helipontos elevados

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INFORMATIVO DE INSTRUÇÃO E DOUTRINA
EDIÇÃO Nº 002 – Março de 2013
Operação em heliponto elevado
“Só um pouquinho quente, mas fora isto um ângulo de aproximação normal.
A razão de descida está em 500ft/min enquanto o helicóptero desacelera
passando por 60 kt. O ângulo então começa a aumentar e a trajetória vira um
arco, com tendência a tocar curto. Aplico potência, a razão de descida
aumenta para 750ft/min… Mais potência, mas o climb move-se para
1000ft/min. Parece que não está adiantando. A velocidade começa a oscilar
abaixo de 40 kt. Não está confiável. De repente, fica difícil de manter a proa,
é melhor arremeter! Em seguida, voltando para uma segunda tentativa, faço
a aproximação por um setor diferente. Agora, uma aproximação com vento
de través, para evitar as correntes descendentes que são comuns em pousos
sobre edifícios quando se aproxima aproado com o vento. Então, consigo
aproximar com sucesso!”
Esta foi uma curta narrativa de uma aproximação para um heliponto elevado. Neste caso, na primeira tentativa, arremeter foi a melhor opção, pois
o piloto percebeu a influência de uma corrente descendente na final para pouso no topo do edifício. Algumas regras podem ser estabelecidas para
garantir a segurança das operações em helipontos elevados, neste caso especificamente, foram observados os fatores que influenciavam o voo, tais
como:
1- Correntes convectivas;
2- Obstruções ao fluxo de ar (o ar movendo-se em volta ou por cima dos edifícios); e
3- Tesouras de vento.
Antes de se discutir as técnicas de pilotagem, é interessante atentar para as condições de vento e para a turbulência produzida por obstáculos na
área urbana. Os efeitos do ar turbulento em helipontos elevados são maiores em aeronaves de fuselagem grande e que estejam voando em baixa
velocidade. A turbulência pode causar desde poucos balanços até trepidações bem severas, capazes de produzir danos estruturais à aeronave. Assim, no
voo urbano, o helicóptero monomotor leve se comporta melhor em turbulência do que os grandes bimotores. A reação à turbulência varia não apenas
com a intensidade dos movimentos irregulares da atmosfera, mas também com as características da aeronave, como velocidade do voo, carga no rotor
principal e atitude da aeronave.
Regras básicas para uma aproximação segura em um heliponto elevado
Por causa da complexidade das correntes de ar no ambiente urbano, estas regras devem ser consideradas apenas como uma referência geral. Acima
de tudo, lembre-se que o Efeito Venturi, existente entre prédios, pode produzir áreas de vento duas a três vezes mais fortes que em áreas descampadas.
A turbulência causada por obstáculos podem pegar o piloto desprevenido a qualquer altura quando voando nas proximidades de prédios, porém serão
mais severas a baixa altura e próximo ao pouso.
O tamanho da área turbulenta é proporcional ao tipo de obstáculo e à intensidade do vento. Basicamente, existem três áreas comuns de
turbulência para prédios baixos ou barreiras:
1- No solo, imediatamente antes do obstáculo, geralmente não muito perigosa, gerando cuidados com ventos acima de 15 kt;
2- No ar, sobre o obstáculo e um pouco depois dele, na direção do vento; e
3- Próximo do solo, vento abaixo.
A turbulência em volta de prédios mais altos é menos severa do que nos mais baixos e, normalmente, ela é maior a cerca de 15ft antes do toque.
Algumas aproximações terminam em um voo pairado alto, para em seguida o helicóptero baixar até o heliponto elevado.
Importante ressaltar que a turbulência em volta de edificações baixas é a pior e, nestes casos, pode-se esperar ar turbilhonado ao longo de toda a
aproximação, que pode vir de qualquer direção. O cuidado tem que ser redobrado!
(Adaptado do artigo Typical Helicopter Accidents Profiled, publicado no boletim Helicopter Safety, de maio de 1993)
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