Estado de Mal Epiléptico Refratário: Tratamento Cirúrgico

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Estado de Mal Epiléptico Refratário: Tratamento Cirúrgico
Refractory Status Epilepticus: Surgical Treatment
Adrielle Araújo Dias1
Catarine Ottobeli1
Ledismar José da Silva2
RESUMO
Objetivo: O estado de mal epiléptico (EME) é uma emergência neurológica caracterizada por crises epilépticas prolongadas,
com duração maior do que 30 minutos. O EME que não responde a doses adequadas de dois anticonvulsivantes iniciais é
caracterizado como refratário, quadro com elevada morbimortalidade. Nos casos em que a terapia medicamentosa se mostra
ineficaz e nos quais há alto grau de concordância entre a semiologia, os exames de imagem e o eletroencefalograma, a abordagem
cirúrgica deve ser considerada. Com base no exposto, este artigo teve como objetivo relatar o caso de um paciente submetido a
tratamento cirúrgico do EME refratário. Métodos: Relato de caso com base na análise retrospectiva do prontuário e dos exames
complementares. Resultados: Paciente com EME refratário foi submetido a tratamento cirúrgico com ressecção focal após 14
dias do início do quadro. As crises cessaram imediatamente. Conclusão: Houve completa resolução do EME refratário com boa
evolução após o tratamento cirúrgico. Portanto, nos pacientes refratários ao tratamento clínico, a abordagem cirúrgica deve
ser considerada.
Palavras-chave: Estado de mal epiléptico; Estado de mal epiléptico refratário; Tratamento cirúrgico; Crises epilépticas
refratárias
ABSTRACT
Objective: Status epilepticus (SE) is a neurological emergency characterized by prolonged seizures that last more than 30
minutes. SE that is unresponsive to appropriate doses of two anticonvulsants is characterized as refractory, a condition with
high morbidity and mortality. In cases the drug therapy proves ineffective and a high degree of correlation is found between
symptomatology, imaging tests, and electroencephalogram, the surgical approach should be considered. Based onthis fact, the
study aimed to report the case of a patient who underwent surgical treatment for refractory SE. Methods: A case report based on
retrospective analysis of medical records and additional tests was concluded. Results: A patient with refractory SE underwent
surgical treatment with focal resection after 14 days of onset. The seizures ceased immediately. Conclusion: Complete resolution
of refractory SE with good outcome was achieved after the surgical treatment. Therefore, in patients refractory to the medical
treatment the surgical approach should be taken into consideration.
Key words: Status epilepticus; Refractory status epilepticus; Surgical treatment; Refractory seizures
Introdução
O estado de mal epiléptico (EME) é uma emergência
neurológica30. Alguns autores o caracterizam por crises
epilépticas prolongadas, com duração maior do que 30
minutos39, enquanto outros se baseiam no tempo mínimo de 5
minutos, pois a partir deste período é improvável a resolução
da crise sem intervenção1,38,41. O EME que não responde a
doses adequadas de dois ou três anticonvulsivantes iniciais é
caracterizado como refratário1,38,44.
A incidência do EME varia de 8 a 40 por 100 mil habitantes/
ano dependendo do país estudado, dos critérios utilizados e das
variáveis demográficas consideradas8,26. O estado refratário
1
2
ocorre em 10–70% dos adultos e crianças com EME, com
mortalidade de 22%1,16,39.
O tratamento é feito com drogas de primeira e segunda linhas.
Entretanto, para os casos refratários, podem ser empregadas
drogas indutoras de coma e o tratamento cirúrgico deve ser
considerado19.
O EME refratário é uma emergência neurológica que pode
deixar sequelas importantes ou mesmo levar a óbito. A
instituição precoce do tratamento diminui a morbimortalidade,
e o tratamento cirúrgico em casos selecionados melhora seu
prognóstico. Com base no exposto, o presente artigo tem como
objetivo apresentar o relato de caso de um paciente submetido
a tratamento cirúrgico do EME refratário.
Acadêmica de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, GO, Brasil
MD, Neurocirurgião, Instituto de Neurologia de Goiânia, Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, Goiânia, GO, Brasil
Received Jun 11, 2016. Corrected Jun 24, 2016. Accepted Jun 25, 2016
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Relato de Caso
Paciente do sexo masculino, de 24 anos, deu entrada no pronto
socorro em novembro de 2013 com quadro de crise convulsiva
focal fácio-braquial à direita e afasia de expressão há dois
dias. Apresentava antecedente de cirurgia para epilepsia do
lobo temporal esquerdo e implante de estimulador do nervo
vago. Fazia uso de lamotrigina (400 mg/dia), topiramato (200
mg/dia), flunarizina (20 mg/dia) e clonazepam (4 mg/dia).
Em decorrência da refratariedade das convulsões ao uso de
diazepam e fenitoína, decidiu-se pela internação do paciente.
As medicações de uso crônico foram mantidas e foi adicionado
valproato de sódio (2 g/dia).
Figura 1. Disposição dos eletrodos para a realização de eletrocorticografia. Os
eletrodos em destaque correspondem a F2-F3, onde houve o início das crises.
Durante o período de internação, houve aumento progressivo
da frequência e duração das convulsões, de forma que, no
sétimo dia de internação, o paciente foi transferido para a
unidade de terapia intensiva (UTI), com diagnóstico de estado
de mal epiléptico refratário, tendo sido necessária a realização
de coma induzido com fentanil e midazolam.
As crises continuaram e foi adicionado fenobarbital ao esquema
terapêutico. Após 6 dias em ventilação mecânica, o paciente
desenvolveu febre associada a secreção purulenta orotraqueal.
Foi diagnosticada pneumonia e instituído tratamento com
moxifloxacino.
No 21º dia de internação, por causa da refratariedade ao
tratamento clínico, foi indicado tratamento cirúrgico. A
eletrocorticografia (Figura 1) permitiu a localização do foco
epileptogênico (Figura 2), verificando-se seu ritmo recrutante
(Figura 3) e a propagação rápida para F2 e F3 (Figura 4).
Figura 2. Evento ictal: alteração rítmica de ondas agudas iniciando na região de
eletrodo anterior F2-F3.
Foi realizada ressecção focal na região do opérculo
frontoparietal esquerdo (área 43 de Brodmann), com resolução
do EME refratário (Figura 5). O exame anatomopatológico
evidenciou gliose. O paciente recebeu alta da UTI no segundo
dia do pós-operatório e alta hospitalar no quarto dia.
Figura 3. Evolução para ritmo recrutante.
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sugerem que a fármaco-resistência6,22,31 e o dano neuronal
instalam-se antes do período usual de 30 minutos33. Esses
dados são explicados pelo “tráfego de receptores”, que ocorre
com a persistência da crise, uma vez que há diminuição dos
receptores GABA na membrana sináptica, pela internalização
em vesículas endoplasmáticas, ao passo que receptores NMDA
são mobilizados para a membrana. Consequentemente, há
fármaco-resistência a determinadas drogas (benzodiazepínicos,
barbitúricos, propofol), estímulo excitatório sustentado e
indução de apoptose celular1,2,36.
Figura 4. Propagação rápida para os eletrodos envolvendo F2-F3 mais posterior
e F1-F2 anterior.
A prevalência do EME é duas vezes maior no sexo masculino
e três vezes maior em negros. Quanto à idade, há picos de
incidência em crianças e idosos8,42. Em mais da metade dos
casos, não havia história prévia de epilepsia. As causas mais
comuns de ocorrência do EME em adultos são uso irregular de
anticonvulsivantes, retirada do álcool e infecções do sistema
nervoso central (SNC)14. Por outro lado, as causas mais
frequentes em crianças são doença febril, encefalopatia aguda
hipóxico-isquêmica e infecções do SNC46.
A suspeição do EME para propósito de tratamento devese iniciar aos 5 minutos do episódio e seus objetivos são
estabilizar o paciente (via aérea, respiração e circulação),
cessar a crise e impedir a sua recorrência. Simultaneamente,
deve-se investigar a causa e realizar tratamento imediato das
condições que ameacem a vida do paciente5,19.
Figura 5. Ressecção focal da região do opérculo frontoparietal à esquerda (área
43 de Brodmann).
Discussão
Embora o EME seja definido classicamente por crises com
duração superior a 30 minutos, alguns autores sugerem que este
tempo deva ser alterado para 5 minutos6,23,27,28,32. Tal mudança
fundamenta-se em três constatações. A primeira é que, a partir
desse período, apenas uma pequena parcela das crises, clínicas
ou eletroencefalográficas, cessará espontaneamente21,28,47. As
duas outras advêm de estudos com animais, cujos resultados
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Os exames laboratoriais solicitados devem incluir hemograma
completo (infecção), glicemia, eletrólitos (especialmente
sódio, potássio, magnésio e cálcio), provas de função hepática
e renal e outros, a critério médico19,46. Se o paciente estiver
em uso de drogas antiepilépticas, seus níveis séricos devem ser
dosados. Quando não houver etiologia clara para o EME, deve
ser realizado exame toxicológico completo. Quando o exame
físico ou a história clínica sugerirem algum agente tóxico
específico, este deve ser dosado5. Elementos da história clínica
do paciente, que incluem epilepsia, medicamentos em uso,
infecções recentes, uso de álcool, traumas, cirurgias cranianas
e qualquer anormalidade cerebral, associados a exame físico
direcionado auxiliarão o profissional no manejo adequado do
paciente46.
O eletroencefalograma (EEG) deve ser realizado o mais rápido
possível, desde que o paciente esteja estável, pois nos casos
de EME não-convulsivo, este exame é necessário para a
confirmação diagnóstica. Além disso, em até 70–80% dos casos
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com apresentação clínica de crises convulsivas generalizadas,
o EEG mostra características focais46.
O tratamento de primeira linha do EME deve ser feito para
todos os pacientes, sendo os benzodiazepínicos as drogas de
escolha5,46. Ao comparar as terapias com lorazepam, diazepam
associado a fenitoína, fenobarbital e fenitoína, foi constatado
que o lorazepam é a droga mais eficaz e rápida para cessar as
crises, com taxa de sucesso de 64,9%49.
A terapia de segunda linha tem como objetivo cessar as crises
quando a primeira falha, mas também deve ser empregada
como terapia de manutenção naqueles pacientes que não
estão mais em crise. As drogas que podem ser empregadas
são fenitoína/fosfofenitoína, valproato de sódio, fenobarbital
e levetiracetam, além de midazolam em infusão contínua5. A
droga de escolha é a fenitoína/fosfofenitoína5,46. A resposta
agregada a uma segunda droga é de 7% e a uma terceira droga
é de 2,3%49.
A persistência das crises após a utilização das terapias de
primeira e segunda linhas caracteriza o EME refratário38.
Nesses casos, a conduta a ser realizada é a infusão intravenosa
contínua de drogas antiepilépticas, levando à necessidade
de monitoração cardiovascular, ventilação assistida e EEG
contínuo5,43,46. A terapia deve ser guiada pelos achados
eletroencefalográficos e, assim que houver a supressão das
crises, a conduta terapêutica deve ser mantida por mais 24 a
48 horas, seguida da retirada gradual das drogas em infusão
contínua5.
EEG, indicando uma zona epileptogênica única26,50. Além
da refratariedade e da investigação multimodal concordante,
também podem ser considerados critérios para a escolha do
tratamento cirúrgico o envolvimento progressivo de maiores
áreas corticais e as morbidades acumuladas pelo tratamento9.
Outros fatores podem ser levados em conta no processo de
decisão, devendo cada caso ser analisado individualmente.
As características que indicaram a cirurgia no paciente
do caso relatado foram a refratariedade medicamentosa,
as complicações advindas da internação prolongada e a
eletrocorticografia concordante com a manifestação clínica.
Embora o tempo de crise até a indicação cirúrgica ainda seja
um tópico controverso, sabe-se que influencia diretamente
o desfecho no que diz respeito ao sucesso na resolução das
crises e à morbimortalidade. Alguns autores aconselham a
neurocirurgia após três tentativas de terapia medicamentosa
durante um curso de duas semanas26,30. Em um trabalho de
revisão, ficou demonstrado que 90% dos pacientes operados
com menos de 4 semanas do início do EME ficaram livres das
crises, porém naqueles operados com tempo superior houve
resolução em 60% dos casos50. A justificativa apresentada
pelos autores é que, durante crises prolongadas, surgem
focos epileptogênicos secundários que podem se tornar
independentes, o que diminuiria o sucesso da abordagem
cirúrgica50. No presente caso, houve intervalo de 14 dias para a
realização da cirurgia e o EME refratário foi resolvido no pósoperatório imediato.
A adição de topiramato no manejo do EME após falha das
terapias convencionais é sugerida por alguns autores15,51. Sendo
este medicamento um anticonvulsivante com mecanismos de
ação diversos, envolvendo canais iônicos e receptores, sua
eficácia seria maior do que a de outras drogas antiepilépticas
nos casos refratários15. As doses utilizadas em adultos variam
de 300 a 1600 mg por dia e, em crianças, de 2 a 25 mg/kg/
dia, administradas por via entérica15,51. As taxas de sucesso no
controle do EME variam de 62% a 100%20,45,48. Em média, 71%
dos pacientes têm as crises interrompidas em até 72 horas após
o início da administração20.
As variáveis relacionadas com pior prognóstico são idade
avançada e etiologias agudas. Entretanto, alguns estudos
demonstraram que a duração prolongada das crises também
está associada com prognóstico desfavorável e com queda
da efetividade do tratamento medicamentoso8,25,29,35,44. Em
um estudo, observou-se que a persistência do EME por mais
de 1 hora leva a maior mortalidade. Nos estados convulsivos
generalizados, a mortalidade geral em adultos foi de 20%;
no entanto, foi reduzida para 2,6% quando a crise cessou em
menos de 30 minutos46. Em outro trabalho, foram encontrados
resultados semelhantes, com mortalidade de 35% e de 3,7%,
respectivamente14.
Nos casos de manejo prolongado, quando a terapia
medicamentosa provou ser ineficaz, a abordagem cirúrgica está
indicada9. O tratamento cirúrgico é indicado principalmente
quando o EME é refratário às medicações e há alto grau de
concordância entre a semiologia, os exames de imagem e o
Outros preditores relacionados a desfecho negativo no EME
refratário foram múltiplas comorbidades e apresentação inicial
em coma. Esses resultados foram obtidos ao se comparar dois
grupos de pacientes com SE prolongado, com duração média
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das crises de 4 e 5 dias, respectivamente, o primeiro tratado
com sucesso e o segundo, com desfecho fatal12. O paciente
do presente caso apresentava preditores de bom prognóstico,
como idade, nível de consciência preservado na admissão e
ausência de patologias médicas gerais, exceto pela história
prévia de epilepsia. Esses dados podem ter influenciado de
forma positiva o desfecho pós-cirúrgico.
A literatura disponível acerca do tratamento cirúrgico do
EME refratário está sistematizada nas Tabelas 1 e 2, com 16
publicações totalizando 49 pacientes. Destes, 83,7% foram
operados com técnicas ressectivas, sendo a displasia cortical
a patologia mais frequente com 55% dos casos. A idade média
na qual os pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico
foi de 9,5 anos.
Os procedimentos cirúrgicos para tratamento do EME
englobam técnicas ressectivas e desconectivas: ressecção
focal, lobectomia, hemisferectomia, calosotomia e transecções
subpiais múltiplas21,30,39. Os procedimentos mais realizados são
a ressecção cortical e a hemisferectomia. Há resolução imediata
do EME em 96,8% dos casos e, após o seguimento, 77% dos
pacientes permanecem livres de crises50. Em nosso paciente, foi
realizada ressecção focal do opérculo frontoparietal esquerdo
com base nos achados clínicos e eletroencefalográficos. As
crises cessaram imediatamente, concordando com as taxas de
resolução mostradas na literatura50. Houve desenvolvimento de
disartria transitória, com resolução em uma semana.
Observa-se na Tabela 1 que os pacientes com crises focais e
patologias estruturais bem definidas, como displasia cortical,
são candidatos a ressecções focais e apresentam altas taxas
de resolução do EME17,24,40. Além disso, o tempo de crise até
a realização da cirurgia foi menor nesses casos. Os pacientes
submetidos a cirurgias ressectivas permaneceram em crise,
em média, 23 dias até a intervenção, em comparação aos 157
dias de pacientes submetidos a cirurgias desconectivas. Tais
dados corroboram as características supracitadas que tornam o
paciente candidato ideal para o tratamento cirúrgico.
Tabela 1. Tratamento cirúrgico do estado de mal epiléptico (EME) com técnicas ressectivas.
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Tabela 2. Tratamento cirúrgico do estado de mal epiléptico (EME) com técnicas desconectivas.
Conclusão
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O EME refratário causa importante morbimortalidade, tanto
pela lesão neuronal quanto pelas complicações adquiridas
durante a internação. No caso relatado, evidenciou-se
completa resolução do EME refratário com boa evolução após
o tratamento cirúrgico. Portanto, nos pacientes refratários ao
tratamento clínico, a abordagem cirúrgica deve ser considerada.
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Dias AA, Ottobeli C, da Silva LJ. - Estado de Mal Epiléptico Refratário: Tratamento Cirúrgico
J Bras Neurocirurg 26 (2): 151 - 158, 2015
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Case Report
Corresponding Author
Ledismar José da Silva, MD
Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás)
Av. Universitária, 1440, Setor Universitário
74605-010 - Goiânia - GO, Brasil
e-mail: [email protected]
Trabalho realizado no Instituto de Neurologia
de Goiânia, Goiânia, GO, Brasil
Dias AA, Ottobeli C, da Silva LJ. - Estado de Mal Epiléptico Refratário: Tratamento Cirúrgico
J Bras Neurocirurg 26 (2): 151 - 158, 2015
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