cancer - TRABALHOS ESCOLARES - JUOLFE

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INTRODUÇÃO
Câncer sempre foi palavra assustadora para todos, mesmo para os médicos. Quando
recebem este diagnóstico, muitos têm a reação de quem acabou de ser condenado à morte. Apesar
das informações e dos grandes avanços terapêuticos obtidos na área, nos últimos anos, a primeira
reação ainda é de desespero
Como o Câncer se Forma
O câncer é fundamentalmente uma doença genética. Quando o processo neoplásico
se instala, a célula-mãe transmite às células filhas a característica neoplásica. Isso quer dizer que,
no início de todo o processo está uma alteração no DNA de uma única célula.
Esta alteração no DNA pode ser causada por vários fatores, fenômenos químicos,
físicos ou biológicos. A esta alteração inicial damos o nome de estágio de iniciação.
Temos que ter em mente que uma só alteração no DNA não causa câncer. São
necessárias várias mutações em seqüência, que ao mesmo tempo não sejam mortais para a célula,
e causem lesões estruturais suficientes para causarem uma desregulação no mecanismo de
crescimento e multiplicação.
O estágio de promoção é o segundo estágio da carcinogênese. Nele, as células
geneticamente alteradas, ou seja, "iniciadas", sofrem o efeito dos agentes cancerígenos
classificados como oncopromotores. A célula iniciada é transformada em célula maligna, de forma
lenta e gradual. Para que ocorra essa transformação, é necessário um longo e continuado contato
com o agente cancerígeno promotor.
Observamos que o câncer ocorre mais freqüentemente em pessoas idosas. A partir
dos 55 anos, a incidência da doença cresce em nível exponencial. Isso quer dizer que quanto mais
tempo uma pessoa tem para expor seu material genético a um fator qualquer que possa alterá-lo,
maior será a chance disso acontecer.
Todas as células têm um mecanismo de reparo do DNA. Mutações genéticas
mínimas ocorrem muito freqüentemente, em todas as pessoas. Só que não desenvolvemos câncer
rapidamente porque nossos mecanismos de reparo são em geral eficientes. Só que quanto mais
tempo se passar, maior será a chance de um "escape". Se vivêssemos até 200 anos, todos
provavelmente teríamos algum tipo de câncer. Isso porque passou tempo suficiente para que se
acumulassem mutações genéticas em nossas células.
Se o tempo é um fator importante para permitir ao organismo uma maior exposição
a elementos potencialmente lesivos para o DNA celular, a exposição a uma maior quantidade
desses elementos lesivos também exerce grande importância no desenvolvimento do câncer.
A esses elementos lesivos que acabam por acarretar um aumento na probabilidade
de ocorrência de lesões no DNA, e portanto, aumento da incidência de neoplasias, é dado o nome
de carcinógenos.
A ocorrência de mutações, logicamente, ocorre no momento da divisão celular. Isso
porque a célula deve estar duplicando o seu DNA, e a possibilidade de erros é maior. Assim,
substâncias que levam a um aumento na população de determinadas células são também,
indiretamente, agentes capazes de aumentar a ocorrência de mutações genéticas.
A radiação é um tipo de carcinógeno que age lesando diretamente o DNA da célula.
A inflamação crônica de algum órgão, como o intestino, por exemplo, causa
aumento da divisão celular, e aumenta a chance de alguma mutação. Dessa forma, gorduras
animais, que causam um tipo de inflamação na mucosa intestinal, são carcinógenos "indiretos". É
por essa razão que se orienta uma dieta com fibras. Essa dieta aumenta o volume do bolo fecal,
diminuindo o tempo de exposição de todas as substâncias à mucosa intestinal, além de diminuir a
concentração da gordura animal na massa fecal total.
A ação de hormônios é semelhante. Eles aceleram a divisão celular de alguns tipos
de células, facilitando a ocorrência de mutações.
O fumo, por sua vez, desenvolve uma ação carcinogênica mista. Ele é capaz tanto
de lesar o DNA das células do corpo inteiro, diretamente, quanto irritar mucosas, causando
inflamação crônica na boca, garganta, brônquios e pulmões. É por isso que o fumo pode causar
também câncer de bexiga e pâncreas, por exemplo, não ficando limitado apenas às vias aéreas.
As neoplasias ditas hereditárias estão relacionadas com a perda de genes
supressores de tumor. Isso explica a quase totalidade das doenças neoplásicas que existem em
crianças, geralmente produzidas por um aumento da predisposição ao desenvolvimento de tumores
já ao nascimento.
Outras situações em que pode ocorrer lesão direta do DNA é quando ocorre invasão
celular por vírus. Como exemplo mais evidente temos o vírus das hepatites B e C, que a longo
prazo podem causar câncer hepático. Também há a associação do papilomavirus (HPV) com o
câncer de colo de útero. As alterações específicas geradas no DNA que estes tipos de vírus causam
ainda não estão bem determinadas. O que se sabe é que pode haver uma completa integração do
genoma do vírus no genoma (DNA) da célula hospedeira, sendo que esta célula dará origem à
oncogênese.
O estágio de progressão é o terceiro e último estágio e se caracteriza pela
multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse estágio o câncer já está
instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença.
Não podemos encarar o câncer como um processo que tenha uma causa específica.
A neoplasia é o produto de um processo genético inicial, invariavelmente seguido de um outro, e
assim por diante, desencadeando algo como uma cascata de derrubadas de dominó. Por
carcinogênese se entende, portanto, todo o processo que se inicia na primeira mutação e termina
nas alterações moleculares que resultam no câncer clinicamente detectado.
As causas do câncer (em números)
Em muitos aspectos, o câncer é uma obra do acaso, uma infeliz convergência de um
erro genético com agressão ambiental. Ambiente, neste contexto, refere-se a qualquer causa
externa, e não apenas o ar, a água e o solo.
De fato, ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, o câncer não está "ao
nosso redor". Apenas 2% das mortes por câncer são causadas pela poluição ambiental. O fator
predominante é, sem dúvida, o comportamento humano - tabagismo, maus hábitos alimentares,
sedentarismo - responsável por quatro em cada cinco casos de câncer.
Causa
Porcentagem nas
mortes por câncer
Tabaco
30%
Maus hábitos alimentares e
obesidade
30%
Sedentarismo
5%
Herança genética
5%
Vírus e outros agentes
infecciosos
5%
Carcinógenos ocupacionais
(da profissão)
5%
Associada com estes tipos de câncer
Pulmão, esôfago, laringe, garganta,
cavidade oral, bexiga, rim, pâncreas
Mama, cólon, reto, próstata, endométrio
(útero), ovário, intestino delgado
Cólon, próstata, mama, endométrio (útero),
ovário
Mama, ovário, cólon, próstata, pulmão,
pâncreas, rim, estômago, tireóide,
melanoma, cérebro, sarcomas de partes
moles, fígado, leucemia, linfomas
Fígado, colo do útero, linfomas, nasofaringe,
sarcomas de partes moles, estômago,
leucemia
Pulmão e pleura, bexiga, pele, laringe,
cavidade nasal, leucemia, garganta,
linfomas, fígado, sarcomas de partes moles
Etilismo
História reprodutiva
(exposição a hormônios e
outros fatores)
Poluição ambiental
Radiação ambienal
(solar)
Sal, aditivos alimentares e
contaminantes
Tratamentos médicos prévios
(radioterapia, quimioterapia,
imunossupressão, terapia
hormonal)
Outros fatores em geral
3%
Fígado, cavidade oral, laringe, garganta,
esôfago, mama
3%
Mama, endométrio (útero), colo do útero,
ovário
2%
Pulmão
2%
Melanoma e pele em geral
1%
Estômago, fígado, intestino delgado
1%
Leucemias, tireóide, mama, cérebro, bexiga,
linfomas, sarcomas de partes moles,
endométrio (útero)
8%
DESENVOLVIMENTO
CÂNCER DE BEXIGA
A bexiga é um órgão alojado na pélvis e que tem a capacidade de se expandir e que possui a
função de armazenar a urina produzida pelo nosso corpo. Todo o sistema urinário, incluindo rins,
ureteres, bexiga e uretra, é revestido internamente por uma camada de células transicionais,
chamado uretélio. O uretélio está separado dos músculos da bexiga por uma faixa fina de tecido
chamada de lâmina própria. O comprometimento da lâmina própria pelo tumor separa tumores
que tenha se infiltrado pelo músculo, constituindo um câncer invasivo, daqueles que não o
invadem (cânceres superficiais ou não - invasivos).
Os tumores de bexiga são tumores malignos que se originam na bexiga. Diferentes tipos são
descritos pela sua profundidade de acometimento e se cresce para dentro da bexida ou em
direção dos músculos da bexiga.
Existem três tipos de tumores de bexiga:
 Tumor de células transicionais : 90% dos casos
 Carcinoma espinocelular: 8%
 Adenocarcinoma: 2%
Outros tipos de câncer podem se iniciar na bexiga, porém são mais raros, e incluem sarcomas
(que se origina do músculo da bexiga) e tumores anaplásicos de pequenas células.
O tumor de células transicionais são subcategorizados em
 Superficial: limitado ao urotélio (não-invasivo). Pode vir a se espalhar na camada de tecido
conjuntivo (lamina propria) que fica abaixo do urotélio.
 Invasivo: atinge a camada muscular de bexiga (muscularis propria) e algumas vezes a
camada gordurosa ou tecido que recobre externamente o músculo da bexiga.
 Papilar: Papilar é uma palavra que descreve um crescimento que se assemelha com um
pequeno pólipo ou flor de células tumorais. Tumores papilares não invasivos crescem para a
cavidade da bexiga, ficando com que boiando na urina acumulada. Tumores papilares
invasivos crescem em direção do músculo da bexiga
 Carcinoma in situ: É um tumor não invasivo que cresce na camada que reveste internamente
a bexiga e aparecem como lesões achatadas ou planas dentro da bexiga. Tumores planos
invasivos podem invader camadas mais profundas da bexiga, particularmente a camada
muscular.
Tanto os tumores de células transicionais como os carcinomas e adenocarcinomas podem se
metastatizar, isto é, se espalhar pelo organismo, caracterizando uma doença avançada. Quando o
tumor cresce e invade os tecidos que envolvem a bexiga (útero e vagina na mulher e próstata no
homem), é chamada de doença localmente avançada. A doença também pode se espalhar para
linfonodos próximos e/ou fígado, ossos e pulmões, se denominando de metástases à distância.
Incidência
Neste ano de 2003 estima-se que nos EUA, serão diagnosticados 57400 casos novos de câncer de
bexiga. Também se calcula que 12500 pessoas morrerão desta doença. O tumor de bexiga é o
quarto tumor mais freqüente entre os homens e o décimo entre as mulheres, No Brasil, estima-se
que 3,9% dos cânceres masculinos sejam de bexiga, sendo 8600 casos novos ao ano. É 2,5 vezes
mais comum no homem do que na mulher. A média etária para o seu aparecimento é de 68 anos.
Causas
Ainda não se sabe exatamente o que causa o câncer de bexiga. Alguns fatores de riscos foram
relacionados nos pacientes com este tumor. Um fator de risco é algo ou situação que eleva a
chance do desenvolvimento da doença. Mesmo assim, a maioria das pessoas expostas a estes
fatores de risco não desenvolvem a doença e alguns que ficam doentes, não tem nenhum dos
fatores de risco identificados.
Estudos científicos identificaram os seguintes fatores de risco para o câncer de bexiga:
Idade: Quanto mais velho, maior a chance. Este tumor raramente ocorre antes dos 40 anos.
Fumo: é o principal fator de risco. Fumantes têm 2 a 3 vezes mais chances de desenvolverem um
tumor de bexiga do que não fumantes. Inclui os que usam cachimbo e charutos.
Tipo de trabalho: Alguns tipos de empregos também parecem aumentar os risco devido à
presença de produtos carcinógenos no local de trabalho. Trabalhadores em industrias de
borracha, produtos químicos, produtos de couro, metalúrgicos, , maquinistas, pintores, área
têxtil, caminhoneiros e cabeleireiros.
Infecções: Infecções por parasitas aumentam o risco de tumor de bexiga. Estes parasitas são
comuns em áreas tropicais.
Antecedente familiar: Pessoas que tenham membros da família com tumor de bexiga têm mais
riscos de ter a doença. Os pesquisadores estão estudando alterações em certos genes que podem
aumentar o risco de câncer de bexiga.
Antecedente pessoal de tumor de bexiga: quem já teve tumor de bexiga tem um risco de
apresentar a doença novamente.
Sinais de alerta
Sangue na urina. Dor ao urinar. Urgência ou necessidade freqüente para urinar.
Estes sintomas não são sinais de certeza para câncer de bexiga. Infecções, tumores benignos,
pedras na bexiga (litíase vesical) podem causar estes sintomas. Pessoas que tenham qualquer um
destes sintomas deve procurar um médico para avaliação e diagnóstico. Pode ser um clínico geral
ou um urologista, médico especialista em doenças do sistema urinário.
Diagnóstico
Para diagnóstico do câncer de bexiga, após anamnese e exame físico, o médico poderá indicar
um ou mais dos seguintes procedimentos e/ou exames laboratoriais:
- Exame de urina: exame laboratorial para identificar sangue, células tumorais.
- Cistoscopia: o médico usa um tubo fino (cistoscópio) para olhar diretamente dentro da bexiga.
O médico introduz o cistoscópio através da...
Arquivo da conta:
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