Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia Química Programa de Pós Graduação em Engenharia Química TESE DE DOUTORADO Conversão catalítica de clorometano em hidrocarbonetos Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas Orientador: Prof. Dr. João Fernandes de Souza Natal / RN Março / 2012Julho Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas Conversão catalítica de clorometano em hidrocarbonetos Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química - PPGEQ, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Doutor em Engenharia Química sob a orientação do Prof. Dr. João Fernandes de Sousa. Natal / RN Março / 2012 i ROJAS, Leopoldo Oswaldo Alcazar - Conversão catalítica de clorometano em hidrocarbonetos. Tese de Doutorado, UFRN, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química. Orientador: Prof. Dr. João Fernandes de Sousa ________________________________________________________________________ RESUMO: Sílica alumina amorfa e modificada por impregnação incipiente de precursores de ferro, níquel, zinco e cromo foram sintetizados na forma de óxido e reduzidos, tendo sido posteriormente avaliados como catalisadores na conversão de clorometano em hidrocarbonetos. Propriedades texturais e técnicas dinâmicas em temperatura programada foram usadas para a determinação das propriedades ácidas dos materiais. Um modelo termodinâmico para representar a capacidade de adsorção e dessorção de clorometano foi avaliado. Dois tipos de reações foram abordados. No primeiro, o clorometano foi convertido cataliticamente a hidrocarbonetos (T = 300 – 450 oC e m = 300 mg) em um reator de leito fixo catalítico com controle de fluxo, pressão e vazão mássica e, no segundo, com o suporte puro (T = 300 oC e m = 250 mg) foi estudado a reação de desativação do catalisador pelo coque em um micro –adsorvedor com monitoramento gravimétrico. O teor de metal no suporte (2,5 %) e o percentual de clorometano na mistura (10 %) foram mantidos constantes durante os experimentos. Com os resultados obtidos foram avaliadas a conversão e a seletividade dos produtos gasosos, ou seja, H2, CH4, C3 e C4 bem como a energia da etapa de dessorção (75,2 KJ/mol para o Ni/Al2O3-SiO2 e 684 KJ/mol para o catalisador Zn/Al2O3-SiO2), considerando a taxa de adsorção do gás em função da temperatura. A presença do metal no suporte mostrou uma importância significativa em termos de atividade na reação de condensação do clorometano. Os catalisadores na forma de óxido apresentaram melhor desempenho para obtenção de hidrocarbonetos. É possível destacar o ZnO/Al2O3-SiO2 que , em termos de constituinte gasoso, produziu apenas C3 (Máx. de 83 %) e C4 (Máx. de 63%), respectivamente, na temperatura de 450 oC e 20 horas de reação,. O gás hidrogênio foi formado exclusivamente com os catalisadores FeO/Al2O3-SiO2 (Máx. de 15 %, T = 550 oC e tempo de reação de 5,6 h) e Ni/SiO2-Al2O3 (Máx. 75 %, T = 400 oC e tempo de reação de 21,6 h). Todos os catalisadores produziram o gás metano (10 à 92 %), salvo os do tipo Ni/Al2O3SiO2 e CrO/Al2O3-SiO2. No estudo com o suporte puro foram propostos dois modelos de ii desativação, do tipo paralelo, onde a formação do produto compete com a formação de coque e o sequencial, onde a etapa de dessorção é a competidora. Com as equações do balanço de massa baseadas no mecanismo proposto foram determinados duas constantes cinéticas (a primeira de valor 8,01·10-4 min-1, relacionada à etapa da formação de hidrocarbonetos e a segunda, 1,46·10-1 min-1, ao coque depositado no sítio do material), três constantes de equilíbrio (a global 0,003, relativa ao clorometano 0,417 bar-1, e a de formação de hidrocarbonetos 2,266 bar-1) e o do perfil do fator de atividade (1,516). Em termos de ajustes, o modelo representou um comportamento satisfatório em relação ao mecanismo proposto. Palavras-chave: Clorometano, sílica-alumina, modelo de desativação, reator de leito fixo, hidrocarbonetos, catalisadores. iii iv ABSTRACT Amorphous silica-alumina and modified by incipient impregnation of iron, nickel, zinc and chromium were synthetized in oxide and metal state and evaluated as catalysts for the chloromethane conversion reaction. With known techniques their textural properties were determined and dynamics techniques in programmed temperature were used to find the acid properties of the materials. A thermodynamic model was used to determine the adsorption and desorption capacity of chloromethane. Two types of reactions were studied. Firstly the chloromethane was catalytically converted to hydrocarbons (T = 300 – 450 oC e m = 300 mg) in a fixed bed reactor with controlled pressure and flow. Secondly the deactivation of the unmodified support was studied (at 300 °C and m=250 g) in a micro-adsorver provided of gravimetric monitoring. The metal content (2,5%) and the chloromethane percent of the reagent mixture (10% chloromethane in nitrogen) were fixed for all the tests. From the results the chloromethane conversion and selectivity of the gaseous products (H2, CH4, C3 and C4) were determined as well as the energy of desorption (75,2 KJ/mol for Ni/Al2O3-SiO2 to 684 KJ/mol for the Zn/Al2O3-SiO2 catalyst) considering the desorption rate as a temperature function. The presence of a metal on the support showed to have an important significance in the chloromethane condensation. The oxide class catalyst presented a better performance toward the production of hydrocarbons. Especial mention to the ZnO/Al2O3-SiO2 that, in a gas phase basis, produced C3 83 % max. and C4 63% max., respectively, in the temperature of 450 o C and 20 hours on stream. Hydrogen was produced exclusively in the FeO/Al2O3-SiO2 catalysts (15 % max., T = 550 oC and 5,6 h on stream) and Ni/SiO2-Al2O3 (75 % max., T = 400 oC and 21,6 h on stream). All the catalysts produced methane (10 à 92 %), except for Ni/Al2O3-SiO2 and CrO/Al2O3-SiO2. In the deactivation study two models were proposed: The parallel model, where the product production competes with coke formation; and the sequential model, where the coke formation competes with the product desorption dessorption step. With the mass balance equations and the mechanism proposed six parameters were determined. Two kinetic parameters: the hydrocarbon formation constant, 8,46 10-4 min-1, the coke formation, 1,46 10-1 min-1; three thermodynamic constants (the global, 0,003, the chloromethane adsorption 0,417 bar-1, the hydrocarbon adsorption 2,266 bar-1), and the activity exponent of the coke formation (1,516). The model was reasonable well fitted and presented a satisfactory behavior in relation with the proposed mechanism. ___________________________________________________________________ Keywords: Chloromethane, hydrocarbons, catalysts. silica-alumina, deactivation model, fix bed reactor, v AGRADECIMENTOS À minha esposa Elizabeth e filhas Liliana, Blanca Virginia e Ellen, pelo apoio, compreensão e amor recebido. Aos meus pais Oswaldo e Nilda que ainda distante sempre senti sua confiança e apoio, aos meus irmãos (Martha, Virginia, Hermann e Alonso) e respectivas famílias pelo constante carinho e incentivo. Ao meu orientador Prof. Dr. João Fernandes de Sousa pelas suas contribuições e sua disponibilidade para colaborar com o trabalho. A meu amigo Prof. Dr. Sebastião R. Ferreira, pelas tertúlias acadêmicas, sempre produtivas. Ao pessoal do Laboratório do Processamento do Gás do LPG, Juan, José Carlos, Cláudio, Wendel, César, Gil, Fabiola, Fabiano, sempre dispostos a colaborar. Levo comigo muito aprendizado desta equipe. vi A esperança se baseia em sonhos, em imaginação e na coragem daqueles que se atrevem em converter os sonhos em realidade. “Hope lies in dreams, in imagination, and in the courage of those who dare to make dreams into reality”. Jonas Salk (desenvolvedor da vacina da Polio) vii SUMÁRIO 1 Introdução 1.1 2 2 Hipóteses do Trabalho .................................................................................... 5 Revisão da Literatura 7 2.1 Indústria Petroquímica.................................................................................... 7 2.2 Gás Natural ..................................................................................................... 8 2.3 Conversão de gás natural................................................................................ 9 2.4 Conversão direta de metano ......................................................................... 11 2.4.1 Pirólise térmica de metano ....................................................................... 11 2.4.2 Pirólise catalítica de metano ..................................................................... 13 2.4.3 Homologação de metano em duas etapas (acoplamento de metano em baixas temperaturas) .............................................................................................. 14 3 2.4.4 Oxidação acoplativa de metano................................................................ 15 2.4.5 Oxidação parcial de metano a metanol e formaldeído ............................. 17 2.4.6 Processos indiretos ................................................................................... 20 2.5 Conversão de clorometano ........................................................................... 22 2.6 Catálise metálica........................................................................................... 23 2.7 Catálise ácida................................................................................................ 25 2.8 Desativação de catalisadores ........................................................................ 26 Metodologia 3.1 Síntese dos catalisadores .............................................................................. 36 3.2 Caracterização dos catalisadores .................................................................. 37 3.3 Sistema Reacional ........................................................................................ 39 3.3.1 Síntese dos catalisadores óxidos............................................................... 40 3.3.2 Síntese dos catalisadores reduzidos.......................................................... 41 3.4 4 36 Desativação de catalisadores ........................................................................ 41 Resultados e discussão 46 4.1 Caracterização dos catalisadores .................................................................. 46 4.2 Ensaios Catalíticos........................................................................................ 55 viii 5 4.2.1 Atividade catalítica da sílica alumina modificada com Fe ....................... 58 4.2.2 Atividade catalítica da sílica alumina modificada com Ni ....................... 61 4.2.3 Atividade catalítica da sílica alumina modificada com Zn....................... 63 4.2.4 Atividade catalítica da sílica alumina modificada com Cr ....................... 65 4.3 Mecanismo de Desativação do catalisador................................................... 67 4.4 Resolução do Modelo ................................................................................... 80 Conclusões e futuros trabalhos 85 5.1 Conclusões.................................................................................................... 85 5.2 Sugestões para futuros trabalhos .................................................................. 86 Referências bibliográficas 88 Anexo 1 94 ix LISTA DE FIGURAS Figura 1-1: Evolução das reservas de gás natural em terra, mar e total - 2001-2010 (ANP, 2011)........................................................................................................................................... 2 Figura 2-1: Cadeia Petroquímica (modificada de BRASKEM, 2011). ...................................... 7 Figura 2-2: Produtos da cadeia petroquímica( BRASKEM, 2011). .......................................... 8 Figura 2-3: Rotas de aproveitamento do Gás Natural ( ANDERSON, 1989).......................... 10 Figura 2-4: Energia de formação dos hidrocarbonetos em função da temperatura ( HOLMEN, OLSVIK e OKSTAD, 1995) .................................................................................................... 12 Figura 2-5: Produção de acetileno da pirólise de metano ( HOLMEN, ROKSTAD e SOLBAKKEN, 1976)............................................................................................................... 12 Figura 2-6: Mecanismo proposto para a reação de acoplamento oxidativo de metano sob La2O3 a 1073 K. ( SIMON, 2004) ............................................................................................ 16 Figura 2-7: Oxidação parcial de metano (TABATA, TENG, et al., 2002) .............................. 18 Figura 2-8: Mecanismo de reação da ativação de metano para bisulfato de metila com complexo de Pt (PERIANA, 1998). ......................................................................................... 20 Figura 2-9: Comparativo da distribuição de produtos na reação de conversão de MeX (X= Cl, Br) e de MeOH para hidrocarbonetos (OLSBYE, SAURE, et al., 2011). ............................... 21 Figura 2-10: Mecanismo de ativação do CH3Cl proposta por Olah (OLAH e ARPADR, 2003)......................................................................................................................................... 23 Figura 2-11: Comportamento catalítico na série periódica (SINFELT, 1991)......................... 24 Figura 2-12: Efeito de envenenamento dos catalisadores de metanação pela adição de H2S. . 28 Figura 2-13: BARTHOLOMEV, 2001 Processo de desativação do catalisador metálico suportado: encapsulação e bloqueio de poros ()....................................................................... 29 Figura 2-14: Formação de coque sob catalisador de Ni suportado (BARTHOLOMEW, 2001). .................................................................................................................................................. 30 Figura 2-15: Mecanismo de formação de coque a partir de hidrocarbonetos. ......................... 31 Figura 2-16: Taxas de sinterização do Pt/Al2O3 nos processos de oxidação e redução. ( FORZATTI e LIETTI, 1999). .................................................................................................. 32 Figura 3-1: Sistema reacional ................................................................................................... 40 Figura 3-2: Esquema do sistema de reação com monitoramento gravimétrico. Isso-Sorb da Rubotherm ................................................................................................................................ 43 x Figura 4-1: Distribuição de poros em função do diâmetro do poro para o suporte puro e modificado com adição de metais. ........................................................................................... 47 Figura 4-2: Determinação da acidez do suporte puro e modificado......................................... 50 Figura 4-3: Representação da curva vulcano para a energia de ativação da dessorção de clorometano sob sílica alumina. ............................................................................................... 53 Figura 4-4: TPD de clorometano com sílica pura e óxidos dos metais .................................... 54 Figura 4-5: TPD de clororometano com sílica pura e metais na forma reduzida..................... 55 Figura 4-6: Desempenho catalítico do suporte puro de Sílica Alumina (SiAl)........................ 57 Figura 4-7: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Fe na forma inicial de óxido..... 60 Figura 4-8: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Fe.............................................. 61 Figura 4-9: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Ni na forma inicial de óxido..... 62 Figura 4-10: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Ni na forma incial de metal. ... 63 Figura 4-11: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Zn na forma inicial de óxido .. 64 Figura 4-12: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Zn na forma inicial de metal .. 65 Figura 4-13: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Cr na forma inicial de óxido... 66 Figura 4-14: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Cr reduzido............................. 67 Figura 4-15: Esquema reacional com formação de coque. (a) No mecanismo paralelo, (b) no mecanismo sequencial. ............................................................................................................. 68 Figura 4-16: Representação do modelo de desativação da reação de conversão de clorometano sob sílica-alumina a 300 °C, para o mecanismo paralelo ......................................................... 83 xi LISTA DE TABELAS Tabela 2-1 Desempenho catalítico de catalisadores de Re e Mo suportados em HZM-5 (WANG, TAO, et al., 1993)..................................................................................................... 14 Tabela 2-3 Desempenho catalítico para a reação acoplativa de metano ( MLECSKO e BAERNS, 1995). ...................................................................................................................... 15 Tabela 2-4 Resultados para oxidação parcial de metano em diferentes catalisadores OTSUKA e WANG, 2001. ........................................................................................................................ 19 Tabela 2-5 Exemplos de venenos para catalisadores comerciais ( FORZATTI e LIETTI, 1999) .................................................................................................................................................. 27 Tabela 3-1 – Reagentes usados na síntese dos catalisadores.................................................... 36 Tabela 4-1 Conteúdo de metal impregnado no suporte (massa de metal / massa de suporte). 46 Tabela 4-2- Resultados das analises texturais para o suporte puro e modificado na forma óxido. ........................................................................................................................................ 46 Tabela 4-3 Resumo dos resultados de ensaios dinâmicos em temperatura programada. ......... 52 Tabela 4-4 Reações elementares com as respectivas velocidades de reação e constantes de equilíbrio envolvendo os dois modelos. ................................................................................... 69 Tabela 4-5 Expressão para a concentração de sítios................................................................. 69 Tabela 4-6 Resumo de expressões cinéticas para a velocidade de reação superficial limitante. .................................................................................................................................................. 72 Tabela 4-7. Balanços de massa................................................................................................ 73 Tabela 4-8 Expressões dos balanços para o mecanismo de coqueamento em paralelo. .......... 73 Tabela 4-9 Expressões dos balanços para o mecanismo de coqueamento sequencial. ............ 74 Tabela 4-10 Equações simplificadas de balance de massa considerando excesso de A. ........ 75 Tabela 4-11 Parâmetros do modelo de desativação para o mecanismo paralelo...................... 80 Tabela 4-12 Resultados experimentais de teste de desativação. .............................................. 82 xii NOMENCLATURA SIGLA DEFINIÇÃO bbl Barril Boe Barris de óleo equivalente CTGAS-ER Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis GLP Gás liquefeito de petróleo GTL Gas to liquid LPG Laboratório de Processamento de Gás Tm3 Trilhões de metros cúbicos Bm3 Bilhões de metros cúbicos TPD Dessorção à temperatura programada TPR Redução à temperatura programada UPGN Unidade de processamento de gás natural FCC Craqueo catalítico fluidizado TCD Detector de condutividade térmica LETRAS ALFABÉTICAS SIMBOLO DESCRIÇÃO UNIDADE SI ∆H° Entalpía de reação kJ/mol ∆Gf° Energia livre de Gibbs de formação kJ/mol A clorometano A* clorometano adsorvido ai parâmetro auxiliar (i = 1,..6) B o grupo dos hidrocarbonetos (C1, C2 e C3), formados no sítio catalítico B* produto adsorvido xiii C* os compostos formados e adsorvidos irreversivelmente no catalisador, chamado de coque. Ci concentração do composto i na fase gasosa bar (bar) Ci* concentração do composto i adsorvido mol/g (mol/g) Cl concetração de sítios livres (mol/g) mol/g CT concentração total de sítios (mol/g) mol/g Edes energia de ativação por mol de adsorbato kJ/mol K constante de equilíbrio da reação k°des constante pré-exponencial min-1 KA constante de equilíbrio de adsorção de A bar-1 KB constante de equilíbrio de adsorção de B bar-1 ki constante cinética direta da reação i min-1 k-i constante cinética inversa da reação i min-1 l sítio livre do catalisador n ordem da taxa de dessorção. Nc número de compostos, o balanço do composto “i” no sistema reacional será: Ne : fluxo molar na entrada e na saída (mol/h) rads: taxa de dessorção Si seletividade a carbono convertido para a mol h-1 m-2 espécie “i” produzida XCH3Cl l: conversão do clorometano xiv LETRAS GREGAS SIMBOLO DESCRIÇÃO UNIDADE - SI β taxa de aquecimento (K/min) Γdes densidade superficial do adsorbato mol m-2 adsorvido θ fração de cobrimento ϑi número de carbonos do composto “i” produzido νi,j coeficiente estequiométrico do composto “i” na reação “j”. φi atividade da reação i xv :-:-::-:::-:::::-::::::::-:::::::::::::-:::::::::::::::::::::-::::::::::::::::::::::::::::::::::- CAPÍTULO I INTRODUÇÃO :-:-::-:::-:::::-::::::::-:::::::::::::-:::::::::::::::::::::-::::::::::::::::::::::::::::::::::- Introdução 1 Introdução A evolução das reservas mundiais de gás natural tiveram um continuo crescimento, sendo que nos últimos nove anos estas reservas foram incrementadas de 168,44 trilhões de m3, em finais de 20010 até 187,01 trilhões de m3 no final de 2010 (ANP, 2011). As maiores reservas mundiais de gás natural encontram-se no Oriente Medio e paises da ex União Soviética, sendo que juntos detentam o 70% do total de reservas. O país com maiores reservas de gás natural é a Russia com 63,08 trilhões de metros cúbicos (Tm3) de gás natural (GN), seguido de Irã e Catar com reservas da ordem de 29,61 e 25,32 Tm3. Na visão regional, América Central e do Sul detem 8,1 Tm3 em reservas de gás natural, sendo que Venezuela possui 70 % destas reservas seguida da Bolivia e Trinidade e Tobago com 8,8 e 5,5 % das reservas. O Brasil possui 4,64 % das reservas da região que equivale a 0,42 Tm3, ainda que estas reservas devam sofrer grandes incrementos caso confirmadas as estimativas das descobertas na região do pré-sal ( HYPERLINK \l "ANP11" ANP, 2011 ). A evolução destas reservas é apresentada na Figura 1-1. Figura 1-1: Evolução das reservas de gás natural em terra, mar e total - 2001-2010 ( ANP, 2011). 2 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Introdução A produção mundial de gás natural foi aproximadamente 3 Tm³ em 2010, ou seja, 7,31% maior que a produção do 2009. O Brasil terminou produzindo 14,4 bilhões de metros cúbicos (Bm³), recuperando a queda de 2009, reflexo da crise de 2008, e aumentando a produção de 2008 de 13,7 Bm3, o que significa um aumento consistente da produção de gás natural no país. Segundo fontes da ANP (2011), no mês de setembro de 2010 a produção do GN foi de 63,92 milhões de metros cúbicos por dia (Mm3/dia) dos quais após a reinjeção, queima e o uso interno nas unidades de processamento resultou num total de 36,72 Mm3/dia disponíveis, o que representa um incremento médio de 10% com respeito ao ano de 2009. Atualmente, a oferta não acompanha a procura e isso se deve ao sistema termoelétrico do país que deve servir como pulmão de energia para atender os picos de demanda ou eventualmente uma perda da produção de base (no caso de diminuição da produção das hidroelétricas). Isso faz com que se mantenha uma estrutura física e disponibilidade de gás para uma eventual entrada em produção do sistema termoelétrico. Como não se tem armazenamento de grandes volumes de gás, existem contratos de fornecimento de gás, principalmente em alguns setores industriais, onde seu suprimento é diminuído ou suspenso quando da demanda de gás para as termoelétricas. Isto está sendo contornado pela Petrobrás com a instalação de pontos de recebimento e vaporização de gás natural liquefeito (GNL) comprado no mercado internacional. A perspectiva é promissora para o gás natural, pois com o funcionamento de novos campos como os de Santos e Espírito Santo se prevê um aumento significativo da produção. Estima-se que, a produção de GNL no pré-sal possa alcançar 190 a 200 Mm3/dia, um pouco mais de três vezes o volume de produção atual. Assim, o mercado interno estará equilibrado, tendo ainda um excedente de gás que poderá ser destinado ao mercado de exportação que ainda é pouco regulado, apesar de não está sendo considerado como commodity. Isto implica em ter que fechar contratos para garantir o mercado do gás. Inicialmente, o gás do pré-sal seria exportado para Estados Unidos, mas esta possibilidade se viu afetada pelas novas descobertas de gás de xisto que aumentou a disponibilidade interna de gás nesse país. Assim, o Brasil deverá investir em outros mercados com alguns países da Europa que procuram alternativas ao gás da Rússia ( OLIVEIRA, 2010). Também deve-se considerar um aumento na disponibilidade do gás pela diminuição da queima em tochas para cumprir com recomendações ambientais. Tudo isto leva a procurar outras rotas para monetizar as reservas, apontando à busca de alternativas para agregar valor a este gás. Um dos problemas no consumo de gás natural é sua baixa densidade energética (em condições ambientais normais), sendo necessário aumentar a sua densidade para fins de 3 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Introdução transporte ou armazenagem. Uma alternativa é a de liquefazer o gás aumentando em 600 vezes sua densidade normal. O processo é relativamente custoso e precisa de cuidados para sua manipulação adequada. Um outro processo consiste na transformação química de modo a aumentar a cadeia de carbonos (hidrocarbonetos mais pesados) e ter um combustível líquido (como a gasolina ou diesel) ou um outro facilmente liquidificável (como propano, butano, dimetil éter). Um processo comercialmente usado é a síntese de combustível via a rota da transformação do gás de síntese (mistura de CO e H2) a altas pressões e temperaturas entre 200 a 350ºC conhecida como síntese de Fischer Tropsch. Dependendo das condições de operação, tipo de reator usado e o catalisador empregado, a distribuição de produtos obtida pode ter uma tendência a hidrocarbonetos de baixo (gasolina), médio (diesel) ou alto (ceras e especialidades) peso molecular. Um dos grandes problemas econômicos que esta tecnologia apresenta é a produção do gás de síntese ( WILHELM, SIMBECK, et al., 2000). A rota de produção tem uma tecnologia madura e se têm várias fontes para a obtenção desse gás. No caso do gás natural, este processo, conhecido como reforma de gás natural, se realiza com uma mistura de metano e água sob catalisadores metálicos em base de Ni-Zn-Cr-Cu. Como esta reação é altamente endotérmica a empresa Haldor Topsoe, líder na tecnologia de reforma, introduziu uma seção de queima parcial de gás natural na parte superior do reator para fornecer a energia necessária na reação. Ainda com este avanço tecnológico este processo continua sendo custoso devido à unidade de fracionamento de ar para a obtenção de oxigênio puro. Assim, a produção do gás de síntese é uma etapa cara que pode chegar a representar o 50% dos custos (operacional e de investimento) totais do projeto. Para evitar a rota de obtenção do gás de síntese, uma alternativa consiste em ativar o gás natural com ar (fonte de oxigênio) e cloreto de hidrogênio de modo a realizar uma oxicloração do gás natural e obter seletivamente o cloreto de metila (ou clorometano). Esta reação é exotérmica e se realiza em condições suaves, (baixa pressão e temperatura). Por sua vez o cloreto de metila em determinadas condições reage produzindo hidrocarbonetos de maior valor agregado. O ácido clorídrico é liberado nesta segunda etapa e reciclado para o primeiro processo. Desta forma, esta é uma rota alternativa à síntese de Fischer Tropsch onde que as condições de operação são muito menos rigorosas. Uma das desvantagens deste processo está na manipulação de ácido clorídrico que é altamente corrosivo. Este problema pode ser resolvido com novos materiais desenvolvidos. 4 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Introdução Assim, neste trabalho foi realizada a síntese e caracterização de catalisadores e avaliação do desempenho para a reação de conversão de clorometano em hidrocarbonetos de maior peso molecular. O material escolhido para ser usado como catalisador foi a sílica alumina (SiAl) extrapolando a idéia de paralelismo entre a conversão de metanol e clorometano, visto que existem trabalhos na literatura usando este suporte para a conversão de metanol para hidrocarbonetos ( ESPINOZA, 1986, ESPINOZA, STANDER e MANDERSLOOT, 1983, SEDRAN, COMELLI e FÍGOLI, 1984, COMELLI e FÍGOLI, 1991). O presente trabalho encontra-se estruturado em quatro capítulos. No primeiro tem-se uma revisão da literatura abordando o estado da arte e revisão bibliográfica. No segundo capítulo, é apresentada a metodologia experimental e os materiais e métodos empregados. Os resultados e discussões são apresentados no capítulo terceiro e por último é apresentado um modelo de desativação que representa a deposição do coque no catalisador. Para finalizar estão enumeradas as conclusões e recomendações para futuros trabalhos. 1.1 Hipóteses do Trabalho A conversão de clorometano em hidrocarbonetos é feito mediante um mecanismo heterolítico (iônico). A sílica alumina é um suporte estável térmica e quimicamente com propriedades ácidas e texturais (distribuição de poros e área superficial) adequadas para que a reação seja realizada. À semelhança da reação de conversão de metanol, a sílica alumina deverá ser ativa para reação de clorometano. 5 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 :-:-::-:::-:::::-::::::::-:::::::::::::-:::::::::::::::::::::-::::::::::::::::::::::::::::::::::- CAPÍTULO II REVISÃO BIBLIOGRÁFICA :-:-::-:::-:::::-::::::::-:::::::::::::-:::::::::::::::::::::-::::::::::::::::::::::::::::::::::- Revisão da literatura 2 Revisão da Literatura Neste capítulo, são abordados os aspectos teóricos relacionados com a revisão bibliográfica que tangem os assuntos referentes ao presente trabalho visando facilitar a compreensão das atividades abordadas. 2.1 Indústria Petroquímica A indústria petroquímica organiza-se em produtos de primeira, segunda e terceira geração dependendo da fase de transformação dos insumos petroquímicos (Figura 2-1). Esta indústria transforma subprodutos do petróleo, principalmente nafta e gás natural, em produtos de consumo final e insumos para diversas indústrias ( BRASKEM, 2011). BRASKEM, 2011 Figura 2-1: Cadeia Petroquímica (modificada de BRASKEM, 2011). Os principais produtos de cada fase da cadeia petroquímica são apresentados na Figura 2-2. No Brasil, a principal fonte de matéria-prima da petroquímica é a nafta de petróleo e em menor quantidade o gás natural, basicamente o etano. Pelas características de ter uma cadeia interligada a indústria petroquímica se desenvolve em base de arranjos industriais chamados de pólos. Estes pólos se localizam junto a refinarias ou fontes de gás natural. Grandes plantas transformam a matéria-prima em produtos de primeira geração. Normalmente, as grandes 7 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura plantas também produzem as resinas (produtos de segunda geração). A terceira fase normalmente esta distribuída em muitas empresas que produzem o bem de consumo. Figura 2-2: Produtos da cadeia petroquímica( BRASKEM, 2011). A primeira geração de produtos está baseada em três tipos principais de intermediários: as olefinas na faixa de C2-C4, os aromáticos na faixa de C6-C8 e o gás de síntese (H2 + CO) ( IWASAKI, REINNIOKANENB, et al., 1998). O gás natural é uma matéria-prima mais barata que a nafta e dele podem-se obter as olefinas leves (principalmente o eteno), sendo que a nafta fornece tanto as olefinas (por craqueamento) como os compostos aromáticos da primeira geração. 2.2 Gás Natural O gás natural não processado é uma mistura de hidrocarbonetos leves, composto principalmente de metano (até 98%) e de alguns hidrocarbonetos de maior peso molecular (C2 a C6), acompanhados de outros componentes não hidrocarbônicos. Os constituintes não hidrocarbônicos variam de acordo com o local de origem. Os mais comuns são o gás sulfídrico e o dióxido de carbono. Outros são inertes, como o nitrogênio, hélio e argônio. 8 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Alguns reservatórios de gás natural contêm grande quantidade de hélio, viabilizando a comercialização deste último. O gás natural pode ser classificado em gás não associado ou “livre” e gás associado. É classificado como não associado quando produzido em poços com pouco petróleo. Quando a sua produção é realizada em poços com predominância de óleo, onde pode estar dissolvido no petróleo ou acumulado na forma de uma capa de gás, ele é classificado como gás associado. Neste caso, a sua produção está “associada” à produção do petróleo ( THOMAS, 2001). O gás natural, antes de ser disponibilizado para uso é submetido a tratamento para a remoção de H2S, de umidade e demais impurezas. Além disto, os componentes mais pesados, como o propano e o butano são separados da corrente de gás natural para serem usados como combustíveis e/ou insumos petroquímicos. Assim, etano, pode ser separado e empregado para a síntese do etileno. Propano e butano são recuperados e comercializados como gás liquefeito de petróleo (GLP). 2.3 Conversão de gás natural As grandes reservas de gás natural fazem do metano um importante material para a indústria química bem como o etano e o propano. Os processos industriais de obtenção destes compostos acontecem por meio do craqueamento catalítico seguido do processo de deshidrogenação para a obtenção das respectivas olefinas. Ainda que o metano seja uma excelente fonte de materia prima o seu maior uso é como combustível tanto para uso doméstico como industrial. Entretanto, enormes reservas de gás natural encontram-se distantes do mercado de consumo. Assim, como o caso do gás do pré-sal uma opção interessante é converter o gás para líquidos (GTL) de modo a aumentar a sua densidade energética para poder ser transportado e armazenado com maior facilidade. Na Figura 2-3, estão apresentadas as principais rotas de aproveitamento do gás natural. 9 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Figura 2-3: Rotas de aproveitamento do Gás Natural ( ANDERSON, 1989). O metano pode ser convertido por duas rotas, uma via gás de síntese ou diretamente para hidrocarbonetos C2 ou metanol. Atualmente os processos comerciais para a conversão de gás natural em grande escala passam pela produção de gás de síntese, ainda que na Figura 2-3 se mostram outras rotas alternativas. A reforma a vapor é um processo predominante na produção de gás de síntese. (1) Uma rota alternativa para produzir gás de síntese é a oxidação parcial de metano que apresenta um gás de síntese com relação H2:CO de 2,0. A combinação de ambas as reações dá a reforma auto-térmica com uma relação H2:CO que dependerá da composição da carga sendo ajustada dependendo do uso do que terá o gás de síntese. (2) As indústrias têm produzido em grande escala gás de síntese a partir da síntese de amônia e metanol. Combustíveis sintéticos também podem ser produzidos a partir de gás de síntese (Figura 2-3) via reação de Fischer-Tropsch (GTL). Nos últimos anos muito esforço tem sido dado para melhorar a tecnologia GTL. Varias plantas de demonstração foram construídas e um complexo GTL está entrando em funcionamento no Quatar. 10 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura O grande problema da tecnologia GTL está na produção de gás de síntese que pode representar 50% ou mais do custo de capital ( WILHELM, SIMBECK, et al., 2001). Assim, é de interesse o desenvolvimento de outra rota que não passe pela produção de gás de síntese o qual será o foco desta revisão cuja visão geral consiste em apresentar uma rota direta de conversão de metano. 2.4 Conversão direta de metano Metano é uma molécula bastante estável, com um ponto de fusão em -182.5 °C e ponto de ebulição de - 161.5 °C, devido ás ligações C–H serem muito fortes (425 kJ/mol) e devido a ausência de grupos funcionais, momento dipolar magnético e assimetria o que dificulta o ataque químico. Para poder quebrar a ligação C-H se precisa de altas temperaturas e/ou a ajuda de agentes oxidantes. Nestes processos oxidativos a catálises tem um papel importante para a conversão de metano. Apesar dos enormes esforços em desenvolver a rota direta de conversão de gás natural, até o momento não se tem um processo bem definido. Um dos motivos são as restrições cinéticas e termodinâmicas que devem ser considerados. É necessário temperaturas elevadas para ativar o metano e nessas condições as reações de radicais livres na fase gasosa são preponderantes. A força da ligação C-H no metano é maior que a força de seus produtos, significando que os produtos serão mais reativos que o metano. Desta forma o desafio está mais na seletividade que na reatividade. Algumas soluções em nível de catálises e engenharia das reações foram propostas, as quais são descritas a seguir. 2.4.1 Pirólise térmica de metano Cálculos no equilíbrio ( HOLMEN, OLSVIK e OKSTAD, 1995) indicam que a composição dos produtos na pirólise térmica de metano contém etileno, acetileno, benzeno e hidrogênio como produtos principais sempre que a reação não acontece até a formação de coque. A Figura 2-4 apresenta o comportamento do equilíbrio termodinâmico como resposta a diferentes temperaturas. 11 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Figura 2-4: Energia de formação dos hidrocarbonetos em função da temperatura ( HOLMEN, OLSVIK e OKSTAD, 1995) ∆G°f, kJ/átomo-C Acetileno e hidrogênio são os principais produtos (Figura 2-5). A formação de carbono pode ser controlada diminuindo o tempo de residência e a pressão parcial de metano, diluindo a alimentação preferencialmente com hidrogênio. O resfriamento rápido da reação é também importante. Altas taxas de produção de acetileno (aprox. 90%) podem ser obtidas a temperaturas extremas (maiores de 2000 K) e tempos de contato baixos (<10-2s). Figura 2-5: Produção de acetileno da pirólise de metano ( HOLMEN, ROKSTAD e SOLBAKKEN, 1976). O mecanismo de reação está baseado num complexo sistema de reações de radicais livres na fase gasosa. A reação global pode ser descrita como a deshidrogenação em altas temperaturas que acontece em sucessivas etapas. 12 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura 2 CH4 → C2H6 + H2 → C2H4 + H2 → C2H2 + H2 → 2C + H2 (3) Para esta reação acontecer em condições comerciais é necessário de uma engenharia adequada. Alguns exemplos de operação industrial são o arco elétrico da Huls, (Huels, DuPont), técnicas regenerativas (Wulff process), combustão incompleta com O2 (BASF, SBA, Tsutsumi) e misturas com gases de combustão. A diferença fundamental entre estas tecnologias é a forma como se fornece e se remove o calor ao reator. Algumas unidades têm sido propostas e inclusive testadas em escala piloto. O processo dispensa o uso do gás de síntese e não produz cera. O metano é convertido a acetileno numa câmara de craqueamento. A temperatura é suficientemente alta para converter o metano e produzir acetileno e hidrogênio. Vapor de água é adicionado para diminuir a formação de coque e por questões de segurança o acetileno é hidrogenado a etileno. O etileno pode ser oligomerizado para obter produtos mais pesados. Se a oligomerização for conduzida a baixas pressões se obtém gasolina de aviação e incrementando a pressão óleo diesel. Após o reator, a corrente é estabilizada, separando os produtos líquidos e reciclando os gasosos. O Instituto Frances do Petróleo (IFP) também construiu e operou uma planta piloto de pirólise de metano a 1473 K. Usando 50% de hidrogênio como diluente o IFP reportou uma seletividade a acetileno e etileno de 32 e 23%, respectivamente, com uma conversão de 31%. Entretanto o processo apresenta seletividades de 15% a benzeno e 18% a coque. 2.4.2 Pirólise catalítica de metano Metano pode ser convertido a benzeno, tolueno, naftaleno e hidrogênio (desidroaromatização) a temperaturas menores que as usadas na decomposição térmica, porém as conversões estão limitadas pela termodinâmica. Para temperaturas de 700 °C e 1 atm a conversão de metano é de 12%, sendo que quase a metade é convertido a benzeno e metade a naftaleno. Na temperatura de 800 °C a conversão de equilíbrio é de 24%. Vários catalisadores bifuncionais promovem esta reação. Os catalisadores são típicamente zeólitas e a atividade do metal segue a tendência Mo > W > Fe > V > Cr. O catalisador de Mo/HZSM-5 é o mais estudado desde o trabalho pioneiro de WANG, TAO, et al., 1993. Alguns resultados típicos deste estudo são apresentados a seguir (Tabela 2-1). 13 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Tabela 2-1 Desempenho catalítico de catalisadores de Re e Mo suportados em HZM-5 (WANG, TAO, et al., 1993) Seletividade (%) Tempo (h) Conver. de CH4 (%) 5% Re 2 7 C2 4 2% MoO3 1 6 4 50 n.a. 43 2% Mo 2 9 3 57 15 15 4% Mo 2 10 2 65 18 3 Catalisador Benzeno Naftaleno Coque 48 11 33 O mecanismo pode acontecer em duas etapas, convertendo o metano a etileno (ou acetileno) com carbeto de molibdênio seguido da conversão de etileno (ou acetileno) para aromáticos nos sítios ácidos da HZSM-5. A desativação do catalisador ocorre pela deposição de coque e compostos pesados que se formam na superfície externa do catalisador bloqueando os poros. Várias técnicas foram testadas para melhorar a estabilidade do catalisador como tratamento com vapor, adição de CO/C02 na alimentação, inertização dos sítios ácidos externo da zeólita por moléculas organosilano. Também foi levantado o fato que com uma boa escolha do precursor de Co a estabilidade aumenta. Uma unidade piloto foi construída para demonstrar a tecnologia. Uma tecnologia usada para melhorar o sistema consiste em retirar o hidrogênio formado de modo a deslocar o equilíbrio para os produtos. Isso é conseguido com um agente oxidante do hidrogênio ou com uma membrana de hidrogênio. Com o catalisador de Mo/HZSM-5 ( KINAGE, OHNISHIi e ICHIKAAWA, 2003) uma melhora significativa da conversão de metano e a formação de benzeno, tolueno, naftaleno e hidrogênio foram observados. 2.4.3 Homologação de metano em duas etapas (acoplamento de metano em baixas temperaturas) Neste processo o metano se descompõe numa primeira etapa seguida pela hidrogenação das espécies carbonáceas para obter o C2. Como este processo tem restrições termodinâmicas devido ao metano ser mais estável que o C2 a reação se faz em duas temperaturas. A primeira etapa, a decomposição de metano é realizada a 700 K sob catalisadores de Ru, Rh e na segunda, a hidrogenação acontece a 373 K ( KOERTS, DEELEN e VAN SANTEN, 1992). Os produtos apresentam uma distribuição de espécies do tipo Schulz-Flory, ou seja, a superfície apresenta 3 espécies carbonáceas, a carbônica, a grafitada 14 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura e a amorfa. A fase carbônica é a responsável pela formação dos hidrocarbonetos, entretanto a fase amorfa se apresenta como inativa. Alguns aspectos fundamentais foram estudados onde a quimissorção de metano sob Ru apresenta espécies CH e CCH2 a 400 e 700 K. A hidrogenação de CCH2 leva à formação de etano, entretanto, as espécies CH podem ser hidrogenadas a metano ou transformadas a CCH2. 2.4.4 Oxidação acoplativa de metano Na reação acoplativa o metano e oxigênio reagem num catalisador sólido para formar etileno e acetileno. Desde o trabalho de KELLER, 1982 muitas pesquisas foram desenvolvidas. O grande problema desta reação é que ao ativar a ligação C-H do metano, os sítios catalíticos são ativados promovendo a ativação das ligações C-H do etano e etileno resultando na formação de CO2 por combustão. A taxa de produção de C2 está limitada a 25% com uma seletividade a C2 de 80%. Um dos melhores catalisadores reportados foram o SrO/La2O3 e Mn/Na2WO4/SiO2. Não é evidenciado um melhoramento na taxa de produção de C2. Existem trabalhos ( SU, YING e GREEN, 2003) que impõem um limite teórico de 30% na pressão atmosférica. Alguns resultados são apresentados na Tabela 2-2 a seguir. Tabela 2-2 Desempenho catalítico para a reação acoplativa de metano ( MLECSKO e BAERNS, 1995). Catalisador T (K) XCH4 (%) C2 (%) Seletividade Produção Li/MgO 1013 37,8 50,3 19,0 BaF2/Y2O3 1023 36,1 62,1 22,4 Rb2WO4/SiO2 1123 32,0 78,0 25,0 La2O3–CeO2 1048 22,3 66,0 14,7 Na2WO4/SiO2 1123 44,0 52,0 22,9 A oxidação acoplativa de metano é uma reação exotérmica e a formação de óxidos de carbono aumenta o calor gerado além de reduzir a seletividade, de modo que a remoção deste calor é um problema de engenharia a ser levado em conta. A reação transcorre num mecanismo heterogêneo e homogêneo. O metano é ativado no catalisador para formar radicais metila. Estes radicais ao passar á fase gasosa reagem para formar o etano (etileno). Os radicais também podem participar na formação de CO e CO2. 15 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura O mecanismo representado na Figura 2-6 descreve duas rotas distintas, uma leva à formação de oxigenados e a outra a hidrocarbonetos. Em altas conversões, uma terceira rota, a decomposição do etileno ganha importância. Estudos com marcadores isotópicos mostram que em baixas conversões o CO2 origina-se do metano, enquanto o etileno surge em altas conversões ( LUNSFORD, 2000). Figura 2-6: Mecanismo proposto para a reação de acoplamento oxidativo de metano sob La2O3 a 1073 K. ( SIMON, 2004) Os desafios da reação de acoplamento oxidativo são encontrar um catalisador que ative simultaneamente o metano e iniba a reação de etano. Algumas propostas incluem o uso de membranas onde os gases metano e oxigênio são separados. O uso de reatores cíclicos onde o oxigênio é fornecido pelo catalisador também foi proposto por GREISH, GLUKHOV, et al., 2010. Um exemplo é observado nas reações oxidativas do metano utilizando materiais do tipo perovsquita ( TAN, 2006). No reator, o oxigênio é alimentado em um lado da membrana enquanto o metano do lado oposto. Outra aproximação é a proposta por LUNSFORD (2000), onde o reator é operado em reciclo e o etileno retirado continuamente. O 16 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura problema desta tecnologia é a necessidade de membranas e/ou adsorvedores para retirar seletivamente o etileno. Para a zeólita 5A foi usado um processo de TSA (temperature swing adsorption), adsorvendo a 30 °C e dessorvendo a 400 °C incrementando assim a taxa de produção de etileno. Numa variação do processo de reciclo, o etileno produzido passa por um segundo reator onde reage a 500 °C sob o catalisador de Ga/HZSM-5 para produzir aromáticos ( LUNSFORD, 2000). A presença de etileno incrementa a produção de aromáticos visto que este é um intermediário da reação de aromatização. O uso de CO2 substituindo o O2 foi também proposto MLECSKO e BAERNS, 1995. Vários catalisadores foram usados, porém, ainda a produção de etano é baixa. 2.4.5 Oxidação parcial de metano a metanol e formaldeído A oxidação seletiva de metano para metanol é uma rota muito atrativa que poderia inovar a forma de utilização do metano. A reação básica é: (4) Muitas pesquisas têm sido feitas com esta reação onde são propostos vários caminhos possíveis: • Rota de alta temperatura em fase homogênea baseada em radicais livres, TABATA, TENG, et al., 2002; • Rota catalítica de baixa temperatura, OTSUKA e WANG, 2001; • Rota homogênea em solução PERIANA, TAUBE, et al., 1993; • Rota de catálises enzimática LABINGER, 1995. Para as reações em fase gasosa com radicais livres em altas pressões, a presença do catalisador não parece ter algum efeito. Alguns resultados obtidos por TABATA, TENG, et al., 2002, para a oxidação parcial de metano são apresentados na Figura 2-7. Nesta se observa que o ponto importante é aumentar a seletividade sem reduzir a conversão. 17 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Figura 2-7: Oxidação parcial de metano (TABATA, TENG, et al., 2002) A pressão tem um efeito pronunciado na seletividade da oxidação parcial de metano. Nas condições onde o oxigênio foi consumido completamente um aumento de pressão leva a uma diminuição na formação de CO e um aumento à seletividade a metanol. Na literatura se menciona que se a reação está sendo feita entre 430 – 470 °C seria necessário uma pressão de 50 bar (ZHAN, HE, et al., 2008). Os resultados mostram uma seletividade de 30 - 40% para uma conversão de 5-10% em temperaturas entre 350 a 400 °C e pressões entre 30 a 60 bar. Dados teóricos e experimentais apontam baixas taxas de produção de metanol. Reciclando o metano não convertido é um esquema proposto para obter uma possível rota GTL. Em pressões baixas, o catalisador tem um efeito importante nas taxas de produção de metanol. Embora maiores pressões favoreçam a síntese de metanol, a combustão a altas pressões é controlada pela fase gasosa. Na revisão de Otsuka e Wang (2001Tabela 2-3 Resultados para oxidação parcial de metano em diferentes catalisadores OTSUKA e WANG, 2001.) para a conversão direta de metano para oxigenados, são apresentados resultados de vários autores, Tabela 2-3. Os resultados foram obtidos a temperaturas acima de 500 °C, sendo que as conversões de metano foram baixas e o único produto oxigenado observado foi o formaldeído. Quando a reação acontece com um catalisador de MoO3/SiO2 a uma temperatura de 600 °C com excesso de vapor de água, têm-se uma conversão de metano de aproximadamente 25% e altas seletividades a metanol e formaldeído. Este aumento na seletividade é atribuído à formação do ácido silicomolibdenio (SMA) na superfície da sílica. 18 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Tabela 2-3 Resultados para oxidação parcial de metano em diferentes catalisadores OTSUKA e WANG, 2001. Catalisador Temperatura Conversão de (°C) CH4 (%) Seletividade (%) CH3OH HCHO SiO2 620,0 4,8 0,0 24,0 Mo/SiO2 650,0 5,2 0,0 32,0 V2O5/SiO2 650,0 13,5 0,0 25,3 MoSnP/SiO2 500,0 7,2 0,0 64,8 Tem sido reportado que com a adição de 1% de NO na alimentação a produção de oxigenados (metanol e formaldeído) foi aumentada em 16% com catalisadores de V2O5/SiO2 a 650 °C, indicando que este efeito é representativo de um mecanismo misto heterogêneohomogêneo ( BARBERO, ALVARES, et al., 2002). As espécies isoladas de molibdênio sob a sílica têm a melhor atividade e seletividade para a conversão direta de metano para formaldeído. Por enquanto não se encontrou um catalisador capaz de produzir diretamente metanol de metano. A razão parece ser que na temperatura de decomposição do metano, o metanol formado seria descomposto a formadeído e óxidos de carbono (COx). Assim o desafio é obter catalisadores que a baixas temperaturas ainda possam ativar a ligação C-H do metano. A ativação de metano em baixas temperaturas está sendo estudada em reações homogêneas desde o primeiro trabalho de PERIANA, TAUBE, et al., 1993, os quais avaliaram a atividade de um catalisador constituído de um complexo de Hg com ácido sulfúrico concentrado: (5) O bisulfato pode se hidrolisar a metanol, na forma: (6) Um complexo de platino II também foi usado como catalisador ao invés do complexo de mercúrio, obtendo-se uma conversão de 90% e uma seletividade a bisulfato de metila de 81% a 220 °C e 35 bar. No ciclo catalítico completo, supõe-se a regeneração do ácido 19 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura sulfúrico, o que é um processo custoso. Um esquema do mecanismo proposto por (PERIANA, 1998) é apresentado a seguir na Figura 2-8.. Figura 2-8: Mecanismo de reação da ativação de metano para bisulfato de metila com complexo de Pt (PERIANA, 1998). 2.4.6 Processos indiretos Com o aumento do preço do petróleo as rotas de transformação do gás natural (principalmente o metano como maior constituinte) ganharam interesse. Assim, ganha importância o trabalho de OLAH (1983) onde reportou uma interessante rota de três etapas para converter gás natural em olefinas. Neste processo o metano é inicialmente halogenado seletivamente para obter um composto monohalogenado sob um catalisador ácido suportado ou metálico com platina. Na segunda etapa a metila halogenada é transformada a metanol via uma reação de hidrólise catalítica e finalmente o metanol é convertido a hidrocarbonetos pelo processo MTG sob o catalisador de HZM-5. No entanto LERSCH e BANDERMANN, 1991; MURRAY, CHANG e HAW, 1993 e JUAMAIN e SU, 2002, apresentaram estudos onde mostraram que este processo pode ser melhorado convertendo diretamente o halo metano numa mistura de hidrocarbonetos, usando zeólitas como materiais catalíticos. Assim, o 20 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura processo proposto por Olah pode ser reduzido a duas etapas, representado pelas seguintes equações: (7) (8) Na primeira etapa o metano passa por um processo de oxicloração seletiva a clorometano e na segunda etapa o clorometano é convertido a hidrocarbonetos, num processo de oligomerização. O ácido clorídrico liberado na segunda etapa pode ser reciclado para ser usado novamente na etapa de oxicloração. Por outro lado outros autores, ( OLSBYE, SAUREe, et al., 2011) ressaltam o paralelismo entre as reações de metanol para hidrocarbonetos (MTH) e de halometanos para hidrocarbonetos (MeXTH). Esta similaridade pode ser vista na Figura 2-9 21 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Figura 2-9: Comparativo da distribuição de produtos na reação de conversão de MeX (X= Cl, Br) e de MeOH para hidrocarbonetos (OLSBYE, SAURE, et al., 2011). Na Figura 2-9 é feita uma comparação da conversão do metanol e clorometano e a distribuição dos produtos obtidos. Esta comparação é feita quando se usa a zeólita ZSM-5 ou o SAPO (silicoalumino-fosfato) como catalisadores, tanto para a conversão de metanol como a conversão de clorometano. A similaridade na distribuição de produtos de ambas as reações para os materiais sugere um mecanismo de reação similar ( WEI, ZHANG, et al., 2005; SVELLE, ARAVINTHAN, et al., 2006). Na reação de oxicloração numerosos catalisadores foram propostos. Os principais se baseiam em sais de cobre com certos promotores de potássio e lantânio que servem como redutor do ponto de fusão e estabilização do cobre no catalisador, respectivamente. Por outro lado, na reação de conversão de clorometano foram testados muitos catalisadores entre estruturados e amorfos, com propriedades ácidas e básicas, com e sem centros metálicos. Uma revisão dos catalisadores usados na conversão de clorometano pode ser visto a seguir. 22 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura 2.5 Conversão de clorometano A reação de conversão do clorometano para hidrocarbonetos é uma reação heterolítica sendo o cloro o elemento altamente eletrofílico (OLAH e ARPADR, 2003). Para alterar a ligação carbono cloro (C-Cl) é necessário de um doador de elétrons (sítio ácido de Lewis) que debilite a ligação, levando eventualmente a sua incisão. Assim, após a adsorção e cisão do clorometano no sitio ácido, o cloro ficará adsorvido no sítio, liberando um grupo metila. Os grupos metilas reagem, via deshidrogenação, para formar um novo radical na superfície (principalmente a metálica), e o hidrogênio liberado é transportado pela superfície (spillover) reagindo ao encontrar o cloro adsorvido para formar o ácido clorídrico que eventualmente será dessorvido. A Figura 2-10 representa este mecanismo de forma simplificada. As espécies dentro do círculo representa a superfície catalítica bem como as espécies nela adsorvidas. As espécies gasosas são adsorvidas e dessorvidas segundo a círculo externo. O movimento do hidrogênio está representado no círculo interno. CH3Cl CH3CH3 sítio ácido CH3Cl H CH2=CH2 CH3---Cl H H HCl CH3 Figura 2-10: Mecanismo de ativação do CH3Cl proposta por OLAH e ARPAR (2003). Este mecanismo será descrito em maior detalhe no item a seguir, mas o que se pode depreender é que existem dois mecanismos que devem atuar paralelamente, um nos sítios ácidos e o outro nos sítios metálicos. Estes catalisadores são conhecidos como catalisadores 23 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura bifuncionais, como descrito na patente de (OLAH, 1983) onde a função ácida do catalisador permite a adsorção e remoção do cloro da molécula de clorometano e a função metálica realiza a condensação dos grupos metilas via uma reação de deshidrogenação. De modo a entender melhor estes mecanismos, a seguir é apresentado um resumo dos aspectos teóricos da catálise metálica e da catálise ácida de modo a se ter um melhor entendimento dos diferentes catalisadores propostos na literatura. 2.6 Catálise metálica Na catálise metálica as reações de hidrogenação e dehidrogenação são as mais importantes. A maior parte dos catalisadores metálicos são metais de transição, portanto os orbitais d têm um papel preponderante neste mecanismo (GATES, KATZER e SCHULTZ, 1979). Os metais são arranjos de átomos ordenados tridimensionalmente. Ainda que as propriedades do seio destes arranjos sejam importantes para entender o comportamento metálico, deve se considerar que a catálise é um fenômeno de superfície sendo justamente a superfície do metal onde as interações metal adsorbato acontecem. Estes átomos superficiais têm deficiência de átomos vizinhos, conferindo à superfície diferentes características eletrônicas comparadas com os átomos interiores. O grande número de átomos e a proximidade deles fazem que os orbitais dos átomos se superponham. Assim, as faixas de energia dos orbitais s, p e d terminam se superpondo formando uma banda energética continua que contem os elétrons de enlace. O elétron de máxima energia define o nível de Fermi. Por baixo dele todos os orbitais estão ocupados e por acima dele desocupados. A energia que apresenta os orbitais dos átomos superficiais encontra-se acima do nível de Fermi. Nos átomos superficiais os orbitais tipo d não ocupados ficam livres em direção normal à superfície, sendo altamente reativos. O fenômeno de adsorção depende da interação destes orbitais superficiais com os orbitais moleculares da molécula no adsorbato. Conforme aumenta o número atômico numa fila da tabela periódica, tem-se um aumento da quantidade de orbitais superficiais que interagem com os orbitais moleculares do adsorbato, aumentando assim a interação e, portanto, a força de adsorção (GATES, KATZER e SCHULTZ, 1979). A relação entre a série periódica, o calor de adsorção e a atividade catalítica para a reação de hidrogenólise foi apresentada por SINFELT (1991), (Figura 2-11). 24 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Figura 2-11: Comportamento catalítico na série periódica (SINFELT, 1991). Como é possível observar, a atividade catalítica passa por um máximo o qual é atribuído à força de interação superfície adsorbato ao longo da série. No extremo esquerdo a interação é fraca conseqüentemente uma fraca adsorção, sem conseguir segurar o adsorbato o tempo suficiente para acontecer a reação. Por outro lado no extremo direito esta interação é muito forte dificultando a reação (pois a interação do adsorvente com a superfície é maior que a afinidade com os reagentes) mantendo o adsorbato adsorvido. Entre estes dois efeitos encontra-se o termo ótimo que origina o máximo na atividade catalítica. Mudando o adsorbato e as condições da reação a interação muda. Os reagentes adsorvidos apresentam uma baixa energia de ativação que faz que a reação possa acontecer. Assim se pode dizer resumir que na catálise metálica os orbitais d superficiais tem alta afinidade pelos elétrons formando uma ligação com o adsorbato de forma que dependendo do metal esta ligação pode ser muito fraca o forte e no caso ótimo será o suficientemente forte para quimissorver o reagente para reagir e o suficientemente fraco para permitir os produtos se dessorverem. 2.7 Catálise ácida Segundo SANTILLI e GATES, 2008, as reações ácido-base se caracterizam por serem cíclicas onde ocorre transferência de hidrogênio. Quando o grupo doador é hidratado e se dissocia, o íon (H3O)+ é formado tornando-se uma espécie catalítica ativa. Este tipo de catálise é chamada de “catálise ácida específica”. Por outro lado quando o ácido não se dissocia o processo se chama de “catálise ácida geral”. Este último tipo de catálise é mais 25 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura complexo e mais comum nos processos catalíticos. Tipicamente os óxidos metálicos têm a capacidade de serem doadores de prótons através dos grupos OH- (ácidos Bronsted) e aceptores de par de elétrons (ácido Lewis). Ainda que se possa perceber uma relação entre a atividade catalítica e a acidez do catalisador, a medida da acidez não da informação que permita entender o mecanismo envolvido ou a natureza dos sítios. As reações superficiais onde há transferência de carga, transporte de próton ou elétron, são definidas como reações do tipo ácido-base. Em geral um óxido pode ser considerado como ácido ou base a depender de sua capacidade de doar ou receber elétrons (definição de Lewis) ou de receber e doar prótons (definição de Bronsted). Assim, de acordo a definição de Lewis, um ácido é aquele que tem a capacidade de receber um par de elétrons e uma base é um composto que pode doar (ou transferir) um par de elétrons. A acidez de um íon metálico aumenta com sua carga (Na+, Ca+2, Y+3, Th4+). Por outro lado a capacidade de uma superfície catalítica de transferir um próton define a acidez do catalisador segundo a definição de Bronsted. Uma forma de medir a acidez é adsorvendo uma base fraca de modo a medir os sítios ácidos existentes e na dessorção uma rampa linear de temperatura se medirá a força do ácido. A força ácida classifica os catalisadores em catalisadores ácidos e superácidos quando a acidez destes é superior à força ácida do ácido sulfúrico (SOMORJAI, 1994). Uma das reações mais importantes dos catalisadores ácidos com os hidrocarbonetos é a formação de íons carbônios. Para a reação com olefinas se tem: (9) Estes íons carbônios são muito instáveis. Os íons de carbono terciários são mais ativos que os secundários e estes mais ativos que os primários. Entre as principais reações que transcorrem via estes intermediários podem ser mencionadas as reações de incisão da ligação carbonocarbono, de isomerização e de formação de ligação carbono-carbono (alquilação). Na indústria de refino de petróleo estas reações são feitas com zeólitas, que são particularmente ativas para converter as olefinas e cicloparafinas em parafinas e aromáticos, respectivamente. 2.8 Desativação de catalisadores 26 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Um dos maiores problemas do uso de catalisadores sólidos é a perda de atividade que estes apresentam ao longo do tempo. Este é um processo físico e químico e normalmente inevitável, mas tem algumas técnicas que podem minimizar os seus efeitos. Entre os principais fatores que levam à desativação do catalisado, é possível citar: • Envenenamento • Coqueamento ou bloqueio • Sinterização ou transformação de fases Apresentaremos uma breve descrição destes tipos para seguidamente apresentar os aspectos cinéticos da desativação de catalisadores. Envenenamento é um processo químico onde certas impurezas da alimentação são fortemente adsorvidas nos sítios ativos do catalisador, alguns exemplos são apresentados na Tabela 2-4Tabela 2-1. A adsorção de uma base num sítio ácido é um exemplo de envenenamento. O envenenamento do sítio pode ser um processo geométrico onde o adsorbato cobre o sítio ou mediante um efeito elétrico onde este campo elétrico distorce a afinidade de adsorção de outros adsorbatos. Os venenos podem inclusive reagir quimicamente com o sítio formando novos produtos (reconstrução) de modo que o desempenho do catalisador é mudado. Para distinguir entre um processo de alta interação e irreversível de outro de pouca interação e reversível,tem-se a diferença entre veneno e inibidor, respectivamente. Quando o veneno atua em todos os sítios se diz que é não seletivo, sendo que a atividade do catalisador cai linearmente com a quantidade de veneno adsorvido. No caso de venenos seletivos, por exemplo, em sítios ácidos, o veneno atacará primeiramente os sitos de maior (ou menor) acidez, mudando assim a atividade do catalisador de acordo à função específica de cada tipo de sítio. Alguns catalisadores atacados com venenos podem ser regenerados de maneira reversível, que é o caso do COx e H20 na superfície do catalisador de amônia. Para regenerar só é preciso retirar esses compostos da alimentação e logo regenerar a superfície do catalisador passando hidrogênio. Mais quando a concentração superficial é alta estes venenos reagem com o sólido formando produtos irreversíveis como a carbonila de ferro. Em caso de reações insensíveis à estrutura, a perda de atividade não muda necessariamente a seletividade, mas em catalisadores multifuncionais ou reações sensíveis à estrutura a diminuição na atividade está associada a uma mudança na seletividade. 27 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Tabela 2-4 Exemplos de venenos para catalisadores comerciais ( FORZATTI e LIETTI, 1999) Processo Catalisador Síntese de amônia Reforma de vapor Síntese de Metano, Shift de baixa T Fe Ni/Al2O3 Cu Craqueo Catalítico Hidrogenação de CO Oxidação Convertidores automotivos (oxidação de CO e HC, redução de NO) Oxidação de metanol para formaldeído Etileno a óxido de etileno SiO2±Al2O3, zeolitas Ni, Co, Fe V2O5 Muitos outros processos Pt, Pd Ag Ag óxidos dos Metais de transição Veneno CO, CO2, H2O, C2H2, S, Bi, Se, Te, P H2S, As, HCl H2S, AsH3, PH3, HCl Bases orgânicas, NH3, Na, metais pesados H2S, COS, As, HCl As Pb, P, Zn Fe, Ni, carbonilas C2H2 Pb, Hg, As, Zn O efeito do veneno pode ser visto quando se tem uma alta acumulação deste na superfície do catalisador, mas em alguns casos este efeito é dramático na presença de traços do veneno. Este é o caso do H2S nos catalisadores de Fe, Ni, Co e Ru para a reação de metanação de CO. A reação cai em 4 ordens de magnitude quando a concentração de ácido sulfídrico varia de 15 a 100 ppb (partes por bilhão), como é mostrado na Figura 2-12. Assim, o envenenamento é um processo que deve ser evitado limpando a carga, colocando armadilhas para os venenos e procurando novas formulações resistentes a estes venenos. Nas reações que envolvem hidrocarbonetos, geralmente surgem reações secundárias na superfície do catalisador que leva à deposição e acumulação de resíduos carbonáceos. Estes compostos podem chegar a acumular entre 15 a 20% do peso do catalisador. Estes compostos terminam cobrindo os sítios ativos do catalisador e/ou bloqueando os poros de acceso dos reagentes. 28 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Figura 2-12: Efeito de envenenamento dos catalisadores de metanação pela adição de H2S . ( BARTHOLOMEW, 2001) Menon ( EDWIN e MENON, 1991) classificaram as reações do tipo coque sensível e coque insensível. Nas reações tipo coque-insensível a atividade do catalisador diminui devido à deposição do sólido e bloqueio dos sítios. Já no coque-sensível o sólido depositado tem precursores ativos que na presença de produtos (ex. hidrogênio) reagem e são eliminados. Exemplos de reações com coque-sensíveis são o craqueo catalítico (FCC) e a hidrogenólise; De outro lado, exemplos de reações coque insensíveis são a síntese de Fischer-Tropsch, a síntese de metanol, e a reação de reformado. Assim, os efeitos da deposição de coque não só depende da quantidade mas também da localização e estrutura do carvão. A estrutura do coque depende do mecanismo de formação que está associado ao catalisador. Em geral o coque formado sob catalisadores metálicos é distinto que aquele proveniente de óxidos ou sulfetos. Assim se tem os seguintes mecanismo de coque: Um esquema da desposição de coque é apresentado na Figura 2-13. A desativação do catalisador pode se dar por deposição do coque nos sítios em mono ou míltiplas camadas, podendo encapsular completamente a partícula metálica desativándo-a. Outro mecanismo é o 29 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura bloqueio na entrada dos poros impedindo o acesso dos reagentes aos centros ativos ao interior do poro. Um outro mecanismo é a deposição e crescimento do carvão no interior do poro aumentando os esforços e provocando a quebra da partícula. Figura 2-13: BARTHOLOMEW, 2001 Processo de desativação do catalisador metálico suportado: encapsulação e bloqueio de poros (). Mesmo tendo o CO u um hidrocarboneto como precursor, o mecanismo de formação do coque é difererente. O CO tem uma adsorção dissociativa,na forma: CO → Cα + Oa , (10) O monóxido de carbono se dissocia em carbono atômico, Cα, que se deposita na superfície e oxigênio atômico Oa que é adsorvido, reage segundo é apresenta na Figura 2-14, de três maneiras: a primeira formando um carvão polimérico (Cβ) que se deposita sob o metal, a segunda reagindo com o metal e a terceira formado metano através de uma reação com hidrogênio. 30 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Figura 2-14: Formação de coque sob catalisador de Ni suportado (BARTHOLOMEW, 2001). Por outro lado quando o coque se forma a partir de hidrocarbonetos o mecanismo proposto por BARTHOLOMEW, 2001, pode ser visto na Figura 2-15. No caso da formação de coque a partir de hidrocarbonetos, como na reforma a vapor, três tipos de carbono podem se identificar: - O CnHz, coque de encapsulamento formado pela polimerização lenta sob Ni, em temperatura < 500 °C; - Carvão filamentoso ou “whisker”, formado por difusão do carvão no Ni seguida da separação do Ni da superfície; - Carvão pirolítico proveniente do craqueo de compostos pesados a temperatura acima de 600 °C. Estes mecanismos são representados na Figura 2-15 Figura 2-15: Mecanismo de formação de coque a partir de hidrocarbonetos ( BARTHOLOMEW, 2001). 31 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura A formação de coque sob óxidos (e sulfetos) acontecem por um processo de condesação e polimerização formando grandes compostos de formula CHx. Na presença de olefinas o mecanismo envolve quarto partes: • Deshidrogenação de olefinas • Polimerização da olefina • Ciclação para a formar benzenos substituídos • Formação de aromáticos polinucleares. Este tipo de coqueamento procede segundo um mecanismo do íon carbonio, portanto, num catalisador ácido com centros Bronsted. A natureza química do coque depende de fatores como o mecanismo de formação, as condições de pressão e temperatura, a alimentação e os produtos formados. A sinterização é um processo onde o catalisador se modifica, principalmente devido ao efeito da temperatura. Este processo acontece tanto em catalisadores suportados como mássicos. No caso de catalisadores suportados as particulas suportadas colescem formando particulas metálicas maiores. Dois mecanismo foram propostos para este processo. Primeiro é atômico onde um átomo de metal se separa do cristalito e através do suporte migra até encontrar outro cristalito (de maior campo de iteração que o original) e se deposita nele. Assim os cristalitos maiores vão ganhando tamanho e campo de iteração, entretanto os cristalitos pequeno vão perdendo âtomos e consequentemente tamanho. Em reações isotérmicas ( BARTHOLOMEW, 2001) a dispersão de platino em atmosferas de hidrogênio e oxigênio bem como as mudanças na dispersão do Pt em alumina foram distintas. Ao aumentar a reação de 650 °C a 700 °C as mudanças foram mais pronunciadas estabelecendo que a dispersão depende tanto da atmosfera como da temperatura, tais resultados estão apresentados na Figura 2-16. 32 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Figura 2-16: Taxas de sinterização do Pt/Al2O3 nos processos de oxidação e redução. ( FORZATTI e LIETTI, 1999). Deve-se notar que em todos os processo é possível distinguir duas regiões. Uma exponencial ao início e outra linear (quase constante). A primeira seção se pode vincular ao mecanismo de sinterização por cristalito e a seção linear pela sinterização molecular. Mas a variável de maior importância é a temperatura. Para evitar a sinterização, deve-se trabalhar a temperaturas baixas. A composição da fase adsorbato é também uma variável importante a ser considerada. No caso da água na alimentação, esta acelera a cristalização e mudanças estruturais em óxidos. Portanto, em catalisadores de alta área específica, deve-se evitar a presença de água tanto na operação como na ativação. Alguns aditivos ajudam a controlar a sinterização como o caso do BaO, CeO2, La2O3, SiO2, ZrO2 que ajudam à alumina contra a sinterização. Além de diminuir a área metálica a sinterização pode levar ao bloqueio dos poros. As transformações de fase sólidas podem ser vistas como um caso extremo de sinterização que acontece a altas temperaturas onde a fase de um cristalito se modifica para outra. Em caso de metais suportados, na troca de fase os metais podem migrar ao interior do suporte, como o caso do Ni em que a temperaturas de 1000 °C se forma o aluminato de níquel, fase inativa. Da mesma forma acontece nos óxidos suportados como o Rh2O3/Al2O3 no catalisador automotivo que se transforma em Rh2Al2O4 espécie inativa. No caso de transformações de fase do suporte isto pode ser dramático, com o caso da transformação da γ-alumina a δ-alumina com uma diminuição de área especifica de 150 m2/g a 50 m2/g. 33 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Além dos processos descritos anteriormente se tem alguns outros que se apresentam em certos casos. Por exemplo, o bloqueio de sítios pela deposição de outros metais presentes na alimentação. Este é o caso do fósforo proveniente dos lubrificantes no catalisador automotivo, ou nos catalisadores de hidrotratamento onde metais de V e Ni presentes na alimentação se depositam sob o catalisador. Uma outra forma de desativação é a perda de material ativo devido á volatilização, como é o caso do Cu em presença de Cl formando CuCl2, ou o Ru que em atmosferas oxidantes se transforma em RuOx que reage com metais para forma carbonila de rutilo volátil. O processo de atrito, principalmente nos processos de leito fluidizado e o “washcoat” ou lavado do material ativo em monólitos são outros processos a ter em consideração ao avaliar a estabilidade do catalisador. A seguir são apresentados as bases da cinética de desativação para finalmente chegar a um modelo de desativação para o sistema a ser estudado neste trabalho. Será focalizado o processo de desativação por coque. A quantificação do processo de desativação é muito importante sobre tudo nos processo de perda rápida da atividade do catalisador. A atividade de um catalisador é definida por: a = r \ ro (11) Onde: ro : velocidade de reação inicial (velocidade de reação de um catalisador fresco) r : velocidade de reação medida após um tempo t do inicio da reação. Em geral a velocidade de reação depende das condições de reação no determinado tempo e a atividade que representa o histórico do catalisador. Desta forma se tem: r = r ( C ,T , P,…, a ) (12) Em alguns casos a velocidade de reação pode ser representada com uma contribuição dependente unicamente da cinética química e uma contribuição da atividade do catalisador de forma desacoplada, de modo que: r = ro ( C ,T , P ,…) r1 ( a ) (13) sendo que 0 ≤ a ≤ 1 34 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Revisão da literatura Como a atividade do catalisador é uma função do número de sítios ativos, a desativação significa uma diminuição nos sítios ativos na superfície do catalisador. Se No representa o número de sítios ativos por unidade de massa no catalisador fresco e N quando está desativado, definimos α como: α= N No (14) O objetivo agora é encontrar a relação de dependência entre “a” e “α”. 35 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 :-:-::-:::-:::::-::::::::-:::::::::::::-:::::::::::::::::::::-::::::::::::::::::::::::::::::::::- CAPÍTULO III METODOLOGIA :-:-::-:::-:::::-::::::::-:::::::::::::-:::::::::::::::::::::- ::::::::::::::::::::::::::::::::::- Metodologia 3 Metodologia Neste capítulo são descritos os materiais empregados, a metodologia para a síntese dos catalisadores, as técnicas de caracterização dos materiais e produtos obtidos, a unidade reacional usada na avaliação catalítica e as condições operacionais. 3.1 Síntese dos catalisadores Partindo da sílica-alúmina comercial (Aldrich) foram sintetizados catalisadores em base de metais de transição (ferro, níquel, cromo e zinco) pelo método de impregnação incipiente, seguido de calcinação. Os procedimentos seguidos se descrevem a seguir. Na Tabela 3-1, são apresentados os reagentes que foram usados na síntese dos catalisadores. Tabela 3-1 – Reagentes usados na síntese dos catalisadores. Nome Procedência Grau de Pureza % Nitrato de Ferro III CRQ--- 99 Nitrato de Niquel VETEC 97 Sulfato de Cromo Fluka AG--- 99 Sulfato de Zinco VETEC 98 Sílico-Alumina Aldrich-Sigma 99 Os equipamentos usados durante a síntese foram: • Rota-vapor para preparo das amostras; • Banho termostatizado para ajuste da temperatura durante a síntese; • Estufa para secagem de catalisadores; • Mufla para calcinação dos materiais; • Vidrarias e acessórios em geral. 37 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Metodologia A sílica-alumina em forma amorfa, adquirida da Aldrich apresenta uma relação de Si/Al de 4,98 e foi usada como catalisador base bem como modificada com a adição alternada de metais dos grupos 6B, 8, e 2B, bem como o Cr, Fe, Ni e Zn, respectivamente. A razão Si/H ainda que menor que a apresentada pela zeólita ZSM-5 (Si/Al >15), não foi modificada na razão da maior força ácida que se esperava obter. Os catalisadores foram suportados usando a técnica de umidade incipiente. Soluções de 20000 ppm do respectivo metal foram preparadas com água deionizada. Quatro gramas do suporte foram carregados ao rota-vapor, fechado e seguidamente aquecido a 363 K, levado a vácuo de 75 kPa numa rotação de 100 rpm. Alíquotas menores ao volume total de poros do suporte foram adicionadas de forma sucessiva de modo a obter, em todos os casos, 2,5% de metal por massa de suporte. Após cada adição de líquido, o suporte foi mantido em rotação até a vaporização da água. A água vaporizada foi condensada onde se fez passar externamente água do banho termostático à temperatura de 277 K. Os catalisadores de redução foram codificados como 2,5MOx-SiAl (onde MOx= Cr2O3, Fe2O3, NiO, ZnO). 3.2 Caracterização dos catalisadores A composição química dos catalisadores foi determinada pela técnica de fluorescência de raios-X, usando um equipamento EDX-700 da Shimadzu instalado no Laboratório de Ensaios de Materiais do CTGAS-ER. Esta técnica foi usada para confrontar os dados da composição real com a teórica dos catalisadores sintetizados. A medida de área superficial foi feita por adsorção física de nitrogênio sobre o catalisador, pelo método BET. Este método baseia-se na determinação do volume de N2 adsorvido a diversas pressões relativas, na temperatura do nitrogênio líquido, a pressões de até 2 atm e pressões relativas (P/P0) inferiores a 0,3. Para a realização deste ensaio, foi usado um equipamento da Micromeritics ASAP 2020, instalado no Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis, CTGAS-ER. Com o objetivo de estudar a interação entre o adsorbato (clorometano) e a superfície catalítica foram realizados testes dinâmicos em temperatura programada. As corridas foram realizadas num equipamento comercial modelo AUTOCHEM II 2029 de marca Micromeritics localizado no Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis. Foram realizados três tipos de testes. Primeiramente foi feito a dessorção de amônia (TPD-NH3) para a determinação da acidez dos materiais. Em seguida, foram realizados testes em temperatura programável (TPR) para estudar a redução dos materiais e finalmente testes de dessorção em 38 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Metodologia temperatura programável do clorometano (TPD-CH3Cl) com objetivo de estudar a interação do adsorbato (clorometano) com a superfície catalítica. Para cada teste aproximadamente 100 mg de amostra foram carregados no reator e aquecidos numa corrente de hélio (30 ml/min) até 1073 K, numa rampa de 10 K/min, e posteriormente resfriado e mantido a 333 K. Esta etapa foi realizada para limpar a superfície em caso esteja com algum material adsorvido. Para a adsorção de amônia a corrente de hélio foi logo substituída por uma mistura de NH3-He (5,04% em NH3) na mesma vazão e mantida por 60 minutos até restituir a linha base. O gás foi novamente trocado para hélio na vazão inicial e mantido para retirar a amônia não adsorvida e a adsorvida fìsicamente. Logo foi iniciada uma rampa de aquecimento desde a temperatura de 33 K até 873 K a uma taxa de aquecimento de 5 K/min. A amônia desorvida foi quantificada por um detector TCD colocado na saída do reator. Com o propósito de encontrar as energias de ativação do processo o procedimento descrito foi repetido mudando as taxas de aquecimento para 10 e 20 K/min. Com a finalidade de determinar a temperatura de redução dos materiais modificados, foram realizados ensaios de Redução em Temperatura Programada (RTP), onde um gás redutor (hidrogênio) é passado através do leito durante o aquecimento do reator. O consumo de hidrogênio é monitorado e a taxa de consumo registrada. Nos ensaios de RTP foi seguida a metodologia descrita na adsorção de amônia. Após o carregamento do material e limpeza da superfície com nitrogênio o sistema foi resfriamento até 313 K. Imediatamente o nitrogênio foi trocado para uma mistura de hidrogênio em nitrogênio (10,01 % H2) na vazão de 50 ml/min e iniciada a rampa de aquecimento numa taxa de 10 K/min até 1223 K. O consumo de hidrogênio foi monitorado através do detector TCD e registrado. Os ensaios de dessorção de clorometano em temperatura programada foram realizados com o intuito de estudar a interação do suporte/catalisador com o clorometano como adsorbato. Primeiramente, uma corrente de clorometano é passada através do leito permitindo a adsorção do clorometano na superfície. Seguidamente o clorometano é dessorvido numa rampa de aquecimento e retirado numa corrente de inerte (não se adsorve). A saída é monitorada e, assim, registrada a taxa de dessorção. Para a adsorção de clorometano foi seguido o mesmo procedimento de limpeza descrito anteriormente. A 333 K se trocou o gás inerte (nitrogênio) pela mistura de clorometano em nitrogênio (10% CH3Cl) passando uma vazão de 50 ml/min durante 30 minutos. Após este tempo, o gás foi trocado novamente para 39 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Metodologia nitrogênio por 60 min (mantendo a mesma vazão) para remover o gás não quimisorvido. Seguidamente se iniciou uma rampa de aquecimento numa taxa de 10 K/min até 873 K, quantificando o gás dessorvido no TCD na saída do reator. 3.3 Sistema Reacional Os ensaios de atividade catalítica foram realizados num sistema preparado especialmente para esta reação, conforme Figura 3-1. O dispositivo experimental para realização desses testes é constituída de um sistema de alimentação de gases (mistura CHCl3, H2 e N2), controladores mássicos, reator de leito fixo, forno, sistema de purificação de gás, cromatográfo e computador. O reator foi confeccionado de uma barra de uma liga especial (Hastelloy) resistente à compostos clorados bem como às condições de operação (temperatura e pressão). O reator consiste de um tubo de 50 cm de comprimento, diâmetro externo de 1,27 cm e ¼ de polegadas de diâmetro interno. Os extremos superior e inferior do reator são fechados com tampas rosqueadas do mesmo material. A tampa superior contém uma entrada vertical para um termopar que indica a temperatura do leito e uma entrada lateral para alimentação dos gases. No meio do reator o diâmetro interno foi diminuído permitindo o alojamento de um disco de tela metálica de aço inoxidável que serve para suportar o leito catalítico. Foram usados três gases comerciais fornecidos pela Empresa White Martins: nitrogênio com 99,99% de pureza como gás inerte, hidrogênio 99,99% de pureza para os processos de redução e uma mistura de CH3Cl (10% de CH3Cl em N2) como gás reagente. 5 6 11 7 4 1 2 8 3 10 9 40 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Metodologia Figura 3-1: Sistema reacional Cada cilindro de gás encontra-se conectado com um regulador de pressão sendo a saída seguido de um controlador térmico de vazão da marca Alborg com uma range de 0 a 200 ml/min (padrão a 273 K e 1 bar). Antes do misturador de gases, cada linha de gás contém uma válvula de passo e uma válvula check. A corrente gasosa (após mistura) é alimentada ao reator ou segue pelo by-pass, segundo a posição das duas válvulas de três vias. Para controlar a temperatura o reator é envolvido por um forno tubular marca EDG bipartido. Para cada corrida, o reator é carregado com 300 mg de catalisador preparado. O leito catalítico encontra-se entre dois leitos de lã de quartzo para melhor distribuição do gás e evitar o arraste do material. Para os materiais com metal reduzido, o processo de redução aconteceu no reator (in-situ) a partir dos óxidos dos respectivos metais. Após o fechamento do reator uma corrente de nitrogênio é alimentada na vazão de 100 ml/min durante 15 minutos para limpar o sistema. Imediatamente inicia-se o aquecimento até 573 K numa taxa de 10 K/min. Ao atingir a temperatura desejada do reator, aciona-se a operação de by-pass e o gás inerte é trocado pela mistura reagente. Dependendo se o metal é reduzido ou não, os seguintes procedimentos são realizados: 3.3.1 Síntese dos catalisadores óxidos O procedimento descrito a seguir foi empregado no pré-tratamento dos ensaios catalíticos do suporte puro (sílica alumina não modificada) e nos materiais modificados onde o metal encontra-se na forma de óxido (estado obtido após a calcinação). Com o reator isolado e nas condições de operação e o gás reagente passando pelo by-pass, a corrente de saída é monitorada pelo cromatógrafo até reproduzir a composição de alimentação. 41 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Metodologia Seguidamente os reagentes são alimentados ao reator dando inicio à reação (tempo zero) na corrente de 10% de CH3Cl em N2 numa vazão de 100 ml/min. A reação é mantida isotermicamente a temperatura desejada (p. ex. 573 K) por 180 minutos e a composição dos gases na saída do filtro de HCl é analisada a cada 15 minutos. Com o fim de estudar o efeito da temperatura nos materiais, a reação é realizada sequencialmente nas temperaturas de 623, 673 e 723 K. Assim, mantendo as demais condições fixas, o sistema é aquecido em 50 K numa taxa de 10 K/min e mantido por 180 minutos nesta temperatura. Este procedimento é repetido três vezes. Para cada material, é obtida a composição dos produtos em quatro temperaturas (573, 623, 673 e 723 K). Para fins de identificação o seguinte código dos materiais catalíticos será usado: MOx/SiAl, onde MOx representa o óxido respectivo do metal no catalisador. O suporte puro será identificado como simplesmente SiAl. Os resultados dos testes catalíticos com os óxidos são apresentados no capítulo 4, Figuras 26, 28,30 e 32. 3.3.2 Síntese dos catalisadores reduzidos Com o intuito de comparar o desempenho catalítico dos metais no estado oxidado e reduzido, foram levados a cabo testes catalíticos com os metais reduzidos. O procedimento de avaliação destes materiais se descreve a seguir: Uma vez o reator isolado, é realizada a limpeza do sistema com nitrogênio, a alimentação é trocada para hidrogênio na vazão de 50 ml/min. Seguidamente a alimentação é alinhada ao reator dando início à redução a qual ocorre a 573K durante 180 minutos. Após este tempo o hidrogênio é trocado por uma corrente de nitrogênio numa vazão de 100 ml/min e mantida até confirmar por cromatografia a eliminação total de hidrogênio do sistema. O reator é novamente isolado e a temperatura de 573 K é mantida. Na sequência o procedimento de avaliação catalítica destes materiais é igual ao descrito no item anterior (3.3). Os materiais reduzidos serão identificados pelo código M/SiAl, onde M é o metal correspondente. Os resultados com os catalisadores reduzidos são apresentados no capítulo 4, Figuras 27, 29, 31, 33. 3.4 Desativação de catalisadores Para entender melhor o processo de desativação dos catalisadores foram realizados testes catalíticos na temperatura de 573 K, com a sílica alumina pura não modificada de modo a desacoplar os efeitos originados devido á presença dos óxidos metálicos. Foram 42 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Metodologia monitoradas simultaneamente a composição dos gases de saída e a massa do carvão (coque) depositado. A temperatura de 573 K foi escolhida pelo fato da literatura ( COMELLI e FÍGOLI, 1988) informar que a partir deste valor se inicia a formação de coque. O equipamento utilizado para a avaliação foi um micro-adsorvedor da marca Rubotherm constituído de uma cesta onde é colocado o catalisador e esta, por sua vez, é inserida num recipiente resistente à pressão de até 50 bar. A cesta é suspensa por um sistema magnético sem contato com os gases. Uma variação na massa é compensada por uma mudança na intensidade do campo magnético e registrada. O equipamento é constituído de um sistema de alimentação de gases e controle de temperatura e pressão. A Figura 3-2 apresenta um esquema representativo do sistema. 43 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Metodologia Figura 3-2: Esquema do sistema de reação com monitoramento gravimétrico. Isso-Sorb da Rubotherm A cesta foi carregada com aproximadamente 250 mg de SiAl. Após fechar o reator, o sistema é purgado com uma corrente de hélio 99,999% de pureza numa vazão de 100 ml/min. Para evitar possível adsorção de água o material é aquecido a 100 °C por 30 minutos. Seguidamente o reator é aquecido até 300 °C numa rampa de temperatura de 10 °C/min. Quando atingida esta temperatura a vazão de hélio é reduzida à metade (50 ml/min) e aberta a corrente de clorometano puro na vazão de 50 ml/min. A reação transcorre por 180 minutos 44 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Metodologia onde a variação da massa do catalisador é monitorada continuamente. A composição da corrente de saída do reator foi seguida por um micro cromatógrafo C2V-200 de 03 canais marca Thermo. O tempo de análise é de 2,5 minutos e a corrente de saída é monitorada a cada 3 minutos. Os resultados dos testes de desativação dos catalisadores encontram-se no capítulo 4, Figura 4-16. 45 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 :-:-::-:::-:::::-::::::::-:::::::::::::-:::::::::::::::::::::-::::::::::::::::::::::::::::::::::- CAPÍTULO IV RESULTADOS E DISCUSSÃO :-:-::-:::-:::::-::::::::-:::::::::::::-:::::::::::::::::::::- ::::::::::::::::::::::::::::::::::- Resultados e discussão 4 Resultados e discussão A seguir se apresentam os resultados dos ensaios de caracterização, incluindo a composição química, textura dos catalisadores, acidez e quimissorção de clorometano. Seguidamente os resultados de desempenho catalítico dos catalisadores e por último os resultados do modelo de desativação proposto. 4.1 Caracterização dos catalisadores Na Tabela 4-1, são apresentadas os resultados das análises de composição química obtidas via EDX, do suporte modificado. A carga teórica foi de 2,5% de metal em relação ao suporte. Em termos gerais o método de impregnação foi eficiente, os desvios podem ser atribuídos a erros experimentais, desde a preparação das soluções, adição da solução durante a impregnação e pesagem do suporte. No caso do Ni os resultados apresentaram 40% em relação ao valor teórico o que pode ser explicado provavelmente pela soma de erros experimentais citados acima. Tabela 4-1 Conteúdo de metal impregnado no suporte (massa de metal / massa de suporte). Material Fe/Al2O3-SiO2 (g/g x 100) 2,54 Ni/Al2O3-SiO2 3,47 Zn/Al2O3-SiO2 2,4 Cr/Al2O3-SiO2 2,95 A caracterização textural do suporte puro e modificado é apresentada na Tabela 4-2 a seguir. Tabela 4-2- Resultados das analises texturais para o suporte puro e modificado na forma óxido. Material Al2O3-SiO2 Fe2O3/ Al2O3-SiO2 NiO/Al2O3-SiO2 ZnO/Al2O3-SiO2 Cr2O3 /Al2O3-SiO2 Área específica (m2g-1) 513 457 460 357 344 Poro Volume Médio (cm3g-1) 0,78 0,70 0,59 0,53 0,51 Diâmetro Médio (Å) 61,4 61,4 51,1 59,9 59,3 47 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Observa-se através dos valores do volume médio dos poros uma modificação das propriedades texturais do suporte tendo em vista perdas da ordem de 10 a 30 % da área inicial do suporte para os adsorbatos impregnados. No entanto o diâmetro médio dos poros teve uma redução de no máximo 16,7% para o material níquel quando comparado ao diâmetro médio da sílica pura. O fato de ter uma maior redução na área e volume em comparação com o diâmetro do poro pode ser um indicativo que houve bloqueio ou enchimento axial dos poros, preservando em ambos os casos o diâmetro médio. Já no caso do Ni a diminuição no volume e tamanho médio dos poros preservando a área se deve, provavelmente, ao bloqueio de poros médios e grandes preservando a área dos poros menores e diminuindo o tamanho médio (proporcionalmente maior quantidade de microporos),como se observa na Figura 4-1. Observa-se que para o Fe houve uma perda maior do volume, provavelmente tanto de poros pequenos quanto grandes, só que proporcionalmente houve bloqueio mais dos poros grandes diminuindo sua quantidade. Nos materiais com Zn e Cr apresentam um comportamento similar exibindo uma maior perda de volume de poros sejam pequenos ou maiores. A proporção de poros de maior diâmetro aumentaram, indicativa de uma tendência de perder proporcionalmente uma maior quantidade de poros pequenos. Figura 4-1: Distribuição de poros em função do diâmetro do poro para o suporte puro e modificado com adição de metais. Sendo a catálise um processo superficial o entendimento da textura do catalisador (efeitos físicos da superfície específica e distribuição de poros) tem tanta importância como o 48 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão entendimento das propriedades eletrônicas das superfícies. Estas propriedades são as responsáveis pela formação de ligações entre o catalisador (adsorvente) e o reagente (adsorbato) ou produto que macroscopicamente se expressam como processos de adsorção, reação superficial e dessorção. Para entender estes processos se fazem necessários que moléculas entrem em contato com o material catalítico de forma que sejam adsorvidas nos sítios catalíticos a baixas temperaturas e se dessorvam a temperaturas maiores. Sendo o sistema de aquecimento linear é possível medir a taxa de dessorção de forma continua em função da temperatura. Esta curva permite a qualificação e quantificação dos sítios de adsorção. Um tratamento matemático permite ainda obter outras propriedades como a energia de ativação da reação. A seguir apresentamos o tratamento de dados seguido e os resultados obtidos. Nos experimentos de dessorção em temperatura programada (TPD) onde o leito com o adsorbato é submetido a um aquecimento linear ( T = To + β t ), a taxa de aquecimento β é definida como: dT =β dt (15) Se o experimento é feito numa vazão suficientemente alta para evitar a readsorção do adsorbato, é possível obter importante informação termodinâmica variando a taxa de aquecimento. A taxa de dessorção pode ser representada por: rdes = −( d Γdes − Edes o n Γdes ) = k des exp dt RT (16) Onde: rads: taxa de dessorção (mol h-1 m-2 ); Γdes : densidade superficial do adsorbato adsorvido (mol m-2 ); k°des: constante pré-exponencial (h-1); Edes: energia de ativação por mol de adsorbato (kJ/mol); R: constante universal dos gases (kJ K-1); T: temperatura (K); n: ordem da taxa de dessorção. As taxas de aquecimento e dessorção podem se relacionar usando a regra de cadeia: 49 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão d Γdes d Γdes d T d Γdes = −( )( ) = −β ( ) dt dT dt dT (17) Na temperatura do pico (T= Tp), a taxa de dessorção apresenta um ponto crítico (máximo ou mínimo) ( d 2 Γdes dT 2 = 0 ), tal que derivando a equação Equação (17) e substituindo na Equação (16) é possível obter: o n−1 d Γdes d 2 Γdes k des − Edes − Edes n E des n Γdes = exp + Γdes exp = 0 2 2 dT dT RT RT RT β (18) Com certa manipulação algébrica, a Equação (18) pode simplificar em: E 1 T 2 E ln = ln n −1des o + des R T β n Γdes k des R (19) Com os picos de temperatura apresentados na Tabela 4-3, para taxas de aquecimento 10, 15 e 20% se fez a respectiva correlação linear (equação 19) permitindo avaliar a energia de ativação do processo de dissorção. Cabe notar que quando a desorção é de primeira ordem a energia de ativação é independente da fração de cobrimento ( θ = Γdes Γdes ,max ). A determinação da acidez por dessorção de amônia está apresentada na Figura 4-2 para o suporte puro e modificado (material com Zn e Fe). Como se observa houve uma perda na acidez no suporte de sílica alumina quando os metais são impregnados. No processo de impregnação os precursores se adsorvem nos sítios ácidos conduzindo em uma diminuição destes. Este procedimento é uma forma de controlar a acidez do suporte no caso em que este apresente uma alta e indesejada acidez. A impregnação com Fe diminuiu drasticamente o número de sítios ácidos. Observa-se um pico menos acentuado com deslocamento mais para a direita indicando que os sítios menos ácidos foram preferencialmente bloqueados. Assim o material ficou com menos sítios, porém com uma distribuição de sítios ácidos maior que a original. Cabe notar que a forma da distribuição dos sítios foi preservada, sinal que não houve criação de novos sítios ácidos. 50 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Figura 4-2: Determinação da acidez do suporte puro e modificado. A Tabela 4-3 apresenta um resumo dos resultados dos ensaios dinâmicos em temperatura programada submetendo os adsorventes e o adsorbatos a uma atmosfera redutora em presença do CH3Cl. A Tabela 4-3 resume os dados obtidos com os testes dinámicoa em temperatura programada. No caso da redução em temperatura programada (TPR) a tabela mostra os picos de redução dos óxidos metálicos e o volume de gás adsorvido. Cada pico indica uma transformação de fase. Para a dessorção de amônia três experimentos em diferentes taxas de aquecimento foram feitos, obtendo três picos de dessorção. Da Equação (19) a energia de ativação foi calculada. Este mesmo procedimento foi realizado para os ensaios de dessorção em temperatura programada para o clorometano na sílica-alúmina, os óxidos metálicos ob a sílica-alúmina e os metais sob a sílica alumina. Os coeficientes de correlações da reta obtida para obtenção das energias de ativação, para as diferentes taxas de aquecimento e temperaturas, variaram entre 0,88 e 1,0. O valor menor da energia de ativação obtida para o níquel (75,2 KJ/mol) justifica os resultados encontrados acima onde esse metal apresenta uma distribuição de poros maior em relação ao suporte puro modificado com outros metais. Para taxa de aquecimento menor o volume adsorvido do adsorbato é significativamente maior (8 mL/g) com menor valor de temperatura (668,7 K). 51 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão O processo de adsorção é influenciado pela natureza do adsorbato quando se compara o NH3 com o CH3Cl. Com este, o adsorvente apresenta maior afinidade promovendo maior volume adsorvido apesar de necessitar de maior energia de ativação (101,9 KJ/mol). 52 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Tabela 4-3 Resumo dos resultados de ensaios dinâmicos em temperatura programada. Material Adsorvente Adsorbato Tredução (K) 1ro 2do Pico Pico - Al2O3-SiO2 NH3 Al2O3-SiO2 CH3Cl - Fe2O3/Al2O3-SiO2 CH3Cl NiO/Al2O3-SiO2 Consumo de H2 (mL g-1) Tmaxima (K) Edesorção F. C.* (KJ molErr (±) 1 ) 21,6 4,8 0,98 6,1 5,6 6,2 429,1 421,1 425,7 - - 10,5 11,1 10,9 757,8 773,6 780,4 101,9 7,4 1,00 - - - 4,1 3,8 4,4 731,8 734,0 745,3 190,1 102,2 0,88 CH3Cl - - - 8,6 9,2 9,0 695,1 700,0 704,0 322,4 11,3 1,00 ZnO/Al2O3-SiO2 CH3Cl - - - 12,8 11,8 11,5 681,3 702,2 707,8 89,7 23,7 0,97 Cr2O3/Al2O3-SiO2 CH3Cl - - - 10,0 9,3 9,2 681,4 687,7 695,2 195,2 28,2 0,99 Fe/Al2O3-SiO2 CH3Cl 643,3 861,7 44,84 3,1 2,8 3,3 722,5 729,5 742,7 133,4 45,7 0,95 Ni/Al2O3-SiO2 CH3Cl 738,9 - 76,16 8,0 6,7 7,1 668,7 689,6 700,4 75,2 7,9 1,00 Zn/Al2O3-SiO2 CH3Cl 819,0 - 85,15 8,4 8,4 9,1 699,8 700,8 703,6 684,6 265,7 0,93 Cr/Al2O3-SiO2 CH3Cl 733,8 - 358,12 8,4 8,4 8,8 648,8 645,5 644,6 547,8 117,5 0,98 10 15 20 10 15 20 Taxa Aquecimento (β) K min-1 10 - V (mL g-1 STP) - - - - *Fator de Correlação 53 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Dos resultados dos experimentos de TPD de clorometano é possível construir a seguinte curva da energia de ativação da dessorção do clorometano para cada material impregnado, conforme Figura 4-3. Figura 4-3: Representação da curva para a energia de ativação da dessorção de clorometano sob sílica alumina. A forma da curva é de um vulcão que é característica da catálise metálica. A curva da Figura 4-3 nos indica que o processo de adsorção e dessorção do clorometano é influenciado pela presença dos metais impregnados. Desta forma, deve-se esperar que o catalisador seja bifuncional com uma função ácida própria dos sítios ácidos da sílica alumina e uma função metálica conferida com o adsorbato metálico impregnado. Para compreender melhor as superfícies dos materiais, a Figura 4-4 presenta o perfil de dessorção do clorometano em função da temperatura, estando os metais na forma de óxidos. O clorometano é um composto polar apresentando uma afinidade protônica. A sílica alumina apresenta muitos sítios tipo Bronsted onde o clorometano é adsorvido. De acordo com a referida figura o material com Fe apresenta o menor perfil de dessorção de 54 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão clorometano. Este comportamento era esperado, pois o TPD de amônia mostrou uma diminuição dos sítios ácidos. No caso dos materiais de Ni e Cr apresentam um perfil de dessorção muito parecido ao apresentado pelo suporte puro. Observa-se que houve um deslocamento do pico de dessorção à esquerda o que significa que os sítios ficaram com menor força ácida. Esta afirmação entra em contradição com o observado com a adsorção de amônia onde o deslocamento do pico foi à direita. Isto demonstra que o comportamento de adsorção da amônia é distinto que do clorometano. Figura 4-4: TPD de clorometano com sílica pura e óxidos dos metais Realizando esse mesmo ensaio sendo que com um tratamento prévio a fim de reduzir os óxidos metálicos observa-se um comportamento diferente para alguns materiais conforme apresentado na Figura 4-5. Analogamente Ni e Fe tiveram o melhor e pior desempenho no que diz respeito à adsorção – dessorção do clorometano. Porém, o Cr que tinha um melhor desempenho que o Zn na forma oxidada houve uma inversão do desempenho relativo quando se realiza a adsorção do estado metálico. Isto se deve a uma reconstrução superficial ocasionada pela liberação dos sítios ou provavelmente foram criados novos sítios no metal. O 55 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão pico mais elevado do Ni em relação ao pico do suporte puro, é um indicativo que a segunda hipótese pode ser verdadeira. Além dos sítios ácidos o Ni contribuiu para a adsorção do clorometano. Os perfis de dessorção de clorometano para os suportes modifcados mostram que houve uma mudança na distribuição dos sítios ácidos, sendo que aqueles que reduziram mais os sítios ácidos têm menos capacidade para adsorver-dessorver o clorometano. Além disso, o estado de oxidação dos metais é um fator importante podendo melhorar ou piorar o desempenho. No estado metálico é possível perceber que se criam novos sítios de adsorção além dos inicialmente existentes no suporte. Figura 4-5: TPD de clororometano com sílica pura e metais na forma reduzida 4.2 Ensaios Catalíticos Para avaliar cataliticamente os materiais os resultados são apresentados na forma de conversão do clorometano bem como da seletividade para compostos de carbono. A conversão de clorometano foi calculada pela Equação 20: 56 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão (20) Onde: XCH3C l: conversão do clorometano Ne : fluxo molar na entrada e na saída (mol/h) e fração molar de clorometano na entrada e na saída, respectivamente. Os valores das frações molares relativas ao clorometano encontram-se no Anexo I. A relação dos fluxos na entrada e saída do reator pode ser encontrada através da razão entre as concentrações do inerte (nitrogênio) na saída e entrada de modo que : (21) Substituindo tem-se: (22) A seletividade (Si) é definida como a quantidade do carbono de clorometano convertida que se encontra na espécie “i” produzida, de modo que: (23) ou (24) Onde ϑi é o número de carbonos do composto “i” produzido Os resultados de conversão e seletividade calculadas para os ensaios realizados com a sílica alumina são apresentados na Figura 4-6, a seguir: 57 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Figura 4-6: Desempenho catalítico do suporte puro de Sílica Alumina (SiAl). Observamos que no inicio da reação, t = 0 (tempo em que se atinge o regime estacionário) já observa-se uma conversão em clorometano da ordem de 65 % e como não existe praticamente produto gasoso formado, acredita-se que nesta temperatura o clorometano foi transformado em coque. Este comportamento aconteceu para todos os catalisadores estudados e está de acordo com os resultados observados por SVELLE, ARAVINTHAN, et al., 2006 na conversão de clorometano sob H-SAPO, onde se observa um tempo de indução no qual o clorometano reage formando compostos metil-benzénicos sem a produção de compostos gasosos. A conversão do clorometano com a sílica alumina na temperatura de 400 °C foi em torno de 60% aumentando a 70, 90 e 95% nas temperaturas de 450, 500 e 550°C, respectivamente. Na saída do reator apenas foi detectado metano a partir da temperatura de 450 °C. O sistema reacional é intrinsecamente deficiente em hidrogênio de modo que a formação de metano requer uma fonte de hidrogênio. No caso do sistema reacional, a fonte de hidrogênio deve vir da conversão do cloromentano em compostos de baixa relação H/C. No caso do clorometano esta relação é de 3, mas sempre que o clorometano reage é liberado um átomo de hidrogênio que sai como HCl ficando um radical CH2-. Para a formação de metano precisa-se de dois átomos hidrogênio disponíveis. Como na primeira etapa não se tem a saída de produtos gasosos, é possível propor a formação de grandes compostos adsorvidos de baixa 58 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão relação H/C. Conforme transcorre a reação a concentração superficial de hidrogênio livre aumenta até chegar a uma concentração crítica que termina reagindo com o radical metileno formando o metano. No decorrer da reação, ao aumentar a temperatura, a produção de hidrogênio livre é tão alta que termina sendo dessorvido da superfície como se observa na Figura 4-6. Aumentando a temperatura favorece a dessorção de hidrogênio que por outra parte desfavorece a velocidade de produção de metano. Na temperatura de 500 °C observa-se traços de propano. Segundo o mecanismo proposto por WEI, ZHANG, et al., 2007 em catalisadores de nanoestruturas, como a zeólita ZSM-5 ou o silicato fosfato SAPO-34, os sítios ácidos destes materiais fazem com que aconteça uma alta produção de coque e de compostos de alto numero atômico. Devido à estrutura tridimensional e restrições de tamanho, estas moléculas enormes não conseguem sair da estrutura catalítica sendo quebradas pelos sítios ácidos. Este mesmo mecanismo poderia se aplicar para explicar a formação do propano. Este composto pode ser produto da quebra de compostos maiores. A alta temperatura impede que se tenha suficiente hidrogênio na superfície para manter esta reação. Finalmente um aumento da temperatura aumenta a atividade catalítica, porém, novamente em sistema com deficiência de hidrogênio favorece a formação de coque. O material se apresenta pouco seletivo a formação de hidrocarbonetos. Com altas conversões, os produtos detectados na saída são muito baixos a temperaturas de 400 °C. O metano aparece a partir de 450 °C e o hidrogênio a 500°C. Estes compostos são produto da decomposição de produtos maiores. O aumento da produção destes compostos indica uma maior taxa de decomposição. O hidrogênio é indicativo da produção de compostos com baixa relação H:C como os compostos aromáticos ou carbono livre. Visto que não se percebe produtos aromáticos na saída acredita-se que o produto formado seja o carbono livre. Ainda que em baixas concentrações, tem-se identificado a presença de propano a 500 °C mas ocorre o desaparecimento ao aumentar a temperatura. Como foi explicado anteriormente, este também é um produto da decomposição de alto peso molecular que não é dessorvido. 4.2.1 Atividade catalítica da sílica alumina modificada com Fe Conforme os resultados prévios do TPD, ressalta-se que o material com Fe tem menor capacidade de adsorção e dessorção da série modificada. Desta forma, tem-se um material 59 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão com muito menos sítios ácidos e de menor força ácida. Apesar disso, a conversão do clorometano é superior à aquelas obtidas com o suporte puro. A criação de novos sítios a partir da adição do ferro no catalisador devem ser os responsáveis não apenas de manter, mas de aumentar a conversão de catalisador. Como pode ser observado na Figura 4-7, o ensaio realizado com o óxido de ferro sob o suporte apresenta um período em que não é observado a produção de gases. O interessante é que a presença do metal modificou o tempo, a sequência e a forma como evoluem os produtos. Além disso, são observados traços de propano muito antes que no caso dos ensaios empregando o suporte puro bem como formação de metano e hidrogênio quase simultaneamente em perfis paralelos. A aparição de propano em menores temperaturas que no caso da SiAl pura pode ter duas explicações: a primeira que os novos sítios promovem a produção e quebra de grandes moléculas a temperaturas menores. A segunda possibilidade é que estes novos sítios promovem a formação de propano. O fato de ter uma seletividade quase constante de propano entre as temperaturas de 450 a 500 °C e a pesar do aumento da conversão pode ser indicativo de processos paralelos e não sequenciais. Assim se sugere que o propano esta sendo sintetizado devido á presença do novo sítio criado pelo óxido de ferro. Esta segunda possibilidade está de acordo com o mecanismo bifuncional proposto por Olah 1983, para os catalisadores de conversão de compostos de metano heterosubstituídos, onde os sítios ácidos promovem a ativação do clorometano e os sítios básicos o crescimento da cadeia. Este mecanismo também explica o aumento da conversão, pois o novo sítio estaria promovendo o aumento da cadeia. Logo parece existir um mecanismo paralelo de produção de coque e hidrocarbonetos de forma que são competitivos, sendo que a velocidade de formação de coque é maior. O aparecimento de hidrogênio e metano a maiores temperaturas, sem a diminuição da seletividade de propano pode ser atribuído à decomposição de grandes moléculas como o caso da sílica pura. Ao aumentar a temperatura a produção de hidrogênio e metano caem, provavelmente devido a problemas de desativação pela alta produção de moléculas grandes que terminam bloqueando os sítios. Apesar de ter conversões altas de clorometano, a identificação de hidrocarbonetos na saída é muito baixa, e isto significa que a seletividade à formação de compostos de alto peso molecular é grande. 60 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Figura 4-7: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Fe na forma inicial de óxido No caso do catalisador com o pre-tratamento de redução do Fe, Figura 4-8, o comportamento catalítico é muito diferente. A conversão do clorometano diminui rapidamente a praticamente zero até 30 minutos de reação para a temperatura 400 °C. Com o aumento da temperatura a 450°C a conversão aumenta a 15% e posteriormente a 40% na temperatura de 500 °C com subseqüente queda na conversão. Não se observa produtos na saída, a exceção de metano em alta temperatura. Aparentemente o ferro metálico é menos ativo que na forma de óxido. A conversão do clorometano atingiu um máximo de 40% entretanto com o óxido se obteve 100% de conversão. Aparentemente o material impregnado serviu só para diminuir a acidez do suporte sem dar ao sistema um aporte catalítico. Para entender como é que na forma de óxido o catalisador atua será preciso de um maior estudo. Ao comparar o desempenho catalítico da conversão de clorometano do catalisador HZSM-5 com o material modificado com ferro (Fe-ZSM-5), no trabalho de LERSCH e BARDEMANN, 1991, é mostrado que com o ferro a atividade inicial é quase igual ao da HZMS-5 (60% de conversão), mas apresenta uma alta taxa de desativação (a conversão cai para 20%). O autor atribui este efeito à capacidade de polimerização que apresenta o ferro. Como a 61 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão sílica alumina apresenta poros maiores que a ZSM-5 a produção de coque é também acentuada, isso explicaria a alta conversão do clorometano. Ainda no trabalho de BARDEMANN o ferro encontra-se no estado oxidado (Fe+). Figura 4-8: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Fe. 4.2.2 Atividade catalítica da sílica alumina modificada com Ni O suporte impregnado com níquel foi aquele que apresentou uma adsorção de clorometano mais próxima a do suporte puro. Para a avaliação catalítica deste material os testes foram feitos iniciando a temperatura em 300 °C. Observa-se (Figura 4-9) que nos primeiros 500 min de reação observa-se quase que exclusivamente a formação do coque, ou seja, nenhum produto gasoso é formado sendo este processo indesejável. Assim, ainda que os experimentos foram realizados a temperaturas menores (300 °C), visto que o níquel é um metal nobre e com comprovada capacidade de formação de coque ( FORZATTI e LIETTI, 1999) os resultados obtidos foram muito bons em função de conversão (Figura 4-9). Na temperatura de 450 °C é observado a conversão total. A 400 °C observa-se novamente a formação de metano e propano em menor quantidade. Não se percebeu a presença de hidrogênio o que esta de acordo com a função metanadora (capacidade de hidrogenação do metila) do níquel metálico. Ao comparar com o suporte puro este catalisador se mostra mais ativo, iniciando a produção de propano a menores temperaturas. 62 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Figura 4-9: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Ni na forma inicial de óxido Ao ser comparado com o catalisador de óxido de ferro, se tem maior atividade, porém a produção de propano é ainda melhor no óxido de ferro. Na forma reduzida, Figura 4-10, ocorre uma semelhança com o catalisador de ferro onde, a atividade do catalisador diminuiu. É observado também a produção de metano na mesma faixa de temperatura do material de óxido, mas a presença de hidrogênio é maior. Isso supõe uma alta formação de hidrogênio que supera capacidade de metanação, provavelmente produzindo compostos de menor relação H/C o que permite a liberação de hidrogênio. No patamar de temperatura a conversão vai diminuindo o que significa uma desativação, provavelmente por coque, mas com o aumento de temperatura a atividade retoma e aumenta para logo decrescer novamente. O aumento de temperatura parece ser suficiente para que os compostos na superfície adquiriram certa mobilidade de modo a interagir com os centros ativos, deixando estes sítios livres para uma nova conversão. A seletividade a hidrocarbonetos continua sendo muito baixa, ainda quando a temperatura foi diminuída para inibir a formação de coque, sendo visto que o clorometano apresenta uma alta conversão sem produção de hidrocarbonetos na corrente de saída. Isto 63 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão significa que a velocidade de coqueamento é muito maior que a velocidade de produção de hidrocarbonetos. A alta produção de hidrogênio e metano deixa como pouco provável a hipótese de formação por metanação sendo então produtos da dissociação de moléculas maiores, onde a relação H:C é menor. Figura 4-10: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Ni na forma incial de metal. 4.2.3 Atividade catalítica da sílica alumina modificada com Zn Na adsorção de clorometano, o material com óxido de Zn apresenta um bom desempenho conforme apresentado pela Figura 4-11. Entretanto essa atividade é praticamente constante em 70% de conversão na faixa de 300 a 400 °C. Nessa faixa, surgem traços de propano e butano. Isto faz pensar que quando a atividade não é muito alta, o sistema reacional permite a existência de outras reações, conduzindo a outros produtos além de coque, ou seja, propano e butano. O mecanismo de síntese destes produtos parece ser por craqueamento de moléculas maiores pois não se observou produtos de menor peso molecular como o etano, etileno, acetileno que poderiam fazer pensar num mecanismo de crescimento de cadeia e dessorção. Em temperaturas maiores a atividade aumenta para conversão total e não se percebe mais os produtos leves. 64 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Figura 4-11: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Zn na forma inicial de óxido Um ponto importante a ressaltar é a ausência de metano e hidrogênio. Como já discutido no item anterior, estes se devem à decomposição de moléculas maiores. Assim, neste caso esse mecanismo não aconteceu. Isto leva a pensar que o depósito formado deve ter uma relação de H:C maior que no caso anterior. Maiores estudos serão necessários para explicar este comportamento. Para o caso do zinco reduzido (Figura 4-12), como nos casos anteriores, a forma metálica apresenta menor atividade que na forma de óxido. Observa-se que este comportamento favoreceu a formação de propano, butano desde temperaturas de 350 °C, mantendo esta produção até a temperatura de 450 °C onde esta temperatura inicia-se a produção de metano em detrimento da produção de C3 e C4. Ainda que o zinco seja reconhecido como um bom desidratador, o mesmo apresenta capacidade de hidrogenação, como se observa a elevadas temperaturas. A seletividade a hidrocarbonetos aumentou, mas em nível de traços, o catalisador tanto na forma oxidada como reduzida apresentaram menores conversões e seletividades baixas a hidrocarbonetos. 65 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Figura 4-12: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Zn na forma inicial de metal 4.2.4 Atividade catalítica da sílica alumina modificada com Cr O cromo é um metal muito usado nos processos de polimerização e na forma de óxido tem uma grande capacidade de mudança de estado de oxidação. Esta propriedade pode ser observada claramente na Figura 4-13. A conversão do clorometano é praticamente completa durante toda a faixa de temperatura, sem produção de outros compostos, salvo o coque. 66 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Figura 4-13: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Cr na forma inicial de óxido Quando o catalisador de cromo encontra-se na forma reduzida (Figura 4-14), a atividade do catalisador a base de cromo é menor, como nos casos anteriores, seguindo um comportamento similar ao do zinco. Entretanto o único produto detectado foi o metano. Também um aumento da atividade reduz a produção do metano. Este ainda que indesejado é uma medida de saber a quantidade de hidrogênio adsorvido e a capacidade de hidrogenação do catalisador. A 400 °C pode-se detectar traços de propano, com um aumento inicial da produção de metano. Ainda a 400 °C a produção de metano vai diminuindo, mas a produção de propano se mantém, sugerindo um mecanismo paralelo e não sequencial. 67 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Figura 4-14: Desempenho catalítico da SiAl modificada com Cr reduzido. Dos resultados apresentados, percebe-se que a adição de metais modifica muito o desempenho catalítico da sílica-alúmina. Ainda com a diminuição dos sítios ácidos, a criação de novos sítios a partir da adição do metal faz com que a atividade aumente, inclusive a temperaturas menores. Os óxidos dos metais foram mais ativos que os respectivos metais na forma reduzida. 4.3 Mecanismo de Desativação do catalisador Nesta seção apresentamos um modelo de desativação por coque, referente a temperatura de 300 °C, com o objetivo de entender melhor este processo que está presente no sistema reacional. Os dados obtidos foram realizados para sílica alumina pura, de modo de desacoplar possíveis efeitos dos metais (ou óxidos destes metais) nos materiais modificados. Foram propostos dois mecanismos de reação a fim de representar o processo de desativação da reação de condensação do clorometano. O primeiro mecanismo, do tipo paralelo (a) e o 68 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão segundo, do tipo sequencial (Figura 34b). No modelo reacional proposto, o elemento “A” representa o clorometano e “B” o grupo dos hidrocarbonetos (C1, C2 e C3), formados no sítio catalítico e C* os compostos formados e adsorvidos irreversivelmente no catalisador, chamado de coque. O termo “B+1”, refere-se a liberação desses produtos do sítio. Para ambos mecanismos “A” é adsorvido no sítio catalítico que produz o constituinte “B*” (hidrocarboneto adsorvido). Este ao se dessorver libera o sítio e o composto “B”. Para o mecanismo paralelo o coque (C*) é formado simultaneamente a partir de A* que concorre com a formação de B* no sítio, cobrindo a superfície catalítica. Para o mecanismo sequencial, o coque é formado a partir dos produtos B* adsorvidos, competindo com a liberação dos mesmos do sítio catalítico. Um esquema destes mecanismos estão apresentados na Figura 4-15 apresentada a seguir. Mecanismo paralelo k1 A+l A* k-1 k4 k3 k2 B* B+l k-2 k-3 k2 k3 k-4 C* Mecanismo sequencial k1 A+l A* k-1 B* B+l k-3 k-2 k5 k-5 C* Figura 4-15: Esquema reacional com formação de coque. (a) No mecanismo paralelo, (b) no mecanismo sequencial. Para este sistema reacional as expressões das velocidades de reação e as respectivas constantes de equilíbrio são descritas na Tabela 4-4. 69 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Tabela 4-4 Reações elementares com as respectivas velocidades de reação e constantes de equilíbrio envolvendo os dois modelos. Reação Equação cinética k1 A+l A* k-1 k2 A* B* k-2 k3 B* B+l r1 = k1 ( C A Cl ) − k−1 C A* (25) r2 = k2 C A* − k−2 CB* (27) ( ) r3 = k3 CB* − k3 CB -3 k4 A* C* k-4 k5 B* C* k-5 Constante de equilíbrio (29) Cl r4 = k4C A* − k−4CC* (31) r5 = k5CB* − k−5CC* (33) KA = KR = KB = KC = K 'C = CA* CA Cl C B* C A* CB* CB Cl CC* C A* CC * C B* (26) (28) (30) (32) (34) Onde Cl representa a concentração dos sítios livres. Assumindo que a reação superficial é a etapa mais lenta, pode-se considerar esta como a reação global. A adsorção do reagente é representada pela equação (35) e a dessorção do produto, equação (36). Fazendo um balanço de sítios e considerando as equações de equilíbrio citadas, consegue-se uma expressão para a concentração de sítios. Este processo encontra-se resumido na Tabela 4-5. Tabela 4-5 Expressão para a concentração de sítios. Expressão 1 C A* = K AC A Cl (35) Descrição Equilíbrio de adsorção de A 2 CB* = K B CB Cl (36) Equilíbrio de adsorção de B 3 CT = CA* + CB* + CC* + Cl CT − CC* Cl = 1 + K AC A + K B C B (37) Balanço se sítios (38) Substituindo (35) e (36) em (37). 4 Expressão de concentração de sítios livres. Substituindo (35) e (36) em (27) tem-se: 70 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão r2 = k2 K ACA Cl − k−2 K BCB Cl (39) ou k K r2 = k 2 K ACl C A − −2 B C B k2 K A KB r2 = k 2 K ACl C A − CB Kr K A K= Kr K A KB (constante de equilíbrio global) (40) Assim tem-se que: C r2 = k2 K ACl C A − B K (41) Assim substituindo a Equação (38) na Equação (41) tem-se que: r2 = ( CT − CC * ) CT C k 2 K ACT C A − B K 1 + K AC A + K B C B (42) Por definição a atividade é a relação entre a velocidade de reação e a velocidade de reação inicial (φ = r/r0). Ao dividir a Equação 42 pela velocidade inicial (sendo as concentrações constantes), obtém-se o fator de atividade (φ) que é igual ao primeiro fator da Equação (42), assim: CT − CC* CT ϕ2 = r2 = o r2 (43) Em geral, quando se têm na sítios envolvidos na reação tem-se que: a CT − CC* r2 ϕ2 = = o r2 CT n (43.A) inserindo a Equação (43) na Equação (42), considerando na =1 temos que: C k 2 K A CT C A − B K r2 = φ2 1 + K AC A + K B CB (44) 71 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Para derivar uma expressão da velocidade de formação do coque deve-se levar em consideração o mecanismo deste. No caso em que seja um mecanismo paralelo, a formação do coque se representa pela Equação 31: r4 = k4C A* − k−4CC* Como a velocidade de dessorção ou reação do coque é muito lenta é possível admitir que k -4 = 0. Inserindo a condição de equilíbrio de adsorção de A, Equação 35 tem-se que: r4 = k4 K ACACl (45) Substituindo a expressão para a concentração de sítios, Cl, Equação (38), chega-se à seguinte expressão: ( ) CT − CC * k 4 K AC ACT r4 = CT 1 + K AC A + K B C B Da mesma forma, que na reação superficial, aqui também existe (46) um fator de atividade, que relaciona a velocidade de reação para a formação do coque à velocidade de reação inicial da formação de coque (φc = rc/roc), definido como: c CT − CC* rC ϕC = = o rC CT n (47) Em geral na ≠ nc e só serão iguais no caso que o número de sítios necessários para ambas reações sejam iguais. Assim a substituição da Equação (47) em (46) leva a: r4 = ϕ c nc k 4 K AC ACT 1 + K AC A + K B C B (48) Para o mecanismo sequencial a velocidade de formação de coque se obtém da expressão cinética Equação (33), considerando k-5 = 0 e substituindo as equações referente a concentração do B adsorvido Equação (36) e o número de sítios livres Equação (38), obtémse: 72 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão ( ) CT − CC* k5 K B C B CT r5 = CT 1 + K AC A + K B C B (49) Da definição de fator de atividade Equação (47), a Equação (49) fica como: r5 = ϕc nc k5 K B CB CT 1 + K AC A + K B C B (50) Um resumo destas expressões é apresentado na Tabela 4-6 a seguir. Tabela 4-6 Resumo de expressões cinéticas para a velocidade de reação superficial limitante. Reação Equação cinética com Cl Equação cinética sem Cl k1 A+l A* k-1 KA = CA* CA Cl k2 A* B* k-2 C r2 = k2 K ACl C A − B K C k 2 K ACT C A − B K r2 = ϕ r 1 + K AC A + K B C B k3 B* B+l -3 k4 A* CB Cl r4 = k4 K AC ACl r4 = ϕ c nc C* r5 = k5 K BCBCl r5 = ϕc nc k5 k-5 CB* C* k-4 B* KB = k 4 K AC ACT 1 + K AC A + K B C B k5 K BCBCT 1 + K AC A + K B C B Desconsiderando os termos convectivos para um sistema reacional de Nr número de reações e Nc o número de compostos, o balanço do composto “i” no sistema reacional será: N r dCi = ∑ν i , j rj dt j =1 , ∀ i = 1, Nc (51) Onde : νi,j é o coeficiente estequiométrico do composto “i” na reação “j”. sendo > 0 produto na reação j < 0 reagentena reação j ν i, j = 73 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão rj a taxa de conversão da reação j. Na Tabela 4-7 está apresentado um resumo dos balanços para os compostos envolvidos nas reações estudadas. Tabela 4-7. Balanços de massa. (a) Balanços de massa no modelo paralelo Composto Reação A A* B* B 0 -r2 r2 0 2 0 -r4 0 0 4 Σνij rj r2 0 -r2-r4 (b) balanço de massa no modelo sequencial Composto Reação A A* B* 0 -r2 r2 1 0 0 -r5 5 Σνij rj 0 -r2 -r2-r5 C* 0 r4 0 r4 B 0 0 C* 0 r5 0 r5 Assim, o sistema tem duas reações, a reação superficial e a formação de coque, três balanços de massa nos compostos A*, B* e C* e duas equações de equilíbrio para a adsorção e dessorção de A e B respectivamente, que relacionam a concentração superficial com a concentração gasosa a qual é conhecida. Os balanços para os componentes A, A*, B, B*, C* estão expressos na Tabela 4-8 para o mecanismo paralelo de coqueamento e na Tabela 4-9 para o mecanismo sequencial. Tabela 4-8 Expressões dos balanços para o mecanismo de coqueamento em paralelo. I A Balanço de i incluindo Cl C* KA = A C A Cl A* dC A* C = − k 2 K A CL C A − B dt K Balanço de i sem Cl N.A. − k 4 K A C A CL C k 2 K ACT C A − B dC A K = −ϕ r dt 1 + K AC A + K B C B − ϕc nc k 4 K AC ACT 1 + K AC A + K B C B 74 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão B* B dCB C = k2 K ACl C A − B dt K KB = CB* C k 2 K A CT C A − B dC B* K = ϕr dt 1 + K AC A + K B C B N.A. CB Cl C* dCc = k4 K AC ACl dt N.C. : não aplicado dCc* k 4 K AC ACT n = ϕc c dt 1 + K AC A + K B C B Tabela 4-9 Expressões dos balanços para o mecanismo de coqueamento sequencial. I A Balanço de i incluindo Cl C* KA = A C A Cl Balanço de i sem Cl N.A. A* dCA* C = −k2 K ACl CA − B dt K L C k 2 K A CT C A − B dC A* K = −ϕ r dt 1 + K AC A + K B C B B* dC B* C = k 2 K ACl C A − B dt K − k 5 K B C B Cl C k 2 K A CT C A − B dC B* K = ϕr dt 1 + K AC A + K B C B − ϕc B C* KB = CB* nc k 5 K B C B CT 1 + K AC A + K B C B N.A. CB Cl r5 = k5 K BCBCl r5 = ϕ c nc k5 K BCB CT 1 + K AC A + K B C B N.A.: não aplicado Estas expressões podem ainda ser simplificadas com algumas considerações. Se for utilizado um excesso de reagente A, pode-se considerar a concentração deste como constante. Substituindo as relações de equilíbrio nas taxas de velocidade de reação para este caso, é possível obter as expressões na forma: 75 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Tabela 4-10 Equações simplificadas dos balanços de massa considerando excesso de A. A* dC C dC A* = K AC A l = −r2 − r4 = −k 2 K AC L C A − B − k 4 K AC ACL dt dt K (52) Desta equação se tem uma expressão para a taxa de diminuição dos sítios livres no catalisador. B* dCB* dCB dC dCB K B C B (r2 + r4 ) = r2 = K B Cl + K B CB l = K B Cl − dt dt dt dt K AC A dCB K B CB K C = + 1 r2 + B B r4 dt K AC A K AC A K dCB K B C B C = + 1 k 2 A C A − B + C B k 4 dt K K AC A K B K B Cl (53) Reordenando a equação (53): C d CB k 2 CB K A C B k + − K − B K 4 = − dt C A K CA K B CA C A k2 Ou: C 2 K k B − − A + K + K 4 CA K B k2 C Fazendo uma mudança de variável: y = B CA d CB dt C A k2 =− K CB K A + K C A K B (54) (55) , obtém-se a seguinte expressão: K k k K dy = − 2 y2 − − A + K + K 4 y + A K dt K k2 K B KB dy = −a3 ( y − a1 )( y − a2 ) dt (56) 76 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Onde a1 e a2 são as raízes da equação de segundo ordem. Estas raízes e o coeficiente a3 relacionam-se com os parâmetros da equação diferencial através das seguintes equações: (a) (b) (c ) K k a1 + a2 = − A + K + K 4 k2 KB K a1 a2 = A K KB a3 = − (57) k2 K Resolvendo a equação diferencial, com a condição inicial: t=0; y=yo y y −1 y dy dy −∫ ∫yo yo y − a y − a1 1 − a2 2 dy ∫ ( y − a )( y − a ) = a yo 1 y 2 dy ∫ ( y − a )( y − a ) = ∫ yo 1 2 t to −1 y − a1 ln = a1 − a2 y − a2 yo − a1 − ln yo − a2 −a3 dt Obtendo-se y − a1 ln y − a2 yo − a1 − ln yo − a2 y − a1 yo − a1 = y − a2 yo − a2 = a3 ( a1 − a2 )( t − to ) exp ( a3 ( a1 − a2 )( t − to ) ) 77 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão yo − a1 exp ( a3 ( a1 − a2 ) t ) yo − a 2 y = a1 + ( a1 − a2 ) y − a1 1− o exp ( a3 ( a1 − a2 ) t ) yo − a2 Reordenando e voltando à variável inicial temos que: y − a1 a1 − a2 o exp ( a3 ( a1 − a2 ) t ) yo − a2 CB y= = CA y − a1 1− o exp ( a3 ( a1 − a2 ) t ) yo − a2 yo = (58) CBo C Ao Assim, o perfil de B na Equação (58) é uma função dos parâmetros, na forma: CB = g ( t , a ) ai : parâmetro i, i = 1, 2,3 C* dCc k 4 K AC ACT n = ϕc c dt 1 + K AC A + K BCB Substituindo a expressão de CB na expressão anterior 78 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão K B ( a2 − a1 ) K AC A 1 dϕ c = k4 1+ nc ϕ dt (1 + K AC A + K B a2 ) yo − a1 (1 + K AC A + K B a1 ) − (1 + K AC A + K B a2 ) exp ( a3 ( a1 − a2 ) t ) y a − 2 o (59) Integrando a equação com a condição inicial: t=0; ϕ=1 ϕ 1−nc − 1 1 − nc =− Kk4 K ACA k2 (1 + K A C A + K B a2 )(1 + K A C A + K B a1 ) y − a1 − exp a a a t ( ) (1 + K A C A + K B a1 ) − (1 + K A C A + K B a2 ) o ( ) 3 1 2 yo − a2 t (1 + K A C A + K B a1 ) + K B ( a3 ( a1 − a2 ) t ) + K B log yo − a1 (1 + K A C A + K B a1 ) − (1 + K A C A + K B a2 ) y − a 2 o (60) Na equação integrada (60), CA está sendo considerada constante, por tanto conhecida. Assumindo como novos parâmetros a determinar KA, KB e nc se tem a atividade como função do tempo e seis parâmetros de modo que: ϕ = f ( t, a ) ai : parâmetro i, i = 1,6 (61) Onde os parâmetros a1, a2, a3 estão inseridos na equação (58) do perfil de concentração de B e os novos parâmetros são: 79 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão a4 = K A a5 = K B (62) a6 = nc 80 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão 4.4 Resolução do Modelo Os resultados experimentais obtidos no teste experimental são apresentados na Tabela 4-12. Valores discretos da concentração (representada como fração molar), o ganho de massa do suporte e a atividade são apresentados como função do tempo. Assim temos dois conjuntos de pontos P e Q de modo que: Pi = ( ti , CB _ exp,i ) , i = 1, nP (63) Q j = ( t j , ϕ _ exp, j ) , j = 1, nQ Para estimar os parâmetros a função objetivo (FO) a ser minimizada foi dada na forma da soma de mínimos quadrados de dois termos: nQ nP 2 FO = min ∑ (CB _ exp,i − g (ti , a1 , a2 , a3 )) + ∑ (ϕ _ exp, j − f (t j , a))2 j =1 i =1 (64) onde o conjunto de parâmetros (a) são ajustados de modo a se encontrar o mínimo da função objetivo. O conjunto de pontos e as respectivas expressões da concentração e atividade foram tabelados numa planilha excel e calculada a soma quadrática da diferença entre os valores experimentais e calculados, como se expressa na Equação (64). Para a resolução as células correspondentes aos parâmetros foram deixadas como variáveis e a soma quadrática como função objetivo. Utilizou-se o suplemento SOLVER no método GRG (Gradação Reduzida Generalizada) não linear. Com o conjunto de parâmetros encontrados (a) e as Equações (57) e (62) se obtém os parâmetros do modelo de desativação apresentados na Tabela 4-11. Tabela 4-11 Parâmetros do modelo de desativação para o mecanismo paralelo. Parâmetro Descrição Valor Unidades KA constante de equilíbrio da adsorção de A 0.417 bar-1 KB K constante de equilíbrio da adsorção de B constante de equilíbrio da reação global 2.266 0.0030 bar-1 k2 k4 Nc constante cinética da reação 2 constante cinética da formação de coque exponente da atividade do coque 8.01E-04 1.46E-01 1.516 min-1 min-1 81 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Dos resultados apresentados na Tabela 4-11 observa-se que a constante de adsorção do reagente (A=clorometano) e a constante de dessorção do produto (B=hidrocarboneto) são 0,417 bar-1 e 0,441 bar (inversa da constante de adsorção) respectivamente, que significa que a força impulsora da adsorção de A é da mesma ordem de magnitude da força impulsora para a dessorção de B. O valor baixo da constante global (0,003) está de acordo com a termodinâmica que indica que a reação é desfavorável a conversão do metilo a hidrocarbonetos. A constante cinética da reação (8,01E-04) é mil vezes menor que a constante cinética referente à formação de coque (1,46E-01), o que equivale a dizer que o sistema reacional nessas condições de operação favorece a formação de coque em detrimento da formação de hidrocarbonetos. O exponente da atividade do coque é de 1,516 que significa que esta reação é mais demandante de sítios que a formação de hidrocarbonetos. 82 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão Tabela 4-12 Resultados experimentais de teste de desativação. Hidrocarboneto Tempo (min) 0.00 3.22 6.55 9.75 13.02 16.30 19.68 23.03 26.40 29.68 32.92 36.15 39.48 42.87 46.20 49.47 52.80 56.12 59.33 62.63 65.85 69.13 72.35 75.65 78.93 82.35 85.65 88.88 92.12 95.42 98.73 102.05 105.35 108.65 112.07 115.33 118.67 121.97 125.35 128.58 131.95 135.25 138.68 142.08 145.35 148.70 152.03 155.27 158.57 161.88 165.10 168.33 171.63 175.03 178.25 XB 0.315 0.276 0.192 0.193 0.210 0.195 0.204 0.202 0.195 0.183 0.167 0.148 0.122 0.107 0.102 0.091 0.085 0.088 0.097 0.096 0.091 0.086 0.089 0.092 0.086 0.081 0.085 0.081 0.075 0.069 0.071 0.069 0.063 0.059 0.057 0.055 0.052 0.052 0.053 0.052 0.050 0.052 0.053 0.051 0.050 0.052 0.052 0.050 0.050 0.051 0.050 0.046 0.045 0.044 0.046 Coque Tempo (min) 0.00 3.24 5.67 8.40 12.18 14.92 17.65 21.44 24.17 27.97 30.70 34.48 37.21 39.93 43.72 46.44 50.24 52.97 56.75 59.48 62.21 65.99 68.72 72.51 75.24 79.03 81.76 84.49 88.27 91.00 94.79 97.51 101.30 104.03 106.76 110.55 113.28 117.07 119.79 123.58 126.31 129.04 132.83 135.56 139.34 142.08 145.87 148.61 151.36 155.14 157.88 161.67 164.40 168.19 170.91 173.64 177.45 0.00 m (mg) 0.000 0.443 1.530 1.965 2.304 2.587 3.045 3.465 3.565 3.879 4.081 4.325 4.425 4.505 4.555 4.735 4.765 4.747 4.725 4.763 4.775 4.722 4.660 4.623 4.595 4.545 4.456 4.405 4.417 4.390 4.295 4.325 4.327 4.305 4.265 4.265 4.295 4.285 4.245 4.299 4.345 4.345 4.305 4.364 4.430 4.415 4.425 4.485 4.555 4.559 4.565 4.635 4.695 4.675 4.695 4.745 4.835 0.000 ϕ 1.000 0.909 0.684 0.594 0.524 0.466 0.372 0.285 0.264 0.199 0.158 0.107 0.087 0.070 0.060 0.023 0.017 0.020 0.025 0.017 0.014 0.025 0.038 0.046 0.052 0.062 0.080 0.091 0.088 0.094 0.114 0.107 0.107 0.111 0.120 0.120 0.114 0.116 0.124 0.113 0.103 0.103 0.111 0.099 0.086 0.089 0.087 0.074 0.060 0.059 0.058 0.043 0.031 0.035 0.031 0.021 0.002 0.000 83 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Resultados e discussão A curva do modelo e o perfil experimental relativa a concentração experimental do elemento “B*”(hidrocarbonetos) representada como fração molar (x) bem como a curva representativa do modelo e o pontos experimentais referente ao fator de atividade, representada pela letra ϕ, pode ser visto na Figura 4-16, abaixo. Observa-se uma concordância entre os pontos experimentais e o modelo proposto baseado no mecanismo paralelo. Figura 4-16: Representação do modelo de desativação da reação de conversão de clorometano sob sílica-alumina a 300 °C, para o mecanismo paralelo 84 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 :-:-::-:::-:::::-::::::::-:::::::::::::-:::::::::::::::::::::-::::::::::::::::::::::::::::::::::- CAPÍTULO V CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES :-:-::-:::-:::::-::::::::-:::::::::::::-:::::::::::::::::::::- ::::::::::::::::::::::::::::::::::- Conclusões e recomendações 5 Conclusões e futuros trabalhos 5.1 Conclusões Os principais resultados obtidos apontam para as seguintes conclusões: a) O método de umidade incipiente permite controlar a quantidade de metal a ser impregnado no suporte. A técnica não garante uma distribuição uniforme, o que leva a perdas de área e volume de poros, diminuindo mais a fração de poros menores em relação aos poros maiores. b) O processo de impregnação modifica as propriedades ácidas do suporte com menor densidade de sítios, mas com um leve aumento na força ácida. c) A obtenção de curva de tipo vulcão para a energia de ativação da dessorção de clorometano referente à série periódica é um indicativo da presença de uma função metálica no mecanismo de reação do clorometano. d) Os perfis de dessorção de clorometano para os suportes modificados mostram que houve uma mudança na distribuição dos sítios ácidos, sendo que aqueles que diminuíram mais esses sítios tem menos capacidade para adsorver-dessorver o clorometano. Além disso, o estado de oxidação dos metais é importante podendo melhorar ou piorar o desempenho. No estado metálico é possível perceber que se criam novos sítios de adsorção além dos inicialmente existentes no suporte. e) A sílica alumina ativa o clorometano, mas num ambiente deficiente em hidrogênio promove a formação de compostos de baixa relação H/C e alto peso molecular. Estes compostos são difíceis de dessorver e terminam se acumulando na superfície do catalisador. Um aumento na concentração destes aumenta o hidrogênio livre que num primeiro momento reage para produzir metano e após liberar diretamente o hidrogênio. f) A quebra dos produtos maiores nos centros ácidos do catalisador se obtém hidrocarbonetos de baixo peso molecular. Este mecanismo é freado pela alta dessorção de hidrogênio a altas temperaturas. g) Segundo o modelo do catalisador bifuncional ácido-base de Olah, os sítios ácidos da sílica alumina e os sítios básicos dos óxidos metálicos compõem os o sistema catalítico 86 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Conclusões e recomendações necessário para a conversão de clorometano. O fato da sílica alumina ser muito ácida promove a formação de coque antes que os hidrocarbonetos. h) Dos catalisadores testados o modificado com óxido de níquel é o que se mostrou com melhor desempenho, produzindo a maior quantidade de hidrocarbonetos (propano) na temperatura de 400 °C. O modificado com ferro ainda que teve uma produção menor. O catalisador com zinco produz propano e butano entre 350 e 400 °C, mas em pouca quantidade. O cromo por sua capacidade de polimerização não é conveniente para esta reação, pois promove a formação de coque mais que os outros catalisadores. i) Os parâmetros obtidos no ajuste do modelo permitem comprovar a baixa velocidade de reação para a formação de hidrocarbonetos, justificando a consideração de escolher esta reação como limitante. A velocidade de formação de coque é mil vezes maior que a velocidade de formação dos hidrocarbonetos, portanto a formação de coque é maior que a formação de hidrocarbonetos. O exponente da atividade do coque sendo maior que um (aprox. 1,6) indica que a taxa de cobrimento do coque é maior que a taxa de cobrimento do reagente adsorvido (A*). Assim, o modelo paralelo de desativação se mostrou adequado paras representar o comportamento do sistema para a sílica alumina. 5.2 Sugestões para futuros trabalhos • Se deve procurar modificar a força ácida do suporte de modo de controlar a formação de coque, uma forma seria mudando a relação Si/Al. • Estudar o efeito do modo de impregnação do óxido metálico no suporte, procurando entender como são os sítios destes óxidos metálicos. • Fazer um estudo dinâmico de adsorção de modo ser possível determinar as constantes de adsorção do clorometano no suporte se possível • Procurar desenvolver outros modelos de desativação visando melhorar o ajuste. 87 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 :-:-::-:::-:::::-::::::::-:::::::::::::-:::::::::::::::::::::-::::::::::::::::::::::::::::::::::- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS :-:-::-:::-:::::-::::::::-:::::::::::::-:::::::::::::::::::::- ::::::::::::::::::::::::::::::::::- Referências bibliográficas Referências bibliográficas ANDERSON, J. R. 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Fuel Processing Technology, v. 71, n. 1-3, p. 139-148, 2001. 93 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 :-:-::-:::-:::::-::::::::-:::::::::::::-:::::::::::::::::::::-::::::::::::::::::::::::::::::::::- ANEXO 1 Dados de composição do gás de saída do reator :-:-::-:::-:::::-::::::::-:::::::::::::-:::::::::::::::::::::- ::::::::::::::::::::::::::::::::::- Anexo 1 Anexo 1 Composição dos gases de saída. SiAl t (min) 0.0 0.0 15.7 31.5 47.4 63.1 79.2 94.9 110.6 126.4 142.3 158.5 174.3 190.8 229.5 245.3 261.0 276.7 292.9 311.4 327.4 343.2 358.9 374.6 390.4 C2H6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 N2 10.06 10.06 10.07 10.06 10.06 10.06 10.06 10.07 10.07 10.06 10.06 10.07 10.07 10.06 10.06 10.06 10.07 10.07 10.06 10.06 10.07 10.06 10.06 10.06 10.06 CH4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 11.01 11.01 11.02 11.02 11.01 11.01 11.01 11.01 11.01 11 11.01 11.01 11 11.01 11 11.01 H2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2.08 2.08 2.08 2.08 2.08 2.09 2.08 2.08 2.08 2.08 2.08 Composição C3 CH3Cl 0 3.36 3.37 3.37 3.37 3.37 3.36 3.36 3.37 3.37 3.36 3.36 3.37 3.37 3.37 3.37 3.37 3.37 3.37 3.37 3.37 3.37 3.37 3.37 3.37 3.37 3.37 3.37 3.37 3.37 3.13 3.13 3.13 3.37 3.13 3.13 3.38 3.38 3.38 3.38 iC4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3.38 3.38 3.38 0 3.38 3.38 0 0 0 0 nC4 0 0 0 0 0 0 0 0 3.72 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 iC5 nC5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 95 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Anexo 1 Fe_Ox/SiAl t (min) 16.0 31.8 47.5 63.2 78.9 95.1 110.9 126.7 142.5 158.2 174.0 189.7 205.5 221.3 237.0 253.1 268.8 284.6 300.3 316.1 332.2 347.9 363.6 C2H6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 N2 10.07 10.07 10.07 10.07 10.06 10.07 10.06 10.06 10.07 10.07 10.06 10.07 10.07 10.06 10.07 10.08 10.07 10.07 10.07 10.07 10.07 10.06 10.07 CH4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 11.02 11.01 11.02 11.03 11.02 11.02 0 0 0 0 0 Composição H2 C3 CH3Cl 0 3.38 0 3.38 0 3.38 0 3.38 0 3.38 0 3.38 0 3.13 0 3.13 0 3.13 0 3.13 0 3.13 0 3.13 2.08 3.13 2.07 3.13 2.07 3.13 2.08 3.13 2.07 3.13 2.08 3.13 0 3.39 0 3.39 0 3.39 0 3.39 0 3.39 iC4 0 0 0 0 0 0 3.38 3.38 3.38 3.38 3.38 3.38 3.39 3.38 3.38 3.39 3.38 3.38 0 0 0 0 0 nC4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 iC5 nC5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 96 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Anexo 1 Fe Red/SiAl t (min) 0.0 15.8 47.3 79.2 94.9 110.6 126.4 142.2 157.9 173.7 189.4 216.1 231.9 247.9 263.6 279.3 295.1 310.9 326.7 342.5 358.5 390.0 405.8 421.5 453.5 469.2 485.1 516.6 C2H6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 N2 73.159 59.059 58.605 58.541 58.522 58.362 58.355 58.391 58.348 58.387 58.429 61.682 61.812 61.817 61.854 61.856 61.833 61.861 61.866 61.804 61.806 69.083 69.039 68.863 68.298 68.023 67.764 67.209 CH4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.819 0.854 0.82 0.827 0.814 0.793 0.716 H2 1.743 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Composição C3 CH3Cl 0 25.098 0.024 40.917 0.024 41.371 0.021 41.438 0.02 41.458 0.018 41.619 0.017 41.628 0.016 41.593 0.015 41.637 0.015 41.598 0.014 41.557 0.035 38.283 0.034 38.154 0.035 38.147 0.035 38.111 0.036 38.108 0.037 38.13 0.037 38.102 0.037 38.097 0.037 38.159 0.037 38.157 0.052 30.046 0.05 30.057 0.05 30.267 0.047 30.828 0.046 31.117 0.045 31.398 0.042 32.032 iC4 nC4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 iC5 nC5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 97 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Anexo 1 Ni_red/SiAl t (min) 0.0 15.7 31.8 47.5 63.3 78.9 94.7 110.6 126.3 142.5 158.2 174.0 189.7 205.5 221.5 237.3 253.0 268.9 284.7 300.4 316.2 332.2 347.9 363.7 379.6 395.3 411.1 426.8 442.6 458.4 474.1 490.3 506.0 521.7 537.5 553.2 569.2 585.0 600.7 616.6 975.9 C2H6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 N2 71.84342 81.8426 81.94262 82.03133 81.97831 81.98303 82.00726 82.03348 82.02714 81.99446 82.00142 81.96793 81.98566 81.97805 81.96178 81.95339 81.96899 81.93367 81.91918 81.99199 82.09425 82.07835 82.14442 82.17176 82.19304 82.19685 82.19391 82.19805 82.17248 82.18929 82.19299 82.56978 82.66712 82.7283 82.74956 82.75143 82.66645 82.69082 82.69829 82.70057 95.31242 CH4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Composição H2 C3 CH3Cl 26.0129 0 2.143681 0 0 18.1574 0 0 18.05738 0 0 17.96867 0 0 18.02169 0 0 18.01697 0 0 17.99274 0 0 17.96652 0 0 17.97286 0 0 18.00554 0 0 17.99858 0 0 18.03207 0 0 18.01434 0 0 18.02195 0 0 18.03822 0 0 18.04661 0 0 18.03101 0 0 18.06633 0 0 18.08082 0 0 18.00801 0 0 17.90575 0 0 17.92165 0 0 17.85558 0 0 17.82824 0 0 17.80696 0 0 17.80315 0 0 17.80609 0 0 17.80195 0 0 17.82752 0 0 17.81071 0 0.007355 17.79966 0 0.013536 17.41668 0 0.012233 17.32065 0 0.011013 17.26068 0 0.010182 17.24026 0 0.009484 17.23908 0 0.008895 17.32465 0 0.00833 17.30085 0 0.007824 17.29388 0 0.007438 17.29199 0 0 4.687578 iC4 nC4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 iC5 nC5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 98 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Anexo 1 991.6 1007.4 1023.1 1038.9 1054.7 1070.8 1086.6 1102.4 1118.1 1133.8 1149.9 1165.6 1181.4 1197.4 1213.2 1229.0 1244.7 1260.5 1276.4 1292.2 1308.3 1324.1 1339.8 1355.5 1371.3 1387.3 1403.0 1418.8 1434.6 0.0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 81.80935 81.85643 81.85162 82.88874 82.20589 82.31039 82.32883 82.36482 82.36063 82.36807 82.35692 82.41162 82.39346 82.4129 82.42811 82.91505 82.73864 82.6799 82.88036 83.00835 83.00611 82.98273 83.01397 82.99607 82.97253 82.98226 82.97285 82.95269 82.99015 99.50104 0 0 0 0 0.563678 0.688313 0.722383 0.689563 0.698496 0.676868 0.698575 0.656351 0.660452 0.645921 0.624299 0 0 2.036819 2.066226 1.902732 1.840535 1.735903 1.650671 1.608104 1.556905 1.501467 1.444935 1.416996 0.826036 0 0 0 0 0 1.719524 1.873802 1.868941 1.832656 1.80053 1.757049 1.71668 1.669905 1.623326 1.58443 1.539407 0 0 3.30104 3.333083 3.073173 2.830982 2.61751 2.424925 2.265943 2.125953 2.020977 1.934001 1.867269 1.386782 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.010768 0.009152 0.008724 0.008521 0.008487 0.008386 0.008394 0.008416 0.008375 0.008316 0.008251 0 0 18.19065 18.14357 18.14838 17.11126 15.5109 15.12749 15.07984 15.11296 15.14034 15.19801 15.22782 15.26213 15.32276 15.35675 15.40818 17.08495 17.26136 11.97147 11.71118 12.00703 12.31385 12.65537 12.90204 13.12149 13.3362 13.48693 13.6399 13.7548 14.79703 0.498959 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 99 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Anexo 1 Ni_Ox/SiAl t (min) 0.0 15.8 31.5 47.3 63.0 78.8 94.6 110.5 126.2 142.0 157.7 173.5 189.7 205.4 221.2 237.1 252.9 268.6 284.3 300.0 316.1 331.8 347.9 363.6 379.4 395.1 410.8 427.0 442.7 458.7 474.5 490.2 505.9 521.7 537.8 553.5 569.3 585.2 600.9 616.6 632.3 C2H6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 N2 82.17624 82.65046 82.44422 82.36377 82.392 82.37523 82.30133 82.34048 82.32698 82.32613 82.25144 82.28668 82.35092 82.61764 82.57797 82.62983 82.60935 82.62915 82.61874 82.59139 82.58401 82.57677 82.59528 82.58522 82.76425 83.47316 83.53062 83.50676 83.52489 83.54537 83.59173 83.55646 83.62318 83.57439 83.24448 83.58271 84.24734 85.48703 85.50943 85.47637 85.44677 CH4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.422537 0 1.696428 2.588248 2.605329 2.483701 2.458576 H2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Composição C3 CH3Cl 0 17.82376 0 17.34954 0 17.55578 0 17.63623 0 17.608 0 17.62477 0 17.69867 0 17.65952 0 17.67302 0 17.67387 0 17.74856 0 17.71332 0 17.64908 0.010883 17.37147 0.007838 17.41419 0 17.37017 0 17.39065 0 17.37085 0 17.38126 0 17.40861 0 17.41599 0 17.42323 0 17.40472 0 17.41478 0.008215 17.22753 0.007643 16.5192 0.007544 16.46184 0 16.49324 0.007544 16.46757 0.008118 16.44652 0.008689 16.39958 0.008871 16.43467 0.009175 16.36764 0.009237 16.41637 0.010244 16.32273 0.009703 16.40759 0.028437 14.02779 0.035588 11.88913 0.039034 11.84338 0.040459 11.99685 0.041683 12.05025 iC4 nC4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.00283 0 0.002618 0 0.002714 iC5 nC5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Anexo 1 648.1 664.0 679.7 695.7 711.5 727.2 742.9 758.7 774.9 790.6 806.4 822.2 838.0 853.6 869.4 885.2 901.2 917.0 933.0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 85.29714 85.14597 85.07789 85.01225 85.02804 84.986 84.90161 83.90047 82.68509 82.30089 82.23365 82.21822 82.11063 99.52985 99.7787 99.85576 99.88871 99.90748 99.92565 2.324568 2.036499 1.975015 1.92706 1.962078 1.930629 1.83278 0.8181 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.041244 0.038592 0.03834 0.038099 0.038027 0.03816 0.036428 0.019403 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 12.33424 12.77894 12.90875 13.02259 12.97185 13.04521 13.22918 15.26203 17.31491 17.69911 17.76635 17.78178 17.88937 0.470154 0.221296 0.144243 0.111291 0.092518 0.074351 0 0.002806 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 101 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Anexo 1 Cr-Ox/SiAl t (min) 0.0 16.0 31.9 47.9 63.9 79.9 95.9 111.9 127.9 144.1 160.1 176.0 192.0 208.0 224.4 240.4 256.4 272.4 304.5 320.9 336.8 352.8 368.9 384.9 C2H6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 N2 82.63881 83.56687 82.76308 81.7082 99.89355 99.94919 99.96902 100 100 100 100 100 99.84356 99.80542 99.74387 99.66456 97.48619 96.35278 95.71914 0 0 0 0 0 CH4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Composição H2 C3 CH3Cl 0 0 17.36119 0 0 12.73787 0 0 17.23692 0 0 18.2918 0 0 0.106451 0 0 0.050808 0 0 0.030977 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.156441 0 0 0.194583 0 0 0.256127 0 0 0.335445 0 0 0.406559 0 0 0.46683 0 0 0 100 0 0 100 0 0 100 0 0 100 0 0 100 0 0 iC4 nC4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 iC5 nC5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 102 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Anexo 1 Zn_Red/SiAl t (min) 0.0 15.7 31.4 47.2 62.9 79.2 94.9 110.8 126.5 142.3 158.0 173.7 189.8 205.7 221.4 237.3 253.0 268.8 284.5 300.3 316.5 332.2 348.2 363.9 379.7 395.4 411.1 427.1 443.0 459.0 474.8 490.5 506.2 522.0 538.0 553.9 569.6 585.4 601.1 616.9 632.6 C2H6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 N2 81.99745 81.20656 82.49117 82.44838 81.53204 82.37411 82.24776 82.21356 82.15167 82.00098 81.95258 81.98201 82.04545 82.35315 82.38266 82.36138 82.41062 82.42066 82.40665 82.38335 82.41607 82.39386 82.34891 82.37742 83.14422 83.42976 83.42443 83.22579 83.51338 83.24877 83.23213 83.1785 83.11595 83.15386 83.11827 83.23221 83.32105 83.7995 83.75616 83.6371 83.58985 CH4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.497976 1.564159 1.468043 1.469311 1.419689 Composição H2 C3 CH3Cl 0 0 18.00255 0 0 18.79344 0 0.010304 17.48905 0 0.008203 17.54342 0 0 18.46796 0 0 17.62589 0 0 17.75224 0 0 17.78644 0 0 17.84833 0 0 17.99902 0 0 18.04742 0 0 18.01799 0 0.021715 17.92122 0 0.025214 17.60872 0 0.027391 17.57515 0 0.031086 17.59248 0 0.033193 17.54083 0 0.034949 17.52892 0 0.036811 17.54072 0 0.037683 17.56301 0 0.037939 17.52967 0 0.038123 17.55216 0 0.036795 17.59833 0 0.036625 17.57015 0 0.09143 16.74367 0 0.081588 16.46941 0 0.065403 16.49452 0 0.056731 16.50013 0 0.048717 16.43526 0 0.044477 16.69411 0 0.040569 16.71499 0 0.037694 16.77183 0 0.034274 16.83809 0 0.031311 16.80902 0 0.029009 16.84696 0 0.029942 16.73215 0 0.021397 15.155 0 0.014339 14.622 0 0.011951 14.76385 0 0.01105 14.88253 0 0.01028 14.98018 iC4 nC4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.009475 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.011617 0.012916 0.014797 0.015054 0.015357 0.01548 0.015825 0.015949 0.016319 0.015852 0.015974 0.015813 0.02068 0.019241 0.015642 0.014376 0.002635 0.01265 0.012316 0.011979 0.011679 0.005816 0.005767 0.005701 0.004585 0 0 0 0 iC5 nC5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 103 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Anexo 1 648.3 664.5 680.2 696.2 711.9 727.6 0 0 0 0 0 0 83.59973 83.93023 83.88876 83.73627 83.82653 83.79463 1.462607 2.11528 1.665311 1.590969 1.693269 1.504662 0 0 0 0 0 0 0.010346 0.011346 0.009776 0.009937 0.010046 0.009976 14.92732 13.94315 14.43615 14.66282 14.47015 14.69073 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 104 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 0 0 0 0 0 0 Anexo 1 Cr_red/SiAl t (min) 0.0 15.8 31.5 47.3 63.1 78.8 94.5 110.7 126.4 142.2 158.0 173.7 189.4 205.1 220.9 236.8 252.5 268.5 284.2 299.9 315.6 331.4 347.5 363.2 378.9 394.9 410.6 426.3 442.0 457.8 473.7 489.3 505.4 521.1 536.8 552.6 568.3 584.5 600.3 616.0 631.8 C2H6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 N2 96.54132 81.66565 81.47943 81.61962 81.72653 81.82566 81.84562 81.80305 81.77429 81.74914 81.77459 81.73448 81.73832 81.7187 81.67903 81.62716 81.59106 81.60449 81.73942 81.88444 81.86347 81.8229 81.81286 81.82269 81.77445 81.75482 81.77593 81.78614 81.79188 81.79942 81.90487 82.05439 82.16342 82.18328 82.17138 82.10457 82.58533 82.16121 82.17701 82.17058 82.16587 CH4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.485929 0.472159 0.469417 0.473222 0.48541 0 0.445149 0.442111 0.446067 0.450144 Composição H2 C3 CH3Cl 2.315944 0 1.142732 0 0 18.33435 0 0 18.52057 0 0 18.38038 0 0 18.27347 0 0 18.17434 0 0 18.15438 0 0 18.19695 0 0 18.22571 0 0 18.25086 0 0 18.22541 0 0 18.26552 0 0 18.26168 0 0 18.2813 0 0 18.32097 0 0 18.37284 0 0 18.40894 0 0 18.39551 0 0 18.26058 0 0 18.11556 0 0 18.13653 0 0 18.1771 0 0 18.18714 0 0 18.17731 0 0 18.22555 0 0 18.24518 0 0 18.22407 0 0 18.21386 0 0 18.20812 0 0 18.20058 0 0 18.09513 0 0 17.45968 0 0 17.36442 0 0 17.34731 0 0 17.3554 0 0 17.41002 0 0 17.41467 0 0 17.39364 0 0 17.38088 0 0 17.38335 0 0 17.38398 iC4 nC4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 iC5 nC5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 105 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Anexo 1 647.5 663.2 678.9 694.7 710.6 726.3 742.2 758.0 773.7 789.5 805.2 821.1 836.8 852.8 868.6 884.3 900.0 915.8 931.9 947.7 963.4 979.2 994.9 1010.7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 82.19141 82.16312 82.91041 83.32816 83.28567 83.29082 83.22055 83.21461 83.23168 83.199 83.16907 83.17675 83.1295 83.13729 82.14403 99.47794 99.7285 99.80153 99.84082 99.86498 99.87997 99.9462 99.95646 99.9629 0.448894 0.475855 1.703422 1.880246 1.827012 1.70338 1.673906 1.596701 1.561453 1.526036 1.49498 1.419399 1.420251 1.394105 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.007371 0.007903 0.008182 0.008076 0.007999 0.007959 0.007928 0.008111 0.008212 0.008209 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 17.3597 17.36103 15.38617 14.79159 14.87994 14.9979 15.09736 15.18062 15.19887 15.26701 15.32802 15.39574 15.44204 15.4604 17.85597 0.522059 0.271501 0.198475 0.159184 0.135019 0.120035 0.053804 0.043536 0.037103 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 106 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Anexo 1 Zn_Ox/SiAl t (min) 0.0 15.8 31.6 47.4 63.1 78.8 94.6 110.4 126.2 142.1 157.8 173.6 189.3 205.0 221.2 236.9 252.6 268.5 284.2 299.9 315.7 331.4 347.3 363.1 379.1 394.9 410.5 426.3 442.0 458.1 473.9 489.6 505.6 521.3 537.1 552.8 568.5 584.4 600.1 616.1 631.8 C2H6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 N2 82.43172 81.55799 81.53472 81.62648 81.97178 81.76596 81.67453 81.63964 81.55514 81.51473 81.5892 81.6057 81.69194 81.64133 81.58433 81.53022 81.48558 81.5497 81.55103 81.5761 81.54825 81.55596 81.55386 81.51366 81.52087 81.50871 81.54101 81.54808 81.54227 81.54418 81.57554 81.72583 81.92315 82.06639 82.14765 81.77178 81.73266 81.82492 81.79803 81.76123 81.81818 CH4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Composição H2 C3 CH3Cl 0 0 17.56828 0 0 18.44201 0 0 18.46528 0 0 18.37352 0 0 18.02822 0 0 18.23404 0 0 18.32547 0 0 18.36036 0 0 18.44486 0 0 18.48527 0 0 18.4108 0 0 18.3943 0 0 18.30806 0 0 18.35867 0 0 18.41567 0 0 18.46978 0 0 18.51442 0 0 18.4503 0 0 18.44897 0 0 18.4239 0 0 18.45175 0 0 18.44404 0 0 18.44614 0 0 18.48634 0 0 18.47913 0 0 18.49129 0 0 18.45899 0 0 18.45192 0 0 18.45773 0 0 18.45582 0 0 18.42446 0 0.019401 18.2446 0 0.026158 18.03941 0 0.025588 17.90802 0 0.025241 17.82711 0 0.025582 18.1914 0 0.024143 18.23207 0 0.023165 18.14072 0 0.022798 18.16826 0 0.022709 18.2048 0 0.022066 18.14892 iC4 nC4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.010171 0.011282 0 0 0.011239 0.011131 0.011199 0.010914 0.01126 0.010836 iC5 nC5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 107 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 Anexo 1 647.5 663.2 678.9 695.1 710.8 726.4 742.2 757.9 773.7 789.4 805.1 821.0 836.8 852.8 868.5 884.3 900.1 915.8 932.0 947.8 963.5 979.4 995.1 1010.9 1026.6 1042.3 1058.4 1074.2 1090.2 1106.0 1121.7 1137.4 1153.2 1169.4 1185.2 1200.9 1216.8 1232.6 1248.3 1264.1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 81.76656 81.7895 81.84873 82.46871 82.38775 82.38349 82.33331 82.32744 82.29656 82.20989 82.28037 82.31491 81.89852 81.72132 81.72667 81.73202 81.69461 81.68913 81.70484 81.70984 81.70541 81.71413 81.71121 81.71008 81.70485 81.70944 81.33532 81.19387 2.120208 8.647967 25.10782 100 0 0 0 0 0 0 38.58983 54.85841 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 97.84634 91.35203 74.89218 0 100 100 100 100 100 100 61.41017 45.14159 0.021383 0.021334 0.037461 0.048677 0.040756 0.035122 0.030456 0.027098 0.024338 0.02179 0.019872 0.017898 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 18.2012 18.17823 18.10153 17.46971 17.55931 17.56951 17.62308 17.63474 17.66851 17.75842 17.69488 17.6672 18.10148 18.27868 18.27333 18.26798 18.30539 18.31087 18.29516 18.29016 18.29459 18.28587 18.28879 18.28992 18.29515 18.29056 18.66468 18.80613 0.033448 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.010851 0.010938 0.012279 0.0129 0.012185 0.011874 0.013157 0.010725 0.010591 0.009893 0.004873 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 108 Leopoldo Oswaldo Alcázar Rojas, Março 2012 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0