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FORMAÇÃO DE PROFESSORES: APROXIMAÇÕES ENTRE
MATEMÁTICA E TEATRO(1)
Gabriela Dutra Rodrigues Conrado (2), Simone Felin Peripolli(3), André Martins
Alvarenga(4)
(1)
Trabalho executado com recursos do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, subprojeto
Matemática
(2)
Graduanda em Licenciatura em Ciências Exatas, bolsista do PIBID; Universidade Federal do Pampa- UNIPAMPA.
Caçapava do Sul – RS; [email protected];
(3)
Profª Supervisora do PIBID; Escola Estadual de Ensino Médio N.Sª. da Assunção. Caçapava do Sul – RS;
[email protected];
(4)
Prof.
Ms.
Universidade
Federal
do
PampaUNIPAMPA;
Caçapava
do
Sul
–
RS;
[email protected];
RESUMO: Este trabalho trata-se de um relato de experiência de uma das atividades realizadas no PIBID subprojeto
matemática da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA, Campus Caçapava do Sul - RS. Nesta atividade utilizouse o teatro para trabalhar a capacidade de comunicação dos bolsistas, entendendo que a comunicação é uma qualidade
profissional que está presente na docência. Assim, foi elaborada uma adaptação da peça teatral Lilavati: as aventuras
da Matemática, de Atílio Bari, pelos bolsistas para ser apresentada em escolas da rede pública do município de
Caçapava do Sul - RS. Durante esta atividade, foi ampliada a habilidade de comunicação dos acadêmicos envolvidos na
atividade e foram trabalhados a matemática e a arte de modo interdisciplinar.
Palavras-Chave: Matemática, Teatro, Formação de Professores, Linguagem, Comunicação.
INTRODUÇÃO
Um dos objetivos do PIBID é aproximar os bolsistas da prática docente, e um dos fatores que
permeiam a prática do professor é a sua capacidade de comunicação. Para que o professor possa ensinar é
importante que se comunique de forma coerente com seus alunos. Geralmente é preocupação dos
professores conseguir explicar conteúdos de maneira que seus alunos entendam. Podemos afirmar que a
comunicação é eficaz quando a informação enviada é próxima da recebida, neste sentido, a capacidade de
comunicação é uma qualidade que permeia a prática pedagógica.
Entende-se que é importante trabalhar a comunicação na formação de professores, podendo
acontecer através da oralidade, da expressão corporal e gestual do professor (DIAS, 2000). Partindo destes
três tipos de comunicação foi escolhido o teatro como forma de capacitar os bolsistas para uma
comunicação produtiva na docência, tanto na relação entre professor e alunos como na relação entre
professores.
O teatro é uma das quatro linguagens da arte, segundo Dória (2009), arte é construção e fazer. Na
antiguidade os gregos chamavam arte de techné, denotando um modo de fazer, uma técnica. Arte, do latim
ars, está na raiz do verbo articular, que significa unir, juntar (DÓRIA, 2009). Teatro, vindo do grego thea que
significa “o lugar de onde se vê” ou “um ponto de vista” (BRAGA; MEDINA, 2010). A palavra matemática
vem do grego mathema, significa conhecer, entender e techné, significa técnica (VALENTE, 1993). A
matemática, assim como o teatro buscam entender e interpretar a realidade através de símbolos e
linguagem própria, em ambos existe o ambiente de disputa, hipóteses, teses, provas e demonstrações
(BRAGA; MEDINA, 2010). Desse modo, a partir das aproximações entre o teatro e a matemática buscou-se
trabalhar as variadas formas de comunicação dos bolsistas para o exercício da docência.
METODOLOGIA
Para a realização desta atividade escolhemos a peça de Atílio Bari, Lilavati: aventuras da Matemática.
Foram feitas adaptações, algumas cenas retiradas para atender as necessidades do grupo, como por
exemplo, número de participantes.
Após as leituras iniciais e estudo do texto, começamos a planejar cenários, sequências da peça e
escolher os personagens para cada um dos bolsistas participantes da atividade, para posteriormente relatar
nossas impressões sobre a experiência como atores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
É conhecida a potencialidade do teatro como estratégia lúdica na educação básica, por meio de
atividades da disciplina de artes, estudando linguagens e literatura (DÓRIA, 2009) ou em atividades
interdisciplinares utilizando história da ciência (BRAGA; MEDINA, 2010), o teatro pode colaborar na
criatividade, na imaginação e na expressão e comunicação dos alunos. Do mesmo modo, estas
potencialidades podem ser exploradas na formação de professores.
A escolha do texto foi importante para que além de trabalharmos expressão gestual e corporal
aprendêssemos sobre história da matemática, já que o texto da peça fala sobre uma conhecida história do
famoso matemático Bháskara. Bháskara ou Bháskara II viveu entre os anos de 1114 a 1185, foi
possivelmente o maior nome da matemática do séc. XII. (ROQUE; CARVALHO, 2012). Seu principal
trabalho foi o Siddhanta Siromani, dividido em quatro partes: Lilavati, Bijaganita, Grahaganita and
Goladhyaya, a história conta que a coleção chamada Lilavati seria em homenagem a sua filha, com este
nome, o trabalho contido neste título trata principalmente sobre aritmética, com problemas enunciados com
bases poéticas como era comum na época, sendo muitos deles endereçados à Lilavati (D’AZEVEDO et al,
2013).
Após a organização inicial do trabalho, começamos os ensaios e aos poucos sentindo os desafios
na representação dos personagens. Clareza na fala, tom de voz, expressão nas emoções e timidez foram
algumas das dificuldades que foram trabalhadas ao longo dos ensaios. Segundo Dias (2000) não são
muitos os profissionais que reconhecem a linguagem corporal como recurso do exercício de sua profissão, a
docência é uma das atividades que pode utilizar expressão gestual, postura e domínio corporal como
recurso de trabalho.
O ambiente de sala de aula está repleto de linguagem, seja pela interação professor-aluno por meio
de diálogo ou pela explicação de um conteúdo à turma. As linguagens presentes na sala de aula vão além
da naturali ou da linguagem matemática, são cercadas por expressões dos estudantes, de envolvimento e
satisfação pelo que estão aprendendo, por expressões de falta de interesse e desatenção ou por
expressões de dificuldade em entender os conteúdos, entre outras. Todas estas expressões dos estudantes
fazem parte do processo de aprendizagem e são meio de comunicação entre o professore e seus alunos.
CONCLUSÕES
Procurar atividades que integrem a matemática com outras áreas do saber é um trabalho árduo, que
exige pesquisa, tempo e dedicação dos professores. Para que os professores possam realizar um trabalho
interdisciplinar ou lúdico nas escolas, é indispensável aprender a trabalhar coletivamente, aceitar opiniões,
planejar atividades, sentir-se responsável pela parte que lhe cabe na proposta a ser realizada. Da mesma
forma acontece na organização de uma peça teatral, cada um representa um papel, tem sua ocupação na
peça, e se não executar a sua tarefa de forma coerente, pode comprometer a peça como um todo. Este
exercício de trabalho coletivo pode auxiliar na preparação dos bolsistas para o trabalho em grupo nas
escolas, formando os acadêmicos para o trabalho interdisciplinar em sala de aula.
REFERÊNCIAS
BRAGA, M. A. B. MEDINA, M. N. O teatro como ferramenta de aprendizagem da física e de problematização da
natureza da ciência. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 27, n. 2, p. 313-333, 2010.
D’AZEVEDO, R. P. et al. Uso de o Lilavati de Bhaskara como Recurso Pedagógico. In. Actas del VII CIBEM ISSN,
Montevideo, Uruguay, 2013. v. 2301, n. 0797, p. 464.
DIAS, M. B. L. O jogo teatral como uma possibilidade na formação do professor. 2000. Tese de Doutorado.
Dissertação–Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul–PUC, Porto Alegre.
DÓRIA, L. M. F. T. Linguagem do Teatro. Coleção Metodologia do Ensino de Artes; v.7. Curitiba: Editora Ibpex, 2009.
MENEZES, L. Matemática, Linguagem e Comunicação. Millenium, 2000.
ROQUE, T. CARVALHO, J.B. P. Tópicos de história da matemática. Rio de Janeiro: SBM, 2012.
VALENTE, J. A. Por que o computador na educação. Computadores e conhecimento: repensando a educação.
Campinas: Unicamp/Nied, p. 24-44, 1993.
(i) Linguagem natural: é o que usamos como meio de comunicação todos os dias entre os humanos. Inglês,
espanhol, francês e português são exemplos de línguas naturais.
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
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