A economia criativa é um segmento capaz de gerar riquezas para uma região a partir de suas potencialidades culturais e intelectuais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável local. Nessa perspectiva, a implantação da Incubadora Paraná Criativo no Estado atenderá territórios e comunidades com alta vocação criativa, visando a qualificação profissional de artistas, produtores e demais trabalhadores, gerando um cenário favorável para o fortalecimento das cadeias e arranjos produtivos da economia criativa no Estado. A institucionalização da cultura, com foco na descentralização dos programas de ação cultural, está contemplada no Plano Estadual de Cultura e é uma das metas do Governo do Estado. A Incubadora Paraná Criativo, fruto da parceria entre a Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (SEEC) e o Ministério da Cultura (MinC), é de relevante importância na concretização de tal meta, articulando políticas, programas e ações dos governos federal e estadual e de instituições parceiras, com a missão de integrar e qualificar a oferta de serviços existentes no Estado dirigida aos setores criativos e alinhado com as demandas mais relevantes destes setores, que se apresentam estratégicos para a economia estadual. João Luiz Fiani Secretário de Estado da Cultura do Paraná APRESENTAÇÃO Você tem em mãos um manual para dar o primeiro passo na aventura de se lançar ao mundo do Empreendedorismo Criativo, um setor que cresce exponencialmente no país e no mundo. Este documento apresenta dados e informações para que você possa identificar e aproveitar as oportunidades que se lançam a cada dia na área. Aqui você poderá entender o que é a economia criativa, como ela é entendida no Paraná, no Brasil e no mundo e como ela já faz parte da sua vida. Esta cartilha explica ainda o que a Incubadora Paraná Criativo pode fazer por você e pelo seu empreendimento. Nós, da Equipe Paraná Criativo, convidamos você a entrar nesse mundo maravilhoso conosco, onde tudo é diferente, onde outros valores são mensurados, onde consideramos o bem comum e criamos o novo de maneira limpa e sustentável. Um novo mundo onde novos produtos, novos processos, novos serviços podem ser criados e implementados por você. Vem com a gente! SOBRE A INCUBADORA PARANÁ CRIATIVO A Incubadora Paraná Criativo, com sede na capital, é, além de um escritório público estadual de atendimento, uma política de fomento ao desenvolvimento sustentável a partir da economia criativa. Fruto de um convênio entre o Ministério da Cultura (MinC) e a Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (SEEC), a Incubadora Paraná Criativo faz parte da Rede de Incubadoras Brasil Criativo, coordenada pelo MinC, e está alinhada ao Programa de Economia Criativa do Paraná e ao Plano Estadual de Cultura. O plano Brasil Criativo existe desde 2011 e é conduzido pela Rede de Incubadoras junto a outros 13 estados, que também têm suas sedes em suas capitais, com exceção do Amazonas, que abriga sua sede Amazonas Indígena Criativa em Parintins. As outras incubadoras são: Acre Criativo, Bahia Criativa, BSB Criativa (DF), Ceará Criativo, Goiás Criativo, Mato Grosso Criativo, Minas Criativa, Pará Criativo, Pernambuco Criativo, RS Criativo, Rio Criativo e Rio Grande do Norte Criativo. Toda incubadora tem, conforme instruções do MinC, a função de desenvolver o programa pautado em demandas locais. A partir desse diagnóstico, construído pela equipe Paraná Criativo em conjunto com a equipe da Secretaria de Economia Criativa do MinC e consultores especialistas, chegou-se ao seguinte formato: 1. A Incubadora Paraná Criativo é uma política pública de desenvolvimento a partir da Economia Criativa. Ela tem como objetivo apoiar a geração e a qualificação de profissionais e empreendimentos criativos e contribuir para a identificação e fortalecimento dos setores criativos do Estado. 2. A equipe será formada por um gestor do projeto, por coordenadores de empreendedorismo e inovação, coordenadores de articulação e formação, além de apoio técnico, instrutores e consultores nas áreas de design, comunicação, marketing, finanças e direito. 3. Público-alvo: • Artistas, produtores e técnicos que atuam como profissionais autônomos ou em coletivos; • Microempreendedores individuais (MEI) e micro e pequenas empresas que atuam ou desejam atuar nos setores criativos; • Cooperativas, ONGs e entidades de classe que atuam nos setores criativos; • Empresas distribuidoras de produtos criativos; • Gestores públicos da área de cultura e desenvolvimento territorial. 4. 5. A Incubadora Paraná Criativo tem como missão implementar ações que visem a formação em gestão empresarial e a qualificação de profissionais e empreendedores do campo da Economia Criativa. Para isso, será realizada uma série de atividades formativas (seminários, cursos, oficinas, palestras, assessorias técnicas, consultorias, atividades lúdicas e culturais, entre outras), com metodologias adequadas à linguagem do público-alvo e às demandas dos setores criativos. As atividades serão desenvolvidas na sede da Incubadora em Curitiba e em diversas localidades do Estado, com o propósito de expandir o atendimento aos profissionais e empreendedores criativos do Paraná. Sua sede será a Casa João Turin, localizada no centro histórico de Curitiba. O espaço contará com 2 auditórios, balcão de atendimento e espaço de coworking público (com 20 estações de trabalho, copa e salas de reunião). QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR NESTA CARTILHA POR QUE ESTAMOS FALANDO DE ECONOMIA CRIATIVA? COMO E POR QUE TUDO ISSO COMEÇOU? MAS O QUE É ECONOMIA CRIATIVA, AFINAL? QUEM ESTÁ ENVOLVIDO? QUEM FAZ ECONOMIA CRIATIVA NO PARANÁ? O QUE É O PROGRAMA PARANÁ CRIATIVO? COMO CONSTRUIR UM TERRENO FÉRTIL PARA QUE A ECONOMIA CRIATIVA PROSPERE NAS CIDADES E MELHORE A VIDA DAS PESSOAS? NOSSAS REFERÊNCIAS. POR QUE ESTAMOS FALANDO DE ECONOMIA CRIATIVA? Antes de começar, vamos abrir bem os sentidos e perceber como o mundo está mudando muito rápido? Observamos mudanças profundas na maneira de criar e produzir, comercializar e consumir. Vemos mudanças no modo de pensar, de se comportar e em relação a praticamente tudo o que fazemos e em todas as áreas. Por exemplo, nunca estivemos tão conectados como hoje em dia! Somos mais de três bilhões de pessoas com acesso à internet no mundo, cerca de 40% da população mundial. Usamos o celular mais para nos conectarmos às redes sociais, fotografar e comprar do que para falar com alguém, segundo dados da União Internacional de Telecomunicações (UTI), Agência do Sistema Nações Unidas dedicada às Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). A internet não é a razão de todas as mudanças, claro, mas ela afeta o nosso comportamento e os negócios, de modo geral. Ela nos dá a real percepção do mundo em rede. E não é apenas isso. Quando olhamos para o Brasil vemos um território imenso e rico em diversidade cultural e ambiental. Estudos apontam que, daqui a 15 anos, teremos mais idosos do que jovens no país, ou seja, um contingente de pessoas cheias de habilidades e experiências. Nunca tivemos uma população jovem e apta a trabalhar tão numerosa como atualmente – não só no Brasil, mas no mundo todo. E jamais tivemos tamanha facilidade de acesso à informação, conhecimento e ferramentas, praticamente de graça. É evidente que cada vez mais as pessoas têm manifestado desejo por mudanças políticas e de organização da vida em sociedade, como o comércio justo e solidário, e por um modelo de educação inovador e mais adaptável ao nosso tempo. Ao mesmo tempo, ainda há uma enorme diferença entre ricos e pobres no mundo, intermináveis problemas de moradia, saúde, emprego, educação, cidadania e direitos humanos. O planeta sofre com sérios problemas ambientais (como o desmatamento) e com alterações químicas dos oceanos; pessoas sofrem com a má distribuição de alimentos, doenças epidêmicas, falta de água potável... Muito em razão de como o consumo tem sido feito, ambientalistas e estudiosos nos alertam o tempo todo que a natureza não é mais capaz de suportar tudo o que descartamos, para citar apenas alguns exemplos. São desafios e também oportunidades com as quais temos de lidar em um mundo rico em diversidade cultural e cheio de possibilidades. Se olharmos bem, temos a possibilidade de criar o mundo que queremos para nós. Mas que mundo queremos para nós? Quando temos a clareza da nossa intenção e do que queremos criar, uma ideia original pode fazer toda a diferença! Pois o que diferencia uma possibilidade a ser criada de outra possibilidade diferente é uma ideia! E as ideias vêm da capacidade humana de sermos criativos. Quando transformamos uma ideia criativa e singular em algo real e útil, quando contamos a história de uma marca ou promovemos uma manifestação cultural de valor, estamos dizendo que um recurso intangível (a ideia) se transformou em valor para alguém em uma determinada situação – e a isso podemos chamar de economia criativa. E o que é que nós, brasileiros, temos de sobra? Brasilidade, criatividade, conhecimento, saberes ancestrais e culturais que, de repente, podem se transformar em uma fonte principal de renda. Quando encaramos a economia criativa de forma ampla, vamos rumo à inovação não apenas de produtos, mas dos processos, ou seja, criamos ideias para mudar a maneira de fazer as coisas, com a inovação de inteligência, de educação, de empreendedorismo. Esse tipo de inovação nos convida, em nossas atividades, a valorizar os talentos locais, a revelar a singularidade de saberes e fazeres tradicionais e atuais, e a preservar as riquezas que temos como fonte inesgotável. Dessa maneira, é possível impulsionar os setores como um todo e experimentar e criar oportunidades que se abrem com o uso da tecnologia como forma de interação entre as pessoas, para que elas gerem, por exemplo, negócios sociais, compartilhamento e colaboração. Ela convida a todos a buscar alternativas criativas para solucionar problemas reais nas cidades. Ela nos incentiva a experimentar ferramentas necessárias para revelar os nossos talentos, habilidades e intenções para podermos criar e gerir projetos e modelos de negócios inovadores baseados em propósitos e valores. E é isso que a Incubadora Paraná Criativo quer te ajudar a fazer: identificar sua intenção de empreender e os seus recursos, desenvolvê-los e transformá-los em negócio. COMO E POR QUE TUDO ISSO COMEÇOU? O impulso criativo é uma capacidade humana que todos nós temos e podemos melhorar, desde sempre! Pelo menos nos últimos 20 anos, um dos assuntos mais discutidos no mundo é o conceito de economia criativa. Essas duas décadas coincidem com um período de aumento histórico da conectividade e com o início de um debate importante entre os estudiosos para compreender melhor a sociedade em rede, o que a internet tem causado no nosso cérebro e, consequentemente, no nosso comportamento, de forma geral. Entretanto, sabemos que a cultura, compreendida a partir das nossas manifestações e diferentes formas de apresentação dos nossos saberes e fazeres, é o nosso bem maior. De modo geral, uma importante discussão já estava acontecendo acerca da cultura como fonte de desenvolvimento no mundo. E desde os anos 1970 já havia a necessidade de conhecer e medir o setor cultural, como aconteceu na França nessa época – o primeiro país a incluir a cultura no plano nacional de metas; em seguida outros países-membros da UNESCO começaram a incorporar e a revelar a cultura como estratégia de desenvolvimento econômico e social de um país. Primeiro surgiu o termo “indústria criativa” que aparece no programa de governo Creative Nation (Nação Criativa) do Ministério da Cultura da Austrália, em 1994. Este programa foi uma estratégia nacional para melhorar a atuação do governo no desenvolvimento cultural do país e para manter e desenvolver a cultura australiana em nível nacional e internacional, dentre outros objetivos. Outro exemplo foi a criação pelo governo do Canadá, em 1997, da Cidade Multimídia, um projeto que revitalizou edifícios industriais antigos e os transformou em ambientes de criação, produção, distribuição e formação de profissionais para o desenvolvimento de videogames, atraiu empresas, reuniu profissionais e competências. A partir daí o país passou a ser o maior produtor mundial de jogos depois do Japão e dos Estados Unidos. No final dos anos 1990, técnicos do Departamento de Cultura, Mídia e Esportes (DCMS) do Reino Unido fizeram o primeiro mapeamento que reunia os números e estudos sobre a contribuição das atividades criativas no crescimento da riqueza gerada no país. Naquele momento, as indústrias criativas foram identificadas como “indústrias que têm sua origem na criatividade, habilidade e talento individuais e que apresentam um potencial para a criação de riqueza e empregos por meio da geração e exploração de propriedade intelectual”. Ou seja, eles perceberam que mais e mais pessoas se interessavam por atividades relacionadas à criatividade e à cultura e que estas atividades estavam crescendo. Além de aumentar e ganhar relevância, as atividades criativas mostravam capacidade de abrir novas oportunidades de emprego. Isso motivou o Governo do Reino Unido a criar um plano de apoio e desenvolvimento de setores, por exemplo, arquitetura, artesanato, cinema, jogos digitais e softwares, publicidade, design, moda, música e audiovisual, TV e rádio. E o setor continua crescendo! Entre 2013 e 2014, o DCMS mapeou que os empregos nas áreas criativas aumentaram 5,5% em comparação com o restante da economia do Reino Unido, que cresceu 2,1%. De maneira geral, podemos afirmar que o conceito de “indústria criativa” foi inspirado na observação da força da indústria do entretenimento no mundo, essencialmente nos Estados Unidos e no Canadá. Um dos exemplos mais espetaculares é do início dos anos 1980, no Canadá. Um pequeno grupo de teatro de rua chamado Les Échassiers de Baie-Saint-Paul organizou um grande evento para o encontro de artistas de rua do mundo todo, com o objetivo de trocar experiências, aprender e ensinar novas técnicas e alegrar as ruas da cidade durante alguns dias. Essa experiência motivou o grupo a ousar mais e realizar o que parecia impossível para todos na época: criar uma companhia de circo do Québec que representasse o país e que levasse o nome da região em apresentações mundiais. Nascia a renomada companhia circense Cirque du Soleil. Isso também abriu espaço para outros estudiosos assumirem uma postura crítica e questionarem se a economia criativa era realmente uma fonte de riqueza ou não. Pesquisadores ainda discutem sobre como medir e fazer aparecer na prática os benefícios que se anunciam, além de nos estimularem a perguntar coisas como: “como preservar a identidade cultural de uma comunidade?”, “como proteger o patrimônio histórico com criatividade e gerando valor?”, “como garantir acesso a bens culturais para as pessoas ao mesmo tempo que fomentamos as atividades criativas?”. Mais do que voltar-se para o crescimento de setores isoladamente, nos últimos anos, os países se perguntavam sobre como o conhecimento, a criatividade e a tecnologia gerados pelas pessoas podiam se tornar um motor de uma nova economia que despontava no mundo: a economia criativa. A economia criativa tem sido observada com destaque e tem sido foco de discussões de instituições internacionais como o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e a UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento), sendo considerada um eixo estratégico para países em desenvolvimento. A UNESCO reconhece que, além de criar empregos, “a economia criativa contribui para o bem-estar das comunidades, autoestima dos indivíduos e qualidade de vida”. O PNUD afirma que “a cultura capacita as pessoas a tomar posse de seu próprio desenvolvimento e estimula a inovação e a criatividade que podem impulsionar o crescimento inclusivo e sustentável”. No Brasil, também já havia esforços em organizar os indicadores de atividades relacionadas ao setor cultural pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Ministério da Cultura, como o estudo sobre o Sistema de Informações e Indicadores Culturais 2003-2005 do IBGE, entre outros. É evidente a força da economia gerada pelas festas populares, carnavais e produções musicais em todo o território nacional que movimentam um enorme conjunto de mestres populares, artesãos, artistas e profissionais que se dedicam a contar histórias e mitos nacionais nas festas brasileiras. É um conjunto potente de atividades que impulsiona outros setores, como a moda, o cinema, o turismo, a gastronomia. No Brasil, começamos a falar sobre economia criativa há 11 anos, em 2004, durante a 11ª Conferência da Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (XI UNCTAD) que aconteceu em São Paulo. Em seguida veio o Fórum Internacional das Indústrias Criativas de Salvador, em 2005. Naquele momento o assunto sensibilizou líderes políticos e semeou futuras ações e políticas nacionais que surgiriam em 2011, abraçadas pelo Ministério da Cultura (MinC). Naquele ano, foi criada a Secretaria de Economia Criativa e o Plano da Secretaria de Economia Criativa – Políticas, Diretrizes e Ações (2011-2014), conduzido pela então Secretária de Economia Criativa Cláudia Leitão. Naquele momento se anunciava a vontade de aproximar o Brasil, cada vez mais, não de um conceito copiado de outros países, mas de uma compreensão de uma economia criativa brasileira que tivesse como base o nosso patrimônio e a nossa diversidade cultural e que valorizasse as nossas riquezas naturais e a melhoria de vida das pessoas, comunidades e cidades. Aqui no Paraná nós lançamos esta semente no Seminário de Economia Criativa realizado pela SEEC em 2011. E agora queremos fazer prosperar os setores criativos para uma economia criativa que seja sustentável, ética e que contribua para o restante da economia do Estado e para o desenvolvimento da região e do Brasil. Ficamos cada vez mais perto de uma percepção ampla de que, independente do termo utilizado, estão mudando os padrões de conhecer, revelar e fazer circular tudo o que é gerado pelas pessoas, desde alimentos e energia até novas formas de propriedade e de compartilhamento, novas formas de interação das pessoas em rede que fazem emergir uma série de formas de organização diferentes daquelas com as quais estávamos acostumados. São novas economias surgindo: a criativa, compartilhada, colaborativa e multimoedas, como nos ensinou a especialista Lala Deheizelin. VOCÊ ACHA QUE ISTO É POSSÍVEL? ENTÃO VEM COM A GENTE! MAS O QUE É ECONOMIA CRIATIVA, AFINAL? O conceito de economia criativa é interpretado de maneiras distintas em países de contextos culturais, sociais e econômicos diferentes. Enquanto na Europa a economia criativa é, em geral, associada a uma estratégia de marca nacional, nos Estados Unidos o termo “indústrias criativas” é mais lembrado quando se fala do conjunto de atividades e setores de entretenimento. Já na Nova Zelândia a economia criativa tem o foco voltado à estratégia de impulsionar a inovação nas indústrias de biotecnologia, tecnologias de informação e comunicação (TICs) e produção de cinema e design; enquanto a Colômbia opta por uma política de economia criativa voltada para a criação de novos modelos de negócios que favoreçam e facilitem a circulação legal de conteúdos criativos no mundo digital, além de outras prioridades que privilegiam a melhor distribuição de produtos culturais colombianos pelo próprio país e para o resto do mundo. Por ser relativamente nova, até mesmo nos países desenvolvidos, não há uma única compreensão sobre o que é economia criativa. Ela pode ser compreendida em suas diferentes abordagens: economia criativa, indústrias criativas, territórios e cidades criativas e classe criativa, partindo da perspectiva de cada local para entender o perfil dos profissionais. Quando olhamos para a economia criativa pelo viés das indústrias criativas observamos como têm sido realizadas as atividades criativas e expressões culturais (artesanato, arte e festas populares), digital (jogos, aplicativos e startups), editoração, design, audiovisual, publicidade, moda, música, arquitetura, comunicação (TV e rádio). O termo “indústrias” quer dizer que estamos considerando esses setores fazendo parte de uma cadeia de produção, como funcionam na indústria de transformação de matéria-prima tradicional baseada em linhas de produção e montagem, como uma fábrica de sapatos, máquinas, carros, geladeiras, móveis, alimentos processados, eletrônicos. Em relação aos grandes setores econômicos (agricultura, indústria e serviços), a economia criativa pode se relacionar com todos eles. Entretanto, em geral, as atividades criativas estão mais relacionadas ao setor de serviços do que ao setor da indústria de transformação. Na indústria de transformação de uma matéria-prima em produto, a parte do processo mais relacionada à criatividade é durante a criação e o desenho, aderindo valor aos produtos. No setor de serviços há evidências de que as indústrias criativas têm se profissionalizado mais e melhor. E elas têm ganhado importância e impacto na economia como um todo, pois criam diferenciação quando entram em contato com atividades tradicionais, a exemplo do artesanato quando encontra a moda. Segundo o mapeamento das indústrias criativas da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), “a classe criativa está presente em quase todos os setores econômicos, o que ratifica a importância e a geração de valor obtida através de um diferencial criativo. Basta dizer que apenas um em cada cinco desses profissionais (19,4%) atua de fato em empresas criativas puras [ambientes profissionais exclusivamente criativos, como agências de publicidade, escritórios de design, produtoras de conteúdo audiovisual, entre outros], logo, quase 80% da classe criativa encontra-se em outros setores”. O SEBRAE (2011), por exemplo, reconhece e define as indústrias criativas como “modelos de negócio ou gestão que se originam em atividades, produtos ou serviços desenvolvidos a partir do conhecimento, criatividade ou capital intelectual de indivíduos visando à geração de trabalho e renda. Diferentemente da economia tradicional, de manufatura, agricultura e comércio, a economia criativa, essencialmente, foca no potencial individual, na imaginação e na capacidade intelectual para o desenvolvimento de algo que gere renda. Grande parte dessas atividades vem do setor de cultura, moda, design, música e artesanato. Outra parte é oriunda do setor de tecnologia e inovação, como o desenvolvimento de softwares, jogos eletrônicos e aparelhos de celular.” O estudo pioneiro no Brasil sobre os números das indústrias criativas é conduzido e atualizado pela FIRJAN, que iniciou um processo para divulgar para a sociedade os setores da economia criativa no Brasil. Entretanto, além de olhar para as indústrias criativas, o MinC defende uma economia criativa a partir dos princípios da inclusão social, sustentabilidade, inovação, diversidade cultural. Portanto, a Incubadora Paraná Criativo não poderia adotar outro senão o conceito adotado pelo MinC do Brasil. Assim, escapamos de qualquer conceito externo que não atenda as nossas especificidades e características únicas de brasileiros e paranaenses. Chegouse então à seguinte definição sobre os setores de economia criativa: “aqueles cujas atividades produtivas têm como processo principal um ato criativo gerador de um produto, bem ou serviço, cuja dimensão simbólica é determinante de seu valor, resultando em produção de riqueza cultural, econômica e social”. O MinC considera que “(...) setores criativos vão além dos setores denominados como tipicamente culturais, ligados à produção artístico-cultural (música, dança, teatro, ópera, circo, pintura, fotografia, cinema), compreendendo outras expressões ou atividades relacionadas às novas mídias, à indústria de conteúdos, ao design, à arquitetura, entre outros”, como mostra a figura ao lado do Plano da Secretaria de Economia Criativa. Os setores criativos variam desde atividades consolidadas de saberes e fazeres tradicionais e patrimônio cultural (como artesanato e festividades culturais), até atividades mais tecnológicas e mais voltadas a novos modelos de negócios digitais (como artes digitais e jogos), pesquisa e desenvolvimento e novas mídias. Não podemos esquecer de olhar para a interação desses setores com a gastronomia e o turismo, por exemplo, ou como se manifesta o impacto do design em todos os setores econômicos. ESCOPO DOS SETORES CRIATIVOS MINISTÉRIO DA CULTURA (2011) O importante é que nós, assim como o MinC, temos a concepção de economia criativa ampla e integrada à economia da cultura, voltando-nos cada vez mais à cultura e desenvolvimento. É possível que no Brasil ela não tenha que se chamar apenas economia criativa, mas uma “nova economia brasileira”! Estamos falando de expressões dessa nova economia em pleno desenvolvimento no Brasil: economia da cultura, economia criativa, economia compartilhada, economia solidária, economia colaborativa, economia multimoedas, economia familiar... Essa nova economia considera um mundo de possibilidades que aparecem da interação e da conectividade das pessoas em rede; ela aparece a partir da capacidade que temos de gerar negócios e impulsionar os outros setores da economia como um todo no Estado e no país a partir da nossa criatividade e da nossa diversidade cultural. Podemos dizer que os principais insumos (ou matérias-primas) da economia criativa são os recursos intangíveis de uma sociedade. Recursos intangíveis é tudo aquilo que a sociedade tem de particular (seja em uma atividade específica, uma comunidade, um bairro ou cidade); o que ela tem de qualidade é um recurso, como ela manifesta a sua identidade é um recurso, o diferencial do seu trabalho é um recurso, o autêntico de um lugar pode igualmente ser um recurso para gerar interações entre as pessoas, trabalho, emprego, renda e melhoria de vida. Por ser a economia do intangível a economia criativa tem uma dinâmica diferente da economia tradicional. O estudioso Ladislau Dowbor explica os intangíveis dizendo: “é possível transportar um container de sapatos, mas não é possível transportar um container de saúde, educação ou cultura”. Imagine o serviço de um arquiteto. O trabalho do arquiteto tem uma base estética, ele trabalha com a harmonia das formas, das cores, da iluminação, dos espaços. Mas não é só isso. No processo de criação do arquiteto, ele transmite no projeto a sua criatividade, a sua subjetividade, os seus valores e as suas referências pessoais e profissionais colecionadaas ao longo da sua vida. Ao mesmo tempo, ele capta as preferências do cliente, sua subjetividade e sensibilidade, aspectos sobre a necessidade e a utilização dos espaços, sua satisfação, experiências e história de vida. Ou seja, são recursos intangíveis que são levados em conta no trabalho dele. O próprio conhecimento e criatividade do arquiteto e tudo o que emerge de suas interações com outras pessoas, de outras competências, é um recurso intangível de uma cidade onde ele está, pois pode ser “matéria-prima” de projetos para a melhoria de uma comunidade, por exemplo. Sempre foi assim? Não. Digamos que essa ideia sobre os intangíveis é mais disseminada de alguns anos para cá. Desde o final dos anos 1990 constata-se um significativo aumento na procura por produtos diferenciados, diversos e autênticos, feitos com arte e talentos da região. Hoje, a percepção é de que estamos vivendo em uma transição que deixa de dar valor apenas ao material, concreto e tangível (uma cadeira, um carro, um poço de petróleo) e passa a dar valor também ao intangível, imaterial e simbólico (o processo de design da cadeira, formas de compartilhamento do mesmo carro, novas formas de geração de energia limpa). Portanto, há uma dimensão econômica bastante vinculada à qualidade que as pessoas percebem nas coisas e aos atributos e valores intangíveis que se destacam em razão da sociedade mostrar interesse por consumir o que faz sentido, e não somente o lado prático e utilitário de produtos e serviços. As pessoas manifestam que querem também o lado singular, original, criativo, buscando atender necessidades mais profundas e de valor agregado cada vez maior, como a experiência, a mobilidade e a emoção. A especialista em economia criativa, sustentabilidade e futuros Lala Deheinzelin trabalha as dimensões das novas economias e sustenta que “os recursos intangíveis são os únicos recursos que não se esgotam, mas se renovam e multiplicam com o uso, são estratégicos para a sustentabilidade do planeta, e consequentemente das empresas e do país também”. É por essa razão que dizemos que a economia criativa é a economia que advém dos intangíveis, do que é autêntico, das singularidades de alguma coisa ou atividade. Pensados como matériasprimas, os recursos intangíveis têm potencial estratégico de gerar valor e competitividade a produtos, serviços, novos modelos de negócios e tecnologias sociais, ou seja, novas formas de interação entre as pessoas. Não é à toa que cultura, criatividade e conhecimento passaram a ser intangíveis, considerados e reconhecidos pela Organização das Nações Unidas como fatores de desenvolvimento econômico e social de comunidades, cidades e países. QUEM ESTÁ ENVOLVIDO? QUEM FAZ ECONOMIA CRIATIVA NO PARANÁ? Depois de entendermos que nós integramos a sociedade em rede, podemos reconhecer que, de alguma maneira, todos nós estamos envolvidos na dinâmica da nova economia mais conectada, mais colaborativa e mais distribuída do que concentrada. Mas ainda não é possível medir a produção dessa nova economia como um todo. Todos nós estamos em fase de aprendizado de como essa nova dinâmica funciona. O que temos são dados de emprego e número de estabelecimentos formais em um mapeamento pioneiro dos segmentos criativos que é realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) desde 2008. O último relatório da FIRJAN de 2014, com a base de dados de 2013, mostra que temos setores de destaque como tecnologias, mídias, cultura, publicidade, arquitetura, design e moda. Entre 2004 e 2013, ou seja, em uma década, o número de empreendimentos considerados dos setores criativos, mapeados pela FIRJAN, cresceu 69%, quase o dobro do crescimento dos empreendimentos de forma geral no país. O design foi o segundo setor que mais cresceu no período: mais que dobrou o número de trabalhadores com carteira assinada (104%), setor importante na diferenciação de produtos e marcas. O primeiro foi o segmento da publicidade, que triplicou o número de profissionais no mercado com um aumento de 238% em 10 anos. O estudo mostra que a área da cultura avançou 43% nos segmentos estudados, com relevância para patrimônio e artes que cresceu 60%, e música, também 60%. De acordo com a FIRJAN, os trabalhadores dessas áreas somam apenas 7% de todas as indústrias criativas e, na maioria dos casos, a contratação desses profissionais é feita por meio de empresa própria, de maneira informal ou como autônomos, e não com assinatura de carteira de trabalho. Os empreendimentos criativos não param de crescer e de aparecer. De acordo com a organização internacional Endeavor, uma pesquisa recente, feita em 2014, mostrou que a percepção é a de que “há um clima geral favorável ao empreendedorismo e uma visão positiva do empreendedor”. No Brasil, 61% dos entrevistados na pesquisa declararam ter planos para abrir um negócio nos próximos cinco anos, e 82% deles acreditam que o desenvolvimento do Brasil depende muito da iniciativa empreendedora das pessoas. Há também uma certa “digitalização” dos modelos de negócios, ou seja, certa adaptação de negócios físicos a ambientes e plataformas como celulares e internet. O Paraná não fica para atrás! Temos empreendedores criativos em todos os seguimentos que estão sendo vistos e premiados. O Paraná ocupa a 6ª posição no ranking dos estados mais criativos do Brasil, com uma participação de 1,6% do PIB Criativo do Brasil. Entre os primeiros estão Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Segundo a FIRJAN, o segmento de maior representatividade na indústria no Paraná e no sul do Brasil é o design, com participação de 16% em Santa Catarina, 13% no Rio Grande do Sul e 13% também no Paraná. Aqui, segmentos de software, moda, artes, cultura e música crescem rapidamente. O turismo melhora com a profusão de artes e espetáculos relacionados a eventos, festivais de teatro, música, moda. E, mais recentemente, novos empreendimentos criativos aparecem com apostas inusitadas de modelos de negócios em todas as áreas. O Paraná destaca-se não apenas no design, mas também em muitas atividades que complementam segmentos do teatro, moda, audiovisual e música. Excelentes músicos, cineastas e artistas visuais premiados, arquitetos e estilistas autorais de destaque. Há modelos de base tecnológica, as startups, escolas criativas sobre tudo-e-um-pouco, ambientes multifuncionais e multidisciplinares como espaços compartilhados de trabalhos ou coworkings; espaços de experimentação e cocriação de produtos, processos e serviços, como os labs e as Casas Abertas de Curitiba, que estão em pleno aprendizado e desenvolvimento. São centenas de exemplos de empreendimentos e iniciativas culturais e criativas reais. São milhares de endereços na internet que se transformam em plataformas de trocas de conhecimento e informação para além da rede. Para exemplificar, vamos mostrar alguns empreendimentos e artistas que podem ajudar a sintetizar o que estamos falando: HEROINA | Alexandre Linhares http://www.h-al.com/ Valor gerado pela criatividade e consciência ecológica da marca de roupa HEROINA. O estilista Alexandre Linhares imprime na roupa e na marca a capacidade das pessoas de se mobilizarem por uma causa, proporcionando seu empoderamento a partir da conscientização sobre o modo de consumo; ele é capaz de gerar impacto no ambiente natural e movimentar o comércio justo e solidário; capaz de levantar bandeiras contra o preconceito que gera distanciamento entre as pessoas pois suas relações e parcerias primam pelo afeto e o amor que devem prevalecer. Suas coleções representam atitudes e atraem pelo caráter genuíno e criativo, além de valorizar suas relações com as pessoas que ele veste e suas histórias. Em uma de suas ações, a marca reutilizou 225 kg de retalhos de uma lycra resistente de alta qualidade que iria para o lixo (composição 15% elastano e 85% poliamida), material que demoraria pelo menos 400 anos para se decompor na natureza. Durante 3 meses de trabalho, nas mãos de Alexandre e Thifany este material rendeu 90 m de tecido resistente e único, avaliado em R$ 14.265,00. DON JOEY RIGHT ROW http://hiphoprightrow.blogspot.com.br Ativista cultural que movimenta a cena de eventos de acesso livre à comunidade. Desde 1996 é MC e DJ e arrisca-se como B.Boy e grafiteiro. Em 2011 começa a fazer produção de eventos de Hip Hop na periferia da capital paranaense, como o projeto itinerante Caravana Cultura da Periferia ao Centro, e o projeto Encontro de Cultura de Rua pela Paz (RAPPAZ), que promove a conscientização sobre as drogas. Também abre espaço para artistas da Arte Urbana e Cultura de Rua, como o Rap, o Grafitti e campeonatos de Break, Skate e Street-Ball, além de participar de ações culturais diversas. Acredita na força de projetos como esse para dar a todos oportunidade de acesso à cultura de rua como instrumento público de lazer e conscientização. Ele visita escolas e sempre é chamado para falar com professores e alunos sobre a história e cultura de raiz afro-brasileira. Considera muito importante “um ciclo social onde se pode conhecer as pessoas de diferentes regiões e costumes para construir uma vida consciente de quem somos, em harmonia com amigos, familiares, e ser feliz”. ENCONTRE UM NERD | Assistência Simplificada https://encontreumnerd.com.br/ Plataforma que encontra um técnico de informática perto da sua casa. Já são mais de 4 mil pessoas cadastradas que prestam serviço rápido e profissional a domicílio ou onde o cliente solicitar. O preço é fixo e a empresa prima pelo atendimento eficiente e rápido. Transparência, comodidade e qualificação dos profissionais são princípios defendidos pelo empreendimento. ADILSON FARIAS |Ilustrador http://ailustra.blogspot.com.br/ Talentoso ilustrador que trabalha profissionalmente desde 1998. Tem paixão por trabalhar com o que gosta desde criança e é movido pela necessidade de melhoria contínua como artista e profissional. Consciente de seu papel, Adilson acredita ser importante que os ilustradores mantenham a sua particularidade, o seu estilo visual e muito profissionalismo, aprendendo e se desenvolvendo sempre. É assim que ele acredita que pode fazer alguma diferença na sociedade em que vivemos. O reconhecimento, para ele, vem com a qualidade. Trabalha com diversas editoras nacionais com literatura infantil, livros didáticos e revistas. Também gosta de aquarela e já ilustrou textos de renomados autores brasileiros, como Monteiro Lobato, Ruth Rocha, Ana Maria Machado e Pedro Bandeira. Em suas ilustrações procura transmitir emoção, sinceridade e um pouco de si mesmo em cada projeto. SARAU POPULAR http://www.fundacaoculturaldecuritiba.com.br/ agenda/sarau-popular/ Projeto idealizado pela Fundação Cultural de Curitiba desde 2014 que realiza encontros de diversas formas de expressão nos bairros da cidade. Em encontros informais, são reunidas manifestações como a poesia, o circo, a fotografia e shows musicais de pop, MPB, rap, brega, sertanejo, música caipira e outras expressões artísticas. O encontro se transforma em uma grande festa de trocas entre artistas e o púlbico, das quais acabam emergindo coletivos e outros encontros e ações, como o grupo de escritores populares Escribas de Rua. GISELE ALMEIDA www.giselealmeida.net HÉLIO LEITES | Artista Artista reconhecido e muito amado pelos paranaenses, Hélio Leites junta humor e irreverência em suas composições e histórias, que cria com suas miniaturas espetaculares. Suas criações ganham alma quando ele junta materiais que seriam descartados, como caixas de fósforos, palitos, botas e latas velhas, alfinetes, botões, de maneira a dar um sentido surpreendente a eles. Muitas de suas histórias estão no livro Mínimos, com fotos de Katia Horn, apresentação de Adélia Lopes e execução gráfica de Adriana Alegria. O jornalista e escritor Domingos Pellegrini diz que Hélio Leites é um “demolidor de preconceitos” com sua arte de miniesculturas, reciclando artisticamente com muita ternura o que encontra pela rua. Cantora e compositora de Londrina desde 1999. Muito prestigiada, prima pela música autoral resgatando a atuação de compositores locais e evidenciando a diversidade e a sonoridade da produção musical da cidade. Seu último trabalho intitulado “Conversa de Varanda” foi registrado em formato de web série e está disponível em seu site. CRIATIPOS https://www.facebook.com/criatipos Designers com uma paixão pela caligrafia criativa e trabalho feito à mão. Eles se juntam eventualmente para executar projetos de ilustração e trabalhos tipográficos. Cris, Cyla, Doo e Jack unem trabalho e diversão. NEUROBANCO http://www.unisolbrasil.org.br/2013/07/16/ novo-sistema-monetario-visa-a-inclusao-financeira/ BLIIVE http://bliive.com/ CENTRAL DO ABACAXI Comida como Pretexto: https://www.facebook.com/ centraldoabacaxi?fref=ts DAS NUVENS http://www.dasnuvens.co/ SAMAMBAIA | CASA AIRBNB http://www.abrajanela.com.br/2015/01/08/ te-dou-a-copia-da-chave-da-minha-casa/ http://www.hypeness.com.br/2015/01/minha-casa-ehype-3-a-casa-que-ja-recebeu-pessoas-de-25-paises PEDRO, PASTEL E BESOURO https://www.facebook.com/pedropastelbesouro CHÃ DE JARDIM http://www.engema.org.br/XVIENGEMA/149.pdf https://www.youtube.com/watch?v=LIsYy0U1jcY TEM AÇUCAR http://www.temacucar.com/ ESPAÇO EXCÊNTRICO MAURO ZANATTA https://www.facebook.com/espacoexcentrico HAMBURGUERIA WATAFUCK https://www.facebook.com/wtfhamburgueria PLATAFORMA CURITIBA HONESTA http://www.curitibahonesta.com/ FLEETY https://www.fleety.com.br/ PORTO DIGITAL http://www.portodigital.org/home É impossível citar casos na cidade de Curitiba, no Paraná e no Brasil sem deixar de mencionar tantos outros que são também originais e inovadores. São exemplos que vão desde artistas talentosos a negócios altamente rentáveis; Startups que têm utilizado a internet como plataforma principal, passando por microempreendimentos como a Central do Abacaxi, cozinha itinerante que tem a “comida como pretexto” pelo afeto e encontro entre as pessoas. Podemos falar ainda de inovação em negócios baseados em compartilhamento e colaboração, como uma plataforma na internet de compartilhamento de ferramentas e objetos com os vizinhos, a Tem Açúcar, e dos valores gerados por economia multimoedas, como o banco de tempo Bliive que promove trocas de tempo e habilidades entre as pessoas; o banco comunitário de moeda alternativa, o Neurobanco, que amplia o microcrédito e promove a inclusão financeira. Podemos ver como estão organizados os processos de criação e aprendizado do Das Nuvens - espaço e tempo para visionários, ou a Samambaia, uma das casas mais visitadas da plataforma Airbnb, de aluguel de quartos em casas e apartamentos pelo mundo. Empreendimentos como o Café e Restaurante Quintana, ou o Vaca Louca, café vegetariano em Maringá. Empreendimentos de compartilhamento de carros como a curitibana Fleety. Artistas que abrem suas casas e as transformam em locais de vivências de criação artística e entretenimento, como o Espaço Excêntrico Mauro Zanatta ou A Casa é Sua com arte-educação e projetos comunitários. Tem encontros de artistas como o Criatipos e o Pedro, Pastel e Besouro. O parque tecnológico Porto Digital, que reúne projetos, laboratórios, programas de formação e negócios de inovação tecnológica e economia criativa em Recife. E ainda uma série de projetos voltados à sustentabilidade de comunidades como Chã de Jardim (Areias, PB), Artesanato Nãndeva (Foz do Iguaçu, PR), Projeto Saúde e Alegria em Urucureá (Santarém, PA), Projeto Turma Que Faz (Vila de São Jorge, região da Chapada dos Veadeiros, GO). E tantos outros emergindo em todo o estado do Paraná, no Brasil e pelo mundo. OBJETIVOS DO PARANÁ CRIATIVO A Incubadora Paraná Criativo (IPC) é uma política de cultura que fomenta o desenvolvimento sustentável a partir da economia criativa. O assunto é tratado no Estado desde 2011, com a realização de seminários e oficinas de capacitação na área. O convênio com o Ministério da Cultura consiste na implantação de um escritório público estadual de atendimento e suporte a profissionais e empreendedores que atuam nos setores criativos, por meio da oferta de serviços de consultoria, assessoria técnica e capacitação profissional, entre outros serviços voltados para a qualificação da gestão de projetos e negócios com foco na sustentabilidade de micro e pequenos empreendimentos criativos. O projeto IPC está inserido nas políticas públicas de cultura do Brasil e é parte integrante de uma rede de incubadoras situadas nas unidades federativas do país juntamente com governos estaduais e demais parceiros públicos e privados. METAS DO CONVÊNIO INCUBADORA PARANÁ CRIATIVO: META 1 Adequação do espaço físico: reforma e estruturação da Casa João Turin, onde funcionará a Incubadora Paraná Criativo. META 2 Aquisição de equipamentos e mobiliários que irão compor a estrutura tecnológica e funcional da Sede da Incubadora Paraná Criativo e seu espaço público de coworking. META 3 Gestão do espaço e desenvolvimento de atividades de formação e assessoria para empreendedores culturais e criativos. META 4 Contratação de serviços relacionados ao planejamento estratégico da Incubadora Paraná Criativo. META 5 Elaboração e impressão de material institucional, informativo e de divulgação, como folder, pasta e cartilha. META 6 Despesas com locomoção e hospedagem de consultores, instrutores e palestrantes que prestarão serviços nas áreas formativas. META 7 Despesas administrativas como contratação de serviços de manutenção, aquisição de material de consumo e papelaria. OS PRINCIPAIS OBJETIVOS PRESENTES NO PLANO DE TRABALHO DA IPC SÃO: O PAPEL DA SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA NO CONVÊNIO: • Identificar as principais demandas setoriais e territoriais no campo da economia criativa do Estado; • Disponibilizar e adequar espaço físico próprio para instalação da Incubadora Paraná Criativo; • Promover a capacitação de produtores, gestores, artistas e demais profissionais criativos em competências de gestão e empreendedorismo; • Adquirir e instalar mobiliário e equipamentos; • Integrar, ampliar e qualificar a oferta de capacitação e qualificação profissional do Estado voltada para as competências de gestão e em áreas técnicas das cadeias produtivas dos setores criativos; • Facilitar o acesso a linhas de fomento financeiro (editais e crédito) para profissionais e empreendimentos criativos junto a instituições financeiras; • Contribuir com a formalização de empreendimentos criativos por meio de assessoria técnica a pessoas físicas; • Incentivar o associativismo e o cooperativismo por meio do suporte a redes e coletivos e APLS criativos; • Articular a divulgação, circulação, distribuição e comercialização de bens e serviços de empreendimentos criativos dentro e fora do Estado; • Estimular a troca de experiências, soluções e tecnologias entre empreendimentos criativos; • Disponibilizar informações acerca dos setores criativos no Estado. • Contratar consultorias e assessorias técnicas para implementação do projeto; • Articular e firmar parceiros locais; • Articular e captar recursos financeiros, humanos e materiais junto a parceiros estaduais e municipais, públicos ou privados, para efetivação dos serviços propostos pelo equipamento por meio de acordos de cooperação e convênios com parceiros locais; • Disponibilizar pessoal para atividades de apoio logístico (zeladoria e segurança) e cobrir custos fixos (energia, água e telefone fixo) para funcionamento do equipamento; • Fazer supervisão técnica, administrativa, contábil e fiscal do equipamento; • Desenvolver junto ao MinC plano de sustentabilidade para o funcionamento do equipamento. SERVIÇOS A SEREM OFERECIDOS: CENTRAL DE INFORMAÇÕES • Balcão de atendimento ao público com informação e orientação gerais para os profissionais criativos sobre linhas de fomento disponíveis (editais, prêmios, leis de incentivo e linhas de crédito), oferta de atividades formativas (cursos, seminários, etc.); • Informações e dados sobre os setores criativos (publicações, pesquisas, eventos, exposições, circuitos, festivais, mostras, exposições, feiras, catálogos, sites especializados, rodadas de negócios, lojas, plataformas de comercialização, etc.); • Cadastro de profissionais e de empreendimentos atendidos no escritório localizado na capital ou em ações de atendimento realizadas pelos municípios do Estado. • Elaboração de planos de negócios e planos de marketing voltados para empreendimentos criativos; • Planejamento financeiro e orçamentário; • Gestão de recursos humanos; • Assessoria jurídica (trabalhista, societária, tributária e de direito de propriedade intelectual); • Tecnologias sociais para a formação de coletivos e redes de profissionais criativos e novos modelos de negócios; • Formalização de empreendimentos criativos individuais e coletivos (microempreendedor individual, micro e pequena empresa, cooperativa, associação, etc.); • Articulação com municípios e demais instituições parceiras para apoio técnico de arranjos produtivos locais relacionados aos setores criativos; • Articulação com universidades e outras instituições para o fomento técnico de empreendimentos junto a incubadoras, empresas juniores, etc. FORMAÇÃO PARA PROFISSIONAIS CRIATIVOS SERVIÇOS DE CONSULTORIAS E ASSESSORIAS ESPECIALIZADAS • Serviços dirigidos a profissionais por meio de atendimento personalizado, de acordo com a necessidade de cada um. • Assessoria técnica para desenvolvimento de projetos culturais: Elaboração e prestação de contas de projetos voltados para editais, leis de incentivo e patrocínio direto. CONSULTORIA E ASSESSORIA TÉCNICA EM GESTÃO DE EMPREENDIMENTOS Consultoria para capacitar ou qualificar a gestão de empreendimentos formais e informais. • Desenvolvimento de projetos voltados para microcrédito e outras linhas de crédito; • Promoção de cursos livres, presenciais ou a distância, para a capacitação em competências nas áreas de gestão e em áreas técnicas que dão suporte para as cadeias produtivas dos setores criativos. • Articulação junto ao governo estadual e instituições parceiras para oferta de vagas para profissionais criativos nos cursos de capacitação profissional existentes no Estado. PARCEIROS DA INCUBADORA PARANÁ CRIATIVO: SESC-PR CIFAL/SESI-PR Órgãos municipais de cultura dos municípios do Paraná Rede de Incubadoras Brasil Criativo COMO CONSTRUIR UM TERRENO FÉRTIL PARA QUE A ECONOMIA CRIATIVA PROSPERE NAS CIDADES E MELHORE A VIDA DAS PESSOAS? Para além dos setores criativos, a Incubadora Paraná Criativo quer fortalecer a economia criativa do Paraná como um todo. Quando valorizamos o que é autêntico e singular na maneira como as coisas são feitas, revelamos nelas uma forte relação com o território e a comunidade que as gerou. Negócios, ações, tecnologias, projetos socioculturais ou políticas públicas para as cidades que visem promover e estimular a produção com atributos e qualidades locais é uma das principais capacidades da economia criativa. As primeiras ideias sobre cidades criativas, não necessariamente com esse nome, começaram a surgir em países como Austrália, Reino Unido, Estados Unidos e Canadá por volta de 1960, na mesma época em que começaram as discussões sobre a economia criativa; já os primeiros livros sobre o tema apareceram entre 1995 e 1998. Vários autores vieram na sequência e levantaram a ideia da necessidade de repensar o papel das cidades como únicas e diferenciadas a partir das vocações criativas e culturais, buscando torná-las mais competitivas. Algumas características que tornam as cidades criativas passam a ser compreendidas, como a presença de elementos intangíveis que dão um sentido único ao local, lugares que atraem e mantêm profissionais criativos e espaços públicos que permitem criar ambiente agradável e que facilitam interações e trocas entre as pessoas. Para isso há uma condição: a interação entre o governo, a iniciativa privada e a sociedade civil é fundamental para a realização conjunta de políticas públicas abrangentes que integrem áreas como desenvolvimento econômico, educação, meio ambiente, cultura, turismo, entre outras. A cidade criativa é um espaço em constante transformação onde emergem e vão sendo desenroladas as diversas conexões entre as pessoas, as diferentes maneiras de integração e usos de espaços públicos e de novos negócios. Um processo de incorporação do criativo que aos poucos vai ganhando seus espaços e suas formas. Bons exemplos de cidades que fazem uso da criatividade para serem diferentes, seja em eventos, espaços públicos, produtos, entre outros, podem ser encontrados dentro e fora do Brasil. Começando pelo nosso estado, Paraná, temos os exemplos da capital, Curitiba, que em 2014 recebeu o título de Cidade do Design, entrando para a lista de cidades criativas da UNESCO. Na região dos Campos Gerais, na cidade de Carambeí, o Parque Histórico de Carambeí busca preservar a memória dos pioneiros holandeses na região dos Campos Gerais e divulgar sua cultura. Temos ações da Londrina Criativa que reúne agentes da indústria criativa local e busca criar ambientes para a geração de negócios criativos e sustentáveis, assim como reconhecemos a atração que as artes e a cultura exercem sobre Campo Mourão, Maringá e em outras cidades. Na cidade de Paraty, Rio de Janeiro, a FLIP – Festa Literária de Paraty é um interessante exemplo de como uma pequena cidade histórica pôde trabalhar a sua revitalização urbana de forma sustentável a partir da mobilização da comunidade em torno de um evento de literatura. Desde 2002 a festa ocorre a partir do empoderamento, organização e qualificação da comunidade para a execução de todas as etapas do evento, fazendo com que os ganhos fiquem em Paraty e as transformações se incorporem à cidade. Nossos vizinhos latinos também trazem bons exemplos. É o caso de Medelín, segunda maior cidade da Colômbia, que se destaca por sua transformação de uma cidade tomada pelo narcotráfico na década de 1990 em uma cidade criativa, por meio da educação e da cultura – com a união de governo, sociedade civil, ONGs, universidades e iniciativa privada, foram instalados parquesbibliotecas, o acesso livre a museus foi implementado, o turismo foi incentivado (o que atraiu grandes eventos), entre outras ações que trouxeram mudanças significativas e inovações para a cidade. Como pudemos ver, a cidade criativa é o palco onde a economia criativa acontece. Ela pode ajudar na transformação da qualidade de vida dos cidadãos não somente por meio de incentivo aos setores criativos, mas também ao colaborar com a busca por soluções para os problemas enfrentados, dando oportunidade para que os moradores vivam e descubram a cidade. NOSSAS REFERÊNCIAS • DEHEINZELIN, Lala. Desejável mundo novo: vida sustentável, • Ministério da Cultura, Secretaria da Economia Criativa. Plano da diversa e criativa em 2042. São Paulo: Enthusiasmo Cultural e Secretaria da Economia Criativa – Políticas, Diretrizes e Ações Movimento Crie Futuros, 2012. Disponível em: <http://comunidade. 2011-2014. Disponível em: <http://www.cultura.gov.br/documents/ criefuturos.com/livro-desejavel-mundo-novo-vida-sustentavel- 10913/636523/PLANO+DA+SECRETARIA+DA+ECONOMIA+CRIATIVA/ diversa-e-criativa>. 81dd57b6-e43b-43ec-93cf-2a29be1dd071>. Acesso em: 07 jun. 2015. • DEHEIZELIN, Lala. Economia Criativa e Desenvolvimento: Desafios • OAS (Organization of American States). Culture, common denominator e Oportunidades. São Paulo: Enthusiasmo Cultural e Movimento Crie for development. 18 successful practices. Office of Education and Futuros, 2013. Culture/DHDEC, 2011. Disponível em: <http://www.desarrolloycultura. • Department for Culture, Midia and Sport (DCMS). 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GOVERNO FEDERAL Dilma Vana Rousseff Presidenta Juca Ferreira Ministro da Cultura João Brant Secretário-Executivo Guilherme Varella Secretário de Políticas Culturais Georgia Haddad Nicolau Diretora de Empreendedorismo, Gestão e Inovação GOVERNO ESTADUAL Beto Richa Governador do Estado do Paraná João Luiz Fiani Secretário de Estado da Cultura Jader Alves Diretor-Geral da SEEC Alisson Diniz Coordenador de Comunicação Rita Soliéri Brandt Coordenadora de Design Gráfico APOIO REALIZAÇÃO INCUBADORA PARANÁ CRIATIVO Regina Iorio Responsável Técnica Luci Daros Coordenadora-Geral Aline Nazato Coordenadora de Empreendedorismo e Inovação Luciano Kampf Coordenador de Formação Darli Machado Sant’Anna Coordenadora de Articulação Institucional e Redes MATERIAL GRÁFICO Aline Nazato Giovana Gohr Serenato Patrizia Bittencourt Pereira Redação de texto Maria Helena Fontana Cabral Adonis Projeto Gráfico | SEEC | CDG Karen Lisse Fukushima Coordenadora de Comunicação Marluce Reque Ilustrações | SEEC | CDG Maristela Aparecida Gavelaki Acompanhamento e Prestação de Contas Marjure Kosugi Revisão AGRADECIMENTOS Nós, da equipe Paraná Criativo, agradecemos imensamente a todos os atores envolvidos no projeto da Incubadora no Paraná: à equipe da Secretaria de Estado da Cultura, que nos assessora tecnicamente para que possamos executar o projeto com excelência; aos profissionais que trabalharam na equipe Incubadora Paraná Criativo direta ou indiretamente – servidores, agentes externos e sociedade civil; e aos parceiros institucionais, que estão ao nosso lado compartilhando as alegrias de realizar este trabalho tão importante para o Estado e para os paranaenses. Nosso muito obrigado!