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Braz J Periodontol - June 2016 - volume 26 - issue 02
INTER-RELAÇÃO ENTRE HORMÔNIOS SEXUAIS E
DOENÇAS PERIODONTAIS NAS MULHERES
Interrelationship between Sex Hormones and Periodontal Diseases in Women
Sérgio Spezzia1
1 Cirurgião-Dentista. Especialista em Saúde da Mulher no Climatério pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Mestrando em Pediatria e Ciências Aplicadas à Pediatria
pela Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo. Membro do Corpo Editorial da Revista Uningá Review e do Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research
Recebimento: 05/01/16 - Correção: 29/02/16 - Aceite: 30/03/16
RESUMO
Os fatores hormonais são aqueles que atuam sobre o corpo em determinadas fases da vida da mulher sendo
capazes de modificar a resposta dos tecidos à irritação bacteriana, influenciando o progresso, a intensidade e a resposta
da doença periodontal ao tratamento. As alterações nos níveis de hormônios durante a puberdade, a gestação e a
menopausa podem modificar a resposta do hospedeiro em relação à placa bacteriana, aumentando a intensidade
de progressão da doença periodontal. O objetivo deste trabalho foi averiguar como procede o conhecimento e a
conscientização dessas manifestações clínicas de cunho hormonal pelo cirurgião dentista. A influência hormonal pode
predispor ao desenvolvimento de doenças periodontais ou atuar exacerbando processos inflamatórios periodontais
preexistentes. Nessas situações clínicas, o tratamento periodontal deve ser capaz de eliminar a resposta inflamatória,
concomitantemente faz-se controle e manutenção do tratamento, orientando os pacientes acerca dos cuidados
essenciais com sua higiene oral para que sejam capazes, pelo menos de realizarem a escovação e o uso de fio ou fita
dental corretamente. Utiliza-se a instrumentação periodontal para tratamento, através da raspagem e alisamento
radicular. Concluiu-se que com o emprego da terapêutica periodontal, no intuito de atenuar o processo inflamatório,
pode-se obter melhor qualidade de vida para as mulheres que se encontram nessas fases da vida em que é possível
ocorrer interferência hormonal nos problemas periodontais.
UNITERMOS: Mulheres. Estrogênios. Progesterona. Doenças Periodontais R Periodontia 2016; 26: 40-47.
INTRODUÇÃO
Os tecidos periodontais terão aspectos saudáveis se
existir harmonia entre fatores agressores e protetores do
periodonto de proteção e sustentação dos dentes (Minas
Gerais, 2006).
A d o e n ç a p e r i o d o n t a l c o n s i s t e d e q u a d ro
imunoinflamatório, advindo da ação do biofilme dental,
que é detentor de periodontopatógenos. Sabe-se que
o seu aparecimento e evolução variam individualmente,
obedecendo a fatores intrínsecos do hospedeiro e
ambientais (Johannsen et al., 2007; Lindhe et al., 2010;
Newman et al., 2011).
A doença periodontal é uma doença infecciosa, crônica
e assintomática, advinda da exposição do periodonto a
ação de bactérias que se aderem à superfície dentária e
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é de natureza não descamativa. Essa doença é resultante
da destruição dos tecidos ao redor dos dentes por ação
de periodontopatógenos específicos. A presença de
lipopolissacarídeos e exotoxinas produzidas por estes
microorganismos ativam os mecanismos imunoinflamatórios,
desencadeando resposta inflamatória. No caso de ocorrer
alteração ou destruição do periodonto de proteção, têm-se
o acometimento por gengivite, havendo comprometimento
subsequente e simultâneo, também do periodonto de
sustentação, com presença de reabsorção óssea, têm-se
periodontite (Axelsson & Lindhe, 1981; Lindhe et al., 2005).
Doenças periodontais são infecções, dependentes da
colonização por bactérias patogênicas. Fatores de risco,
provenientes de condições sistêmicas modificam o início e
a progressão do quadro periodontal (Genco, 1996).
Existem alguns fatores de risco que podem estar
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ligados ao desenvolvimento de doenças periodontais, são
eles: alterações hormonais; uso de medicamentos, como
corticóides, bloqueadores dos canais de cálcio e agentes
imunomoduladores; aumento de idade; sexo; deficiência
nutricional; tabagismo; estresse; deficiência imunológica
e predisposição genética; doenças sistêmicas, doença de
Marfan e de Ehlers-Danlos, diabetes, osteoporose, AIDS,
neutropenias, doenças cardiovasculares, entre outros (Sonis
et al., 1996; Neville et al., 2004).
Conforme Andrade em (2006), podem ocorrer alterações
sistêmicas de caráter endócrino, respiratório, hematológico
e cardiológico. Frisa o autor que as alterações em âmbito
endócrino com repercussões na cavidade bucal detêm
relevância clínica.
Relacionado à idade e ao sexo, têm-se estudos atestando
que indivíduos idosos possuem condições periodontais
menos favoráveis, bem como firmam que os homens têm
mais doenças periodontais do que as mulheres, além de
possuírem precária higiene bucal. As mulheres mostram-se
mais dispostas a desempenharem boa higienização bucal e
se preocupam mais com o autocuidado. No entanto, nessa
afirmação não se considerou o aspecto do envolvimento
hormonal, apenas o desempenho nas técnicas de higiene
bucal que foram empregadas (Kato et al., 2004; Borrel &
Papapanou, 2005; Borges-Yáñes et al., 2006).
Os fatores hormonais agem no organismo feminino,
podendo atuar modificando a resposta tecidual frente à
irritação bacteriana. Eles são capazes de alterar progresso,
intensidade e resposta da doença periodontal ao tratamento
(Axelsson et al., 1976; Carranza, 1986).
Podem ocorrer desequilíbrios endócrinos, o que se torna
desfavorável sob o aspecto periodontal, uma vez que nessa
situação a resposta do hospedeiro a placa bacteriana mostrarse-á modificada, dificultando o tratamento periodontal
(Kornman & Loesch, 1979; Kornman & Loesch, 1980;
Carranza, 1986; Clerehugh, 1991).
Níveis circulantes hormonais alterados podem ocasionar
um aumento na inflamação gengival, advindo de má
higienização oral e acúmulo de placa dental (Goldman &
Cohen, 1980).
No organismo feminino essas mudanças a nível hormonal
transcorrem nas várias fases da vida. Nesse contexto, a
homeostase dos tecidos periodontais mostra-se prejudicada,
no entanto, a inflamação gengival não ocorre somente em
decorrência da ação hormonal. Para que se instale o processo
inflamatório atuam outros fatores desencadeadores, tais como:
biofilme bacteriano com bactérias específicas predisponentes
a doença periodontal e resistência imunológica do hospedeiro
(Hugoson, 1970; Axelsson et al., 1976; de Liefde, 1984;
Lindhe, 1989; Zachariasen, 1989; Clerehugh, 1991; Cruvinel
et al., 2010).
Oscilações hormonais presentes na puberdade, gestação,
no período de ovulação, durante o uso de anticoncepcionais
ou contraceptivos orais sintéticos e na menopausa são
possíveis fatores desencadeadores da doença periodontal.
Ocorre mudança na resposta do periodonto frente aos fatores
etiológicos locais (Goldman & Cohen, 1980).
Mecanismos celulares são alterados por ação dos
hormônios sexuais (estrógeno e progesterona) nas mulheres.
O estrógeno predispõem as alterações vasculares, e a
progesterona atua, estimulando a produção de mediadores
inflamatórios (Lindhe, 1989; Zachariasen, 1989; Clerehugh,
1991).
O quadro evolutivo da doença periodontal é passível
de ser modificado pela ação dos hormônios sexuais. Toda
vez que se constatar alterações nos níveis circulantes desses
hormônios, pode-se afirmar que teremos predisposição a
inflamação dos tecidos periodontais pela ação da placa dental
ou exacerbação desse quadro inflamatório (Tunnes, 1999).
O estrógeno e a progesterona possuem função de
controlar o desenvolvimento dos órgãos genitais, bem como
seu funcionamento, além do funcionamento dos órgãos
sexuais secundários. A presença desses hormônios atua
também, permitindo a regulação hormonal de outros tecidos
(Vitalle & Medeiros, 2008).
Sabe-se que os hormônios agem por intermédio de
receptores específicos situados nas células-alvo. Esses
receptores, a princípio, providenciam a interação dos
hormônios com as células. Não existe um número fixo de
receptores por célula, o número é variável em cada tipo de
célula. Ocorre que, conforme o número presente tem-se um
grau de resposta, o que demonstra variabilidade de respostas
(Norman & Litwack, 1987).
Encontraram-se receptores de estrógeno e progesterona
no tecido gengival, fato que ocasiona maior acúmulo desses
hormônios no interior desse tecido (Aufdemorte & Sheridan,
1981).
Relacionado ao desenvolvimento das doenças
periodontais, Tunnes & Rapp (1999), afirmaram que os
hormônios sexuais podem agir, influenciando de várias formas:
modificando a resposta dos tecidos periodontais, advinda
da ação do biofilme dental; na constituição das colônias
de bactérias presentes no biofilme dental e estimulando a
produção de prostaglandinas.
O autocuidado realizado com a higienização bucal
feita corretamente, age prevenindo o acúmulo de placa,
possibilitando diminuição dos problemas periodontais (Perry,
2004).
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O objetivo deste trabalho foi averiguar como procede
o conhecimento e a conscientização dessas manifestações
clínicas de cunho hormonal pelo cirurgião dentista.
on Pediatric Dentistry Clinical Affairs Committee, 2012).
Puberdade
Relacionado a gengivite, têm-se incidência extremada
no período da puberdade. Esse dado é obtido, inclusive se o
índice de placa (IP) permanecer inalterado nos adolescentes
examinados (Axelsson, 1976; Kornman & Loesch, 1980;
Carranza, 1986; Levin, 1987).
A inflamação gengival que procede nesse período
é resultante da ação de fatores irritativos locais e do
metabolismo tecidual do periodonto modificado, fatores estes
que decorrem dos distúrbios hormonais que são peculiares.
A placa bacteriana nessa situação age muito mais facilmente,
advindo da queda de resistência que ocorre localmente.
Alguns estudos demonstraram que o desequilíbrio na
produção de determinados hormônios no sexo masculino
e feminino durante a adolescência age como fator
desencadeador de gengivite na puberdade (Axelsson, 1976;
Kornman & Loesch, 1980; Carranza, 1986; Levin, 1987). .
A puberdade ocorre durante a adolescência dos
indivíduos. Na adolescência, geralmente têm-se problemas
periodontais, oriundos do desleixo na prática da higienização
bucal (Kolawole et al., 2011; Vadiakas, 2012; Spalj et al.,
2014). Podem instalar-se nesse período danos periodontais
irreversíveis, que poderiam ser evitados. O controle da
inflamação gengival pode ser controlado por intermédio de
higienização bucal correta e de orientações sobre cuidados
essenciais com higiene e de acompanhamento regular,
realizados pelo cirurgião dentista (AAP, 2005; Silveira et al.,
2012; Braga et al., 2013; Coutinho et al., 2013).
Segundo Kornman & Loesche, (1980), ocorre aumento
da prevalência de gengivite durante a puberdade, que são
coincidentes com produção aumentada de estrógeno e de
progesterona, sem concomitantemente aferir-se aumento
quantitativo do IP.
As manifestações clínicas periodontais que ocorrem na
gengiva, incluem: eritema, sangramento espontâneo ou
provocado, edema e hiperplasia gengival (Sutclife, 1972;
Stamm, 1986; Rose et al., 2002).
Explica-se o grau aumentado de inflamação gengival
no período puberal, advindo do aumento da concentração
hormonal sanguínea. No sexo masculino ocorre aumento da
testosterona e no sexo feminino do estradiol. No mais, inexiste
outros fatores de risco locais com significância para promover
gengivite (Sutcliffe, 1972; Stamm, 1986; American Academy
Gestação
Na gestação o organismo feminino passa por
transformações sistêmicas, que são provenientes de distúrbios
de ordem emocional e hormonal.
De acordo com Andrade (2006), no decorrer do período
da gravidez, têm-se mudanças fisiológicas, acometendo o
corpo da mulher. Esse mecanismo é adaptativo e tem o intuito
de proceder a preparação do organismo para o momento do
parto e para a amamentação do recém-nascido.
Vários autores enfatizam as mudanças no organismo
da mulher durante a gestação, em especial as alterações
hormonais, cujas consequências refletem-se na boca de forma
evidenciada (Sonis et al., 1996; Oliveira et al., 2006).
São alterações fisiológicas no período: níveis aumentados
de cortisol, ACTH, oxitocina, aldosterona, estrógenos
e prolactina; supressão do FSH e do LH; alterações
cardiovasculares com elevação da frequência cardíaca
na ordem de 10 batimentos por minuto a partir da
décima quarta semana, indo até a trigésima semana;
alterações hematológicas com diminuição dos leucócitos
polimorfonucleares com anemia e aumento do volume
sanguíneo e alterações respiratórias com elevação da
capacidade respiratória (Souza et al., 2002; Andrade, 2006;
Neves et al., 2007).
Nesse contexto, ocorrem também alterações em âmbito
da cavidade bucal (Sonis et al., 1996; Oliveira et al., 2006).
A imunidade manifesta como resposta pela gestante,
o nível dos hormônios ovarianos e a constituição da
placa presente subgengivalmente, agem como fatores
determinantes com relação a instalação e ao quadro evolutivo
das doenças periodontais (Rose et al., 2002).
Essas alterações que podem ocorrer na gravidez são
fatores que influenciam na reação do hospedeiro frente a ação
do biofilme dental (Orrico et al. 1987; Oliveira et al., 2006).
No caso de existirem alterações periodontais pregressas
ocorre evidenciação clínica aumentada desse quadro por
ação da gravidez. No segundo mês gestacional têm-se
exacerbação inflamatória desse quadro, concomitantemente
ao aumento das taxas de estrógeno e de progesterona. Os
níveis desses hormônios ovarianos elevam-se ainda mais
no oitavo mês de gravidez. Nesse instante, teremos severa
inflamação gengival por ação hormonal. Portanto, o nível
plasmático desses hormônios exerce influência sobre os
tecidos, atuando conjuntamente com os fatores etiológicos
que atuam localmente (Tunes & Rapp, 1999).
Sabe-se que níveis plasmáticos aumentados dos
hormônios ovarianos na gravidez também se mostram
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REVISÃO DE LITERATURA
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aumentados em nível do sulco gengival, fato que irá predispor
ao crescimento bacteriano específico e que é extremamente
desfavorável, influindo fortemente no desenvolvimento da
doença periodontal (de Lorenzo & Mayer, 2004).
A gengivite da gravidez inicia-se comumente entre
o terceiro e quarto mês gestacional, nessa ocasião
periodontopatógenos proliferam-se, advindo da ação dos
hormônios, o que possibilita o crescimento microbiano.
Quando temos modificação na constituição da microflora
microbiana bucal, normalmente chama-se a gengivite de
gengivite gravídica (de Liefde, 1984; Levin, 1987).
A prevalência de gengivite em gestantes gira em torno de
30% das mulheres no período. Essa manifestação de doença
periodontal é a mais comumente encontrada (Hugoson,
1970; Morishita et al., 1988; Clerehugh, 1991).
Em contrapartida, geralmente a influência do fator
hormonal nas gestantes procede por período curto, o que
não acarreta perda de inserção periodontal acentuada no
periodonto (Carranza et al., 2003).
Ciclo Menstrual
Durante o ciclo menstrual ocorre elevação da produção
dos hormônios ovarianos ou sexuais, o que por sua vez pode
resultar em inflamação gengival aumentada. No decorrer do
ciclo o fluxo de exsudato gengival mostra-se aumentado ao
se aproximar do período ovulatório. Essa situação clínica tende
a declinar no decorrer da menstruação (Mascarenhas et al.,
2003; Machtei et al., 2004; Mariotti, 2005).
No ciclo menstrual teremos quadro clínico periodontal de
inflamação e edema de papila gengival, juntamente a baixo
IP. Pode ocorrer ainda, ligeira mobilidade dentária.
Nos dias anteriores ao começo da menstruação pode-se
encontrar em determinadas mulheres: inchaço e sangramento
gengival. Esses sintomas desaparecem juntamente com o
início do período de fluxo menstrual (Lindhe & Attsfrom, 1967;
Hugoson, 1970; Koreeda et al., 2005; Baser et al., 2009).
Contraceptivos Orais
Esses medicamentos são fabricados utilizando-se de
progesterona e estrógeno sintéticos e tem a finalidade de
prevenir a ovulação. Pode-se considerar que pela ação dos
contraceptivos, têm-se quadro periodontal semelhante ao
encontrado na gestação.
O período no qual essa medicação é administrada está
diretamente relacionado com a possibilidade de ocorrerem
manifestações bucais. Na hipótese de haver administração
prolongada certamente vai haver problemas orais, tais como:
edema, aumento de exsudato inflamatório, sangramento e
hiperplasia gengival (Tilakaratne et al., 2000).
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Menopausa
Nesse período, que geralmente se instala em torno dos 50
anos, ocorre a última menstruação da mulher, decorrente da
falência folicular ovariana progressiva, que é típica do período
do climatério feminino. Firma-se o diagnóstico definitivo, por
intermédio de análise clínica retrospectiva, onde deve haver
doze meses ao menos ou mais de ausência da menstruação
ou de amenorréia (Jaffe, 1991).
Consequência da diminuição brusca das taxas de
progesterona e estrógeno, têm-se repercussões a nível
sistêmico e oral, dentre as quais se destaca a maior prevalência
de doenças periodontais. Os estrógenos têm propriedades
anti-inflamatórias, devido a isso, sua falta pode acarretar em
epitélio com menor queratinização e redução do fluxo salivar,
predispondo a ocorrência da gengivoestomatite menopausal
(Frutos et al., 2002).
Em âmbito bucal pode ocorrer no decorrer do período:
descamação do epitélio gengival, desconforto oral, dor, ardor,
alteração do paladar e ressecamento oral.
Sabe-se que durante todo o período menopausal pode
ocorrer potencialização de problemas periodontais pregressos,
originários em outras fases da vida da mulher.
Existe risco para a manifestação de doenças autoimunes
e cardiovasculares, advindo das modificações que ocorrem
em termos de quantidade e tipos dos hormônios ovarianos
no decorrer do período perimenopausa e menopausal. As
repercussões bucais concomitantes envolvem xerostomia
severa (Payne, 1997; Tilakaratne, 2000; Friedlander, 2002).
Em decorrência de não haver mais secreção hormonal
ovariana em determinado momento, têm-se gengiva com
coloração de rosa pálido a vermelho intenso. Um agravante
bastante importante, envolvendo essa situação clínica é que
à medida que transcorre o tempo, vai havendo inflamação
mais intensa, o que irá expor o tecido conjuntivo subjacente,
bem como as terminações ner vosas, predispondo a
maior sensibilidade, além de ocorrer dificuldade no ato da
alimentação e higienização bucal pela mulher. A escassez
da higienização levará a piora do quadro clínico periodontal
das pacientes com acúmulo de cálculo dental e de tártaro,
desencadeando um ciclo vicioso, em virtude de outro
problema clinico hormonal (Lascala & Moussalli 1985;
Friedlander, 2002).
DISCUSSÃO
Ito et al., (1995), corrigiram que pode ocorrer influência
dos hormônios sexuais a nível inflamatório e infeccioso.
Nesse contexto, os autores relataram que o estrógeno pode
ser responsável por inibir a resposta inflamatória, causando
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cessação da quimiotaxia dos neutrófilos.
Segundo alguns autores, podemos presenciar processo
reacional com inflamação gengival, oriundo de ação causada
pelo aumento dos hormônios sexuais femininos. Essa situação
clínica, no entanto, ocorre por si só e mesmo que não haja
acúmulo de placa bacteriana na região da gengiva. No caso
de presença de cálculo e de placa, logicamente pode-se ter
um agravante no quadro inflamatório (Tiainen et al., 1922;
Kornman & Loescheg, 1980; Lindhe, 1989; Zachriasen, 1989;
Rose, 1990).
Conforme determinação da Academia Americana
de Periodontia (AAP) existe inter-relação entre doenças
periodontais e hormônios sexuais ou ovarianos, havendo
algumas categorias que foram estipuladas, abrangendo as
várias fases da vida da mulher onde existe possibilidade de
ação concomitante. São elas: gengivite associada ao ciclo
menstrual, a puberdade e a gravidez (Armitage, 1999).
Para combater o avanço das doenças periodontais
influenciadas pela ação hormonal nessas fases da vida da
mulher, deve-se instituir a terapia periodontal básica, fazendose uso da instrumentação periodontal e do alisamento
radicular. Outro quesito que tem bastante importância e
que deve ser obedecido é o de proceder a orientações sobre
os cuidados essenciais com a higiene bucal, envolvendo
orientações sobre como empregar técnicas de escovação e
de uso de fita e de fio dental corretamente. Em seguida é
conveniente fazer-se uma avaliação periódica com consultas
regulares para que se possa averiguar como a paciente está
se saindo sozinha com a higienização bucal. No caso de
não haver bom desempenho, reforçam-se as orientações.
A paciente deve ser capaz de por si só executar uma boa
higiene bucal. O objetivo principal pretendido com esse tipo
de abordagem é a educação das pacientes para que ocorra
efetividade na manutenção da higiene oral, continuadamente.
Depois de realizados os procedimentos odontológicos
(instrumentação periodontal com remoção de placa e tártaro)
deve haver esse tipo de comportamento satisfatório, pois caso
contrário, teremos novamente em um período curto de tempo
a instalação de cálculo e de tártaro nas superfícies dos dentes.
Relacionado aos efeitos ocorridos, devido às oscilações
dos hormônios sexuais na circulação, é conveniente frisar
que existem variações entre indivíduos e que não ocorrem
manifestações clínicas em todos de forma homogênea.
Denotam-se diferenças acerca dos efeitos manifestos, que
condizem com o sexo e o período de vida em que se enquadra
o indivíduo (Lascala & Moussalli, 1985).
Nesse contexto, o tratamento odontológico empregado
pelo cirurgião dentista deve ser individualizado, conforme
as necessidades apresentadas pelas pacientes, dessa forma
pode-se ater as variações provenientes do comportamento
hormonal das mesmas, tentando realizar condutas clínicas
que possam resolver ou atenuar os problemas periodontais
apresentados em cada caso (Lascala & Moussalli, 1985).
Na fase menopausal pode ocorrer situação clínica,
envolvendo quadro de secura bucal. Pode-se fazer uso para
tratamento em âmbito odontológico de saliva artificial ou
de goma de mascar, visando à estimulação mecânica e a
produção de maior quantidade de saliva.
A etiopatogenia das doenças periodontais e o interrelacionamento que existe com os fatores de risco para o
seu desenvolvimento, dentre os quais os fatores hormonais,
requer maiores estudos para se obter melhores explicações e
elucidação dos fatos ocorridos num espectro mais amplificado.
A maioria dos cirurgiões dentistas clínicos na atualidade
tem conhecimento que existem determinadas manifestações
sistêmicas, que são capazes de repercutir em âmbito
bucal, ocasionando problemas periodontais, no entanto, o
conhecimento e os cuidados que são tomados no decorrer
das intervenções clínicas odontológicas tem enfoque voltado
primordialmente para a correlação que pode existir entre
determinadas doenças sistêmicas (aterosclerose, lúpus
eritematoso sistêmico, diabetes, artrite reumatoide, entre
outras) e doenças periodontais. Deveria haver também
um enfoque maior voltado para as repercussões orais, que
podem ser causadas por manifestações hormonais, como
as que procedem pela influência dos hormônios sexuais nas
mulheres.
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CONCLUSÃO
Concluiu-se que com o emprego da terapêutica
periodontal, no intuito de atenuar o processo inflamatório,
pode-se obter melhor qualidade de vida para as mulheres que
se encontram nessas fases da vida em que é possível ocorrer
interferência hormonal nos problemas periodontais.
ABSTRACT
Hormonal factors are those that act on the body at certain
stages of women’s lives, being able to modify the response of
tissues to bacterial irritation, influencing progress, the intensity
and the response to treatment of periodontal disease.
Changes in hormone levels during puberty, pregnancy and
menopause can modify the host response in relation to the
plaque by increasing the intensity progression of periodontal
disease. The objective was to find out how proceeds
knowledge and awareness of these clinical manifestations of
hormonal nature by a dentist. The hormonal influence may
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predispose to the development of periodontal diseases or act
exacerbate preexisting periodontal inflammation. In these
clinical situations, periodontal treatment should be able to
eliminate the inflammatory response, concurrently makes up
control of maintenance treatment, guiding patients on the
essential care of your oral hygiene so that they can, at least
perform brushing and use of dental floss or tape correctly. It is
used for treating periodontal instrumentation by scaling and
root planing. It was concluded that with the use of periodontal
therapy to attenuate the inflammatory process, one can get
better quality of life for women who are in those stages of life
that can occur hormonal interference in periodontal problems.
UNITERMS: Women. Estrogens. Progesterone.
Periodontal Diseases.
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Endereço para correspondência:
Sérgio Spezzia
Ambulatório dos Prematuros - Escola Paulista de Medicina –
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Rua Diogo de Faria, 764
CEP: 04037-002 – São Paulo – SP
E-mail: [email protected]
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