CURSO DE ADMINISTRAÇÃO RECURSOS HUMANOS: ATIVIDADES, PROCESSOS E CONTROLES NECESSÁRIOS PARA IMPLANTAÇÃO ESTRATÉGICA NA EMPRESA LUFTECH FERNANDA SOUZA RABELLO ALVORADA 2013/2 1 CURSO DE ADMINISTRAÇÃO RECURSOS HUMANOS: ATIVIDADES, PROCESSOS E CONTROLES NECESSÁRIOS PARA IMPLANTAÇÃO ESTRATÉGICA NA EMPRESA LUFTECH FERNANDA SOUZA RABELLO Projeto de Pesquisa como requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração pela Faculdade Luterana São Marcos. Professor (a) orientador (a): Aline Ribeiro de Oliveira ALVORADA 2013/2 2 RESUMO A empresa Luftech Soluções Ambientais após passar por períodos de insatisfação dos seus colaboradores, fato que reflete diretamente na produtividade e qualidade de seus produtos e serviços percebeu a necessidade de criar uma área para cuidar das pessoas. Neste sentido, o objetivo do presente artigo é identificar os processos, atividades e controles necessários para a implantação da área de Recursos Humanos como parte da estratégica do negócio. Analisando os dados obtidos é possível identificar oportunidades de melhoria nos fluxos já existentes, assim como a implantação de processos, atividades e controles. Fatores como a falta de uma avaliação de desempenho e um plano de desenvolvimento para os colaboradores, contribuem para que o sentimento de desigualdade esteja presente na Luftech. De acordo com as obras consultadas para elaboração deste artigo, foi possível a identificação de ações que poderão contribuir para que este cenário seja revertido. Tendo como base as necessidades da empresa aqui apresentadas e a pesquisa metodológica, são propostas melhorias a fim de reverter o cenário atual e contribuir indiretamente com o resultado financeiro. Dentre as melhorias sugeridas, é possível citar, alteração no modelo de remuneração e bonificação, inclusão do sistema de avaliação de desempenho semestral, descrição dos cargos e ajustes de salários e desenho dos fluxos de cada processo da área. Palavras Chave: Estruturação. Recursos Humanos. Processos. Atividades. Controles. 1. INTRODUÇÃO A competitividade atualmente é um dos grandes desafios das organizações, sejam elas pequenas médias ou grandes. Para uma empresa tornar-se competitiva é imprescindível a observação de alguns pontos, tais como: a globalização, a lucratividade, o foco no cliente, a capacidade de adaptação, a tecnologia e principalmente a atração, retenção, acompanhamento e desenvolvimento do capital intelectual. Os colaboradores são essenciais para o sucesso da organização. Porém para que a empresa possa influenciar os esforços de seu capital humano de maneira a obter resultados positivos é necessária a utilização das ferramentas de Recursos Humanos (RH). A intensa competição faz com que as empresas valorizem as características pessoais dos colaboradores como força para alavancar seus resultados. Nesse sentido, insere-se a Luftech. Empresa no mercado há 21 anos no ramo de meio ambiente, localizada no Distrito Industrial, em Alvorada. Conta com, aproximadamente 37 colaboradores em âmbito geral, sendo 14 ligados 3 diretamente à produção. Sua missão é “Oferecer soluções ambientais, através de tecnologias mais limpas, que contribuam com o desenvolvimento social, econômico e a preservação ambiental”, tem como visão “Ser reconhecida até o ano de 2016 como referência nacional em soluções ambientais focadas no desenvolvimento sustentável”. Seus valores são: Inovação, Ética, Responsabilidade social, Respeito e Seriedade. Esta empresa, nos últimos anos, vem apresentando necessidade de investir sem seu capital intelectual. Para isto a cerca de nove meses iniciou o processo de implantação da área de Recursos Humanos. Ante o exposto, tendo em conta que a área de Recursos Humanos na Luftech tem suscitado ações gerenciais que auxiliem em sua implantação, é de questionar, a título de problema, quais os processos, atividades e controles são imprescindíveis para a implantação da área de Recursos Humanos como parte da estratégia da organização? Estabelecido o foco do problema sobre as atividades pertinentes a área de Recursos Humanos, o objetivo geral da pesquisa é o de identificar os processos, atividades e controles pertinentes à área. Para tanto, têm-se os seguintes objetivos específicos: a) identificar as atividades, processos e controles existentes relativos à área de recursos humanos; b) descrever as atividades, processos e controles relativos a área de Recursos Humanos, conforme obras existentes; c) identificar os pontos de melhoria na estruturação dos subsistemas de recursos humanos; d) propor ações para implantação da área de recursos humanos como parte estratégica da organização. O tema, a título de delimitação, estará restrito à área de Recursos Humanos. O período a ser avaliado é o de janeiro/2012 a agosto/2013. A área de Recursos Humanos contemporânea possui papel fundamental nas organizações mais desenvolvidas e na estratégia do negócio. Dando suporte tanto aos colaboradores quanto aos administradores, o departamento de RH sofre transformações diariamente. Além de continuar respondendo por questões burocráticas, passa também a ser considerado como estratégico ao negócio, por meio da atração, retenção e desenvolvimento do capital humano que compõe o quadro de colaboradores. O planejamento da área de RH é essencial para a organização, pois o mercado está mais exigente e rigoroso. O desempenho dos colaboradores está ligado diretamente ao nível de produção e padrões de qualidade dos produtos ou serviços ofertados pela empresa, fatores estes que influenciam diretamente aspectos financeiros. Com o desenvolvimento tecnológico cada vez mais avançado para a melhoria de processos e criação de novos produtos o desenvolvimento humano e o alinhamento destes profissionais à estratégia do negócio tornam-se indispensáveis para empresas que desejam tornarem-se competitivas. O mundo corporativo está passando por uma série de mudanças em suas estratégias, em sua cultura, nos processos, nos sistemas e principalmente nos padrões de comportamento e conhecimento de seus colaboradores. Existem cada vez menos profissionais qualificados disponíveis no mercado. Grandes empresas possuem práticas sólidas em Recursos Humanos 4 para a atração e retenção de talentos, obtendo um ganho significativo ao negócio, porém esta realidade não se aplica a maioria das organizações de pequeno porte. Nesse sentido, estando o desempenho dos colaboradores intimamente ligado à motivação e perspectivas de futuro é evidente a importância do tema. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Recursos Humanos Conforme Gil (1994) as relações humanas no trabalho surgiram a partir de um estudo realizado por Elton Mayo (1809 – 1949) que teve inicio em 1927 com o objetivo de identificar o grau de influência da iluminação, acidentes de trabalho, fadiga, fatores psicológicos e sociais na produtividade dos trabalhadores da fábrica Western Electric. Ainda conforme o autor, após este estudo ficou evidente a influência dos fatores psicológicos e sociais na produtividade. Foi a partir de então que as relações humanas no trabalho passaram a ser valorizadas e reconhecidas, principalmente em organizações de maior porte. Para Silva (1999) área de pessoal no Brasil passou a existir a partir de 1930, quando foram criados os sindicatos, Ministério do Trabalho, Institutos de Previdência Social, que deram origem às leis (CLT – Consolidação das Leis do Trabalho). Neste período teve início a Seção de Pessoal, responsável apenas pela parte burocrática, por fazer a empresa cumprir as leis. Não havia a preocupação em desenvolver, integrar e garantir a permanência e bem estar do colaborador. Com o passar do tempo e o avanço da economia, a Seção de Pessoal passou a ser conhecida como Administração de Recursos Humanos. Esta mudança se deu devido a necessidade encontrada pelas empresas em manter seu capital humano integrado em suas atividades, realizando-as com motivação e de maneira produtiva, conforme mostra a figura 1 (FRANCO, 2008): Figura 1: Evolução da área de Recursos Humanos Fonte: Franco (2008, p. 23). 5 2.2 O papel da área de Recursos Humanos A área de Recursos Humanos, conhecida anteriormente também por Departamento Pessoal (DP) ou Seção de Pessoal, ao longo dos anos deixou de desempenhar apenas papéis burocráticos. Além de garantir que a legislação seja cumprida, o RH tornou-se responsável também pela manutenção dos colaboradores e alinhamento dos mesmos aos objetivos do negócio. (SILVA, 1999) Para Gil (1994), a área de Recursos Humanos é responsável pelo aumento da produtividade através da integração do colaborador ao contexto da organização. O autor destaca que: A Administração de Recursos Humanos (...) envolve todas as ações que têm como objetivo a integração do trabalhador no contexto da organização e o aumento de sua produtividade. É, pois, a área que trata de recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, manutenção, controle e avaliação de pessoal. (GIL, 1994, p. 13) Chiavenato (1997) textualiza que a área de recursos humanos é responsável também por intermediar a relação entre os funcionários e organização de maneira que ambos alcancem seus objetivos. Segundo Varella (1998), a área de Recursos Humanos ao longo dos anos assumiu um novo papel para as organizações tornando-se indispensável às mudanças corporativas através do desenvolvimento e envolvimento dos colaboradores, sendo vista com staff a partir de 1970. A tabela 1 ilustra esta transformação: Tabela 1: Transformação da administração de recursos humanos Fonte: Varella (1998, p.16). 6 2.3 Planejamento Estratégico Conforme Certo (2010, p.4), administração estratégica é “um processo contínuo circular que visa manter a organização como um conjunto adequadamente integrado ao seu ambiente”. O autor destaca ainda que, para garantir o sucesso na implementação da estratégia é necessário que sejam seguidas uma série de etapas, como: “análise do ambiente, estabelecimento de diretrizes organizacionais, formulação da estratégia, implementação da estratégia e controle estratégico”. Para Bohlander e Snell (2011), o planejamento estratégico é responsável pelo posicionamento da organização diante de seus concorrentes, pois irá determinar seus objetivos e estratégias de valor e crescimento. “O planejamento estratégico envolve um conjunto de procedimentos para a tomada de decisões sobre os objetivos e estratégias de longo prazo da organização”. (BOHLANDER e SNELL, 2011, p. 44). Mascarenhas (2008, p.31) define estratégia como o conjunto de escolhas imprescindíveis para o sucesso sustentável da organização, “a estratégia pode ser conceituada como uma série de escolhas fundamentais sobre os fins e os meios de uma organização”. 2.3.1 Planejamento Estratégico de RH Conforme Ulrich (1998), para que uma empresa se torne competitiva suas preocupações devem ir além do custo, da tecnologia e das características do produto. Grandes empresas direcionam seus esforços não somente ao produto e custo, mas principalmente à velocidade na entrega, relações com funcionários, fornecedores e clientes, além da agilidade nos processos. Ainda conforme o autor, as organizações que proporcionam aprendizado e se preocupam com o desenvolvimento de seus colaboradores garantem uma produção superior em termos gerais comparando com seus concorrentes. Nesse sentido, o autor cita ainda, a importância dos líderes estarem preparados para agir como defensores dos recursos humanos. Mascarenhas (2008) refere que o planejamento estratégico de pessoas é uma das chaves para o sucesso da organização e para que seja implantando com êxito é necessário que os profissionais de RH utilizem os roteiros prescritivos e processuais, além da implementação e avaliação das estratégias. Para Bohlander e Snell (2011), o papel da área de recursos humanos vem sofrendo alterações desde a década de 1930. Análises realizadas em empresas dos Estados Unidos mostram que quanto mais motivados os colaboradores melhores serão os resultados da empresa, estes estudos ilustram ainda que, a produtividade está ligada diretamente ao ambiente de trabalho, tecnologias disponíveis e habilidades dos colaboradores. Ainda de acordo com o autor, muitas organizações possuem vantagem competitiva por ter as pessoas certas no lugar certo. Porém, para que isto aconteça é necessário que a área de recursos humanos esteja alinhada com a estratégia do negócio. Nesse contexto são apresentados na figura 2 o planejamento estratégico e planejamento de RH, assim como suas importâncias e contribuições. 7 Figura 2: Vinculação do planejamento estratégico e de recursos humanos Fonte: Bohlander e Snell (2011, p.45). Pode-se observar que a área de Recursos Humanos possui papel fundamental na estratégia do negócio, pois somente através do capital humano é que será possível a implantação das ações estratégicas de maneira eficaz e eficiente. Conforme Bohlander e Snell (2011), o planejamento de Recursos Humanos quando implantado de maneira eficaz e eficiente ajudará a aumentar a capacidade de produção com qualidade da organização, mantendo assim sua vantagem competitiva. É importante citar também que para a área de Recursos Humanos se tornar parte integrante na estratégia da organização devem ser definidos indicadores que terão impacto no negócio e realizar acompanhamentos periódicos dos resultados obtidos. (ULRICH, 2000) Ulrich (2000) explica que um estudo realizado pela Society for Human Resource Management (SHRM) e pela CCH Incorporated com 260 empresas demonstrou que alinhadas à estratégia do negócio as práticas de RH possuem grande influência no desempenho financeiro da organização. 2.4 Estrutura de RH Conforme Dessler (2003), a área de Recursos Humanos ao longo dos anos deixou de ser o “departamento de recursos humanos” e se transformou em “administração de recursos humanos”, tendo grande contribuição com a produtividade dos colaboradores e como consequência um excelente retorno financeiro para a organização. 8 Chiavenato (2004) textualiza a importância da estrutura de RH para obter os resultados desejados pela organização, como pode ser observado na figura 3: Figura 3: Modelo de diagnóstico de RH. Fonte: Chiavenato (2004, p.496). Neste sentido Varella (1998) textualiza que tradicionalmente a área de recursos humanos é responsável pelo recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento, relações trabalhistas e negociações, administração de cargos e salários, legislação trabalhista, comunicação aos empregados e serviços assistenciais. Já Bohlander e Snell (2011) destacam como principais atividades da Administração de Recursos Humanos, sendo: análise de cargos, recrutamento, seleção, treinamento e desenvolvimento, avaliação de desempenho, políticas de remuneração, benefícios e segurança e saúde. Os próximos capítulos tratarão das particularidades encontradas em cada subsistema para facilitar a implantação do RH estratégico, assim como os indicadores necessários para medir a eficiência da área. 2.4.1 Recrutamento Para Chiavenato (2000) o recrutamento é responsável por atrair os candidatos até a empresa, ou seja, é captação de candidatos de acordo com as vagas abertas. 9 O autor destaca que o recrutamento é de grande importância para a atração de bons candidatos e para isto é necessário seguir seis etapas, conforme mostra a figura 4: Figura 4: As fases do recrutamento Fonte: Chiavenato (2000, p.21). Araújo (2006) destaca que, atrair as pessoas certas para atender as necessidades da organização é a principal atribuição do recrutamento, ou seja, “é o processo de identificação e atração de um grupo de candidatos, entre os quais serão escolhidos alguns para posteriormente serem contratados para o emprego”. Milkovich e Boudreau apud (ARAÚJO, 2006, p.15) De acordo com Lacombe (2005, p. 65), “o recrutamento abrange o conjunto de práticas e processos usados para atrair candidatos para as vagas existentes ou potenciais”. O autor destaca ainda que para ser assertivo com o perfil procurado é importante conhecer alguns aspectos e características da organização como seus valores, sua cultura e suas prioridades, além de saber a qual gestor o candidato irá se reportar e quais atividades lhe serão atribuidas. Lacombe (2005) textualiza ainda que existem dois tipos de recrutamento: interno e externo e para ambos, o autor destaca importância de existir a formalização da requisição de pessoal, através de um formulário que deverá ser preenchido com as características desejadas pelo gestor solicitante da vaga. 2.4.2 Seleção Lacombe (2006) destaca que a seleção é a etapa posterior ao recrutamento e termina após finalizar o período de experiência do novo colaborador. A segunda etapa do processo (a seleção) é responsável por escolher o candidato que esteja mais adequado aos requisitos da vaga, assim como a cultura, valores e crenças da empresa. 10 O autor refere ainda que é importante considerar na seleção as atitudes, habilidades e comportamentos dos candidatos de acordo com as solicitações da organização, pois são características difíceis de serem desenvolvidas por meio de treinamento. Ainda segundo Lacombe (2006) a seleção inicia a partir da triagem dos currículos para identificar quais candidatos terão condições de seguir no processo. Fazem parte ainda do processo de seleção: “informações de pessoas confiáveis, testes técnico-profissionais, testes psicológicos, dinâmicas de grupo, entrevistas pelas chefias futuras, informações de empregos anteriores, informações cadastrais, exame médico”. Lacombe (2006, p. 88 a 90) Para Chiavenato (2000, p. 31), o papel da seleção de pessoal é de avaliar e escolher os candidatos mais adequados ao cargo disponível, “enquanto o recrutamento é uma atividade convidativa e atrativa, a seleção é uma atividade de escolha, ou seja, de aceitação ou de rejeição de um candidato”. Para que a seleção seja feita de maneira a produzir o resultado esperado, ou seja, encontrar o melhor candidato para ocupar a posição em questão é necessária a aplicação de quatro técnicas de seleção que são: “entrevistas de seleção, provas de conhecimentos ou de capacidade, teste psicométricos e técnicas de simulação”. (CHIAVENATO, 2000 p. 33) DeCenzo e Robbins (2001) destacam que um processo de seleção conduzido de maneira eficiente, ao ser finalizado, tanto a organização conhecerá bem o seu novo colaborador como a recíproca é verdadeira, evitando desgastes e custos desnecessários. 2.4.3 Cargos e Salários Para Araújo (2006) a administração de cargos e salários assim como os outros subsistemas de RH passou por um período de transformação. Até algum tempo atrás, segundo o autor, o gerente de RH realizava ajustes de cargos e salários somente quando havia capital disponível, pois esta atividade não era vista como estratégica para as organizações. Conforme Souza (2005, p.39), “cargo é um conjunto de funções de mesma natureza e complexidade. Função é o agregado de tarefas atribuídas a cada indivíduo na organização”. Souza (2005) enfatiza que a estruturação de cargos deve ser feita em cinco etapas, sendo: levantamento e análise de funções, estruturação, titulação, descrição e especificações de cargos. Conforme Lacombe (2005) a descrição de cargos pode ser feita em uma primeira fase, a partir de um questionário aplicado nos colaboradores que exercem determinadas funções, após devem ser realizadas entrevistas para complementar as informações e sanar as dúvidas. Em uma segunda fase, o autor sugere que seja feita uma comparação com cargos semelhantes no mercado. Araújo (2006) destaca que para realizar a descrição do plano de cargos e salários é necessário seguir as sete fases: Planejamento e divulgação do 11 plano, análise dos cargos, avaliação dos cargos, pesquisa salarial, estrutura salarial, política salarial e política de remuneração. Conforme abaixo: Planejamento e divulgação: Nesta fase, o autor destaca que devem ser estabelecidos, validados e comunicados os objetivos pretendidos com a implementação do plano de cargos e salários. Análise dos cargos: Esta fase, conforme o autor é composta por seis etapas, sendo: “coleta de dados, descrição e especificação dos cargos, titulação dos cargos, classificação dos cargos e elaboração do catálogo de cargos”. Na primeira etapa, coletas de dados, existem quatro técnicas para serem escolhidas conforme a necessidade da empresa, conforme contextualiza o autor: observação local, questionário, entrevista e combinação metodológica, ou seja, a utilização de duas ou mais técnicas. Na segunda etapa, ainda segundo o autor é a descrição de cargos, que será feita através de basicamente três perguntas, o que faz, como faz e por que faz. A terceira etapa será a especificação de cargos, complementa a etapa anterior, pois é a responsável por descrever as atribuições e características necessárias do futuro colaborador que irá ocupar o cargo. Nesta etapa o autor textualiza que serão analisados aspectos mentais, de responsabilidades, físicas e condições de trabalho. A titulação dos cargos, quarta etapa, é de extrema importância pois irá determinar o título ao cargo de acordo com suas atribuições. O autor ressalta que é aconselhável consultar a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) disponível pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A quinta etapa de classificação de cargos é responsável pelo agrupamento dos cargos conforme suas semelhanças e natureza. Como exemplo o autor traz os grupos administrativos em que estão as recepcionistas, gerentes administrativos, auxiliares, supervisores administrativos, etc. Ainda conforme Araújo, a última etapa é responsável pelo catálogo de cargos, ou seja, a formalização de todas as etapas anteriores. Avaliação de cargos: Nesta fase o autor cita que os cargos serão avaliados de acordo com sua importância e a partir dai se constituirão as hierarquias e base para definição dos salários. Pesquisa salarial: Conforme o autor sugere, deve ser realizada através de pesquisa de mercado em empresas do mesmo setor para identificar a média salarial praticada. Estrutura salarial: Conforme o autor, esta fase é responsável por identificar o salário adequado à complexidade do cargo e em conformidade com a organização e ao mercado. Política salarial: Determina as formas de reajuste salário utilizadas pela organização. Conforme o autor as opções são: acordos sindicais, promoção horizontal, meritocracia, nível superior de salário com o mesmo cargo e grau, promoção vertical e por reclassificação. Política de remuneração: Nesta fase o autor explica que será definida a forma de remuneração adotada pela organização, ou seja, salário, remuneração variável e benefícios. 12 2.4.4 Treinamento e Desenvolvimento Para Araújo (2006) a área de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) é responsável pela capacitação dos colaboradores com o objetivo de prepará-los para assumir novas atribuições ou aprimorar os conhecimentos já existentes para elevar sua produtividade com qualidade. Para ter a garantia de que os investimentos em treinamento e desenvolvimento trarão o retorno esperado pela organização se faz necessário o cumprimento de quatro fases: “levantamento das necessidades, projeto do programa, implementação e avaliação”. (BOHLANDER e SNELL, 2011 p. 251) Conforme Chiavenato (2000, p. 46) “treinamento é o processo educacional por meio do qual as pessoas adquirem conhecimentos, habilidades e atitudes para o desempenho de seus cargos”. O autor refere que existem quatro fases na implantação de treinamento, que são: identificação das necessidades, cronograma de treinamento, execução e avaliação dos resultados. Para Dessler (2003) existem cinco passos que devem ser seguidos no processo de criação de programas de treinamento e desenvolvimento, são eles: levantamento das necessidades, projeto institucional, validação, implementação, avaliação e follow-up. Levantamento da necessidades: Nesta fase, o autor destaca que é importante identificar as necessidades de treinamento de cada cargo, assim como o público alvo que será treinado e os objetivos que se pretende alcançar ao finalizar a capacitação. As necessidades de treinamento podem ser identificadas através da análise das tarefas, ou seja, identificar as necessidades de treinar os colaborares de acordo com as tarefas que serão executadas ou através da análise de desempenho. Ainda nesta fase, é importante que sejam estabelecidos objetivos que se pretende alcançar ao finalizar o treinamento e que estes estejam claros tanto para quem está treinando quanto para quem está sendo treinado. Projeto Institucional: Para o autor, nesta fase é importante que o responsável pelo treinamento prepare o material que será utilizado, como por exemplo: objetivos, métodos e mídias institucionais, conteúdo e cronograma de utilização, além de garantir que tenham exercícios e atividades para auxiliar na fixação. Conforme o autor, importante observar e certificar-se também que todo o conteúdo esta alinhado com o objetivo do treinamento e que se complementam, ou seja, que os vídeos estejam no contexto do material e aparecendo no momento certo. Validação: O autor destaca que para garantir o sucesso e eficácia do treinamento é importante que antes da aplicação seja feita a validação com um grupo representativo e após realizar os ajustes finais. Implementação: Para que o treinamento seja aplicado de maneira adequada é necessário, conforme o autor que os instrutores sejam capacitados no conteúdo do treinamento e em habilidades de apresentação. Avaliação e follow-up: Para avaliar o aproveitamento do treinamento, segundo o autor, o instrutor pode acompanhar a reação dos participantes, aplicar testes anterior e/ou posterior, acompanhar o desempenho após o treinamento, se estão praticando o conteúdo ou não. Pode-se também criar ou 13 acompanhar os indicadores de desempenho já existentes e medir a eficácia do treinamento, assim como determinar a periodicidade necessária. Dessler (2003) destaca ainda que existem várias técnicas de treinamento que podem ser utilizadas, conforme a necessidade e realidade da organização, que são: treinamento no trabalho, treinamento por simulação, treinamento de aprendizagem, treinamentos audiovisuais e a distância, treinamentos computadorizados, treinamentos por CD-ROM e internet, portais de aprendizagem. 2.4.5 Avaliação de desempenho Conforme Bohlander e Snell (2011), a avaliação de desempenho é uma das ferramentas que possui grande influência na produtividade da organização, além de auxiliar no cumprimento das metas estratégicas. Os autores destacam que um estudo realizado pela Mercer Human Resources Consulting comprovou que os colaboradores que receberam a avaliação de desempenho mostram mais comprometimento que aqueles que não foram avaliados. Para Bergamini (2007, p. 32), “avaliar o desempenho das pessoas no trabalho implica, consequentemente, conhecer a dinâmica comportamental de cada um, o trabalho a ser realizado e o ambiente organizacional em que essas ações se passaram”. Os autores Bohlander e Snell (2011) destacam que para desenvolver um programa de avaliação de desempenho eficiente é necessária a definição dos padrões de desempenho que serão avaliadas, assim como a sua divulgação aos colaboradores envolvidos. DeCenzo e Robbins (2001) destacam que para garantir seriedade e imparcialidade no processo de avaliação é importante que sejam determinados os períodos de avaliação, além de garantir que os avaliadores sejam treinados e os padrões de desempenho que serão avaliados sejam claros e objetivos aos envolvidos. Para DeCenzo e Robbins (2001) devem ser seguidos seis passos no processo de avaliação de desempenho, que são: 1. Definição dos padrões de desempenho: o autor textualiza que as avaliações de desempenho devem ser desenvolvidas a partir dos objetivos estratégicos da organização; 2. Determinação de metas mensuráveis: o autor sugere que em conjunto supervisor e subordinado devem definir metas mensuráveis para que possam ser avaliadas posteriormente; 3. Mensuração do desempenho: para o autor é comum à utilização de quatro fontes para mensuração do desempenho pelas organizações que são: observação pessoal, relatórios estatísticos, relatórios orais e relatórios escritos; 4. Comparação do desempenho real x padrões: conforme o autor, nesta etapa deve ser observado o desvio entre o desempenho real e o padrão da organização; 5. Discussão sobre a avaliação: nesta etapa o avaliador deve transmitir ao avaliado as suas considerações sobre o desempenho. O autor destaca que é uma etapa muito delicada que terá impactos na autoestima do colaborador e como consequência em seu desempenho profissional; 14 6. Ação corretiva: o autor cita que existem dois tipos de ação corretiva, a imediata, que irá tratar de assuntos graves e garantir que situações em desvio sejam sanadas, e a ação básica que irá se aprofundar na causa do desvio de desempenho tratando os sintomas. Conforme o autor, através das revisões periódicas é possível observar os comportamentos em desvio, entender junto aos colaboradores a causa do desvio e auxiliá-los na correção. Estas revisões, como destaca o autor, devem ocorrer de duas a três vezes por ano. 2.4.6 Políticas de Remuneração Bohlander e Snell (2011) textualizam que o objetivo da remuneração estratégica é proporcionar motivação e crescimento aos colaboradores e alinhar suas expectativas aos objetivos e cultura da organização, de forma a se tornarem mais produtivos. Para Araújo (2006), não existe um padrão de remuneração para todas as organizações, o modelo que será adotado depende de fatores como, cultura, estrutura da organização, metas e perspectivas de futuro. Conforme Souza (2005) os colaboradores podem agregar valor ou não para a organização, sendo fator determinante o engajamento com o negócio. A autora destaca ainda que “indivíduos motivados são altamente produtivos”, sendo, portanto, o grande desafio para as organizações manter os colaboradores motivados a fim de desempenharem suas funções com eficiência e eficácia, através de sistemas de recompensas adequados. Para Souza (2005) o modelo de remuneração adotado pela organização será definido de acordo com a estratégia de negócio para que ambos (empregado e empregador) estejam satisfeitos. Ainda conforme a autora existe quatro tipos de remuneração que são: a remuneração funcional, remuneração por competência, remuneração indireta e a remuneração variável. Serão descritos a seguir os modelos utilizados para elaboração deste artigo: Remuneração por competência: Souza (2005) refere que devido a constante busca por profissionais orientados a resultados algumas organizações estão adotando a política de remuneração por competências. A autora destaca que ao adotar a remuneração por competências a organização possibilitará: Ganhos recíprocos; Crescimento sustentável; Redução da subjetividade; Clareza e transparência; Senso de prioridade. A autora destaca que “a remuneração por competências aponta com clareza e objetividade as trilhas de crescimento, por entender as pessoas como sujeitos ativos e com senso de prioridade sobre seu próprio desenvolvimento dentro do espaço organizacional”. (SOUZA, 2005 p. 59) A figura 5 ilustra o fluxo utilizado no gerenciamento por competências: 15 Figura 5: Fluxo do processo de gerenciamento por competências Fonte: Souza (2005, p.63). Remuneração variável: Segundo Souza (2005), ao implantar o sistema de remuneração variável, a organização deve ter claro os objetivos que pretende alcançar, assim como o contexto em que está inserida, ou seja, qual a sua missão, visão, valores, estratégias de negócio, estrutura em termos de cargos, cultura, legislação, sindicatos, entre outros. (ver figura 6) Figura 6: Passos para o projeto do sistema de remuneração variável Fonte: Souza (2005, p.102). Ainda conforme a autora, antes de definir o que recompensar é importante saber qual será sua abrangência, ou seja, identificar de acordo com os objetivos que a organização pretende alcançar quais as áreas devem ser contempladas, se as recompensas serão individuais, por áreas ou corporativas. Além da abrangência, a autora cita que deve ser observada também a natureza dos resultados que serão utilizados, ou seja, se serão quantitativos ou 16 qualitativos, assim como a maneira como será feita a avaliação e sua periodicidade. Souza (2005) destaca que após identificar “o que recompensar” é importante saber “como avaliar”, para isso é importante definir as metas e indicadores que serão acompanhados e alinhar junto aos envolvidos o método de acompanhamento e feedback. Por fim, a autora cita que para garantir o sucesso na implantação de um sistema de remuneração variável, alguns cuidados devem ser tomados. Deve existir um alinhamento estratégico, é importante atender as expectativas das partes envolvidas no processo, devem ser balanceados os resultados que serão avaliados para recompensa, o processo deve ser simples e de fácil entendimento, os indicadores escolhidos devem apresentar resultados consistentes e com metas factíveis, além da comunicação clara e objetiva e do preparo dos gestores da organização. (Souza, 2005) 2.4.7 Benefícios Conforme França (2011), os pacotes de benefícios oferecidos pelas organizações inicialmente foram criados para suprir as necessidades básicas dos colaboradores, e somente após a Segunda Guerra Mundial é que as empresas passaram a utilizá-los na atração e retenção dos talentos. A autora divide os benefícios em três grupos: assistenciais, recreativos e serviços. No grupo de benefícios assistenciais estão inclusos planos de saúde, plano odontológico, previdência privada, empréstimos consignados, entre outros. Os benefícios recreativos têm como objetivo proporcionar aos colaboradores e suas famílias momentos de descontração e lazer, como exemplo, a autora cita colônias de férias, parques, viagens, clubes. Por fim, conforme a autora, o grupo de benefícios relacionados a serviços são responsáveis por proporcionar aos colaboradores mais facilidade e economia em seu dia-a-dia, como estacionamento, restaurante, etc. Conforme Souza (2005), os benefícios oferecidos pelas organizações atualmente fazem parte da estratégia do negócio, pois através de uma política de benefícios sólida e atrativa, a empresa assume uma posição favorável no mercado com relação à atração e retenção de talentos. Souza (2005) classifica os benefícios oferecidos pelas organizações em três diferentes categorias: seguro, seguridade social ou complementação de aposentadoria e serviços. Ainda segundo a autora, os benefícios da categoria seguro existem para garantir aos colaboradores e seus familiares a cobertura de planos de saúde e seguro de vida. O objetivo da seguridade social é proporcionar aos colaboradores um complemento à aposentadoria social, já os benefícios de serviços, conforme a autora são disponibilizados aos colaboradores como conveniências. 17 Figura 7: Classificação dos benefícios Fonte: Souza (2005, p.78). Chiavenato (2003) divide os benefícios em dois grupos, os benefícios legais, ou seja, exigidos por lei, e os benefícios espontâneos: Benefícios legais, o autor cita: 13º salário, férias, aposentadoria, seguro de acidente do trabalho, auxílio doença, salário família, salário maternidade, horas extras e adicional noturno. Benefícios espontâneos, conforme o autor: gratificações, seguro de vida em grupo, refeições, transporte, empréstimos, assistência médica e aposentadoria privada. O autor cita ainda que, existem organizações que utilizam o sistema de benefícios flexíveis com o objetivo de atender as necessidades individuais de seus colaboradores. É importante, porém, citar o Art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho – Decreto Lei 5452/43 que trata da exclusão dos benefícios aos colaboradores: Art. 468 - Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. Parágrafo único – Não se considera alteração unilateral a determinação do empregador para que o respectivo empregado reverta ao cargo efetivo, anteriormente ocupado, deixando o exercício de função de confiança. Portanto, conforme o Art. 468 da CLT após conceder o benefício aos colaboradores, a organização somente poderá alterá-lo ou extingui-lo com 18 consentimento de ambas as partes e deve observar se haverá ou não prejuízos ao colaborador, exemplo: planos de saúde. 2.4.8 Saúde e Segurança Conforme Chiavenato (2003, p.127) “segurança no trabalho é o conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras de trabalho, quer instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas”. Para Chiavenato (2003) o principal objetivo de observar e garantir a saúde e segurança no ambiente organizacional é proporcionar condições adequadas aos colaboradores, evitando que os mesmos se afastem temporária ou definitivamente. Através do mapeamento dos riscos existentes no local de trabalho são desenvolvidas ações que os minimizem ou eliminem definitivamente. O autor destaca ainda que o desempenho dos colaboradores depende de três grupos: condições ambientais de trabalho, condições de tempo e condições sociais. Sendo as condições ambientais de trabalho, ou seja, iluminação, ruídos e condições atmosféricas, responsabilidade do setor de saúde e segurança. Conforme Araújo (2006) a preocupação com a saúde e segurança no ambiente corporativo surgiu no Brasil a partir de 1943 com a criação das Consolidações das Leis do Trabalho (CLT) e em 1978 com a Portaria 3.214 em que constam 28 Normas Regulamentadoras (NR). Para facilitar o entendimento do que vem a ser acidente de trabalho e doença profissional, Araújo (2006, p. 191), cita a Lei nº 8.213, artigos 19 e 20 de 24 de julho de 1991: Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício de trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar ou determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada do Ministério do Trabalho e da Previdência Social. Ainda conforme o autor, o objetivo de observar a saúde dos colaboradores é de identificar fatores que possam ocasionar doenças ocupacionais e criar ações para eliminá-los. Para isso é importante à observação de três critérios considerados básicos pelo autor: Promoção adequada nas condições de trabalho: Araújo (2006) textualiza que devem ser analisadas as condições de trabalho em que os colaboradores estão expostos tal como, iluminação, ruídos e temperatura, além da jornada de trabalho. 19 Controle dos fatores causadores de doença: ainda conforme o autor devem ser identificados os fatores que possivelmente causaram danos a saúde dos colaboradores para que sejam adotadas ações com o propósito de minimizar ou eliminar estes riscos. Prevenção, redução e eliminação das causas prejudiciais: neste tópico Araújo (2006), destaca que após a identificação das causas possíveis de danos a saúde dos colaboradores e as condições ambientais mais adequadas as organizações devem adotar ações periódicas para evitar tais acidentes, assim como conscientizar os colaboradores dos riscos existentes e proteções necessárias. Para que a organização obtenha melhores resultados em termos de segurança no trabalho, Araújo (2006) destaca três condições que devem ser seguidas: Identificação das principais causas: o autor destaca que para reduzir ou eliminar o número de acidentes no ambiente de trabalho é fundamental que os gestores, principalmente da área de recursos humanos, estejam atentos às incidências, para que as principais causas sejam mapeadas e tratadas. Correção e manutenção das estruturas físicas: neste tópico o autor destaca a importância que realizar as correções necessárias no ambiente de trabalho com base nas informações advindas do estágio anterior. Prevenção, redução e eliminação de acidentes: conforme o autor é atribuição da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) a prevenção e eliminação dos acidentes, através do mapeamento das áreas de risco, assim como conscientização dos colaboradores com relação a importância da segurança no ambiente corporativo. Conforme o quadro 1 (Dimensionamento de CIPA) que consta na NR-5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), empresas mesmo de pequeno porte, que possuem acima de 19 colaboradores devem ter em seu quadro funcional um representante da CIPA. Araújo (2006) destaca que para implementar um sistema de saúde e segurança em uma organização são necessárias dez etapas: 1. Compromisso da alta direção e definição da política; 2. Definição da coordenação responsável pela implantação do sistema; 3. Diagnóstico da situação presente; 4. Preparação de cronograma; 5. Difusão da política e seus objetivos em todos os níveis hierárquicos da empresa; 6. Formação de equipes de trabalho; 7. Organização, higiene e limpeza em todas as áreas da empresa; 8. Elaboração do manual; 9. Elaboração e implementação de procedimentos e instruções; 10. Realização de auditorias internas. O autor cita ainda a importância de observar as questões legais que envolvem a área de saúde e segurança, ou seja, as NR’s (Normas Regulamentadoras). 20 2.4.9 Indicadores de RH Conforme Bohlander e Snell (2011) para garantir que a estratégia seja implantada de maneira efetiva, é necessário que sejam realizadas avaliações periódicas dos resultados obtidos. Os autores citam como exemplo de indicadores de RH, o retorno do investimento por colaborador, as taxas de rotatividade e absenteísmo, assim como o tempo e o custo de contratação. Ainda conforme os autores, a rotatividade e o absenteísmo são os indicadores que irão refletir diretamente no planejamento estratégico de RH, pois além dos custos diretos, deve-se considerar também a diminuição da produtividade da organização. Chiavenato (2004) cita que além de desenhar e implementar os subsistemas de RH de maneira integrada, para que a organização obtenha resultados positivos deve preocupar-se também com a avaliação dos processos por meio de indicadores. Ainda segundo o autor, os indicadores da área de Recursos Humanos devem ser definidos em conformidade com as necessidades de cada organização. O mesmo sugere que seja aplicada uma avaliação nos usuários da área com uma escala de importância que varia de 1 a 10, com o objetivo de identificar e classificar os processos por ordem de prioridade. Posteriormente, o autor sugere ainda, que esta mesma escala seja aplicada de modo a avaliar o que está sendo feito e qual o grau de importância que se está dando. Chiavenato (2004) textualiza ainda que, ao escolher os indicadores de RH que serão acompanhados deve-se levar em consideração, o planejamento estratégico da organização, assim como sua cultura e valores. O autor cita como exemplos de indicadores de RH: 1. a proporção de especialista em RH por colaborador; 2. lucratividade por colaborador; 3. custo por colaborador; 4. custo dos benefícios por colaborador; 5. custos com treinamento pelo total da folha de pagamento; 6. custos com treinamento por colaborador treinado; 7. total de horas treinadas no ano pelo número de colaboradores; 8. total de colaboradores treinados pelo total de colaboradores; 9. redução de custos pelo total de despesas de treinamento. Além dos indicadores citados acima, Chiavenato (2004) enfatiza ainda, a importância de observar também os indicadores que irão refletir a eficiência e eficácia da área de RH: 1. custos da área pelo total de colaboradores; 2. índice de rotatividade; 3. índice de absenteísmo; 4. índice de desperdícios; 5. índices de qualidade; 6. índice de acidentes de trabalho; 7. satisfação dos colaboradores. 21 Figura 8: Os processos de GP, fatores críticos e indicadores de desempenho e resultados. Fonte: Chiavenato (2004, p.511). O método mais utilizado para avaliação dos resultados é o estatístico, que permite comparar os resultados entre as unidades da organização, com seu histórico e até mesmo com concorrentes ou empresas referencia. Ao identificar que os resultados estão apresentando desvios, é importante a análise mais aprofundada para identificar os motivos. (CHIAVENATO, 2004). Chiavenato (2004) refere que a avaliação dos resultados de RH deve ser objetiva e auxiliar no diagnóstico da organização, pois quando identificados precocemente os problemas são mais facilmente tratados. 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Conforme Gil (2008) para que uma pesquisa científica tenha validade e seja consistente é necessário que sejam observados não somente os dados teóricos, mas também os dados reais. Acerca da natureza, esta foi uma pesquisa metodológica, que conforme Vergara (2010 – p. 42) “é o estudo que se refere a instrumentos de captação ou de manipulação da realidade. Está, portanto, associada a caminhos, formas, maneiras, procedimentos, modelos para atingir determinado fim”. Pois se trata da implantação de uma nova área na empresa Luftech Seu delineamento vincula-se a pesquisa bibliográfica que conforme Vergara (2010) é o estudo realizado através de livros, revistas, jornais e redes eletrônicas, pois foram observadas obras relacionadas a planejamento estratégico de recursos humanos. A pesquisa foi também documental, pois foram observados os documentos relacionados à RH existentes na organização e de acordo com Vergara (2010), considera-se pesquisa documental a investigação realizada em 22 documentos disponíveis em órgãos públicos e privados, através de pessoas, registros, regulamentos, ofícios, dispositivos de armazenagem e todos os demais arquivos. Foi realizada também a pesquisa de campo, que conforme Vergara (2010 – p. 43) “é a investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-los”. Com relação à abrangência, a investigação contempla o gerente administrativo e responsável pelas atividades de Recursos Humanos da empresa Luftech, e o período analisado foi de janeiro/2012 a agosto/2013. Acerca do método de análise de dados foi realizado o tratamento qualitativo, pois foram confrontadas as respostas com os documentos e bibliografia disponíveis. A pesquisa bibliográfica teve como base livros de autores consagrados para identificar os processos, atividades e controles imprescindíveis para implantação da área de Recursos Humanos como parte estratégica da organização. Com relação à pesquisa de campo foi elaboradora uma entrevista semiaberta com base nos tópicos deste artigo (planejamento estratégico, planejamento estratégico de RH e estrutura de RH (recrutamento e seleção, cargos e salários, treinamento e desenvolvimento, avaliação de desempenho, benefícios, saúde e segurança e indicadores de RH)) e validada em banca de apresentação do projeto. A aplicação foi feita ao gerente administrativo conforme consta em apêndice. Este método é validado por Vergara (2010- p. 52), que cita: “o entrevistador agenda vários pontos a serem explorados com o entrevistado. Tem maior profundidade”. Para complementar as informações obtidas através da entrevista e viabilizar a comparação de fatos e dados, foram consultados os documentos existentes na empresa pertinentes a área de recursos humanos. Os documentos disponibilizados para consulta foram: relatórios de absenteísmo, descrição dos cargos, relatório de indicadores de RH, fluxograma de recrutamento e seleção, regulamento interno, descrição das atividades de recrutamento e seleção e formulário de requisição de pessoal. Por fim, no que se refere à limitação dos meios utilizados para aplicação da pesquisa científica, há de se destacar que, a entrevista poderá apresentar eventualmente resultados sem aderência a realidade por influência do entrevistador sobre o entrevistado que pode ter inibido a contribuição verdadeira e por completo de sua percepção e conhecimento. Assim como as pesquisas documentais poderão não refletir a realidade devido à inexistência da área de recursos humanos na Luftech. É importante citar também que informações financeiras não foram disponibilizadas pela empresa, sendo inviável analisar o retorno financeiro que a área poderá trazer à Luftech através de sua implantação efetiva. 4. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS Fundada em 23 de abril de 1992 pelo diretor Luiz Antônio Borges Germano da Silva, a empresa Luftech Soluções Ambientais atua com a 23 fabricação e venda de equipamentos para tratamento de resíduos sólidos e de efluentes líquidos e gasosos. Em parceria com universidades e instituições públicas e privadas no Brasil e exterior tais como FAPERGS, CNPq, UFRGS, UCS, entre outras, busca soluções ambientais para empresas e instituições. Já recebeu diversos prêmios que refletem e comprovam sua real preocupação com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, dentre eles pode-se citar: Prêmio de Responsabilidade Ambiental da FEPAM, Prêmio Top Hospitalar por sete vezes consecutivas, Prêmio Mérito Ambiental Henrique Luiz Roessler. A preocupação da Luftech em fornecer o tratamento adequado de resíduos gerados pelas empresas e instituições está diretamente ligada as resoluções do Conama (358/2005) e Anvisa (306/2004) as quais proíbem que resíduos sólidos de serviços de saúde (RSSS) sejam despejados em aterros sanitários sem o devido tratamento. Com relação ao tratamento de efluentes líquidos e gasosos, a empresa se baseia na Lei 10.406 de 2002 – Código Civil: Art. 1.291 que diz “o possuidor do imóvel superior não poderá poluir as águas indispensáveis às primeiras necessidades da vida dos possuidores dos imóveis inferiores; as demais, que poluir, deverá recuperar, ressarcindo os danos que estes sofrerem, se não for possível a recuperação ou o desvio do curso artificial das águas.” Sendo uma atividade de elevado grau de responsabilidade tanto com os clientes quanto com a sociedade e o meio ambiente, a Cia precisa contar com colaboradores motivados, preparados e engajados nesta causa para garantir a excelência nos serviços prestados. Nesse sentido, para garantir que todas as ações necessárias e viáveis ao bem-estar dos colaboradores serão executadas, surgiu à necessidade da implantação da área de Recursos Humanos cerca de nove meses atrás. É possível observar a seguir a real estrutura da área de recursos humanos na organização. 4.1 Estrutura Atual A partir da aplicação da entrevista e análise documental é possível observar que atualmente a Luftech não conta com nenhum profissional de RH, existe apenas o desenho de alguns processos tais como a descrição de cargos, desenho de alguns fluxos de recrutamento e seleção e um manual interno. O quadro funcional é composto por trinta e sete colaboradores, sendo que destes, seis, estão em benefício previdenciário (INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social) e quatorze ligados diretamente a produção. A gestão é feita pelo diretor, que além de dirigir a empresa em âmbito geral é responsável direto pela área industrial. Falando ainda sobre gestão, a Luftech conta com um gerente financeiro e um supervisor de produção. Em 2009 a organização contou com a experiência dos profissionais da empresa PS Júnior Consultoria Empresarial (UFRGS), para o diagnóstico e elaboração do planejamento estratégico. Nessa oportunidade foi identificado que a falta da área de Recursos Humanos bem estruturada impacta 24 diretamente nos processos da Luftech, devido a falta e/ou falha de comunicação entre as áreas e colaboradores. Ainda conforme a empresa PS Júnior, a falta de capacitação dos colaboradores interfere diretamente no desempenho de suas atividades, assim como o fato de não existir um organograma acaba por sobrecarregar algumas pessoas que assumem a atribuição de vários cargos diferentes, sem a possibilidade de realizar um trabalho efetivo de acompanhamento e desenvolvimento. É possível através de o presente artigo constatar que os fatos apresentados pela empresa PS Júnior em 2009, em parte, podem ser detectados ainda hoje. A seguir é apresentada de forma segmentada a estrutura atual da empresa. 4.1.1 Planejamento estratégico Desenvolvido em março de 2009 pela empresa PS Júnior Consultoria da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), o planejamento estratégico da Luftech teve como método de pesquisa o qualitativo. Foram realizadas entrevistas individuais, grupos focais e workshop com o Conselho Deliberativo da Empresa. A figura 9 ilustra este resultado: Figura 9: Análise Swot Fonte: Luftech Com base nas informações obtidas através dos métodos já citados e na análise SWOT, a PS Júnior elaborou a estratégia da organização que teve por objetivo naquele período contribuir com a empresa no que tange ao seu posicionamento interna e externamente, além de mantê-la em um ótimo patamar de produção. Com o objetivo de garantir a implantação efetiva do planejamento estratégico, a PS Júnior desenvolveu indicadores separados por objetivos para controle periódico, conforme ilustra a figura 10: 25 Figura 10: Planilha de Indicadores Fonte: Luftech Este planejamento estratégico, porém, conforme entrevista realizada com o gerente financeiro, não está sendo seguido. Atualmente a Luftech realiza apenas o controle de alguns indicadores, tais como vendas e produção. Em reunião mensal as áreas devem apresentar a evolução de seus resultados, bem como as ações que estão sendo feitas em caso de desvio negativo ou justificativa em caso de desvio positivo, estas apresentações são feitas diretamente ao diretor. 4.1.2 Planejamento estratégico de RH Conforme citação já feita neste artigo do autor Ulrich (1998), para que uma empresa se torne competitiva suas preocupações devem ir além do custo, da tecnologia e das características do produto. Grandes empresas direcionam seus esforços não somente ao produto e custo, mas principalmente à velocidade na entrega, relações com funcionários, fornecedores e clientes, além da agilidade nos processos. Neste sentido pode-se citar a Luftech que demonstrou esta preocupação quando percebeu a necessidade de criar uma área para cuidar exclusivamente das pessoas, ao identificar uma desmotivação e descontentamento maior em seus colaboradores. Devido ao estilo de liderança muito flexível, a empresa encontra grande dificuldade em alinhar, junto aos seus colaboradores a regras para o bom andamento das atividades do dia a dia e da organização como um todo. A 26 empresa atualmente não possui um código de ética e conduta e sim apenas um regulamento interno onde constam informações tais como: histórico, políticas de qualidade, missão, visão e valores, contrato de experiência, pagamentos, benefícios, jornada de trabalho, registro de ponto, faltas e atrasos, licenças, férias, segurança no trabalho, uso de EPI, deveres e responsabilidades, implicações legais, entre outras. A Luftech não possui uma cultura clara a todos os colaboradores, sua visão de “ser reconhecida até o ano de 2016 como referência nacional em soluções ambientais focadas no desenvolvimento sustentável” não é de conhecimento geral, conforme o gerente administrativo. 4.1.3 Recrutamento e Seleção O processo de recrutamento e seleção atualmente é feito por empresas de consultoria contratadas, desde a divulgação das vagas nos veículos comunicação até a avaliação do perfil dos candidatos para encaminhar ao gestor da área. A identificação da necessidade de contratação se dá quando dos desligamentos, afastamentos INSS, aposentadoria ou aumento no volume de produção. É preenchido então o formulário de requisição de pessoal que é validado pelo diretor e encaminhado às consultorias. As etapas da seleção serão definidas conforme necessidade da vaga e tempo para contratação, mas em geral, a consultoria de recrutamento e seleção realiza uma pré-avaliação dos candidatos e encaminha para entrevista na Luftech aqueles que consideram aptos a assumir a vaga em questão. Todos os cargos, com exceção de operadores da produção, passam por validação do diretor que realiza uma última entrevista. A figura 11 demonstra em linhas gerais o fluxo seguido quando há necessidade de contratação: 27 Figura 11: Fluxograma Recrutamento e Seleção Fonte: Luftech 4.1.4 Cargos e Salários A estrutura de cargos e salários da Luftech é composta atualmente por 31 cargos diferentes, sendo distribuídos por setor da seguinte maneira: 10 cargos ligados ao setor de produção, 6 ao setor de vendas, 1 em suprimentos, 6 ligados à assistência técnica, 6 à engenharia, 2 ao setor financeiro e 1 ao setor administrativo. Destes 31 cargos existentes, apenas 22 possuem descrição de suas atividades, assim como a formação, experiências, habilidades e conhecimentos necessários para exercê-los. Os salários são definidos conforme os níveis dos cargos, sendo motivo de aumento as promoções horizontais e verticais e dissídio. Os colaboradores são avaliados informalmente pelo gestor imediato que irá solicitar a promoção horizontal ou vertical, assim como consequentemente o ajuste de salário. Esta alteração deve ser avaliada e validada pelo diretor. Além do aumento em função de promoções ou dissídio, os colaboradores a cada ano trabalhado são contemplados com 1% de aumento limitado a 11%. Na tabela 2 é possível observar a estrutura atual de cargos e salários da Luftech: 28 Tabela 2: Estrutura de cargos e salários Fonte: Luftech 4.1.5 Treinamento e Desenvolvimento Apesar de ter sido um dos pontos avaliados durante o desenvolvimento do planejamento estratégico em 2009, a Luftech não possui uma estrutura de treinamento destinada para este fim, todos os novos colaboradores são treinados em suas atividades no próprio local de trabalho. Além da falta de uma estrutura física para treinamentos a empresa também não possui um fluxo definido para identificação da necessidade de treinar os colaboradores. No momento da admissão não existe um treinamento inicial estruturado para evitar que fatos importantes passem despercebidos, os novos colaboradores são treinados por colegas mais experientes ou pelo gestor no próprio local de trabalho (on the job). Além do treinamento inicial on the job, a organização oferece capacitação para os colaboradores que se destacam em suas atividades para que possam receber promoções ou aumento de salário. 29 Sem um plano de desenvolvimento definido, a Luftech disponibiliza aos seus colaboradores apenas os dois formatos de treinamento descritos acima. 4.1.6 Avaliação de desempenho São realizados acompanhamentos mensais dos indicadores de produtividade e custos de todas as áreas, porém esta avaliação é genérica e não contempla os colaboradores individualmente. Pode-se perceber durante a entrevista com o gerente administrativo, grande interesse por parte dos líderes de implantar o sistema de avaliação de desempenho e atrelar a uma possível bonificação anual como forma de recompensa aos melhores avaliados. Atualmente, porém, a empresa não conta com nenhum tipo de avaliação individual que possibilite a identificação dos pontos de melhoria para que sejam tratados de maneira que tanto a organização quanto o colaborador tenham resultados positivos. 4.1.7 Benefícios A Luftech como forma de atrair e reter seus colaboradores oferece benefícios que complementam sua remuneração. Em entrevista foram citados: vale-transporte, refeição no local (café e almoço) com desconto de apenas R$ 13,60 mensal no salário, uma folga no dia do aniversário e plano de dental e de saúde não extensivo a dependentes da empresa Bradesco, com coparticipação mensal de R$ 5,00. Um ponto citado pelo gerente administrativo durante a entrevista foi a dificuldade em estender o benefício do plano de saúde aos dependentes de seus colaboradores. A empresa oferece aos seus colaboradores também o cartão Hiper Cheque com limite de 20% do salário base para efetuarem compras nas farmácias Agafarma de conveniadas. Além dos benefícios citados, a empresa oferece ainda uma cesta básica para os colaboradores que não apresentaram faltas e atrasos no decorrer do mês e uma premiação de R$ 250,00 aos destaques de produção, onde são avaliados os pontos do item 2.5.6 do Regulamento Interno. 4.1.8 Saúde e segurança Com relação a saúde e segurança ocupacional a Luftech conta com uma empresa terceirizada que atualiza anualmente o mapa de riscos da Cia e realiza as medições de iluminação e ruídos. Já o PCMSO (programa de controle médico de saúde ocupacional), assim como os exames médicos admissionais, periódicos e demissionais ficam sob-responsabilidade da médica do trabalho que também presta serviços terceirizados. Além dos serviços terceirizados de saúde e segurança a empresa possui em seu quadro de colaboradores representantes da CIPA que são, um presidente, eleito pela empresa, um vice-presidente e secretário eleitos pelos funcionários. 30 Conforme informação obtida em entrevista, as NR’s que abrangem a Luftech são as 10 e 12. Com relação aos EPI’s são utilizadas apenas luvas. 4.1.9 Indicadores de RH Os indicadores de RH acompanhados periodicamente pelo diretor da Luftech são os índices de absenteísmo e turnover. Este acompanhamento se dá devido a implantação do SGI (Sistema de Gestão Integrada) relativo as ISO’s 9000 e 14000. Ao analisar a variação nestes indicadores é possível observar que as elevações não se dão de forma sazonal, os índices sofrem com oscilação. Durante a entrevista com o gerente administrativo foram relatadas algumas situações que podem contribuir para que a Luftech tenha estes indicadores incontrolados e instáveis. Um dos pontos citados pelo gerente administrativo na entrevista foi o sentimento de desigualdade existente entre os colaboradores, ou seja, alguns acreditam que existem pessoas mais favorecidas que outras. Outra situação relevante citada foi a falta de equilíbrio entre os estilos de liderança, onde alguns líderes não se viam como responsáveis pelos seus liderados. Estes fatos, porém, não puderam ser comprovados por falta da aplicação de um questionário específico para estes colaboradores. Como já citado, a Luftech não possui um programa para avaliação de desempenho de seus colaboradores, fato que acaba dificuldade também a retenção de seus colaboradores, pois os mesmos sem direcionamento não vislumbram crescimento profissional. As figuras 12 e 13 demonstram a variação destes indicadores: Figura 12: Gráfico de absenteísmo Fonte: Luftech O gráfico de absenteísmo da Luftech demonstra que todos os meses apesar das bonificações que a empresa oferece para colaboradores assíduos, existem faltas sem justificativas ou atestados médicos. Durante a entrevista o gerente administrativo relatou que é possível perceber todos os meses que 31 após o primeiro atraso ou falta (critério que determina o recebimento do cesto básico), os colaboradores já não se preocupam mais com suas ausências até o final do mês. Figura 13: Gráfico de Turnover Fonte: Luftech Analisando o gráfico de turnover é possível observar que no ano de 2012 apenas nos meses maio, agosto e dezembro não houveram desligamentos e no ano de 2013 apenas nos meses abril e agosto até o momento. Fator que deve preocupar a liderança da Luftech considerando que seu quadro de colaboradores é relativamente pequeno e teoricamente mais de fácil de gerir. 4.1 Discussão dos resultados e sugestões de melhorias Após a análise dos dados obtidos através de entrevista e pesquisa documental, foram observados alguns pontos de melhoria que se forem implantados tendem a trazer ganhos tanto na motivação dos colaboradores quanto nos resultados da organização. Antes de iniciar as considerações relacionadas aos subsistemas de RH é importante mencionar que a Luftech deve reformular e atualizar o seu planejamento estratégico para que este contribua com seu desenvolvimento, pois conforme citado na revisão bibliográfica pelo autor Mascarenhas, é imprescindível que a organização possua um direcionamento e posicionamento diante de seus clientes, colaboradores, concorrentes e da sociedade em geral. Recomenda-se que a Luftech utilize como base para reformulação de seu planejamento estratégico a literatura do autor Certo, citado neste artigo. Alguns pontos mencionados pelo autor são imprescindíveis e devem ser seguidos pelos gestores neste processo, tais como: análise do ambiente, estabelecimento de diretrizes organizacionais, formulação da estratégia, implementação e controle. 32 No que tange ao planejamento estratégico de Recursos Humanos, este também deve ser reavaliado conforme diretrizes do novo planejamento estratégico da organização e para isto sugere-se que seja utilizado o modelo de Bohlander e Snell conforme mostra a figura 2 deste artigo. É importante, porém, mesmo antes da formulação e implantação da estratégia que seja criado o código de ética e conduta e organograma da organização para que os colaboradores percebam um direcionamento imediato. Entrando na questão subsistemas de RH, o ponto de partida da área de recursos humanos é o recrutamento e a seleção de novos colaboradores. Os processos de recrutar e selecionar devem ser conduzidos de forma clara e objetiva pelo responsável da área, pois a decisão de contratar envolve tanto as expectativas profissionais do novo colaborador quanto às necessidades da organização. A Luftech atualmente possui um fluxo de contratação descrito, porém existe a necessidade que estejam documentadas as fontes de recrutamento que devem ser utilizadas e as técnicas e conteúdos de recrutamento para cada cargo. Sugere-se que a Luftech utilize o modelo de recrutamento e seleção descrito neste artigo que teve como base a literatura de Idalberto Chiavenatto. O autor refere que o recrutamento deve ser feito em 6 fases conforme figura 4 e a seleção precisa contemplar algumas etapas tais como: entrevistas de seleção, provas de conhecimentos ou de capacidade, teste psicométricos e técnicas de simulação. Na sequencia de recrutamento e seleção vem o processo de treinamento e desenvolvimento que requer atenção especial na Luftech, pois assim como os outros subsistemas de RH não possui um fluxo definido e o desenho das atividades necessárias. Para implantação do processo de treinamento e desenvolvimento na Luftech de forma que agregue valor primeiramente é necessário que sejam feitas duas avaliações. A primeira é o levantamento processos existentes na empresa e suas atividades críticas e a segunda é a implantação da avaliação desempenho para que seja possível identificar a necessidade de treinamento através dos desvios apresentados Após a descrição dos processos e identificação das atividades criticas e dos padrões de desempenho necessários para manter um ótimo patamar de produção devem ser elaborados treinamentos e definidas as suas periodicidades, assim como descreve o Dessler. O autor refere que é de extrema importância o levantamento das necessidades de treinamento que pode ser feito através da análise das tarefas ou dos resultados, a elaboração projeto institucional a validação, implementação, avaliação e follow-up. Com relação à política de cargos e salários da Luftech, existem algumas oportunidades de melhoria. A primeira delas é o ajuste no que diz respeito à descrição dos cargos, pois atualmente não são todos que possuem suas atividades formalizadas. Outro ponto de que deve ser tratado é a formalização das premissas necessárias para promoção ou meritocracia que hoje são feitas apenas pela percepção dos gestores, fato que abre espaço para a imparcialidade e desmotivação. Após a formalização de todos os cargos da Luftech outra questão que merece atenção especial é a estrutura salarial, pois observando o cenário atual existem cargos de liderança com salário inferior aos seus subordinados e 33 cargos com o mesmo título, porém com níveis diferenciados com salários discrepantes. Para que a estrutura de cargos seja revisada e ajustada de maneira que proporcione ganhos para ambos os lados recomenda-se que seja utilizado o fluxo descrito pelo autor Araújo. Este sugere que seja elaborado um plano de divulgação aos gestores do que será feito, assim como o que se pretender alcançar e posteriormente sejam feitas análises de todos os cargos da empresa através da coleta de dados, descrição e especificação, titulação e classificação dos cargos por ordem de importância. Após a fase de análise dos cargos, outro assunto importante é a questão da estrutura salarial, que conforme sugere o autor é importante que sejam feitas pesquisas de mercado para avaliar o salário médio pago e estruturar a base em conformidade com o valor médio pago pelas outras empresas e com a representatividade do cargo para a organização. Modelo sugerido para a Luftech. A Luftech não possui um sistema de avaliação de desempenho, o único acompanhamento que existe é dos indicadores de produção e vendas que é feito mensalmente e avalia apenas o resultado da área como um todo e não individualmente. Para que o sistema de avaliação de desempenho seja implantado na Luftech é imprescindível a descrição dos cargos para que com base nisso seja determinado o desempenho esperado de cada colaborador. Após a definição dos padrões de desempenho esperados, que devem estar ligados à estratégia da Luftech, os colaboradores devem ser comunicados que serão avaliados a partir de determinada data pelos indicadores e comportamentos esperados, assim como sugere DeCenzo e Robbins. Para que a avaliação de desempenho seja efetiva a empresa deve definir e divulgar os padrões de desempenho esperados, assim como as metas mensuráveis para cada colaborador. Posterior a estas definições a Luftech deve realizar o acompanhamento dos resultados obtidos e realizar suas considerações para que sejam transmitidas ao avaliado que junto ao avaliador devem definir ações corretivas, conforme explicam os autores DeCenzo e Robbins. A Luftech possui um sistema de remuneração que após cada ano de trabalho, além do dissídio os colaboradores são contemplados com 1% de aumento sobre o salário base com um limitador de 11%. Este processo, porém não agrega valor ao negócio, pois não está ligado a nenhuma estratégia. Com o objetivo de estimular o desenvolvimento dos colaboradores e consequentemente agregar valor à Luftech, é importante que seja adotado o modelo de remuneração por competências. Após a descrição completa dos cargos e a definição dos padrões de desempenho esperados os colaboradores devem ser avaliados e recompensados somente se tiverem atingido a expectativa do negócio. Este novo modelo deve substituir o já existente. A remuneração por competências, porém, deve estar atrelada ao modelo de remuneração variável anual, ou seja, a participação nos lucros e resultados da Luftech. Desta forma a empresa estará motivando os colaboradores na busca de seu desenvolvimento individual sem esquecer a importância do resultado coletivo. 34 Ambos modelos de remuneração sugeridos anteriormente têm como base a obra da autora Souza citada no capítulo 2.4.6. Com relação aos benefícios oferecidos pela Luftech, existe uma premiação no valor de R$ 250,00 para o destaque do mês da fabrica, porém os critérios para pagamento são subjetivos e abrem precedentes para manipulação e consequentemente insatisfação. A premiação mensal de R$ 250,00 deve ser substituída pela remuneração por competência e remuneração variável (PLR) ambas já citadas anteriormente e que devem ser pagas anualmente conforme critérios definidos na avaliação de desempenho. É importante que os colaboradores na ocasião da admissão recebam uma cartilha com todos os benefícios oferecidos pela Luftech, assim como após a reformulação destes também sejam entregues informativos falando sobre as alterações. Considerando o elevado número de afastamentos pelo INSS da Luftech diante de seu quadro enxuto de colaboradores, é de extrema importância que exista um profissional da área da segurança no trabalho cuidando em período integral das questões relacionadas à iluminação, temperatura e ruídos, além de ter exigir dos representantes da CIPA ações mensais com o objetivo de reduzir os riscos existentes. Para auxiliar na implantação da área de segurança do trabalho recomenda-se que sejam seguidos os passos citados pelo autor Araújo no capítulo 2.4.8. Ou seja, envolver o diretor e os líderes, contratar um profissional da área para que este realize um diagnóstico preciso da situação presente e prepare um cronograma de implantação junto aos cipeiros que serão sua equipe de trabalho. Após a formação da equipe é importante que sejam elaborados os procedimentos e instruções e formalizados em manual que deve estar disponível aos colaboradores para futuras auditorias. Outro ponto importante é a criação de um controle dos exames periódicos, pois atualmente está sendo realizado por uma médica contratada da Luftech e internamente não há este acompanhamento. Com relação aos indicadores sugere-se que após a reformulação do planejamento estratégico e de RH, a Luftech defina os indicadores que devem ser acompanhados, pois conforme o autor Chiavenato, os índices de RH devem estar vinculados aos objetivos da organização. Recomenda-se, porém, que sejam acompanhadas as taxas de absenteísmo e turnover, pois conforme Bohlander e Snell no capítulo 2.4.9, estes números refletem a satisfação dos colaboradores. Por fim, com o objetivo de auxiliar na implantação da área de recursos humanos consta como apêndice deste artigo um plano de ação. É importante, porém, citar a necessidade da contratação externa ou preparação de alguém internamente para assumir esta demanda. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente artigo teve como finalidade identificar os processos, atividades e controles relativos a recursos humanos e compará-los com os já 35 existentes na empresa Luftech Soluções Ambientais, tendo como propósito analisar os pontos de melhoria na estrutura da área possibilitando que se torne parte essencial do negócio. Com o objetivo de propor um melhor entendimento sobre os subsistemas existentes na área de recursos humanos, este artigo teve como base teórica autores consagrados no assunto. Através dos fundamentos teóricos é possível a identificação do provável melhor modelo da área adequado às necessidades atuais da empresa. É possível observar através da literatura disposta neste artigo a importância da área de recursos humanos dentro de uma empresa, porém para que esta participe efetivamente do sucesso da organização é necessária à observação de alguns processos primordiais. A empresa Luftech demonstrou grande interesse e receptividade em agregar à sua estrutura uma área que cuide de seus colaboradores para que em contra partida eles estejam mais motivados e engajados. Neste sentido foram analisados os documentos existentes na empresa e para complementar as informações o gestor responsável pela área administrativa/ financeira se dispôs em responder aos questionamentos que surgiram através de uma entrevista presencial. Com base na literatura disposta neste artigo e nas informações obtidas da situação real da organização foi possível propor ações de melhoria nos fluxos que já existiam, assim como sugerir a implantação de novos processos, atividades e controles que se implantados contribuíram com a satisfação dos colaboradores. Com colaboradores mais satisfeitos e engajados a Luftech se tornará mais competitiva ao mercado, pois seus produtos e serviços tendem a ganhar maior qualidade e como consequência sua rentabilidade também aumentará. 36 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Luis César G. de. Gestão de pessoas. São Paulo: Atlas, 2006. BERGAMINI, Cecília Whitaker. Avaliação de desempenho humano na empresa. São Paulo: Atlas, 2007. BOHLANDER, George e SNELL, scott. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Cengage Learning, 2011. BRASIL, Presidência da República Casa Civil. Consolidação das Leis do Trabalho. Brasília, 1943. CERTO, Samuel C. Administração estratégica: planejamento e implantação de estratégias. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1997. CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à Administração de Pessoal. São Paulo: Makron Books, 2000. CHIAVENATO, Idalberto. Remuneração, benefícios e relações de trabalho: como reter talentos na organização. São Paulo: Atlas, 2003. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 2004. DECENZO, DAVID A. e ROBBINS, STEPHEN P.. Administração de Recursos Humanos. Tradução: Lemos, Alfredo Barcellos Pinheiro de. Rio de Janeiro: LTC S/A, 2001 37 DESSLER, Gary. Administração de recursos humanos. São Paulo: Prentice Hall, 2003 FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Práticas de Recursos Humanos – PRH – conceitos, ferramentas e procedimentos. São Paulo: Atlas, 2011. FRANCO, José de Oliveira. Recursos Humanos: fundamentos e processos. Curitiba: IESDE, 2008. GIL, Antonio Carlos. Administração de recursos humanos: um enfoque profissional. São Paulo: Atlas, 1994. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisas social. São Paulo: Atlas, 2008. LACOMBE, Francisco José Masset. Recursos Humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2005. MASCARENHAS, André Ofenhejm. Gestão estratégica de pessoas: evolução, teoria e crítica. São Paulo: Cengage Learning, 2008. NR-5, Disponível em http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D311909DC0131678641482340/nr_0 5.pdf. Acesso em: 19.mai.2013 SANTOS, Fernando César Almada. Estratégia de recursos humanos: dimensões competitivas. São Paulo: Atlas, 1999. SENAC.DN. Gerência de Recursos Humanos/ Mirian Cembranelli Aliandro Varella; Cláudio Ulyssis Ferreira Coelho; Noeli Trindade; Daison Santos. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 1998. 38 SENAC. DN. Recursos Humanos, administração e qualidade/ Neise Freitas da Silva; Claudio Ulysses Ferreira Coelho; Renato Barraca. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 1999. SOUZA, Maria Zélia de Almeida. Cargos, carreiras e remuneração. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005) ULRICH, Dave. Os campeões de recursos humanos: inovando para obter os melhores resultados. São Paulo: Futura, 1998. ULRICH, Dave. Recursos Humanos Estratégicos: novas perspectivas para os profissionais de RH. São Paulo: Futura, 2000. VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2010. 39 APÊNDICE ENTREVISTA EMPRESA LUFTECH PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 1. A Luftech possui planejamento estratégico? Já fez um planejamento estratégico mas como tantas outras empresas ela engavetou. É um trabalho que temos que fazer e levar mais a sério, mas hoje não é prioridade, pois a Luftech está passando por um período de mudanças que provavelmente entrarão no próximo planejamento estratégico. 2. Como foi conduzida a formulação da estratégia? Montamos um conselho na época com o diretor e os gerentes ou principal líder de cada área e tinha um consultor junto que era de RH, então tinha umas sete ou oito pessoas nesse conselho. Contratamos o serviço de consultoria da empresa PS Júnior da UFRGS para dar este suporte. 3. Quais as ações necessárias para garantir a implantação e manutenção da estratégia? 4. A estratégia da Cia é de conhecimento dos colaboradores? Acredita que não. 5. Existem indicadores para acompanhamento dos resultados? Não. 6. Quais são? Todas as áreas apresentam seus custos comparando um mês com outro e justificando as variações. Os resultados mais básicos acompanhados são de vendas, de produção (produtividade, falhas de produção, desperdício). A engenharia apresenta o tempo investido em cada projeto. 7. Com qual frequência são verificados? Todas as áreas apresentam seus resultados mensalmente. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE RH 1. Como surgiu a necessidade de implantar a área de Recursos Humanos? Pelo volume de colaboradores e quando se percebeu certa rotatividade. Para a gente saber como estamos no mercado, ter alguém que faça uma pesquisa salarial, uma pesquisa de mercado para a gente saber o que esta acontecendo, pois o financeiro está cuidando de números, a produção produzindo, o vendedor está vendendo, mas 40 estava faltando alguma coisa ai no meio, faltando alguém que cuide das pessoas. 2. Como funciona a estrutura organizacional (organograma)? Existem duas gerências que é a comercial e administrativa, além disso, tem o diretor que gerencia também a parte industrial onde têm um supervisor e um engenheiro de produção. 3. Qual a forma de gestão da Luftech? A gente tenta ser bastante flexível, mas isso tem causado alguns problemas, pois as pessoas acabam não percebendo mais as regras. Estamos em um momento de identificar a melhor forma de se portar, para isso teremos um treinamento de lideranças para após poder identificar quem precisa ser desenvolvido, pois alguns dão demais outros de menos e as duas formas geram conflito. Havia um entendimento que qualquer problema que funcionário tivesse devia procurar a “guria” do RH. 4. Existe código de ética e de conduta? Sim, existe um regulamento interno bem sucinto, mas que traz o que pode e o que não pode fazer. 5. Qual a cultura da organização? É uma empresa preocupada com o meio ambiente e com as pessoas, mas há certa confusão de como a Luftech é preocupada, existe uma falha muito grande de comunicação. Muitas pessoas na Luftech acreditam que alguns são muito favorecidos e outros menos. ESTRUTURA DE RH RECRUTAMENTO E SELEÇÃO 1. Como é identificada a necessidade de contratação? Quando acontece algum desligamento, afastamento, aposentadoria ou por aumento no volume da produção. 2. Existem prazos para contratação a partir da solicitação da vaga? A área que esta solicitando estipula o prazo para contratação, mas geralmente a necessidade é imediata. 3. Como são feitas as solicitações de contratação, existe algum documento? Sim, existe uma solicitação de contratação que passa pela validação do diretor. 4. As vagas são divulgadas de que maneira? Através de agências de emprego e indicação, pois já foram feitos anúncios através da Zero Hora 41 e Diário Gaúcho e o tempo investido para selecionar os currículos que de fato se encaixavam na vagas foi muito grande, não valeu a pena. 5. Como é conduzida a seleção? Depende da vaga, em geral é feita uma pré-seleção na agência e depois a gente faz uma dinâmica de grupo ou entrevista individual. Quase todos os cargos passam por uma avaliação final com o diretor, geralmente produção não passa. 6. Existem etapas definidas para cada cargo? Sim, existe um procedimento padrão. 7. Quais os testes/ avaliações são aplicadas nos candidatos? Consta no procedimento padrão. CARGOS E SALÁRIOS 1. Existe uma estrutura de cargos definida? Já foi mais definido, mas no último dissídio deu uma embaralhada. 2. Cada cargo possui documentado as suas atribuições? Nem todos. 3. Como funciona a estrutura de remuneração? De acordo com os níveis. 4. Existe algum tipo de remuneração variável? Não, pois não existem programas de avaliação. 5. Com qual frequência os salários são reajustados? Em quais circunstâncias? Promoção, alteração de nível do cargo (conforme avaliação do líder) e acordo coletivo. 6. Existe aumento por meritocracia ou tempo de serviço? Sim, existe aumento por tempo de serviço que é de 1% a cada ano trabalhado, com o limite de 11%. TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO 1. Os colaboradores são treinados para exercer suas atividades? O treinamento é feito no local de trabalho e quando se percebe no funcionário vontade de crescer a gente oferece um curso de soldador fora. 2. Com qual frequência? Não existe uma periodicidade definida. 42 3. Os treinamentos são estruturados e ministrados por quem? Uma empresa que presta serviços de treinamento. 4. Existe alguma estrutura para este fim? Não. 5. Existe algum plano de desenvolvimento para os colaboradores? Não. AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 1. Existe algum tipo de avaliação do desempenho dos colaboradores? Não. 2. Com qual frequência? Não existe avaliação de desempenho. 3. Como é conduzida? Não existe avaliação de desempenho. 4. Quem é responsável por aplicá-la? Não existe avaliação de desempenho. 5. Existe algum tipo de treinamento aos avaliadores? Não existe avaliação de desempenho. BENEFÍCIOS 1. Quais os benefícios oferecidos pela Luftech? Vale transporte, refeição no local (café da manhã e almoço) com desconto de R$ 13,60 por mês no contra cheque, plano de saúde nacional da Bradesco (médico e dental) não extensivo à dependentes com uma coparticipação de R$ 5,00, folga no dia do aniversário, uma cesta básica para quem não teve faltas e atrasos durante o mês (prêmio assiduidade) e um prêmio de R$ 250,00 para o destaque da produção, considerando o cartão ponto, os EPI’s e a organização do local de trabalho e a decisão é do supervisor. SAÚDE E SEGURANÇA 1. São realizadas as medições de iluminação, ruídos e temperatura do ambiente de trabalho? Sim, por uma empresa terceirizada que vem um período por ano e faz todo o trabalho de PCMSO e PPRA e uma médica do trabalho que realiza os exames admissionais, periódicos e demissionais e todos estes controles. 43 2. Qual a jornada de trabalho? Como é realizado o controle? A jornada é de 44h semanais e o controle é através do ponto eletrônico (passa o cartão). 3. Existe um mapa de riscos? Sim, uma na fábrica e outro no ambiente administrativo. 4. A Luftech possui algum representante da CIPA? Sim. Existe o presidente, vice-presidente e secretário da CIPA. 5. Qual a NR que abrange a Luftech? As NR’s 10 e 12, porém não tenho conhecimento se existe uma NR específica para a atividade da Luftech. 6. Quais os equipamentos de proteção individual? possui EPI específico, são utilizadas apenas luvas. A Luftech não 7. Quais as ações para prevenção de acidentes de trabalho? A CIPA realizou uma ação para sensibilizar os funcionários. Foi feito um vídeo com os familiares para passar no dia da palestra da SIPAT com depoimentos dos pais, filhos, esposas falando da importância de se cuidarem durante o expediente. INDICADORES DE RH 1. Existem indicadores para acompanhamento da eficiência do RH? Sim, o RH apresenta os indicadores de absenteísmo, rotatividade e a quantidade de horas de treinamento. Isso tudo está ligado ao SGI (Sistema de Gestão Integrada) a ISO 9000, ISO 14000 e a ASO 18000. 2. Qual o percentual de absenteísmo? A média do absenteísmo de janeiro/ 12 a agosto/2013 foi de 2,60%. 3. Qual o percentual de rotatividade? janeiro/ 12 a agosto/2013 foi de 2,79%. A média do absenteísmo de 44 PLANO DE AÇÃO