ANT 7068 Identidades e Diversidades Professora Edviges Marta Iores

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE FILOSOFIA E CIENCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA
Disciplina ANT 7068 - Identidades e Diversidade - 04 créditos
Tutorial Optativa – 02 créditos
Semestre 2015_1
Turmas - 01337 / 03337 /05337 / 07337
Horário: sexta-feira; 14h20min
Professora: Edviges Ioris
[email protected]
EMENTA: A construção de identidades sociais. Territorialidade, fronteiras simbólicas e etnicidade. Políticas de
identidade e minorias como questões sociais e antropológicas.
Objetivos e proposições da disciplina: O curso visa uma introdução aos temas e teorias e debates atuais sobre
construções identitárias e diversidades culturais, abordando questões relativas à produção da diferença e das
fronteiras éticas e culturais, que serão pensadas a partir de noções de etnicidade, identidades étnicas e grupos
minoritários. Tomando alguns autores de referência (linhas de investigação e produção bibliográfica mais
significativa), as leituras selecionadas possibilitam conhecer as abordagens clássicas e principais trabalhos
antropológicos que se detém no reconhecimento de alteridades e da diversidade cultural, tanto no Brasil, como
em outros países. Elas possibilitam ainda tratar de definições conceituais sobre etnicidade, minorias,
interculturalidade, e direito, ao mesmo tempo em que apresentam exemplos de alguns grupos étnicos
estudados no país, principais interlocuções teóricas e etnográficas. Neste sentido, busca-se problematizar a
emergência de identidades coletivas e a abrangência dos debates sobre direitos diferenciados, fomentando a
reflexão crítica sobre os modos de atuar e refletir na disciplina antropológica diante do reconhecimento e
revalorização da diversidade cultural.
Metodologia: Aulas expositivas, seminários, trabalhos em grupo, leituras individuais, discussão de textos e de
filmes.
Avaliação: Considerando o progresso do aluno em sua habilidade de argumentação e reflexão teórica ao longo
do semestre, para a nota final serão computados os resultados das avaliações oriundos de um (1) Prova (40%);
(1) trabalhos desenvolvidos em grupos (20% da nota); e um (1) trabalho final, individual (40%), que deverá ser
entregue impresso. Os alunos com aproveitamento final entre 3 e 5,9 poderão fazer prova de recuperação, que
versará sobre todo o conteúdo do semestre.
Tutorial Optativa: 2 créditos
Obs. Dependendo da dinâmica, ou demandas imprevistas, mudanças poderão ocorrer em relação ao conteúdo
e/ou a avaliação.
PROGRAMA
13/03 Apresentação do programa da disciplina.
20/03 Identidades e diversidades culturais
RUBEN, Guillermo Raúl. 1988. Teoria da Identidade: Uma crítica. Anuário Antropológico 86. Brasília: Editora da
Universidade de Brasília/Tempo Brasileiro, pp. 75-92.
LÉVI-STRAUSS, Claude. 1976. “Raça e história.” In LÉVI-STRAUSS, Claude Antropologia estrutural dois. Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro.
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FREYRE, Gilberto. 1963. Casa Grande e Senzala. Brasília: Editora Universidade de Brasília. 13ª Edição. Cap.,
Características gerais da colonização portuguesa do Brasil: formação de uma sociedade agrária,
escravocrata e híbrida, pp. 5-121.
Filme: O Povo Brasileiro
27/03 Identidades e estigmas
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de janeiro: LTC, 2012.
KUPER, Adam. A Reinvenção da Sociedade Primitiva: Transformações de um mito. Recife: Editora Universitária
da UFPE. 2008. Cap. 2, Bárbaros, selvagens, Primitivos, pp. 41-62.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. 1993. O Espetáculo das Raças: Cientistas, Instituições e Questão Racial no Brasil 18701930. São Paulo: Companhia das Letras. “Introdução: O Espetáculo das Raças”, pp. 11-22; e Capítulo 2,
“Uma história de ‘diferenças e desigualdades’, as doutrinas raciais do século XIX”, pp. 43-66.
10/04 Indígenas: identidades e diversidades
CARDOSO de Oliveira, Roberto. O Índio e o Mundo dos Brancos. São Paulo: Livraria Pioneira Editora. 1972. 2ª
Edição. Cap. 4. Da ordem tribal à ordem nacional; 5. O caboclo; 6. O mundo dos brancos; pp. 65-125.
LEVI-STRAUSS, Claude. 1955. Tristes Trópicos. São Paulo: Companhia das Letras. Capítulo XX, Uma Sociedade
Indígena e o seu Estilo, pp. 171-191.
RIBEIRO, Darcy. 1977. Os Índios e a Civilização: A integração das populações indígenas no Brasil moderno. São
Paulo: Companhia das Letras. Ler: cap. XII: Conclusões, pp. 431--446.
OLIVEIRA, João Pacheco. 1999. Uma Etnologia dos Índios Misturados: Situação colonial, territorialização e fluxos
culturais. In A Viagem de Volta: Etnicidade, política e reelaboração cultural no Nordeste Indígena. Rio
de Janeiro: Contra Capa Livraria, pp. 11-39.
17/04 Filme Pirinop
RIBEIRO, Darcy. 1977. Os Índios e a Civilização: A integração das populações indígenas no Brasil moderno. São
Paulo: Companhia das Letras. Ler: cap. VI: A Pacificação das tribos hostis, pp. 149-190.
24/04 Índios nas cidades: EtniCidades
NAKASHIMA Edson Yukio e ALBUQUERQUE, Marcos Alexandre dos Santos. A cultura política da visibilidade: os
Pankararu na cidade de São Paulo. Estudos Históricos. (Rio J.), vol.24 no. 47, p. 182-201. Rio de
Janeiro Jan./June 2011.
ALBUQUERQUE, Marcos Alexandre dos Santos. A INTENÇÃO PANKARARU (a “dança dos praiás” como
tradução intercultural na cidade de São Paulo). Cadernos do LEME, Campina Grande, vol. 2, nº 1, p. 2 –
33. jan./jun. 2010.
Vídeo: Índios na cidade. CPI-São Paulo. Youtube.
08/05 Território e fronteiras simbólicas I
LEITE, Ilka Boaventura. 2008. O Projeto Político Quilombola: Desafios, Conquistas e Impasses Atuais. Estudos
Feministas, Florianópolis, 16(3): 965-977.
O’DWYER, Eliane Cantarino. 2005. Os Quilombos e as fronteiras com a Antropologia. Antropolítica (UFF), vol. 19:
91-111.
ALMEIDA, Alfredo Wagner. Terra tradicionalmente ocupada. IN: ___LIMA, Antônio Carlos de Souza.
Antropologia e Direito: temas antropológicos para estudos jurídicos. Rio de Janeiro: Brasília: Contra
capa/LACED/ Associação Brasileira de Antropologia, 2012, p.375-390.
Filme Documentário: A convenção 169 e as comunidades quilombolas.
15/05 Território e fronteiras simbólicas II
LEITE, Ilka Boaventura. Territórios de Negros em Área Rural e Urbana: algumas questões. Textos e Debates.
Terras e Territórios de Negros no Brasil. V. 1, n. 2 NUER/PPGAS, 1991, p. 39-46.
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LEITE, Ilka Boaventura (Org.). Negros no sul do Brasil. Invisibilidade e territorialidade. Florianópolis: Letras
Contemporâneas, 1996.
WILSON, José Ferreira de Oliveira. De gente de Cor a Quilombolas: Desigualdades, religião e Identidade. Caderno
CRH, Salvador, v. 26, 67, p. 139-156, Jan./Abr. 2013.
SANSONE, Lívio. Os Objetos da Identidade Negra: Consumo, mercantilização, Globalização e a Criação de
Culturas Negras no Brasil. Mana 6(1):87-119, 2000.
22/05 Prova
29/05 Identidades Imigrantes
SEYFERTH, Giralda. 2000. As Identidades dos Imigrantes e o Melting Pot Nacional. Horizontes Antropológicos,
6(14): 143-176.
ZANINI, Maria Catarina Chitolina. 2007. Um Olhar Antropológico Sobre Fatos e Memórias da Imigração Italiana.
Mana 13(2): 521-547.
PRUTSCH, Úrsula. Migrantes na periferia: indígenas, europeus e japoneses no Paraná durante as primeiras
décadas do século XX. História, Ciências, Saúde. Manguinhos, Rio de Janeiro. Disponível em:
http://scielo.br/hcsm.
05/06 Filme: Faça a coisa certa
12/06 Populações tradicionais I
ALMEIDA, Mauro W. B; CUNHA, Manuela Carneiro da. Populações tradicionais e conservação ambiental. In:
CUNHA, Manuela Carneira da. Cultura com aspas. São Paulo: Cosac Naif, 2009.
PRADO, Rosane Manhães. Viagem pelo conceito de populações tradicionais, com aspas. Cultura, percepção e
meio ambiente: diálogos com Tim Ingold. IN: STEIL, Carlos Alberto; CARVALHO, Isabel Cristina de
Moura Carvalho. São Paulo: Editora Terceiro Nome. 2012, pp. 173-190.
ARRUDA, Rinaldo. Populações tradicionais e a proteção dos recursos naturais em Unidades de Conservação.
Ambiente & Sociedade - Ano II - No 5 - 2º, pp. 79-93. 1999.
19/06 Populações tradicionais II: Territórios
LITTLE, Paul. Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade. Série
Antropologia. N. 322. Universidade de Brasília, 2002.
SOUZA Roberto Martins de. Mapeamento Social dos Faxinais no Paraná. s/d. Disponível em:
http://www.direito.caop.mp.pr.gov.br/arquivos/File/mapeamento-social-dos-faxinais-no-parana.pdf
ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de e FARIAS JUNIOR, Emmanuel de Almeida. Povos e Comunidades
Tradicionais:
nova
cartografia
social.
PPGAS/Manaus-AM.
2013.
Disponível
em
http://novacartografiasocial.com/catalogos/
ANTUNES, Douglas Ladik; Souza, Roberto Martins de. No “tempo dos antigos”: objetos e práticas tradicionais
como afirmação dos cipozeiros. MARTINS, Pedro; SANCHEZ, Héctor- Avila; WELTER, Tânia (orgs.).
Territórios e sociabilidades: relatos Latino-americanos. Florianópolis: Editora da UDESC, 2012.
26/06 Direitos de Minorias, Políticas de Identidade, e Antropologia.
SHIRAISHI, Joaquim (org.). Direito dos povos e das comunidades tradicionais no Brasil: declarações, convenções
internacionais e dispositivos jurídicos definidores de uma política nacional.
Manaus: UEA. 2007, pp. 9-54.
MARTINS, Cyntia Carvalho. Presencialidade da tradição: O machado como elemento identitário. Cadernos de
debates Nova Cartografia Social: conhecimentos tradicionais na Pan-Amazônia. UEA/Edições. 2010, pp.
38-46.
LIMA, Antônio Carlos de Souza (org.). Antropologia e Direito: Temas antropológicos para estudos jurídicos. Rio
de Janeiro/Brasília: Contra Capa/LACED/ABA. 2012.
03/07 Apresentação e entrega do trabalho final
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Trabalho final: Escolher um grupo social que você considera como “diferenciado” e selecionar sete textos
escritos sobre ele. Ler os textos e fazer uma resenha crítica deles, comentando os principais sinais diacríticos
que apresentam sobre o grupo; o que marca suas diferenças; onde se localizam; que direitos são garantidos ao
grupo em suas diferenças, etc.; enfim, de que forma os textos apresentam o grupo para situá-lo como social
e/ou culturalmente diferenciado. Até 10 páginas.
10/07 Recuperação
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
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Almeida, Alfredo Wagner de. Terras de preto, terras de santo, terras de índio: uso comum e conflito.
In Terra de quilombo, terras indígenas, “babaçuais livre”, “castanhais do povo”, faixinais e fundos
de pasto: terras tradicionalmente ocupadas. Manaus: PPGSCA/UFAM, 2.ª ed., 2008. Pp. 133-178.
ARRUTI, José M.A. 1997. "A emergência dos ‘remanescentes’: notas para o diálogo entre indígenas
e quilombolas”. Mana 3(2): 7-38.
ARRUTI, José M. Mocambo: Antropologia e História do Processo de Formação Quilombola. São
Paulo: EDUCS. 2003. Introdução, pp. 13-37.
AZEVEDO, Célia M. M. de. 1987. Onda negra, medo branco: o negro no imaginário das elites - Séc. XIX.
Rio de Janeiro: Paz e Terra.
CARNEIRO da CUNHA, Manuela. 1986. “Parecer sobre os critérios de identidade étnica.” In
CARNEIRO da CUNHA, M. Antropologia do Brasil. São Paulo: Brasiliense/Edusp, 1986.
CARNEIRO, Maria Luiza T. 1983. Preconceito racial no Brasil Colônia. São Paulo: Brasiliense.
FERNANDES, Tânia de S. 1992. Uma comunidade de Salvos: um estudo sobre Batistas na baixada
fluminense. Tese de mestrado em Antropologia Social, Rio de Janeiro: Museu Nacional.
GASPAR, Dulce M. 1985. Garotas de programa: Prostituição em Copacabana e Identidade Social. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar.
GOULD, Stephen Jay. 1991. A Falsa Medida do Homem. São Paulo: Martins Fontes.
KULICK, Don. Travesti: prostituição, sexo, gênero e cultura no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz, 2008.
PERLONGHER, N. 1987. O negócio do michê. São Paulo: Brasiliense.
RAMALHO, José R. 1983. O mundo do crime. A ordem pelo avesso. Rio de Janeiro: Graal.
VIANNA. Hermano. 1988. O mundo funk carioca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. 2006. “No Brasil todo mundo e Índio exceto quem não é.” Em
Povos Indígenas no Brasil (2001-2006). São Paulo: Instituto Socioambiental.
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