071 - Petrus Paulus Rubens (Peter Paul Rubens) - Pitoresco

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Petrus Paulus Rubens
(Peter Paul Rubens)
1577-1640
Mesmo tendo cultivado com maestria gêneros como o retrato, a composição
religiosa e a paisagem, sua característica que se sobressai é a sensualidade e
o dinamismo das cenas mitológicas que fizeram da pintura de Rubens o
símbolo da exuberância pictórica barroca.
Peter Paul Rubens – “Vênus no Espelho” 1615 (circa) - 124X 98cm)
Óleo sobre madeira - Coleção do príncipe de Liechtenstein – Vaduz
- 072 –
Petrus Paulus Rubens nasceu em 28 de junho de 1577 em Siegen, Vestfália,
Alemanha.
Era filho de um advogado e diplomata flamengo exilado por motivos políticos
e, depois da morte do pai, radicou-se com a família em Antuérpia. Lá realizou
seu aprendizado artístico com vários mestres, entre os quais Otto van Veen, que
nele despertou a admiração pela pintura italiana.
Em 1598, Rubens tornou-se mestre da guilda de São Lucas e dois anos mais
tarde viajou para a Itália. Ingressou então no serviço de Vincenzo Gonzaga,
duque de Mântua, para quem trabalhou como pintor de corte e a quem
representou em missões diplomáticas em Madri, Roma e várias cidades
italianas.
As obras dessa fase, tais como "A coroação de espinhos" (1602), "Retrato
do duque de Lerma" (abaixo) (1603) e "Circuncisão" (1605), refletem seu
esforço para assimilar as diversas tendências da arte italiana da época e a
substituição gradativa dos violentos claros-escuros (chiaroscuro) pelo
colorido suave e matizado característico da escola veneziana.
- 073 Em 1608, pouco depois de regressar a Antuérpia devido à morte da mãe,
Rubens foi nomeado pintor da corte dos arquiduques da Áustria, da casa de
Habsburgo, e de governadores espanhóis dos Países Baixos, dos quais
realizaria numerosos retratos.
O pintor casou-se, em 1609, com Isabela Brandt (Veja abaixo o quadro
Rubens e Isabella) e, nos anos seguintes, executou uma série de importantes
trabalhos elaborados com base num jogo de diagonais tipicamente barroco que
o converteu no mais prestigiado pintor flamengo.
Entre as obras dessa fase destacam-se as telas monumentais
"Levantamento da cruz" (1610) e "Deposição" (1612), realizadas
respectivamente para a igreja de Santa Valburga e a catedral de Antuérpia.
Já famoso, com um padrão de vida até então inusitado para um artista, e
proprietário de um ateliê no qual trabalhariam pintores como Antoon van Dyck
e Jacob Jordaens, Rubens mandou construir uma luxuosa residência, na qual
juntou esplêndida coleção de objetos antigos que reunira durante sua
permanência em Roma
- 074 -.
Em 1618, pintou o "Rapto das filhas de Leucipo" (abaixo), já marcado pela
sensualidade e pelo contorno exuberante dos corpos femininos que
caracterizariam suas composições mitológicas. Nessa época adotou uma paleta
mais clara e uma pincelada leve e espontânea, que tendiam a ressaltar a cor e
não o contorno e que predominariam em toda a sua obra posterior.
Peter Paul Rubens – “O rapto das filhas de Leucipo”
1618 (circa) - Óleo sobre tela. 224 X 210 cm.
Munich, Bayeriche Staatsgemäldesammlungen
Durante a década seguinte, Rubens realizou numerosas missões
diplomáticas para os arquiduques da Áustria em contínuas viagens pelos Países
Baixos, França, Espanha e Inglaterra.
Em virtude do papel preponderante que desempenhou na obtenção do
acordo de paz anglo-espanhol de 1630, Carlos I da Inglaterra concedeu-lhe o
título de cavalheiro.
- 075 Tais atividades não impediram que prosseguisse com seu trabalho artístico.
É desse período a série "Vida de Maria de Medici", conjunto de telas
monumentais realizadas entre 1622 e 1625 para o palácio de Luxemburgo de
Paris e mais tarde transferidas para o Museu do Louvre.
Outro importante conjunto de telas, destinado à igreja de São Carlos
Borromeu de Antuérpia, desapareceu na sua quase totalidade num incêndio, em
1718.
Viúvo desde 1626, Rubens casou-se quatro anos depois com Helen
Fourment , jovem de 16 anos que lhe daria vários filhos e seria seu modelo
predileto (veja abaixo “Hélène com dois filhos do casal”, 1635 circa, Louvre).
- 076 As composições mitológicas e galantes dessa época final -- "Ninfas e
sátiros", "As três graças" (abaixo), "O jardim do amor" e "Quermesse" -- são
talvez as mais conhecidas e as que melhor definem seu estilo pela riqueza
cromática, a composição ao mesmo tempo dinâmica e equilibrada e a diluição
das linhas.
“As três graças”, tema recorrente na pintura, nesta imagem com
a versão de Rubens (Museu do Prado, Espanha)
- 077 Entre essas obras, destacam-se os numerosos retratos de sua mulher, em
que revela sensibilidade e penetração psicológica muito superiores às
demonstradas nos retratos tradicionais que realizou para a corte e nas paisagens
tardias "O parque de Steen" (abaixo) e "Paisagem com uma carruagem ao
crepúsculo".
Peter Paul Rubens – O parque de Steen - Kunsthistorisches Museum
1630-1635 - Oleo sobre tela
O tom lírico e nebuloso dessas cenas campestres, devido à serena
melancolia do pintor em sua velhice, foi considerado precursor de certos
aspectos do estilo rococó do século XVIII e, em particular, da obra do francês
Antoine Watteau.
Rubens morreu em Antuérpia em 30 de maio de 1640.
Enciclopédia Britânica e outras fontes.
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Peter Paul Rubens – Helena de Fourment – 1631 (circa)
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Antoon van Dick
1599-1641
Antoon van Dyck (Antuérpia, 22 de março de 1599 – Londres, 9 de
dezembro de 1641) foi um retratista flamengo que se tornou o principal pintor da
corte real de Carlos I da Inglaterra.
Embora tenha cultivado com mestria diversos gêneros, o mestre flamengo
Antoon van Dyck tornou-se famoso pelos retratos de aristocratas europeus, nos
quais conciliou a gravidade da pose com uma sutil percepção psicológica.
Não se sabe ao certo a data em que se tornou discípulo de Rubens, que,
sendo mais abonado e dono de ateliê, assumira a liderança artística em
Antuérpia. O que se sabe é que, já em seus primeiros trabalhos, Van Dyck
refletiu a influência do mestre, embora utilizasse uma gama cromática mais
quente e escura.
Em 1618, foi admitido como mestre na confraria dos pintores de Antuérpia e
iniciou atividade independente. Dedicou-se então a motivos mitológicos e
religiosos, assim como a retratos.
Em 1621, fez sua primeira viagem à Inglaterra e, no fim do mesmo ano, foi
para a Itália e se fixou em Gênova.
O período italiano foi decisivo na evolução artística de Van Dyck, que
desenvolveu seu estilo característico de retratista, baseado no colorido da escola
veneziana e em singular sensibilidade. Sua arte chega então ao virtuosismo de
retratos como "Paola Adorno" (Palazzo Bianco), "Geronima Brignole Sale
com sua filha" e "Retrato equestre do marquês Brignole" (ambos no Palazzo
Rosso).
Dois dos melhores retratos da época genovesa estão na National Gallery, em
Washington: "Marquês Grimaldi" e "Marquês Balbi". Mas o melhor retrato de
toda a carreira de Van Dyck é "Cardeal Bentivoglio".
- 080 Depois de regressar a Antuérpia em 1627, já prestigiado por seu trabalho,
conciliou a dedicação ao retrato com o tratamento de temas religiosos.
Sua mudança, em 1632, para Londres, onde residiu pelo resto da vida, deu
início à etapa de maior prosperidade da carreira de Van Dyck, que foi nomeado
pintor oficial de Carlos I da Inglaterra e da corte, além de distinguido com o
título de cavaleiro.
Os retratos desse período, talvez os mais populares, constituem um valioso
documento sobre o rígido protocolo e a contenção da nobreza britânica na fase
que antecedeu a revolução de 1642, que culminou com a ascensão de Oliver
Cromwell e a condenação à morte de Carlos I em 1649.
Van Dyck morreu em Londres, em 9 de dezembro de 1641. Sua arte
influenciou toda a Europa e foi o ponto de partida para a grande escola britânica
de retratistas.
Enciclopédia Britânica e outras fontes.
Antoon van Dick – Carlos I da Inglaterra
- 081 –
Frans Snyders
1579-1657
Frans Snyders (11 de novembro de 1579, Antuérpia — 19 de agosto de
1657, Antuérpia) foi um pintor flamengo do período barroco, especializado em
natureza-morta e cenas de caça.
Snyders nasceu e morreu na sua cidade natal, Antuérpia. Em 1593 era
aprendiz do pintor Pieter Brueghel e o novo membro de uma família de
famosos pintores, mas em seguida passou a acompanhar o mestre Hendrick van
Balen, que foi primeiro mestre também de Anthonis van Dyck. Com este último,
Snyders manteve forte relação de amizade, o que registrou em mais de um
retrato. Em 1602 Snyders fez-se membro da confraria de pintores de Antuérpia,
a Sint-Lucasgilde, já como mestre.
- 082 No ano de 1608, seguiu para Roma, em uma viagem de formação na Itália,
etapa que se cuidava obrigatória para os pintores de origem flamenga que
tivessem aspirações de progresso. No ano seguinte, 1609, fixou residência em
Milão, onde esteve a serviço do cardeal Federico Borromeo. Depois de regressar
da Itália, em 1610, casou, no ano seguinte, com Margaretha de Vos, irmã dos
pintores Cornelis e Paul de Vos. Entre os seus discípulos de Antuérpia o mais
importante foi Jan Fyt, que trabalhava no seu estúdio desde 1629.
Foi o pintor principal do arquiduque Alberto da Áustria, governador dos Países
Baixos, para quem realizou muitas das suas obras. Uma delas foi apresentada
ao rei da Espanha Filipe III e com o seu sucessor Filipe IV, foi encarregado de
produzir várias telas, hoje conservadas em Madrid. Trabalhou também para o
arquiduque Leopoldo Guilerme da Áustria.
Inicialmente Snyders se dedicou à pintura de natureza-morta, nomeadamente
flores, plantas e frutas e peixes, mas muito logo passou a representações de
animais vivos, especialmente selvagens, e cenas de caça. Foi um dos
primeiros pintores que se especializaram na representação de animais em telas.
- 083 –
A sua composição é rica e vasta, o seu pincel vigoroso, mesmo enérgico e
extremadamente expressivo.
Snyders foi um grande admirador da obra de Pieter Paul Rubens, que o
contatou com frequência para executasse pinturas, nos seus tecidos, flores,
frutas e animais.
Inversamente, as figuras humanas de quadros de Snyders podem ter sido
executadas por Rubens (em algum caso por Van Dyck). É sabido que Rubens
era mestre em figuras mas detestava desenhar as paisagens de fundo e, como
ele era o dono do ateliê, essa associação entre grandes pintores tornava-se mais
comum do que se imagina. O trabalho era executado a quatro mãos, mas só um
deles assinava a autoria da obra.
Snyders colaborou com outros muitos artistas flamengos como Jacob
Jordaens e Thomas Willeboirts Bosschaert. O conceito de direito autoral era bem
mais complexo naquelas corporações de ofício.
Wikipedia e outras fontes.
- 084 –
- 085 -
Jean Daret
1613-1668
Jean Daret (1613-1668) foi um artista flamengo, nascido em Bruxelas e
falecido em Aix-en-Provence, aos 55 anos.
Poucos registros foram encontrados, que permitissem a montagem de uma
biografia. Sabe-se que ele foi nomeado pintor oficial do rei Louis XIV da França.
A presença de sua pintura se registra principalmente em palacetes,
especialmente no Chateau de Chateaurenard, à Rue Gaston Saporta, em Aixen-Provence.
Jean Daret - Pintura na Escadaria do Hôtel de Chateaurenard, Aix-em-Provence
- 086 –
Pintura atribuída a Jean Daret representando um monge na cerimônia de sua
ordenação – o quadro mede 35 x 24 cm e não tem moldura
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Jacob Jordaens
1593-1678
Jacob Jordaens (Antuérpia, 19 de Maio de 1593 — Antuérpia, 18 de Outubro
de 1678) foi um pintor flamengo barroco belga do século XVII e um dos principais
membros da Escola de Antuérpia junto a Peter Paul Rubens e Anthony van Dyck.
Com suas telas religiosas e alegóricas, e cenas de alegres festas
camponesas, Jordaens foi um dos pintores flamengos que melhor soube
representar o caráter de seu povo.
Filho de um comerciante de tecidos, entrou aos 14 anos para o ateliê do pintor
Adam van Noort (1561-1641), mestre também de Peter Paul Rubens, e em
1615 foi admitido na corporação dos pintores. Casou-se no ano seguinte com a
filha de seu professor e instalou-se definitivamente em Antuérpia.
No começo da carreira, Jordaens criou desenhos para tapetes e pinturas,
como a "Alegoria da fertilidade" (abaixo), de 1625, nos quais transparecia sua
habilidade como decorador.
- 088 Jordaens nunca visitou a Itália, mas recebeu, através de Rubens, a influência
de Caravaggio. Entretanto, sua obra é essencialmente flamenga, no tratamento
exagerado da forma e na crueza de seu humor. Suas cores são quentes e
brilhantes, e suas figuras mostram-se quase invariavelmente corpulentas,
rosadas e saudáveis.
Pintor prolífico, Jordaens empregou muitos alunos em seu estúdio. Os
banquetes e festejos que realizava em sua casa serviram de inspiração para
algumas de suas obras, como "O rei bebe", da qual se conservam várias
versões em diferentes museus da Europa, "O sátiro visitando uma família de
camponeses" e "Triunfo de Baco". Igual realismo deu a cenas religiosas como
"O tributo de são Pedro".
Converteu-se ao calvinismo em 1648, o que não o impediu de continuar
recebendo encomendas de igrejas católicas. Após a morte de Rubens, passou
a ser considerado o melhor pintor vivo da Antuérpia de seu tempo.
Em 1652 teve participação importante na decoração mural da Huis van Bosch
("casa no bosque"), casa de campo real perto de Haia, com pinturas que
representavam o "Triunfo de Frederico Henrique" e "Vitória do tempo",
obras-primas de decoração arquitetônica. Enciclopédia Britânica e outras fontes.
“Susana e os anciãos” (tema bíblico recorrente)
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Jan Brueghel (O Moço)
1601-1678
.Laços familiares: neto de Peter Brueghel, O Velho; sobrinho de Peter Brueghel
(0 Moço); filho de Jan (Veludo) Brueghel.
Jan Brueghel, o Moço - 13 setembro de 1601 - 01 setembro de 1678) foi um
pintor barroco flamengo, que nasceu, viveu e morreu na Antuérpia do Século
XVII.
Como artista, seu objetivo de vida era seguir o estilo do próprio pai,
reproduzindo com detalhes a obra deste. Aliás, para atender a demanda do
mercado, chegava muitas vezes a colocar, nos quadros que pintava, a assinatura
do próprio pai, vendendo-os como legítimos. Isso trouxe grandes dificuldades
aos especialistas, para separar os originais de Jan Brueghel (O Velho), das
cópias forjadas por seu filho, tanto mais que os estilos eram surpreendentemente
semelhantes.
Brueghel, O Moço, aprendeu os rudimentos da pintura com seu pai e, em
1624, viajou para a Itália em companhia de seu amigo de infância, Anthony van
Dick.
Quando o pai morreu, subitamente, vítimado por uma epidemia de cólera, o
jovem assumiu por completo o estúdio em Antuérpia, tornando-se o deão da
guilda (chefe da corporação de ofício) naquela cidade, por volta de 1630. Entre
seus clientes, destacavam-se nobres das cortes da Áustria e da França e consta
que ele chegou a residir brevemente neste último país por volta de 1650.
Ficou mais conhecido pela reprodução de paisagens da cidade e do
campo, cenas mitológicas, alegorias, ainda que sem desprezar outros
temas.
- 090 -
Ian Brueghel (o Filho) - Cristo e a mulher cananeia – 87 x 62 cm
Tal como seu pai, também executava encomendas de outros pintores,
criando planos de fundo, sobre os quais esses artistas executavam a própria
obra em primeiro plano. Entre esses clientes, pode-se citar Peter Paul Rubens e
Hendrick van Balen. Enciclopédia Britânica e outras fontes.
Ian Brueghel (o Pai) - Paisagem
- 091 -
Michel Janszoon van Mierevelt
1567-1681.
Michiel Jansz van Mierevelt, também chamado Miereveld ou Miereveldt,
(Em horaldês, [miɣil jɑns vɑn mirəvɛlt]; 01 de maio de 1566 - 27 jun 1641) foi
um pintor da Idade de Ouro Holandesa, que nasceu e morreu em Delft.
Ele registrou-se como um membro da Guilda de São Lucas em Haia em 1625,
dedicando-se primeiro a naturezas mortas e depois ao retrato, em que alcançou
amplo sucesso, exigindo a emprego de numerosos assistentes, que executavam
a parte mais trivial das pinturas, ficando o mestre apenas encarregado do
acabamento.
Hoje mais de 500 pinturas têm sido atribuídas a ele. Aquelas que se pode
considerar, sem sombra de dúvida, autênticas, são notáveis por sua sinceridade,
desenho grave e cores harmoniosas.
Tão grande era a sua reputação que ele foi apadrinhado por personalidades
importantes em diversos países e adquiriu uma grande riqueza. O rei da Suécia
presenteou-o com correntes douradas; Albert VII, arquiduque da Áustria, deulhe uma pensão; Charles I procurou em vão induzi-lo a visitar a Inglaterra.
Embora conhecido principalmente como um pintor de retratos, ele também
executou algumas peças mitológicas de menor importância. Muitos de seus
retratos foram reproduzidas em linha pelos principais gravadores holandeses do
seu tempo.
Wikipedia, ,Enciclopédia Britânica e outras fontes.
- 092 –
Retrato de Agatha de Vlaming van Oudtshoorn (1619-1675)
se encontra entre as mais importantes obras do
pintor Michiel Jansz. van Mierevelt
- 093 -
David Teniers (O Moço)
1610-1690
David Teniers, o Jovem (Antuérpia, 15 de dezembro de 1610 — Bruxelas,
25 de abril de 1690) foi um pintor flamengo do período barroco. Tendo recebido
ensinamentos de seu pai, o pintor David Teniers (o Velho), e de Adriaen
Brouwer.
Altamente apreciado em vida, especializou-se em cenas de gênero da vida
camponesa. Seus primeiros trabalhos nessa linha, como "Camponeses
tocando música" (Alte Pinakothek, Munique), denotam a influência do mestre
Brouwer. Em 1633, a guilda de Antuérpia aceitou-o como mestre, e quatro anos
depois casou-se com Anna, filha do pintor Jan Brueghel o Velho.
Mestre na representação de situações da vida do povo de seu tempo,
mediante um aparente realismo, o pintor procurava abrandar a representação da
grosseira existência popular. Nas cenas de multidão em espaços abertos,
Teniers criava atmosferas perfeitas, assim como precisava cada detalhe nas
naturezas-mortas.
Muitos de seus melhores trabalhos foram feitos entre 1640 e 1650, como
"Procissão dos guardas civis de Antuérpia" (1643) e "Festa na aldeia"
(1646). No século XVIII, diversas dessas cenas seriam utilizadas para
reprodução em tapeçaria.
A partir de 1651, Teniers transferiu-se para Bruxelas e começou uma segunda
carreira, como pintor da corte e curador das coleções de arte do regente
holandês, o arquiduque Leopoldo Guilherme. Nessa época fez uma série de
reproduções das obras da coleção, das quais 244 integram o livro de gravuras
Theatrum pictorium (1660), verdadeiro inventário da pintura do século XVII.
Além disso, ajudou também a fundar em 1663 a Academia de Belas-Artes de
Bruxelas, da qual foi o primeiro presidente, e a Academia de Antuérpia em 1665.
Enciclopédia Britânica e outras fontes.
- 094 –
David Teniers (O Moço) – “Festa na Aldeia” – Museu do Prado (Espanha)
David Teniers (O Moço) - 1652 - Village Scene - National Gallery, Prague
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Frans Hals
1581?-1666
Frans Hals (Antuérpia, 1580/1585 — Haarlem, 10 de agosto de 1666) foi um
pintor naturalista belga flamengo, famoso por retratar a alta sociedade dos
Países Baixos.
Incluído na escola holandesa do barroco, Frans Hals, dono de um estilo
naturalista e de uma técnica precursora do impressionismo, foi
incontestavelmente o inovador do retrato coletivo na pintura.
Ainda em tenra idade, sua família mudou-se para a cidade holandesa de
Haarlem, onde provavelmente trabalhou como aprendiz do pintor maneirista
Carel van Mander. Por volta de 1610, conseguiu plena independência como
criador, e começou a retratar a sociedade burguesa da Holanda a partir de uma
estética realista, rica em cores, e por meio de uma pintura livre e solta, de largas
pinceladas.
Em 1616, fez o primeiro quadro coletivo, "Banquete dos oficiais da milícia
cívica de são Jorge, em Haarlem", e logo conquistou renome. Pintou depois
diversos outros grupos, como a companhia do capitão Reyner Reael, conhecido
por "A alegre companhia", e um novo "Banquete dos oficiais da milícia
cívica de são Jorge, em Haarlem", no qual deu importância expressiva às
mãos e rostos.
Paralelamente, Hals pintou retratos de personagens populares, com grande
naturalismo, como "O alegre bebedor".
Pouco depois de pintar, em 1649, o célebre retrato do filósofo René
Descartes, exemplo de profundidade psicológica, Hals enfrentou um período de
dificuldades econômicas que o levaram à miséria. Sua melancolia está
registrada nos tons escuros de "Os regentes do asilo de velhos de Haarlem"
e "As regentes do asilo de velhos de Haarlem", realizados por volta de 1664.
Enciclopédia Britânica e outras fontes.
- 096 –
Acima: retratos individuais pintados por Frans Halls; abaixo: retrato
coletivo. Frans Hals foi o introdutor do retrato coletivo na pintura
- 097 -
Adrian van Ostade
1610-1685
Adriaen Van Ostade, nascido Adriaen Hendricx (Haarlem, 10 de dezembro
de 1610 — Haarlem, 2 de maio de 1685) foi um pintor e gravador holandês.
Deve a fama aos pequenos quadros de género e cenas campestres. A partir
de 1640, as pinturas deste artista procuram o chiaroscuro (claro-escuro) em
temas humorísticos, em naturezas-mortas e reuniões de fumadores, como A
taberna (Museu do Louvre), Camponeses na Taverna (1635-circa) ,
reproduzida abaixo e Concertos rústicos (Museu do Prado, Madrid, c. 1660).
- 098 O seu estilo tornou-se mais depurado em Alquimista (Londres) ou o Cabaré
holandês (Bruxelas). A sua tela mais notável deste período é o Museu da
Aldeia (Haia), cuja jovialidade e claridade contrastam com a fase anterior.
Adrian Van Ostad pertence a mesma geração contemporâneos a Frans Hals,
de quem foi aluno e sofreu alguma influência. Seu trabalho alternava pintura e
gravura, mostrando-se hábil em ambas as técnicas.
Imprimindo um caráter pessoal e inédito à sua obra, nisso diferenciou-se dos
demais. Tinha preferência a cenas de costume e cenas militares, havendo
retratado vários aspectos da Guerra dos 30 Anos.
Acima: Adriaen van Ostade - “Cena na Taverna” – 1635 (circa) – 31 x 46 cm
Abaixo: Detalhe da obra “Dança na estalagem” (1652)
- 099 -
Rembrandt
(Rembrandt Harmenszoon Van Rijn)
1606 - 1669
Pintor, desenhista e gravador, Rembrandt foi um mestre do chiaroscuro, técnica
em que os efeitos de luz criam a forma e o espaço e a eles a cor se subordina.
Seus desenhos, notáveis pela soltura dos traços, são um vívido registro da
Amsterdam de sua época, enquanto os retratos e auto-retratos evidenciam
profunda sensibilidade às nuanças do temperamento humano.
Rembrandt Harmenszoon van Rijn nasceu em Leiden, Países Baixos, em
15 de julho de 1606. A partir de 1620 frequentou a universidade, que mais tarde
abandonou para se dedicar à pintura. Estudou em sua cidade com Jacob van
Swanenburch e depois, em Amsterdam, com Pieter Lastman. Por volta de 1627
retornou a Leiden para trabalhar com Jan Lievens, outro discípulo de Lastman.
De início, influenciado pelas inovações pictóricas de Caravaggio (que
explorou em seus quadros as possibilidades dramáticas dos altos contrastes de
luz e sombra), Rembrandt adaptou o chiaroscuro do mestre italiano para
plasmar a realidade mental de seus modelos, pela acentuação seletiva das
texturas físicas, do modelado, da pose e da expressão facial. Suas primeiras
composições de grupos, como "A ceia em Emaús" (1630; Louvre), demonstram
a grande habilidade em retratar os mais sutis estados psicológicos.
Datam também dessa época suas primeiras águas-fortes, técnica que
dominou como poucos.
Os temas bíblicos, mitológicos e históricos tornaram-se comuns nos quadros
de Rembrandt, muitos dos quais, pintados sob encomenda, registram cenas do
cotidiano vividas por personagens de destaque na vida social dos Países Baixos.
- 100 –
Rembrandt – “A Ceia de Emaús” (detalhe)
Em 1631 o pintor radicou-se em Amsterdam, onde sucessivas e bem
remuneradas encomendas tornaram-no um artista próspero, logo cercado por
discípulos. Grandes composições de grupos, como a "Lição de anatomia do
Dr. Nicolaes Tulp" (1632; Maurithuis, Haia), uma de suas obras mais famosas,
garantiram-lhe a reputação de pintor brilhante, embora pouco convencional.
Manifestação de exuberante alegria de viver é o não menos famoso "Autoretrato com Saskia", reproduzido abaixo (1634; Gemäldegalerie, Dresden),
mulher rica com quem se casou e levou vida luxuosa.
- 101 Instalado numa ampla casa no bairro judaico de Amsterdam, Rembrandt foi
nessa fase o principal representante do barroco protestante do norte da
Europa. Dando atenção aos detalhes realistas, pintou imensa série de retratos,
muitos dos quais de rabinos e outros judeus, rostos orientais que lhe serviram
também como modelos para pintar cenas bíblicas livremente interpretadas.
Na década de 1640, o destino pessoal de Rembrandt e o de sua arte sofreram
grandes mudanças. Em 1642 Saskia morreu, deixando-lhe vivo um único
filho, Titus, pintado pelo pai várias vezes.
As alterações do gosto na pintura holandesa impediram que o artista,
apegado a sua linha subjetiva de trabalho, mantivesse junto ao público a mesma
popularidade. Mas isso, se de um lado reduziu seus horizontes no plano material,
do outro foi compensado por um óbvio enriquecimento do conteúdo de suas
obras. As composições com temas bíblicos aprofundaram-se em introspecção e
ternura, ao passo que os retratos adquiriram novo sabor contemplativo e trágico,
com detalhes da fisionomia e da roupa perfeitamente articulados para transmitir
as características fundamentais dos modelos.
O ponto mais alto de seu trabalho como retratista é o grupo conhecido como
"A ronda noturna", abaixo, (1642; Rijksmuseum, Amsterdam), representação
rica em efeitos cênicos do desfile de uma companhia de atiradores. A
restauração do quadro, no século XX, devolveu-lhe as cores originais e
demonstrou que o adjetivo "noturna" devia-se apenas ao escurecimento da tela
ao longo de três séculos.
- 102 Sua fase mais produtiva como gravador iniciou-se por volta de 1636 e
estendeu-se por vinte anos. Muitas de suas gravuras representam também
cenas bíblicas, entre as quais é especialmente conhecido o "Cristo curando
doentes" (1645), conhecido como "Folha de cem florins" por ter sido vendido
por essa importância. O ambiente das gravuras religiosas de Rembrandt é
sempre de pobreza. O realismo do pintor o impede de dissimular mesmo a feiura
de um modelo e o leva a pintar cruas naturezas-mortas.
Em 1649, Rembrandt iniciou um relacionamento com a jovem Hendrickje
Stoffels. É dessa época "O homem com o elmo de ouro", abaixo (c.1650;
Museu de Berlim), retrato do irmão do artista que exemplifica seu pendor pelos
planos imersos na escuridão e cortados por certeiros fachos de luz que parecem
vir de outro mundo para aclarar os rostos das figuras ou os pontos essenciais
das composições.
A década de 1650, malgrado a sucessão de problemas, é importante na obra
de Rembrandt pelos numerosos auto-retratos que alçaram o gênero a um de
seus pontos culminantes na história da arte. Pesados gastos e dívidas levaram no à bancarrota em 1656, depois do que suas finanças passaram a ser
administradas por Titus (o filho) e pela nova companheira.
- 103 Na década seguinte, Rembrandt criou diversas obras-primas, entre as quais
o famoso quadro "Os síndicos da corporação de tecelões" (1662;
Rijksmuseum).
Um ano após a morte de Titus, Rembrandt morreu em Amsterdam, em 4 de
outubro de 1669. Embora estivesse então em relativa obscuridade, sua
reputação foi recuperada no século XVIII e continuou a crescer até que, no
século XX, o artista passou a ser considerado um dos maiores pintores do
Ocidente.
Enciclopédia Britânica e outras fontes.
Rembrandt – “O rico insensato”
- 104 –
Rembrandt – “Cristo no mar da Galileia”
- 105 -
Vermeer
(Jan van der Meer Van Delft)
1632-1675
Moça com brinco de pérola, ou
Mulher com turbante (1665-circa)
Óleo sobre tela - 46,5 x 40 cm
- 106 Johannes Vermeer (Delft, 31 de Outubro de 1632 - Delft, 15 de Dezembro
de 1675) foi um pintor holandês, que também é conhecido como Vermeer de
Delft ou Johannes van der Meer. O pintor viveu toda a vida na sua terra natal,
onde está sepultado na Igreja Velha (Oude Kerk) de Delft.
Para criar composições despojadas e de extrema serenidade, Vermeer
trabalhava seus quadros com minúcia. Sua obra ficou esquecida até o século
XIX, mas hoje Vermeer é reconhecido como um dos maiores pintores da grande
época da pintura holandesa.
Entre 1652-1654 estudou pintura com Karel Fabritius, aluno de Rembrandt.
Em 1663 entrou para a guilda de São Lucas, que presidiu em 1662-1663 e 16701671.
De suas 35 telas conhecidas, só duas são assinadas: "A alcoviteira"
(1656) e "O astrônomo" (1668). A ausência de assinaturas e a abundância de
telas apócrifas dificultam a apreciação cronológica da obra de Vermeer.
Os temas que aborda são os de seus contemporâneos Pieter de Hooch,
Terborch e Metsu: interiores com uma ou duas figuras e paisagens urbanas. Nos
jogos de luz e sombra vê-se certa influência italiana. A composição é geométrica,
com seus elementos simetricamente equilibrados.
Os elementos típicos da obra de Vermeer já apontam em "Moça lendo uma
carta" (c. 1657): o quarto fechado, a luz que entra pela janela, tapetes orientais
e cortinas luxuosas. A luz é usada com mestria para ressaltar uma expressão,
aprofundar ou criar uma atmosfera.
- 107 Intimista, Vermeer retratou cenas da vida burguesa, repletas de símbolos e
intenções morais. Em "A leiteira" (abaixo) (1656-1660), manifesta-se seu
colorido particular: fusões de azul e amarelo, objetos pontilhados de dourado.
Apenas duas magníficas cenas urbanas, "A ruela" (c. 1658) e "Vista de
Delft" (c. 1660), não foram inspirados em interiores. Enciclopédia Britânica e
outras fontes.
Detalhe de “The lacemaker” (A rendeira) 1669 circa
- 108 –
The Guitar Player (1672, circa) – Óleo sobre tela - 53 x 46.3 cm Kenwood, English Heritage
- 109 -
Pieter de Hooch
1632-1681
Pieter de Hooch (ˈhoːx) (batizado 20 de dezembro de 1629 – 1684) foi um
pintor de género dos Países Baixos, durante o Século de Ouro flamengo.
Foi contemporâneo de Johannes Vermeer, e as obras dos dois pintores
partilhavam os mesmos temas e estilo. Em 1654, passou a fazer parte da guilda
de San Lucas, em Delft e foi aí que realizou seus melhores trabalhos.
Destacou-se pela pintura de interiores, que eram tratados com grande
minuciosidade, caracterizando-se por um potente feixe de luz que entra na
habitação, para iluminar uma determinada figura, por exemplo, uma criada ou
um grupo familiar ao redor da mesa.
Nessas obras, com zonas marcadas por luz dourada, são captados gestos
simples, mas expressivos, dos personagens, enquanto realizam suas tarefas do
dia-a-dia. O único pintor que o superou em cenas interiores foi Vermeer.
Nos últimos anos de vida, De Hooch trabalhou em Amsterdã mas seus
trabalhos deste período nem de longe alcançam o reconhecimento e a
notoriedade do tempo que passou em Delft.
Suas melhores obras são um exemplo de ordem e precisão. Regra geral,
apresentam, no plano médio do quadro, um limiar que se estende até o fundo,
mostrando um interior bem iluminado, em que se oferece uma cuidadosa
harmonia entre os planos verticais e horizontais.
Muitos de seus quadros apresentam significativa semelhança com a
obra de Vermeer. (Encarta em espanhol e outras fontes.
- 110 -
Pieter de Hooch - “Mãe diante do berço” (1662)
Peter de Hooch - Pátio holandês (A Dutch Courtyard) 1658 – Detalhe
- 111 -
Jan Havickszoon Steen
1629-1679
Jan Havickszoon Steen (Leiden, c. 1626 — 3 de fevereiro de 1679) foi um pintor
especializado em pinturas de gênero, nascido em Leiden, em cuja universidade
recebeu sua educação superior.
Em 1648, juntou-se aos pintores da Guilda de São Lucas, uma guilda de
pintores de Leiden, mas após ter se tornado um ajudante do pintor Jan van
Goyen (1596-1656), conhecido por suas paisagens, mudou-se para viver em
Haia.
Em 3 de outubro de 1649, casou-se com Margriet, filha do mestre van
Goyen, com quem teve oito filhos. Trabalhou com o sogro até 1654, quando se
mudou para Delft, onde abriu uma cervejaria chamada De Roscam ("O pente"),
sem obter muito sucesso.
Viveu depois em Warmond de 1656 a 1660 e em Haarlen deste ano até 1670,
período que lhe foi especialmente produtivo.
Em 1670, após a morte de sua esposa no ano anterior e de seu pai neste
ano, retornou para Leiden, onde ficou até o fim de sua vida.
Casou-se novamente em abril de 1573 com Maria van Egmont, com quem
teve mais um filho. Em 1674, foi escolhido presidente da Guilda de São Lucas.
Wikipedia e outras fontes.
- 112 -
Jan Havickszoon Steen - “Os dançarinos” (1663) 100 x 142 cm
Jan Havickszoon Steen - “Camponeses diante da estalagem”
- 113 -
Gabriel Metsu
1629-1667
Gabriël Metsu (janeiro de 1629 - sepultado em 24 de outubro de 1667) foi
um pintor holandês de pinturas históricas, pinturas de gênero e retratos. Pintou,
frequentemente, mulheres jovens vendendo ou comprando frutas, legumes,
peixes, aves ou carnes em mercados
Ele foi um dos fundadores da guilda de pintores de Leiden, em 1648, mas, a
partir de 1657, estabeleceu-se em Amsterdã, onde deu prosseguimento ao seu
trabalho.
Metsu pintou com carinho e sabor a vida da classe média holandesa,
reproduzindo-a com vivacidade de cores e tons. Destacam-se cenas de cozinha
e, estranhamente, cenas de crianças doentes, sendo atendidas pelas mães ou
por médicos. (Encarta em inglês, Wikipedia e outras fontes)
Criança doente, um tema recorrente de Gabriel Metsu
- 114 –
“Mulher lendo uma carta” - (1665) (National Gallery of Ireland, Dublin)
- 115 -
Salomon van Ruysdael
1600?-1670
Salomon van Ruysdael (c 1602, Naarden - 3 de novembro de 1670,
Haarlem) foi um pintor de paisagens flamengo do Século de Ouro dos Países
Baixos. Ele era, tio do também pintor Jacob van Ruysdael.
Seu pai não era pintor e estava ligado ao mundo da arte por ser fabricante de
molduras para espelhos e pinturas. Foi do pai a iniciativa de enviar seus filhos
Jacó e Salomon para aprender latim e medicina, mas ambos desistiram do
estudo acadêmico para se tornar pintores de paisagens.
O irmão mais velho, Jacob, era membro da guilda de São Lucas, no Haarlem
e assinava todos os seus quadros. Já Salomon assinava-os com muito menos
frequência e levou muitos anos até decidir-se por se associar a uma corporação
de ofício, algo necessário na época para ser reconhecido em qualquer profissão..
Ao início, o forte de Salomon não era exatamente a pintura. Ele inventou, mas
não patenteou, um processo para criar ornamentos esculpidos que, quando
eram polidos, pareciam mármore. A novidade era bastante procurada para a
decoração de caixas e molduras, até que, um dia, o segredo da fabricação foi
descoberto e amplamente copiado, generalizando-se a produção, com o que o
valor de venda ficou aviltado, deixando de ser um bom negócio.
Voltando-se, então, com mais vigor, à pintura, dedicou-se à paisagem,
tornando-se conhecido por cenas bucólicas das planícies de Flandres, irradiando
uma sensação de tranquilidade. O quadro “Balsa em um rio” é um bom
exemplo desse estilo.
Encarta em português, Wikipedia e outras fontes.
- 116 -
Balsa em um Rio por Salomon van Ruisdael (1649). Óleo sobre tela,
101.5 x 134.8 cm. (National Gallery of Art, Washington, D.C.)
Landschaft mit Bauerngehöft (Paisagem com camponeses)
1631 - Gemäldegalerie, Berlin
- 117 -
Guerrit (Gérard) Dou
1613-1675
Gerrit Dou ou Gérard Dou (Leiden, 1613 - Leiden, 1675) foi um pintor e
gravador dos Países Baixos. Após o aprendizado inicial com seu próprio pai, que
era vitralista, Guerrit Dou tornou-se discípulo de outro distinguido artista local e,
completando sua iniciação, ingressou na guilda de Leiden.
Aos 15 anos, foi recebido como discípulo do próprio Rembrandt, em cujo
estúdio treinou por alguns anos. Quando Rembrandt (1606-1669) mudou-se de
Leiden, em 1631, Guerrit Dou prosseguiu sua atividade sozinho, pintando em
madeira e em pequena escala, aproximando sua técnica à dos fijnschilders
(pintores detalhistas), um grupo de artistas de Leiden que pintava quadros
pequenos, mas de finíssimo acabamento.
Criando afinal seu próprio estilo, mas com influência notória de seus mestres,
em especial de Rembrandt, Guerrit Dou tornou-se um dos artistas mais
conhecidos e melhor remunerados da Holanda, requisitado por mecenas reais
de outras partes da Europa. O rei Charles II da Inglaterra chegou mesmo a
oferecer-lhe o cargo de pintor oficial da corte britânica, honra que ele recusou.
Apesar de sua reputação internacional, Guerrit Dou raríssimas vezes saiu de
Leiden, onde manteve residência permanente até sua morte. (J. Paulo Getty
Museum (Los Angeles), Wikipedia e outra fontes)
- 118 –
“Lezende oude vrouw” (Velha senhora lendo enciclopédia) é uma pintura a
óleo de Gerrit Dou, feita por volta de 1631. Durante muito tempo, a obra foi
atribuída, por engano, a Rembrandt e foi intitulado A mãe de Rembrandt. Essa
confusão deveu-se a que Guerrit compartilhou, por anos, do estúdio do grande
mestre. O retrato está na coleção de Rijksmuseum Amsterdam.
- 119 -
Frans Jansz Post
(1612-1680)
Frans Janszoon Post (Leyden, 1612 — Haarlem, 1680) foi um pintor dos
Países Baixos.
Junto com Albert Eckhout e Zacarias Wagener eseve no Brasil a serviço de
Nassau na comitiva que o acompanhou ao Nordeste do Brasil em meados do
século XVII. Chegou ao Brasil em 1637, com 24 anos de idade, e tomou parte
em diversas expedições, com o objetivo de montar uma grande coleção de
desenhos com motivos brasileiros para o seu mecenas.
Frans Post, pintado por Frans Halls
Worcester Art Museum
- 120 De seus quadros sobre motivos brasileiros destacam-se Ilha de Itamaracá
(1637), Paisagem das vizinhanças de Pernambuco (1669), além de trinta e
dois desenhos sobre locais brasileiros e africanos, reunidos no álbum
“Delineações arquetípicas das regiões do Brasil”.
Ilha de Itamaracá – Óleo sobre tela - 1637
Museu: Mauritshuis, Haia
Frans era filho do pintor de vitrais Jan Post e irmão mais moço do arquiteto
e pintor Pieter Post. Ignoram-se os detalhes de sua educação artística: órfão de
pai aos dois anos, terá estudado com o irmão, quem sabe com o mestre deste,
Salomon de Bray; também pode ter frequentado o ateliê de Salomon van
Ruysdael ou Pieter Molijn, influências que repercutem em suas primeiras obras,
ao lado das de Esaias van de Velde e Jan van Goyen.
Tinha 24 anos quando Maurício de Nassau convidou-o a acompanhá-lo ao
Brasil, morando em Recife entre 1637 e 1644, cidade onde desenvolveria grande
atividade, documentando a paisagem e tomando apontamentos de portos e
fortificações que mais tarde se aproveitaria como ilustrações no Rerum per
octennium in Brasilia.
Gozando de prestígio junto ao Conde (que o mantinha aliás de seu próprio
bolso), residia no Palácio das Torres, tinha assento à mesa do mordomo, ao lado
de Albert Eckhout e Georg Marcgraf (naturalista), e dispunha inclusive de um
criado.
- 121 Durante a permanência no Brasil Holandês, pode ter visitado outros recantos
controlados pela Companhia das índias Ocidentais, notadamente a África.
Nos primeiros meses de 1644, já retornara à Holanda (antes portanto de
Nassau, que só voltaria em julho do mesmo ano), mas continuaria ainda por
algum tempo empregado do Conde, para quem ilustraria, em 1645, o acima
mencionado livro de Barleus. Em 1646, Frans Post ingressou na confraria de
pintores de sua cidade natal, da qual seria procurador e finalmente tesoureiro
(1658-59). Em 27 de março de 1650, casou-se, enviuvando quatro anos depois.
É possível que, em 1664, Post tenha estado em Paris, acompanhando o físico
Christian Huyghens, e visitando Londres na mesma ocasião: datariam desse
momento duas vistas de Paris, uma vista do Palácio de Fontainebleau e outra
do Castelo de Windsor, mencionadas no catálogo de 1764 do Castelo de
Honsholredijk; mas também é possível que o acompanhante de Huyghens, na
viagem a Paris e Londres, tenha sido o pintor Jan Post, sobrinho de Frans
Post e imitador de sua maneira.
Após 1664, já viúvo, Post levará vida obscura, entregue a excessos alcoólicos
que terminariam por minar sua capacidade criadora. Viria a falecer em fevereiro
de 1680 (menos de dois anos após a morte de seu antigo patrão Maurício de
Nassau), tendo sido enterrado na Groote Kerk de Haarie
Como muitos quadros de Frans Post são assinados, e cerca de 40, além do
mais, datados, não é difícil reconstituir-lhe a evolução estilística, entre 1637 (data
da Ilha de Itamaratí, primeira obra executada no Brasil) e 1669, ano de
execução da Paisagem de Pernambuco do Museu de Duesseldorf, última
pintura datada.
1652 - Hacienda, Mittelrheinisches Landesmuseum, Mainz
- 122 Post não foi pintor fecundo, tendo executado entre 200 e 300 obras, no
decurso de uma carreira de mais de 40 anos - o que demonstra que, se
conseguiu conquistar com suas paisagens das Índias Ocidentais, posição de
destaque entre os artistas holandeses de seu tempo, teve poucos clientes, a
maior parte deles, quem sabe, antigos colonos no Brasil.
A aceitação moderada das paisagens de Post é ainda confirmada pelos
modestíssimos preços que atingiam no Séc. XVII: 20 florins em 1695,
embora em 1650 uma sua Paisagem, encomendada por Guilherme de
Orange, lhe tivesse rendido 300 florins.
Pode-se classificar a carreira de Frans Post usando como centro sua
presença no Brasil: antes da viagem (1631-1636), durante a permanência
(1637-1644) e depois do retorno à Holanda (1645-1669). O período inicial
acha-se representado por uma única pintura, um Combate de Cavalaria
conservado em Viena, mero pastiche do que, no gênero, realizaram outros
artistas holandeses de começos do Séc. XVII.
Anacrônico já à época de sua elaboração, serve somente para atestar os
começos, mais do que discretos, de Post; e não terá sido em função dele, ou de
obras de igual qualidade ou categoria, que Nassau o convidou a tomar parte na
viagem ao Brasil, embora seja lícito contra-argumentar que um pintor de
batalhas, mesmo iniciante, não seria de todo inútil no séquito de quem, como o
Conde, dirigia-se a uma terra hostil, em missão de conquista, e cujo primeiro ato,
tão logo desembarcado, foi o assédio às tropas de Bagnuolo com a consequente,
captura de Porto Calvo.
Vista dos arredores de Porto Calvo – 1639
Óleo sobre tela – 61 x 88 cm
- 123 É possível que Post tenha executado também paisagens, nos primórdios de
sua carreira, mas tais obras, se existiram, desapareceram, e com elas os
vínculos que uniam o jovem artista a seus antecessores e mestres. Assim sendo,
foi no segundo período, ou seja, no Brasil, que Post confirmaria sua vocação
pictórica, transformando-se, à sombra da natureza tropical, num puro paisagista.
Poucos quadros restaram da permanência brasileira: os quatro do Museu do
Louvre.- Rio Sio Francisco e Forte Maurício, Carro de Bois, Forte dos Reis
Magos e Paisagem das Cercanias de Porto Calvo, (o último curiosamente
assinado F. Correio, tendo o pintor traduzido seu nome (Post) para o
português;) Ilha de ltamaracá, no Museu de Haia, e Vista de Antônio Vaz, que
pertenceu à Coleção Sousa Leão.
Leilão da Sotheby’s - Frans Jansz. Post –
“Paisagem brasileira com trabalhadores Óleo sobre madeira - 35.4 x 41.2 cm. –
Valor estimado US$2.000.000,00
- 124 Nesses quadros pintados no Brasil, sob uma luminosidade intensa e em meio
à luxuriante vegetação tropical, Post conseguiria traduzir todo o pitoresco do
pais, sem deixar, porém, de ser pictórico. A composição é simples, e não há
acúmulo de detalhes esdrúxulos, que sobrecarregariam o quadro, contrastando
esta simplicidade, quase despojamento, com as paisagens tão mais complexas
efetuadas após o retorno à Europa.
Post subordina-se integralmente ao que vê, mesmo porque sua função, na
comitiva do culto Maurício de Nassau, era a de um documentarista, tal como
Eckhout, ambos a reunir material ilustrativo para posterior utilização pelo Conde.
Post era incumbido das paisagens, enquanto que Eckout se fixava nas
pessoas e nas frutas exóticas.
As pinturas brasileiras servirão de paradigma às que irão suceder-se, quando
começa o terceiro e último período de sua carreira; mas paulatinamente, à
frescura da emoção direta impõe-se um estoque de fórmulas: Post repete-se e
se amaneira, perdendo sua obra em originalidade e em força expressiva para
ganhar em requinte e virtuosismo. Zacarias Wagener era desenhista.
Paisagem com plantação (O Engenho), por Frans Post (1668).
Nesta imagem, da segunda metade do século 17, observa-se o tripé
constituído por engenho, casa grande e capela. Ao fundo, vêem-se casas
dispersas na paisagem - moradias de escravos e de lavradores de cana
radicados próximos aos engenhos.
É inegável que, com suas paisagens brasileiras, Frans Post conquistou um
domínio à parte, criando um gênero no qual não teria competidores. Típica,
pessoal, embora algo fria, sua obra aparenta-se à de outros paisagistas
holandeses seus contemporâneos, como Philips Koninck por exemplo,
beneficiada, porém, pelo ineditismo do tema tropical. Historicamente, sua
importância é também grande, tendo sido o primeiro pintor a, em terra
americana, dar uma versão ao mesmo tempo fiel e poética da região, num
momento em que toda a ênfase era concedida à pintura de natureza religiosa.
CD-Rom: 500 Anos da Pintura Brasileira, Wikipedia, Enciclopédia HouganHouaiss e outras fontes.
- 125 -
Albert Eckhout
(1610 - 1666)
Albert Eckhout nasceu em Groningen, no ano de 1610 e morreu em 1666
na mesma cidade. Foi um pintor, desenhista, artista plástico e botânico holandês.
É autor de pinturas do Brasil holandês envolvendo a população, os indígenas e
paisagens da região Nordeste do Brasil. Viajou também por outras regiões da
América antes de retornar à Europa.
Eckhout – auto retrato
- 126 Pesa contra Eckhout a acusação de copiar obras alheias, assinando-as como
suas. O retrato de tipos brasileiros seria uma cópia deturpada de aquarelas feitas
por Zacarias Wagener, pintor que igualmente participou da comitiva de Nassau.
Da mesma forma, parte de suas naturezas mortas seria uma imitação da arte
do pintor italiano Caravaggio.
Acima, obra de Eckhout; abaixo, obra de Caravaggio.
Eckhout não é o mais importante dentre os artistas que vieram ao Brasil,
trazidos pelo Conde Mauricio de Nassau, por ocasião da invasão holandesa ao
nordeste do país.
Com efeito, entre os pintores, destaca-se, fulgurante, a presença de Franz
Post, bem adiante dos demais, seja pela quantidade de obras produzidas, seja
pela qualidade da forma e o colorido. Franz Post é o repórter fotográfico das
coisas brasileiras no Brasil holandês, numa época em que a imagem fazia as
vezes da fotografia, no registro da geografia e da história.
- 127 Albert Eckhout aparece, distante, num segundo plano. Não se sabe quantas
obras produziu no Brasil e é difícil separar o trabalho próprio daquilo que lhe é
simplesmente atribuído, sem comprovação da autoria. Essa separação é tanto
mais difícil pelo fato de que Eckhout, muitas vezes recriava obras de patrícios
seus, criando semelhanças de imagem e de estilo.
Em mesmo nível, mas com produção menor, aparece o aquarelista Zacarias
Wagener, igualmente participante da comitiva de Nassau.
Obra de Zacarias Wagener
Restrições aparte, é indispensável o conhecimento da obra de Eckout, por
registrar um Brasil distante, cujas imagens se perderiam no tempo, não fosse a
invulgar cultura do Conde holandês (e príncipe alemão, por nascimento) que,
contrariando os interesses da Companhia das Índias Ocidentais, ousou criar no
Brasil um ambiente cultural e artístico jamais conhecido na colônia portuguesa.
Dança Tapuia, Albert Eckhout, 168×294 cm, 1641.
- 128 –
- 129 -
Zacharias Wagener
(1614 - 1668)
Zacharias Wagener (Dresden, Alemanha 1614 - Amsterdã, Holanda 1668).
Desenhista, cartógrafo.
Trabalha com o editor e cartógrafo Wilhelm Janszoon Blaeu (1596-1673),
entre 1633 e 1634, em Amsterdã. Transfere-se para Recife como soldado da
Companhia das Índias Ocidentais por volta de 1634 onde permanece até
1641, durante o governo de Maurício de Nassau (1604-1679).
Entre 1634 a 1637, exerce a função de escrivão de despachos e depois se
torna despenseiro de Nassau, com quem participa de várias campanhas
militares em 1638 e 1639. Nessas ocasiões, coleta material e produz desenhos
aquarelados para sua obra Thier Buch [Livro de Animais], que hoje se encontram
em Dresden, Alemanha.
Em 1641, a pedido de Nassau, retorna à Europa devendo entregar, segundo
seu relato, coleções de documentos, pinturas e papagaios em Haia, Haarlem,
Delft, Roterdã e Leiden. Uma vez de volta, integra a Companhia das Índias
Orientais.
Devido à proximidade formal entre vários desenhos de Wagener, Albert
Eckhout (ca.1610-ca.1666) e Georg Marcgraf (1610-1644) não se sabe ao
certo se seriam de sua autoria os desenhos presentes na obra Theatri Rerum
Naturalium Brasiliae, composta de 2 volumes, presenteada por Nassau a
Frederich Wilhelm, eleitor de Brandemburgo.
Em 1888, publica-se sua autobiografia por iniciativa de Paul Emil Richter e,
em 1964, uma versão em português é lançada sob o título Zoobiblion: Livro de
Animais do Brasil.
Fonte: Itaú Cultural.
- 130 –
Alguns trabalhos de Zacharias Wagener
- 131 -
Jacob van Ruysdael
1628?-1682
Jacob Isaackszoon van Ruisdael (Haarlem, c. 1628 ou 1629 – Amsterdã,
30 de março de 1682) foi um pintor holandês, considerado um dos grandes
expoentes da pintura de paisagem durante a Idade de Ouro Holandesa, um
período de grande riqueza e realizações culturais em que pinturas dos Países
Baixos se tornaram muito populares.
Jacob van Ruysdael é considerado um dos maiores mestres da pintura
paisagista holandesa. Era filho de um pintor, e sobrinho de outro, o célebre artista
Salomon van Ruysdael (1600?-1670). É provável, pois, que os primeiros
ensinamentos da arte vieram da própria família.
Em 1648, tornou-se membro da guilda de pintores de Haarlem. Suas
primeiras pinturas mostram a influência de outro paisagista de sua cidade natal,
Hendrick Cornelis Vroom. A partir de 1650 e nos dois anos que se seguiram,
Ruysdael viajou bastante pela Holanda e pela parte ocidental da Alemanha,
estudando as paisagens dessas regiões. Por volta de 1665, instalou-se em
definitivo em Amsterdam, levando a pintura alternadamente com sua profissão
de cirurgião.
Com frequência, Ruysdael pintou planícies, características da paisagem
holandesa, revelando um caráter melancólico a aldeias distantes, com seus
moinhos de água e canais que se sobressaem entre as árvores e os céus
nublados. Ruysdael, com efeito, preocupava-se apenas com as paisagens.
Então, as figuras que aparecem em seus quadros, no primeiro plano, foram,
quase sempre, pintadas por outros artistas, por ele contratados.
O pintor não teve grande reconhecimento artístico em vida, mas influiu
posteriormente nos paisagistas europeus, fora de sua terra. (Encarta em
espanhol e outras fontes)
- 132 –
“AN EXTENSIVE LANDSCAPE WITH THE ROAD TO EMMAUS”
Arrematado em leilão da “Christie’s” de Londres em 2011
pelo valor de £301,250, ou US$$482,000
Casa de Fazenda, com paisagem
The Fitzwilliam Museum – Cambridge, Inglaterra
- 133 -
Maindert Hobbema
1638-1709
Meindert Hobbema (Amsterdã, 31 de Outubro de 1638 — id., 17 de
Dezembro de 1709) foi um pintor holandês.
Ativo em Amsterdã, o pintor de paisagens Meindert Hobbema, por volta de
1659, ficou conhecendo Jacob van Ruisdael, de quem se tornou discípulo e
amigo. Tão achegados eram os dois que, quando Hobbema casou-se com uma
cozinheira de um oficial de Amsterdam, em 1668, Ruisdael participou como
testemunha.
Por alguns anos, Hobbema imitou o estilo de seu mestre, mas, a partir de
1663, criou estilo próprio. Suas paisagens de bosques cortados por raios de sol,
por onde seguiam estradas, ladeadas de lagoas, assim como os moinhos de
água, são bonitas, porém menos dramáticas que as de Ruisdael.
Era comum, entre os pintores holandeses do Século XVII, a alternância entre
a arte e uma atividade comercial qualquer, para garantir o a continuidade da
renda. Hobemma levou isso às últimas consequências e, por influência de sua
mulher, transformou-se em aferidor de vinhos, conferindo, durante mais de 40
anos, pesos e medidas de vinhos importados. Descuidando-se da pintura, que
só fazia nas horas vagas, teve pouco sucesso como pintor.
Esquecidos por sua geração, o pintor e sua mulher morreram e foram
sepultados como indigentes. Ainda assim, mesmo após a morte, a força de
sua obra impressionou e influenciou outros artistas, como Thomas Gainsborough
(1727-1788). A partir do final do Século XVIII e durante o Século XIX, sua obra
passou a ser redescoberta e avaliada por artistas e colecionadores, passando a
alcançar altos preços. (Fonte: J. Paul Getty Museum - Los Angeles)
- 134 –
Maindert Hobbema – “Paisagem com moinho”
“Paisagem no bosque com festeiros na carroça”
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