A maior orquestra sinfônica da América Latina em Ourinhos, dia 19, às 20 horas O sesp Itinerante se a p re s e n ta no C lube Atlético O urinhense no dia 19, dom ingo, em c o n c e rto c o m e n tra d a fra n c a A Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo realiza no mês de julho um de seus mais importantes pro­ jetos: a tumê Osesp Itinerante. Em Ou­ rinhos, a apresentação será na abertura do IX Festival de Música, dia 19 (do­ mingo), no Clube Atlético Ourinhense, às 20 horas. A proposta da OSESP é levar ao público paulista uma série de atividades musicais inteiramente gratuitas que in­ cluem concertos sinfônicos ao ar livre, oficinas com os músicos da Orquestra Sinfônica, cursos de história da música com professores especializados e diver­ sos concertos de música de câmara e coral. O projeto Osesp Itinerante tem como meta principal democratizar o acesso à música clássica em suas mais distintas formações e apresentações sinfônicas, de câmara e coral, além de promover a aproximação de jovens músicos com o cotidiano da profissão. Além do Con­ certo, com regência do Maestro Roberto Tibiriçá, a Osesp ainda apresenta em Ourinhos seus quintetos de metais e madeiras, grupos de cordas e coro de câmara. Confira ao lado o programa da apre­ sentação da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, no concerto do dia 19. l i » Ijulho D S l â l O |2009 Programa - Concerto OSESP Francisco Manuel da Silva_ _ _ _ _ _ _ Hino Nacional Brasileiro Mikhail Glinka Ruslan e Ludmila: Abertura Carlos Gomes_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ II Guarany: Abertura Maurice Ravel _ _ _ _ _ _ Bolero Richard Wagner Os Mestres Cantores de Nürnberg: Abertura Johann Strauss J r ._ _ _ _ _ _ _ _ _ 0 Morcego, Op.362: Abertura Alexander Borodin Príncipe Igor: Danças polovtsianas Piotr I. Tchaikovsky_ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Capricho italiano, Op.45 Piotr I. Tchaikovsky Romeu e Julieta - Abertura-fantasia OFICINAS e CURSOS As Oficinas de Cordas, Madeiras e Metais, com expli­ cações sobre os instrumentos e execução comentada de trechos de obras, terão duração de duas horas e pode­ rão ter participantes ativos e ouvintes, com ou sem conhecimento musical. Destinado ao público com ou sem conhecimento musi­ cal, è composto por três módulos de três horas cada: secretaria municipal de cultura de ourinhos EDITORIAL sica de Ourinhos em sua 9a edição A proposta do Festival de Música em 2009 mostra uma tendência ainda mais acentuada no incentivo à educação musical. Neste sentido o número de cursos oferecidos foi aum entado, som ando 40. Deste total, dez são dirigidos para a s práticas de música em conjunto, confirmando a vocação do Festival como um encontro em que os músicos têm a oportunidade de tocar e muito. Como nas edições anteriores, o Festival oferece oportunidades de contato com vários gêneros musicais, sem preconceitos. A programação artística segue a m esm a linha, e em 2009 violeiros, roqueiros e músicos de formação erudita se encontrarão numa saudável comunhão. Pela primeira vez os bairros de Ourinhos serão beneficiados com atrações musicais que acontecerão nas igrejas, além do palco montado na Praça Mello Peixoto, com apresentações musicais duas vezes por dia. Várias exposições podem ser visitadas: no Teatro Municipal, no Coreto da Praça Mello Peixoto, no Centro de Convivência “Benedicto da Silva Eloy", no Centro Cultural “Tom Jobim”, na Casinha da Esquina e na Biblioteca Pública. Durante o Pré-Festival que agitou a cidade durante todo o m ês de junho, grupos musicais se apresentaram nas ruas, escolas, em presas, clubes e igrejas, levando trabalhos inspirados em Paulinho da Viola, músico hom ena­ geado nesta edição do Festival. O m aestro Júlio Medaglia, músico convidado deste ano, dará o curso de Prática de Orquestra e Regência. Mas sem dúvida o diferencial da nona edição do Festival de Música de Ourinhos é a presença da O SESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) através do Projeto O sesp Itinerante. A orquestra apresenta concerto no dia 19, às 20h, no estádio do Clube Atlético Ourinhense, e dois concertos de música de câm ara no Teatro Municipal “Miguel Cury” nos dias 20 e 21. É um presente que a cidade recebe, disto, os músicos ainda podem freqüentar a s oficinas gratuitas oferecidas pela O sesp. Existem muitàs m aneiras de todos participarem do Festival: Freqüentando cursos, assistindo aos concertos, indo aos restaurantes onde acontecem a s canjas, visitando exposições... Aproveite PAULINHO... POR PAULINHO! O Príncipe Poeta Paulinho da Viola é o músico hom enageado do IX Festival de Música de Ourinhos Há cerca de dois meses, Ana Yara Campos desenvolve um trabalho no Centro Cultural, que inclui oficinas de Expres­ são Vocal para Atores, Leitura Musical Aplicada à Voz, para Coralistas, e Musicalização In­ fantil, além de Percepção Mu­ sical para Bailarinos. “Paulinho... por Paulinho! - o príncipe poeta” nasceu espe­ cialmente para o pré-Festival de Música de Ourinhos deste ano. Essa montagem acabou promovendo um encontro das diferentes propostas e lingua­ gens artísticas. O roteiro (script) foi escrito por Yara, a partir de uma di­ nâmica em sala de aula com um grupo de atores, que trouxeram frases extraídas de canções de Paulinho da Viola, para explo­ rar possíveis sonoridades com a “voz cênica”. Outrossim, numa das turmas balaio Bü de Musicalização Infantil, as crianças haviam iniciado uma com posição coletiva, com coordenação da professora Ya­ ra, a partir do mote “Paulinho Paulão da Viola e Violão”. Tudo foi se conectando e de­ sencadeou-se a elaboração do argumento, que envolveu pes­ quisa e a seleção de recortes de 26 canções de Paulinho da Vio­ la, para homenagear o compo­ sitor deste ano, ressaltar aspec­ tos de sua produção musical, contar um pouco de sua histó­ ria, através de seus versos e ressonâncias de parcerias. A concepção geral da peça com a duração de cerca de 15 minutos - destaca o lugar que Paulinho da Viola ocupa no cenário musical brasileiro, co­ mo um dos mais significativos nomes representantes do ge­ nuíno samba e choro. Sugere também um paralelo com o “coro” da tragédia grega clás­ sica, que foi o berço do teatro, do canto coral e poesia, onde todos esses meios expressivos encontravam -se integrados num só enredo, numa só per­ formance. Segundo Yara, “Paulinho da Viola chora... e é com seu cho­ ro e seu samba que reencontra - e compartilha - sua alegria! As letras de suas canções pare­ cem sublimar a dor humana e anunciar a esperança da supe­ ração do sofrimento. Sua can­ ção apresenta-se como um exemplo de resistência e, si­ multaneamente, de evolução na nossa música popular. De­ lineia, de um modo muito sin­ gular, contornos de uma identi­ dade brasileira, num momento histórico de tantas contradi­ ções e ameaças de perda das memórias coletivas. Ao traçar suas nuances musicais, deixase colorir de verde e amarelo. Sua música - ou dicção, como denomina Luiz Tatit - traz as cores do Brasil. E quem a conduz, em ‘Paulinho... por Paulinho!’é a poesia.” A presentação do musical realizado na Biblioteca Municipal durante o Pré-Festival de Música A direção geral e os arranjos são de Ana Yara Campos, di­ reção teatral de Leandro Edu­ ardo Faria e direção musical de Daniele Montuleze. Partici­ pam desse breve musical crian­ ças que freqüentam as aulas de Musicalização Infantil na Es­ cola Municipal de Música, co­ ralistas e atores das oficinas de teatro do Programa VivOurinhos. Publicação Mensal da Secretaria Municipal de Cultura Divisão de Oficinas Culturais Pesquisa e Redação: Marco Aurélio Gomes - Tatiana Oliveira - Neusa Fleury Moraes Diagramação: Nelson Nunes Pereira Neto Distribuição Gratuita - Tiragem: 6.000 f , ’ * • 2 LINEU BRAVO O LUTHIER DOS GRANDES VIOLONISTAS BRASILEIROS construiu seu primeiro instru­ mento, um cavaco, feito de ma­ deira compensada na oficina de seu pai. Foram 20 anos construindo instrumentos como 'hobby', até que o artesão se deparou com um verdadeiro violão de con­ certo. “Aquilo aguçou-me a sensibilidade e, curioso, passei a investigá-lo com mi­ núcia. Resolvi que podia. E fiz”, conta Lineu Bravo. Lineu Bravo estará em Ouk rinhos durante o IX Festi„ vai de Música. Ele con1 | versou com o Balaio CulI tural sobre seu trabalho sua vinda para a cidade. Guinga, Ulisses Rocha, Yamandú Costa, Maurício Carri­ lho, Marcus Tardelli, Alessan­ dra Penezzi, Chico Buarque, Juarez Moreira, estão entre os clientes de Lineu Bravo, o luthier que começou brincando com os restos de madeira da oficina de seu pai e hoje cons­ trói artesanalmente violões para os grandes músicos brasi­ leiros. Além do violão clássico, Bravo produz também cava­ quinhos, bandolins, violão te­ nor, viola caipira e violão aço (brasileiro). Filho de imigran­ tes espanhóis, Lineu Bravo passou a infância em Sorocaba, onde seu pai possuía uma mar­ cenaria. Aos 10 anos começou a tocar cavaquinho, e aos 14 Há quanto tempo você se considera profissio­ nal em lutheria e quais são os seus principais ins­ trumentos? Comecei a exercer esta ativi­ dade profissionalmente há 8 anos, quando fiz meu primeiro violão. Antes disso havia feito alguns cavacos e bandolins pa­ ra mim mesmo, pois sou cho­ rão, solista desses instrumen­ tos. Não tenho qualquer for­ mação acadêmica em acústica, nunca fiz cursos de lutheria nem trabalhei com outros pro­ fissionais. Tudo o que sei fazer aprendi fazendo. Como foi o processo de aper­ feiçoamento da qualidade de seus instrumentos, a ponto deles tornarem-se tão popu­ lares entre os grandes violo­ nistas brasileiros? O que sempre fiz - e faço até hoje - é ouvir com muito cui­ dado as opiniões dos músicos. Levei meu primeiro violão pa­ ra um professor de violão clássico e pedi pra ele dizer tudo o que ele não gostava no instrumento para que eu pudes- ‘Tenho uma forma própria de entender a vibração da madei­ ra, de forma intuitiva, essa é a minha principal ferramenta’ se melhorar no próximo. Assim continuei tentando entender quais as expectativas dos músi­ cos e como supri-las. Hoje, boa parte dos meus ídolos tocam com os meus violões, pois nes­ sas "consultas" alguns acaba­ vam por encomendar um vio­ lão e o boca-a-boca foi virando uma bola de neve. Você conta que aprendeu a fazer seus instrumentos na prática. Como é seu relacio­ namento com a madeira, com a construção de cada peça de seus instrumentos? Tenho uma forma própria de entender a vibração da madei­ ra, de forma completamente intuitiva e essa é a minha prin­ cipal ferramenta. Com o passar do tempo, continuei procuran­ do sempre músicos mais exi­ gentes e assim meu trabalho foi e continua se desenvolvendo. É muito interessante como as ne­ cessidades e expectativas de diferentes músicos variam de acordo com o estilo musical de cada um, o que me força a fazer instrumentos com o máximo de qualidade possível, quanto à sonoridade, afinação, confor­ to, beleza etc. Você vai trazer a Ourinhos alguns de seus instrumentos? Os músicos interessados po­ derão fazer encomendas? Está sendo uma honra par­ ticipar do Festival de Música de Ourinhos, onde pretendo es­ tar à disposição dos partici­ pantes de quinta até domingo para conversar, tirar dúvidas e mostrar instrumentos. Preten­ do levar violões de seis e sete cordas e um cavaco. “CHORO 4 X 0 ” FAZ UMA RELEITURA DA TRADIÇÃO DO CH O RO é Em 2006 o Grupo “4 x 0” iniciou o projeto Porta Aberta, buscando recuperar a tradição do choro produzido no interior do estado de São Paulo numa perspectiva con­ temporânea. “Choro 4 x 0”, que será apre­ sentado no dia 23 na Praça Mello Peixoto, é resultado desse trabalho. O repertório con­ templa os mais representativos chorões, reunindo músicas que estão registradas no segundo CD do grupo, “Porta Aberta - Me­ mórias do Choro Paulista”. Formado pelos músicos Daniel Muller l i » Ij ul ho balaio 2009 (piano), Danilo Penteado (baixo elétrico e cavaco), Eduardo Lobo (guitarra elétrica) e Lucas da Rosa (bateria e percussão), o “4 x 0” parte do vasto universo do choro, in­ corporando diferentes referências, num trabalho impregnado de originalidade. Em sua trajetória, o grupo realizou dezenas de apresentações, percorrendo diversas re­ giões do país. Em 2004 conquistou o 2o lugar no Prêmio VISA de Música Bra­ sileira. O show do “4 x 0” será realizado dia 23, às 17h, na Praça Mello Peixoto. Alex Buck vai destacar os principais bateristas brasileiros C a n t o Lírico O músico vai proporcionar aos alunos um passeio pela história da bateria brasileira Adélia Issa vai ministrar o curso de Canto Lírico tória da bateria brasileira, analisando a obra de alguns dos principais bateristas brasileiros e suas contribuições. O curso busca um aprimoramento da técnica, a apresentação de ritmos brasileiros pou­ co difundidos, além de novas aborda­ gens para ritmos como o frevo, o samba, a bossa-nova e o forró. Com vasta experiência internacional, a cantora Adélia Issa, professora de Canto Lírico do IX Festival de Música, tem sido convidada para participar dos principais festivais realizados no país. Sua formação inclui estudos na Manhattan School of Music, na New York City Opera e na Metropolitan Opera, algumas das mais conceituadas escolas americanas. Além do trabalho em várias universi­ dades brasileiras, Adélia foi também orientadora de importantes grupos vocais, como o Coral Sinfônico da OSESP, os corais da USP, do SEN AC e da PUC de Santos. Como solista, apre­ sentou-se em recitais, concertos sinfô­ nicos e óperas em vários países da América Latina, da Europa e também nos EUA, sob a regência de Isaac Karabtchevsky, John Neschling e Ro­ berto Minczuk. Dentre suas atuações mais impor­ tantes destacam-se as óperas “Un Bailo in Maschera” de Verdi, ao lado do tenor Cario Bergonzi, e “Carmen” de Bizet, com Plácido Domingo. Recebeu ainda o Prêmio Carlos Gomes em 1999, como Destaque Vocal Feminino. Sambista não tem valor/Nesta terra de doutor/E seu doutor/O meu pai tinha razão interessados. Leia abaixo a entrevista com Marcelo Jaffé: Você acredita que todo músico pre­ cisa de empresário? Não acredito que "precise", mas é me­ lhor contar com um. A organização das viagens, agenda, material de divulga­ ção, negociações a cargo de uma pes­ soa especializada ajudam o músico a manter o foco na criação. É possível sobreviver como músico no Brasil? Acho que todos nós professores do Festival somos uma boa prova de que, sim, é possível viver de música no Bra­ sil. É possível aprender maneiras de ge­ renciar a carreira de músico? Sim, entre cursos de administração de empresas se pode encontrar paralelos, e fora do Brasil existem cursos especí­ ficos de "management". Se não, use­ mos o bom senso e objetivos claros. Com a Internet possibilitando o acesso gratuito às músicas, você ima­ gina uma maneira do músico ser re­ munerado pelo trabalho de criação e execução de suas obras? O mundo virtual avança de forma ine­ xorável. Me parece que mais e mais existem músicos usando esta impor­ tante ferramenta em seu benefício, seja na hora de postar seu currículo, agenda e contato para convites, como mandar material gravado para qualquer canto do planeta, gerando receita. Que conselho você daria para um músico iniciante que pretende seguir carreira? Estude, estude, e depois, estude. O trabalho de pesquisa de um estudante não pode se restringir ao contato com o instrumento. Assistir concertos, shows, ouvir gravações diferentes de uma mesma obra, ler sobre a história do assunto em questão e aos poucos criar uma identidade ajudam a desenvolver a personalidade do jovem artista. Considerado um dos mais completos músicos da nova geração, o baterista Alex Buck é também pianista, composi­ tor e arranjador. Seu contato com a mú­ sica se deu muito cedo quando iniciou seus estudos na Escola Zimbo Trio. Ain­ da com 17 anos, Alex foi premiado no “Batuka!”, o maior festival de bateristas do Brasil. Sua carreira é marcada pela identi­ ficação com a música brasileira, acom­ panhando músicos como Dominguinhos, Yamandú Costa, Arismâr do Espírito Santo, Jair Rodrigues, Jane Dubock, Alessandro Penezzi, Germano Mathias, Raul de Souza, Heraldo do Monte, Naylor Proveta, Michel Leme, Thiago Espírito Santo entre outros. Em sua carreira solo gravou dois discos, com composições e arranjos próprios: Luz da Lua (2005) e Irmãos de Som (2008). Seu primeiro disco lhe rendeu o título de revelação 2005, pela revista Modem Drummer, e a crítica da revista Jazz + o considerou um dos melhores discos da década. Em seu curso, Alex Buck vai propor­ cionar aos alunos um passeio pela his­ Alex Buck, que também é pianista e arranjador, vai ministrar o curso de Bateria (Paulinho da Viola em “14 anos”) Saiba como ter sucesso na profissão de músico Paulinho da Viola, o músico homena­ geado pelo Festival este ano questiona em sua música “ 14 anos” (Meu tempo é hoje, 2003) sobre as dificuldades da vi­ da de músico no Brasil. Como este é um assunto sempre atual, o violista Marcelo Jaffé coordena a conversa sobre a car­ reira de músico, que vai acontecer no dia 23 no Centro Cultural “Tom Jobim”, às 15 horas, com entrada franca. Mar­ celo é professor de viola da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, violista do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo e apre­ sentador da Rádio Cultura. Assuntos como contratos, organiza­ ção de shows, gravação de Cds e mar­ keting pessoal serão discutidos com os balaio c< / >, Altair Martins e a Prática de Big Band O professor de Prática de Big Band e Trompete desta 9a edição do Festi­ val de Ourinhos é o trom­ petista Altair Martins. Experiente musicista, Altair Martins integra atualmente o grupo ca­ rioca Orquestra Imperial e também o Idriss Boudrioua Sexteto. Já acompanhou tumês com músicos como Francis Hime e Billy Blanco, além de ter gravado mais de 400 CDs de arranjos e feito shows acompanhan­ do nomes populares co­ mo Chico Buarque, Gil­ berto Gil, Angela Maria, Ed Motta, Elba Ramalho, Titãs, Leila Pinheiro, MPB4, Quarteto em Cy, Rita Lee, Erasmo Carlos, Martinho da Vila, João Donato, Alcione e muitos outros. Dois anos morando na Flórida, o trompetista tra­ balhou com grandes no­ mes da salsa como Tito Nieves e Willie Rosário. Na área instrumental no Brasil, tocou com nomes como Pascoal Meirelles, Mauro Senise, Paulinho Trumpete, Grupo 11 Ca­ beças, entre outros. O músico prepara para este ano seu CD debut. O curso de trompete acontece das 14h às 17h. LUIZ GUELLO Percussão Brasileira vai abordar diferentes ritmos musicais Folclore Brasileiro com Neide Rodrigues Gomes A riqueza da m úsica bra­ sileira atrávés dos autos pastoris e natalinos Neide Rodrigues Gomes é mais uma das professoras do Festival de Ourinhos que re­ toma à esta 9a edição para mi­ nistrar o curso de Folclore Bra­ sileiro. Defensora do ensino de mú­ sica nas escolas, Neide Ro­ drigues Gomes acredita que com a volta da música no ensi­ no fundamental, projeto já aprovado pelo govemo fede­ ral, o país terá oportunidade de mostrar o quanto o professor de música é importante no pro­ Destaque para o Choro no curso de Violão Popular Um dos mais destacados percussionistas brasileiros, Luiz Guello novamente estará em Ourinhos O compositor e arranjador Alessandro Penezzi está à frente do curso Buscar o desenvolvimento técnico, priorizando o trabalho com o pandeiro, é o objetivo do curso que será coordenado pe­ lo percussionista Luiz Guello. Através do estudo de diferen­ tes gêneros e ritmos musicais, como o samba, o choro e os ritmos do nordeste, Luiz Guello pretende contribuir para o aperfeiçoamento técni­ co dos participantes. Um dos mais destacados percussionistas brasileiros, Luiz Guello tocou com Paulo Bellinati, Naná Vasconcelos, Proveta, Toninho Carrasqueira, Paulo Moura, Oswaldinho do Acordeon, Nóbrega e Arismar do Espírito Santo. Gravou com Zizi Possi vários CDs, entre eles “Valsa Brasileira”, que ganhou o prêmio de me­ lhor disco em 1994. Participou ainda do CD do Trio de To­ ninho Ferraguti, indicado ao Grammy na categoria de Desenvolver um estudo so­ bre a construção harmônica do choro será a base do curso de Violão Popular que terá à fren­ te o violonista, compositor e arranjador Alessandro Penez­ zi. Formado em Música Popu­ lar pela Unicamp, Alessandro já se apresentou ao lado de grandes instrumentistas, como Dominguinhos, Yamandú Cos­ ta, Zimbo Trio, Ricardo Herz, Carlos Poyares, Oswaldinho da Cuíca, Toninho Ferragutti, Arismar do Espírito Santo, Caíto Marcondes, Oswaldinho do Acordeon, Naylor Proveta, Maurício e Luciana Rabello. Em 2004, Penezzi foi um dos 12 finalistas do Prêmio Visa de Música Brasileira. No ano se­ guinte, participou da 2a edição do projeto com Badi Assad, Guinga, Paulo Bellinati, Mar­ co Pereira, Zé Menezes, Fábio -balaio HH melhor grupo instrumental de música latina. Gravou em New York o CD “Astronauta” da cantora Joyce, ao lado de Tutty Moreno, Rodolfo Stroeter, Dori Caymmi, entre outros. Como integrante da Banda Mantiqueira, considerada a mais importante big band bra­ sileira na atualidade, fez tumê pelos EUA. Atualmente, além da Banda Mantiqueira, Luiz Guello toca com o “Duo Ello Percussão, e com a “Orquestra Popular de Câmara”. ^31 cesso de aprendizado cultural das crianças. “Assim poderemos levar pa­ ra os nossos alunos a impor­ tância da música folclórica do Brasil. A riqueza da música brasileira, através de suas ma­ nifestações como os Bumba meu Boi, os Maracatus, os Jongos, as Gongadas, Moçambiques, Folias de Reis e outras tantas”, comenta a professora. O curso de Folclore Brasilei­ ro, ministrado por Neide Go­ mes, acontece de 20 a 25 de ju­ lho, das 9h às 12h no Centro Cultural Tom Jobim. Serão abordadas as várias vertentes folclóricas brasilei­ ras em especial os Autos Nata­ linos e Pastoris. i Zanon, Gilvan de Oliveira, To­ ninho Horta, João Lyra, Quar­ teto Maogani, entre outros. Em 2006, lançou seu 2o CD solo “Alessandro Penezzi”, com a participação de Beth Carvalho e antigos parceiros. Foi um dos selecionados no Programa Rumos Itaú Cultural Música 2007/2009. No mesmo ano lançou “Sentido”, seu ter­ ceiro CD solo, no auditório do Espaço BNDES, dentro do projeto Quintas no BNDES. ARTIGO ENFIM, MUSICA NAS ESCOLAS OUTRA VEZ! Na década de 30 a carreira interna­ cional de Heitor Villa-Lobos fluía muito bem. Ao ver, porém, a expansão dos meios eletrônicos de massa, o rádio e gravação de discos, apaixonado pelo Brasil como era, resolveu permanecer aqui para iniciar um projeto de ensino musical nas escolas. Pretendia, assim, proteger nos-so povo de um possível ataque maléfico dessa emergente indústria da cultura, que ele chamava de música de repetição. Dizia, não com estas palavras, que o brasileiro deveria ser municiado de informações musicais sólidas, pois poderia ficar refém dessa máquina, seguramente mais preocu­ pada em comercializar seus produtos do que prestar serviços à cultura nacional. Não se tem noticias de um raciocínio tão coerente e premonitório como esse, sobretudo quando se observa a realidade cultural atual. Esse bombar­ deio via satélite, promovido por uma indústria cultural que se expande na mesma proporção que baixa o nível artístico de sua produção, ocorre inter­ nacionalmente, direcionando o público no sentido de um frenético “consuma e descarte”, que, tratando de bens comuns pode funcionar, mas, quando aplicado à criação artística, promove verdadeira devastação na sensibilidade humana. Inicialmente apoiado pelo interventor federal em São Paulo, tenente João Al­ berto, Villa fez uma longa viagem ao in­ terior de nosso Estado - carregando um piano consigo! - , iniciando uma verda­ deira caravana em prol da divulgação e do ensino de uma música de qualidade. Com o bom resultado dessa experiên­ cia/aventura, o grande educador Anísio Teixeira, Secretário de Educação do Rio, criou para Villa uma Superinten­ dência da Educação Musical e Artística. Próximo do poder central, Villa fez seu projeto chegar a Getúlio. O ditador, en­ cantado com as manifestações de massa do ufanismo patriótico nazi-fascista da Europa, viu nas concentrações corais de Villa o instrumento ideal para promover algo semelhante no Brasil. Assim, de­ cretou a obrigatoriedade do ensino mu­ sical no País. Em seguida criou-se o Conservatório Nacional de Canto Orfeônico, para a formação de profes­ sores, o qual Villa dirigiu até sua morte em 1959. Por mais que se possa ter criticado componentes daquele projeto, o Canto Orfeônico prestou inestimáveis servi­ ços à formação do brasileiro. Com a criação do Guia Prático, harmonização de 137 cantos populares das diversas O maestro JÚLIO MEDAGLIA é o músico convidado do IX Festival de Música de Ourinhos regiões, Villa fazia com que o Brasil se conhecesse através da musica e, ao vocalizá-los, que o jovem se auto-disciplinasse. Nessas aulas chegava ao jo ­ vem também a informação de um uni­ verso musical amplo, assim como o conhecimento da música dos grandes mestres. Em 1972 o coronel Jarbas Passarinho, então ministro da educação e cultura, prestou um desserviço à Nação ao extinguir o ensino musical nas escolas, pro­ vavelmente temendo o poder feiticeiro, talvez “subversivo” da música. Nestes 36 anos não faltaram empenhos no sen­ tido de trazer de volta o ensino musical ao jovem, já que essa forma de ex­ pressão é a que mais acompanha o ser humano na vida. Recentemente a sena­ dora Roseana Samey apresentou um projeto que alterava a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 96, propondo a obrigatoriedade do ensino musical nas escolas. Para surpresa geral, essa pro­ posta foi aprovada rápida e unanime­ mente no Senado e na Câmara dos De­ putados. No dia 18 de agosto o presi­ dente Lula sancionou esse projeto de lei, dando 3 anos às comissões de ensino para se adaptarem às exigências peda­ gógicas estabelecidas nos artigos 1 e 2. Surge agora o debate de como conduzir a criação de um currículo. Teme-se que comissões de endiabrados “alquimistas” se reúnam por décadas para a elaboração de um monstrengo pedagógico, enquanto outros, sabedo­ res da urgência da aplicação desse en­ sino, optem pela criação de algo prático e imediato. Sou da opinião que se crie uma comissão mínima para debater o assunto, com apoio do Ministério da Cultura e se elabore um currículo prático e compacto de no máximo 10 páginas. Para que com ele, um músico de formação razoável - sem mil diplo­ mas, licenciaturas ou mestrados! - pos­ sa entrar numa sala de aulas e exibir vídeos, CDs, fazer as crianças cantarem o Guia Prático, conhecer os hinos na­ cionais, tocarem instrumentos simples, talvez fabricados por eles mesmos, baseados nas experiências do método Carl Orff. Dessa forma pode-se abrir a mente dos jovens para muitas vivências sonoras e mostrar-lhes como é grande e colorido o mundo musical universal, bem diferente daquele que ele vê na TV. E que se faça isso rapidamente, antes que o processo de imbecilização coleti­ va via satélite ganhe essa guerra. Júlio Medaglia Como será o ensino de música nas escolas brasileiras? No dia 24, às 10h, no Centro Cultural, o maestro Júlio Medaglia fala sobre currículo para o ensino da música. Às 14 horas, um grupo de educadores retoma a discussão Em 2007 e 2008, o Festival de Músi­ ca de Ourinhos incentivou a discussão sobre a volta do ensino da música nas escolas brasileiras, proporcionando en­ contros e palestras. Este ano a proposta é se discutir o que e como as escolas vão ensinar. O encontro tem entrada franca, e acontece no dia 24, às lOh, no Centro Cultural, reunindo técnicos do Minis­ tério da Educação e Cultura e o maestro s • Ijulho D â l â i o 2009 1 Júlio Medaglia. Depois de 30 anos, o ensino da mú­ sica finalmente vai voltar para as esco­ las brasileiras. A Lei, aprovada em agos­ to de 2008, prevê três anos para que as comissões de ensino se adaptem às exi­ gências pedagógicas e a prática volte para as salas de aula. Enquanto isso, muito se discute sobre o que nossos alu­ nos precisam aprender a respeito de mú­ sica, e qual o perfil que será exigido do profissional que fará esse trabalho. A resolução do governo federal afirma que não existe a obrigatoriedade da for­ mação acadêmica, motivada pelo nú­ mero reduzido de músicos brasileiros com formação superior. O maestro Júlio Medaglia, músico convidado do IX Fes­ tival de Música de Ourinhos, tem suges­ tões para essas inquietações, e tem feito palestras falando sobre o assunto. Ele defende que o ensino da música seja feito de maneira prática, onde os alunos tenham oportunidades de assistir ví­ deos, ouvir música, aprender a cantar e tocar instrumentos baseados na filo­ sofia Carl Orff. Além de Júlio Medaglia, participa do encontro a educadora Jaqueline Moll Diretora do Departamento de Desen­ volvimento e Articulação Institucional da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Minis­ tério da Educação. À tarde, a partir das 14 horas, outro grupo de educadores debate o tema: “Educação Musical no contexto da po­ lítica educacional do Ministério da Edu­ cação”. O grupo é formaao por técnicos ligados aos Ministérios da Educação, Cultura, Funarte, Secretaria de Estado da Educação e da Cultura, Universidade de Santos e Cooperativa Polo Cultural. A mediação fica a cargo de Eneida Spoller, da Cooperativa Polo Cultural. O en­ contro é oportunidade para que músi­ cos, pais de alunos e professores conhe­ çam um pouco mais sobre este assunto. Júlio Medaglia fala sobre a popularização da música sinfônica jador? O quanto existe de liberdade para criação num trabalho como es­ te? Como é o mercado de trabalho para quem se dedica a fazer arran­ jos? JM - O trabalho de arranjo é semelhan­ te ao da composição. É necessário cons­ truir a idéia na mente e depois colocá-la no papel. Seja um trabalho próprio ou a partir de uma obra de outro. Arranjar uma obra, é o mesmo que traduzir um poema. Envolve um grande componen­ te de criação. O Maestro Júlio Medaglia foi um dos entrevistados do Balaio Cultural de ju ­ nho. Na ocasião o músico fez uma aná­ lise do panorama musical brasileiro e deu suas opiniões sobre a volta do en­ sino de música nas escolas. Nesta edi­ ção especial do Festival de Música, Me­ daglia volta às páginas do Balaio para um papo descontraído sobre comparti­ lhamento de músicas na internet, popu­ larização da música sinfônica e o pro­ cesso de criação musical. Confira também na página ao lado o artigo 'Enfim, música nas escolas!, escrito pelo próprio maestro. O concerto da OSESP em Ourinhos será realizado num estádio de fute­ bol, com a presença de milhares de pessoas. O senhor acredita que proje­ tos como esse contribuem para popu­ larizar o gosto pela música clássica? JM - Nossos conjuntos orquestrais de­ vem, sim, fazer concertos dessa natu­ reza, além daqueles que fazem para um público iniciado. É função da OSESP, como excelente orquestra, também exercer essa tarefa de “animação cultu­ ral”, a de aproximar novos públicos ao convívio da “música de concerto”. CRISTÓVÃO BASTOS No passado, o laço entre músicos e su­ as composições e o público eram os festivais. Hoje em dia, sem espaço na mídia, os músicos usam a internet para divulgar seus trabalhos. Em ra­ zão disso, qual sua opinião sobre o compartilhamento de músicas de graça na internet? JM - A internet é a coisa mais genial criada pelo homem nos últimos tempos. Ela, porém, não provoca as pessoas a nada. A mídia é que inventa seus mons- trengos musicais e excita o público a consumir - e descartar logo! - seus pro­ dutos. Eventos como o de Ourinhos festival + concertos para grandes pla­ téias - contribuem decisivamente para despertar a atenção e o interesse de no­ vas gerações para outros tipos de reper­ tório mais qualificado. Depois de mo­ tivado, o interessado deve ir à internet. Lá vai encontrar tudo e mais alguma coisa... Como é seu trabalho como arran­ O Festival de Ourinhos tem tradição em valorizar o aprendizado musical, por isso costuma atrair músicos inte­ ressados mais nos cursos do que na programação artística. Como você vê este evento enquanto valorização da música, tanto erudita quanto po­ pular? JM - Cursos e exibição artística se complementam. Os cursos mexem com a mente dos jovens. Eles devem sair daí com novas idéias e perspectivas na ca­ beça. Se tiverem contato com artistas de alto nível, solistas ou orquestras, isso pode contribuir para que ampliem seus horizontes culturais. Cristóvão Bastos é parceiro de Chico Buarque e Paulinho da Viola, músicos homena­ geados em 2008 e 2009 pelo Festival de Música talgia, mas como uma forma de cur­ tição, porque a gafieira tem um lado estético bacana. Todas as pessoas, dos dançarinos aos músicos, são bons no que fazem. Tocam samba e choro e neste disco misturei tudo isto”, conta o compositor. ■ Pianista Cristóvão Bastos de volta a Ourinhos O compositor é professor do Festival e se apresenta no teatro nos dias 22 e 24 Pianista, compositor e arranjador, Cristóvão Bastos é um dos grandes no­ mes da música brasileira e parceiro de compositores como Paulinho da Viola e Chico Buarque. Professor do Festival de Música de Ourinhos pelo segundo ano consecutivo, Bastos volta à Ouri­ nhos para ministrar os cursos de Piano Popular e Elaboração de Arranjos. Além das aulas, o músico também se apresenta em dois grandes shows do Festival, no encontro da música erudita e popular batizado de 'Divina Comu­ nhão', que acontece no dia 22 e reunirá Maurício Carrilho, Paulo Aragão, Pro­ balaio veta, Marcelo Jaffé, Betina Stegmann, Roberto Suetholz e Nelson Rios, e tam­ bém no dia 24 no lançamento do CD 'Brasileiro Saxofone', de Nailor Prove­ ta, com os músicos Luciana Rabelo (ca­ vaquinho), Maurício Carrilho (violão de 7), Paulo Aragão (violão) e Marcos Tadeu (pandeiro). Cristóvão Bastos começou a tocar na noite aos 17 anos, em encontros de ga­ fieira, tema de seu mais recente traba­ lho, o disco ‘Curtindo a Gafieira’, lan­ çado em 2008. Com composições iné­ ditas, todas de sua autoria, e um time de músicos do melhor da música brasileira, ‘Curtindo a Gafieira’ quer relembrar es­ ta forma de fazer música: bons músicos, entendedores deste universo, arranjos caprichados, feitos para dançar, cha­ mando as pessoas para irem à pista. “Eu queria relembrar isto, não com nos- 7 O saxofonista Nailor Proveta lança seu segundo disco solo, “Brasileiro Saxofone”, no Teatro Municipal Miguel Cury, dia 24 de julho, às 20h30. A apre­ sentação é uma homenagem do músico ao instrumento, seu fiel parceiro há mais de 30 anos. O repertório do show é baseado nas músicas do CD lançado recentemente, selecionadas entre os mais variados gê­ neros. O choro marca presença com Pixinguinha (“Quem é você?”) e Ratinho (“Saxofone, por que choras?”). Já o jazz aparece com “Stanats”, uma homena­ gem de Moacir Santos a outro mestre, Stan Getz. As bandas de coreto estão representadas com “Ternura”, de KXimbinho, e a música de câmara com “Choro e divertimento”, do próprio Proveta. Neste “Brasileiro Saxofone”, até uma valsa comparece: “Caminho da saudade”, de Radamés Gnattali. Sem dúvida, o sax será a grande es­ trela da noite, porém, por seu caráter harmônico, não ofuscará os demais con­ vidados: o piano de Cristovão Bastos; o violão 7 cordas de Maurício Carrilho; o violão de Paulo Aragão; o cavaquinho de Luciana Rabello; e o pandeiro de Marcus Thadeu dos Santos; que apoia­ rão o anfitrião sob o comando de Nailor Proveta. Com mais de 30 anos de carreira, com artistas como Natalie Cole e Benny Carter, além de ter seguido em tumês com a orquestra de Ray Connif. Até hoje, Proveta é um dos clarine­ tistas mais requisitados do país, mas tem com o saxofone um caso de amor, aliado a um interesse quase científico, expresso através da pesquisa minuciosa de timbres e sonoridades dessa família de instrumentos. No site www.brasileirosaxofone.com duas músicas extras e inéditas estão dis­ poníveis para download gratuito: "Oboé com alcatra" (Proveta e Maurício Carri­ lho) e "Riscador (jongo)" - 2omovimen­ to da suíte "Três oferendas" (Pedro Paes); assim como fotos, informações sobre o trabalho e agenda de shows. BRASILEIRO onde? Nailor Proveta apresenta Brasileiro Saxofone Nailor Proveta é figura de destaque no cenário da música instrumental brasilei­ ra. Integrante e fundador da Banda Mantiqueira, compositor e arranjador, além de instrumentista, esteve envol­ vido em muitos dos melhores e mais re­ levantes projetos musicais das últimas décadas. Proveta começou na banda municipal de Leme (SP), onde nasceu. Aos 16 anos, já em São Paulo, integrou a orquestra do maestro Sylvio Mazzuca. Depois, liderou a Banda Aquarius e o grupo Sambop Brass, e dividiu o palco SAXOFONE Teatro Municipal Miguel Cury (Rua 09 de Julho, 496 - Centro ) quando? 24 de julho (sexta-feira), às 20h30 quanto? R$ 10,00 (inteira) R$ 5,00 (meia-entrada) Classificação: Livre Erudito e popular: Divina Comunhão onde? r* ' Centro Cultural ‘Tom Jobim ’ quando? 23 de julho a partir das 17h30 Um bate-papo informal com Nailor Proveta sobre seu mais recente cd, "Brasileiro Saxofone", e sobre a presença e a atualidade do saxofone no Brasil. Uma "prévia" do concerto de lançamento deste disco, em 24 de julho. Participam os dois outros produtores do disco, Paulo Aragão e Maurício Carrilho. Aberto a músicos, estudantes e ao público em geral. j ..balaio Èü Ainda existem aqueles que torcem o nariz para a proposta do show que acontece no dia 22 no Teatro Municipal, unindo os gêneros classificados como “erudito” e “popular”. Proveta, Maurício Carrilho, Paulo Ara­ gão, Cristóvão Bastos, Marce­ lo Jaffé, Betina Stegmann, Ro­ berto Suetholz e Nelson Rios, grandes nomes da música bra­ sileira de formação musical di­ ferentes mostram que só exis­ tem dois tipos de música: a que tem qualidade e a que não tem. Utilizada como uma manei­ ra de se distanciar da música executada e ouvida pelo povo, a música erudita durante anos teve sua execução restrita a es­ paços nobres, usufruída por pessoas de maior poder aqui­ sitivo. Enquanto isso, a chama­ da “música popular” era con­ sumida pelo resto dos mortais. Mas, como é difícil impedir as trocas que a arte proporciona, as coisas nunca aconteram bem assim. Na realidade, as influ­ ências entre os grupos sociais e sua produção artística sempre existiram, e o que aconteceu foi que de maneira bastante intensa os compositores cha­ mados de eruditos produziram buscando inspiração no folclo­ re e na música regional produ­ zida de maneira espontânea pe­ la população mais pobre. “Gente é tudo igual. A capaci­ dade criativa existe em todos e se manifesta de maneira dife­ rente dependendo das influ­ ências e capacidades individu­ ais. Dizer que um gênero é melhor que o outro é besteira”, afirma Neusa Fleury, secre­ tária de Cultura, comentando sobre o show “Divina Comu­ nhão”. I S Vânia Bastos comemora 20 anos de carreira com trabalho ao vivo (bateria e percussão). O show 'Tocar na Banda' começa às 20h30 e a entrada é franca. A cantora conversou com o Balaio Cultural e contou um pouco sobre sua juventude em Ourinhos e seus primeiros con­ tatos com a música. 'Tocar na Banda', o mais recente trabalho de Vânia Bas­ tos, será lançado em Ourinhos no próximo dia 23 de julho, quando a cantora apresenta seu espetáculo no Teatro Munici­ pal Miguel Cury. Este é o pri­ meiro trabalho gravado ao vivo por Vânia Bastos. O resultado é uma coletânea de seu repertó­ rio clássico, composto por Tom Jobim, Caetano Veloso, Arrigo Bamabé, Itamar Assumpção, entre outros. Integrante da his­ tórica banda Sabor de Veneno, Vânia Bastos gravou, ao lado de Arrigo, os inesquecíveis Lps 'Clara Crocodilo’ e ‘Tubarões Voadores'. Vânia Bastos se apresenta em Ourinhos ao lado do Trio Ronaldo Rayol, (dire­ ção musical, violão e piano), Eric Budney (contrabaixo acústico) e Nahame Casseb Qual sua relação com Ouri­ nhos e como se deu os primei­ ros contatos com a música? Vivi em Ourinhos até os de­ zoito anos de idade. Desde jo ­ vem eu já cantava, e nesse pe­ ríodo tive total apoio de meu irmão Euler, que é 6 anos mais velho que eu, ele sempre me incentivou na música. O Euler colocou muita confiança em mim, ele me "divulgava" pros com positores ourinhenses, seus amigos na época. Isso era final da década de 60, ele me levava pros festivais da região, para Cambará, Jacarezinho, onde ganhei prêmios, o que re­ presentou um grande incentivo e me fez ter mais auto-confian­ ça. Quais foram os principais acontecimentos para o início de uma carreira profissional com a música? Com Hermelino Neder, que também é ourinhense, os cami­ nhos se abriram mais, pois for­ mamos um grupo musical* no qual Gil Jardim também fazia parte. Viemos todos estudar em São Paulo. Hermelino e seu pai, Sr Jamil Neder, foram dois grandes responsáveis por eu ter levado isso a sério mesmo. Es­ tudei teoria, fiz um pouco de í BI aulas de canto e mergulhei de cabeça na música, erudita e po­ pular. Tudo paralelamente à fa­ culdade de Ciências Sociais na USP. Foi na própria USP onde conheci Arrigo Bamabé e daí em diante (1980), encarei a música profissionalmente. Fale um pouco sobre o “To­ car na Banda”, show que se­ rá apresentado em Ourinhos. "Tocar na Banda" é meu décimo CD e primeiro DVD. Tem algumas músicas inéditas, mas é basicam ente uma compilação dos vinte anos de carreira, com coisas também que sempre fiz em shows e não havia gravado até então. É um trabalho bem elaborado, que mostra várias faces do meu modo cantar. Estou suuuuper feliz pela oportunidade de lan­ çar esse DVD aí em Ourinhos. E para Ourinhos vou preparar algumas músicas do Paulinho da Viola, queridíssimo compo­ sitor com quem já gravei duas músicas. Espetáculo de dança “Tributo a Paulinho da Viola” encerra o festival Diferente dos anos anteriores, um espetáculo de dança contem­ porânea vai encerrar o 9o Festival de Música de Ourinhos. “Tributo a Paulinho da Viola”, vai reunir lin­ guagens como o teatro e a música, fechando o festival com mais uma homenagem ao sambista carioca. Segundo Fátima Barbosa, co­ reógrafa da Cia. Ourinhos de Dan­ ça Contemporânea, a pesquisa em tomo da obra do compositor “privilegiou algumas composições mais conhecidas, como Sinal Fechado, Timoneiro, Romancean­ do, sempre pensando nas possibili­ dades do movimento na linguagem contemporânea”. Apesar de nunca ter coreografado músicas de Pauli­ nho da Viola, Fátima Barbosa en­ cara esse trabalho como mais um desafio. “O envolvimento com a balaio Ü⧠obra do Paulinho nos motivou a incluir a coreografia no repertório da Cia. Ourinhos”, conclui a co­ reógrafa. A trilha sonora do espetáculo será executada ao vivo, com a par­ ticipação dos músicos Wilson Pe­ reira (Wilsinho), Toninho Breves, Rodrigo Donato, Eduardo Bueno, Daniele Montuleze, todos profes­ sores da Escola Municipal de Mú­ sica. Para Wilsinho, “esse trabalho abre novas possibilidades para um grupo de artistas, músicos e baila­ rinos, que já possuem uma história voltada à produção cultural em Ourinhos”. “Tributo a Paulinho da Viola” encerra o festival, no dia 26, do­ mingo, às 20h30, no Teatro Muni­ cipal Miguel Cury. Os ingressos custam 5 reais. Apresentação da Cia. Ourinhos de Dança Contemporânea no Teatro Miguel Cury em 2008 /**« 9 NICE NICOLOSI Uma vida dedicada ao ensino da música Nunca pensei que aquele muro, ao la­ do número 621 da Rua Rio de Janeiro, pudesse esconder um jardim repleto de avenças, begônias, e marias-sem-vergonha. Na sala da casa, o piano reina soberano entre a estante de livros e o contrabaixo acomodado no canto. A professora Nice Nicolosi inicou seus es­ tudos numa época em que aprender a to­ car piano constituía parte importante da educação das moças. Pelos menos para aquelas que vinham de famílias mais abastadas. “Comecei a estudar aos nove anos, com o professor Galileu Andolfo, o primeiro professor de piano de Ourinhos. Alston Racanello, as M at a ch a n a , e ou tra s f a m í l i a s colocaram as filhas para estudar com ele ”, recorda dona Nice. Desde muito cedo a música esteve presente em sua vida. Na infância, can­ tar e tocar eram atividades rotineiras na casa dos pais. Ela conta que “sempre ti­ nha música na casa, meu pai tocava muitos instrumentos, de ouvido, mas to­ cava, e meu irmão tocava gaitinha de boca, enquanto Lúcia (a irmã) cantava com papai”. Quando se casou aos dezesseis anos, ainda “muito criança” como faz questão de frisar, deixou o es­ tudo por um tempo. Para sua felicidade a interrupção não durou muito. Logo após a união, o marido Antonio Carlos comprou um piano. “Eu tocava aquelas músicas populares da minha época, músicas defilmes ”, relembra. Mais tarde, já na década de 70, co­ meçou a ter aulas com a professora Cida Melo. “O estudo com a Cida fo i ótimo, o repertório era outro e eu ainda per­ guntava por que algumas notas tinham as hastes para cima e outras para bai­ xo. Foi aí que descobri que aquelas eram vozes nas peças de Bach ”, diz ela, reconhecendo a importância da fase que passou sob a orientação da professora Cida. Nessa época já tinha seus alunos par­ ticulares. Logo depois, juntaram-se a eles os alunos da professora Cida Melo que, viajando para os Estados Unidos, recomendou a ex-aluna que assumisse a formação do grupo. “Eu comecei a dar aulas com mais freqüência ”, atividade que dona Nice nunca mais abandonou. Nice Nicolosi acompanhou todos os balaio 'A criação da Escola Municipal de Música contribuiu m uito. Hoje a s crianças tocam violino, violoncelo, viola, instrum entos que eles nunca tinham ouvido falar na vida" trevista com o maestro Júlio Medaglia, publicada no Balaio Cultural. Assim co­ mo o maestro, ela acredita que a mídia é responsável pelo desinteresse dos jo ­ vens pela música de qualidade. Porém, ela acredita que os pais também deve­ riam facilitar o acesso dos filhos à boa música. “A criação da Escola de Músi­ ca contribuiu muito. Hoje as crianças tocam violino, violoncelo, viola, instru­ mentos que eles nunca tinham ouvido falar na vida ”, explica a professora. Chegamos ao final da nossa conversa, pois a professora Nice Nicolosi tem um compromisso logo mais à noite. Ela vai assistir ao concerto da Orquestra Sinfô­ nica Municipal no Teatro Miguel Cury. No palco, uma das solistas será a flau­ tista Gilonita Pedroso, também sua exaluna. Neusa Fleury e Marco Aurélio Gomes conversaram com a professora Nice Ni­ colosi na tarde do dia 3 de julho. A jorna­ lista Tatiana Oliveirafotografou. momentos que marcaram a atividade musical na cidade de Ourinhos. Do tra­ balho ao lado da amiga Cecília Einstoss no Laboratório de Atividades Musicais, em meados da década de 80, até as aulas para os integrantes da Banda Municipal, corporação musical que estava sob o comando do maestro Wilson Pereira, o Wilsinho. Sobre essa experiência, dona Nice relata que “oprofessor Granja, di­ retor de cultura na administração do prefeito Clóvis Chiaradia, sugeriu que eu começasse a dar aulas para a ban­ da ”. Naquele período as aulas aconte­ ciam no fundo do Teatro Municipal Miguel Cury, onde a Banda ensaiava. “Era uma balbúrdia, um estudava uma peça aqui, outro ali, alguns estudavam nos banheiros, outros nos camarins, uma loucura ”, revela a professora que, apesar das dificuldades, aceitou mais esse desafio. Foi nesse contato com a Banda Mu­ nicipal que dona Nice conheceu dois jovens músicos, o clarinetista Michel Moraes e sua irmã, a flautista Ana Carolina. Os dois logo se interessaram em fa­ zer aulas com a nova professora. Com orgulho, ela lembra que já percebeu em Michel o interesse pela música de câma­ ra. Michel Moraes continuou seus estu­ dos e hoje, entre CDs gravados e via­ gens ao exterior, será também um dos professores do 9o Festival de Música de Ourinhos. Outro que passou por suas mãos, o músico e professor Marcelo Mello, também revelou desde cedo um talento especial. “Marcelo Mello fo i meu aluno também nessa época. Ele tocou na primeira apresentação que eu fiz com os melhores alunos, quando ti­ nha apenas 1 ano e 8 meses de estudo ”, relembra com satisfação. Hoje, dona Nice admite um certo cansaço. Embora tenha diminuído suas aulas na Escola Municipal de Música, ela faz questão de afirmar: “ainda tenho alunos que não me deixam parar, a Ju­ liana, o Mateus... ”. Juliana Vita é pro­ fessora concursada da Escola de Mú­ sica, onde ela própria se formou, sempre sob os cuidados de dona Nice, que a acompanha desde a sua iniciação. “O trabalho da Juliana me dá muito prazer, pois vejo que ela está dando continui­ dade ao meu próprio trabalho, passan­ do aos seus alunos aquilo que aprendeu comigo ”, diz ela enquanto nos serve um chá. Quando perguntamos sobre o desin­ teresse dos alunos pelo piano nos dias de hoje, dona Nice lembra de uma en­ Garanta seu ingresso para as atividades programadas para o Festival Fique atento para conseguir participar de toda a programação artística: Concerta da OSESP - O concerto da OSESP no dia 19 no Estádio do Clube Atlético Ouri­ nhense às 20h terá entrada franca. O local recebe oito mil pessoas. O acesso é gratuito, não será preciso retirar ingresso, é só ir até o local. Para garantir um bom lugar, chegue antes. Apresentações com entrada franca no Teatro - Os ingressos estarão disponíveis no dia do show, a partir das 8 horas, na bilhete­ ria do Teatro Municipal. Os interessados não terão acesso a ingressos de outros espetácu­ los, apenas para o show daquele dia. Pedimos a compreensão e justificamos que o número de poltronas do Teatro é reduzido. Portanto, programe-se. Apresentações no Teatro Municipal com cobrança de ingresso - Os interessados po­ derão adquirir seu ingresso a partir de domin­ go, dia 19, podendo comprar para todos os dias. Apresentações nas praças e igrejas Entrada franca 10 UM OLHAR PARA O CANTO CORAL Ana Yara Campos: As pessoas cantam em conjunto quando com partilham aspectos da vida! Dizem que as paixões são passageiras. As minhas são du­ radouras. Minha história com o Canto Coral nasceu há muito tempo e costumo dizer aos amigos que “ainda não desis­ ti”, à revelia de entender o mundo atual como um desafio à humanização, à apreciação das coisas bonitas, naturais, às práticas presenciais e ações que não visem somente o su­ cesso individual. Escreverei sobre o Canto Coral a partir de minha expe­ riência nesse campo, sabendo que há muitas abordagens pos­ síveis para esse tema. Ao olhar para bem longe na linha do tempo, vejo seres hu­ manos reunidos para cantar... (ou cantando, quando reuni­ dos?) São ocasiões festivas, ce­ lebrações, reivindicações, ma­ nifestações de trabalho, em sa­ lões, praças, templos, escolas... É como se necessitassem de um recurso diferenciado - tal­ vez mais sutil, mais refinado que a voz falada - para “darem voz” aos seus valores, prazeres, desejos, sentimentos, cren­ ças e ideais. As pessoas cantam em conjunto quando comparti­ lham aspectos da vida! Instau­ ra-se a cumplicidade e legiti­ mam-se ações e anseios numa dada sociedade. Num percurso que cami­ nhou ao lado da evolução da própria linguagem musical que adotamos (e é bom lembrar o importante papel que teve o Canto Coral nos últimos sé­ culos do Período Medieval e no Renascimento, como prin­ cipal destinatário dos com­ positores europeus), o “Coro” nascente na antiga Grécia pas­ sou por várias mudanças e con­ cepções, até que se fixasse em seu “clássico” formato SATB (soprano, contralto, tenor e baixo) e suas subdivisões. As vozes humanas têm ca­ racterísticas que permitem agrupá-las por similaridade, se­ gundo fatores fisiológicos e culturais, principalmente. Há vozes mais agudas, mais gra­ ves; há vozes médias, também. E há diferentes escolhas de so­ noridade para um Coro. Mas toda voz, indistinta­ mente, resulta da atividade co­ ordenada de mais de 100 mús­ culos do corpo humano, que to­ mam parte - para mais ou para menos - da fonação (produção da voz). Um Coro implica a existên­ cia de um grupo de pessoas que se encontram sistematicamen­ te para cantar, por apresenta-'' rem certas condições ou inte­ resses em comum. Por isso, encontramos tão grande diver­ sidade de tipos (ou categorias) de coros: segundo as faixas etárias e perfis vocais; quanto às propostas de “gosto” musi­ cal (repertórios); à gestualidade, comunicação; aos sistemas de crenças ou valores; confor­ me os mantenedores, só para citar alguns exemplos. Há quem cante para apren­ der a cantar, para desinibir-se, “espantar seus males”, encon­ trar amigos, afastar solidão. Há quem o pratique por lazer, co­ mo meio de sobrevivência... até por buscar seu cantinho de visibilidade no palco. Há quem o faça simplesmente para “ser escutado”. Em países como o Brasil, com graves problemas sociais e onde o contato com a arte ainda é restrito a uma minoria, o Canto Coral pode ser visto como um “lugar” de acesso à música e sua vasta herança cul­ tural, à qual todo ser humano deveria ter o direito de vivenciar - a “experiência estética” ! - , em prol de uma atitude mais poética, criativa e sensível, frente à vida e às comunidades. Manter um Coro custa pou­ co, em relação a outras práticas artísticas. Seus “instrumentos estão colados” em seus pró­ prios integrantes. Cantar é pre­ tender fazer de si mesmo... mú­ sica! Assim, sempre que penso acerca do Canto Coral, relaciono-o com a necessidade de se comunicar de modo especial CANJAS IX MPB e Jazz R ealização Restaurante Ilha do Sol Praça Mello Peixoto a partir das 22h e compartilhar fatos da coleti­ vidade à qual se pertence. Con­ sidero as várias identidades dos grupos e suas afinidades de interesses. Reconheço as vá­ rias formações vocais. Destaco a possibilidade concreta de acesso ao conhecimento mu­ sical que pode oferecer aos seus membros. Entendo-o como uma pe­ quena comunidade, onde a to­ do instante posso me exercitar em trocas interpessoais, resis­ tir contra a banalização da mú­ sica de consumo veiculada pe­ los meios de comunicação de massa e o individualismo rei­ nante nessa nova “era líquida”, na qual estamos nos tomando náufragos de sensibilidade e laços. E no canto coral que me supero, percebo que posso me­ lhorar como ser humano e musicista, ciente de que envolve a aprendizagem de técnicas es­ pecíficas, paciência, cuidado, dedicação, compromisso, ga­ nhos e perdas. Daí, minha pai­ xão. Por Ana Yara Campos Ana Yara Campos é jornalista e professsora no Centro Cul­ tural Tom Jobim, onde desen­ volve um trabalho que conjuga as linguagens da música, do teatro e da dança. Festival de Música de Ourinhos Prefeitura Municipal de Ourinhos Secretaria de Estado da Cultura, através do PROAC - Editais Equipe de C uradoria Gilson Antunes, Marco Aurélio Gomes, Nelson Nunes Pereira Neto e Neusa Fleury Moraes Direção artística Choro Restaurante Tropical Rua 9 de julho, 445 a partir das 22h Neusa Fleury Moraes e Gilson Antunes w w w .ourinhosfestivaldem usica.com .br cu rtao u rin h o s.b lo g sp o t.co m eovewtooowwcwtooe SM m nw * VivOunnhos 1 1 * Ijulho D3.l2.iO 2009 tx ACÀOcutrmuu. MULO 11 r ■ MUs ,C a Dia A bertura na ig r e ja (Terça> - 1 % Apresentação h ante r - VA<% '/ B JÁ » Dia 1 9 Domingo 20h entrada franca d o n c e rto côm a O rq u e stra Sinfônica do E sta d o d e S ã o P aulo - Projeto O s e s p Itinerante ^ ^ ■ S S B® assB s Mano) Local: Clube Atlético Ourinhense ■ÉHHjÉ Teatro WÚ8« Municipal Miguel Cury 19h- P ro je to ^ ^ ^ p r o s " “Quinteto de sop 21h- P ro je to Osesp Itinerante 2 “Quarteto de cordas Dia Segunda Entrada Franca Projeto Osesp Itinerante sg ra ç a do Caío^> “Quinteto de me Dia 19 Domingo 10h M anhã se rta n e ja , com o grupo “Viola de Ouro” Terça 12h S how com a Big Band d a E sco la M unicipal de M úsica d e O urinhos Show “Divina com u n h ão Quarta R$ 10 20h30 Quarta O urinhos P op Festival 12h 23 Quinta — Sexta 20h30 F7 ad o C D B ra sileiro R$ 10 fS íS " " ” " ' Sábado 20h30 ^ Domingo 20h30 R$5 L a J u tin y j^ tu d z o Clube dos Ferroviários Sábado 11 h M anhã do C horo Biblioteca Municipal Tristão de Athayde Trabalhos produzidos por alunos sobre a obra de Paulinho da Viola Casinha da Esquina ATIVIDADES PARALELAS NO CENTRO CULTURAL Dia Dia Coreto da Praça Mello Peixoto Entrada Franca (chorinho) 17 h - T arde do J a z z e MPB Centro de Convivência Instrumentos musicais - Trabalhos produzidos pelos alunos das oficinas de desenho e papel reciclado Grupo Quatro a Zero B a n d a s, O rq u e stra P o p u lar 1 2 h ' e Big B and Teatro Municipal Miguel Cury “VivOurinhos, é Festival...” 3 5 Dia C an to p opular e p e rc u s s ã o “Conhecendo Paulinho da Viola” - Painéis com fotos e ilustrações que contam a vida e obra de Paulinho da Viola “Música, uma herança cultural de Ourinhos” Show “Tocar na banda” Vânia Bastos etn o , Dia Centro Cultural Tom Jobim “Paulinho da Viola, o artesão do samba” Dia Dia Dia Entrada Franca Dia vP raça Mello Peix5fç£> Q ja Terça 20h30 EXPOSIÇÕES Dia 2 4 Sexta Av. Rodrigues Alves, 86 R$ 5 + 1 kg de alimento (antecip. R$ 10 + 1 kg de alimento Terça-feira, dia 21 à s 10h - Coral do Instituto R eciclando S o n s, d e Brasília Quarta-feira, dia 2 2 à s 15h - W orkshop - C horo Music Tema: O choro brasileiro e o ragtime americano similaridades e influências. Com Daniel Datarc^gftna d3 Studio Quinta-feira, dia 2 3 , das 15 à s 17h -W orkshop: “Gerenciando a carreira de músico”, com Marcelo Jaffé Quinta-feira, dia 2 3 às 17h30 - Workshop com Proveta Sexta-feira, dia 2 4 às 10h - Encontro com Júlio Medaglia e técnicos do Ministério da Educação balaio 12