Sessão Interativa Condutas em Casos Dermatológicos Ocupacionais Ana Cândida Ferreira Lima Bracarense Caso 1 Paciente feminina, 40 anos, branca, bióloga, natural de SP, comparece ao serviço de Dermatologia com um quadro de dermatite eczematosa das mãos. An Bras Dermatol. 2009;84(2):177-9 Sendo a primeira hipótese diagnóstica dermatite de contato, pergunta-se: QUAL A DERMATITE DE CONTATO MAIS FREQUENTE? a) Dermatite de contato alérgica b) Dermatite de contato por irritante primário Caso 1 COMO POSSO FAZER O DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ENTRE AMBAS? a) hemograma completo b) pequisa do produto ou seu metabólito na urina c) teste epicutâneo ou patch test Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 3, 2011 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 3, 2011 Psoríase Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 3, 2011 Dermatite de contato alérgica Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 3, 2011 Disidrose Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 3, 2011 Dermatite de contato por irritante Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 3, 2011 Foi submetida a testes epicutâneos, que se mostraram negativos. Foi feito o diagnóstico de dermatite de contato por irritação primária nas mãos, sendo tratada com corticosteróides tópicos e emolientes, além da recomendaçãodo uso de luvas com proteção de tecido. Retornou ao ambulatório após quatro anos com queixa de prurido e eritema no dorso das mãos, presentes há duas semanas. Relatava que três meses antes apresentara dispnéia após uso de luvas de látex, necessitando de assistência em unidade de emergência, onde foi medicada para broncoespasmo. A história clínica revelou, ainda, queixa de prurido vulvar após contato com preservativo e após exame ginecológico, além de edema dos lábios ao encher balões de festa. An Bras Dermatol. 2009;84(2):177-9 Pergunta-se: Qual a hipótese atual do quadro apresentado? a) Dermatite de contato por irritante primário b) Dermatite de contato alérgica Pergunta-se: O que está presente na atividade que pode estar envolvido no quadro? a) Agentes biológicos, uma vez que sua função é bióloga b) Borracha presente nas luvas e garrotes c) Estresse devido ao tempo do quadro sem melhora Pergunta-se: Em um teste epicutâneo positivo para um aditivo da borracha, qual das substâncias abaixo pode estar envolvida? a) tiuram-mix b) látex c) bicromato de potássio Pergunta-se: O envolvimento respiratório da paciente pode ter alguma relação com o quadro alérgico? a) Sim b) Não Neste caso foi suspeitado de urticária de contato com sintomas de angioedema concomitantes. Pergunta-se: Que exame poderia ser feito para diagnosticar um quadro de urticária de contato e alterações respiratórias? a) Hemograma com contagem de eosinófilos b) Biópsia nas lesões de urticária c) IGE específica para o látex Com a hipótese diagnóstica de dermatite alérgica de contato, associada à urticária de contato, a paciente foi submetida a novos testes de contato. O teste de contato efetuado com o emprego da bateria padrão brasileira (FDA – Allergenic/RJ – Brasil), com leituras realizadas após 48 e 96 horas, mostrou positividade para o grupo tiuram. Apresentou também reação imediata à borracha no teste aberto realizado com fragmento da luva da paciente. A dosagem de IgE sérica especifica para látex (Rast – Radioallergosorbent test) encontrava-se elevada(14KU/l), desde que valores acima de 3,5KU/l são considerados relevantes para alergia ao látex. An Bras Dermatol. 2009;84(2):177-9 Diante desses dados foi confirmado o diagnóstico de urticária de contato com o látex (associada a sintomas respiratórios) e de dermatite alérgica de contato com o grupo tiuram. An Bras Dermatol. 2009;84(2):177-9 1) Recomendações para a empresa I. é possível eliminar/minimizar o risco? II. existem outros trabalhadores envolvidos? III. notificações obrigatórias IV. readaptação ou reabilitação se necessário 2) Recomendações para a trabalhadora I. afastamento das atividades se necessário II. tratamento adequado III. orientações quanto a vida diária CONDUTAS EM CASOS OCUPACIONAIS Buscar a história clínico-ocupacional Fazer um exame físico detalhado Avaliar o ambiente de trabalho e a atividade de trabalho Excluir as causas não ocupacionais Ter em conta os fatores agravantes (concausa) Eliminar, minimizar o risco Proceder às notificações obrigatórias Tratar e reabilitar o trabalhador Caso 2 Pergunta-se: pode ser ocupacional? An Bras Dermatol. 2015;90(3):408-11. O nódulo dos ordenhadores, também chamado de pseudovaríola bovina, é a infecção causada pelo vírus da paravaccínia, um vírus DNA do gênero Parapoxvirus e da família Poxvirus. É considerado uma dermatovirose ocupacional de distribuição universal (dermatoses ocupacionais são as produzidas ou agravadas por agentes existen- tes no exercício da atividade profissional). Ocorre nos indivíduos que lidam com gado bovino leiteiro e entram em contato com o úbere de vacas ou focinhos infectados e também nos indivíduos que manipulam carnes e/ou objetos contaminados. An Bras Dermatol. 2015;90(3):408-11. Caso 3 Pergunta-se: pode ser ocupacional? Lesión característica de Lipoatrofia Semicircular en muslos. Cienc Trab. vol.15 no.47 Santiago ago. 2013 En la actualidad, se piensa que en su origen participan campos electromagnéticos y principalmente descargas electrostáticas.En este punto, el mecanismo propuesto es que mediante el contacto de la piel con la superficie conductora se produciría una transferencia de electrones (descarga) que activaría la secreción de factor de necrosis tumoral a y estimularía la fagocitosis de los adipocitos. Por otro lado, experimentalmente se ha observado que la radiación electromagnética de 100 aT reduce la capacidad de diferenciación y desarrollo de precursores celulares de adipocitos. Actualmente, más que hablar de microtraumatismo como antaño, consideramos que se debe utilizar el término "contacto", puesto que este concepto incluiría la hipótesis de descargas eléctricas asociadas a la patogenia de la Lipoatrofia Semicircular. Cienc Trab. vol.15 no.47 Santiago ago. 2013 Referências Motta AA et al. Dermatite de Contato. Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 34. N° 3, 2011 Fernandez O, Canosa JM, Lazzarini R, Duarte I. Associação de urticária de contato e dermatite alérgica de contato à borracha. An Bras Dermatol. 2009;84(2):177-9. Adriano AR, Quiroz CD, Acosta ML, Jeunon T, Bonini F. Nódulo dos ordenhadores – a propósito de um caso. An Bras Dermatol. 2015;90(3):408-11. HAUVA GRONE, Juan José. Lipoatrofia Semicircular, una Visión General a una Patología Laboral Emergente en Chile. Cienc Trab., Santiago , v. 15, n. 47, p. 81-85, agosto 2013 [email protected]