ELECTROMAGNETISMO 2006/07 APRESENTAÇÃO • Docente: Margarida Facão Gab. 13.2.12 [email protected] • Regime de avaliação contínua presença obrigatória em 2/3 das aulas 3 testes ( 2 ao longo do período lectivo e 1 no período de exames) • Laboratórios – notas válidas desde 2002/03 • Informações e documentos no ELEARNING BIBLIOGRAFIA • Fundamentals of Electricity and Magnetism, Arthur Kip • Introdução à electricidade e magnetismo, S.K. Mendiratta • Electricidade e magnetismo, cursos de física de Berkeley, vol. 2 ELECTROSTÁTICA • Electrostática = Estudo dos fenómenos decorrentes de cargas eléctricas estacionárias. • Carga eléctrica = propriedade de alguns corpos que os divide em 2 classes (positivos e negativos) de tal forma que componentes da mesma classe se repelem entre si e de classes diferentes se atraem. Propriedades da carga eléctrica • Conservação da carga - válido num sistema isolado. • Quantização da carga – carga total é sempre igual a múltiplos inteiros da carga do electrão e=1.6X10-19 Coulomb Charles Augustin de Coulomb • • Nasceu a 14 de Junho de 1736 em Angoulême Morreu a 23 de Agosto de 1806 em Paris • Em sua homenagem, deu-se seu nome à unidade de carga elétrica, o coulomb. • Engenheiro de formação, ele foi principalmente físico. Publicou 7 tratados sobre a Eletricidade e o Magnetismo, e outros sobre os fenômenos de torção, o atrito entre sólidos, etc. • Experimentador genial e rigoroso, realizou uma experiência histórica com uma balança de torsão para determinar a força exercida entre duas cargas elétricas - Lei de Coulomb. Wikipedia LEI DE COULOMB 1 q1q2 F1 = F2 = 2 4πε0 d Direcção – linha que une as cargas ε 0 = 8.84 × 10 −12 C 2 N −1m −2 1 4πε 0 = 9 ×109 Nm 2C − 2 Sentido - atractivo para cargas de sinal contrário - repulsivo para cargas do mesmo sinal Princípio da sobreposição (distribuição discreta de cargas) • A força eléctrica total sobre a carga q0 devida à presença de n cargas q1,q2,...,qn é igual à soma vectorial das forças exercidas por cada uma das cargas, ou seja, n G q0 qi ˆ F0 = r ∑ 2 i 4πε0 i =1 ri onde rˆ i é um vector unitário que aponta de qi para q0. Exercícios • • Três cargas pontuais iguais de valor Q encontram-se nos vértices de um triângulo equilátero de 10 cm de lado. Calcule a força em cada uma delas. Três cargas pontuais +Q1, -Q2 e +Q3 estão igualmente espaçadas ao longo de uma linha. Se os módulos Q1 e Q2 forem iguais qual terá que ser o módulo Q3 para que a força total na carga Q1 seja zero? +Q1 • -Q2 +Q3 Qual a força exercida numa carga de valor 2Q colocada no centro de um quadrado de 20 cm de lado se 4 cargas idênticas de valor Q estiverem colocadas uma em cada vértice? Refaça os cálculos para o caso em que uma das cargas dos vértices é removida. Distribuição contínua de cargas • Nas distribuições contínuas de carga é conveniente usar a noção de densidade de carga: – Densidade linear de carga – Densidade superficial de carga – Densidade volúmica de carga dq λ = (Cm −1 ) dl dq σ = (Cm − 2 ) da dq ρ = (Cm −3 ) dv Exercícios • Uma carga Q está uniformemente distribuída numa esfera de raio 2 cm. – Qual é a densidade volúmica de carga? – Qual é a carga total contida na coroa esférica externa desde o raio 1 cm ao raio 2 cm. • Exercício 1 das folhas. • TPC – exercício 3 das folhas Princípio da sobreposição (distribuição contínua de cargas) • Quando a distribuição de carga é contínua, a força total na carga q0 é igual ao integral seguinte: G q0 dq ˆ F0 = r 2 ∫ 4πε 0 r onde r̂ é um vector unitário que aponta da carga elementar dq para a carga q0 e o integral se estende a todo o comprimento, área ou volume carregado. Exercício • Um anel circular de 3 cm de raio tem uma carga total de 10-3 C uniformemente distribuída. – Qual a força numa carga de 10-2 C colocada no seu centro? – Qual a força na mesma carga agora colocada no eixo do anel a uma distância de 4 cm do centro do mesmo? Campo eléctrico Campo eléctrico = quantidade vectorial definida em cada ponto do espaço e que representa a força que actuaria numa carga positiva unitária colocada no mesmo ponto. G EP = 1 q ˆ r 2 4πε 0 r (N / C) Princípio de sobreposição aplicado ao campo eléctrico G E= G E= n qi ˆ r ∑ 2 i 4πε 0 i =1 ri 1 1 dq ˆ r 2 ∫ 4πε 0 r Caso de distribuições discretas de cargas Caso de distribuições contínuas de cargas Exercícios • Oito cargas pontuais idênticas de valor Q C estão colocadas uma em cada um dos vértices de um cubo cujos lados medem 10 cm. – Calcule o campo eléctrico no centro do cubo. – Calcule o campo eléctrico no centro das faces do cubo. – Recalcule o campo eléctrico no centro do cubo para o caso em que uma das cargas é removida. • Ex. 6 • Ex. 10 Linhas de campo eléctrico O campo elétrico é usualmente representado por linhas tais que: • Em cada ponto a direcção do campo eléctrico é tangente a essa linha • A sua densidade numa dada região é proporcional à intensidade do campo nessa região. • Começam nas cargas positivas e terminam nas cargas negativas • O número de linhas que começam ou terminam numa carga é proporcional ao valor dessa carga Possível devido ao facto do campo eléctrico ser descrito por uma lei inversamente proporcional ao quadrado da distância. http://qbx6.ltu.edu/s_schneider/physlets/main/efield.shtml FLUXOG Fluxo de um campo vectorial F através de uma superfície S é dado pelo integral G G Φ = ∫∫ F .dS S G onde dS é um vector perpendicular ao elemento de área dS cuja intensidade é igual a dS e sentido para fora. G • F é o campo nesse pedaço elementar (considerado constante porque o pedaço é muito pequeno) G G G • F .dS é um escalar conhecido como fluxo de F através de dS (é o produto interno entre estes dois vectores) G F S θ Φ = FS cos θ Fluxo do campo eléctrico Fluxo do campo eléctrico produzido por uma carga pontual através de uma superfície esférica de centro na carga q Φesfera de raio R G G = ∫ E.dS G G (campo E é sempre paralelo a dS ) = ∫ EdS = ∫ q 4πε 0 R 2 dS (função integranda é constante em toda a superfície) = q 4πε 0 R 2 ∫ dS = q 4πε 0 R Fluxo não depende do raio da esfera. 2 × R = π 4 2 q ε0 G dS 2 θ • fluxo através do elemento externo q dS 2 cos θ 4πε 0 R22 G dS1 • fluxo através do elemento esférico q dS1 2 4πε 0 R1 • Relação entre os dois elementos de área dS dS cosθ × 22 = 21 R2 R1 O fluxo através dos dois elementos é o mesmo Como existe uma correspondência biunívoca entre os elementos da superfície da esfera e os da superfície arbitrária. O fluxo através da superfície arbitrária é igual ao fluxo através da esfera. G G q ∫SF E.dS = ε 0 , para uma carga pontual ∫ G G E.dS = SF ∫ SF ∑q i i ε0 , para várias cargas discretas G G ∫ dq , para uma distribuição contínua de carga E.dS = ε0 Lei de Gauss O fluxo do campo eléctrico através de uma superfície fechada é igual à carga total no interior dessa superfície dividida por ε0 ∫ SF G G Q E.dS = ε0 - Lei equivalente à lei de Coulomb. - Formulação inversa – através do conhecimento do campo podemos conhecer a carga total. -Permite-nos calcular o campo em problemas com distribuições simétricas de carga. Carl Friedrich Gauss • Nasceu em Braunschweig a 30 de Abril de 1777 e morreu em Göttingen a 23 de Fevereiro de 1855. • Matemático, astrônomo e físico alemão. • Desenvolveu teorias e métodos na área dos erros de observação. Entre eles, o método de mínimos quadrados (que inventou aos 18 anos) e a lei de distribuição normal de erros com a sua curva em formato de sino a que se dá o mome de Gaussiana. Exercícios • Calcule o campo eléctrico produzido por uma esfera de raio R uniformemente carregada com densidade de carga ρ. Faça os cálculos para dentro e fora da esfera. • Exercícios 16 e 17. Trabalho da Força Eléctrica Para aproximarmos uma carga de outra do mesmo sinal é necessário realizar trabalho. O trabalho efectuado é igual em módulo mas de sinal contrário ao trabalho da força eléctrica o qual neste caso é negativo. A B W =∫ + + B A G G Fel .dl < 0 A carga afasta-se de B para A pela açção da força eléctrica. Neste caso o trabalho da força eléctrica é positivo. B + + A W =∫ B A G G Fel .dl > 0 Energia Potencial Eléctrica Como a força eléctrica é conservativa, o trabalho da força eléctrica não depende do caminho. Assim é possível definir uma energia potencial eléctrica. Nos casos do slide anterior: • A energia potencial eléctrica aumentou no primeiro caso, • A energia potencial eléctrica diminuiu no segundo caso. G G U B − U A = − ∫ Fel .dl B A Potencial Eléctrico Como a energia potencial eléctrica depende da quantidade de carga que se está a mover é útil definir energia potencial eléctrica por unidade de carga a que se dá o nome de potencial eléctrico. G G ∫ Fel .dl B VBA G G UB −U A A = =− = − ∫ E.dl qmóvel qmóvel A B Se escolhermos um ponto de referência (ponto A fixo) a função só depende do ponto B. Usualmente usamos o ponto fixo no infinito a não ser que tenhamos uma distribuição contínua de carga com carga até ao infinito. Esse ponto fixo fica assim a um potencial zero. G G VB = − ∫ E.dl B ∞ Potencial do ponto P relativamente ao infinito devido a: • Uma carga pontual q a uma distância r do ponto P. • Uma distribuição discreta de cargas. VP = VP = q 4πε 0 r qi ∑ 4πε 0 i ri 1 (onde ri é a distância da carga qi ao ponto P ) • Uma distribuição contínua de carga. dq VP = 4πε 0 ∫ r 1 (onde r é a distância do elemento de carga dq ao ponto P ) Potencial eléctrico (cont.) Reciprocamente o campo eléctrico pode ser definido a partir do potencial da seguinte forma: G ⎛ ∂V G ∂V G ∂V G ⎞ E = −⎜ ux + uy + u z ⎟ = − grad V ∂y ∂z ⎠ ⎝ ∂x O gradiente de V aponta na direcção e sentido do maior crescimento de V e o seu módulo é a taxa de crescimento nessa direcção. Exercício 11 Superfícies equipotenciais Superfícies equipotenciais são superfícies onde o potencial é constante e às quais o campo eléctrico é perpendicular. Energia de uma distribuição de carga • Distribuição discreta de 4 cargas A energia desta distribuição de cargas é igual ao trabalho necessário para trazer cada uma das cargas do infinito na presença do campo eléctrico devido às que já lá se encontram. W1 = 0 W2 = q2V21 W3 = q3 (V31 + V32 ) W4 = q4 (V41 + V42 + V43 ) i ⎛ ⎞ U = W = ∑ Wi = ∑ ⎜ qi ∑ Vij ⎟ i =1 i =1 ⎝ j = i −1 ⎠ (onde Vij representa o potencial em i devido à carga q j ) 4 4 Energia de uma distribuição de carga (cont.) O trabalho será igual se transportarmos as cargas na sequência q1, q2, q3 e q4 ou na sequência inversa q4, q3, q2 e q1. Assim a soma das parcelas à esquerda é igual à soma das parcelas à direita. W1 = 0 q2 ⎛ q1 ⎞ W2 = ⎜ ⎟ 4πε 0 ⎝ r21 ⎠ q3 ⎛ q1 q2 ⎞ W3 = ⎜ + ⎟ 4πε 0 ⎝ r31 r32 ⎠ q ⎞ q ⎛q q W4 = 4 ⎜ 1 + 2 + 3 ⎟ 4πε 0 ⎝ r41 r42 r43 ⎠ q1 ⎛ q4 q3 q2 ⎞ W1 = ⎜ + + ⎟ 4πε 0 ⎝ r14 r13 r12 ⎠ W2 = q2 ⎛ q4 q3 ⎞ ⎜ + ⎟ 4πε 0 ⎝ r24 r23 ⎠ q3 ⎛ q4 ⎞ W3 = ⎜ ⎟ 4πε 0 ⎝ r34 ⎠ W4 = 0 Energia de uma distribuição de carga (cont.) 2W = q1 ⎛ q2 q3 q4 ⎞ ⎜ + + ⎟+ 4πε 0 ⎝ r12 r13 r14 ⎠ q2 ⎛ q1 q3 q4 ⎞ + ⎜ + + ⎟+ 4πε 0 ⎝ r21 r23 r24 ⎠ q3 ⎛ q1 q2 q4 ⎞ + ⎜ + + ⎟+ 4πε 0 ⎝ r31 r32 r34 ⎠ q4 ⎛ q1 q2 q3 ⎞ + ⎜ + + ⎟ 4πε 0 ⎝ r41 r42 r43 ⎠ ⎛ 4 ⎞ q 1 ⎜ 1 4 j ⎟ = ∑ qiVi U = W = ∑ qi ∑ 2 i =1 ⎜⎜ j =1 4πε 0 rij ⎟⎟ 2 i =1 ⎝ j ≠i ⎠ (onde Vi é o potencial em ri devido às restantes cargas) 4 Generalização a n cargas pode ser consultada na bibliografia: Mendiratta pag. 22 Energia de uma distribuição de carga Generalização para distribuições contínuas Q U = ∫ Vdq Onde V é o potencial devido à carga já presente na distribuição. 0 1 U = ∫ ρVdv 2 Exercícios 30 e 33. Onde V é o potencial devido a toda a distribuição de carga. Condutores e isoladores • Isoladores Fraca condutibilidade eléctrica Exemplo: vidro • Condutores Boa condutibilidade eléctrica. Exemplo: metais A condutibilidade eléctrica pode variar com: • a temperatura como no caso dos semicondutores, • a humidade como no caso do ar, • muitas outras condições. Condutor perfeito = material onde o deslocamento das cargas, quando sujeito a um campo eléctrico, se pode fazer sem qualquer restrição à excepção dos limites físicos do condutor. Campo eléctrico em condutores Situação de equilíbrio • Cargas em repouso → Forças nulas → Eint=0 • Distribuição de cargas na superfície tal que a soma do campo por elas criadas com o campo criados por cargas exteriores é nula. • Potencial é igual em todos os pontos. A sua superfície é uma superfície equipotencial → Esup é perpendicular à superfície. Campo eléctrico em condutores • • Cavidades dentro de condutores Cavidade sem carga: - Eint é nulo - Não existem cargas na superfície interna Cavidade com carga: - Cargas de sinal contrário na superfície interna do condutor para garantir campo eléctrico nulo no interior do condutor - Eint não é nulo Forma diferencial da lei de Gauss O teorema da divergência aplica-se a campos vectoriais e é dado por G G G ∫ F .dS = ∫ divFdv SF Vol . SF ε 0 Vol . G onde, em coordenadas cartesianas, divF é dado por G ∂Fx ∂Fy ∂Fz + + divF = ∂x ∂y ∂z Usando o teorema da divergência na lei de Gauss G G 1 ∫ E.dS = ∫ ρ dv obtemos G ρ divE = ε0 Carácter conservativo de E O teorema de Stokes aplica-se a campos vectoriais e é dado por G G G G v∫ F .dl = ∫ rotF .dS LF S G onde, em coordenadas cartesianas, o rotF é dado por G ⎛ ∂Fz ∂Fy ⎞ ⎛ ∂Fy ∂Fx ⎛ ∂Fx ∂Fz ⎞ − − − uˆ y + ⎜ rotF = ⎜ ⎟ uˆ x + ⎜ ⎟ ∂z ⎠ ∂x ⎠ ∂y ⎝ ∂z ⎝ ∂y ⎝ ∂x Aplicando o teorema de Stokes a G G v∫ E.dl = 0 (válido para campos eléctrostáticos) LF obtemos G rot E = 0 ⎞ ⎟ uˆ z ⎠ Equações de Laplace e Poisson Usando a forma diferencial da lei de Gauss G ρ div E = ε0 e a relação entre o campo eléctrico e o potencial, ou seja G E = − grad V obtemos ρ lap V = − ε0 (Equação de Poisson) onde, em coordenadas cartesianas, lap V é dado por ∂ 2 Fy ∂ Fx ∂ 2 Fz lap V = + 2 + 2 2 ∂x ∂y ∂z Em regiões onde não existe carga 2 lap V = 0 (Equação de Laplace) As funções grad, div, rot e lap Usando operador nabla, definido da forma ∂ ∂ ∂ ˆ ˆ ∇ = u x + u y + uˆ z ∂x ∂y ∂z podemos escrever ∇f = grad f G G ∇.F = div F G G ∇ × F = rot F G G 2 ∇ F = lap F Estas funções têm expressões diferentes quando escritas em Coordenadas esféricas ou cilíndricas. Pode, por exemplo, ver http://mathworld.wolfram.com/SphericalCoordinates.html http://mathworld.wolfram.com/CylindricalCoordinates.html Energia do campo electrostático (outra formulação) A partir da expressão 1 ρVdv ∫ 2 pode-se chegar a uma nova formulação para a energia U= electrostática que é dada por U= ε0 2 E dv ∫ 2 Condensadores • Condensador = conjunto de dois condutores muito próximos de tal forma que o campo entre eles não é afectado por outros corpos carregados Capacidade de um condensador C=Q/V (Faraday) onde Q é a carga em cada um deles e V é a diferença de potencial entre os dois. Cálculo da capacidade Capacidade de um condensador de placas paralelas (dimensão das placas é grande relativamente à distância entre as placas). Consideremos A a área de cada placa, d a distância ente placas e Q = σ A a carga total em cada placa. Campo produzido por cada placa (supostamente infinita) E= σ 2ε 0 Entre as placas as duas contribuições do campo somam-se, obtendo-se d σ Q E= = ε 0 Aε 0 A diferença de potencial entre as placas é dada por d V =∫ 0 Q Qd dy = Aε 0 Aε 0 Assim a capacidade é igual a C= Aε 0 d Exercício 1 da 2ª série Leis de associação de condensadores • Condensadores em paralelo CT = ∑ Ci • Condensadores em série 1 1 =∑ CT i Ci i Campo eléctrico em isoladores/dieléctricos • Matéria polariza-se na presença de um campo eléctrico. Na ausência de campo eléctrico, as cargas negativas estão sobrepostas às cargas positivas. Na presença de campo eléctrico, as cargas negativas estão afastadas da posição de equilíbrio. Matéria Polarizada • Cada átomo ou molécula constitui um dipolo que pode ser caracterizado por um momento dipolar (induzido). -q G a G G p = qa +q • Para melhor caracterizar a polarização podemos definir um momento dipolar por unidade de volume ao qual se dá o nome de densidade de polarização (ou apenas polarização): G G P = np (onde n é o número de dipolos por unidade de volume) P = neΔ (onde e é a carga do electrão e Δ o deslocamento relativo das cargas) Polarização • Nos casos mais simples a polarização é proporcional ao campo eléctrico médio existente no material. • Note que este campo eléctrico médio se deve à soma do campo eléctrico externo (ou aplicado) com o campo eléctrico devido a esta polarização do material (sendo este contrário ao aplicado). • A polarização depende ainda do grau de polarizibilidade do material. • Assim podemos escrever: G G P = ε0χ E onde χ é a susceptibilidade eléctrica do material Como calcular este campo médio? Note que o campo médio depende da polarização, no entanto, a polarização é proporcional ao campo médio → problema implícito. G G G G P = ε 0 χ E ( Eapl , P) 1. Qual o campo criado pela matéria polarizada? Suponhamos o caso mais simples em que a polarização é perpendicular a duas faces do material. - Δ + ++ + + ++ + + ++ + + + ++ + + + ++ + + + ++ + + + -P Eapl As cargas no interior cancelam e a polarização cria, em média, o mesmo campo que duas superfícies carregadas situadas nas faces perpendiculares à polarização. A densidade superficial de carga é, neste caso, dada por σ p = neΔ = P No caso genérico de faces não perpendiculares à polarização, a densidade superficial de carga é dada por: σ p = neΔ cos θ = P⊥ G P⊥ representa a componente de P perpendicular à superfície (ver Kip página 130) 2. Ao campo médio total aplica-se uma lei de Gauss generalizada ∫ SF G G 1 E.dS = (ql + q p ) ε0 carga de polarização carga livre Aplicação: condensador preenchido com material dieléctrico Seja um condensador de placas paralelas de área A e distância entre placas d preenchido com um dieléctrio de susceptibilidade χ . Pela lei de Gauss generalizada, o campo no interior é dado por 1 (σ + σ p ) ε0 l σ l = ε 0 E − σ p = ε 0 E + ε 0 χ E = ε 0 (1 + χ ) E E= A capacidade do condensador é dada por Ql σ l A ε 0 (1 + χ ) A ε 0ε r A = = = Ed d d V onde ε r é a permitividade eléctrica relativa ou constante dieléctrica. C= A ε =ε 0ε r dá-se o nome de permitividade eléctrica. Vector deslocamento eléctrico G G G D = ε0E + P G G G G ∫ D.dS = ε 0 ∫ E.dS + SF SF ∫ G G P.dS = qtotal − q p = ql SF O vector deslocamento eléctrico tem como fonte apenas as cargas livres. No vazio No dieléctrico Exercícios 3 e 7. G G D = ε0E G G D =εE Corrente eléctrica • Corrente eléctrica é um fluxo de cargas através de condutores. • Usualmente medida em termos da intensidade de corrente = quantidade de carga que atravessauma determinada área (ex. secção recta de um fio) por unidade de tempo. dq I= dt (Ampere = Cs-1 ) • O sentido positivo da corrente é o sentido do fluxo de cargas positivas. Embora na maior parte dos casos, a corrente seja produzida pelo movimento das cargas negativas. Corrente eléctrica (cont.) • Define-se uma quantidade vectorial associada a cada ponto do condutor onde flui a corrente,a que se chama densidade de corrente = vector cuja direcção e sentido coincidem com o fluxo de cargas positivas no ponto e cujo módulo é a intensidade de corrente por unidade de área. G G -2 j = nev (Am ) G G I = ∫ j .dS S Se a densidade for constante em módulo e em orientação relativa à superfície, fica GG I = j .S Se o fluxo for perpendicular à superfície, fica I = jS Lei de Ohm • A corrente eléctrica consegue-se à custa da actuação de uma força eléctrica sobre as cargas. • Assim, existe um campo eléctrico dentro do condutor (note que já não estamos em regime estacionário). • Existe também uma diferença de potencial entre as extremidades do condutor. • Usualmente a intensidade de corrente é proporcional a esta diferença de potencial de tal forma que V= R I onde R é uma característica eléctrica do condutor designada resistência (depende do seu material constituinte, tamanho e forma) . Esta lei é conhecida com lei de Ohm. • A unidade SI de resitência é Ohm (Ω). Georg Simon Ohm • • • • Nasceu a 16 de Março de 1789 em Erlangen, Bavaria (Alemanha actual) Morreu a 6 Julho de 1854 em Munique, Bavaria. O pai de Georg Ohm era um autodidata notável e ele próprio educou cientificamente os seus filhos. Curiosidade: em 1805 Ohm entrou para a Universidade de Erlangen onde em vez de se concentrar nos estudos ocupava o seu tempo com a dança, a patinagem no gelo e o bilhar. O pai de Ohm, zangado pelo filho desperdiçar a oportunidade de estudar que ele nunca tinha tido, retirou-o da Universidade passados 3 semestres. O que é hoje conhecido como lei de Ohm foi publicada num livro onde ele descreve a sua teoria completa da electricidade (1827). Determinação da resistência • Localmente a lei de Ohm pode escrever-se G 1 G G j =σE = E ρ Resistividade do material Condutividade do material • Considere um cilindro de comprimento L, área de secção recta A e resistividade ρ A 1 L 1 dV A dV j= E = , I = jA = ρ ρ dy ρ dy ρL ρI ρL dV = dy ⇒ V = I ⇒ R = A A A Leis de associação de resistências • Resistências em série RT = ∑ Ri i • Resistências em paralelo • Exercício 11 1 1 =∑ RT i Ri Circuito eléctrico • Circuito eléctrico = configuração de condutores no qual a corrente flui por um ou mais caminhos fechados constituído por: – Fontes - repoêm a energia separando a carga contra o campo eléctrico - as fontes de tensão ideais são caracterizadas pela d.d.p aos terminais =f.e.m – Carga – parte do circuito que gasta a energia (ex. resistências, motor, lâmpada) – Fios de resistência baixa que ligam os vários elementos. Nomenclatura • • • • • Nó – junção de 3 ou mais condutores Ramo – porção do circuito entre 2 nós Malha – qualquer caminho fechado Intensidade de corrente – um valor por cada ramo Tensão ou diferença de potencial (d.d.p) – associada aos terminais de cada elemento. 1Ω 6Ω 10 V 4Ω 12 Ω 8Ω Leis de Kirchhoff • Lei dos nós – a soma das correntes que entram num nó é igual à soma das que saem. Resulta da conservação da carga. I1 I2 I3 I1=I2+I3+I4 I4 Leis de Kirchhoff (cont.) • Lei das malhas – numa malha a soma das f.e.m. das fontes é igual à soma das d.d.p. aos terminais das resistências. Tanto as f.e.m. como as d.d.p. são somadas com as polaridades adquadas. Note qual o sinal do trabalho da força eléctrica. Resulta do carácter conservativo do campo eléctrico, ou seja, G G v∫ E.dl = 0 4V 2Ω I1 2V I3 3Ω A• • I2 3Ω 2V Malha 1 3xI3+2+2xI1-4=0 Malha 2 3I3+3xI2-2=0 B Análise de circuitos Método de Maxwell (das correntes fictícias) • Atribui-se uma corrente a cada malha. • Aplica-se a lei das malhas a cada malha, usando a lei de Ohm em cada resistência. • Aplica-se a lei dos nós aos ramos comuns a duas malhas. R1 a R3 V1 V2 R2 I1 I2 b −V1 + I1 R1 + ( I1 − I 2 ) R2 = 0 V2 + I 2 R3 + ( I 2 − I1 ) R2 = 0 Campo magnético • É criado por cargas em movimento • Actua sobre cargas em movimento História: • Imans permanentes usados para navegação. • Oersted observa o movimento da agulha de uma bússola na presença de uma corrente eléctrica durante uma apresentação pública sobre electricidade e magnetismo (1819). Na altura, estes fenómenos julgavam-se independentes. • Ampère estuda a força entre dois fios paralelos transportando corrente (1820) • Einstein explica que o campo magnético é a parte relativista do campo eléctrico. Lei de Biot-Savart Campo magnético criado pelo elemento G de corrente Idl a uma distância r G G μ0 Idl × rˆ dB = 4π r 2 − rˆ aponta do elemento de corrente para o ponto onde se está a calcular o campo − μ0 é a permeabilidade magnética do vazio μ0 = 10−7 4π x G dB G dl r̂ Linhas de campo magnético • Indicam a direcção do campo magnético • Indicam a grandeza do campo magnético pela sua densidade • Não têm fontes • São contínuas e fechadas Exercício 1 – Fio que transporta corrente Exemplos de linhas de campo magnético Exercício 3 – anel de corrente Campo magnético do solenóide Força produzida pelo campo magnético G G G dF = Idl × B G G G F = qv × B • Sobre elementos de corrente • Sobre a carga q com velocidade v Equivalência entre as 2 expressões: I= l=vΔt Q lAnq vΔtAnq = = = nqvA Δt Δt Δt n = cargas por unidade de volume v = velocidade média A = área da secção recta do condutor Exercícios 6 e 9 G G G dF = nAdl qv × B G G G F = qv × B Movimento de cargas na presença de campos magneticos uniformes • Campo magnético perpendicular à velocidade inicial – movimento circular F = qvB v2 F = man = m R vm R= qB B F v Este tipo de comportamento é usado em espectrómetros de massa onde se determina a massa de partículas carregadas medindo o seu raio num campo magnético • Campo magnético não perpendicular à velocidade – movimento helicoidal – componente da velocidade paralela a B mantem-se constante e a componente perpendicular produz o movimento circular. Lei de Ampère • Qual o valor da circulação (=integral de linha ao longo de um caminho fechado) do campo magnético? 1. Caso do fio infinito 1.1 Ao longo de uma circunferência de raio r G G μ0 I μ0 I . = = = B dl Bdl dl dl =μ0 I v ∫ v ∫ v ∫ v ∫ π π 2 2 r r circunf. raio r 1.2 Ao longo de um caminho qualquer. O caminho pode ser subdividido em componentes de arco centrado no fio e componentes radiais. • Componentes de arco - dl aumenta com r - B diminui com • Componentes radiais – contribuição nula para a circulação. v∫ Caminho arbitrário G G B.dl = μ0 I G G v∫ B.dl G BG dl Lei de Ampère Pode provar-se que para qualquer configuração de corrente a circulação de B é sempre dada por: G G G G B . dl = μ I = μ j . dS 0 0 v∫ ∫ L A Área definida por L Qualquer caminho fechado Soma das correntes que atravessam uma área definida por L Em situações de simetria, esta lei pode ser usada para calcular o campo magnético. Campo magnético devido a um solnóide Anel de corrente Solenóide muito comprido Campo magnético de uma bobina toroidal Pela simetria do problema, as linhas do campo serão circunferências concêntricas com o eixo da bobina toroidal. Forma integral da lei de Ampère Partindo da lei de Ampère G G G G v∫ B.d l=μ0 ∫ j .dS e usando o teorema de Stokes G G G G v∫ F .dl = ∫ rot F .dS obtemos G G rot B = μ 0 j Fluxo do campo magnético • O fluxo do campo magnético através de uma superfície fechada é nulo, ou seja, ∫ G G B.dS = 0 SF E, usando o teorema da divergência G G G ∫ F .dS = ∫ div Fdv SF vol obtemos G div B = 0 Relembramos que as linhas de campo magnético são contínuas. Força electromotriz induzida Aparecimento de uma força electromotriz induzida numa espira: v • Quando esta é colocada numa região de campo magnético variável no tempo. • Quando o campo magnético é constante no tempo mas a área definida pela espira varia no tempo. • Quando a espira se movimenta numa região onde o campo magnético varia espacialmente. • Quando a orientação relativa entre o plano da espira e o campo magnético variam no tempo. N B S v v B N S Lei de Faraday Todas os efeitos descritos anteriormente têm em comum uma variação temporal do fluxo do campo magnético através da superfície definida pelas espiras onde aparece a f.e.m. Matematicamente escrevemos G G dφ ε =− onde φ = ∫ B.dS dt A A é a área definida pela espira onde aparece a f.e.m. Princípio de Lenz: a f.e.m. tem sinal tal que a corrrente eléctrica induzida produz campo magnético que contraria a variação do fluxo. Energia magnética • Suponhamos um circuito contendo uma fonte de tensão, uma resistência e uma bobina, do tipo V0 R Enquanto a corrente passa de I=0 até ao valor final I é necessário produzir trabalho contra a tensão em L que se opõe à variação de fluxo. Esta tensão é, em cada instante, dada por VL = − L L dI dt O trabalho é dado pelo produto da diferença de potencial pela carga que a atravessa. tal que dI dq dW = −VL dq = L dq = L dI = LIdI dt dt I W = ∫ dW = ∫ LIdI = 0 1 2 LI 2 Este valor é igual à energia armazenada na bobina e esta está associada ao campo magnético criado pela bobina. Energia Magnética (cont.) Qual a expressão da energia armazenada na bobina em termos do campo magnético? Supomos que a bobina é um solenóide comprido cujo coeficiente de auto-indução é dado por N2 π R2 . L = μ0 l Usando a expressão de energia encontrada no slide anterior, obtemos para a energia μ0 2 N 2 I 2 1 N2 1 B2 2 2 2 U = μ0 vol πR I = πR l = 2 2 l 2 μ0 l 2 μ0 A densidade de energia magnética obtida acima é válida para outros indutores sendo dada por: U 1 B2 = vol 2 μ0 Transformadores • O funcionamento de um transformador baseia-se no fenómeno de indução mútua. O transformador é composto por um enrolamento primário e um enrolamento secundário, ambos contendo um núcleo de ferro para uma melhor eficiência. O enrolamento primário é alimentado por uma tensão AC e o secundário tem menos ou mais espiras que o primário consoante queiramos diminuir ou aumentar a tensão, respectivamente. O núcleo de ferro permite que quase todo o fluxo do enrolamento primário atravesse o enrolamento secundário. Assim: dφ dφ e V2 = − N 2 dt dt A razão entre as duas tensões é igual à razão entre o número de espiras, ou seja V1 = − N1 V1 N1 = V2 N 2 Gerador de corrente alternada Conversor de energia mecânica (rotação da bobina) em energia eléctrica. A f.m.e. Obtida é do tipo sinusoidal, ou seja, ε = − BAω sin(ωt ) (como foi obtido no exercício 1 da 4ª série) Motor eléctrico DC • Conversor de energia eléctrica em energia mecânica. • Espira com corrente num campo magnético uniforme sofre um torque que a faz rodar. • Um comutador é usado para inverter a corrente quando o torque é zero, para que a rotação não inverta o sentido. http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/magnetic/motdc.html Correntes de Foucault = Correntes de Eddy • Correntes induzidas em condutores de secção finita por campos magnéticos variáveis no tempo. • Seguindo o princípio de Lenz, estas correntes tendem a cancelar as variações do campo magnético. • São usados em travões magnéticos, detectores de metal, etc. • São desvantajosas quando, por exemplo, se estabelecem nos núcleos de transformadores porque provocam perdas. Efeito pelicular = Skin effect • Efeito que consiste na distribuição de correntes alternadas preferencialmente à superfície dos cabos condutores. Este efeito aumenta com a frequência. Causa: correntes de Foucault que contrariam a variação do fluxo, o qual se consegue se a corrente se concentrar na superfície. Consequência: resistência aumenta com a frequência. Porquê? Circuitos corrente alternada (a.c.) • Circuitos cuja fonte de tensão varia sinusoidalmente no tempo. • Vamos estudar o comportamento de circuitos constituídos por resistências (R), bobinas (L) e condensadores (C). Funções sinusoidais v = V0 sin(ωt ) V0 Amplitude V0 Frequência Angular ω 0 ω Frequência 2π -V0 0 π/ω 2π/ω t Comportamento da resistência v(t ) = Ri (t ) • Continua válida a lei de Ohm V0 v(t ) = V0 cos(ωt ) ⇒ i (t ) = cos(ωt ) R V0 V0/R 0 -V0/R v(t) i(t) -V0 0 π/ω 2π/ω t • intensidade de corrente e tensão têm a mesma frequência e estão em fase • as amplitudes obedecem à lei de Ohm Comportamento da bobina di vL (t ) = L dt V0 π⎞ ⎛ cos ⎜ ωt − ⎟ vL (t ) = V0 cos(ωt ) ⇒ i (t ) = 2⎠ ωL ⎝ + I V0 V0/(ωL) 0 -V0/(ωL) v(t) i(t) -V0 0 π/ω 2π/ω t A corrente na bobina está atrasada de π/2 relativamente à tensão aos seus terminais. Comportamento do condensador q (t ) ∫ i (t )dt = vC = C C π⎞ ⎛ vC (t ) = V0 cos(ωt ) ⇒ i (t ) = V0ωC cos ⎜ ωt + ⎟ 2⎠ ⎝ + - I V0 V0ωC 0 -V0ωC v(t) i(t) -V0 0 π/ω 2π/ω t A corrente no condensador está adiantada de π/2 relativamente à tensão aos seus terminais Os elementos têm tensões e correntes com variação temporal sinusoidal de frequência igual à da fonte. No entanto, as amplitudes e as fases relativas variam. Num dado circuito, cada uma das tensões ou correntes pode ser representada por uma amplitude e uma fase relativa a um sinal de referência Para isso, usa-se um número complexo ou vector – usualmente designado por fasor z = x + iy = ρ cis (θ ) = ρ eiθ = ρ θ onde ρ= x +y 2 2 ⎛ y⎞ e θ = arctg ⎜ ⎟ ⎝x⎠ ρ θ Fasores e impedâncias Cada tensão ou corrente pode ser representada por um fasor V (t ) = V0 cos(ωt + δ ) ⇒ V = V0 eiδ I (t ) = I cos(ωt + α ) ⇒ I = I eiα 0 0 Nesta nova notação, as relações entre tensão e intensidade para cada um dos elementos são algébricas À constante complexa característica de cada elemento V = RI R i π2 VL = ω Le I = iω LI 1 − i π2 1 VC = e I= I iωC ωC que é a razão entre o fasor tensão e o fasor intensidade dá-se o nome de impedância e designa-se por Z . ZR = R Z L = iω L ZC = 1 iωC Análise de circuitos a.c. • Continuam válidas as leis de Kirchoff. • Estas leis aplicadas aos fasores têm como resultado equações algébricas. • Leis de associação de impedâncias: Impedâncias em série Z eq = ∑ Z i i 1 1 Impedâncias em paralelo =∑ Z eq i Zi Circuito RLC série R V ( t ) = V 0 co s( ω t ) Aplicando a lei das malhas aos fasores, ~ obtemos C L 1 ⎞ ⎛ V0 0 = ⎜ iω L + R + ⎟I iωC ⎠ ⎝ 2 1 ⎞ ⎛ 2 V0 0 = R + ⎜ ω L − ⎟ θI ωC ⎠ ⎝ I = I (t ) = V0 1 ⎞ ⎛ R2 + ⎜ ω L + ωC ⎟⎠ ⎝ V0 2 −θ 1 ⎞ ⎛ R + ⎜ωL − ⎟ ω C ⎝ ⎠ 2 ⎛ ω L − 1 ωC ⎞ θ = arctg ⎜ ⎟ R ⎝ ⎠ 2 cos(ωt − θ ) Exercício: circuito RLC paralelo Potência em circuitos a.c. • Resistências gastam energia • Condensadores armazenam energia sob a forma de campo eléctrico enquanto carregam mas dispensam a energia de volta ao circuito quando descarregam. • Bobinas armazenam energia sob a forma de campo magnético enquanto a corrente aumenta mas dispensam a energia de volta ao circuito quando acorrente diminui para zero. Em estado estacionário, condensadores e bobinas armazenam e libertam energia mas não dissipam energia. Potência em circuitos a.c. (cont.) dW dW dq = = VI P= dt dq dt Seja uma resistência atravessada por uma intensidade I = I 0 sin(ωt ) A potência instantânea é dada por P = VI = RI 2 = RI 02 sin 2 (ωt ) Usualmente define-se potência média, dada por T 2 2 RI RI 1 T P = RI 02 sin 2 (ωt ) = RI 02 ∫ sin 2 (ωt )dt = 0 = 0 T 0 T 2 2 Potência em circuitos a.c. (cont.) A potência média dissipada por um circutito é igual • à soma das potências dissipadas por cada resistência ou • P = VT (t ) IT (t ) sendo VT (t ) = VT 0 cos(ωt ) e IT (t ) = IT 0 cos(ωt + θ ) a tensão e a corrente na fonte, respectivamente T 1 1 P = ∫ VT 0 IT 0 cos(ωt ) cos(ωt + θ )dt = VT 0 IT 0 cos θ T 0 2 Factor de potência Nomenclatura de circuitos a.c. • Valores de tensão e corrente eficazes = valores de tensão e corrente d.c. que provocariam a mesma dissipação média de energia. Pd.c. = P I0 1 2 RI = RI 0 ⇒ I ef = 2 2 De modo semelhante obteríamos: V0 Vef = 2 2 ef • Frequência de ressonância = frequência para a qual a impedância total do circuito é puramente resistiva. Nesta situação a tensão e a corrente na fonte estão em fase. Magnetismo na matéria • À semelhança do que acontece com o campo eléctrico, a matéria reage ao campo magnético externo funcionando também como fonte de campo magnético – resultando num campo magnético médio diferente do externo. • No entanto, neste caso a contribuição da matéria nem sempre é contrária ao campo magnético externo. • Assim, temos 3 tipos de fenómenos: diamagnetismo, paramagnetismo e ferromagnetismo. Diamagnetismo • Ocorre em todos os materiais. No entanto, o efeito pode ser cancelado pelos efeitos paramagnéticos e ferromagnéticos que são mais fortes. • Resulta num decréscimo do campo magnético externo. • É provocado pela perturbação do movimento orbital dos electrões. Seguindo o princípio de Lenz esta perturbação é de forma a contrariar o campo magnético aplicado. Paramagnetismo • Ocorre em materiais que têm electrões desemparelhados (electrões com spin por emparelhar). • Resulta num acréscimo do campo magnético externo. • O spin do electrão tem propriedades idênticas a uma espira de corrente. Na ausência de campo magnético externo, os vários electrões desemparelhados apresentam-se como espiras de corrente com orientação aleatória. Na presença do campo magnético estas espiras orientam-se com o campo da forma descrita abaixo. Torque sobre uma espira de corrente na presença de um campo magnético F • I Bext X I F Bespira O torque é tal que orienta o campo magnético da espira segundo o seu eixo com o campo magnético externo. Ferromagnetismo • Materiais ferromagnéticos são materiais em que o spin do electrão origina um campo magnético que tende a alinhar os spins dos outros electrões, estabelecendo-se domínios onde todos os spins estão alinhados. • Na presença de um campo magnético, os vários domínios alinham-se com o campo. • Resulta num acréscimo significativo do campo magnético externo. • Exemplos de ferromagnéticos: ferro, níquel e cobalto. • Os ferromagnetes têm tendência para manter a sua magnetização depois de retirado o campo externo→efeito usado em memórias magnéticas. Fenómeno que deriva do seu comportamento mais geral designado de histerese. Os campos magnetização e H • Define-se o campo vectorial M que se designa por magnetização que descreve as fontes de campo magnético na matéria. • Define-se ainda o campo H que descreve apenas as fontes externas de campo magnético. G G G B = μ0 ( H + M ) G G G Na ausência de matéria M=0 ⇒ B=μ0 H G G Em alguns materiais M é proporcional a H G G M = χm H Susceptibilidade G G G G G Permeabilidade magnética B = μ0 ( H + M ) = μ0 H + μ0 χ m H = magnética G = μ0 (1 + χ m ) H = Permeabilidade G G magnética relativa = μ0 μ r H = μ H Valores típicos da susceptibiladade magnética: cobre alumínio zinco ferro −1.0 ×10−5 2.3 × 10−5 −2.0 ×10−5 ~ 103 O diamagnetismo e o paramagnetismo não são observáveis no nosso laboratório. Curva de histerese para uma ferromagnete • Campos magnéticos variáveis no tempo dão origem a campos eléctricos. Pela lei de Faraday G G G ∂B G v∫ E.dl = −∫ ∂t .dS •Campos eléctricos variáveis no tempo darão origem a campos magnéticos? G G G G A lei de Ampère dita v∫ B.dl = μ0 ∫ j .dS ∫ G G j .dS ≠ 0 Sup. cinzenta ~ ∫ G G j .dS = 0 Sup. branca Resultado que parece violar a lei de Ampère. Maxwell postulou uma nova fonte de campo magnético – o campo eléctrico variável Neste caso, e considerando um condensador de placas paralelas infinitas. Em geral: j= dσ dE = ε0 dt dt G G G G G ∂E G v∫ B.dl = μ0ε 0 ∫ ∂t .dS +μ0 ∫ j .dS Equações de Maxwell no vazio Forma integral Forma diferencial Lei de Faraday – equação do campo magnético induzido G G G ∂B G v∫ E.dl = −∫ ∂t .dS G G ∂B rot E = − ∂t Lei de Ampère – equação do campo magnético induzido G G G G G G G G ∂E ∂E G rot B = μ0ε 0 + μ0 j v∫ B.dl = μ0ε 0 ∫ ∂t .dS +μ0 ∫ j .dS ∂t Equação do fluxo eléctrico ∫ G G 1 E.dS = ε0 SF ∫ ρ dv G ρ divE = ε0 Equação do fluxo magnético ∫ SF G G B.dS = 0 G d iv B = 0