Economia Brasileira Contemporânea 4ª edição

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Unidade 1
Abordagem Histórica da Economia Brasileira
Economia Agroexportadora
Agroexportação
• É a forma de inserção da economia
brasileira na economia mundial desde a
época colonial, passando pelo período
imperial.
• A República Velha é o momento de auge e
ruptura desta forma de inserção.
Agroexportação
• Cada período foi marcado por um produto
que dava dinâmica ao Balanço de
Pagamentos e a economia: ciclo do açúcar,
do ouro, do café etc.
Vulnerabilidade das economias
agroexportadoras
• Alto peso do setor externo na economia.
• A exportação é a variável quase que
exclusiva na determinação da renda
nacional e de seu dinamismo.
Vulnerabilidade das economias
agroexportadoras
• Exportações: dependência de variáveis fora
de controle das autoridades nacionais:
– demanda
externa,
oferta
de
países
concorrentes,
comercialização
internacionalizada.
 C. Tavares: Modelo de desenvolvimento
voltado para fora
Agroexportadores
• Exportação: variável chave na
determinação da renda
• Pauta de exportação base estreita, poucos
produtos primários
• importações base para suprir consumo
interno
• grande diferença entre base produtiva e de
consumo
Centrais
• Exportação importante, mas Investimento
interno também
• pauta de exportação não diferente de pauta
de consumo
• importações atende parte do consumo
• proximidade entre base produtiva e de
consumo
As oscilações de preços na economia
cafeeira
As oscilações de preços na economia
cafeeira
As oscilações se devem:
• às condições da demanda (mercado
mundial), - ou seja, aos ciclos da
economia mundial.
• às condições da oferta - por exemplo
geadas, pragas.
• à defasagem entre o plantio e a colheita
do café.
Deterioração dos termos de
troca
• Termos de troca: relação entre os preços
das exportações e das importações de uma
economia.
• Segundo alguns autores, existe a tendência
dos preços dos produtos agrícolas caírem
frente as manufaturas, existe assim uma
tendência de deterioração dos termos
de trocas.
Deterioração dos termos de
troca
• Se realmente houver tal tendência haverá
uma
perspectiva
de
crescimento
relativamente
inferior
das
economias
agroexportadoras frente às outras.
Deterioração dos termos de troca
• A deterioração dos termos de troca
pode explicada dentre outros fatores
por:
– elasticidade renda da demanda de
produtos primários menor que 1 e
elasticidade renda da demanda de
produtos manufaturados maior que 1.
Deterioração dos termos de
troca
– mercado
com
características
oligopolísticas
para
produtos
manufaturados e mercado concorrencial
para os produtos primários.
• O tema é objeto de controvérsia entre os
economistas.
A ação do governo e as crise da economia
agroexportadora
• Possibilidades de ação do governo nos
momentos de queda dos preços:
A. Desvalorização cambial.
B. Política de valorização do café.
• Estes mecanismos eram eficientes no curto
prazo para proteger a cafeicultura mas
tinham efeitos negativos a longo prazo
A desvalorização cambial em uma economia
agroexportadora
• A vantagem é que a desvalorização
cambial mantinha em moeda nacional a
rentabilidade da cafeicultura e o nível de
emprego.
A desvalorização cambial em uma economia
agroexportadora
• Mas gerava dois tipos de problemas:
– a desvalorização cambial “escondia” os
sinais dados pelo mercado (tendência
de superprodução de café).
– a desvalorização cambial encarecia
todos os produtos importados desta
economia (socialização das perdas).
A política de valorização do café
• A política de valorização do café consistia
em reter parte da oferta na forma de
estoques.
• Esta política se assemelha a práticas atuais de
regulação dos mercados agrícolas por meio
de:
 Política de preços mínimos – o governo
estabelece preços mínimos na safra, a partir
dos quais ele adquire e estoca produtos.
A política de valorização do café
 Estoques reguladores - estocar na safra
para “desovar” os estoques na entresafra,
evitando aumentos excessivos de preços na
entressafra.
Os problemas com a estocagem de café
• A expectativa é que houvesse nos anos seguintes
uma reversão da oferta de café, mas esta reversão se
mostrava cada vez mais difícil à medida em que a
estocagem ia ocorrendo.
 A
política
acentuava
a
tendência
à
superprodução e outros países também eram
indiretamente incentivados a plantar café.
A superprodução e a crise da
economia cafeeira em 1930
• Com a manutenção da rentabilidade da economia
cafeeira, os recursos convergem para esta atividade
levando à superprodução.
• Em 1930, dois elementos se conjugaram:
 A produção nacional era enorme
 A economia mundial entrou numa das maiores
crises de sua história.
• Consequências:
 Preços despencaram.
 o governo passou a queimar parte dos estoques.
Indústria e economia
agroexportadora
• A fragilização do modelo agroexportador traz à
tona a necessidade da industrialização.
• A industrialização brasileira teve início no final do
século XIX mas foi a partir da década de 30 que
passou a ser meta de política econômica.
• Antes de 1930 as indústrias existentes surgiram
nas “franjas” da economia cafeeira, de acordo
com as necessidades de atender a um mercado
consumidor incipiente.
As Origens da Indústria Brasileira
• Duas correntes procuram explicar a origem da
indústria no período agroexportador:
– teoria dos choques adversos – a indústria
surgiu como uma resposta às dificuldades de
importar produtos industriais em determinados
períodos (I GM e Depressão de 30).
– industrialização induzida por exportações –
a indústria crescia nos momentos de expansão
da economia cafeeira (expansão da renda e do
mercado consumidor).
As Origens da Indústria Brasileira
• A origem do capital industrial é um
vazamento do capital cafeeiro e ela
surge para atender as necessidades da
economia cafeeira.
• De acordo com o censo industrial de 1920,
os produtos têxteis, alimentícios e
bebidas, respondiam por mais de 60% do
valor da produção industrial no país.
Disciplina: Economia Brasileira Contemporânea
Professor: Celso A Araujo
Referência:
GREMAUD, Amaury Patrick, Vasconcellos, M.A.S., TONETO Jr., Rudnei. Economia brasileira
contemporânea. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2009. ISBN 85-224-2839-5.
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