UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Vandreza Patrícia Taurino TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL Um diagnóstico na empresa Dirlley Indústria e Comércio de Calçados Ltda Administração de Recursos Humanos TIJUCAS (SC)2007 VANDREZA PATRÍCIA TAURINO Trabalho de Conclusão de Estágio Comportamento Organizacional: Um diagnóstico na empresa Dirlley Indústria e Comércio de Calçados Ltda Trabalho desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas Gestão – CECIESA- Tijucas Orientadora: Rodrigues TIJUCAS - SC, 2007 Profª. Justina da Costa 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O campo do comportamento organizacional surgiu como uma forma de se compreender e administrar os diversos comportamentos que ocorrem dentro de grupos e organizações, permitindo que se visualize a organização como uma totalidade, que interage com seu ambiente e seus componentes entre si e com as partes relevantes do ambiente. Os teóricos atuais da administração desenvolveram uma abordagem mais integrada à analise sistêmica das organizações, seus integrantes e seus ambientes. O estudo do comportamento organizacional hoje é um resultado da convergência gradual dessas diversas escolas de pensamento. O próprio campo evoluiu do que foi denominada uma orientação micro (ênfase nas estruturas e processos, entre e dentro de indivíduos, pequenos grupos e seus líderes), para macro (ênfase nas estruturas e processos, entre e dentro de grandes subsistemas, organizações e seus ambientes) (BOWDITCH; BUONO,1992, p.19). 2.1 Administração A aceleração e instabilidade ambiental, passam a exigir estratégias e respostas empresariais capazes de assegurar a sobrevivência e a eficácia empresarial em situação de difícil diagnóstico e de acentuada incerteza. Para tanto, as empresas precisam continuamente realocar, reajustar e reconciliar seus recursos e tecnologias disponíveis com seus objetivos e com as oportunidades percebidas no ambiente onde elas operam. Com relação a administração os autores Carvalho e Nascimento, (1999, p.6) enfatizam que: Administração visa estabelecer e dirigir as políticas e procedimentos, mediante os quais se pode utilizar mais corretamente os recursos humanos, materiais e financeiros da organização em função de seus objetivos. Uma característica administrativa de importância vital é a de que todos os objetivos dos sistemas organizacionais devem contribuir diretamente para a consecução das metas globais da empresa. 15 O estudo das grandes tendências na administração e na gestão de pessoas pode oferecer informações e conhecimentos, revelando antecipadamente os desafios que as organizações terão pela frente. Além de revelar problemas, permite monitorar congruência entre os esforços da organização e as forças atuantes em seu ambiente. Como ressalta Tachizawa (2001), a organização que trabalha em sintonia com as mudanças em curso tem a vantagem adicional do impulso ao seu favor e multiplica suas possibilidades de êxito. Essa capacidade de sintonia com o ambiente maior pode vir a ser o principal diferencial entre deixar-se levar pelas mudanças e interagir com elas, buscando influenciar o próprio processo de renovação do ambiente. Finalmente, a globalização é uma questão que está alterando a maneira de conduzir as atividades e promete continuar a fazê-lo num ritmo acelerado. Como ressalta Wagner e Hollenbeck (1999), no futuro, no mundo inteiro, menos empresas limitarão suas operações a uma única região nacional ou cultural. Em compensação, a norma passará a ser o multinacionalismo ou mesmo a ausência dos Estados. Como resultado, os gerentes precisarão desenvolver maior sensibilidade às diferenças culturais internacionais. 2.1.1 Escolas da Administração As Escolas da administração iniciaram suas experiências e estudos pelo trabalho do operário a racionalização do trabalho devendo ser acompanhada de uma estruturação geral da empresa onde o administrador deve procurar identificar o estilo de gestão mais adequado para aquela situação. A Escola da administração científica , que se iniciou com o engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor, cuja ênfase é a divisão do trabalho em tarefas elementares e praticamente indivisíveis e a especialização das pessoas na execução dessas tarefas, visando a obter ganhos de produtividade, pressupunha que os objetivos das organizações e os dos empregados poderiam coincidir: o máximo de dinheiro para todos. A maior motivação dos empregados seria o ganho material. A solução consistia em montar um conjunto de incentivos financeiros para aumentar a produção (LACOMBE, 2005, p.171). 16 Como enfatiza o autor citado, Henry Gantt, Franck e Lilian Gilbreth, Henry Ford e vários outros seguiram a mesma linha de Taylor. Baseavam-se no princípio de que os operários, sendo pouco instruídos, deveriam fazer sempre a mesma coisa, conseguindo, assim, produzir seu treinamento na execução de tarefas simples, conseguindo, assim, produzir melhor e mais depressa. A escola da administração científica, atendia às necessidades do final do século XIX e início do século XX nos países desenvolvidos, uma vez que a indústria se expandia rapidamente, empregando pessoal com baixo nível de qualificação, sendo a maioria oriunda da zona rural. À medida que os empregados foram se qualificando e que aumentaram as disponibilidades de capital de e de tecnologia, seus princípios começaram a se tornar cada vez menos importantes para as novas necessidades de acordo com o autor citado. 2.2 Escola das Relações Humanas A preocupação nesta abordagem está nos sentimentos e atitudes que geram resultados como aumento da produtividade. Apresenta a preocupação que as organizações passaram a ter com as pessoas e os seus desempenhos. Conforme Robbins (2003, p. 496), “No geral, os participantes do movimento das relações humanas acreditavam na importância da satisfação do funcionário – um trabalhador satisfeito era um trabalhador produtivo”. A teoria das relações humanas surgiu de outros estudos, que buscavam explicar a mudança da ênfase na tarefa para a ênfase nas pessoas. Segundo Silva (2001), o movimento das relações humanas decorreu de três influências históricas, que foram o enfraquecimento do sindicalismo resultado da Grande Depressão norte-americana de 1930, a filosofia do humanismo industrial estabelecida por estudiosos que queriam provar que a produtividade dependia do tratamento dado aos indivíduos, e os estudos de Hawthorne que estudavam as condições que melhorariam o desempenho dos empregados. 2.2.1 Abordagem Comportamental 17 A Escola Comportamentalista estabelece algumas críticas à teoria Clássica, aos seus princípios, pela sua rigidez e mecanicismo. Esta abordagem mostra claramente o quanto é complexo e importante o comportamento dos colaboradores em uma organização. Esta escola trouxe um novo direcionamento às teorias da administração, com uma valorização do comportamento do indivíduo, conforme Silva (2001). Foram realizados alguns estudos para análise desta teoria, de acordo com Lacombe e Heilborn (2003), os estudos iniciaram em 1924, em Hawthorne, pela Western Eletric Company, e terminados no final da década de 1930 sob a supervisão de Elton Mayo. Como enfatiza o mesmo autor, os especialistas formaram um grupo para o qual seriam melhoradas as condições de trabalho e ao mesmo tempo um grupo para o qual, seriam mantidas estas mesmas condições inalteradas. Foi surpreendente o resultado, pois ambos os grupos aumentavam a produção com pouca correlação com os fatores físicos periodicamente alterados. A Western Eletric Company chamou, então, o professor Elton Mayo, para conduzir as experiências. Após outras alterações, perceberam que mesmo voltando às condições iniciais a produção cresceu mais. Estava claro que existia outro fator que motivava os funcionários e não era nenhum dos fatores ambientais nem remuneração.Concluíram, após estudos e entrevistas com o pessoal da produção, que o que realmente motivava os empregados era a atenção que lhes era dada pelos experimentos e pela alta administração da empresa. A partir daí, começou a tomar vulto a preocupação com a motivação dos empregados, com a necessidade de compreender as relações entre as pessoas e com a importância de ouvir os empregados para melhorar a produção. (LACOMBE; HEILBORN, 2003, p. 310). Na abordagem comportamental a forma ideal de administrar é que prioriza a importância de compreender e conhecer os subordinados e suas necessidades, de modo a motivá-los e a obter melhores resultados por meio deles. 2.2.2 Teoria da Contingência A base desta teoria é que não existe uma única forma de montar uma estrutura organizacional, ela defende que cada problema deverá ter uma solução diferente. Como afirmam Lacombe e Heilborn (2003, p. 428), “na prática, sabemos que existem sempre muitas maneiras de 18 organizar uma empresa, e para obtermos mais segurança sobre qual a mais adequada devemos começar o estudo de organização com um diagnóstico da empresa”. É preciso realizar alguns estudos em relação à empresa e seu ambiente para que haja definições sobre a mesma. Para Lacombe e Heilborn (2003), é necessária uma análise dos seus recursos e situação interna para identificarmos seus pontos fortes e fracos, e também uma análise externa para concluirmos quais as ameaças a serem enfrentadas e as oportunidades a serem aproveitadas, com base nesse diagnóstico definimos os objetivos e políticas, metas e planos e montamos a estrutura organizacional. Dentre os pontos fortes e fracos internos da organização estão os recursos humanos, e este fator por ter cada vez maior relevância nas decisões organizacionais, incentiva a preocupação organizacional com estudos e práticas relacionados ao desenvolvimento humano. No mesmo sentido Cury (2000) ressalta que a abordagem contingecial ou situacional, portanto, é uma perspectiva que ajuda o analista/administrador a melhor compreender como pessoas, tarefas, tecnologia, administração e ambiente encaixam-se e como são dependentes uns dos outros. 2.3 Gestão de Pessoas A busca constante por processo de gestão de pessoas faz parte da organização que visa cada vez mais à satisfação de seus funcionários para que, motivados, executem suas tarefas com eficiência e eficácia. “Gestão de pessoas é a função gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais (GIL, 2006, p.17)”. A organização que trabalha em sintonia com as mudanças em curso pode ter as vantagens adicionais, multiplicando assim, suas oportunidades de sucesso. A capacidade de sintonia com o ambiente maior pode vir a ser a principal diferença entre deixar-se levar pelas mudanças e interagir com elas, buscando influenciar o próprio processo de renovação do ambiente, papel este desempenhado pelos gestores (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001). 19 Este tipo de gestão possibilita que as empresas satisfaçam as necessidades dos funcionários e ao mesmo tempo reorganizem processos que demandam tempo e mão-de-obra, e ainda como enfatiza os autores citados: Cada organização tem uma forma ideal de gestão de pessoas, de acordo com seu porte, seu estágio de vida e sua natureza, e de acordo também com o meio ambiente (setor econômico), a cadeia de agregação de valores e a tecnologia dominante em seu contexto social (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2001, p.121). Cada vez mais, as organizações percebem que nada valerá os seus esforços voltados para o mercado e as suas estratégias para ocupar espaços e obter bons resultados se não considerarem que tudo depende da boa execução dos processos que compõem a sua cadeia produtiva, e que a realização desses processos está diretamente ligada à boa gestão das pessoas da organização. 2.3.1 Atividades relativas a gestão de pessoas Os avanços da tecnologia contribuíram muito para o desenvolvimento das organizações. O emprego da robótica e de máquinas com alta capacidade de resolução agilizaram as atividades do dia-a-dia das empresas, produzindo em menor tempo produtos com melhor qualidade e baixos custos devido ao volume da produção. As máquinas realizam hoje, algumas atividades que o homem não teria condições de desempenhar em termos de eficiência e eficácia. A tecnologia é uma grande aliada das instituições, mas não pode desempenhar atividades relacionadas ao lado humano, ou seja, existem coisas que só uma pessoa pode desenvolver bem. Os objetivos específicos serão atingidos com a participação de um grupo eficaz e motivado liderado por um gestor que coloca em pratica as atividades citadas no quadro 01. Sistemas de RH Suprimento ou Agregação Aplicação Atividades Planejamento de pessoal Pesquisa de mercado de recursos humanos Recrutamento Seleção Análise e descrição de cargos Planejamento e alocação interna de recursos humanos 20 Salários Benefícios Carreira Higiene e segurança no trabalho Relações com sindicatos Treinamento e desenvolvimento de pessoal Desenvolvimento Desenvolvimento e mudança organizacional Ou Capacitação Avaliação de desempenho Banco de dados Controle ou Monitoração Sistema de informações gerenciais Auditoria de recursos humanos Quadro 01 - Classificação das atividades de gestão de pessoas Fonte: Gil (2006) Compensação ou Manutenção Os sistemas apresentados são bastante amplos, de forma que qualquer pessoa envolve grande número de atividades. Muitas publicações surgidas na década de 90 incluem novas atividades, como motivação, comunicação e liderança e outras decorrentes da evolução do âmbito da disciplina, como Gestão da Qualidade e Negociação conforme o autor citado. Suprimentos ou agregação de recursos humanos As empresas que desejam ter êxito devem tentar capitalizar as diferenças de modo a aumentar sua competitividade com foco nas diferenças individuais. Na busca de melhores resultados, é necessária a compreensão das diversas atividades relativas a gestão de pessoas, para colaboração da gestão competitiva do negócio Assim, o sistema de suprimento ou de agregação refere-se a todas as atividades realizadas com a finalidade de incluir novas pessoas na empresa, abrangendo, entre outras, as atividades de recrutamento e seleção (GIL, 2006, P.25). No sistema de suprimentos ou agregação precisa-se desenvolver o planejamento de pessoal, pesquisa de mercado de recursos humanos e recrutamento e seleção, conforme relacionados a seguir: Planejamento de pessoal Para Pontes (2001) o planejamento de pessoal permite estimar as necessidades futuras de pessoal, para que a empresa possa cumprir suas estratégias. O planejamento de pessoal é realizado a partir do planejamento estratégico, planos anuais e orçamentos que resulta na previsão anual do número de pessoas necessárias para a consecução das ações. Com base nesse planejamento de pessoal é elaborado o quadro de lotação que dispõe sobre o efetivo necessário por segmento da carreira e unidade da empresa. 21 A grande vantagem do planejamento é que a empresa pode “agir antes dos fatos” e com isso identificar, internamente, profissionais que possam ocupar as vagas necessárias para a realização da missão. Como enfatiza Lucena (1995, p.152) “criará opções que possibilitarão o máximo de aproveitamento interno e de desenvolvimento de carreiras, cuja realização profissional será traduzida para a organização em um negócio empreendedor”. Algumas das conseqüências importantes que estamos vivenciando nestes tempos de mudança tão rápidas nas organizações são as reduções de pessoas nos processos da empresa que por outro lado vem proporcionar maior autonomia e mais participação aos trabalhadores em geral a fim de mantê-los motivados, fazê-los mais produtivos e em conseqüência terem um melhor clima no trabalho. Recrutamento Todo o processo de recrutamento de pessoal tem inicio a partir de uma necessidade interna da organização, no que tange à contratação de novos profissionais.,portanto: O recrutamento abrange o conjunto de práticas e processos para atrair candidatos para as vagas existentes ou potenciais. Ele deve ser efetuado em uma unidade centralizada, e é uma atividade permanente, sendo apenas intensificada nas ocasiões em que existem vagas. O recrutamento é apenas a primeira etapa de um processo que termina com o candidato definitivo após o período de experiência (LACOMBE, 2005, p. 65). “Com base na descrição da função, o selecionador define o perfil do individuo adequado para preenchê-la. A partir daí, cabe-lhe determinar onde poderão ser encontrados os candidatos mais adequados. Passa-se, então, ao recrutamento, que consiste num processo que visa atrair candidatos potencialmente qualificados e capazes de ocupar cargos dentro da organização (GIL, 2006, p.93)”. Existem vários meios de recrutamento conforme o autor citado, estão mencionadas abaixo: Recrutamento dentro da empresa: Promove seus empregados. Cartazes: sistema de baixo custo e que costuma proporcionar rapidamente um bom número de candidato. Recomendação: indicação de candidatos por pessoas de dentro ou fora da empresa. Pessoal Dispensado: Admitir antigos empregados. 22 Agências: procedimento que reduz tempo e dinheiro no processo de recrutamento. Tende a oferecer apenas candidatos qualificados. Associações profissionais: constituem-se em fórum adequados para que seus membros possam trocar idéias, manter contatos profissionais e aperfeiçoar habilidades. Anúncios: Muito utilizado, atrai muitos candidatos, porém ao se decidir por essa forma, convém indagar por que, onde, como e quando anunciar. Caça-talentos: para contratação de executivos de alto nível. Internet: através desse endereço eletrônico é possível encontrar virtualmente qualquer tipo de emprego, em qualquer lugar, para qualquer tipo de profissional. Apesar de sua eficiência, a utilização desse meio para fins de seleção encontra, ainda, muita resistência por parte de empresas. Seleção Seleção de pessoal é uma atividade de responsabilidade do sistema de Administração de Recursos Humanos, “que tem por finalidade escolher, sob metodologia específica, candidatos a emprego recebido pelo setor de recrutamento, para o atendimento das necessidades internas da empresa” (MARRAS, 2000, p.79). Todo processo de seleção de pessoal baseia-se fundamentalmente na análise comparativa da exigência do cargo e característica do candidato. Compõe-se de trabalhos de prospecção ou coleta de informação e dados de cada individuo, em particular, na tentativa de conhecê-lo extrínseca e intrinsecamente segundo o autor citado. “Seleção consiste em triagem, provas e testes, entrevistas detalhada, entrevista técnica, exame médico e checagem de referências” (PONTES, 2001, p.159). Entretanto seleção é um passo extremamente delicado e importante, sendo assim, acreditase que todo o processo seletivo irá depender de um profissional capacitado para indicar pessoas com o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes para desempenhar as suas tarefas. 2.3.1.2 Sistema de aplicação de recursos humanos 23 Esta etapa das atividades enfatiza a Análise e descrição de cargos e o Planejamento e alocação de recursos humanos conforme relacionados a seguir: Análise e descrição de cargos A análise e descrição de cargos podem ser concebidas como o ponto de partida para o tratamento da maioria dos problemas no campo dos Recursos Humanos. Análise de cargos é o estudo que se faz para obter informações sobre as tarefas ou atribuições de um cargo. Descrição de cargo é a exposição ordenada das tarefas ou atribuições de um cargo. Ela procura descrever o que ocupante do cargo faz, como faz e por que faz. (GIL, 2001, p.175). As organizações procuram selecionar seus empregados de forma tal que passem a cumprir seus papéis com a máxima eficácia. Á medida que percebem discrepâncias entre os papéis ideais e o desempenho real de cada empregado, as organizações promovem programas de capacitação. Portanto todas as atividades desenvolvidas pelas organizações para o alcance de seus objetivos giram em torno dos cargos. Torna-se importante em qualquer organização proceder-se ao desenho de seus cargos, ou seja, definir tarefas a serem desempenhadas por seus ocupantes, suas responsabilidades, bem como seu relacionamento com a organização conforme o autor citado. Planejamento e alocação interna de recursos humanos As pessoas geralmente procuram um emprego, e não trabalho identificado com uma profissão ou vocação. Iniciam por um caminho nem sempre determinado por uma escolha pessoal, mas em função de circunstâncias e oportunidades que surgem. Conforme sustenta Lucena (1995) dentro do processo de planejamento de recursos humanos, a área de administração de pessoal poderá desenvolver uma atividade voltada para orientar os empregados, criando um programa de conscientização que os despertem e estimule-os a pensar e a desenvolver planos de carreira individual, procurando dimensionar suas reais possibilidades e necessidades de auto-desenvolvimento, colocando sob a sua responsabilidade conquista desta carreira. “Planejamento de recursos humanos compreende o processo gerencial de identificação e análise das necessidades organizacionais de Recursos Humanos e o conseqüentemente desenvolvimento de políticas, programas, sistemas e atividades que satisfaçam essas necessidades, a curto, médio e longo prazo, tendo em vista assegurar a realização das estratégias 24 do negócio, dos objetivos da empresa e de sua continuidade sob condições de mudanças. (LUCENA, 1995, p.157)”. 2.3.1.3 Compensação ou manutenção de recursos humanos O atendimento desta atividade é parte do aprimoramento contínuo que a empresa deve atender no ambiente organizacional, por meio dos salários, benefícios, carreiras, higiene e segurança no trabalho e relações sindicais conforme a seguir: Salários Uma vez que as recompensas extrínsecas na forma de ordenados e salários e vantagens com elas relacionadas constituem a maior despesa isolada para muitas empresas, ela exige uma administração sistemática. Para fornecê-la, foi criada uma especialidade chamada “administração compensação” dentro do campo da administração de pessoal. Conforme sustenta Hampton (1990), as técnicas básicas de compensação – a análise de cargos, avaliação de cargos e os levantamentos de remuneração – ajudam estabelecer as taxas de remuneração para os cargos em uma empresa. Como enfatiza Marras (2000), existem diversas maneiras de definir o termo salário, dependendo de sua forma de aplicação ou como ele se apresenta para o empregado ou para o empregador, conforme mostra o quadro 02 a seguir: Tipo de Salário 1. Salário nominal 2. Salário efetivo 3. Salário complessivo 4. Salário profissional Definição È aquele que consta na ficha de registro, na carteira profissional e em todos os documentos legais. Pode ser expresso em hora, dia, semana, mês, etc. È o valor efetivamente recebido pelo empregado, já descontado as obrigações legais (INSS, IR etc.) È o que tem inserido nos eu bojo toda e qualquer parcela adicional (hora extra, etc.) È aquele cujo valor está expresso na lei e se destina especificamente a algumas profissões (médicos, engenheiros). È a figura de comparação entre um salário e 25 5. Salário relativo 6. Salário absoluto outro na mesma empresa. È o montante que o empregado recebe, líquido de todos os descontos, e que determina o seu orçamento. Quadro 02: Definições de salário Fonte: Marras (2000, p.92) Portanto, informado a complexidade do item, deve-se obter de forma ampla, as informações referentes às necessidades dos colaboradores para motivá-los e recompensá-los de forma justa, por meio dos salários e benefícios. Benefícios Na busca de melhores resultados, é importante apresentar um programa de benefícios que atenda necessidades dos trabalhadores fazendo com que se sintam recompensados e motivados para atingir metas. “Denomina-se benefícios o conjunto de programas ou planos oferecidos pela organização como complemento ao sistema de salários. O somatório compõe a remuneração do empregado” (MARRAS, 2000, p.137). Os objetivos organizacionais são satisfeitos na medida em que a empresa garante o atendimento das necessidades básicas e, portanto, auxilia na manutenção de baixos índices de rotatividade e ausências, boa qualidade de vida dos empregados, redução do estresse etc. Tornando assim a empresa competitiva no mercado. Como enfatiza Pontes (2001), o programa de benefícios da empresa deve manter-se dentro de bases econômicas e financeiras sustentáveis, sendo o custeio da maioria dos benefícios partilhado entre a empresa e seus profissionais, garantindo-se assim ação cooperativa entre ambos. Para eficácia do programa devem existir avaliações quanto à receptividade dos profissionais em relação às práticas e resultados dos benefícios, para verificar a necessidade de aperfeiçoamento ou de adoção de novas formas ou tipos de benéficos (PONTES, 2001). Em virtude do que foi mensurado, este programa auxilia na motivação dos funcionários, no comportamento e para o desenvolvimento e crescimento dentro da organização. Carreiras O limite da carreira de cada indivíduo será o seu potencial e o aproveitamento das oportunidades oferecidas pela empresa. Sob este enfoque: 26 Plano de carreira compreende o planejamento da carreira de cada indivíduo, a partir de uma formação profissional básica, geralmente identificada com uma vocação profissional. Definido este plano, o profissional procurará realizá-lo através de seu trabalho na organização (LUCENA, 1995 p.145). Os empregados que planejarem suas carreiras, nem sempre encontrarão oportunidades em uma única organização para seu pleno desenvolvimento e realização profissional, devido mudanças que se processam nas empresas modernas e as novas necessidades de competências profissionais. Essas carreiras, geralmente, são construídas ao longo do tempo, em várias organizações segundo a mesma autora. Sendo assim, compete ao profissional planejar sua carreira e investir em seu autodesenvolvimento, a partir de uma visão crítica de suas condições próprias, sendo responsabilidade das empresas olharem seus recursos humanos deste ponto de vista. Enquanto o funcionário traz consigo habilidades para o seu desenvolvimento e comprometimento com o sucesso da empresa, compete a mesma preocupar-se com o grau do bem-estar e a segurança do mesmo. Higiene e segurança no trabalho É a área que responde pela segurança industrial, pela higiene e medicina do trabalho relativamente aos empregados da empresa, atuando tanto na área de prevenção quanto na de correção, em estudos e ações constantes que envolvam acidentes no trabalho e a saúde do trabalhador segundo Marras (2000). Para o autor Chiavenato (1999), os indivíduos buscam suas satisfações pessoais (salário, lazer, conforto, horário mais favorável de trabalho, oportunidades de carreira, segurança de cargo, etc), as organizações, do mesmo modo, têm necessidades (capital, edifícios, equipamentos, potencial humano, lucratividade, oportunidades de mercado etc). As organizações dependem de pessoas, recurso indispensável e inestimável. Assim, a interdependência de necessidade do indivíduo e da organização é imensa, pois tanto as vidas como os objetivos de ambos estão inseparavelmente entrelaçados. Assim sendo, enquanto o indivíduo traz habilidades, conhecimentos, capacidades e destrezas, juntamente com sua aptidão para aprender e um grau de desempenho, faz com que aumente a responsabilidade da organização quanto ao bem-estar e sua segurança dos indivíduos e cumprimento das obrigações legais. Relações com sindicatos 27 Na medida em que a organização é percebida como justa, os funcionários passam a contribuir positivamente por meio do seu desenvolvimento e capacitação para obtenção do sucesso da empresa. A principal e mais evidente área de influência dos sindicatos se refere a salários e condições de trabalho. Na opinião do autor Robbins (2003), para os funcionários que são membros de sindicatos, os níveis salariais e as condições de trabalho são explicitados nos contratos resultantes da negociação coletiva realizada entre os representantes sindicais e os representantes das empresas. Sempre que existe um sindicato ele interfere em diversas atividades organizacionais. As fontes de recrutamento, os critérios de contratação , os horários de trabalho, o planejamento do trabalho, os procedimentos para indenizações, as regras de segurança e a elegibilidade para programas de treinamento são alguns exemplos de atividades influenciadas pelos sindicatos. Ainda na opinião com o mesmo autor citado os sindicatos de trabalhadores são um veículo através do qual os funcionários agem coletivamente para proteger e promover seus interesses. A conquista de vantagens competitivas num mercado de rápidas e complexas transformações tem exigido das organizações uma reformulação nos seus sistemas de gestão. As organizações precisam criar consciência da importância das pessoas e da necessidade de gerenciar de maneira constante os processos de mudança através de um novo comportamento organizacional. 2.3.1.4 Sistema de desenvolvimento ou capacitação de Recursos Humanos Para congregar a satisfação com a motivação da equipe, a empresa deverá estar organizada para oferecer treinamento e desenvolvimento de pessoal e organizacional e mudança organizacional. Treinamento e desenvolvimento de pessoal As ações de treinamento e desenvolvimento atendem a todos os níveis funcionais e estão voltadas para o alcance dos resultados esperados pela empresa. No dizer sempre expressivo de Pontes (2001, p.166) desenvolvimento “é o processo educacional, organizado e contínuo por meio do qual os profissionais recebem novos 28 conhecimentos, adquirem novas atitudes e habilidades, de acordo com as necessidades organizacionais”. O funcionário é estimulado a buscar seu auto desenvolvimento e é apoiado pelas lideranças no processo de identificação de suas necessidades de treinamento e desenvolvimento. Sendo assim, “a empresa tem como responsabilidade formular e administrar programas voltados para formação, aperfeiçoamento e/ou complementação da capacidade profissional dos recursos humanos” (LUCENA, 1995, p.249). Levando em conta o que foi observado, estes programas fortalecem por meio da capacitação, recursos que refletem no desenvolvimento das mudanças organizacionais favoráveis e produtivas como o estilo de personalidade das pessoas na empresa e no meio no qual se relaciona. Desenvolvimento e mudança organizacional O desenvolvimento organizacional tem como objetivo aplicar o conhecimento das ciências do comportamento à moldagem dos processos de formação de grupos e das relações intergrupais a fim de assegurar a eficácia organizacional, ou seja, são as mudanças que ocorrem dentro da organização onde essas devem se voltar mais às pessoas do que às técnicas e recursos para conseguir uma maior capacidade de realizar as mudanças necessárias ao desenvolvimento organizacional. A premissa do desenvolvimento organizacional é a necessidade de renovação contínua das organizações para torná-las mais satisfatórias e produtivas segundo Hampton (1990). Dentro da empresa, os empregados estão mudando, obtendo maiores níveis educacionais, colocando maior ênfase nos valores humanos procurando garantir seus direitos por meio de ação positiva, segurança, compensação e outras leis, ou seja, melhorar a qualidade de suas vidas no trabalho. Como enfatiza Hampton (1990), o aumento na freqüência e na variedade de mudanças implica que os gestores se tornem mais hábeis no trabalho de planejar e introduzir uma mudança. Eles precisam entender o processo de mudança e as estratégias alternativas disponíveis para administrar o processo. 2.3.1.5 Sistema de controle ou monitoração de Recursos Humanos 29 Para manter o contínuo progresso da organização diante do mercado competitivo, este deverá controlar ou monitorar as seguintes atividades: Avaliação de desempenho, Banco de dados, Sistema de informações gerenciais e Auditoria de recursos humanos. Avaliação de desempenho A Avaliação de desempenho é um instrumento valioso e importante na administração de Recursos Humanos, na medida em que reporta o resultado de um investimento realizado numa trajetória profissional com o retorno recebido pela organização. Como sustenta o autor Marras (2000, p.173), “avaliação de desempenho é um instrumento gerencial que permite ao administrador mensurar os resultados obtidos por um empregado ou por um grupo, em período e área específica”. No caso de identificação de resultados negativos ou excepcionais requer planos de ação, ou para melhoria do desempenho ou para melhor aproveitamento do potencial do profissional, que devem ser desencadeados após a realização do processo, como enfatiza Pontes (2001). O Sistema de Avaliação de Desempenho mais adequado certamente é o que apresenta maior eficiência e eficácia, desde adaptado às particularidades e cultura das pessoas e das organizações. Quando isso não acontece, esse mesmo sistema, concebido para permitir avaliar, promover e orientar o crescimento pessoal e profissional das pessoas, passa a ser o principal ponto de insegurança, insatisfação e sentimento de injustiça das pessoas, gerando profundas e impagáveis frustrações naqueles que são as vítimas do processo e alimentando as estatísticas de desperdícios com dados relativos ao maior de todos eles, que é o desperdício do recurso humano. Banco de dados Os bancos de dados são fundamentos dos sistemas de informação e guardam de maneira organizada e precisa as informações, possibilitando aos interessados, consultar e se basear para a tomada de decisões. Com relação ao banco de dados, Chiavenato (2006, p. 466) coloca que “funciona como um sistema de armazenamento e acumulação de dados devidamente codificados e disponíveis para o processamento e obtenção de informações”. As entradas no banco de dados correspondem a inserção de dados relativos as atividades de Gestão de RH. As saídas correspondem a obtenção de informação acerca dessas atividades. Como sustenta Chiavenato (2006, p.467) na área de RH, os vários bancos de dados interligados permitem obter e armazenar dados a respeito de diferentes estratos ou níveis de complexidade, a saber: 30 1- Dados pessoais sobre cada empregado formando um cadastro de pessoa. 2- Dados sobre os ocupantes de cada cargo formando um cadastro de cargos. 3- Dados sobre os empregados de cada seção, departamento ou divisão, formando um cadastro de seções. 4- Dados sobre os salários e incentivos salariais formando um cadastro de benefícios. 5- Dados sobre candidatos (cadastro de candidatos), sobre cursos e atividades de treinamento (cadastro de treinamento) etc. Sistemas de informações gerenciais (SIG) Sistemas de Informações gerenciais compreendem mecanismos de apoio aos gestores, por meio do quais as informações são agrupadas e estruturadas para proporcionar uma visão interpretativa e abrangente aos gestores. Sistema de informações gerenciais ocupa um papel importante no desempenho dos gerentes, principalmente nas tarefas de planejamento e de controle. Sob o aspecto específico de controle, o SIG deve proporcionar informação oportuna e relevante para que os gerentes possam fazer uso do controle antecipado em relação à ação, permitindo à organização uma vantagem competitiva quanto a seus concorrentes” (CHIAVENATO, 2002, p. 567). O autor assinala ainda que o sistema de informação de RH é um meio de colher, processar, armazenar e disseminar informação, de modo a permitir a tomada de decisões eficazes pelos gerentes envolvidos Os Sistemas de Informação Gerencial (SIG) são de grande importância para as empresas, pois permitem que sejam realizadas as integrações entre as diversas funções empresariais como exemplo, as funções compras, marketing, finanças, recursos humanos e produção passam a trocar informação, visando a alcançar maior competitividade. Auditoria de recursos humanos O propósito principal da auditoria de recursos humanos é mostrar como o programa está funcionando, localizando práticas e condições que são prejudiciais à organização ou que não estão compensando o seu custo ou, ainda, práticas e condições que devam ser acrescentadas. Como enfatiza Chiavenato (2002, p.585) a auditoria de recursos humanos é definida “como análise das políticas de pessoal de uma organização, e avaliação do seu funcionamento atual, seguida de sugestões para melhoria”. 31 Diversos vetores podem ser estruturados e combinados para prática da função organizacional da auditoria com base na colocação de Gil (2001) ela possibilita ações que contribuem para o alcance dos desafios dos gestores de pessoas. A auditoria de RH é um trabalho de medição e prevenção, ou seja, visa solucionar problemas comportamentais dentro da empresa ou preveni-los. 2.4 Comportamento organizacional “O comportamento organizacional tem suas origens no final do ano 1940, quando os pesquisadores das áreas de psicologia, sociologia, ciência, política, economia e de outras ciências sociais procuravam desenvolver uma estrutura unificada de pesquisas organizacionais. Apesar das intenções de seus fundadores, o campo do comportamento organizacional tem resistido à unificação. Atualmente, encontra-se dividido em três áreas bem distintas, cada uma com suas próprias bases nas ciências sociais: o comportamento microorganizacional, que deriva da psicologia e da pesquisa comportamental; o comportamento mesoorganizacional, originado da psicologia organizacional social e da sociologia interacionista; e o comportamento macroorganizacional, derivado da economia, da sociologia estrutural, da antropologia cultural e da ciência política (WAGNER; HOLLENBECK,1999, p. 6)”. Na visão do autor citado, as áreas do comportamento organizacional são três : comportamento microorganizacional: ocupa-se do comportamento do indivíduo ao trabalhar sozinho. comportamento mesoorganizacional: concentra-se na compreensão dos comportamentos das pessoas que trabalham em equipes e em grupos. comportamento macroorganizacional: diz respeito a compreensão dos comportamentos de empresas inteiras. Como ressalta Wagner e Hollenbeck (1999), o comportamento organizacional é um campo de estudo voltado a prever, explicar, compreender e modificar o comportamento humano no contexto das empresas. Subjacentes a esta definição de comportamento organizacional, encontram-se três considerações importantes: 32 O comportamento organizacional enfoca comportamento observáveis, tais como conversar com colegas de trabalho, utilizar equipamentos ou preparar um relatório. Porém, também lida com as ações internas, como pensar, perceber e decidir, as quais acompanham as ações externas. O comportamento organizacional estuda o comportamento das pessoas tanto como indivíduos quanto como membros de unidades sociais maiores. O comportamento organizacional também analisa o “comportamento” dessas unidades sociais maiores-grupos e organizações- por si. Nem os grupos nem as organizações se comportam do mesmo jeito que uma pessoa. Entretanto, certos eventos de unidades sociais maiores não podem ser explicados somente como resultado de comportamentos individuais. Esses eventos devem ser entendidos em termos de processos grupais ou organizacionais. O campo do comportamento organizacional surgiu como uma forma de se compreender e administrar os diversos comportamentos que ocorrem dentro de grupos e organizações, permitindo que se visualize a organização como uma totalidade, interage com seu ambiente e seus componentes entre si e com as partes relevantes do ambiente. O estudo do comportamento organizacional hoje é um resultado da convergência gradual dessas diversas escolas de pensamento. O próprio campo evoluiu do que foi denominada uma orientação micro (ênfase nas estruturas e processos, entre e dentro de indivíduos, pequenos grupos e seus líderes), para macro (ênfase nas estruturas e processos, entre e dentro de grandes subsistemas e seus ambientes. (BOWDITCH; BUONO, 1992, p.19)). Para Soto (2005, p.8) “o comportamento organizacional se relaciona como um conjunto de conceitos fundamentais que giram em torno da natureza das pessoas e das organizações”. O conceito de comportamento deve ser de maneira abrangente, visando ampliar as concepções vigentes nas instituições, tais como, as peculiaridades referentes ao comportamento individual, comportamento grupal e comportamento das organizações. comportamento individual: retrata as reações inerentes ao individuo e suas condutas no contexto organizacional. comportamento grupal: refere-se a gama de reações dos indivíduos que compõem um grupo; as ações emergentes do comportamento grupal retratam as múltiplas influencias decorrentes da dinâmica existente, incluindo as pessoas, a interação, o sentimento, as atividades (tarefas), a comunicação e objetivos. 33 comportamento organizacional: refere-se às manifestações emergentes no contexto das organizações, indicando os controles, o processo decisório e os esquemas técnico-administrativos assumidos num dado momento organizacional. “É importante também considerar a diferença conceitual entre o comportamento e atitude; tal diferença é fruto de distintas concepções sobre individuo e grupos, onde nos deparamos com os limites impostos pelas relações sócio-políticas”(KANAANE, 1999, p.116). De acordo com Soto (2005), devido ao fato de que as pessoas são diferentes, observa-se o comportamento organizacional em uma perspectiva de contingência, utilizando variáveis situacionais para moderar as relações de causa e efeito. Operam no terreno global e devem enfrentar os desafios da competitividade global e a incidência destes nas mudanças da conduta do comportamento. O comportamento organizacional está interessado no estudo do que as pessoas fazem em uma organização e como este comportamento contribui para alcançar o nível que seja suficiente para contribuir de maneira efetiva no processo competitivo. Contudo, em um relacionamento de confiança com a organização, o funcionário contribuirá mais para o intercâmbio do que é formalmente exigido. Mas, na medida em que a organização é percebida como sendo injustiça, o funcionário se retrai e passa a contribuir apenas com o obrigatório. Seria de se imaginar que os trabalhadores atuais, que desfrutam condições de trabalho favoráveis, estariam altamente satisfeitos com os seus cargos; contudo, não é o que acontece. Alguns funcionários extraem grande prazer e significado do seu trabalho, enquanto outros o consideram uma coisa enfadonha. Devido diferenças individuais de expectativas e, especialmente, até onde um trabalho atende as nossas necessidades. Existem grandes diferenças quanto ao que as pessoas esperam de seu trabalho, portanto, diferentes reações a ele (MUCHINSKY, 2004). Satisfação no trabalho na opinião de Wagner e Hollenbeck (2004) “é um sentimento agradável que resulta da percepção de que nosso trabalho realiza ou permite a realização de valores importantes relativos ao próprio trabalho”. Acredita-se que, estas atitudes refletem a fidelidade e o grau de comprometimento do funcionário dentro da organização. Como ressalta Muchinschy (2004, p.306) “comprometimento organizacional refere-se ao grau de fidelidade do funcionário com seu empregador”. 34 Atitudes organizacionais tendem a ser substancialmente intercorrelacionadas. O desempenho é determinado por limitações de habilidade, de motivação e situacionais, enquanto a rotatividade é determinada, em parte, por variáveis econômicas externas. Assim, a relação entre as atitudes organizacionais e o comportamento possibilita atitudes que contribui para o alcance da justiça organizacional. 2.4.1 Comportamento organizacional e a vantagem competitiva Como leciona Soto (2005), os administradores utilizam várias estratégias principais para melhorar o desempenho do grupo: estabelecem atividades para consolidar a equipe, melhoram o processo grupal, aproveitam as vantagens de uma população intelectual de trabalhadores diversos e diminuem os conflitos disfuncionais. O aprimoramento contínuo das ferramentas e programas, na busca de melhores resultados e maiores lucros, aliado a criação de estímulos geradores de motivação e satisfação profissional a seus funcionários proporcionam ao empresário a certeza de um bom atendimento aos consumidores e a confiança que necessita para realizar projetos mais arrojados. Uma empresa bem-dirigida se baseia em boa parte nas iniciativas individuais ou coletivas de inovação e na energia criativa. Utiliza-se o máximo grau de capacitação criativa e produtiva de cada um dos empregados; toda a organização – as caixas de sugestões, os currículos de controle de qualidade, etc – é orgânica e empreendedora, em oposição à mecânica e burocrática (SOTO, 2005, p. 19). Contar com os imprevistos, por mais improváveis que pareçam, é absolutamente obrigatória para as empresas que almejam manterem-se competitivas no mercado. Torna-se cada vez mais complexa a manutenção, de forma competitiva. Não existe apenas um fator que determine essa condição. É necessária a compreensão dos diversos aspectos que colaboraram para a gestão competitiva do negócio. Entretanto, o esforço dos indivíduos contempla uma significável gama de recursos que conduz a empresa a ingressas no campo da competitividade, quando há um relacionamento de confiança e credibilidade entre ambos. 35 2.4.2 Liderança e mudança organizacional Como ressalta Gil (2006), a medida que se fala em administração por objetivos, controle total da qualidade e principalmente em administração participativa, é necessário que as pessoa que trabalham na empresa estejam comprometidas com o sucesso de sua missão. “Para obtenção desta adesão, requer dos gerentes capacidade para influenciar as atividades dos indivíduos ou grupos nos esforços para a realização de objetivos em determinadas situações”. Entretanto para Hampton (1990), a liderança parece haver dois significados na medida que ela é aplicada ao problema da administração das organizações. Um deles oferece uma visão ampla, majestosa, que alcance o imenso problema de se definir, construir e manter o caráter e a cultura distintos de uma organização. A segunda noção de liderança segue o conceito citado por Gil (2006), como no qual os gerentes influenciam os empregados. Ao sintonizar esses requisitos dentro de uma equipe, a eficiência e a eficácia estarão presentes, entretanto os líderes deverão atentar-se as diferenças entre os momentos e os espaços em que as diversas competências fazem necessárias, devido a contínua mudança e complexidade ocorridas nas organizações. As condições interna e externa da empresas estão mudando de uma forma rápida e profunda. As condições ambientais externas estão se tornando em geral, menos estáveis. As condições econômicas, a disponibilidade e custo dos materiais e do dinheiro, a inovação de produtos e tecnológica e as normas do governo, tudo isso pode mudar rapidamente. Ambientais mais estáveis requer menor diferenciação. Procedimentos e regras padrão fornece integração suficiente no ambiente estável; assim, elas tendem a ser mais hierárquicas e centralizadas. Nas empresas estáveis, o sistema aberto e a comunicação horizontal não são tão necessários quanto nas empresas instáveis (DAVIS; NEWSTROM, 1996, p. 99). No ambiente interno, os empregados estão mudando, obtendo maiores níveis educacionais, colocando maior ênfase nos valores humanos, sendo assim procurando melhorar a qualidade de vida no trabalho. Conforme Hampton (1990), o aumento na freqüência e na verdade de mudanças implica que os gerentes se tornem mais hábeis do trabalho de planejar e introduzir uma mudança. Eles 36 precisam entender o processo de mudança e as estratégias alternativas disponíveis para administrar esse processo. 2.4.3 O trabalho e as pessoas Conforme sustenta Hampton (1990), o indivíduo em um ambiente de trabalho, ao mesmo tempo em que exige uma forma organizada e adequada de conduzir a sua vida no trabalho, necessita de uma dinâmica socializada do ambiente organizacional que permita liberdade de autodesenvolvimento, satisfação e produtividade no trabalho. “Autodesenvolvimento é a pessoa que cuida de sua evolução educacional, cultura, técnica e atitudinal por conta própria” (RESENDE, 2003, p.122). “Quanto a gerencia pratica o comportamento organizacional, está tratando de desenvolver um empregado melhor, mas também contribui para formar uma pessoa melhor, com relação ao seu desenvolvimento pessoal e sua satisfação” (SOTO, 2005, p.9). Sendo assim, utilizando deste enfoque, os empregados poderão sentir mais responsáveis e se disciplinaram a si mesmos em termo do seu desempenho no grupo. Para o autor Davis e Newstron (1996), geralmente as informações sobre o desempenho levam o aperfeiçoamento tanto do desempenho quanto as atitudes do funcionário. 2.4.3.1 Segurança no emprego A busca incessante por produtividade, qualidade, satisfação do cliente, revisão dos processos, para eliminação de qualquer desperdício, é atônica para a sobrevivência da empresa. Com intuito de melhoria a empresa, “empresários necessitam das soluções criativas das pessoas, e, para manutenção de seus empregos, as pessoas percebem que a única saída é a empresa ser bem sucedida. Com isto, a cooperação entre as partes é fundamental” (PONTES, 1999, p.163). 37 A conciliação da política de competitividade coma a garantia de estabilidade no emprego de seus funcionários, deve-se também ser encarada pela empresa como um fator importante para garantir a produtividade e a qualidade do trabalho de seus empregados, pois com a grande oferta de mão-de-obra no mercado, os empregados temem naturalmente por sua segurança no emprego, causando stress, sendo esse, mais um dos fatores responsáveis pelo baixo desempenho na opinião de Gil (2001). Para que tal situação não ocorra nas organizações, deve-se primordial empregar diversas táticas de qualidade de vida no trabalho para que, funcionários desenvolvam suas tarefas agregadas à eficiência, eficácia e prazer. Com base na colocação do autor a segurança no emprego possibilita ações que poderão contribuir para o alcance da qualidade de vida no trabalho. 2.4.3.2 Qualidade de vida no trabalho Como enfatiza Gil (2001), atualmente não se fala apenas em qualidade no trabalho, mas também em qualidade de vida dos empregados. Isso que os mesmos precisam ser felizes para que sejam produtivos. Não pode se esquecer que parte significativa da vida das pessoas é dedicada ao trabalho e que para muitas o trabalho constitui a maior fonte de identificação de pessoa. Empresas são desafiadas a investir, tanto para atrair talentos quanto para melhorar a produtividade do trabalho. Mais do que isso, as empresas são desafiadas a implantar programas de qualidade de vida no trabalho. Qualidade de vida no trabalho é um dos propósitos da empresa moderna, uma vez que satisfação dos funcionários e a instalação de clima de trabalho propício trazem resultados positivos na qualidade, na produtividade e no atendimento ao cliente, além de proporcionar ambiente mais criativo e inovador (PONTES, 2001, p.184). Os líderes, bem como a unidade de recursos humanos, assumem papel preponderante na identificação e solução de problemas que possam interferir nesse processo, principalmente, na antecipação de problemas potenciais do pessoal, a fim de evitá-los. A idéia é que os trabalhadores são recursos humanos que têm que ser desenvolvidos e não simplesmente usados. Além disso, o trabalho não deve ter condições excessivamente negativas, 38 nem submeter os trabalhadores a tensões indevidas, tão pouco prejudicar ou degradar sua humanidade e nem ser arriscado ou indevidamente perigoso. Ele deve, sim, “construir a capacidade de os trabalhadores desempenharem outros papéis, como o de cidadão, marido e pai, ou seja, é preciso que o trabalho contribua para o desenvolvimento social em geral” (DAVIS; NEWSTROM, 1996, p.148). A proposta básica é desenvolver ambiente de trabalho que contribua significativamente para o desenvolvimento do talento do funcionário como para a saúde econômica da organização. Uma mão de obra qualificada pressupõe uma certa qualidade de modelo de vida dentro do meio ambiente empresarial, cada vez mais as empresas estão adotando programas voltados a qualidade de vida dos empregados. Esses programas incluem medidas como o horário de trabalho flexível, a ajuda na solução de problemas domésticos, o treinamento e desenvolvimento profissional. 2.4.3.3 Conflito no trabalho No ambiente de trabalho, o conflito era entendido de forma negativa, algo a ser evitado a todo custo. Associado o comportamento indesejável, era visto como uma característica de indivíduos que não conseguiam se relacionarem com os outros que não faziam parte da equipe ou, simplesmente, não se encaixavam. No mínimo, o conflito pode servir como bandeira vermelha sinalizando a necessidade de mudança (WAGNER; HOLLENBECK, 1999, p. 284). A melhor maneira de lidar com o conflito era evitá-lo que como sustenta o autor Wisinski (1995, p.2) “Não é possível resolver todas as divergências, mas pelo menos, é possível administrar a maior parte delas”. Conforme sustenta Abdanur Júnior (2003) o conflito afeta de diversas maneiras as relações entre pessoas e grupos, mas ele também permite as partes expressarem suas reivindicações e pode proporcionar a oportunidade para reajustar a alocação de recursos valorizados na organização . Níveis de Conflito O conflito faz parte do trabalho com pessoas, é um acontecimento natural em quase todos os dias de trabalho. Como tal, não precisa ser um problema, mas pode chegar a ser se não lidarmos com 39 ele de forma eficaz ou se permitirmos que se prolongue a ponto de começar a destruir o ambiente de trabalho. Em comentário a essa questão o autor aponta que um conflito se dá entre duas ou mais partes, sejam elas indivíduos, grupos, departamentos, divisões, organizações, partidos políticos ou até mesmo nações. Esses conflitos podem ser divididos em vários níveis diferentes segundo o autor: intrapessoal (entre um individuo); interpessoal (entre vários indivíduos); intragrupo ( entre o grupo); intergrupo ( entre os grupos) e interorganizacional (entre organizações). Conflito Intrapessoal O conflito intrapessoal ou interno ocorre quando um único indivíduo tem duas opiniões opostas ou alternativas diversas.Ele também ocorre quando existem dois caminhos para se atingir uma meta organizacional ou um objetivo, e o individuo não consegue decidir qual seguir. Esse conflito resulta em uma explosão do comportamento aparentemente imprevisível. Conflito Interpessoal Esse conflito pode ser resultado de diferenças de personalidade ou de diferentes percepções sobre a realidade que a rodeia os indivíduos ou ainda de objetivos distintos e incompatíveis. Esses conflitos normalmente são ocasionados pela falta de clareza ou de definições dos papéis que cada individuo desempenha ou deveria desempenhar na organização O conflito interpessoal talvez seja o mais desagradável no trabalho porque se as pessoas se encontram todos os dias e fazem uma guerra, isso acaba desestabilizando todo o departamento. Esse tipo de conflito só pode ser tolerado quando gera idéias novas.Portanto, todos os demais conflitos interpessoais são destrutivos e devem ser interrompida com a maior rapidez possível. Conflito Intragrupo Vários fatores contribuem para que ocorram conflitos entre indivíduos de um grupo, podendo ocasionar queda na produtividade, nos processos e na eficiência da organização. O individuo, por exemplo, que não concorda com as normas do grupo ou com a cultura organizacional estará em conflito com o grupo de trabalho ou com toda a organização .Se não houver a possibilidade de adaptar os valores, os padrões de comportamento do individuo e o que é esperado dele pelo grupo organizacional, certamente haverá um conflito como ressalta Abdanur Junior (2003). De acordo com Allan(1992), esse tipo de conflito faz parte do desenvolvimento normal do grupo de trabalho, é o processo pelo qual todo grupo passa sempre que entra um novo membro. Entretanto, os conflitos prolongados dentro do grupo não são aceitáveis, pois reduzem o ânimo e 40 há risco de eles se tornarem um padrão de comportamento aceito pelo grupo, substituindo os critérios de desempenho definidos pela organização. Conflito Intergrupo Muitas vezes o conflito intergrupo é incentivado pela própria organização. A comparação leva a competição, e esta pode aumentar a busca do “excelente”. Embora o conflito intergrupos não desvie as facções conflitantes do objetivo fundamental da organização, é uma parte útil da vida organizacional. As diferenças nas políticas e práticas gerenciais ocasionam também um conflito intergrupo, quando os funcionários comparam e contrastam seus trabalhos com a forma por que a organização os regula, recompensa ou pune. Os conflitos intergrupos podem ser segundo Abdanur Junior( 2003): 1. Verticais: entre pessoas de níveis hierárquicos diferentes, ou seja, entre administradores e empregados; 2. Horizontais: confrontos e conflitos entre funcionários de mesmo nível hierárquico; 3. De linha de produção: responsáveis por determinados processos atribuem a culpa por erros cometidos a outros indivíduos; 4. Diversidade: diferenças culturais, étnicas e até mesmo econômicas existentes entre os funcionários de uma organização. O conflito intergrupo é muito comum nas organizações, ocorre com relativa freqüência e apresenta normalmente elevados custos. De acordo com Allan (1992), é quase impossível resolver um conflito com uma pessoa com raiva; isso pode fazer com que ela rejeite permanentemente a mais sensata das idéias, as soluções mais eficientes para o conflito estão no estágio da conceitualização; portanto, deve-se observar o processo de desenvolvimento do conflito desde o início definindo o padrão de desenvolvimento do conflito, podemos fornecer ajuda, ou ajudar a pessoa a se ajudar. 2.4.3.4 Stress no ambiente de trabalho Um dos problemas mais comum que o ser humano enfrenta, em qualquer idade, é o stress. Todos já o experimentaram, mas poucos o compreendem ou reconhecem o impacto que o stress 41 pode ter no corpo. È possível, no entanto, aprender a reconhecê-lo, controlá-lo e, até mesmo, utilizá-lo para o nosso benefício. Assim o stress pode ser causado por um acontecimento bom, como uma promoção, ou mau, como desemprego ou dificuldade financeira. Stress é um desgaste causado pelas alterações psicológicas que ocorrem quando a pessoa se vê forçada a enfrentar uma situação que, de um modo ou de outro, a irrite, amedronte, excite ou confunda, ou mesmo a faça imensamente feliz. Qualquer situação que desperte uma emoção forte, boa ou má, que exija mudança, é um estressor, isto é, uma fonte de stress (LIPP, 1998, p.19). Independente do que causou o stress, as reações das pessoas são no início do processo do stress muito semelhantes, no desenvolvimento do processo de stress o prognóstico varia de acordo com as predisposições genéticas do indivíduo, potencializadas pela debilitação do organismo em decorrência de acidentes ou doenças. Se o stress for bem compreendido e controlado, pode, até certo ponto, ser bom, pois prepara o organismo para lidar co situações difíceis na vida. Mas, se não for controlado e se estiver constantemente na pessoa, pode levar a pressão alta, enfarte, artrites,a sma e doenças de pele. (LIPP, 1998, p. 25). Os profissionais vivem hoje sob contínua tensão, não só no ambiente de trabalho, como também na vida em geral. Talvez o ambiente do trabalho tenha se modificado e acompanhado o avanço das tecnologias com mais velocidade do que a capacidade de adaptação dos trabalhadores. Há, portanto uma ampla área da vida moderna onde se misturam os estressores do trabalho e da vida cotidiana. A pessoa além das habituais responsabilidades ocupacionais, além da alta competitividade exigida pelas empresas, além da alta necessidade de aprendizado constante, tem que lidar com os estressores normais da vida em sociedade, tais como a segurança social, a manutenção da família, as exigências culturais...È bem possível que todos esses novos desafios supere os limites adaptativos levando ao stress que segundo Andrews (2003. p.12) “o stress é a resposta do corpo a qualquer demanda, quando forçado a adaptar-se à mudança” Apesar de tudo, a maior parte do stress de nós seres humanos é de natureza psicológica, está tudo em nossas mentes. Isto significa que não precisamos ser vítimas passivas desamparadas dos estressores que nos atacam: pode-se optar como reagir. “Podemos optar por não lutar nem por fugir, mas por fluir” (ANDREWS, 2003. p.43). 42 Como enfatiza Andrews (2003) o estresse, o mal-do-século como tem sido chamado, faz parte da vida de todo ser humano, em maior ou menor grau, os males relacionados ao estresse são considerados um grande problema porque resultam, tanto para a empresa quanto para o trabalhador, em baixas perdas incontáveis de dias por faltas ao trabalho; em baixa produtividade; em decisões equivocadas e via de regra em boa qualidade de vida reduzida. De acordo com Andrews (2003) “a condição do mercado de trabalho tão competitivo e estimulante submete o profissional à pressão, freqüentemente associada ao local de trabalho, e pode, ao longo do tempo, com prejuízo ao desempenho e à motivação, levá-lo ao estresse até certo ponto, a pressão é necessária, pois mantém as pessoas alertas porque representa um desafio. Mas a pressão, sob longo tempo, marcada por excessivas circunstâncias de exigências cuja imposição de desempenho vai além dos limites da capacidade natural do trabalhador, gera ansiedade e perda da confiança em si mesmo”. 2.4.4 Cultura organizacional Como coloca o autor Luz (2005), a cultura organizacional influencia o comportamento de todos os indivíduos e grupos da organização. É constituída de aspectos, que proporcionam às organizações um modo particular de ser. Ela está para a organização, assim como a responsabilidade está para o indivíduo. Ela representa o conjunto de crenças, valores, estilos de trabalhos e relacionamentos, que distingue uma organização das outras. A cultura molda a identidade de uma organização, assim como a identidade e o reconhecimento dos próprios funcionários. Cultura organizacional é modelo de pressupostos básicos que um grupo assimilou na medida em que resolveram os seus problemas de adaptação externa e integração interna e que, por ter sido suficientemente eficaz, foi considerado válido e repassado aos demais membros como a maneira correta de perceber, pensar e sentir em relação àqueles problemas. O conjunto de valores e crenças que se denomina comportamento organizacional é obviamente mutável dinâmico e dependente das mudanças dos cenários que permeiam o interno e o externo da empresa, fazendo com que se entenda a cultura com um processo constante de 43 adaptação às contínuas mudanças que o tempo e o espaço produzem por meio das mutações dos próprios sistemas de valores que o sustentam, como ressalta Marras (2000). As características próprias de cada organização nascem das estratégias adotadas por seus dirigentes a fim de manter a empresa, as pessoas têm que estar de acordo com estas características, e estes pressupostos vão se internalizando, formando uma posição a respeito de "como as coisas são". A partir de exigências para mudanças no ajustamento externo estas podem impulsionar desdobramentos internos de alteração nos sistemas de integração e coordenação. As culturas mudam pelos mesmos processos pelos quais se formam, transformam sua interpretação em ação visível, através do exemplo vivido para o grupo como um todo, permitindo uma orientação no agir e interagir do cotidiano da empresa. Cada organização tem a sua cultura organizacional ou cultura corporativa. Para se conhecer uma organização, o primeiro passo é conhecer sua cultura. Fazer parte de uma organização, trabalhar nela, atuar em suas atividades, desenvolver carreira nela é participar intimamente de sua cultura organizacional. O modo como as pessoas interagem em uma organização, as atitudes predominantes, as pressuposições subjacentes, as aspirações e os assuntos relevantes nas interações entre os membros fazem parte da cultura organizacional ( CHIAVENATO, 2006, p. 99). A cultura organizacional reflete a maneira como cada organização aprendeu a lidar com o seu ambiente, ela apresenta seis características principais de acordo com autor citado: 1. Regularidade nos comportamentos observados: as interações entre os participantes caracterizam-se por uma linguagem comum. 2. Normas: são padrões de comportamento que incluem guias sobre a maneira de fazer as coisas. 3. Valores dominantes: são os principais valores que a organização advoga e espera que seus participantes compartilhem, como qualidade do produto, alta eficiência. 4. Filosofia: são políticas que afirmam as crenças como os empregados ou clientes devem ser tratados. 5. Regras: são guias estabelecidos e relacionados com o comportamento na organização. Os novos membros devem aprender essas regras para serem aceitos no grupo. 6.Clima organizacional: é o sentimento transmitido pelo local físico, como os participantes interagem, como as pessoas tratam os outros, clientes etc. 44 Uma cultura bem definida garante consistência e coerência nas ações de decisões, proporcionando melhores condições para alcançar as metas da empresa. 2.4.4.1 Clima organizacional Conforme sustenta Chiavenato (2006), como decorrência do conceito de motivação –em nível individual- surge o conceito de clima organizacional –ao nível da organização- como importante aspecto do relacionamento entre pessoas e organizações. O clima organizacional é afetado pelo nível de satisfação do colaborador, e a falta de motivação para o trabalho ou também pela vida particular traz um baixo nível de capacidade de produção, ainda para o autor citado: O clima organizacional está intimamente relacionado com a motivação dos membros da organização. Quando há elevada motivação entre os participantes, o clima organizacional tende a ser elevado e proporciona relações de satisfação, de animação, de interesse e de colaboração entre os participantes. Todavia, quando há baixa motivação entre os membros, seja por frustração ou por barreiras à satisfação das necessidades individuais, o clima organizacional tende a baixar, caracterizado por estados de desinteresse, apatia, insatisfação, depressão, podendo, em casos extremos, chegar a estados de inconformidade, agressividade, tumulto (como nos casos de greves etc.) (CHIAVENATO, 2006, p. 103). Os seres humanos estão continuamente engajados no ajustamento a uma variedade de situações, no sentido de satisfazer suas necessidades e manter um equilíbrio emocional. Isto pode ser definido como um estado de ajustamento das necessidades e valores das pessoas com os da empresa. Tal ajustamento não se refere somente à satisfação das necessidades de pertencer a um grupo social de estima, e da auto-realização. É uma frustração dessas necessidades que causa muitos problemas de ajustamento. Um bom ajustamento denota “saúde mental”. Uma das maneiras de se definir saúde mental é descrever as características de pessoas mentalmente sadias. Por esta razão hoje se considera ser tarefa da Psicologia Organizacional possibilitar um clima de trabalho sadio, no qual o individuo – seja ele servidor público ou da iniciativa privada – se sinta valorizado e criativo, junto a instituição, empresa ou serviço no qual ele se ocupa, e não consumido pela rotina de sistemas desumanos e desumanizados (GRANJEIRO; CASTRO, 1996, p. 43). 45 A importância da análise do clima organizacional em uma empresa, se deve ao fato de estar diretamente ligado aos resultados obtidos pela empresa: sua produção, seus serviços, sua quantidade expressa e principalmente em sua qualidade, tornando-se estes fatores bastante visíveis no balanço contábil da empresa. E como sustenta o autor Luz (2005), há duas formas de avaliação do clima, e há dois níveis de responsabilidade na sua avaliação: Avaliação setorial Ouvir individualmente os membros de sua equipe de trabalho é responsabilidade de cada gestor. Ele tem a responsabilidade de manter seus subordinados satisfeitos, motivados, porque, o desempenho de cada funcionário depende da sua capacitação e motivação para o trabalho. A avaliação do clima compete aos gestores, independente do seu cargo ou nível hierárquico. Encarregados, supervisores, coordenadores, gerentes, diretores, todos têm o compromisso de monitorar o clima da sua unidade e intervir sempre que necessário. Avaliação corporativa ou institucional Avaliar o clima da organização é responsabilidade do RH. Compete a ele ouvir coletivamente os funcionários, já que sua missão é assegurar que a empresa tenha um bom ambiente de trabalho e que os funcionários se sintam satisfeitos e realizados neste. Dessa forma, a responsabilidade pelo diagnóstico, monitoramento e intervenção nas causas que impactam negativamente o ambiente de trabalho cabe à área de recursos humanos. A pesquisa do clima organizacional deve ser considerada como uma estratégia para identificar oportunidades de melhorias contínuas no ambiente de trabalho. Embora o clima organizacional seja algo abstrato, ele se materializa, se tangibiliza nas organizações através de alguns indicadores que dão “sinais” sobre a qualidade. Esses indicadores não nos fornecem elementos capazes de descobrirmos as causas que mais estão afetando positiva ou negativamente o clima de uma empresa. Todavia servem para alertar quando algo não está bem, ou ao contrário, quando o clima está muito bom. Ainda na visão de Luz (2005), os indicadores do clima organizacional são: Turnover: ou a rotatividade de pessoal pode representar uma “pista” de que algo vai mal. Quando elevado , pode significar que as pessoas não têm comprometimento com a empresa. Que falta algo na empresa para satisfazê-las. 46 Absenteísmo: o excessivo número de faltas e atrasos pode ter o mesmo significado que o apresentado no turnover. Programas de sugestões:sugestões malsucedidas também podem revelar a falta de comprometimento dos funcionários, que reagem à empresa, não apresentando em número ou em quantidade as sugestões que ela esperava. Avaliação de desempenho: quando a empresa utiliza um procedimento formal para avaliar o desempenho de seus empregados, as informações ali encontradas, muitas vezes, vão confirmar que o baixo desempenho de determinados colaboradores decorre de seu estado de ânimo, da sua apatia em relação a empresa, ou até mesmo de problemas pessoais que estejam afetando o desempenho. Daí a importância de a empresa, através de seus gestores, ouvir seus empregados. Greves: embora estejam mais vinculadas ao descumprimento de obrigações legais por parte das empresas, ou a omissão dos gestores em tomar determinadas providências que atendam a determinadas reivindicações dos trabalhadores,a adesão as greves, muitas vezes, revela uma reação dos empregados ao seu descontentamento com a empresa. Conflitos interpessoais e interdepartamentais: essa é a forma mais aparente do clima da empresa. A intensidade dos conflitos interpessoais e entre os diferentes departamentos da empresa é que vai, muitas das vezes, determinar o clima tenso ou agradável. Desperdícios de material: muitas vezes, a forma do trabalhador reagir contra a empresa é estragando os materiais, consumindo-os mais do que necessário, danificando os equipamentos de trabalho.É uma forma velada de o trabalhador se rebelar contra as condições de trabalho a que está sujeito. Queixas no serviço médico: os consultórios médicos das empresas funcionam como um confessionário. Lá, os empregados descarregam suas angústias sobre os mais diferentes tipos de reclamações: sobrecarga no trabalho, humilhações etc. Muitos desses problemas transformam-se em distúrbios emocionais, que acabam gerando doenças e influindo negativamente na qualidade de vida dos empregados. Portanto, com olhar voltado para organizações, que de maneira direta interagem com a sociedade na qual estão inseridas, espera-se que estas venham a oferecer aos seus cooperadores, um tratamento mais humanizado. 47 2.4.4.2 Gestão das relações interpessoais Quando se consegue criar um clima organizacional que propicie a satisfação das necessidades de seus participantes e que canalize seus comportamentos motivados para a realização dos objetivos da organização, simultaneamente, tem-se um clima propício ao aumento da eficácia na opinião de Kanaane (1999). Para que ocorra efetivo desenvolvimento organizacional, deve-se buscar, além do aprimoramento estritamente técnico, desenvolver a competência pessoal e interpessoal. A formação de grupos espontâneos é importante para o efeito de relacionamento entre as pessoas. As relações interpessoais baseiam-se principalmente na confiança mútua entre as pessoas e não em esquemas formais. O sistema permite participação e envolvimento grupal intenso, de modo que as pessoas sintam-se responsáveis pelo que decidem. A dinâmica das relações interpessoais processa-se a partir do desempenho de papéis profissionais que mantêm relações com o sistema sócio-cultural do qual a organização faz parte. Os papéis sociais e, em especial, os papéis profissionais, constituem-se a partir das interações sociais presentes no ambiente de trabalho, considerando-se os níveis hierárquicos e os sistemas de comunicação, que o influenciam (KANAANE, 1999, p. 50). Ao adotar tal postura a organização estará visando ao melhor relacionamento entre os membros que o compõem, com o intuito primordial de melhorar a qualidade de vida no trabalho com conseqüentes reflexos na vida social do indivíduo. 2.5 Diagnóstico de Recursos Humanos A forma pela qual a direção de uma empresa vê os sistemas de administração de recursos humanos pode ser diferente da maneira como esses sistemas funcionam na prática. Além disso, o impacto deles esperado pela direção pode, também, sr diferente do impacto real que provocam sobre o comportamento do funcionário. Como sustenta o autor Celinski (1995) “o diagnóstico em administração em RH se constitui num método de levantamento e análise -através de entrevistas, questionários, 48 observações e exame de registro de dados quantitativos- em um dado momento, das causas das patologias, com vistas a elaboração de um projeto de reorganização da área”. Para uma organização poder atingir com êxito seus objetivos, é preciso que seu RH trabalhe realizando suas atividades com cooperação, qualidade e produtividade. Para que isso ocorra, a administração deve estar sempre atenta aos problemas gerados pela organização e que podem afetar a motivação e a satisfação dos empregados com a empresa. Os objetivos do diagnóstico de recursos humanos constituem-se em tomar medidas corretivas caso à área esteja numa situação disfuncional, facilitando e controlando periodicamente o funcionamento da administração de recursos humanos. Ainda para o mesmo autor a utilização deste recurso apresenta as seguintes vantagens; Identificar os problemas em administração de Rh e determinar uma ordem de prioridade para sugerir soluções; Preparar psicologicamente o contingente humano as modificações necessárias, diminuindo a resistência à mudança, afastando os temores e obtendo seu apoio; Estimular a criatividade dos executivos, funcionários e dirigentes; Propiciar a aplicação da teoria na pratica; Desenvolver uma ação integrada entre a alta administração de Rh de suas diretrizes; Destacar as causas que estão afastando administração de Rh de suas diretrizes; Ampliar a visão sistêmica dos dirigentes e dos dirigidos, o que capacita para uma ação competitiva mais enérgica; Oferecer aos analistas de Rh novas e enriquecedoras vivências profissionais. O diagnóstico organizacional de acordo com Poder (2006), serve para determinar quais são as questões mais relevantes, que precisam ser resolvidas. Essas questões podem ser encontradas em quaisquer setores ou funções da organização. Portanto, tem como foco principal assegurar um sistema de gestão que valorize o potencial humano e a ambiência organizacional favorável a motivação das pessoas, levando-as contribuírem e se comprometerem com a excelência do desempenho e dos resultados organizacionais. Fortalecendo assim, as relações no trabalho, pela busca constante de harmonização entre os objetivos dos empregados contratados, a nível individual e coletivo, e os objetivos da empresa. 49 3 METODOLOGIA Este item apresenta as etapas da pesquisa que foi realizada, bem como os métodos utilizados e a forma como os dados que foram obtidos e interpretados. 3.1 Caracterização da Pesquisa A tipologia adotada para efeito da pesquisa sobre o comportamento organizacional foi a pesquisa-diagnóstico, com abordagem qualitativa e quantitativa. Com relação a esta tipologia Roesch (2005), coloca que “propõe levantar e definir problemas, explorar o ambiente. Como decorrência do diagnóstico efetuado, espera-se que no trabalho sejam apresentadas sugestões à empresa para resolver os problemas levantados”. Na opinião do autor Demo (2001), a abordagem qualitativa privilegia a idéia de “essência”, conotando no fenômeno o que lhe seria mais próprio e definidor, além da expectativa comum de que representaria a parte central na qual tudo se poderia resumir. A escolha foi diretamente relacionada com o propósito do trabalho, que foi de diagnosticar o comportamento organizacional na empresa objeto de estudo. Quanto à pesquisa quantitativa, ainda para Roesch (2005), é apropriada para avaliar mudanças em grandes organizações. Quando se trata de programas abrangentes, como reestruturação do trabalho, sistema participativo, programa de incentivos, é interessante introduzir mudanças numa base experimental. A pesquisa teve também caráter descritivo como sustenta Roesch (2005), “em levantamentos o objetivo é obter informações sobre uma população. Pesquisa de caráter descritivo não procura explicar alguma coisa ou mostrar relações casuais como as pesquisas de caráter experimental”. Já para Cervo e Bervian (1983, p. 55), “a pesquisa descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los”. 50 3.2 Participantes da Pesquisa Este item apresenta os participantes da pesquisa realizado na empresa. Dirlley Indústria e Comércio de Calçados Ltda. Uma população é um grupo de pessoas ou empresas que interessa entrevistar para o propósito especifico de um estudo (ROESCH, 2005). Os participantes da pesquisa foram o gerente de recursos humanos e uma amostra estratificada da empresa no mês de setembro de 2007 totalizando 94 colaboradores do total de 192, calculada de acordo com o autor Barbetta (1994, p. 46) “a técnica de amostragem estratificada consiste em dividir a população em subgrupos, que denominaremos de estratos. Esses estratos podem ser internamente homogêneos do que a população toda, com respeito às variáveis em estudo ”. Sobre os diversos estratos da população, são realizadas seleções aleatórias de forma independente. A fórmula para o cálculo da amostra estratificada é apresenta a seguir: Fórmula: n0 = 1 E2 n= n0 . N (usar quando a população for menor que 100000 ) n0 + N E =Erro máximo admitido (em percentual) N =Tamanho da população no =Tamanho aproximado da amostra n =Tamanho da amostra Normalmente o erro amostral utilizado varia entre 5 a 7%. 3.3 Instrumento e Coleta de Dados Os dados foram coletados por meio de fontes primárias e secundárias, com relação aos dados primários como sustenta Roesch (2005), são aqueles colhidos diretamente pelo pesquisador. Quanto aos dados secundários na opinião da mesma autora (2005) são dados existentes em forma de arquivos, bancos de dados, índices ou relatórios. Esses não são “criados” pelo pesquisador. 51 Para coletar os dados foram utilizados entrevista semi-estruturada com o gerente de recursos humanos e questionário com os colaboradores. O questionário na concepção de Richardson (1999, p.142) “geralmente os questionários cumprem pelo menos duas funções: descrever as características e medir determinadas variáveis de um grupo social”. Com relação à entrevista semi-estruturada, na opinião de Roesch (2005), “utilizam-se questões abertas que permitem ao entrevistador entender e captar a perspectiva dos participantes da pesquisa”. O referencial teórico adotado para a elaboração dos instrumentos de pesquisa foram os autores: Luz (2005), Celinski (1995) e Wagner e Hollenbeck (1999). 3.4 Tratamento e Análise de Dados A apresentação dos resultados foi pela descrição dos aspectos levantados. Quanto à interpretação, foi utilizado para os dados qualitativos a análise de conteúdo, para melhor compreensão dos dados que foram apurados, que conforme Bardin (1977 apud RICHARDSON, 1999, p. 223), “a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, mediante procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens”. Quantos aos dados quantitativos, foram tratados por meio de ferramentas estatísticas e apresentados em quadros. 81 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDANUR, Júnior J. Administração de empresas em revista. Curitiba: 2003. ALLAN, Jane. Como identificar e resolver problemas em sua equipe. São Paulo: Nobel, 1992. ANDREWS, Susan. Stress a seu favor: como gerenciar sua vida em tempos de crise. São Paulo: Agora, 2003. BARBETTA, Pedro Alberto. Estatística aplicada às ciências sociais. Florianópolis: 1994. BOWDITCH, James L.; BUONO, Anthony F. Elementos de comportamento organizacional. São Paulo: Pioneira, 1992. CARVALHO, Vieira C; NASCIMENTO, Luiz P. Administração de recursos humanos. São Paulo: Pioneira, 1999. CELINSKI, Leszek. Guia para diagnóstico em administração de recursos humanos: roteiros e instrumentos para qualidade. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1995. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill do Brasil, 1983. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro:Elsevier, 1999. ____. Recursos humanos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002. ____. 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PONTES, Benedito R. Avaliação de desempenho: nova abordagem. 7. ed. São Paulo: LTr, 1999. ____. Gestão de profissionais em empresas competitivas: Como atrair e reter talentos. São Paulo: Ltr, 2001. RESENDE, Enio. O livro das competências: Desenvolvimento das competências. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo; Atlas,1999 ROBBINS, Stepfen P. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2003. ROESCH, Silvia Maria de Azevedo. Projetos de estágio do curso de administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2005. SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001. SOTO, Eduardo.Comportamento organizacional: o impacto das emoções. São Paulo: Thomson, 2005. TACHIZAWA. Takeshy; FERREIRA, Victor C. Paradela; FORTUNA, Antonio A. Mello. Gestão com pessoas: uma abordagem aplicada às estratégias de negócios. Rio de Janeiro: FGV, 2001. WAGNER, Joahn A.; HOLLENBECK, John R. 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Como são corrigidos eventuais desvios? 7) Todos os colaboradores conhecem bem as suas atribuições e responsabilidades, fixadas em ficha de análise de cargos? Eles podem questioná-las? 8) De que maneira é realizado o recrutamento de colaboradores na empresa? 09) Como ocorre o processo para preenchimento de vagas na empresa? 10) Faz-se entrevistas regular com o candidato a emprego? Que tipo? 11) Há um roteiro de entrevista de seleção? No que consiste? 12) Como é realizado o levantamento das necessidades de treinamento da empresa? 13) Que tipo de treinamento é realizado na empresa? 14) Existe avaliação de resultados do treinamento? Como funciona? Qual finalidade? 15) Os supervisores, chefes ou encarregados recebem treinamento apropriado? Que tipos de treinamento? 16) Há algum plano de avaliação de desempenho humano na empresa?Como funciona? Quem avalia os colaboradores? 17) Com que freqüência e em que ocasiões são feitas as avaliações? 85 18) Está assegurado um meio de analisar e corrigir eventuais discrepâncias nas avaliações? Os supervisores participam dessas correções? 19) Principalmente para que são utilizados os resultados de ambas avaliações? Aumentos salariais? Promoções? Treinamento? Demissões ou dispensas? Outras razões? De que maneira? 20) Como são avaliados os supervisores, chefes e encarregados? Quem os avalia? 21) Os colaboradores são regulamente informados quanto aos resultados das avaliações? Por quem? Como? 22) Que meios à empresa utiliza para reconhecer um trabalho bem feito pelos colaboradores? 86 APÊNDICE B - Questões sobre a percepção dos colaboradores com relação a maneira como percebem a administração da empresa. Em cada uma das questões que se seguem, assinale apenas uma resposta, de acordo com as opções abaixo. Exemplo: se concorda totalmente assinale o nº 1, se concorda em parte assinale o nº 2. 1-Concordo totalmente/ 2-Concordo em parte /3-Não sei responder/ 4-Discordo em parte/ 5-Discordo totalmente Opinião como a empresa administra os colaboradores 1 2 3 4 5 01 As normas da empresa são de meu conhecimento 02 Os planos de trabalho da empresa são divulgados entre os colaboradores 03 As condições de trabalho, na empresa são boas 04 A empresa se preocupa em manter boas as condições de trabalho 05 Na empresa, as condições de trabalho têm melhorado constantemente 06 O ambiente trabalho é seguro 07 Os chefes da empresa dão bons exemplos aos seus colaboradores 08 Existe um relacionamento de cooperação entre os diversos departamentos da empresa 09 As reclamações que surgem sobre condições de trabalho são atendidas logo 10 Eu sou ouvido quando se trata de algum assunto referente ao meu trabalho 11 Os benefícios que a empresa proporciona aos colaboradores atendem as necessidades 12 Eu sei como sou avaliado no trabalho e quem me avalia 13 Eu recebo retorno do resultado da minha avaliação 14 A empresa sabe reconhecer o valor de seus colaboradores 15 A empresa procura criar uma boa imagem externa Identificar o nível de estresse no local de trabalho 16 Eu estou satisfeito com o meu local de trabalho 17 Eu me realizo com o trabalho que faço 18 Eu procuro constantemente melhorar meu modo de trabalhar 19 Eu gosto de enfrentar os desafios do meu trabalho 20 Eu gosto da maioria dos meus colegas de trabalho 21 No meu grupo de trabalho há um bom espírito de coleguismo 22 As pessoas da minha área de trabalho ajudam-se mutuamente 23 A minha chefia me ajuda quando eu necessito 24 Eu não preciso trabalhar horas extras para realizar meu trabalho 25 O chefe exerce pressão sobre o ritmo de trabalho 26 Eu gozo férias regulamentares Identificar como serão resolvidas as situações de conflito 27 A empresa cumpre o que promete 28 O clima de trabalho na empresa é bom 87 29 O trabalho em equipe é incentivado pela empresa 30 As reclamações que surgem sobre condições de trabalho são atendidas logo 31 Na minha área de trabalho as discussões que surgem sobre trabalho são solucionadas 32 É fácil debater os problemas de trabalho que surgem 33 Os meus colegas cooperam comigo 34 A minha opinião é ouvida pelo meu chefe 35 O ambiente de trabalho criado pelo meu chefe é bom 36 A minha chefia me dá bastante liberdade 37 De modo geral, você está satisfeito em trabalhar na empresa 38)Indique os principais fatores que geram mais insatisfação no seu trabalho. ( ) Falta de conhecimento ( ) Remuneração ( ) Ambiente de trabalho ruim ( ) Falta de treinamento ( ) Impossibilidade de crescimento profissional ( ) Falta de valorização dos funcionários ( ) Outros (quais?) ( ) Falta de segurança no trabalho ( ) Falta de autonomia ( ) Falta de recursos ( )Sobrecarga no trabalho ( ) O trabalho que realizo ( )Relacionamento com a chefia 39)Que sugestões você daria para tornar a empresa um lugar melhor para se trabalhar? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 88 APÊNDICE C – Questionário pesquisa perfil sócio-econômico Dados Pessoais 01)Sexo:Masculino ( ) Feminino ( ) 02)Faixa etária:20 a 25 ( ) 26 a 30 ( ) 31 a 35( ) 36 a 40 ( ) 41 a 45 ( ) Mais de 50 anos( ) 03)Estado Civil: Solteiro ( ) Casado ( ) Viúvo ( ) Separado ( ) 04)Cargo Atual: Produção ( ) Administrativo ( ) Chefia ( ) 05)Numero de filhos: 01 ( ) 02 ( ) 03 ( ) 04 ( ) Mais de 05 filhos ( ) 06)Qual é a sua escolaridade? Não freqüentei a escola ( ) Primeiro grau incompleto (até a 4ª série) ( ) Primeiro grau completo (até a 8ª série) ( ) Segundo grau incompleto ( ) Segundo grau completo( )Superior incompleto ( ) Superior completo ( ) Dados Econômicos 01)Salário Atual: Até R$ 400,00 ( )De R$ 401,00 à 600,00 ( )De R$ 601,00 à 800,00 ( )De R$ 801,00 à 1.200,00 ( ) De R$ 1.201,00 à 1.500,00 ( )De R$ 1.501,00 à 2.000,00 ( ) De R$ 2.001,00 à 2.800,00 ( )Acima de R$ 2.800,00 ( ) 02)Residência :Casa própria ( ) Apartamento ( ) Quarto ( ) Pensão ( ) Alugada ( ) Mora com pais ( ) 03)Meio de transporte que você utiliza para ir ao trabalho? Carro ( ) Ônibus ( ) Bicicleta ( ) Moto ( ) Carona ( ) A pé ( ) Transporte da empresa ( ) 04)Há quanto tempo você trabalha na empresa? Menos de 1 ano ( ) Entre 1 a 3 anos ( ) Entre 3 a 5 anos ( ) Entre 5 a 10 anos ( ) Mais de 15 anos ( ) Dados Sociais 01)Religião: Católica ( ) Espírita ( ) Protestante ( ) Outra_______________________ 02)Qual é o meio que você mais utiliza para se manter informado sobre a atualidade? Jornal escrito ( ) Revistas ( ) Internet ( ) Jornal falado ( ) Outras pessoas ( ) Não tenho me mantido informado ( ) 03)Utiliza o convênio médico-hospitalar da empresa?Sim ( ) Não ( ) 89 Por quê?________________________________________________________________ 04)Você pratica algum esporte?Sim ( ) Não ( ) Por quê?________________________ 05)O que você mais gosta de fazer quando está de folga? (Marque um X nas suas atividades preferidas) Fazer pequenos consertos em casa ( ) Descansar ( ) Ler ( ) Visitar amigos/parentes ( ) Praticar algum esporte ( ) Ir á praia ( ) Ir á igreja ( ) Dançar ( ) Pescar( ) Pintar ( ) Viajar ( ) Ouvir música ( ) Passear ( ) Assistir TV ( ) 06)Você participa de algum grupo em sua comunidade? Sim ( ) Qual?______________________________Não ( ) 90 DECLARAÇÃO DE CUMPRIMENTO DE CARGA HORÁRIA DECLARAÇÃO A empresa DIRLLEY INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CALÇADOS LTDA declara, para os devidos fins, que a estagiária Vandreza Patrícia Taurino, aluna do Curso de Administração do Centro de Educação Superior III da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, de 06/08//2007 a 26/11/2007 , cumpriu a carga horária de estágio prevista para o período, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou nossas normas internas. Tijucas, 05 de novembro de 2007. ________________________________ (Protogenes Vieira Neto) Gerente de recursos humanos 91 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS Vandreza Patrícia Taurino Estagiária Protogenes Vieira Neto Supervisor de campo Profª. Justina da Costa Rodrigues Orientadora de estágio Profª. Jaqueline de Fátima Cardoso Responsável pelos Estágios em Administração