A maior orquestra sinfônica da América Latina em Ourinhos, dia 19

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A maior orquestra sinfônica da América
Latina em Ourinhos, dia 19, às 20 horas
O sesp Itinerante se a p re s e n ta
no C lube Atlético O urinhense
no dia 19, dom ingo, em
c o n c e rto c o m e n tra d a fra n c a
A Fundação Orquestra Sinfônica do
Estado de São Paulo realiza no mês de
julho um de seus mais importantes pro­
jetos: a tumê Osesp Itinerante. Em Ou­
rinhos, a apresentação será na abertura
do IX Festival de Música, dia 19 (do­
mingo), no Clube Atlético Ourinhense,
às 20 horas.
A proposta da OSESP é levar ao
público paulista uma série de atividades
musicais inteiramente gratuitas que in­
cluem concertos sinfônicos ao ar livre,
oficinas com os músicos da Orquestra
Sinfônica, cursos de história da música
com professores especializados e diver­
sos concertos de música de câmara e
coral.
O projeto Osesp Itinerante tem como
meta principal democratizar o acesso à
música clássica em suas mais distintas
formações e apresentações sinfônicas,
de câmara e coral, além de promover a
aproximação de jovens músicos com o
cotidiano da profissão. Além do Con­
certo, com regência do Maestro Roberto
Tibiriçá, a Osesp ainda apresenta em
Ourinhos seus quintetos de metais e
madeiras, grupos de cordas e coro de
câmara.
Confira ao lado o programa da apre­
sentação da Orquestra Sinfônica do
Estado de São Paulo, no concerto do
dia 19.
l i »
Ijulho
D S l â l O |2009
Programa - Concerto OSESP
Francisco Manuel da Silva_ _ _ _ _ _ _ Hino Nacional Brasileiro
Mikhail Glinka
Ruslan e Ludmila: Abertura
Carlos Gomes_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ II Guarany: Abertura
Maurice Ravel
_ _ _ _ _ _ Bolero
Richard Wagner Os Mestres Cantores de Nürnberg: Abertura
Johann Strauss J r ._ _ _ _ _ _ _ _ _ 0 Morcego, Op.362: Abertura
Alexander Borodin
Príncipe Igor: Danças polovtsianas
Piotr I. Tchaikovsky_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Capricho italiano, Op.45
Piotr I. Tchaikovsky
Romeu e Julieta - Abertura-fantasia
OFICINAS e CURSOS
As Oficinas de Cordas, Madeiras e Metais, com expli­
cações sobre os instrumentos e execução comentada de
trechos de obras, terão duração de duas horas e pode­
rão ter participantes ativos e ouvintes, com ou sem
conhecimento musical.
Destinado ao público com ou sem conhecimento musi­
cal, è composto por três módulos de três horas cada:
secretaria municipal
de cultura de ourinhos
EDITORIAL
sica de Ourinhos
em sua 9a edição
A proposta do Festival de Música em 2009 mostra uma tendência ainda mais acentuada no incentivo à educação musical. Neste sentido
o número de cursos oferecidos foi aum entado, som ando 40. Deste total, dez são dirigidos para a s práticas de música em conjunto, confirmando
a vocação do Festival como um encontro em que os músicos têm a oportunidade de tocar e muito. Como nas edições anteriores, o Festival
oferece oportunidades de contato com vários gêneros musicais, sem preconceitos.
A programação artística segue a m esm a linha, e em 2009 violeiros, roqueiros e músicos de formação erudita se encontrarão numa saudável
comunhão. Pela primeira vez os bairros de Ourinhos serão beneficiados com atrações musicais que acontecerão nas igrejas, além do palco
montado na Praça Mello Peixoto, com apresentações musicais duas vezes por dia. Várias exposições podem ser visitadas: no Teatro
Municipal, no Coreto da Praça Mello Peixoto, no Centro de Convivência “Benedicto da Silva Eloy", no Centro Cultural “Tom Jobim”, na
Casinha da Esquina e na Biblioteca Pública.
Durante o Pré-Festival que agitou a cidade durante todo o m ês de junho, grupos musicais se apresentaram nas ruas,
escolas, em presas, clubes e igrejas, levando trabalhos inspirados em Paulinho da Viola, músico hom ena­
geado nesta edição do Festival.
O m aestro Júlio Medaglia, músico convidado deste ano, dará o curso de Prática de Orquestra e
Regência. Mas sem dúvida o diferencial da nona edição do Festival de Música de Ourinhos
é a presença da O SESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) através do
Projeto O sesp Itinerante. A orquestra apresenta concerto no dia 19, às 20h, no estádio
do Clube Atlético Ourinhense, e dois concertos de música de câm ara no Teatro
Municipal “Miguel Cury” nos dias 20 e 21. É um presente que a cidade recebe,
disto, os músicos ainda podem freqüentar a s oficinas gratuitas oferecidas pela
O sesp. Existem muitàs m aneiras de todos participarem do Festival: Freqüentando cursos,
assistindo aos concertos, indo aos restaurantes onde acontecem a s canjas, visitando exposições... Aproveite
PAULINHO... POR PAULINHO!
O Príncipe Poeta
Paulinho da Viola é o
músico hom enageado do
IX Festival de Música de
Ourinhos
Há cerca de dois meses, Ana
Yara Campos desenvolve um
trabalho no Centro Cultural,
que inclui oficinas de Expres­
são Vocal para Atores, Leitura
Musical Aplicada à Voz, para
Coralistas, e Musicalização In­
fantil, além de Percepção Mu­
sical para Bailarinos.
“Paulinho... por Paulinho! - o
príncipe poeta” nasceu espe­
cialmente para o pré-Festival
de Música de Ourinhos deste
ano. Essa montagem acabou
promovendo um encontro das
diferentes propostas e lingua­
gens artísticas.
O roteiro (script) foi escrito
por Yara, a partir de uma di­
nâmica em sala de aula com um
grupo de atores, que trouxeram
frases extraídas de canções de
Paulinho da Viola, para explo­
rar possíveis sonoridades com
a “voz cênica”.
Outrossim, numa das turmas
balaio Bü
de Musicalização Infantil, as
crianças haviam iniciado uma
com posição coletiva, com
coordenação da professora Ya­
ra, a partir do mote “Paulinho
Paulão da Viola e Violão”.
Tudo foi se conectando e de­
sencadeou-se a elaboração do
argumento, que envolveu pes­
quisa e a seleção de recortes de
26 canções de Paulinho da Vio­
la, para homenagear o compo­
sitor deste ano, ressaltar aspec­
tos de sua produção musical,
contar um pouco de sua histó­
ria, através de seus versos e
ressonâncias de parcerias.
A concepção geral da peça com a duração de cerca de 15
minutos - destaca o lugar que
Paulinho da Viola ocupa no
cenário musical brasileiro, co­
mo um dos mais significativos
nomes representantes do ge­
nuíno samba e choro. Sugere
também um paralelo com o
“coro” da tragédia grega clás­
sica, que foi o berço do teatro,
do canto coral e poesia, onde
todos esses meios expressivos
encontravam -se integrados
num só enredo, numa só per­
formance.
Segundo Yara, “Paulinho da
Viola chora... e é com seu cho­
ro e seu samba que reencontra
- e compartilha - sua alegria!
As letras de suas canções pare­
cem sublimar a dor humana e
anunciar a esperança da supe­
ração do sofrimento. Sua can­
ção apresenta-se como um
exemplo de resistência e, si­
multaneamente, de evolução
na nossa música popular. De­
lineia, de um modo muito sin­
gular, contornos de uma identi­
dade brasileira, num momento
histórico de tantas contradi­
ções e ameaças de perda das
memórias coletivas. Ao traçar
suas nuances musicais, deixase colorir de verde e amarelo.
Sua música - ou dicção, como
denomina Luiz Tatit - traz as
cores do Brasil. E quem a
conduz, em ‘Paulinho... por
Paulinho!’é a poesia.”
A presentação do musical realizado na Biblioteca
Municipal durante o Pré-Festival de Música
A direção geral e os arranjos
são de Ana Yara Campos, di­
reção teatral de Leandro Edu­
ardo Faria e direção musical de
Daniele Montuleze. Partici­
pam desse breve musical crian­
ças que freqüentam as aulas de
Musicalização Infantil na Es­
cola Municipal de Música, co­
ralistas e atores das oficinas de
teatro do Programa VivOurinhos.
Publicação Mensal da Secretaria Municipal de Cultura
Divisão de Oficinas Culturais
Pesquisa e Redação: Marco Aurélio Gomes - Tatiana
Oliveira - Neusa Fleury Moraes
Diagramação: Nelson Nunes Pereira Neto
Distribuição Gratuita - Tiragem: 6.000
f
, ’ *
•
2
LINEU BRAVO
O LUTHIER DOS GRANDES VIOLONISTAS BRASILEIROS
construiu seu primeiro instru­
mento, um cavaco, feito de ma­
deira compensada na oficina
de seu pai.
Foram 20 anos construindo
instrumentos como 'hobby', até
que o artesão se deparou com
um verdadeiro violão de con­
certo. “Aquilo aguçou-me
a sensibilidade e, curioso,
passei a investigá-lo com mi­
núcia. Resolvi que podia. E
fiz”, conta Lineu Bravo.
Lineu Bravo estará em Ouk rinhos durante o IX Festi„ vai de Música. Ele con1
| versou com o Balaio CulI tural sobre seu trabalho
sua vinda para a cidade.
Guinga, Ulisses Rocha, Yamandú Costa, Maurício Carri­
lho, Marcus Tardelli, Alessan­
dra Penezzi, Chico Buarque,
Juarez Moreira, estão entre os
clientes de Lineu Bravo, o luthier que começou brincando
com os restos de madeira da
oficina de seu pai e hoje cons­
trói artesanalmente violões
para os grandes músicos brasi­
leiros.
Além do violão clássico,
Bravo produz também cava­
quinhos, bandolins, violão te­
nor, viola caipira e violão aço
(brasileiro). Filho de imigran­
tes espanhóis, Lineu Bravo
passou a infância em Sorocaba,
onde seu pai possuía uma mar­
cenaria. Aos 10 anos começou
a tocar cavaquinho, e aos 14
Há quanto tempo você
se considera profissio­
nal em lutheria e quais
são os seus principais ins­
trumentos?
Comecei a exercer esta ativi­
dade profissionalmente há 8
anos, quando fiz meu primeiro
violão. Antes disso havia feito
alguns cavacos e bandolins pa­
ra mim mesmo, pois sou cho­
rão, solista desses instrumen­
tos. Não tenho qualquer for­
mação acadêmica em acústica,
nunca fiz cursos de lutheria
nem trabalhei com outros pro­
fissionais. Tudo o que sei fazer
aprendi fazendo.
Como foi o processo de aper­
feiçoamento da qualidade de
seus instrumentos, a ponto
deles tornarem-se tão popu­
lares entre os grandes violo­
nistas brasileiros?
O que sempre fiz - e faço até
hoje - é ouvir com muito cui­
dado as opiniões dos músicos.
Levei meu primeiro violão pa­
ra um professor de violão
clássico e pedi pra ele dizer
tudo o que ele não gostava no
instrumento para que eu pudes-
‘Tenho uma forma
própria de entender
a vibração da madei­
ra, de forma intuitiva,
essa é a minha
principal ferramenta’
se melhorar no próximo. Assim
continuei tentando entender
quais as expectativas dos músi­
cos e como supri-las. Hoje, boa
parte dos meus ídolos tocam
com os meus violões, pois nes­
sas "consultas" alguns acaba­
vam por encomendar um vio­
lão e o boca-a-boca foi virando
uma bola de neve.
Você conta que aprendeu a
fazer seus instrumentos na
prática. Como é seu relacio­
namento com a madeira, com
a construção de cada peça de
seus instrumentos?
Tenho uma forma própria de
entender a vibração da madei­
ra, de forma completamente
intuitiva e essa é a minha prin­
cipal ferramenta. Com o passar
do tempo, continuei procuran­
do sempre músicos mais exi­
gentes e assim meu trabalho foi
e continua se desenvolvendo. É
muito interessante como as ne­
cessidades e expectativas de
diferentes músicos variam de
acordo com o estilo musical de
cada um, o que me força a fazer
instrumentos com o máximo
de qualidade possível, quanto à
sonoridade, afinação, confor­
to, beleza etc.
Você vai trazer a Ourinhos
alguns de seus instrumentos?
Os músicos interessados po­
derão fazer encomendas?
Está sendo uma honra par­
ticipar do Festival de Música
de Ourinhos, onde pretendo es­
tar à disposição dos partici­
pantes de quinta até domingo
para conversar, tirar dúvidas e
mostrar instrumentos. Preten­
do levar violões de seis e sete
cordas e um cavaco.
“CHORO 4 X 0 ” FAZ UMA RELEITURA
DA TRADIÇÃO DO CH O RO
é
Em 2006 o Grupo “4 x 0” iniciou o
projeto Porta Aberta, buscando recuperar a
tradição do choro produzido no interior do
estado de São Paulo numa perspectiva con­
temporânea. “Choro 4 x 0”, que será apre­
sentado no dia 23 na Praça Mello Peixoto, é
resultado desse trabalho. O repertório con­
templa os mais representativos chorões,
reunindo músicas que estão registradas no
segundo CD do grupo, “Porta Aberta - Me­
mórias do Choro Paulista”.
Formado pelos músicos Daniel Muller
l
i
»
Ij ul ho
balaio 2009
(piano), Danilo Penteado (baixo elétrico e
cavaco), Eduardo Lobo (guitarra elétrica) e
Lucas da Rosa (bateria e percussão), o “4 x
0” parte do vasto universo do choro, in­
corporando diferentes referências, num
trabalho impregnado de originalidade. Em
sua trajetória, o grupo realizou dezenas de
apresentações, percorrendo diversas re­
giões do país. Em 2004 conquistou o 2o
lugar no Prêmio VISA de Música Bra­
sileira. O show do “4 x 0” será realizado dia
23, às 17h, na Praça Mello Peixoto.
Alex Buck vai destacar os principais bateristas brasileiros
C a n t o Lírico
O músico vai proporcionar aos
alunos um passeio pela história
da bateria brasileira
Adélia Issa vai ministrar
o curso de Canto Lírico
tória da bateria brasileira, analisando a
obra de alguns dos principais bateristas
brasileiros e suas contribuições. O curso
busca um aprimoramento da técnica, a
apresentação de ritmos brasileiros pou­
co difundidos, além de novas aborda­
gens para ritmos como o frevo, o samba,
a bossa-nova e o forró.
Com vasta experiência internacional,
a cantora Adélia Issa, professora de
Canto Lírico do IX Festival de Música,
tem sido convidada para participar dos
principais festivais realizados no país.
Sua formação inclui estudos na
Manhattan School of Music, na New
York City Opera e na Metropolitan
Opera, algumas das mais conceituadas
escolas americanas.
Além do trabalho em várias universi­
dades brasileiras, Adélia foi também
orientadora de importantes grupos
vocais, como o Coral Sinfônico da
OSESP, os corais da USP, do SEN AC e
da PUC de Santos. Como solista, apre­
sentou-se em recitais, concertos sinfô­
nicos e óperas em vários países da
América Latina, da Europa e também
nos EUA, sob a regência de Isaac
Karabtchevsky, John Neschling e Ro­
berto Minczuk.
Dentre suas atuações mais impor­
tantes destacam-se as óperas “Un Bailo
in Maschera” de Verdi, ao lado do tenor
Cario Bergonzi, e “Carmen” de Bizet,
com Plácido Domingo.
Recebeu ainda o Prêmio Carlos
Gomes em 1999, como Destaque Vocal
Feminino.
Sambista não tem valor/Nesta terra de doutor/E seu doutor/O meu pai tinha razão
interessados. Leia abaixo a entrevista
com Marcelo Jaffé:
Você acredita que todo músico pre­
cisa de empresário?
Não acredito que "precise", mas é me­
lhor contar com um. A organização das
viagens, agenda, material de divulga­
ção, negociações a cargo de uma pes­
soa especializada ajudam o músico a
manter o foco na criação.
É possível sobreviver como músico no
Brasil?
Acho que todos nós professores do
Festival somos uma boa prova de que,
sim, é possível viver de música no Bra­
sil.
É possível aprender maneiras de ge­
renciar a carreira de músico?
Sim, entre cursos de administração de
empresas se pode encontrar paralelos, e
fora do Brasil existem cursos especí­
ficos de "management". Se não, use­
mos o bom senso e objetivos claros.
Com a Internet possibilitando o
acesso gratuito às músicas, você ima­
gina uma maneira do músico ser re­
munerado pelo trabalho de criação e
execução de suas obras?
O mundo virtual avança de forma ine­
xorável. Me parece que mais e mais
existem músicos usando esta impor­
tante ferramenta em seu benefício, seja
na hora de postar seu currículo, agenda
e contato para convites, como mandar
material gravado para qualquer canto
do planeta, gerando receita.
Que conselho você daria para um
músico iniciante que pretende seguir
carreira?
Estude, estude, e depois, estude. O
trabalho de pesquisa de um estudante
não pode se restringir ao contato com o
instrumento. Assistir concertos, shows,
ouvir gravações diferentes de uma
mesma obra, ler sobre a história do
assunto em questão e aos poucos criar
uma identidade ajudam a desenvolver a
personalidade do jovem artista.
Considerado um dos mais completos
músicos da nova geração, o baterista
Alex Buck é também pianista, composi­
tor e arranjador. Seu contato com a mú­
sica se deu muito cedo quando iniciou
seus estudos na Escola Zimbo Trio. Ain­
da com 17 anos, Alex foi premiado no
“Batuka!”, o maior festival de bateristas
do Brasil.
Sua carreira é marcada pela identi­
ficação com a música brasileira, acom­
panhando músicos como Dominguinhos, Yamandú Costa, Arismâr do
Espírito Santo, Jair Rodrigues, Jane Dubock, Alessandro Penezzi, Germano
Mathias, Raul de Souza, Heraldo do
Monte, Naylor Proveta, Michel Leme,
Thiago Espírito Santo entre outros. Em
sua carreira solo gravou dois discos,
com composições e arranjos próprios:
Luz da Lua (2005) e Irmãos de Som
(2008). Seu primeiro disco lhe rendeu o
título de revelação 2005, pela revista
Modem Drummer, e a crítica da revista
Jazz + o considerou um dos melhores
discos da década.
Em seu curso, Alex Buck vai propor­
cionar aos alunos um passeio pela his­
Alex Buck, que também é pianista e arranjador, vai ministrar o curso de Bateria
(Paulinho da Viola em “14 anos”)
Saiba como ter sucesso na
profissão de músico
Paulinho da Viola, o músico homena­
geado pelo Festival este ano questiona
em sua música “ 14 anos” (Meu tempo é
hoje, 2003) sobre as dificuldades da vi­
da de músico no Brasil. Como este é um
assunto sempre atual, o violista Marcelo
Jaffé coordena a conversa sobre a car­
reira de músico, que vai acontecer no
dia 23 no Centro Cultural “Tom Jobim”,
às 15 horas, com entrada franca. Mar­
celo é professor de viola da Escola de
Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo, violista do Quarteto de
Cordas da Cidade de São Paulo e apre­
sentador da Rádio Cultura.
Assuntos como contratos, organiza­
ção de shows, gravação de Cds e mar­
keting pessoal serão discutidos com os
balaio
c< / >,
Altair Martins e a Prática de Big Band
O professor de Prática
de Big Band e Trompete
desta 9a edição do Festi­
val de Ourinhos é o trom­
petista Altair Martins.
Experiente musicista,
Altair Martins integra
atualmente o grupo ca­
rioca Orquestra Imperial
e também o Idriss Boudrioua Sexteto.
Já acompanhou tumês
com músicos como Francis Hime e Billy Blanco,
além de ter gravado mais
de 400 CDs de arranjos e
feito shows acompanhan­
do nomes populares co­
mo Chico Buarque, Gil­
berto Gil, Angela Maria,
Ed Motta, Elba Ramalho,
Titãs, Leila Pinheiro,
MPB4, Quarteto em Cy,
Rita Lee, Erasmo Carlos,
Martinho da Vila, João
Donato, Alcione e muitos
outros.
Dois anos morando na
Flórida, o trompetista tra­
balhou com grandes no­
mes da salsa como Tito
Nieves e Willie Rosário.
Na área instrumental no
Brasil, tocou com nomes
como Pascoal Meirelles,
Mauro Senise, Paulinho
Trumpete, Grupo 11 Ca­
beças, entre outros. O
músico prepara para este
ano seu CD debut.
O curso de trompete
acontece das 14h às 17h.
LUIZ GUELLO
Percussão Brasileira vai abordar diferentes ritmos musicais
Folclore Brasileiro com
Neide Rodrigues Gomes
A riqueza da m úsica bra­
sileira atrávés dos autos
pastoris e natalinos
Neide Rodrigues Gomes é
mais uma das professoras do
Festival de Ourinhos que re­
toma à esta 9a edição para mi­
nistrar o curso de Folclore Bra­
sileiro.
Defensora do ensino de mú­
sica nas escolas, Neide Ro­
drigues Gomes acredita que
com a volta da música no ensi­
no fundamental, projeto já
aprovado pelo govemo fede­
ral, o país terá oportunidade de
mostrar o quanto o professor
de música é importante no pro­
Destaque para o Choro no
curso de Violão Popular
Um dos mais destacados
percussionistas brasileiros,
Luiz Guello novamente
estará em Ourinhos
O compositor e arranjador
Alessandro Penezzi está à
frente do curso
Buscar o desenvolvimento
técnico, priorizando o trabalho
com o pandeiro, é o objetivo do
curso que será coordenado pe­
lo percussionista Luiz Guello.
Através do estudo de diferen­
tes gêneros e ritmos musicais,
como o samba, o choro e os
ritmos do nordeste, Luiz
Guello pretende contribuir
para o aperfeiçoamento técni­
co dos participantes.
Um dos mais destacados
percussionistas brasileiros,
Luiz Guello tocou com Paulo
Bellinati, Naná Vasconcelos,
Proveta, Toninho Carrasqueira, Paulo Moura, Oswaldinho
do Acordeon, Nóbrega e Arismar do Espírito Santo. Gravou
com Zizi Possi vários CDs,
entre eles “Valsa Brasileira”,
que ganhou o prêmio de me­
lhor disco em 1994. Participou
ainda do CD do Trio de To­
ninho Ferraguti, indicado ao
Grammy na categoria de
Desenvolver um estudo so­
bre a construção harmônica do
choro será a base do curso de
Violão Popular que terá à fren­
te o violonista, compositor e
arranjador Alessandro Penez­
zi.
Formado em Música Popu­
lar pela Unicamp, Alessandro
já se apresentou ao lado de
grandes instrumentistas, como
Dominguinhos, Yamandú Cos­
ta, Zimbo Trio, Ricardo Herz,
Carlos Poyares, Oswaldinho
da Cuíca, Toninho Ferragutti,
Arismar do Espírito Santo,
Caíto Marcondes, Oswaldinho
do Acordeon, Naylor Proveta,
Maurício e Luciana Rabello.
Em 2004, Penezzi foi um dos
12 finalistas do Prêmio Visa de
Música Brasileira. No ano se­
guinte, participou da 2a edição
do projeto com Badi Assad,
Guinga, Paulo Bellinati, Mar­
co Pereira, Zé Menezes, Fábio
-balaio HH
melhor grupo instrumental de
música latina. Gravou em New
York o CD “Astronauta” da
cantora Joyce, ao lado de Tutty
Moreno, Rodolfo Stroeter,
Dori Caymmi, entre outros.
Como integrante da Banda
Mantiqueira, considerada a
mais importante big band bra­
sileira na atualidade, fez tumê
pelos EUA. Atualmente, além
da Banda Mantiqueira, Luiz
Guello toca com o “Duo Ello
Percussão, e com a “Orquestra
Popular de Câmara”.
^31
cesso de aprendizado cultural
das crianças.
“Assim poderemos levar pa­
ra os nossos alunos a impor­
tância da música folclórica do
Brasil. A riqueza da música
brasileira, através de suas ma­
nifestações como os Bumba
meu Boi, os Maracatus, os Jongos, as Gongadas, Moçambiques, Folias de Reis e outras
tantas”, comenta a professora.
O curso de Folclore Brasilei­
ro, ministrado por Neide Go­
mes, acontece de 20 a 25 de ju­
lho, das 9h às 12h no Centro
Cultural Tom Jobim.
Serão abordadas as várias
vertentes folclóricas brasilei­
ras em especial os Autos Nata­
linos e Pastoris.
i
Zanon, Gilvan de Oliveira, To­
ninho Horta, João Lyra, Quar­
teto Maogani, entre outros. Em
2006, lançou seu 2o CD solo
“Alessandro Penezzi”, com a
participação de Beth Carvalho
e antigos parceiros.
Foi um dos selecionados no
Programa Rumos Itaú Cultural
Música 2007/2009. No mesmo
ano lançou “Sentido”, seu ter­
ceiro CD solo, no auditório do
Espaço BNDES, dentro do
projeto Quintas no BNDES.
ARTIGO
ENFIM, MUSICA NAS
ESCOLAS OUTRA VEZ!
Na década de 30 a carreira interna­
cional de Heitor Villa-Lobos fluía muito
bem. Ao ver, porém, a expansão dos
meios eletrônicos de massa, o rádio e
gravação de discos, apaixonado pelo
Brasil como era, resolveu permanecer
aqui para iniciar um projeto de ensino
musical nas escolas. Pretendia, assim,
proteger nos-so povo de um possível
ataque maléfico dessa emergente
indústria da cultura, que ele chamava de
música de repetição. Dizia, não com
estas palavras, que o brasileiro deveria
ser municiado de informações musicais
sólidas, pois poderia ficar refém dessa
máquina, seguramente mais preocu­
pada em comercializar seus produtos do
que prestar serviços à cultura nacional.
Não se tem noticias de um raciocínio tão
coerente e premonitório como esse,
sobretudo quando se observa a
realidade cultural atual. Esse bombar­
deio via satélite, promovido por uma
indústria cultural que se expande na
mesma proporção que baixa o nível
artístico de sua produção, ocorre inter­
nacionalmente, direcionando o público
no sentido de um frenético “consuma e
descarte”, que, tratando de bens comuns
pode funcionar, mas, quando aplicado à
criação artística, promove verdadeira
devastação na sensibilidade humana.
Inicialmente apoiado pelo interventor
federal em São Paulo, tenente João Al­
berto, Villa fez uma longa viagem ao in­
terior de nosso Estado - carregando um
piano consigo! - , iniciando uma verda­
deira caravana em prol da divulgação e
do ensino de uma música de qualidade.
Com o bom resultado dessa experiên­
cia/aventura, o grande educador Anísio
Teixeira, Secretário de Educação do
Rio, criou para Villa uma Superinten­
dência da Educação Musical e Artística.
Próximo do poder central, Villa fez seu
projeto chegar a Getúlio. O ditador, en­
cantado com as manifestações de massa
do ufanismo patriótico nazi-fascista da
Europa, viu nas concentrações corais de
Villa o instrumento ideal para promover
algo semelhante no Brasil. Assim, de­
cretou a obrigatoriedade do ensino mu­
sical no País. Em seguida criou-se o
Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, para a formação de profes­
sores, o qual Villa dirigiu até sua morte
em 1959.
Por mais que se possa ter criticado
componentes daquele projeto, o Canto
Orfeônico prestou inestimáveis servi­
ços à formação do brasileiro. Com a
criação do Guia Prático, harmonização
de 137 cantos populares das diversas
O maestro
JÚLIO MEDAGLIA
é o músico convidado do
IX Festival de Música de
Ourinhos
regiões, Villa fazia com que o Brasil se
conhecesse através da musica e, ao
vocalizá-los, que o jovem se auto-disciplinasse. Nessas aulas chegava ao jo ­
vem também a informação de um uni­
verso musical amplo, assim como o
conhecimento da música dos grandes
mestres.
Em 1972 o coronel Jarbas Passarinho,
então ministro da educação e cultura,
prestou um desserviço à Nação ao extinguir o ensino musical nas escolas, pro­
vavelmente temendo o poder feiticeiro,
talvez “subversivo” da música. Nestes
36 anos não faltaram empenhos no sen­
tido de trazer de volta o ensino musical
ao jovem, já que essa forma de ex­
pressão é a que mais acompanha o ser
humano na vida. Recentemente a sena­
dora Roseana Samey apresentou um
projeto que alterava a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação de 96, propondo a
obrigatoriedade do ensino musical nas
escolas. Para surpresa geral, essa pro­
posta foi aprovada rápida e unanime­
mente no Senado e na Câmara dos De­
putados. No dia 18 de agosto o presi­
dente Lula sancionou esse projeto de
lei, dando 3 anos às comissões de ensino
para se adaptarem às exigências peda­
gógicas estabelecidas nos artigos 1 e 2.
Surge agora o debate de como
conduzir a criação de um currículo.
Teme-se que comissões de endiabrados
“alquimistas” se reúnam por décadas
para a elaboração de um monstrengo
pedagógico, enquanto outros, sabedo­
res da urgência da aplicação desse en­
sino, optem pela criação de algo prático
e imediato. Sou da opinião que se crie
uma comissão mínima para debater o
assunto, com apoio do Ministério da
Cultura e se elabore um currículo
prático e compacto de no máximo 10
páginas. Para que com ele, um músico
de formação razoável - sem mil diplo­
mas, licenciaturas ou mestrados! - pos­
sa entrar numa sala de aulas e exibir
vídeos, CDs, fazer as crianças cantarem
o Guia Prático, conhecer os hinos na­
cionais, tocarem instrumentos simples,
talvez fabricados por eles mesmos,
baseados nas experiências do método
Carl Orff. Dessa forma pode-se abrir a
mente dos jovens para muitas vivências
sonoras e mostrar-lhes como é grande e
colorido o mundo musical universal,
bem diferente daquele que ele vê na TV.
E que se faça isso rapidamente, antes
que o processo de imbecilização coleti­
va via satélite ganhe essa guerra.
Júlio Medaglia
Como será o ensino de música nas escolas brasileiras?
No dia 24, às 10h, no Centro
Cultural, o maestro Júlio Medaglia
fala sobre currículo para o ensino da
música. Às 14 horas, um grupo de
educadores retoma a discussão
Em 2007 e 2008, o Festival de Músi­
ca de Ourinhos incentivou a discussão
sobre a volta do ensino da música nas
escolas brasileiras, proporcionando en­
contros e palestras. Este ano a proposta
é se discutir o que e como as escolas vão
ensinar. O encontro tem entrada franca,
e acontece no dia 24, às lOh, no Centro
Cultural, reunindo técnicos do Minis­
tério da Educação e Cultura e o maestro
s
• Ijulho
D â l â i o 2009
1
Júlio Medaglia.
Depois de 30 anos, o ensino da mú­
sica finalmente vai voltar para as esco­
las brasileiras. A Lei, aprovada em agos­
to de 2008, prevê três anos para que as
comissões de ensino se adaptem às exi­
gências pedagógicas e a prática volte
para as salas de aula. Enquanto isso,
muito se discute sobre o que nossos alu­
nos precisam aprender a respeito de mú­
sica, e qual o perfil que será exigido do
profissional que fará esse trabalho. A
resolução do governo federal afirma
que não existe a obrigatoriedade da for­
mação acadêmica, motivada pelo nú­
mero reduzido de músicos brasileiros
com formação superior. O maestro Júlio
Medaglia, músico convidado do IX Fes­
tival de Música de Ourinhos, tem suges­
tões para essas inquietações, e tem feito
palestras falando sobre o assunto. Ele
defende que o ensino da música seja
feito de maneira prática, onde os alunos
tenham oportunidades de assistir ví­
deos, ouvir música, aprender a cantar e
tocar instrumentos baseados na filo­
sofia Carl Orff.
Além de Júlio Medaglia, participa do
encontro a educadora Jaqueline Moll
Diretora do Departamento de Desen­
volvimento e Articulação Institucional
da Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade do Minis­
tério da Educação.
À tarde, a partir das 14 horas, outro
grupo de educadores debate o tema:
“Educação Musical no contexto da po­
lítica educacional do Ministério da Edu­
cação”. O grupo é formaao por técnicos
ligados aos Ministérios da Educação,
Cultura, Funarte, Secretaria de Estado
da Educação e da Cultura, Universidade
de Santos e Cooperativa Polo Cultural.
A mediação fica a cargo de Eneida Spoller, da Cooperativa Polo Cultural. O en­
contro é oportunidade para que músi­
cos, pais de alunos e professores conhe­
çam um pouco mais sobre este assunto.
Júlio Medaglia fala sobre a popularização da música sinfônica
jador? O quanto existe de liberdade
para criação num trabalho como es­
te? Como é o mercado de trabalho
para quem se dedica a fazer arran­
jos?
JM - O trabalho de arranjo é semelhan­
te ao da composição. É necessário cons­
truir a idéia na mente e depois colocá-la
no papel. Seja um trabalho próprio ou a
partir de uma obra de outro. Arranjar
uma obra, é o mesmo que traduzir um
poema. Envolve um grande componen­
te de criação.
O Maestro Júlio Medaglia foi um dos
entrevistados do Balaio Cultural de ju ­
nho. Na ocasião o músico fez uma aná­
lise do panorama musical brasileiro e
deu suas opiniões sobre a volta do en­
sino de música nas escolas. Nesta edi­
ção especial do Festival de Música, Me­
daglia volta às páginas do Balaio para
um papo descontraído sobre comparti­
lhamento de músicas na internet, popu­
larização da música sinfônica e o pro­
cesso de criação musical. Confira
também na página ao lado o artigo
'Enfim, música nas escolas!, escrito
pelo próprio maestro.
O concerto da OSESP em Ourinhos
será realizado num estádio de fute­
bol, com a presença de milhares de
pessoas. O senhor acredita que proje­
tos como esse contribuem para popu­
larizar o gosto pela música clássica?
JM - Nossos conjuntos orquestrais de­
vem, sim, fazer concertos dessa natu­
reza, além daqueles que fazem para um
público iniciado. É função da OSESP,
como excelente orquestra, também
exercer essa tarefa de “animação cultu­
ral”, a de aproximar novos públicos ao
convívio da “música de concerto”.
CRISTÓVÃO BASTOS
No passado, o laço entre músicos e su­
as composições e o público eram os
festivais. Hoje em dia, sem espaço na
mídia, os músicos usam a internet
para divulgar seus trabalhos. Em ra­
zão disso, qual sua opinião sobre o
compartilhamento de músicas de
graça na internet?
JM - A internet é a coisa mais genial
criada pelo homem nos últimos tempos.
Ela, porém, não provoca as pessoas a
nada. A mídia é que inventa seus mons-
trengos musicais e excita o público a
consumir - e descartar logo! - seus pro­
dutos. Eventos como o de Ourinhos festival + concertos para grandes pla­
téias - contribuem decisivamente para
despertar a atenção e o interesse de no­
vas gerações para outros tipos de reper­
tório mais qualificado. Depois de mo­
tivado, o interessado deve ir à internet.
Lá vai encontrar tudo e mais alguma
coisa...
Como é seu trabalho como arran­
O Festival de Ourinhos tem tradição
em valorizar o aprendizado musical,
por isso costuma atrair músicos inte­
ressados mais nos cursos do que na
programação artística. Como você vê
este evento enquanto valorização da
música, tanto erudita quanto po­
pular?
JM - Cursos e exibição artística se
complementam. Os cursos mexem com
a mente dos jovens. Eles devem sair daí
com novas idéias e perspectivas na ca­
beça. Se tiverem contato com artistas de
alto nível, solistas ou orquestras, isso
pode contribuir para que ampliem seus
horizontes culturais.
Cristóvão Bastos é parceiro
de Chico Buarque e Paulinho
da Viola, músicos homena­
geados em 2008 e 2009
pelo Festival de Música
talgia, mas como uma forma de cur­
tição, porque a gafieira tem um lado
estético bacana. Todas as pessoas, dos
dançarinos aos músicos, são bons no
que fazem. Tocam samba e choro e
neste disco misturei tudo isto”, conta o
compositor.
■
Pianista Cristóvão Bastos
de volta a Ourinhos
O compositor é professor do
Festival e se apresenta no
teatro nos dias 22 e 24
Pianista, compositor e arranjador,
Cristóvão Bastos é um dos grandes no­
mes da música brasileira e parceiro de
compositores como Paulinho da Viola e
Chico Buarque. Professor do Festival
de Música de Ourinhos pelo segundo
ano consecutivo, Bastos volta à Ouri­
nhos para ministrar os cursos de Piano
Popular e Elaboração de Arranjos.
Além das aulas, o músico também se
apresenta em dois grandes shows do
Festival, no encontro da música erudita
e popular batizado de 'Divina Comu­
nhão', que acontece no dia 22 e reunirá
Maurício Carrilho, Paulo Aragão, Pro­
balaio
veta, Marcelo Jaffé, Betina Stegmann,
Roberto Suetholz e Nelson Rios, e tam­
bém no dia 24 no lançamento do CD
'Brasileiro Saxofone', de Nailor Prove­
ta, com os músicos Luciana Rabelo (ca­
vaquinho), Maurício Carrilho (violão
de 7), Paulo Aragão (violão) e Marcos
Tadeu (pandeiro).
Cristóvão Bastos começou a tocar na
noite aos 17 anos, em encontros de ga­
fieira, tema de seu mais recente traba­
lho, o disco ‘Curtindo a Gafieira’, lan­
çado em 2008. Com composições iné­
ditas, todas de sua autoria, e um time de
músicos do melhor da música brasileira,
‘Curtindo a Gafieira’ quer relembrar es­
ta forma de fazer música: bons músicos,
entendedores deste universo, arranjos
caprichados, feitos para dançar, cha­
mando as pessoas para irem à pista. “Eu
queria relembrar isto, não com nos-
7
O saxofonista Nailor Proveta lança
seu segundo disco solo, “Brasileiro
Saxofone”, no Teatro Municipal Miguel
Cury, dia 24 de julho, às 20h30. A apre­
sentação é uma homenagem do músico
ao instrumento, seu fiel parceiro há
mais de 30 anos.
O repertório do show é baseado nas
músicas do CD lançado recentemente,
selecionadas entre os mais variados gê­
neros. O choro marca presença com Pixinguinha (“Quem é você?”) e Ratinho
(“Saxofone, por que choras?”). Já o jazz
aparece com “Stanats”, uma homena­
gem de Moacir Santos a outro mestre,
Stan Getz. As bandas de coreto estão
representadas com “Ternura”, de KXimbinho, e a música de câmara com
“Choro e divertimento”, do próprio
Proveta. Neste “Brasileiro Saxofone”,
até uma valsa comparece: “Caminho da
saudade”, de Radamés Gnattali.
Sem dúvida, o sax será a grande es­
trela da noite, porém, por seu caráter
harmônico, não ofuscará os demais con­
vidados: o piano de Cristovão Bastos; o
violão 7 cordas de Maurício Carrilho; o
violão de Paulo Aragão; o cavaquinho
de Luciana Rabello; e o pandeiro de
Marcus Thadeu dos Santos; que apoia­
rão o anfitrião sob o comando de Nailor
Proveta.
Com mais de 30 anos de carreira,
com artistas como Natalie Cole e Benny
Carter, além de ter seguido em tumês
com a orquestra de Ray Connif.
Até hoje, Proveta é um dos clarine­
tistas mais requisitados do país, mas
tem com o saxofone um caso de amor,
aliado a um interesse quase científico,
expresso através da pesquisa minuciosa
de timbres e sonoridades dessa família
de instrumentos.
No site www.brasileirosaxofone.com
duas músicas extras e inéditas estão dis­
poníveis para download gratuito: "Oboé
com alcatra" (Proveta e Maurício Carri­
lho) e "Riscador (jongo)" - 2omovimen­
to da suíte "Três oferendas" (Pedro
Paes); assim como fotos, informações
sobre o trabalho e agenda de shows.
BRASILEIRO
onde?
Nailor Proveta apresenta
Brasileiro Saxofone
Nailor Proveta é figura de destaque no
cenário da música instrumental brasilei­
ra. Integrante e fundador da Banda
Mantiqueira, compositor e arranjador,
além de instrumentista, esteve envol­
vido em muitos dos melhores e mais re­
levantes projetos musicais das últimas
décadas.
Proveta começou na banda municipal
de Leme (SP), onde nasceu. Aos 16
anos, já em São Paulo, integrou a
orquestra do maestro Sylvio Mazzuca.
Depois, liderou a Banda Aquarius e o
grupo Sambop Brass, e dividiu o palco
SAXOFONE
Teatro Municipal Miguel Cury
(Rua 09 de Julho, 496 - Centro )
quando?
24 de julho (sexta-feira), às 20h30
quanto?
R$ 10,00 (inteira)
R$ 5,00 (meia-entrada)
Classificação: Livre
Erudito e popular: Divina Comunhão
onde?
r*
'
Centro Cultural
‘Tom Jobim ’
quando?
23 de julho
a partir das 17h30
Um bate-papo informal com Nailor Proveta sobre seu mais
recente cd, "Brasileiro Saxofone", e sobre a presença e a
atualidade do saxofone no Brasil. Uma "prévia" do concerto
de lançamento deste disco, em 24 de julho. Participam os dois
outros produtores do disco, Paulo Aragão e Maurício
Carrilho. Aberto a músicos, estudantes e ao público em geral.
j ..balaio Èü
Ainda existem aqueles que
torcem o nariz para a proposta
do show que acontece no dia 22
no Teatro Municipal, unindo os
gêneros classificados como
“erudito” e “popular”. Proveta,
Maurício Carrilho, Paulo Ara­
gão, Cristóvão Bastos, Marce­
lo Jaffé, Betina Stegmann, Ro­
berto Suetholz e Nelson Rios,
grandes nomes da música bra­
sileira de formação musical di­
ferentes mostram que só exis­
tem dois tipos de música: a que
tem qualidade e a que não tem.
Utilizada como uma manei­
ra de se distanciar da música
executada e ouvida pelo povo,
a música erudita durante anos
teve sua execução restrita a es­
paços nobres, usufruída por
pessoas de maior poder aqui­
sitivo. Enquanto isso, a chama­
da “música popular” era con­
sumida pelo resto dos mortais.
Mas, como é difícil impedir as
trocas que a arte proporciona,
as coisas nunca aconteram bem
assim. Na realidade, as influ­
ências entre os grupos sociais e
sua produção artística sempre
existiram, e o que aconteceu
foi que de maneira bastante
intensa os compositores cha­
mados de eruditos produziram
buscando inspiração no folclo­
re e na música regional produ­
zida de maneira espontânea pe­
la população mais pobre.
“Gente é tudo igual. A capaci­
dade criativa existe em todos e
se manifesta de maneira dife­
rente dependendo das influ­
ências e capacidades individu­
ais. Dizer que um gênero é
melhor que o outro é besteira”,
afirma Neusa Fleury, secre­
tária de Cultura, comentando
sobre o show “Divina Comu­
nhão”.
I
S
Vânia Bastos comemora 20 anos de
carreira com trabalho ao vivo
(bateria e percussão). O show
'Tocar na Banda' começa às
20h30 e a entrada é franca.
A cantora conversou com o
Balaio Cultural e contou um
pouco sobre sua juventude em
Ourinhos e seus primeiros con­
tatos com a música.
'Tocar na Banda', o mais
recente trabalho de Vânia Bas­
tos, será lançado em Ourinhos
no próximo dia 23 de julho,
quando a cantora apresenta seu
espetáculo no Teatro Munici­
pal Miguel Cury. Este é o pri­
meiro trabalho gravado ao vivo
por Vânia Bastos. O resultado
é uma coletânea de seu repertó­
rio clássico, composto por Tom
Jobim, Caetano Veloso, Arrigo
Bamabé, Itamar Assumpção,
entre outros. Integrante da his­
tórica banda Sabor de Veneno,
Vânia Bastos gravou, ao lado
de Arrigo, os inesquecíveis Lps
'Clara Crocodilo’ e ‘Tubarões
Voadores'. Vânia Bastos se
apresenta em Ourinhos ao lado
do Trio Ronaldo Rayol, (dire­
ção musical, violão e piano),
Eric Budney (contrabaixo
acústico) e Nahame Casseb
Qual sua relação com Ouri­
nhos e como se deu os primei­
ros contatos com a música?
Vivi em Ourinhos até os de­
zoito anos de idade. Desde jo ­
vem eu já cantava, e nesse pe­
ríodo tive total apoio de meu
irmão Euler, que é 6 anos mais
velho que eu, ele sempre me
incentivou na música. O Euler
colocou muita confiança em
mim, ele me "divulgava" pros
com positores ourinhenses,
seus amigos na época. Isso era
final da década de 60, ele me
levava pros festivais da região,
para Cambará, Jacarezinho,
onde ganhei prêmios, o que re­
presentou um grande incentivo
e me fez ter mais auto-confian­
ça.
Quais foram os principais
acontecimentos para o início
de uma carreira profissional
com a música?
Com Hermelino Neder, que
também é ourinhense, os cami­
nhos se abriram mais, pois for­
mamos um grupo musical* no
qual Gil Jardim também fazia
parte. Viemos todos estudar em
São Paulo. Hermelino e seu
pai, Sr Jamil Neder, foram dois
grandes responsáveis por eu ter
levado isso a sério mesmo. Es­
tudei teoria, fiz um pouco de
í
BI
aulas de canto e mergulhei de
cabeça na música, erudita e po­
pular. Tudo paralelamente à fa­
culdade de Ciências Sociais na
USP. Foi na própria USP onde
conheci Arrigo Bamabé e daí
em diante (1980), encarei a
música profissionalmente.
Fale um pouco sobre o “To­
car na Banda”, show que se­
rá apresentado em Ourinhos.
"Tocar na Banda" é meu
décimo CD e primeiro DVD.
Tem algumas músicas inéditas,
mas é basicam ente uma
compilação dos vinte anos de
carreira, com coisas também
que sempre fiz em shows e não
havia gravado até então. É um
trabalho bem elaborado, que
mostra várias faces do meu
modo cantar. Estou suuuuper
feliz pela oportunidade de lan­
çar esse DVD aí em Ourinhos.
E para Ourinhos vou preparar
algumas músicas do Paulinho
da Viola, queridíssimo compo­
sitor com quem já gravei duas
músicas.
Espetáculo de dança “Tributo a Paulinho da Viola” encerra o festival
Diferente dos anos anteriores,
um espetáculo de dança contem­
porânea vai encerrar o 9o Festival
de Música de Ourinhos. “Tributo a
Paulinho da Viola”, vai reunir lin­
guagens como o teatro e a música,
fechando o festival com mais uma
homenagem ao sambista carioca.
Segundo Fátima Barbosa, co­
reógrafa da Cia. Ourinhos de Dan­
ça Contemporânea, a pesquisa em
tomo da obra do compositor
“privilegiou algumas composições
mais conhecidas, como Sinal
Fechado, Timoneiro, Romancean­
do, sempre pensando nas possibili­
dades do movimento na linguagem
contemporânea”. Apesar de nunca
ter coreografado músicas de Pauli­
nho da Viola, Fátima Barbosa en­
cara esse trabalho como mais um
desafio. “O envolvimento com a
balaio Üâ§
obra do Paulinho nos motivou a
incluir a coreografia no repertório
da Cia. Ourinhos”, conclui a co­
reógrafa.
A trilha sonora do espetáculo
será executada ao vivo, com a par­
ticipação dos músicos Wilson Pe­
reira (Wilsinho), Toninho Breves,
Rodrigo Donato, Eduardo Bueno,
Daniele Montuleze, todos profes­
sores da Escola Municipal de Mú­
sica. Para Wilsinho, “esse trabalho
abre novas possibilidades para um
grupo de artistas, músicos e baila­
rinos, que já possuem uma história
voltada à produção cultural em
Ourinhos”.
“Tributo a Paulinho da Viola”
encerra o festival, no dia 26, do­
mingo, às 20h30, no Teatro Muni­
cipal Miguel Cury. Os ingressos
custam 5 reais.
Apresentação da Cia. Ourinhos de Dança Contemporânea no
Teatro Miguel Cury em 2008
/**«
9
NICE NICOLOSI
Uma vida dedicada ao ensino da música
Nunca pensei que aquele muro, ao la­
do número 621 da Rua Rio de Janeiro,
pudesse esconder um jardim repleto de
avenças, begônias, e marias-sem-vergonha. Na sala da casa, o piano reina
soberano entre a estante de livros e o
contrabaixo acomodado no canto. A
professora Nice Nicolosi inicou seus es­
tudos numa época em que aprender a to­
car piano constituía parte importante da
educação das moças. Pelos menos para
aquelas que vinham de famílias mais
abastadas. “Comecei a estudar aos
nove anos, com o professor Galileu
Andolfo, o primeiro professor de piano
de Ourinhos. Alston Racanello, as
M at a ch a n a , e ou tra s f a m í l i a s
colocaram as filhas para estudar com
ele ”, recorda dona Nice.
Desde muito cedo a música esteve
presente em sua vida. Na infância, can­
tar e tocar eram atividades rotineiras na
casa dos pais. Ela conta que “sempre ti­
nha música na casa, meu pai tocava
muitos instrumentos, de ouvido, mas to­
cava, e meu irmão tocava gaitinha de
boca, enquanto Lúcia (a irmã) cantava
com papai”. Quando se casou aos
dezesseis anos, ainda “muito criança”
como faz questão de frisar, deixou o es­
tudo por um tempo. Para sua felicidade
a interrupção não durou muito. Logo
após a união, o marido Antonio Carlos
comprou um piano. “Eu tocava aquelas
músicas populares da minha época,
músicas defilmes ”, relembra.
Mais tarde, já na década de 70, co­
meçou a ter aulas com a professora Cida
Melo. “O estudo com a Cida fo i ótimo,
o repertório era outro e eu ainda per­
guntava por que algumas notas tinham
as hastes para cima e outras para bai­
xo. Foi aí que descobri que aquelas
eram vozes nas peças de Bach ”, diz ela,
reconhecendo a importância da fase que
passou sob a orientação da professora
Cida.
Nessa época já tinha seus alunos par­
ticulares. Logo depois, juntaram-se a
eles os alunos da professora Cida Melo
que, viajando para os Estados Unidos,
recomendou a ex-aluna que assumisse a
formação do grupo. “Eu comecei a dar
aulas com mais freqüência ”, atividade
que dona Nice nunca mais abandonou.
Nice Nicolosi acompanhou todos os
balaio
'A criação da Escola Municipal de Música contribuiu m uito. Hoje
a s crianças tocam violino, violoncelo, viola, instrum entos
que eles nunca tinham ouvido falar na vida"
trevista com o maestro Júlio Medaglia,
publicada no Balaio Cultural. Assim co­
mo o maestro, ela acredita que a mídia é
responsável pelo desinteresse dos jo ­
vens pela música de qualidade. Porém,
ela acredita que os pais também deve­
riam facilitar o acesso dos filhos à boa
música. “A criação da Escola de Músi­
ca contribuiu muito. Hoje as crianças
tocam violino, violoncelo, viola, instru­
mentos que eles nunca tinham ouvido
falar na vida ”, explica a professora.
Chegamos ao final da nossa conversa,
pois a professora Nice Nicolosi tem um
compromisso logo mais à noite. Ela vai
assistir ao concerto da Orquestra Sinfô­
nica Municipal no Teatro Miguel Cury.
No palco, uma das solistas será a flau­
tista Gilonita Pedroso, também sua exaluna.
Neusa Fleury e Marco Aurélio Gomes
conversaram com a professora Nice Ni­
colosi na tarde do dia 3 de julho. A jorna­
lista Tatiana Oliveirafotografou.
momentos que marcaram a atividade
musical na cidade de Ourinhos. Do tra­
balho ao lado da amiga Cecília Einstoss
no Laboratório de Atividades Musicais,
em meados da década de 80, até as aulas
para os integrantes da Banda Municipal,
corporação musical que estava sob o
comando do maestro Wilson Pereira, o
Wilsinho. Sobre essa experiência, dona
Nice relata que “oprofessor Granja, di­
retor de cultura na administração do
prefeito Clóvis Chiaradia, sugeriu que
eu começasse a dar aulas para a ban­
da ”. Naquele período as aulas aconte­
ciam no fundo do Teatro Municipal
Miguel Cury, onde a Banda ensaiava.
“Era uma balbúrdia, um estudava uma
peça aqui, outro ali, alguns estudavam
nos banheiros, outros nos camarins,
uma loucura ”, revela a professora que,
apesar das dificuldades, aceitou mais
esse desafio.
Foi nesse contato com a Banda Mu­
nicipal que dona Nice conheceu dois
jovens músicos, o clarinetista Michel
Moraes e sua irmã, a flautista Ana Carolina. Os dois logo se interessaram em fa­
zer aulas com a nova professora. Com
orgulho, ela lembra que já percebeu em
Michel o interesse pela música de câma­
ra. Michel Moraes continuou seus estu­
dos e hoje, entre CDs gravados e via­
gens ao exterior, será também um dos
professores do 9o Festival de Música de
Ourinhos. Outro que passou por suas
mãos, o músico e professor Marcelo
Mello, também revelou desde cedo um
talento especial. “Marcelo Mello fo i
meu aluno também nessa época. Ele
tocou na primeira apresentação que eu
fiz com os melhores alunos, quando ti­
nha apenas 1 ano e 8 meses de estudo ”,
relembra com satisfação.
Hoje, dona Nice admite um certo
cansaço. Embora tenha diminuído suas
aulas na Escola Municipal de Música,
ela faz questão de afirmar: “ainda tenho
alunos que não me deixam parar, a Ju­
liana, o Mateus... ”. Juliana Vita é pro­
fessora concursada da Escola de Mú­
sica, onde ela própria se formou, sempre
sob os cuidados de dona Nice, que a
acompanha desde a sua iniciação. “O
trabalho da Juliana me dá muito prazer,
pois vejo que ela está dando continui­
dade ao meu próprio trabalho, passan­
do aos seus alunos aquilo que aprendeu
comigo ”, diz ela enquanto nos serve um
chá.
Quando perguntamos sobre o desin­
teresse dos alunos pelo piano nos dias
de hoje, dona Nice lembra de uma en­
Garanta seu ingresso
para as atividades
programadas para
o Festival
Fique atento para conseguir participar
de toda a programação artística:
Concerta da OSESP - O concerto da OSESP
no dia 19 no Estádio do Clube Atlético Ouri­
nhense às 20h terá entrada franca. O local
recebe oito mil pessoas. O acesso é gratuito,
não será preciso retirar ingresso, é só ir até o
local. Para garantir um bom lugar, chegue
antes.
Apresentações com entrada franca no
Teatro - Os ingressos estarão disponíveis no
dia do show, a partir das 8 horas, na bilhete­
ria do Teatro Municipal. Os interessados não
terão acesso a ingressos de outros espetácu­
los, apenas para o show daquele dia. Pedimos
a compreensão e justificamos que o número
de poltronas do Teatro é reduzido. Portanto,
programe-se.
Apresentações no Teatro Municipal com
cobrança de ingresso - Os interessados po­
derão adquirir seu ingresso a partir de domin­
go, dia 19, podendo comprar para todos os
dias.
Apresentações nas praças e igrejas Entrada franca
10
UM OLHAR PARA O CANTO CORAL
Ana Yara Campos: As pessoas cantam em conjunto
quando com partilham aspectos da vida!
Dizem que as paixões são
passageiras. As minhas são du­
radouras. Minha história com o
Canto Coral nasceu há muito
tempo e costumo dizer aos
amigos que “ainda não desis­
ti”, à revelia de entender o
mundo atual como um desafio
à humanização, à apreciação
das coisas bonitas, naturais, às
práticas presenciais e ações
que não visem somente o su­
cesso individual.
Escreverei sobre o Canto
Coral a partir de minha expe­
riência nesse campo, sabendo
que há muitas abordagens pos­
síveis para esse tema.
Ao olhar para bem longe na
linha do tempo, vejo seres hu­
manos reunidos para cantar...
(ou cantando, quando reuni­
dos?) São ocasiões festivas, ce­
lebrações, reivindicações, ma­
nifestações de trabalho, em sa­
lões, praças, templos, escolas...
É como se necessitassem de
um recurso diferenciado - tal­
vez mais sutil, mais refinado
que a voz falada - para “darem
voz” aos seus valores, prazeres, desejos, sentimentos, cren­
ças e ideais. As pessoas cantam
em conjunto quando comparti­
lham aspectos da vida! Instau­
ra-se a cumplicidade e legiti­
mam-se ações e anseios numa
dada sociedade.
Num percurso que cami­
nhou ao lado da evolução da
própria linguagem musical que
adotamos (e é bom lembrar o
importante papel que teve o
Canto Coral nos últimos sé­
culos do Período Medieval e
no Renascimento, como prin­
cipal destinatário dos com­
positores europeus), o “Coro”
nascente na antiga Grécia pas­
sou por várias mudanças e con­
cepções, até que se fixasse em
seu “clássico” formato SATB
(soprano, contralto, tenor e
baixo) e suas subdivisões.
As vozes humanas têm ca­
racterísticas que permitem agrupá-las por similaridade, se­
gundo fatores fisiológicos e
culturais, principalmente. Há
vozes mais agudas, mais gra­
ves; há vozes médias, também.
E há diferentes escolhas de so­
noridade para um Coro.
Mas toda voz, indistinta­
mente, resulta da atividade co­
ordenada de mais de 100 mús­
culos do corpo humano, que to­
mam parte - para mais ou para
menos - da fonação (produção
da voz).
Um Coro implica a existên­
cia de um grupo de pessoas que
se encontram sistematicamen­
te para cantar, por apresenta-''
rem certas condições ou inte­
resses em comum. Por isso,
encontramos tão grande diver­
sidade de tipos (ou categorias)
de coros: segundo as faixas
etárias e perfis vocais; quanto
às propostas de “gosto” musi­
cal (repertórios); à gestualidade, comunicação; aos sistemas
de crenças ou valores; confor­
me os mantenedores, só para
citar alguns exemplos.
Há quem cante para apren­
der a cantar, para desinibir-se,
“espantar seus males”, encon­
trar amigos, afastar solidão. Há
quem o pratique por lazer, co­
mo meio de sobrevivência...
até por buscar seu cantinho de
visibilidade no palco. Há quem
o faça simplesmente para “ser
escutado”.
Em países como o Brasil,
com graves problemas sociais
e onde o contato com a arte
ainda é restrito a uma minoria,
o Canto Coral pode ser visto
como um “lugar” de acesso à
música e sua vasta herança cul­
tural, à qual todo ser humano
deveria ter o direito de vivenciar - a “experiência estética” !
- , em prol de uma atitude mais
poética, criativa e sensível,
frente à vida e às comunidades.
Manter um Coro custa pou­
co, em relação a outras práticas
artísticas. Seus “instrumentos
estão colados” em seus pró­
prios integrantes. Cantar é pre­
tender fazer de si mesmo... mú­
sica!
Assim, sempre que penso
acerca do Canto Coral, relaciono-o com a necessidade de
se comunicar de modo especial
CANJAS
IX
MPB e Jazz
R ealização
Restaurante Ilha do Sol
Praça Mello Peixoto
a partir das 22h
e compartilhar fatos da coleti­
vidade à qual se pertence. Con­
sidero as várias identidades
dos grupos e suas afinidades de
interesses. Reconheço as vá­
rias formações vocais. Destaco
a possibilidade concreta de
acesso ao conhecimento mu­
sical que pode oferecer aos
seus membros.
Entendo-o como uma pe­
quena comunidade, onde a to­
do instante posso me exercitar
em trocas interpessoais, resis­
tir contra a banalização da mú­
sica de consumo veiculada pe­
los meios de comunicação de
massa e o individualismo rei­
nante nessa nova “era líquida”,
na qual estamos nos tomando
náufragos de sensibilidade e
laços.
E no canto coral que me
supero, percebo que posso me­
lhorar como ser humano e musicista, ciente de que envolve a
aprendizagem de técnicas es­
pecíficas, paciência, cuidado,
dedicação, compromisso, ga­
nhos e perdas. Daí, minha pai­
xão.
Por Ana Yara Campos
Ana Yara Campos é jornalista
e professsora no Centro Cul­
tural Tom Jobim, onde desen­
volve um trabalho que conjuga
as linguagens da música, do
teatro e da dança.
Festival de Música de
Ourinhos
Prefeitura Municipal de Ourinhos
Secretaria de Estado da Cultura, através do PROAC - Editais
Equipe de C uradoria
Gilson Antunes, Marco Aurélio Gomes, Nelson Nunes Pereira
Neto e Neusa Fleury Moraes
Direção artística
Choro
Restaurante Tropical
Rua 9 de julho, 445
a partir das 22h
Neusa Fleury Moraes e Gilson Antunes
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cu rtao u rin h o s.b lo g sp o t.co m
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VivOunnhos
1
1
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Ijulho
D3.l2.iO 2009
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MULO
11
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MUs ,C a
Dia
A bertura
na ig r e ja
(Terça> - 1 %
Apresentação
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ante
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B JÁ »
Dia 1 9
Domingo
20h
entrada franca
d o n c e rto côm a O rq u e stra
Sinfônica do E sta d o d e S ã o
P aulo - Projeto O s e s p
Itinerante
^ ^ ■ S S B® assB s
Mano)
Local: Clube Atlético Ourinhense
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Teatro
WÚ8«
Municipal Miguel Cury
19h- P ro je to ^ ^ ^ p r o s "
“Quinteto de sop
21h- P ro je to Osesp Itinerante
2
“Quarteto de cordas
Dia
Segunda
Entrada Franca
Projeto Osesp Itinerante
sg ra ç a do Caío^>
“Quinteto de me
Dia
19
Domingo
10h
M anhã se rta n e ja , com o
grupo “Viola de Ouro”
Terça
12h
S how com a Big Band
d a E sco la M unicipal de
M úsica d e O urinhos
Show “Divina com u n h ão
Quarta
R$ 10
20h30
Quarta
O urinhos P op Festival
12h
23
Quinta
—
Sexta
20h30
F7
ad o C D B ra sileiro
R$ 10
fS íS " " ” " '
Sábado
20h30
^
Domingo
20h30
R$5
L a J u tin y j^ tu d z o
Clube dos Ferroviários
Sábado
11 h
M anhã do C horo
Biblioteca Municipal Tristão de Athayde
Trabalhos produzidos por alunos sobre a obra
de Paulinho da Viola
Casinha da Esquina
ATIVIDADES PARALELAS NO CENTRO CULTURAL
Dia
Dia
Coreto da Praça Mello Peixoto
Entrada Franca
(chorinho)
17 h - T arde do J a z z e MPB
Centro de Convivência
Instrumentos musicais - Trabalhos produzidos
pelos alunos das oficinas de desenho e papel reciclado
Grupo Quatro a Zero
B a n d a s, O rq u e stra P o p u lar
1 2 h ' e Big B and
Teatro Municipal Miguel Cury
“VivOurinhos, é Festival...”
3 5
Dia
C an to p opular e p e rc u s s ã o
“Conhecendo Paulinho da Viola” - Painéis com
fotos e ilustrações que contam a vida e obra de
Paulinho da Viola
“Música, uma herança cultural de Ourinhos”
Show “Tocar na banda”
Vânia Bastos etn o
,
Dia
Centro Cultural Tom Jobim
“Paulinho da Viola, o artesão do samba”
Dia
Dia
Dia
Entrada Franca
Dia
vP raça Mello Peix5fç£>
Q ja
Terça
20h30
EXPOSIÇÕES
Dia 2 4
Sexta
Av. Rodrigues Alves, 86
R$ 5 + 1 kg de alimento (antecip.
R$ 10 + 1 kg de alimento
Terça-feira, dia 21 à s 10h - Coral do Instituto R eciclando
S o n s, d e Brasília
Quarta-feira, dia 2 2 à s 15h - W orkshop - C horo Music
Tema: O choro brasileiro e o ragtime americano similaridades e influências. Com Daniel Datarc^gftna d3
Studio
Quinta-feira, dia 2 3 , das 15 à s 17h -W orkshop:
“Gerenciando a carreira de músico”, com Marcelo Jaffé
Quinta-feira, dia 2 3 às 17h30 - Workshop com Proveta
Sexta-feira, dia 2 4 às 10h - Encontro com Júlio Medaglia e
técnicos do Ministério da Educação
balaio
12
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