luminal, a atividade de carboidrases foi maior no espaço endoperitrófico do que no espaço ectoperitrófico, enquanto que a atividade proteolítica foi similar em ambos (Tabela 1). Os substratos amido, glicogênio, MU-βquitotriosídeo, NPαGlu, NPβGlu, NPαGal, NPαMan e azoalbumina foram os mais degradados. Similarmente aos adultos, a glândula labial das larvas apresenta alta atividade contra MU- βquitotriosídeo, atividades intermediárias contra amido e glicogênio e traços de atividade de uma aminopeptidase (Tabela 1). A Figura 1 apresenta a atividade de algumas enzimas nas frações de elato obtidas em uma coluna de interação hidrofóbica. Aα-glicosidase (NPαGlu) das larvas apresenta polaridade mediana, diferente, portanto, da á-glicosidase hidrofílica das operárias. O ensaio das frações contra NPβGlu revelou perfil de atividade semelhante ao observado no reto das operárias, com a presença de 3 picos de atividade. A a-galactosidase detectada é hidrofílica, perfil semelhante ao observado no intestino de operárias da mesma espécie. A atividade de quitinase/lisozima no intestino médio das larvas apresentou pico de atividade na fração 6 (caracter hidrofílico) e quando o ensaio foi realizadocommaceradodaglândulalabial,detectou-seatividade de uma quitinase/lisozima de caráter hidrofóbico, onde o pico de atividade máxima ocorreu na fração 51. Estes resultados sugerem alguns aspectos importantes destas quitinases: a) a presenças de duas quitinases no canal alimentar das larvas: uma secretada pela glândula labial e outra de origem incerta, possivelmente proveniente do jardim de fungo; b) o perfil cromatográfico da quitinase da glândula labial das larvas e adultos é semelhante, tratando-se, possivelmente, de uma mesma enzima; c) a quitinase produzida pela glândula labial das larvas não permanece ativa no conteúdo luminal do intestino médio. Os ensaios contra amido e glicogênio revelaram a presença de uma áamilase hidrofóbica, com pico de atividade entre as frações 53 e 56. O ensaio contra laminarina indicou a presença de uma laminarinase hidrofóbica, com atividade máxima na fração 59. Biológico, São Paulo, v.69, suplemento 2, p.345-349, 2007 347 XVIII Simpósio de Mirmecologia Tabela 1 – Atividade das enzimas (mU/animal) detectadas nos compartimentos intestinais das larvas de Acromyrmex subterraneus. Compartimentos intestinais Enzima α-amilase quitinase pectinase xilanase laminarinase β 1-3 glucanase β-glucosidase tipo 1 β-glucosidase tipo 2 α-galactosidase α-glicosidase α-manosidase proteinase tripsina quimotripsina aminopeptidase Gl labial Epitélio 9,4 2 400 0 0 0 0 0 0 0 0 + 2,8 0 0 0 0 0 1,5 0,6 0 5,5 1,4 1,2 0 0,2 1,7 Na Figura 2 pode-se observar o perfil eletroforético de algumas carboidrases e proteinases presentes no trato digestivo das larvas de A. subterraneus. Similarmente aos adultos, as larvas apresentam apenas uma á-glucosidase, detectada no intestino médio, no entanto, a á-glicosidase das larvas apresenta menor migração eletroforética em relação à á-glicosidase das operárias. As larvasapresentam alta diversidade de â-glucosidases, com quatro bandas de atividade visualizadas. As duas bandas superiores ou de menor migração eletroforética são coincidentes com as bandas visualizadas no SDS-PAGE do reto dos adultos. No SDS-PAGE usado para detecção de á galactosidase, três bandas de atividade podem ser visualizadas. Duas bandas, as de menor e maior migração também foram observadas no gel das operárias, no entanto, as larvas apresentam uma enzima a mais em relação aos adultos, que apresenta migração intermediária no gel. Duas bandas de atividade de á-amilase foram detectadas no intestino médio das larvas. A comparação dos SDS-PAGES usados para detecção de á-amilases das larvas e dos adultos sugere que ambos tenham as mesmas enzimas. O gel de gelatina indica que as larvas apresentam grande diversidade de proteinases, com quatro bandas de atividade presentes no espaço ecto e endoperitrófico. Algumas bandas apresentam migração eletroforética similar aos adultos, sugerindo que algumas proteinases podem ser comuns e importantes para ambos. O desenho anatômico revelou que, similarmente a outros himenópteros, a glandula labial de A. subterraneus apresenta dois tubos secretórios e não Espaço ectoperitrófico 93 18 7,3 0 7,8 0 51 4,2 16 48 45 28 0 0,7 0,5 Espaço endoperitrófico 167 81 3,2 3,8 11 7,8 69 12 41 123 53 58 0,1 0,8 0,7 quatro como em alguns Myrmicinae (ZARA & CAETANO, 2003). O conteúdo luminal do intestino médio das larvas apresentou atividade para 21 substratos, sendo que a maior diversidade e valores de atividades detectáveis ocorreram no conteúdo luminal do espaço endoperitrófico. Os ensaios de pH sugerem a existência de um mecanismos de compartimentação, favorecendo a atividade de carboidrases na região anterior e proteolítica na posterior. As enzimas presentes na glândula labial de larvas e adultos de A. subterraneus são similares. Este mesmo perfil ocorre em A. octospinosus (FEBVAY & KERMARREC, 1983), que também é micófaga, indicando que o fungo (composto de quitina e glicogênio, como polissacarídeo de reserva) é atacado por estas enzimas. Polissacaridases estão presentes no espaço ectoperitrófico, enquanto que muitas dissacaridases estão muito ativas no espaço endoperitrófico, o que sugere ausência de um sistema de compartimentação de enzimas. Esta característica é semelhante ao processo digestivo de holometábolos primitivos, como coleópteros (TE RRA , 1988), que exploram recursos alimentares estáveis, enquanto que os holometábolos mais avançados se adaptaram na exploração de recursos efêmeros. No caso específico das formigas cortadeiras, o fungo e as folhas de plantas, cortadas durante todo o ano na região Neotropical (ANJOS et al ., 1998), representam recursos estáveis, indicando que a fisiologia da digestão desta formiga pode ser uma adaptação ao seu hábito alimentar. Biológico, São Paulo, v.69, suplemento 2, p.345-349, 2007 348 XVIII Simpósio de Mirmecologia Fig. 1 - Atividade de α-glucosidase (NPαGlu), β-glucosidase (NPβGlu e celobiose), α-galactosidase (NPαGal), αmanosidase (NPαMan),α-amilase (glicogênio e amido), laminarinase e quitinase nas frações cromatográficas, de uma fenil-agarose, onde se aplicaram amostras de intestino médio de larvas de Acromyrmex subterraneus. LG – glândula labial; M – Intestino médio. Fig. 3 - SDS-PAGES para detecção de α-glucosidase, β-glucosidases, α- galactosidases, α-amilases e proteinases no intestino médio das larvas de Acromyrmex subterraneus. As setas indicam a presença de bandas de atividade. ecto e endo, significam conteúdo luminal do espaço ectoperitrófico e endoperitrófico, respectivamente. O fato das larvas não defecarem justifica a lentidão que a dieta contendo corante se movimentou no intestino médio. O tempo de residência alto pode explicar esta característica, pois a permanência de alimento por períodos prolongados poderia dispensar um sistema com intensa extrusão e absorção de água e íons tornando o processo digestivo mais eficiente energeticamente. A atividade de pectinase e laminarinase são, provavelmente, desnecessárias no intestino médio. Estas enzimas podem estar sendo usadas como fonte de aminoácidos para as larvas. As enzimas α-glicosidase, β-glicosidase, αmanosidase e proteases (tripsínica e aminopeptidase) foram detectadas no tecido epitelial, sugerindo a participação secretora das larvas. A origem de Pectinase, Biológico, São Paulo, v.69, suplemento 2, p.345-349, 2007 XVIII Simpósio de Mirmecologia laminarinase, β1-3glucanase e á-galactosidase pode ser fúngica. Os ensaios cromatográficos para detectar atividade quitinolítica na glândula labial das larvas apresentaram perfis similares aos da glândula das operárias. Interessantemente, o pico de atividade quitinolítica do intestino médio das larvas não coincide com o pico da glândula labial, indicando que a quitinase produzida na glândula não está ativa no intestino médio. É possível que a digestão da quitina seja extra oral, ocorrendo nos segmentos torácicos do ventre das larvas, como em outras espécies de formig a s (HÖ L L D O B L E R & WILSON , 1990). A quitinase hidrofílica presente no intestino médio é de origem incerta. A preservação das propriedades da matriz peritrófica, que contém quitina, pode ser o motivo da inibição observada. Altas atividades de α-glicosidase e α-amilases, como a observada paraA. subterraneus, são comuns em muitas espécies de insetos. Esta enzima pode estar atuando na digestão intermediária e final de amido ou glicogênio (TERRA & FERREIRA, 2005). Diversas β-glicosidases ocorrem no intestino médio de A. subterraneus. Elas podem ser importantes na degradação de glico-lipídeos, glico-proteínas, quitina e para evitarem a degradação de glicosídeos tóxicos de plantas, podendo estar relacionada com a polifagia desta espécie de formiga. REFERÊNCIAS ANJOS, N. & DELLA LUCIA, T.M.C. (Eds.). Guia prático sobre formigas cortadeiras em reflorestamentos. Ponte Nova: Graff Cor, 1998. 100p. C HERRETT , J.M. The biology, pest status and control of leafcutting ants. AgriculturalZoologyReviews, v.1, p.1-37, 1986. C URRIE, C.R. & STUART, A.E. Weeding and grooming of pathogens in agriculture by ants. Proceedings of the Royal Society of London B, v.268, p.1033-1039, 2001. DELAGE, B. Recherches sur les fourmis moissoneuses du Bassin Aquitain: éthologie, physiologie de l’alimentation. Annales des Sciences Naturelles Zoologie, v.10, p.197-3265, 1968. ERTHAL JUNIOR; M., SILVA, C.P.; SAMUELS, R.I. 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