Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Definição (6.1): Definimos equação diferencial como uma qualquer relação entre uma função e as suas derivadas. Definição (6.2): Seja e uma função real incógnita definida num intervalo aberto . À relação ( ) chamamos equação diferencial ordinária, que abreviamos por EDO. Definimos ordem da equação como a ordem da derivada de ordem superior que aparece na relação. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~1~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Classificação de EDO’s: 1. Dizemos que uma EDO de ordem é linear se é da forma onde são funções reais de variável real e é não identicamente nula. Se é identicamente nula, dizemos que a EDO é linear homogénea. 2. Todos os restantes tipos de EDO’s designamos por não-linear. Definição (6.3): Dizemos que uma EDO linear é de coeficientes constantes se é da forma onde são constantes reais. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~2~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Definição (6.4): Seja ( ) uma EDO. Fixemos uma função real definida num intervalo aberto . Dizemos que é uma solução particular da EDO com intervalo de definição se ( ) . Dizemos que se Slides de apoio ao turno T2 satisfaz as condições iniciais . João Cabral ~3~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. EDO’s de Primeira Ordem Definição (6.5): Consideremos a EDO . Suponhamos que queremos determinar uma solução desta EDO que satisfaz a condição inicial . A um problema deste género chamamos um problema de valor inicial. À curva induzida pela solução de um problema deste tipo denominamos curva integral de . Nota: Os conceitos de problema de valor inicial e de curva integral generalizam-se trivialmente para EDO’s de ordem maior ou igual a dois. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~4~ Capítulo 6 As curvas integrais da EDO Slides de apoio ao turno T2 AM IIID – 11/12- 1º Sem. são da forma João Cabral . ~5~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Seja uma solução particular de tangente a é dada por Os vectores tangentes ao gráfico de que passa pelo ponto têm a direcção de ( no Definição de campo de direcções: A uma EDO da forma vectores tangentes às curvas integrais dado por ( . Então a recta ). , associamos o campo de ) que denominamos por campo de direcções. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~6~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Campo de direcções de Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~7~ Capítulo 6 Slides de apoio ao turno T2 AM IIID – 11/12- 1º Sem. João Cabral ~8~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Campo de direcções de Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~9~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Solução geral da equação: Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 10 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Campo de direcções de Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 11 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Solução geral da equação: Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 12 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Campo de direcções de (equação do movimento de queda dos corpos) Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 13 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Campo de direcções de (equação do crescimento da população) Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 14 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Campo de direcções de Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 15 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Definição (6.6): Seja uma função real a uma variável real. Definimos equação autónoma de 1ª ordem a uma equação do tipo A uma função constante que seja solução particular desta equação chamamos solução de equilíbrio. Os pontos que anulam a função denominamos por pontos de equilíbrio ou pontos críticos. Nota: Uma função constante . Slides de apoio ao turno T2 é uma solução de equilíbrio de João Cabral se e só se ~ 16 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Classificação de soluções de equilíbrio: Seja 1. assimptoticamente estável: Existe de valor inicial da forma uma solução de equilíbrio de tal que, para toda a solução ] com intervalo de definição [ 2. instável: Para todo o forma de um problema [ [, temos que , existe uma solução de um problema de valor inicial da ] com intervalo de definição [ . [ [, tal que 3. semi-estável: Se verifica a definição de assimptoticamente estável á esquerda ] [ ) e a definição de instável à direita ( ] [ ou vice-versa. ( Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 17 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema de Peano: Consideremos o problema de valor inicial { Suponhamos que é contínua num rectângulo ] [ existe um real tal que [ ]. uma solução no intervalo [ [ ] [ ] centrado em . Então ] e o problema de valores iniciais admite Consideremos o problema de valor inicial { Toda a função da forma { é solução deste problema! Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 18 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema de Picard: Consideremos o problema de valor inicial { Suponhamos que e . Então existe um real tal que [ iniciais tem uma e uma só solução no intervalo [ Nota: No exemplo anterior, Slides de apoio ao turno T2 [ são contínuas num rectângulo ] [ ] [ ] centrado em ] e o problema de valores ]. não admite derivada em ordem a em zero. João Cabral ~ 19 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema de Existência e Unicidade para Equações Lineares de 1ª Ordem: Consideremos uma EDO linear de 1ª ordem na forma 1. Suponhamos que e são contínuas no intervalo aberto . Dados existe uma e uma só solução do problema valor inicial definida no intervalo . 2. Seja uma primitiva de , . Então a equação acima é equivalente à equação ( Slides de apoio ao turno T2 e ) João Cabral ~ 20 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Nota: 1. Os gráficos de duas soluções particulares distintas, com intervalo de definição , de uma EDO de 1ª ordem da forma nunca se intersectam; 2. Como a função nula é solução de , uma solução desta equação, com intervalo de definição , ou é nula em ou não admite zeros em . Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 21 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. As soluções de uma EDO podem ser obtidas em duas formas: 1. Forma explícita, ou seja, na forma ; 2. Forma Implícita, ou seja, na forma de equação a duas variáveis reais . Em casos muito particulares podemos obter várias soluções na forma explícita a partir da solução na forma implícita. O teorema da função implícita permite-nos obter informação sobre as derivadas de . Lembrete: Teorema da função implícita. Seja uma função real a duas variáveis reais de classe e em na qual Slides de apoio ao turno T2 aberto . Seja . Então existe uma bola aberta de centro em define como função de João Cabral de classe tal que contida e ~ 22 ~ Capítulo 6 Consideremos a EDO equação na forma AM IIID – 11/12- 1º Sem. . Através de manipulação algébrica podemos escrever esta Para esta última equação também usamos a notação Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 23 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Definição (6.7): A uma EDO de 1ª ordem da forma Denominamos por equação de variáveis separáveis. Teorema (6.8): Consideremos a equação de variáveis separáveis ] [ ]. Sejam onde são funções contínuas num rectângulo [ e primitivas de, respectivamente, e . A solução geral desta ODE é dada na forma implícita pela família de curvas onde é uma constante real arbitrária. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 24 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Definição (6.9): Denominamos por equação de Bernoulli a uma EDO de 1ª ordem do tipo onde são funções contínuas num intervalo e { }. Teorema (6.10): A mudança de variável definida por para ordem. função não nula, transforma uma equação de Bernoulli numa equação linear de 1ª Nota: A função nula é solução de qualquer equação de Bernoulli. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 25 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Definição(6.11): Uma EDO de 1ª ordem diz-se homogénea se é da forma ( ) onde é uma função real a uma variável real. Teorema (6.12): Toda a equação homogénea reduz-se a uma equação de variáveis separáveis através da substituição Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 26 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Definição (6.13): Consideremos a EDO de 1ª ordem tal que A uma EDO nestas condições denominamos por equação exacta. Teorema (6.14): Sejam Seja funções de classe num rectângulo [ uma EDO exacta e tal que ] [ ]. Então a EDO é exacta com solução geral na forma implícita dada pela família de curvas Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 27 ~ Capítulo 6 Definição (6.15): Seja de 1ª ordem AM IIID – 11/12- 1º Sem. , . Dizemos que se a equação é um factor integrante para a EDO é exacta. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 28 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema (6.16): Consideremos uma EDO linear de 1ª ordem na forma Suponhamos que depende só da variável . Então a EDO admite factores integrantes que dependem só de e são solução particular da EDO linear homogénea de 1ª ordem Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 29 ~ Capítulo 6 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema (6.17): Consideremos uma EDO linear de 1ª ordem na forma Suponhamos que depende só da variável . Então a EDO admite factores integrantes que dependem só de e são solução particular da EDO linear homogénea de 1ª ordem Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 30 ~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema de Existência e Unicidade para Equações Lineares de 2ª Ordem: Consideremos o problema de valor inicial ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Suponhamos que ( ) ( ) ( ) são funções contínuas num intervalo aberto ao qual pertence . Então existe uma e uma só solução com intervalo de definição para o problema de valor inicial indicado. Nota: Os gráficos de duas soluções particulares distintas, com intervalo de definição , de uma ( ) ( ) ( ) podem intersectar-se em , mas EDO de 2ª ordem da forma têm rectas tangentes distintas no ponto de intersecção, ou seja, não podem ser tangentes. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~1~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema (7.1): Se ( ) e ( ) são soluções particulares com intervalo de definição da EDO linear homogénea de 2ª ordem ( ) ( ) onde ( ) ( ) ( ) são funções contínuas em . Então, para quaisquer constante reais ( ) e , ( ) é solução particular da EDO linear de 2ª ordem. Ou seja, as soluções ( ) ( ) particulares de com intervalo de definição formam um espaço vectorial real. Nota: Estamos a considerar como operações definidas no espaço vectorial a soma usual de funções e a multiplicação usual de uma função por uma constante. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~2~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Definição (7.2): Sejam funções reais definidas num intervalo aberto . Dizemos que estas funções são linearmente dependentes em se existem constantes reais , onde pelo menos uma destas constante é não nula, tais que ( ) ( ) Dizemos que as funções são linearmente independentes em se a condição ( ) Implica que Slides de apoio ao turno T2 ( ) . João Cabral ~3~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Definição (7.3): Sejam funções reais de classe ( ) num intervalo aberto . )( ) , como o Definimos Wronskiano destas funções, e representamos por ( determinante ( ) | Teorema (7.4): Sejam tal que ( ( ) ( ) ( ) ) | ( ) funções reais de classe ( ) num intervalo aberto . Se existe )( ) , então são linearmente independentes em . Nota: Do teorema 7.4 concluímos que se ( )( ) , para todo o . Slides de apoio ao turno T2 ( João Cabral são linearmente dependentes em então ~4~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Nota: O recíproco do teorema (7.4) não é verdadeiro. Considere as funções de classe ] [ definidas por () () { Estas duas funções são linearmente independentes, no entanto, para todo o ( Slides de apoio ao turno T2 ] [, )( ) João Cabral ~5~ , Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema de Abel: Sejam ( ) e ( ) soluções particulares com intervalo de definição da EDO linear homogénea de 2ª ordem ( ) Suponhamos que ( ) ( )( ) é dado por ( ) ( ) são contínuas em ( )( ) . Nestas condições, o Wronskiano ( ) onde ( ) é uma primitiva de ( ) e é uma constante real que depende de e . Além )( ) é constantemente igual a zero ( disso, ou ( ) em ou nunca se anula em ( ). Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~6~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema (7.5): Sejam ( ) e ( ) soluções particulares com intervalo de definição da EDO linear homogénea de 2ª ordem ( ) onde ( ) ( ) ( ) são contínuas em . Suponhamos que existe ( tal que )( ) Então toda a solução particular definida em é da forma ( ) onde ( ) são constantes reais. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~7~ Capítulo 7 Teorema (7.6): Seja inicial AM IIID – 11/12- 1º Sem. ( ) uma solução com intervalo de definição do problema de valor ( ) ( ) ( ) onde ( ) ( ) são contínuas em . Suponhamos que definição do problema de valor inicial ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) é uma solução com intervalo de ( ) Então as funções ( ) e ( ) são uma base do espaço vectorial das soluções particulares ( ) ( ) com intervalo de definição de . Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~8~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Corolário (7.7): Consideremos a EDO linear homogénea de 2ª ordem ( ) ( ) onde ( ) ( ) são contínuas em . O conjunto das soluções particulares com intervalo de definição desta equação é um espaço vectorial de dimensão 2. Definição(7.8): Consideremos a EDO linear homogénea de 2ª ordem ( ) ( ) onde ( ) ( ) são contínuas em . A uma base do conjunto das soluções particulares com intervalo de definição desta equação chamamos sistema fundamental de soluções. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~9~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Nota: Para que duas soluções particulares com intervalo de definição da EDO linear homogénea de 2ª ordem ( ) ( ) ( ) ( ) são contínuas em , formem um sistema fundamental é necessário e onde suficiente que estas sejam linearmente independentes em . Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 10 ~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Método de d’Alembert: Seja ( ) uma solução particular da EDO linear homogénea de 2ª ordem ( ) ( ) A substituição ( ) ( ) ( ) reduz a EDO linear homogénea de 2ª ordem a uma EDO linear homogénea de 2ª ordem da seguinte forma ( ) Agora efectuamos a mudança de variável ( ) ( ) e obtemos a EDO de 1ª ordem homogénea ( ) Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 11 ~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Definição (7.9): Dada a EDO linear homogénea de 2ª ordem de coeficientes constantes Definimos polinómio característico desta equação como o polinómio Nota: O polinómio característico indicado na definição anterior admite 1. ou duas raízes reais distintas com multiplicidade um cada; 2. ou uma raiz real de multiplicidade dois; 3. ou duas raízes complexas que são conjugadas entre. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 12 ~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema (7.10): Consideremos a EDO linear homogénea de 2ª ordem de coeficientes constantes Sejam e as raízes do polinómio característico da EDO indicada. 1. Se e , então ( EDO indicada, tendo esta solução geral 2. Se e , então ( indicada, tendo esta solução geral ) é um sistema fundamental de soluções da ) é um sistema fundamental de soluções da EDO 3. Se ( ) , então ̅ e( ( ) ( )) é um sistema fundamental de soluções da EDO indicada, tendo esta solução geral ( ) ( ) Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 13 ~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema (7.11): Consideremos a EDO linear de 2ª ordem ( ) ( ) ( ) Seja ( ) uma solução particular com intervalo de definição desta. Seja ( ( ) ( )) um sistema fundamental com intervalo de definição da equação homogénea associada ( ) ( ) Então a solução geral da EDO linear de 2ª ordem é dada por ( ) Slides de apoio ao turno T2 ( ) João Cabral ( ) ~ 14 ~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Método da variação das constantes para EDO’s lineares não homogéneas de 1ª ordem: Consideremos a EDO ( ) ( ) ( ) A equação homogénea associada, , tem por solução geral ( ) onde ( ) é uma primitiva de ( ) . Consideremos que ( ) ( ) é solução da EDO não homogénea. Substituindo esta função na EDO não linear obtemos a condição ( ) ( ) ( ) Como tal, a solução geral da EDO não linear é ( ) onde ( ) é uma primitiva de Slides de apoio ao turno T2 ( ) ( ) ( ) ( ). João Cabral ~ 15 ~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema (7.12): Sejam ( ) e ( ) soluções particulares com intervalo de definição da EDO linear homogénea de 2ª ordem ( ) ( ) onde ( ) ( ) são contínuas em . As funções em se e só se, para todo o , ( ( )e ( ) são linearmente dependentes )( ) Nota: 1. O teorema (7.12) complementa o teorema (7.4) única e exclusivamente no caso de soluções particulares de EDO’s lineares homogéneas. 2. Aplicando o teorema (7.12) ao Teorema de Abel concluímos que As funções ( ) e ( ) são linearmente dependentes em se e só se . Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 16 ~ Capítulo 7 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Método da variação das constantes para EDO’s lineares não homogéneas de 2ª ordem: Consideremos a EDO ( ) Seja ( ( ) ( ) ( ) ( )) um sistema fundamental da equação homogénea associada ( ) ( ) Queremos que ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) seja solução da EDO não homogénea. ( ) ( ) Derivamos ( ) e impomos a condição ( ) ( ) . Substituindo ( ) na ( ) ( ) EDO não linear obtemos a condição ( ) ( ) ( ). As funções ( ) e ( ) são as funções incógnitas do sistema { ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) )( ), o facto de Como o determinante da matriz associada a este sistema é ( ( ( ) ( )) ser um sistema fundamental de soluções da equação homogénea associada garante-nos, pela teorema (7.12), que podemos então resolver este sistema, por exemplo, recorrendo à regra de Cramer. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 17 ~ Capítulo 8 AM IIID – 11/12- 1º Sem. [ . Definimos Definição (8.1): Seja uma função real definida no intervalo [ Transformada de Laplace desta função, e representamos por { } ou por , à função { } ∫ caso esta exista. Teorema (8.2): Seja uma função real definida no intervalo [ [ tal que: 1. Para todo o , a função é seccionalmente contínua no intervalo [ 2. A função é uma função de ordem exponencial, ou seja, | | Então transformada de Laplace de Slides de apoio ao turno T2 está definida para João Cabral ]; . ~1~ Capítulo 8 AM IIID – 11/12- 1º Sem. funções reais definidas no intervalo [ } e que { existe para . Propriedades (8.3): Sejam e } Suponhamos que { existe para [. } existe para 1. Linearidade: Para quaisquer constantes reais , temos { { }e { } { } { } 2. Transformada da derivada: Se verifica as condições do teorema (8.2) e se é de classe ], } existe para por secções em qualquer intervalo do tipo [ , então { e { } { } 3. Derivada da Transformada: Para , { 4. Deslocamento em : Para { } , { Slides de apoio ao turno T2 } } João Cabral { } ~2~ Capítulo 8 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Nota: Por indução obtemos 1. da alínea 2 do teorema (8.3), { } { } 2. da alínea 3 do teorema (8.3), { Definição (8.4): Seja ] [ } tal que existe { Denominamos [ [ } com } por transformada de Laplace inversa de { Slides de apoio ao turno T2 { e representamos por } João Cabral ~3~ Capítulo 8 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Nota: Devido à linearidade da transformada de Laplace, resulta a linearidade da transformada [ que de Laplace inversa, ou seja, se são funções reais definidas no intervalo ] admitem transformada de Laplace inversa e constantes reais, temos que { } { } { Teorema (8.5): Sejam e funções reais definidas no intervalo [ do teorema (8.2). Se existe tal que para , { então Slides de apoio ao turno T2 para todo o ponto } { onde João Cabral } [ e nas condições } são contínuas. ~4~ Capítulo 8 Definição (8.6): Seja AM IIID – 11/12- 1º Sem. . Definimos função degrau unitário ou função Heaviside como [ [ { O gráfico desta função é: Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~5~ Capítulo 8 AM IIID – 11/12- 1º Sem. [ Dada uma função [ , a esta podemos associar a função que representa uma translação da função original. Em termos da representação gráfica destas: Gráfico de Slides de apoio ao turno T2 Gráfico de João Cabral ~6~ Capítulo 8 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema (8.7): Seja . Então [ e { [ . Suponhamos que { } { } está definida para } Nota: Do teorema (8.7) resulta a propriedade de deslocamento em , { Slides de apoio ao turno T2 } { João Cabral } ~7~ Capítulo 8 Seja AM IIID – 11/12- 1º Sem. . Consideremos uma função força da forma [ ] { O impulso total desta força é ∫ Consideremos [ ] e a sucessão de funções [ Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ] ~8~ Capítulo 8 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Representação gráfica da sucessão de funções Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~9~ Capítulo 8 Definição (8.9): Seja AM IIID – 11/12- 1º Sem. . Definimos Delta de Dirac, e representamos por , como Nota: O Delta de Dirac não é uma função no sentido usual pois e ∫ Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 10 ~ Capítulo 8 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Propriedades do Delta de Dirac: 1. Se é uma função real a uma variável real contínua numa vizinhança de , ∫ 2. { } [ [ Definição (8.10): Sejam funções seccionalmente contínuas. Definimos produto de convolução entre e , e representamos por , como ∫ Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 11 ~ Capítulo 8 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Propriedades algébricas do produto de convolução: Sejam seccionalmente contínuas e . 1. 2. 3. 4. 5. [ funções ; Nota: Em geral não é verdade a igualdade [ [ Teorema (8.11): Sejam existe transformada de Laplace em [ { Slides de apoio ao turno T2 [ } . Por exemplo, se , funções seccionalmente contínuas para as quais [. Então { } João Cabral { } ~ 12 ~ 304 Chapter 6. The Laplace Transform TABLE 6.2.1 Elementary Laplace Transforms f (t) = L−1 {F(s)} 1. 1 2. eat 3. t n ; n = positive integer F(s) = L{ f (t)} 1 , s>0 s 1 , s>a s−a n! , s>0 n+1 s Notes Sec. 6.1; Ex. 4 Sec. 6.1; Ex. 5 Sec. 6.1; Prob. 27 4. t p , p > −1 ( p + 1) , s p+1 5. sin at a , s 2 + a2 s>0 Sec. 6.1; Ex. 6 6. cos at s , s + a2 s>0 Sec. 6.1; Prob. 6 7. sinh at a , s 2 − a2 s > |a| Sec. 6.1; Prob. 8 8. cosh at s , s − a2 s > |a| Sec. 6.1; Prob. 7 9. eat sin bt b , (s − a)2 + b2 s>a Sec. 6.1; Prob. 13 10. eat cos bt s−a , (s − a)2 + b2 s>a Sec. 6.1; Prob. 14 11. t n eat , n = positive integer n! , (s − a)n+1 12. u c (t) e−cs , s 13. u c (t) f (t − c) e−cs F(s) Sec. 6.3 14. ect f (t) F(s − c) Sec. 6.3 15. f (ct) 1 s F , c c 16. t f (t − τ )g(τ ) dτ s>0 2 2 s>a s>0 c>0 Sec. 6.1; Prob. 27 Sec. 6.1; Prob. 18 Sec. 6.3 Sec. 6.3; Prob. 19 F(s)G(s) Sec. 6.6 17. δ(t − c) e−cs Sec. 6.5 18. f (n) (t) s n F(s) − s n−1 f (0) − · · · − f (n−1) (0) Sec. 6.2 19. (−t)n f (t) F (n) (s) Sec. 6.2; Prob. 28 0 Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Definição (9.1): Seja função periódica de período 1. Para todo o 2. Para todo o , , ( uma função real e se um real positivo. Dizemos que é uma ; ) ( ). Caso exista, ao menor período de uma função denominamos por período fundamental. Propriedades de funções periódicas: Sejam Seja . funções periódicas de período 1. ( 2. ) é um período de , para todo o ; são funções periódicas de período 3. Se é integrável em [– ], então para todo o ( ) ∫ 4. Dado Slides de apoio ao turno T2 , as funções . /e ∫ . João Cabral . ; , ( ) / têm período fundamental . ~1~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Algumas igualdades trigonométricas: Sejam 2. (( (( 3. ( ) ( ) 4. ( ) ( 5. ( ) ( 1. ) ) ) ) Slides de apoio ao turno T2 . ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ) (( (( ) ) ) ) (( (( ) ) ) ) ) (( ) ) (( ) ) João Cabral ~2~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. , Definição (9.2): Sejam entre e , e representamos por 〈 〈 duas funções contínuas. Definimos produto interno 〉 como 〉 são ortogonais em , Dizemos que e Sejam . As funções . ∫ ( ) ( ) - se 〈 /e . / . 〉 . / verificam as seguintes relações de ortogonalidade: ∫ . ∫ ∫ Slides de apoio ao turno T2 . . / / . João Cabral / . / 2 / 2 ~3~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Definição (9.3): Definimos como série de Fourier toda a série da forma ∑. onde ( ) e( ) Definição (9.4): Seja sucessões reais Slides de apoio ao turno T2 , / . // são sucessões reais. uma função periódica de período Á série de Fourier de coeficientes Aos coeficientes . , , ∫ ( ) . / ∫ ( ) . / , , , . Suponhamos que existem as chamamos série de Fourier da função . chamamos coeficientes da série de Fourier da função . João Cabral ~4~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema (9.5): Seja , seja periódica de período ( ) ( ) ( ) e seccionalmente contínua. Dado ( ) Seja ̃ a série de Fourier de . Então ̃( ) é uma série numérica convergente para ( ) ( ) Nota: Resulta imediatamente do teorema 9.5 que nos pontos onde série de Fourier tomam o mesmo valor. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral é contínua, e a sua ~5~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Consideremos a função periódica de período ( ) definida por 2 Representação gráfica de . Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~6~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Representação gráfica da série de Fourier de . Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~7~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Desenvolvimento de uma função em série de Senos: Seja uma função real definida no intervalo , . Consideremos a função ̃, um prolongamento de , construído da seguinte forma: ( ) 1. ̃( ) 2. ̃ é ímpar em , , -; - ou seja ̃( ) 3. ̃ é periódica de período ̃( ) . / , - . Seja ∑. . // o desenvolvimento em série de Fourier de ̃. Temos que: 1. Como ̃( ) . / é impar no intervalo , ∫ Slides de apoio ao turno T2 ̃( ) -, . João Cabral / ~8~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. 2. Como ̃( ) ∫ ̃( ) / é par no intervalo , . . / ∫ ̃( ) 3. Como ̃( ) é impar no intervalo , . / ∫ ( ) . / -, ∫ Obtemos assim o desenvolvimento de -, ̃( ) em série de Senos dado por ∑ . / onde ∫ Slides de apoio ao turno T2 ( ) . João Cabral / ~9~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Desenvolvimento de uma função em série de Co-senos: Seja uma função real definida no intervalo , . Consideremos a função ̃, um prolongamento de , construído da seguinte forma: ( ) 1. ̃( ) 2. ̃ é par em , , -; - ou seja ̃( ) 3. ̃ é periódica de período ̃( ) , - . Seja ∑. . / . // o desenvolvimento em série de Fourier de ̃. Temos que: 1. Como ̃( ) ∫ ̃( ) Slides de apoio ao turno T2 / é par no intervalo , . . / ∫ ̃( ) João Cabral -, . / ∫ ( ) . / ~ 10 ~ Capítulo 9 2. Como ̃( ) AM IIID – 11/12- 1º Sem. . / é impar no intervalo , ∫ 3. Como ̃( ) é par no intervalo , ∫ ̃( ) ̃( ) -, . / -, ∫ ̃( ) Obtemos assim o desenvolvimento de ( ) ∫ em série de Co-senos dado por ∑ . / onde ∫ Slides de apoio ao turno T2 ( ) . João Cabral / ~ 11 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Consideremos o seguinte problema: Determine as soluções particulares de ( ) ( ) ( ) () com intervalo de definição , -, , tais que ( ) e () , onde são constantes reais. Um problema deste tipo é classificado como um problema ( ) ( ) () () de fronteira. Às condições e chamamos de condições de fronteira. Problema (9.6): Determinar os valores de para os quais o problema de fronteira ( ) () Admite soluções não triviais, isto é, não nulas. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 12 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Resolução do problema (9.6): A EDO homogénea de coeficientes constantes tem como polinómio característico associado . Os zeros deste polinómio dependem do parâmetro . i) Neste caso é a única raiz do polinómio característico, tendo esta multiplicidade 2. Como tal, a solução geral da EDO é dada por ( ) () Aplicando as condições de fronteira ( ) Como , neste caso só existe a solução trivial. à solução geral obtemos . ii) Existe tal que . Como tal . Os zeros do polinómio característico são obtidos da equação ou . A solução geral da EDO é ( ) Aplicando as condições de fronteira ( ) Slides de apoio ao turno T2 () João Cabral à solução geral obtemos o sistema ~ 13 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. 2 Como , o determinante deste sistema homogéneo é não nulo, donde este sistema é possível e determinado com solução . iii) Existe tal que . Como tal . Os zeros do polinómio característico são obtidos da equação ou . A solução geral da EDO é ( ) ( ) Aplicando as condições de fronteira ( ) { ( ( () ) ) à solução geral obtemos o sistema ( ) Como queremos soluções não nulas, resulta que ( ) , concluímos que o problema tem solução se e só se ( ) Slides de apoio ao turno T2 . João Cabral / ou seja . Sendo * + ~ 14 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Definição (9.7): Definimos equação de derivadas parciais, que abreviamos por EDP, como uma equação que envolve uma função de várias variáveis, denominada por função incógnita, e suas derivadas parciais. Definimos ordem de uma EDP como a ordem da derivada parcial de ordem superior que consta da equação. Definição (9.8): Dizemos que uma EDP de função incógnita ( ( ) ( ) é linear se é da forma ) onde ( ) é uma combinação linear de derivadas parciais de sendo os coeficientes desta combinação linear funções das variáveis . Por exemplo, se depende das variáveis e , uma EDP linear de ordem dois é da forma onde são funções das variáveis nula dizemos que a EDP linear é homogénea. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral e . Se R for a função a função ~ 15 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Teorema (9.9): Seja ( ) uma EDP linear homogénea. Se são soluções desta EDP, então uma combinação linear destas funções também é solução da EDP. Algumas EDP’s lineares homogéneas clássicas: 1. Equação da transferência de calor: 2. Equação de onda a uma dimensão: 3. Equação de onda a duas dimensões: ( ) 4. Equação de Laplace: Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 16 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Para alguns tipos de EDP´s obtêm-se soluções “revertendo” as derivações efectuadas. Tal método é denominado por método de integração. Seja função das variáveis . As EDP’s da forma onde é uma constante, é resolúvel pelo método de integração. Um outro exemplo de EDP solúvel pelo método de integração é obtendo-se ( onde ) ( ) ( ) são funções arbitrárias. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 17 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Problema (9.10): O objectivo é estudar a transferência de calor ao longo de uma barra cilíndrica. Vamos supor que a temperatura é apenas função de e , ou seja, que a temperatura em qualquer secção vertical da barra num dado tempo é constante. Vamos assumir também que a temperatura nas extremidades da barra é zero. Seja ( ) a distribuição do calor ao longo da barra no instante zero. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 18 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. O problema é dado pela EDP sujeita às condições de fronteira ( ) ( ( ) ( ) ) e às condições iniciais Vamos resolver este problema recorrendo ao método da separação de variáveis. Para tal vamos considerar ( ) ( ) ( ) Queremos determinar soluções não nulas do problema. Substituindo ( Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ) no equação, ~ 19 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. O lado esquerdo da igualdade depende só da variável e o lado direito da igualdade depende só da variável , pelo que existe tal que Obtemos assim as EDO’s lineares homogéneas 2 ( Das condições de fronteira ( ) não nulas do problema, obtemos ( ) ) ( ) e tendo em conta que queremos soluções . Pela resolução do problema (9.6), ( ) ( ) tem soluções não nulas se e só se Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 20 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. sendo estas ( ) Substituindo em . / obtemos a EDO linear homogénea de 1ª ordem . cuja a solução geral da EDO é, para cada ( ) / , . / Obtemos assim uma sucessão de soluções da equação da transferência de calor ( Slides de apoio ao turno T2 ) . João Cabral / . / ~ 21 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Pelo teorema (9.9), sendo que se as funções ( ) verificam as condições de fronteira lineares homogéneas, a combinação linear destas também verifica as condições de fronteira lineares homogéneas. Obtemos que a sucessão de funções ( ∑ ) são soluções da equação de transferência de calor que verificam as condições de fronteira lineares homogéneas. O teorema (9.9) é generalizável para o limite de sucessões de somas parciais construídas à custa de combinações lineares, pelo que a função ( ) ∑ ( ) ∑ . / . / é solução da equação da transferência de calor que verifica as condições de fronteira. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 22 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Seja ∑ . / o desenvolvimento em série de senos de ( ) no intervalo , ( ) ( ) obtemos ∫ Slides de apoio ao turno T2 ( ) João Cabral . - . Da condição inicial / ~ 23 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Problema (9.11): No problema da transferência de calor vamos supor que a temperatura nas extremidades na barra é constante mas não nula. Neste caso o problema é dado pela EDP Sujeita às condições de fronteira não-homogéneas ( ) ( ) e às condições iniciais ( ) ( ) Para aplicar o método da separação de variáveis vamos transformar as condições de fronteira não-homogéneas em homogéneas. Para tal consideremos a aplicação linear ( )em que transforma os pontos e em, respectivamente, e definida por ( ) ( ) Consideremos a mudança de variáveis ( Slides de apoio ao turno T2 ) ( João Cabral ) ( ) ~ 24 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. O problema da equação da transferência de calor transforma-se em Sujeita às condições de fronteira homogéneas ( ) ( ) e às condições iniciais ( ) ( ) ( ) cuja solução, segundo a resolução do problema (9.10), é ( ) ∑ ∫ ( ( ) Slides de apoio ao turno T2 . ( )) João Cabral / . . / / ~ 25 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Desfazendo a mudança de variável obtemos ( ) ( ) ∑ . / . / Interpretação física da mudança de variável: Quando tende para infinito, ou seja, passado muito tempo, a distribuição da temperatura ao longo da barra estabiliza. Seja ( ) a função que nos dá essa distribuição. Então ( ) verifica a EDP e as suas condições de fronteira, pelo que ( ) ( ) ( ) A solução deste problema de fronteira é ( ) Slides de apoio ao turno T2 ( ) João Cabral ( ) ~ 26 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Problema (9.12): Consideremos um elástico de extremidades fixas entre dois suportes. Aplicamos uma força a este para o colocar em movimento. Em repouso o elástico situa-se sobre o eixo . Seja ( ) o deslocamento vertical do elástico no ponto e tempo . Vamos assumir que a amplitude do movimento não é muito grande e que podemos ignorar efeitos que amorteçam o movimento. Seja ( ) e ( ), respectivamente a posição e a aceleração do elástico no instante zero. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 27 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. O problema é dado pela EDP sujeita às condições de fronteira ( ) ( ) e às condições iniciais ( ) ( ) ( ) ( ) Vamos resolver este problema de forma análoga ao problema (9.10). Fazendo ( obtemos que existe e que ( ) ( ) Slides de apoio ao turno T2 ) ( ) ( ) tal que . João Cabral ~ 28 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. ( ) Como procuramos soluções não nulas do problema ( ) . . , / Substituindo os valores de obtidos na equação ( ) ( ) e resolvendo esta, vem / . / A função ( ) ∑ ( ) ( ) ∑ . /0 . / . /1 é uma solução da EDP que verifica as condições de fronteira. Do desenvolvimento em série de ( ), obtemos senos de ( ) no intervalo , - e da igualdade ( ) ∫ Slides de apoio ao turno T2 ( ) . João Cabral / ~ 29 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Da igualdade ( ) ( ) vem que ( ) ∑ . / Comparando com o desenvolvimento série de senos de ( ) no intervalo , que ∫ Slides de apoio ao turno T2 ( ) . / ∫ João Cabral ( ) . - concluímos / ~ 30 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Problema (9.13): Nesta secção vamos estudar a equação de Laplace a duas dimensões Várias funções potencial verificam esta equação, daí também ser denominada por equação potencial. Vamo-nos restringir ao estudo desta equação dadas condições ao longo da fronteira de um rectângulo. Consideremos a equação de Laplace sujeita às condições de fronteira ( ( Slides de apoio ao turno T2 ) ) ( ( ) ) João Cabral ( ) ~ 31 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Mais uma vez, vamos resolver este problema de forma análoga ao problema (9.10). Seja ( ) ( ) ( ) Substituindo na EDP e nas condições lineares homogéneas ( ( ) { ) ( ) , obtemos ( ) Como procuramos soluções não nulas da EDP, ( ) . / Substituindo os valores de obtidos na equação e resolvendo esta, vem ( ) Da condição de fronteira ( Slides de apoio ao turno T2 ) resulta que ( ) ( ) . João Cabral , donde e / ~ 32 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. A função ( ) ∑ ( ) ( ) ∑ . / . / é solução da equação de onda que verifica as condições de fronteira lineares homogéneas ( ) ) ( ) e ( Do desenvolvimento em série de ) ( ), obtemos senos de ( ) no intervalo , - e da igualdade ( . / ∫ ( ) . / ∫ ( ) . / ou seja, . Slides de apoio ao turno T2 / João Cabral ~ 33 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Nota: De forma análoga resolvemos uma equação de Laplace com condições de fronteira ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) em que apenas uma e uma só das funções identicamente nula. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ( ) ( ) ( ) ( ) é a função não ~ 34 ~ Capítulo 9 AM IIID – 11/12- 1º Sem. Nota: Consideremos a equação de Laplace sujeita às condições de fronteira * Seja ( ), ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) + a solução da equação de Laplace em que consideramos as funções ( ) constantemente iguais a zero com excepção de . Então a função ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) é solução do problema inicial. Slides de apoio ao turno T2 João Cabral ~ 35 ~