UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Miriam Rodrigues TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Estruturação de um banco de dados na Loja Sexto Sentido Moda Íntima LTDA ME. Administração Mercadológica ITAJAÍ (SC) 2007 MIRIAM RODRIGUES TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO Estruturação de um banco de dados na Loja Sexto Sentido Moda Íntima LTDA ME. Trabalho desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí. ITAJAÍ – SC, 2007 Dedico este trabalho: Aos meus pais, Aldemir Ferraz Rodrigues e Nair Pereira Rodrigues, aos meus irmãos Sandro Christian Rodrigues e Juliana Christiane Rodrigues Mazzetto Moroso, à minha cunhada Giselle de Souza, ao meu cunhado Ricardo Luiz Mazzetto Moroso, ao meu sobrinho Gabriel Christian de Souza Rodrigues e, à minha sobrinha e afilhada Marcella Rodrigues Mazzetto Moroso, por todo amor a mim dedicado, por estarem sempre presentes em todos os momentos de minha vida, e por saber que posso contar com todos a qualquer hora. A todos vocês, muito obrigada. Meus Agradecimentos: Inicialmente, agradeço a Deus, por ter escolhido me inserir neste mundo, na família da qual faço parte e por estar sempre ao meu lado em todas as horas; À minha família, pelo amor recebido e por todo apoio e dedicação nos momentos em que mais precisei; Ao meu orientador, Profº. Luiz Carlos dos Santos, pelo empenho e tempo dedicado para a conclusão deste trabalho; À minha irmã, Juliana Christiane Rodrigues Mazzetto Moroso, proprietária da loja Sexto Sentido Moda Intima Ltda ME., na qual tive o prazer de estagiar, agradecendo pela oportunidade, bem como pela pessoa maravilhosa que ela é; A todos os meus amigos, pelas palavras e atitudes de incentivo nos momentos de desânimo, pela postura diante das dificuldades; Não poderia deixar de citar uma pessoa que faz parte de minha vida e que tem feito meus dias felizes: meu namorado Nadim Farid Nicolau Neto. “[...] na minha vida pública, tudo o que sinto e cogito não tem refolhos, nem recantos. Não dou aos meus amigos particulares, quanto mais a políticos, cartas, que não preveja o caso de se publicarem. Ainda nos meus atos privados, não escrevo nada, que não possa entrar em publicidade. E não o escrevo, porque não o digo. E não o digo; porque dentro de mim não há propósitos, ou sentimentos, de que me envergonhe. Quando falo, ou escrevo, abro o meu coração, a minha razão, a minha consciência, e deixo-os verter, em toda a sinceridade, o que encerram. Se eles me ditam, silencio, emudeço. Mas, falando, é para falar verdade. Este o segredo é único de alguma autoridade moral, que eu possa ter entre os meus semelhantes” Rui Barbosa, (Trecho da conferência “Às Classes Conservadoras”). EQUIPE TÉCNICA a) Nome do estagiário Miriam Rodrigues b) Área de estágio Administração Geral c) Supervisor de campo Juliana Christiane Rodrigues Mazzetto Moroso - Proprietária d) Orientador de estágio Prof. MSc. Luiz Carlos dos Santos e) Responsável pelo Estágio Supervisionado em Administração Prof. MSc. Eduardo Krieger da Silva DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA a) Razão social Sexto Sentido Moda Íntima LTDA ME b) Endereço Av. Brasil, Nr 530, Sala 02, Centro, Balneário Camboriú – SC c) Setor de desenvolvimento do estágio Administração Geral d) Duração do estágio 300 horas e) Nome e cargo do orientador de campo Juliana Christiane Rodrigues Mazzetto Moroso - Proprietária f) Carimbo e visto da empresa RESUMO A relação com os clientes tem sido primordial para o sucesso das empresas em todos os segmentos de mercado. Mesmo em nichos específicos, como o de roupas íntimas, a necessidade de estabelecer condições de melhor relacionamento com os consumidores é inconteste. Este trabalho trata de uma estruturação de banco de dados para a Loja Sexto Sentido Moda Íntima Ltda. ME e foi desenvolvido dentro da organização pelo método qualitativo, verificando a documentação disponível, entrevistando a proprietária e observando o comportamento dos concorrentes. Foi possível, face ao desenvolvimento do trabalho, produzir modificações significativas dentro da organização, criando-se um cadastro com detalhamentos apropriados para que se possa conhecer melhor os clientes e utilizar o banco de dados com muito mais eficiência e direcionamento. PALAVRAS-CHAVE: Pesquisa de mercado, reestruturação de cadastro, banco de dados. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1 – Organograma da Empresa ..................................................................... 30 Quadro 1 - Fornecedores com maior percentual de compra ..................................... 32 Quadro 2 - Listagem de fornecedores por produto.................................................... 32 Quadro 3 – Ficha de cadastro da Loja ...................................................................... 35 Quadro 4 – Descrição de falhas das fichas cadastrais.............................................. 35 Quadro 5 – Revisão da ficha cadastral ..................................................................... 36 Quadro 6 – Análise ficha cadastral nova ................................................................... 38 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................11 1.1 Justificativa ....................................................................................12 1.2 Objetivos gerais e específicos .....................................................13 1.3 Aspectos metodológicos ..............................................................13 1.3.1 Caracterização da pesquisa .........................................................13 1.3.2 Contexto e participantes do trabalho de estágio ...........................14 1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados.......................14 1.3.4 Tratamento e análise dos dados ...................................................14 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..............................................................15 2.1 Aspectos gerais da administração ...............................................15 2.2 Funções da administração............................................................17 2.2.1 Planejar ........................................................................................17 2.2.2 Organizar ......................................................................................18 2.2.3 Dirigir ............................................................................................19 2.2.4 Controlar.......................................................................................20 2.3 Marketing .......................................................................................20 2.3.1 Composto de marketing ................................................................21 2.3.2 Administração de marketing ........................................................23 2.3.3 Promoção .....................................................................................23 2.3.4 Comunicação................................................................................24 2.3.5 Mala direta ...................................................................................25 2.3.6 Mídia.............................................................................................26 2.4 Pesquisa de marketing..................................................................26 3 PESQUISA REALIZADA ...................................................................28 3.1 Caracterização da empresa ..........................................................28 3.1.1 Missão, visão e valores ................................................................29 3.1.2 Estrutura organizacional da empresa ...........................................30 3.1.3 Marca da empresa .......................................................................31 3.1.4 Processo de vendas e de serviços ...............................................31 3.1.5 Principais fornecedores ................................................................31 3.1.6 Mercado em que atua e concorrentes ..........................................33 3.1.7 Relação da empresa com a sociedade .........................................34 3.1.8 Responsabilidade social ...............................................................34 3.1.9 Pesquisa interna da loja ...............................................................34 3.1.10 Pesquisa de observação da concorrência ..................................39 4 SUGESTÕES .....................................................................................42 5 CONCLUSÃO ....................................................................................43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .....................................................45 APÊNDICE ...........................................................................................47 ANEXO .................................................................................................48 DECLARAÇÃO DE ACEITE .................................................................49 DECLARAÇÃO DE CUMPRIMENTO DE CARGA HORÁRIA ..............50 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS .................................................51 11 1 INTRODUÇÃO São os clientes que, ao optar pelo produto ou pelo serviço de uma determinada organização, colocam-na em evidência, permitindo seus resultados e o seu crescimento na participação de mercado. Para tanto, é razoável que as organizações, dia após dia, busquem saber mais sobre o perfil de cada consumidor, conhecendo o seu estilo de vida, do que gosta, a sua capacidade de compra, entre muitas outras informações, de maneira a poder atendê-los da melhor forma possível e, assim, criar um vínculo de fidelidade com eles. Saber acompanhar as tendências e os gostos dos clientes, suas mudanças de comportamento e de potencial de consumo, exige que as empresas concebam estratégias, buscando com as ferramentas que o Marketing dispõe, implementar medidas destinadas a retê-los. Grandes organizações se esmeram no sentido de manter um banco de dados a respeito de cada um de seus clientes, ensejando que ações em sua direção sejam possíveis a qualquer momento. Na verdade, mesmo pequenas empresas poderiam tomar esta iniciativa, desde que entendessem a importância do procedimento. A rigor, talvez seja até mais fácil nas pequenas empresas estabelecer essas medidas, pois a ligação com o cliente é mais direta e provavelmente mais fácil. Conhecer o cliente é a base de tudo, pois a partir desse conhecimento tornase possível dar-lhe um bom atendimento, obter a sua satisfação e angariar a sua fidelidade. A loja Sexto Sentido, sediada em Balneário Camboriú (SC), não obstante o pouco tempo de atividade, pois tem cerca de dois anos, demonstra exatamente esta fragilidade a inibir o seu desempenho, pois não estabeleceu como diretriz de atendimento a formação de um cadastro mais efetivo dos seus clientes. Assim, uma ferramenta indispensável como esta não se encontra disponível para reforçar o relacionamento com a sua clientela. Este estudo se propõe a criar um banco de dados para a Empresa, dotandoa deste instrumento indispensável para se relacionar com os clientes, aumentar seu grau de fidelidade e, como conseqüência, permitir que ocorram mais vendas. 12 1.1 Justificativa Diante do exposto, considerando a convicção de que as organizações precisam conhecer cada vez mais os seus clientes, a fim de orientar ações em sua direção com a finalidade de obter melhores resultados, é que se estabelece o problema de pesquisa deste trabalho: Qual a vantagem da criação de um banco de dados para a Loja Sexto Sentido? O desenvolvimento deste trabalho foi de grande importância, pois permitiu que a empresa pudesse conhecer melhor os seus clientes, por conta da necessidade de contatar com eles e de obter informações atualizadas a seu respeito. A pesquisadora espera que, a partir de um banco de dados bem elaborado, advenha, como conseqüência, a ampliação das vendas da Loja Sexto Sentido Moda Íntima Ltda. ME. Para a acadêmica houve a possibilidade de utilizar os conceitos adquiridos no Curso de Administração, transformando-os em ações reais, visando ao benefício da empresa. Para a Universidade o estudo pode ser acrescentado que estão disponíveis, aumentando o volume de material de pesquisa tão necessário ao meio universitário. Embora, na Universidade, existam outros trabalhos semelhantes, poderá servir de nova base referencial para outras pesquisas. Na empresa ainda não havia ocorrido nenhum estágio acadêmico, permitindo que seus participantes pudessem usufruir as orientações recebidas neste tipo de trabalho, gerando um processo novo e de valia para todos. Este estudo foi viável e pode ser realizado sem maiores dificuldades, porque a estagiária teve livre acesso às informações dentro da empresa, além de dispor de tempo para realizar a atividade a um baixo custo para as partes envolvidas. Embora tenha se tratado de um estudo voltado especificamente para uma área da empresa, foi possível atentar para outros itens, especialmente quanto às questões do empreendedor e do administrador no cotidiano de sua futura profissão. Como assinala Bernardi (2003, p. 133): Liderar e empreender é lidar com a mudança e a inovação, portanto com o risco, e gerenciar é lidar com a complexidade, o que exige do empreendedor posturas diferenciadas, por vezes conflitantes, como faces diferentes de uma mesma moeda. 13 1.2 Objetivos geral e específicos O objetivo deste trabalho foi estruturar um banco de dados na loja Sexto Sentido Moda Íntima Ltda. ME. Para atender ao propósito acima, definiram-se os seguintes objetivos específicos: − Levantamento da situação da empresa. − Identificação e levantamento das práticas de relacionamento dos principais concorrentes. − Efetuar comparativo de práticas, a fim de orientar os procedimentos quanto ao banco de dados. 1.3 Aspectos metodológicos Neste item se descreve a metodologia empregada para o desenvolvimento da pesquisa, indicando formas, condições de coleta, análise e avaliação dos dados obtidos. 1.3.1 Caracterização da pesquisa Esta pesquisa tem a finalidade de formar um banco de dados para a loja Sexto Sentido Moda Íntima Ltda. ME, de tal maneira que, com as informações coletadas, a empresa possa manter um relacionamento mais aprofundado com seus clientes. Para garantir este objetivo, a metodologia da pesquisa teve um caráter qualitativo, buscando dados tanto em fontes secundárias, quanto em fontes primárias, estas retiradas de entrevistas. Documentos fornecidos pela empresa e observação da concorrência completaram a abrangência da prospecção. Na visão de Richardson (1999, p. 79): 14 Abordagem qualitativa de um problema, além de ser uma opção do investigador, justifica-se, sobretudo, por ser uma forma adequada para atender a natureza de um fenômeno social. O caráter qualitativo se deve à preocupação da estagiária na elaboração do plano de estudo e de apresentar soluções adequadas para problemas evidenciados. A forma do trabalho foi através de um estudo de caso, que, segundo Vergara (2000, p. 49): [...] é circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade ou mesmo país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. 1.3.2 Contexto e participantes do trabalho de estágio Para a elaboração deste trabalho a estagiária efetuou uma entrevista com a proprietária e colheu, em campo, observação nas lojas concorrentes, verificando seus procedimentos e o seu modo de contatos com os clientes. 1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados Os dados foram obtidos de fontes primárias e de fontes secundárias. Segundo Mattar (2000, p. 48), “os dados primários são aqueles coletados com um único objetivo de satisfazer às necessidades da pesquisa”. Os dados secundários já foram coletados anteriormente e que são apropriados para auxiliar na pesquisa atual. 1.3.4 Tratamento e análise dos dados Os dados para análise serão organizados, dispostos em quadros e textos, com vistas ao seu claro entendimento. 15 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Este capítulo apresenta a fundamentação teórica do trabalho, levantando texto de autores no tocante à Administração, Marketing e Pesquisa de Marketing. 2.1 Aspectos gerais da administração A administração, como procedimento de pessoas com objetivos, remonta aos primórdios da Humanidade. Como se poderia erguer uma pirâmide se a sua construção não fosse extremamente bem administrada, exigindo desempenho, método, logística, liderança, estocagem e rotinas operacionais? O Código de Hamurabi, datado de 1.700 AC, encontrado na Mesopotâmia, é um código de leis que estampa, em seus capítulos, normas de conduta e de administração. Não estaria aí a administração? Considera-se, contudo, que foi a Revolução Industrial, no final do Século XVII, que deu margem à utilização de termos ligados ao que seria considerada, anos depois, a Ciência da Administração. A partir da Inglaterra, onde ocorreu o forte movimento que transformou o mundo, as empresas e as pessoas, a Revolução Industrial gerou mudanças enormes, tornando a produção mais eficiente e exigindo que aqueles que administravam as empresas melhorassem o seu desempenho, a sua maneira de planejar e de agir. O estilo de administração até então usado, não condizia com a realidade. Foram, portanto, necessárias mudanças na organização das empresas, especialização e também a divisão do trabalho. Um dos primeiros estudos a respeito da aplicação de um método científico na administração foi desenvolvido por Taylor (apud KWASNICKA, 1988), nos Estados Unidos. De operário comum a engenheiro-chefe, sua contribuição no campo da administração foi fundamental. Entre 1903 e 1920, desde seu primeiro livro, o seu estudo se concentrava na relação tempo, produtividade e venda, à racionalização de tarefas, agilidade e na aptidão do indivíduo, de acordo com sua capacidade. Uma segunda fase de Taylor, apresentada no livro The Principles of Scientific Management, trouxe novas concepções com o intuito de aumentar a eficiência na 16 produção, considerando questões como sistema de incentivo e estudo de tempos e métodos. Kwasnicka (1988, p. 26) assegura que os métodos trazidos por Taylor em 1911, “são os quatro processos administrativos que servem de orientação à ciência administrativa até o dia de hoje, que são: planejamento, organização, execução e controle”. A teoria clássica de Taylor aborda o sistema fechado e preocupa-se apenas com o nível operacional da empresa. Outro importante estudioso da administração foi Henry Fayol (apud KWASNICKA, 1988), em seus trabalhos realizados na França. Diferentemente de Taylor, que se baseou em observações que partiam da base para o topo, Fayol fez observações do topo para a base. Fayol explorou os elementos primários, dando maior ênfase nos processos e princípios desenvolvidos, os quais poderiam ser aplicados em qualquer tipo de organização. Segundo Motta e Vasconcelos (2006, p. 24) “O estilo de Fayol é esquemático e bem estruturado. É dele a clássica divisão das funções do administrador em planejar, organizar, coordenar, comandar e controlar”. Max Weber, segundo Chiavenato (2002, p. 2), “é considerado o primeiro teórico das organizações”. No início do século XX, Weber publicou um livro sobre as maiores organizações de sua época, que denominou de “burocracias”, produzindo o que hoje se denomina a Teoria Burocrática e que foi, posteriormente, a raiz da Teoria Estruturalista. A Teoria das Relações Humanas surgiu dando ênfase maior à dimensão humana da administração. A Teoria das Relações humanas nasceu a partir da Experiência de Hawthorne, com Elton Mayo, da qual se concluiu que a produtividade no trabalho aumentava à medida que seus trabalhadores tivessem a atenção da diretoria. A Teoria de Sistemas, da década de 50, introduzida pelo biólogo alemão Ludwig von Bertalanffy, desenvolveu um pensamento que considerava que nenhuma teoria ou sistema deveria ser analisada separadamente, mas que para se obter um melhor resultado ou uma melhor compreensão, era necessária a integração de todas as partes, face à sua dependência recíproca, compreendendo que: “Um sistema é um grupo de elementos inter-relacionados e integrados de forma a obter um dado resultado” (KWASNICKA, 1988, p. 33). A partir da Teoria de Sistemas originou-se a Teoria Contingencial, ou situacional, que tem como princípio básico: “Que não basta apenas considerar as 17 várias relações internas e externas à Organização, mas de que a organização deverá estar pronta a adaptar-se às diferentes situações que esses ambientes possam apresentar” (KWASNICKA, 1988, p. 38). As teorias mudam conforme a capacidade do homem em observar seu contexto social na época em que vive, e assim, estabelecer conceitos sobre o que lhe causa interesse, que são naturalmente, regidos pelo o que ele tem ao seu dispor. Por isso, os diversificados enfoques sobre a administração. Para Silva (2002, p. 6) a administração “é um conjunto de atividades dirigidas à utilização eficiente e eficaz dos recursos, no sentido de alcançar um ou mais objetivos ou metas organizacionais”. 2.2 Funções da administração Os processos administrativos compreendem quatro funções básicas as quais o administrador deve ter consciência e dominá-las perfeitamente. Autores como Silva (2002), Motta e Vasconcelos (2006) e Kwasnicka (1988) tratam das funções como quatro, simplificando os verbos de Fayol comandar e coordenar como um só. 2.2.1 Planejar No processo de administração, a função planejar, segundo Kwasnicka (1988, p. 152), é a função principal deste procedimento. O planejamento ocorre em todas as atividades e implica a determinação de métodos, os tipos de controle necessários e qual o tipo de administração que será utilizado. É preciso saber também que, em virtude de razões externas, o planejamento pode ser alterado, por isso ele precisa ser flexível. Kwasnicka (1988, p. 154) define o planejamento como [...] a atividade pela qual administradores analisam condições presentes para determinar formas de atingir um futuro desejado. Isso envolve as atividades de antecipar, influenciar e controlar a natureza e direção de mudanças. Planejamento é um processo contínuo 18 envolvendo noções de percepção, análise, pensamento conceitual, comunicação e ação. A tomada de decisão implica a escolha entre duas ou mais alternativas, sob a responsabilidade do administrador. É necessário saber decidir com base em critérios racionais que tentem alcançar os objetivos propostos. Sobre a importância dos objetivos, Stoner e Freeman (1994, p. 136) consideram que: “Os objetivos proporcionam um senso de direção; focalizam nossos esforços; guiam nossos planos e decisões e nos ajudam a avaliar o nosso progresso”. Kwasnicka (1988, p. 154) considera que o planejamento tem cinco elementos básicos: 1. Avaliação das condições atuais: consiste no reconhecimento de inadequações que influem na mudança pelas condições atuais. Quando houver alguma insatisfação ou problemas no trabalho, deve-se reconhecer a causa e estruturar um planejamento de mudanças ou que corrija os problemas. 2. O fator tempo: o planejamento pode ser de curto ou de longo prazo. O de curto prazo é o que está relacionado com o futuro próximo: mês seguinte, ano seguinte. O de longo prazo estabelece um curso de ação para cinco, dez ou mais anos. 3. Os problemas de previsão: a previsão reúne um corpo de procedimentos e técnicas para predizer condições e eventos possíveis de ocorrer no futuro. No entanto, a previsão não é algo exato. 4. A coleta e a análise dos dados: consiste na informação. Para que o planejamento seja eficaz é preciso da qualidade e da quantidade de dados disponíveis. 5. A coordenação dos planos: é o inter-relacionamento entre os planos. Compreendendo que os planos de longo prazo são de responsabilidade da alta administração, e dos de curto prazo são orientados em torno de operações cotidianas, em níveis mais baixos. 2.2.2 Organizar Para Silva (2002, p. 10) a organização é o “processo de designação e de tarefas, de agrupamento de tarefas em departamentos e de alocação de recursos para os departamentos”. Kwasnicka (1988, p. 172) entende que “a organização significa o agrupamento das atividades formais e informais da empresa, com a estrutura de autoridade”. A organização tem vantagens e desvantagens, segundo Kwasnicka (1988, p. 173), a saber: 19 Vantagens da organização: a) Especialização é a divisão do trabalho. A produção da empresa deve ser dividida em várias partes, que são designadas a várias pessoas. Cada uma se especializará em uma determinada tarefa. b) Economia de escala é o custo que cai proporcionalmente ao aumento do número de produtos, isto é, quanto mais se faz menor tende a ser o preço, proporcionalmente. c) Flexibilidade no tempo de produção: o tempo para se produzir depende da necessidade dessa produção. Desvantagens da organização: a) Os dois lados de uma organização: há uma tendência das organizações em criarem dois grupos distintos, um dentro e outro fora da organização, o que pode causar uma alienação entre eles, apesar de manterem certa lealdade entre si. b) Desejo de homogeneidade: este desejo pode prejudicar o crescimento de uma organização, gerando, até mesmo, um conflito organizacional. c) Indivíduo x organização: os indivíduos são colocados em situações de trabalho opostas ao desenvolvimento de sua personalidade; eles são forçados a ser dependentes, subordinados e submissos. Sobre o assunto, assinalam Stoner e Fremann (1994, p. 230): A estrutura organizacional - o modo como as atividades de uma organização são divididas, organizadas e coordenadas – proporciona um arcabouço estável que ajuda seus membros a trabalhar em conjunto para alcançar os objetivos organizacionais. 2.2.3 Dirigir Dirigir uma organização consiste em um processo de alta responsabilidade. Diferentemente de planejar e organizar, a liderança é uma atividade que requer um trabalho direto com as pessoas. Para Stoner e Freeman (1994, p. 344), “dirigir faz parte de um processo de liderança e de causar influência nas atividades relacionadas às tarefas daqueles que fazem parte do grupo”. Silva (2002, p. 10) trata da direção como a “influência para que outras pessoas realizem suas tarefas de modo a alcançar os objetivos estabelecidos, envolvendo energização, ativação e persuasão daquelas pessoas”. Faz-se necessário propiciar um ambiente de trabalho harmonioso, de respeito e boas condições por parte dos administradores a fim de que os trabalhadores dêem o melhor de si em prol do crescimento da empresa. 20 Dirigir é, portanto, o ato de realizar tarefas a fim de que se alcancem os objetivos propostos em uma organização. 2.2.4 Controlar A função controlar consiste na averiguação das ações realizadas pelos membros da organização com o intuito de saber se estão de acordo com o que foi planejado. O controle deve avaliar o desempenho geral da organização, definido por Kwasnicka (1988, p. 185) como “controle organizacional”. Outro aspecto da função é o controle operacional, que avalia os desempenhos diários, os quais podem passar por uma correção imediata, a fim de que se obtenham os padrões desejados. O controle organizacional está nas ações de redefinição de objetivos, replanejamento, na comunicação e na motivação dos empregados, enquanto o operacional está na averiguação do volume de produção diária, qualidade de produção, em problemas com abastecimento, enfim, nas questões pontuais da empresa. No entanto, tanto o controle organizacional quanto o operacional são indispensáveis para a eficácia do controle. Ainda há de se atentar ao momento de controlar, ou seja, de perceber a melhor época para a aplicação do controle. Kwasnicka (1988, p. 186) sugere: O pré-controle ou preventivo: Qualquer técnica que possibilite identificar o problema antes de ele ocorrer [...] tais como orçamento de caixa, previsão de vendas. Controle contínuo: Mede os desvios à medida que ele ocorre. Apesar de não ser tão ideal como o pré-controle ele pode evitar grandes danos. Controle histórico: A grande maioria dos valores avalia os resultados após ocorrência do fato. Se alguma ação corretiva necessita ser tomada ela será em função de evitar que os erros ocorram novamente. 2.3 Marketing Nas empresas estruturadas, a ação do Marketing permeia todas as atividades. Com o objetivo de atingir o consumidor, levando-lhe o nome da empresa, 21 a fim de conquistar a sua confiança e a sua credibilidade, o marketing entra como uma ação necessária. A empresa quer atender o cliente, conquistá-lo, oferecer seu produto com qualidade, entre outras perspectivas que implicam o mercado comercial, como formas de pagamento, atendimento e estreitos laços de um bom relacionamento entre loja e cliente. Segundo Giglio (1996, p. 13): “Marketing é um conjunto de ações orientadas para o cliente, que tem como retaguarda o marketing integrado, visando gerar a sua satisfação e bem-estar a longo prazo, como chave para atingir metas organizacionais”. Este conjunto de ações referido pelo autor deve ser compreendido como uma prática por todos os que a compõem. Uma prática que se desenvolve na apresentação do produto, na aplicação do preço, na pesquisa dos interesses do cliente, na comunicação, na produção ou em todas as outras atividades. Todas elas têm a incumbência, no ambiente de competitividade, de fazer o nome da empresa ser líder no mercado, alcançar o maior número possível de clientes e, propõe Giglio (1996, p. 13) “para encantar os já clientes, buscando a excelência”. Uma das áreas mais importantes da administração, o marketing vem se inserindo nas organizações e ganhando cada vez mais espaço no meio empresarial. A palavra marketing significa mercadejando, sendo um termo utilizado para expressar as várias ações voltadas para o mercado. Portanto se uma empresa centra as suas ações e o seu foco no mercado utiliza o marketing. Assim, a rigor, todas precisam fazer isso, mesmo aquelas consideradas sem fins lucrativos. Churchill e Peter (2000, p. 4) consideram a definição do que seja marketing utilizando a American Marketing Association (AMA): “é o processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços, a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”. 2.3.1 Composto de marketing Os objetivos e metas que as organizações buscam alcançar, necessitam de uma combinação de ferramentas estratégicas, utilizadas para criar valor para os 22 clientes, denominada composto de marketing. Este composto compreende quatro partes: produto, preço, promoção e distribuição: 1) Produto é qualquer bem ou serviço que atende às necessidades dos consumidores. Para Las Casas (1997) é o objeto principal das relações de troca, oferecido a um mercado, enquanto Sandhusen (2003) o define como qualquer bem tangível ou intangível, oferecido para a aquisição, utilização ou consumo, capaz de satisfazer às necessidades de seus compradores. O produto deve ser motivo de total atenção por parte das empresas, pois é a partir das suas características e dos seus benefícios que se encontra os consumidores. 2) O preço ainda é o fator determinante na compra de um determinado produto ou serviço. O preço representa uma troca com o consumidor do esforço feito pela empresa através da alocação de seus recursos. Para Dias (2004) preço pode ser considerado como ”o montante pago em troca do uso de um benefício proporcionado por um produto ou serviço”. Las Casas (1997) recomenda que o preço seja determinado através de pesquisa de mercado e dos seus efetivos custos, pois ele pesa consideravelmente nas decisões dos clientes, quando eles estão avaliando alternativas para comprar. 3) A promoção compreende um conjunto de atividades envolvendo a publicidade do produto, as relações públicas, a promoção de vendas, a venda pessoal e o merchandising. Churchill e Peter (2000, p. 489) consideram que a promoção é “a pressão exercida na mídia e fora dela [...] visando ao consumidor, para estimular experiencias com um produto, aumentar a demanda ou melhorar a disponibilidade do produto”. Portanto, a promoção é o mecanismo de relacionamento da empresa e do produto com o consumidor ou cliente. 4) A distribuição envolve planejamento, implementação e controle dos fluxos físicos de materiais e bens finais dos pontos de origem aos pontos de uso, para atender às exigências do consumidor. Qualquer empresa deve decidir sobre a melhor maneira de como estocar e como movimentar seus bens e serviços para chegar aos seus clientes e consumidores. Segundo Sandhusen (2003, p. 5) “[...] abrange duas áreas: canais de distribuição [...] e distribuição física [...] projetadas para disponibilizar os produtos em momentos e pontos apropriados nos canais de markting”. Assim, a empresa deve estar atenta a este aspecto pois no momento em que seu cliente necessitar do produto e não o encontrar facilmente, uma empresa concorrente poderá atendê-lo. 23 2.3.2 Administração de marketing A American Marketing Association (AMA) emitiu, em 1985, o seguinte conceito sobre administração de marketing, conforme cita Kotler (1996, p. 30): Administração de marketing é o processo de planejamento e execução da concepção, preço, promoção e distribuição de bens, serviços e idéias para criar trocas com grupos-alvo que satisfaçam os consumidores e os objetivos organizacionais. A partir deste conceito pode-se compreender que na administração de marketing há o envolvimento de análise, planejamento, implementação e controle, “que envolve bens, serviços e idéias, que se fundamenta na noção de troca; que é a meta a produzir satisfação para as partes envolvidas”, diz Kotler (1996, p. 30). Ainda de acordo com Kotler (1996) a administração de marketing é o processo que faz a organização se relacionar com o mercado, criar produtos e serviços para satisfazer consumidores, obter lucro, colocar os bens à disposição dos consumidores de forma precisa e adotar procedimentos de comunicação e ferramentas de promoções corretas. 2.3.3 Promoção A palavra “promoção” sempre teve um significado mais abrangente, referindo-se às atividades de propaganda, vendas pessoais, a própria promoção de vendas e relações públicas. O mundo dos negócios, no entanto, evoluiu, buscou sofisticações e as palavras e expressões passaram a ganhar um significado mais singular e menos abrangente. A palavra promoção deixou de ser usada da forma que era, dando espaço, com o começo da evolução mercantil, à “Comunicação Multidisciplinar” e ao “Marketing Promocional”, através do qual a expressão “comunicação de vendas” faz parte e relaciona-se com outros utensílios de comunicação e também de vendas. A promoção de vendas é, segundo Ferraciú (1997, p. 9) 24 Uma técnica de promover vendas. Promover implica fomentar, ser a causa, dar impulso, fazer, avançar, provocar, diligenciar, desenvolver, originar, favorecer, etc. Não implica propriamente vender, mas diligenciar, esforçar, empenhar-se, através de qualquer idéia ou ação para que isso aconteça. A partir deste conceito pode-se perceber que a promoção de vendas dá o subsídio para que o objetivo “venda” se consuma. Uma vez que uma empresa pretende lançar seu nome no mercado, atrair consumidores, vender seu produto e ser considerada por sua qualidade, entre outros adjetivos, a promoção de vendas entra como uma ferramenta necessária para chamar a clientela, disputando espaço entre a concorrência e está intimamente ligada com a comunicação e com a venda propriamente dita. Ferracciu (1997) considera a promoção de vendas como a coordenação dos esforços e atividades das áreas de vendas, propaganda, merchandising, entre outras atividades do ramo da comunicação, que propiciam um impacto no local de vendas. Pode ser entendida, também, como a criação de um “acontecimento” que impressione o público-alvo em relação àquilo que está sendo vendido, ou seja, um esforço feito para levar o produto ao consumidor, valendo-se da publicidade para atingir tal fim. 2.3.4 Comunicação As ações de transmitir e de receber uma mensagem compreendem-se como comunicação, seja esta realizada através de linguagem verbal ou não verbal, ou seja, com o uso de palavras ou não. A comunicação, na área de marketing, é a transmissão de uma determinada mensagem que pode ser de promoção de vendas, por exemplo. É querer fazer-se conhecido ao público alvo; a comunicação existe para atingi-lo. É através da comunicação que se pode causar o impacto desejado no público consumidor e nele, despertar o interesse ou a curiosidade pelo produto oferecido. A fim de se fazer percebido o produto oferecido por uma empresa, a propaganda é o instrumento de maior relevância, segundo Kwasnicka (1988, p. 114): 25 Propaganda – É a forma utilizada para a apresentação não pessoal de idéias, bens e serviços por um patrocinador identificado. É através da propaganda que o produtor torna o produto conhecido ou lembra o consumidor de produtos já no mercado. [...] procura atingir mais de um objetivo. É usada não só para divulgar o produto, como também para divulgar a empresa. É a chamada propaganda institucional, que procura influenciar a criar e manter uma imagem favorável da empresa. Os veículos de comunicação são vários: televisão, jornais, revistas, rádio, outdoor, entre outros. Drucker (1998, p. 491) adverte, porém, que “a comunicação atual é tão intensa e rápida que as pessoas se empanturram de informações diversas sem as ingeri-las saudavelmente”. Na verdade ele deseja ponderar aos administradores que a comunicação deve ser bem feita, equilibrada e que não atrapalhe ao invés de divulgar o produto ou serviço. 2.3.5 Mala direta A mala direta consiste em uma correspondência, uma carta, destinada a todos os clientes cadastrados de uma empresa. Esta carta deve ter um texto padrão. Caso seja uma promoção de venda, basta aguardar um pouco que o retorno será rápido. No caso de ser uma divulgação, é preciso observar a resposta dos interessados ao longo de algumas semanas. A mala direta é considerada um dos meios de marketing mais simples que existem. Por conta dessa simplicidade e também da flexibilidade que lhe são atributos, a mala direta tem o poder de alcançar um grande número de pessoas a um custo menor, se comparado aos custos televisivos, por exemplo. Com a mala direta, o empresário tem o controle, segundo Bacon (1994, p. 27): Desde o tamanho, textura e cor do papel, os números de páginas, até a maneira que você endereça a seus clientes potenciam os compradores. Você pode colocar no correio tudo que o regulamento postal, seu orçamento e consciência permitirem. Outra vantagem deste tipo de comunicação é que envolve o leitor física e mentalmente ao passar a mensagem desejada. Mas é preciso atentar a forma de apresentação da mala, pois quanto mais criativa, mais atraente será para quem a 26 receber. Algumas perspectivas devem ser refletidas para o sucesso deste procedimento mercadológico, de acordo com Giglio (1996, p. 133): * O que se quer transmitir deve ser importante para o cliente; caso atenda particularidades apenas da empresa, o cliente não dará atenção; * A mensagem deverá ser escrita de maneira a ser compreendida por todos, ou seja, a mensagem não pode ser enganosa para não ser compreendida como uma tentativa de ‘empurrar produtos encalhados’, por exemplo; * A mensagem deve chegar à pessoa certa, ao seu público alvo, para isto a empresa precisa ser organizada; e, * Assim, como resultado, os interessados procurarão a empresa e quando precisarem do produto ou serviço buscarão por esta empresa. Pode-se observar que a mala-direta é um recurso útil a qualquer empresa, principalmente à micro e pequenas empresas, justamente pelo seu baixo custo, pois uma mensagem pode integrar tudo o que a empresa deseja mostrar aos seus clientes. 2.3.6 Mídia Mídia é uma palavra derivada do latim que significa meio. Atualmente, compreendida como meios de comunicação, designando todos os veículos que são utilizados para a divulgação de conteúdos de publicidade e propaganda. Mais especificamente, se refere aos meios de comunicação de massa. É preciso conhecer o consumidor, saber o que ele precisa para escolher o instrumento mais adequado de mídia para fazer divulgação. É no trabalho de todas essas relevâncias que a empresa poderá alcançar seu objetivo de venda e fazer seu nome no mercado comercial (KOCH, 2007; O QUE É MÍDIA, 2007). 2.4 Pesquisa de marketing A pesquisa de marketing diz respeito aos estudos e às investigações que servem como referência a uma empresa que busca se destacar no mercado. A 27 pesquisa serve para trazer dados sobre os consumidores e os concorrentes, para entender um problema ou compreender uma oportunidade de negócios. Segundo Mattar (2000, p. 15), a definição de pesquisa de marketing é: [...] a investigação sistemática, controlada, empírica e crítica de dados com o objetivo de descobrir e (ou) descrever fatos e (ou) de verificar a existência de relações presumidas entre fatos (ou variáveis) referentes ao marketing de bens, serviços e idéias, e ao marketing como área de conhecimento e administração. A pesquisa de marketing é necessária para saber o que o mercado pede, o que faz a concorrência e o que necessita o consumidor. Assim, pode-se estudar alternativas para corrigir uma situação ou destacar-se no mercado. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Datacenso (2007), na capital do Paraná, Curitiba, 67% das empresas não utilizam a pesquisa de marketing como ferramenta de estudo. No entanto, as empresas que a realizaram, tiveram uma melhoria significativa nas vendas. Uma das empresas passou a utilizar variados tipos de pesquisa de marketing em operações estratégicas. A pesquisa de marketing, conforme Mattar (2000), é dividida em quatro etapas: Na primeira, o reconhecimento e formulação de um problema de pesquisa: a partir do que a empresa deseja investigar; na segunda, o planejamento da pesquisa, com a definição dos objetivos da pesquisa, determinação das fontes dos dados, escolha dos métodos de pesquisa, da forma de coleta de dados e do estabelecimento de um cronograma, com definição de prazos e datas, para o cumprimento de cada etapa e de suas subdivisões; na terceira, está a execução propriamente dita da pesquisa,compreendendo duas atividades: a coleta dos dados e seu processamento, análise e interpretação; a quarta etapa é a comunicação dos resultados, a apresentação escrita e oral das principais descobertas da pesquisa, relacionadas ao problema que lhe deu origem, bem como de sugestões e recomendações de ações pertinentes a sua solução (SHIMOYAMA, 2007). 2.4.1 Marketing de relacionamento O marketing e suas características trazem ao seu administrador a capacidade de formular estratégias para abordar o cliente e satisfazê-lo. Com isso, o 28 relacionamento existente entre a empresa, seus fornecedores, clientes, consumidores, enfim, toda a organização está direcionada ao cliente. É através do marketing de relacionamento, que as organizações podem projetar e lançar ações voltadas aos clientes, buscando sempre que estes tornen-se cada vez mais próximos de seus produtos e serviços, fidelizando seus clientes fazendo com que utilizem seus produtos e indiquem a inúmeras pessoas, pois indiretamente e imperceptivelmente, reconhecem o valor e o esforço a eles disponibilizado por aquela empresa, que a todo o momento se preocupa com seu bem estar e atende prontamente suas solicitações. 2.4.2 One-to-One O Marketing One-to-One (O2O) ou marketing individualizado trata-se de um marketing personalizado que procura dirigir-se a cada um dos consumidores, aproximando-se assim das suas necessidades particulares. Consiste na venda de tantos produtos e serviços quanto seja possível a cada cliente, em vez da venda de um produto ou serviço de cada vez para o maior número possível de consumidores. Este conceito serve, sobretudo, para obter a lealdade dos clientes. No fundo, é uma técnica de marketing cujo segmento é uma pessoa, um consumidor e um cliente. O objetivo é conhecer o perfil do consumidor para lhe oferecer os bens e serviços mais adequados. O marketing One-to-One é fundamentalmente conhecer bem o consumidor para satisfazer as suas necessidades. A melhor maneira de o conhecer é poder falar com um de cada vez. A satisfação das necessidades do consumidor através de um serviço personalizado que oferece os produtos adequados ao seu perfil, ajuda a estabelecer uma relação de confiança e lealdade com a empresa. O cliente sente-se contente por saber que aquela empresa conhece os seus gostos, interesses e oferece-lhe precisamente aquilo que precisa. 29 2.4.3 CRM Uma das mais comentadas e concentradas ramificações do marketing atual é o aspecto do relacionamento, ou em termos técnicos o chamado CRM – Customer Relationship Management, uma nova face dos negócios, um conjunto de oportunidades estratégicas, no qual o consumidor torna-se o centro de toda atenção da organização em tempo integral. Passar a mensagem certa para a pessoa certa é o sonho de todas as pessoas que trabalham no marketing. Um dos instrumentos que permite melhorar a eficácia do marketing O2O é o programa de CRM. O próprio software faz automaticamente o reconhecimento e a gestão do perfil dos consumidores. Através de uma série de dados cadastrais ou histórico de cada cliente, o CRM constrói, de imediato, uma base de informação dirigida ao cliente X que o vendedor lhe transmite. Deste modo, as necessidades do cliente X ficam satisfeitas e ele não tem de andar à procura e a pesquisar, vindo então e fidelizar cada vez mais o cliente. 30 3 PESQUISA REALIZADA Este capítulo trata das pesquisas realizadas, iniciando com o histórico da loja Sexto Sentido Moda Íntima Ltda. ME, onde se realiza o estágio e depois com a pesquisa documental e de observação. 3.1 Caracterização da empresa Estabelecida na cidade de Balneário Camboriú, a empresa iniciou as suas atividades em 17/03/2005 à Av. Alvim Bauer, 119, sala 3, Centro, mudando-se posteriormente para a Av Brasil, 530, sala 2, onde se encontra atualmente. A idéia de constituir uma empresa ocorreu em 2003, quando as irmãs, Juliana e Miriam, pensaram em abrir um negócio próprio para que pudessem trabalhar juntas no futuro, independentemente da profissão de cada uma na época, porém não tinham idéia de qual seguimento escolher. Como na ocasião a Sra. Miriam trabalhava no Banco Unibanco e não tinha decidido se mantinha a carreira de bancária ou assumia a loja, foi amadurecida a idéia de somente a Sra. Juliana abrir o negócio e pactuado que, futuramente a Sra. Miriam pudesse entrar na sociedade também. Assim, em março de 2005 foi constituída a empresa Sexto Sentido Ltda. ME, administrada pela Sra. Juliana Christiane Rodrigues Mazzetto Moroso, desde o início. Por ser advogada, a Sra. Juliana trabalhava em um escritório de advocacia, junto com seu cônjuge. Sendo assim, a Sra. Juliana saiu do escritório, onde hoje trabalha seu cônjuge e mais alguns sócios, se dedicando integralmente para as atividades da loja. A escolha da venda de lingerie se deu pelo fato de não haver, na cidade de Balneário Camboriú, muitas lojas neste ramo. No início das atividades, a empresa enfrentou algumas dificuldades para se colocar no mercado em relação à concorrência, pois existiam diversas lojas que atuavam no mesmo segmento e que estavam instaladas há mais tempo no mercado. A empresa foi constituída com capital próprio de vinte mil reais, sendo investido em produtos, manequins, móveis para a loja e luminoso, sendo considerado suficiente 31 para o começo do negócio. O objetivo principal era manter-se sem precisar contrair dívidas com instituições financeiras. Atualmente a loja conta com uma funcionária interna e uma vendedora externa, atuando no segmento de lingeries e tendo como seus principais clientes, moradores do Balneário Camboriú e de Itajaí, além de eventuais, formados por turistas que visitam a região. A loja tem uma linha de produtos bem ampla, abrangendo os públicos feminino, masculino e infantil, além peças eróticas, que se constituem em um diferencial em relação a seus concorrentes. Apesar da empresa estar se fortalecendo a cada dia, os concorrentes locais são ainda uma constante ameaça, uma vez que estão há mais tempo atuando e trabalhando mais forte na divulgação. A loja Sexto Sentido faz divulgação de seus produtos, anunciando em jornal local voltado para o público jovem Mundo Pop, lista telefônica local e na Internet com um perfil e comunidade no site de relacionamentos Orkut, disponibilizando seus produtos e material promocional. No início das atividades a empresa passou por algumas dificuldades financeiras para se manter, já que foi usado apenas capital próprio. Seis meses depois, começou a ter um reflexo positivo de seu investimento, mas só começou a prosperar, quando houve a mudança de endereço para a Av. Brasil, pois o fluxo de pessoas é bem maior. Duplicou suas vendas e na alta temporada faturou três vezes mais em relação ao ano anterior. A loja Sexto Sentido vem tentando se adequar às exigências do mercado, para se tornar sólida e cada vez mais próspera, estando dentro dos seus planos estabelecerem alguns objetivos, como implantação de sua marca, estruturação de um banco de dados e investir mais em divulgação. 3.1.1 Missão, visão e valores A loja Sexto Sentido tem como missão, “ser uma loja referencial no segmento de lingerie na cidade de Balneário Camboriú, conquistando a satisfação dos clientes e respeito perante a sociedade”. Como visão, “ser reconhecida na região como uma loja referencial no segmento de lingerie”. Tanto a missão quanto a visão foram desenvolvidas em reuniões com a estagiária e a proprietária, 32 objetivando atender aos propósitos deste trabalho, mas serão, de agora em diante, objeto de diretriz estratégica da empresa. Quanto aos valores, foram estabelecidos os seguintes: − Buscar o bom atendimento como premissa importante para o crescimento da empresa. − Garantir a qualidade dos produtos oferecidos e a oferta de preços justos. − Zelar pela preservação da natureza. − Agir com transparência, honestidade e respeito às leis. − Exercer o papel que cabe às organizações na construção de uma sociedade mais justa e mais fraterna. 3.1.2 Estrutura organizacional da empresa Proprietária Administração Financeira Compras Vendas Gráfico 1 – Organograma da Empresa Fonte: Elaborado pela estagiária. Conforme se apresenta no Gráfico 1, a estrutura da empresa é bem definida, com poucos setores e divisões, pois a loja tem um porte pequeno e a sua estrutura atual não requer outras áreas. A proprietária é responsável pelos setores financeiro, de compras e de vendas, efetuando as vendas em conjunto com a funcionária e a vendedora externa, fazendo as compras e controlando o caixa, contas a pagar e a receber. 33 3.1.3 Marca da empresa A Loja Sexto Sentido Moda Íntima não possui a marca da empresa, nem definição do seu logotipo, sendo, por enquanto, usado o nome legal nos meios de comunicação, estando no pensamento da proprietária, em futuro próximo, desenvolver um projeto visual a respeito. 3.1.4 Processo de vendas e de serviços As vendas são feitas diretamente na loja, ou através de uma vendedora externa que a loja possui, ou quando solicitado, a proprietária se dispõe a oferecer um atendimento diferenciado, levando os produtos até sua clientela. O contato com os clientes é feito através de um pré cadastro, que é feito quando o cliente vai até loja e um perfil no site de relacionamentos Orkut. Os clientes são contatados por telefone, e-mail ou Orkut, em datas especiais, quando chegam novidades na loja ou tem promoção, sendo uma forma de tentar fidelizar seus clientes. A loja Sexto Sentido trabalha com as seguintes condições de pagamento: − Dinheiro, esporadicamente é efetuada alguma troca de moeda para turistas estrangeiros. − Cartões de crédito – Visa, Mastercard e American Express. − Cheques da praça mediante consulta ao sistema Serasa / SPC, e com mais de seis meses de CC. 3.1.5 Principais fornecedores A empresa tem uma grande preocupação em escolher fornecedores que sejam diferenciais no mercado, a fim de aproveitar a sua divulgação. No quadro a seguir serão relacionados os três fornecedores que tiveram um maior percentual de compra nos últimos seis meses (10/2006 a 03/2007). 34 Fornecedor Hope Mash Belles Outras marcas Percentual compra (%) 30% 30% 30% 10% Quadro 1 - Fornecedores com maior percentual de compra Fonte: Elaborado pela estagiária com base em documentos da empresa A loja trabalha com 28 marcas, entre lingeries, perfumaria e outros produtos (Quadro 2). Fornecedor Belles Bejoá Capricho Diáfana Dilady Dilary Elegance Fetiche Florallys Hope L’essentiel Le Pink Monde Love Secret Low Line Marcym Mash Natural Company Up Man Parte de Baixo Paulienne Pliê Praqnome Scala Selene Trifil Vaireli Valfrance Zorba Produtos Lingeries sensuais bordadas Lingeries eróticas e fantasias Lingeries infanto juvenil Lingeries sensuais Lingeries básicas femininas Lingeries sensuais Lingeries sensuais Lingeries sensuais Lingeries sensuais, peças customizadas Lingeries básicas antialérgica, adulto e infantil Lingeries básicas femininas e masculinas Lingeries sensuais Lingeries básicas Pijamas feminino e masculino Lingeries básicas Cuecas adultas e infantis Perfumaria Cuecas adultas Pijamas feminino, masculino e infantil Pijamas feminino, masculino e infantil Lingeries básicas sem costura Pijamas feminino e masculino Lingeries sem costura Meias e leggins Lingeries sem costura e meias Chinelos Lingeries básicas Cuecas adultas e infantis Quadro 2 - Listagem de fornecedores por produto Fonte: Elaborado pela estagiária com base em documentos da empresa 35 3.1.6 Mercado em que atua e concorrentes A empresa atua no município de Balneário Camboriú, sendo que possui alguns concorrentes locais que pode vir a ser uma ameaça para a loja Sexto Sentido Moda Íntima. Sendo eles: − Andréa Moraes – localizada na Av. Brasil, próxima ao shopping. Trabalha com peças sensuais e acessórios femininos. A empresa investe bastante em divulgação através de desfiles em chás beneficentes, programas de TV e jornais voltados para o público jovem, como Mundo Pop e Night e Cia. − Doce Mistério – localizada na Av. Brasil, é a loja mais próxima da Sexto Sentido. Trabalha com uma linha mais básica, feminino, masculino e infantil. O diferencial da loja é uma linha de lingeries que possui numeração maior. − Exótica Lingerie – localizada na Rua 2000. Possui variada linha de lingeries femininas e masculinos, lingeries e produtos eróticos. A loja tem como diferencial, uma sala mais reservada onde funciona um Sex Shop, com exposição de lingeries e produtos eróticos. − La Nuit – localizada na Av. Brasil, próxima ao Shopping. Trabalha com uma linha mais clássica, feminino e masculino e seu ponto forte é a localização. − Sonho Chic – localizada na Av. Brasil, em frente ao Shopping Atlântico. Possui variada linha de lingeries masculino, femininos e acessórios. Seu ponto forte é a localização e divulgação na mídia local, como desfiles em programas de TV e chás beneficentes. − Romântica – localizada na Av. Central, da mesma proprietária da Sonho Chic e que trabalha com a mesma linha de produtos. 36 3.1.7 Relação da empresa com a sociedade A loja Sexto Sentido tem um compromisso para com a sociedade, sendo que a empresa passou há pouco tempo a contribuir com a Associação Passos da Integração. A associação oferece abrigo a crianças que estão sob a guarda da justiça. Seu principal objetivo é garantir os direitos destes menores e assegurar a sua permanência em local adequado, enquanto transcorrem os processos judiciais. 3.1.8 Responsabilidade social Como a Loja Sexto Sentido Moda Íntima é uma empresa nova no mercado, a empresa não aderiu ainda à responsabilidade social, mas pretende-se futuramente participar de algum projeto ou ação que possa contribuir para a melhoria de qualidade de vida da sociedade. 3.1.9 Pesquisa interna da loja A pesquisa da loja foi feita através de um roteiro semi-estruturado com a proprietária da loja, Sra. Juliana Christiane Rodrigues Mazzetto Moroso, tendo sido abordados os seguintes itens: 1) Estrutura organizacional da empresa; 2) Procedimentos de divulgação dos produtos; 3) Mídias utilizadas; 4) Estratégias de abordagem e controle de retorno dos clientes; 5) Habitualidade da loja em datas especiais dos clientes; 6) Marca da loja; 7) Critérios de crédito para os clientes; 8) Variedade dos produtos; e 9) Formas de promoção utilizadas. Na entrevista realizada com a proprietária da loja Sexto Sentido, foi verificado que a loja possui algumas deficiências em relação à sua divulgação, comparativamente às concorrentes, e também no cadastro de clientes. A loja usa apenas um pré-cadastro de clientes, que não facilita a comunicação com os mesmos em datas especiais, por exemplo, e nem tinha informações elementares para compor uma ficha cadastral. A ficha cadastral existente é a que segue: 37 Ficha Cadastral Clientes da Loja Sexto Sentido Moda Intima Ltda ME Nome: CPF: E-mail: Estado Civil: Endereço: Apto: Cidade: Fone res: Fone celular: RG: Sexo:( ) F ( ) M Data Nascimento: Nº: Bairro: Estado: Fone com: Observações Quadro 3 – Ficha de cadastro da Loja Fonte: Pesquisa de campo Mesmo com os deficientes, foram avaliadas 27 fichas cadastrais, cuja maioria das fichas não estava completa, já que muitos clientes não haviam preenchido todos os campos, tendo sido observadas as falhas descritas no Quadro 4: Dados Nome CPF RG E-mail Sexo Estado Civil Data Nascimento Endereço Bairro Cidade Estado Telefone Residencial Telefone Comercial Telefone Celular Observações Pesquisa de 27 fichas cadastrais Preenchidos Não preenchidos 26 01 18 09 20 07 09 18 21 06 16 11 21 06 20 07 20 07 20 07 19 08 20 07 14 13 16 11 00 00 Quadro 4 – Descrição de falhas das fichas cadastrais Fonte: Pesquisa de campo 38 Uma das formas que melhor propicia a comunicação com o cliente é, indiscutivelmente, a ficha cadastral completa. Com a realização da análise se constatou que a elaboração de um banco de dados é a melhor maneira de estar sintonizado nas condições do cliente facilitando assim, a comunicação, e conseqüentemente, a possibilidade do aumento das vendas. Em função disso, o objetivo da estagiária foi torná-la a mais completa possível, no sentido de atender as necessidades da loja, no momento do relacionamento com os clientes. Um banco de dados adequado permite organizar as informações, utilizando-as de maneira propícia. Para um adequado banco de dados a principal preocupação deve ser a de reunir elementos indispensáveis para conhecer os clientes, além de outros eventualmente disponíveis, que possam adicionar informações sobre o cliente, suas tendências, preferências e outros pontos. Diante disso, foi discutido com a proprietária um novo formato de ficha cadastral, composto conforme o Quadro 5: Cadastro Clientes Loja Sexto Sentido Moda Intima Ltda ME Dados pessoais Nome completo: ( )F ( )M CPF: RG: Data Nascimento: Filiação mãe: E-mail: Telefone residencial: Telefone comercial: Telefone celular: Endereço: Nº Apto: Bairro: Cidade: Estado: Empresa que trabalha: Estado civil: Data casamento: Dados do cônjuge Nome completo: Data Nascimento: E-mail: Telefone comercial: Telefone celular: Outras informações Lojas que costuma comprar: 123Nº manequim: Preferência de cor: 39 Preferência de estilo: Compra costumeira ( ) Calcinha ( ) Meias ( ) Chinelos Melhor horário para contato: Observações Básico ( ) ( )Soutien ( ) Camisola ( ) Cuecas Sensual ( ) ( ) Pijama ( ) Roupão ( ) Outros Quadro 5 – Revisão da ficha cadastral Fonte: Pesquisa com a proprietária Para melhorar a qualidade e o conteúdo das informações, foram acrescentados alguns elementos na ficha cadastral, demonstrados adiante: − Filiação da mãe - fato importante para o cadastro, principalmente para os clientes que costumam pagar suas compras com cheques. − Empresa em que trabalha – um meio de encontrar o cliente em caso de inadimplência. − Data de casamento – é uma informação importante, pois a intenção é criar uma oportunidade de venda a partir da data informada. − Nome cônjuge – item importante para fidelização do cliente. − Nascimento do cônjuge – item importante para que se possa ligar para a cliente nesta data para realizar venda. − Telefones do cônjuge - meio de entrar em contato com o cônjuge de cada cliente, a fim de que possa até fazer vendas por telemarketing em alguma data importante. − E-mail do cônjuge – mais uma forma de entrar em contato com o (a) cônjuge do (a) cliente. − Lojas em que costuma comprar – pesquisa para saber onde o cliente está efetuando suas compras e identificar a situação da loja diante dos concorrentes. 40 − Nº manequim – esse item foi acrescentado, pois saber a numeração dos clientes facilita bastante quando se fizer ações de marketing pessoal. − Preferência de cor – conhecendo as cores de preferência dos clientes facilita bastante as vendas. − Preferência de estilo – é uma informação muito importante, para que se possa oferecer o produto certo para cada tipo de cliente. − Compras costumeiras – esse item servirá para identificar o que mais o cliente costuma comprar, sendo um auxilio, quando forem efetuadas novas compras e, inclusive, para saber quais os produtos que mais têm giro. − Campo para observações – item importante tanto para o cliente colocar alguma sugestão, quanto para a loja registrar alguma informação importante do cliente que não conste no cadastro. Para validar a ficha cadastral nova e disciplinar o procedimento das pessoas que trabalham na loja, foi implantado transitoriamente o novo modelo e feita uma amostragem das preenchidas de 28/08 a 04/09/07. A amostragem foi aleatória, com o objetivo de analisar as dificuldades de preenchimento do formulário, seu tempo de preenchimento e possíveis dúvidas, tanto do cliente ao preencher quanto do pessoal da loja em entender a razão de determinados questionamentos. Foram avaliadas 25 fichas cadastrais extraídas, como foi dito acima, do período de 20/08/2007 a 04/09/2007, obtendo-se os seguintes resultados: Pesquisa de 25 fichas cadastrais Responderam Não Responderam Nome 25 00 Filiação 23 02 CPF 21 04 RG 21 04 E-mail 15 10 Sexo 25 00 Data nascimento 25 00 Estado Civil 22 03 Data de casamento 08 17 Cônjuge 08 17 Data nascimento cônjuge 05 20 Dados 41 Pesquisa de 25 fichas cadastrais Responderam Não Responderam Endereço 23 02 Bairro 23 02 Cidade 23 02 Estado 23 02 Telefone Residencial 19 06 Telefone Comercial 17 08 Telefone Celular 25 00 Empresa que trabalha 16 09 Lojas que costuma comprar 18 07 Nº manequim 22 03 Preferência de cor e estilo 25 00 Melhor horário para contato 21 04 Sugestões 00 00 Dados Quadro 6 – Análise ficha cadastral nova Fonte: Pesquisa de campo Como se pode averiguar no Quadro 6, algumas fichas ficaram incompletas, com algumas alegações de clientes para serem consideradas: a) dificuldade em preencher algumas informações como data de casamento e data de nascimento do cônjuge por não se lembrarem na hora; b) clientes que não possuem e-mail; c) clientes que alegaram pressa e preencheram só alguns dados que julgavam necessários; d) clientes que não terminaram de preencher a ficha por estarem com muita pressa; e) clientes preferiram omitir informações e f) clientes que se recusaram a fornecer qualquer tipo de informação. 3.1.10 Pesquisa de observação da concorrência A coleta de dados da concorrência foi efetuada pela estagiária, através de um roteiro de observação, onde constavam os seguintes pontos: a) Meios de comunicação usados; b) Estratégias de abordagem percebidas; c) Tipos de promoção; d) Formas de pagamento; e) Produtos. Quanto aos meios de comunicação foi verificado que as lojas da concorrência utilizam muito a mídia para divulgação de seus produtos. Os meios usuais são: 1) Comerciais e desfiles na TV mocinha (canal fechado) no programa dia-a-dia que vai ao ar de segunda a sexta ao vivo das 10h30min ao meio dia / Reprise das 20h às 21h30min, sábado reprise às 10h30min ao meio-dia e das 20h 42 às 21h30min e domingo das 20h às 21h30min; 2) Chás beneficentes e desfiles em eventos na região; 3) Jornais locais impressos e on line voltados ao público jovem, como Jornal Zinabre, Mundo Pop e Night e Cia; 4) Revista local UP; 5) Peças expostas na Academia Wave. Na consulta aos sites Google e Orkut, não foram encontrados nenhum perfil ou comunidades relacionadas a essas lojas. Sobre as estratégias de abordagem de clientes constatou-se que são os contatos telefônicos e a panfletagem, sendo que algumas utilizam mala direta com seus clientes e outras fazem mensagens em datas especiais e comemorativas. Relativamente à promoção, algumas a fazem esporadicamente, em datas especiais ou em troca de estação. Sobre as formas de pagamento se percebeu uma certa unanimidade: algumas concedem descontos quando a venda é efetuada à vista, e às vezes no cartão de crédito. Todas possuem maquinetas de cartão de crédito, nas bandeiras Visa e Mastercard e aceitam cheque mediante consulta ao sistema Serasa / SPC. No que se refere a produtos foi observado que algumas lojas da concorrência trabalham com uma grande diversidade de produtos, atendendo variados gostos e tipos de público também, enquanto outras atendem apenas um determinado tipo de cliente. Predominam as peças básicas, mas uma loja da concorrência trabalha com peças mais ousadas, inclusive possuindo uma sala mais reservada, onde funciona um sex shop. Detalhando os principais concorrentes, tem-se que: A Loja Andréa Moraes possui um espaço na mídia local, com propagandas e desfiles no programa TV Mocinha, além de promover chás beneficentes com desfiles de lingeries, e também possuir um serviço de tele marketing, onde faz o contato pessoal com seus clientes. A loja Exótica Lingerie também usa a mídia local, na mesma TV Mocinha, com propagandas e desfiles, inclusive no mesmo programa, igualmente promove chás beneficentes com desfiles de lingeries e usa inserções na revista local Up, que atinge um público mais jovem. As lojas Romântica e Sonho Chic, da mesma proprietária, igualmente utilizam a mídia e participam de desfiles em chás beneficentes, além de estarem presentes no Site Zinabre. Introduziram um mostruário de suas peças na Academia Wave, em Balneário Camboriú, e fazem o contato pessoal com seus clientes, através do telemarketing. 43 Das lojas Doce Mistério e La Nuit a pesquisadora não observou qualquer esforço de comunicação para conquistar seus clientes. 44 4 SUGESTÕES Após analisados os resultados da pesquisa, a estagiária deseja dar algumas sugestões com o intuito de propor melhorias para a loja. Assim, temos: − Incluir o campo profissão na nova ficha cadastral, pois tem muitos clientes estudantes e donas de casa também. − Como ocorreram alguns campos que não foram preenchidos, tentar um contato posterior para complementar a ficha cadastral, criando assim uma oportunidade de venda. − Confirmação das lojas concorrentes em que os clientes costumam comprar e saber se elas usam serviço de telemarketing. − A estagiária considera ser viável para a empresa, após analisado o volume do investimento, que seja adquirido um software para cadastramento de clientes, tal qual o controle de estoque, que foi adquirido durante o período de estágio. − Considerando a existência de dados confiáveis, inclusive sobre manequim e preferência de alguns clientes, elaborar um plano de ação para fazer contato com todos os clientes, seja utilizando o telemarketing, a mala direta ou outros meios. − Oferecer treinamento à vendedora, a fim de atualizá-la quanto aos princípios do atendimento aos clientes. − Procurar cadastrar clientes que utilizam cartão de crédito ou pagam à vista, em espécie, pois são pessoas normalmente de alto potencial e que ficam sem registro na loja. 45 5 CONCLUSÃO O objetivo principal deste trabalho foi desenvolver uma pesquisa para estruturar um banco de dados na loja Sexto Sentido Moda Intima Ltda ME. Para que isso ocorresse, foi efetuada uma pesquisa interna da loja para conhecer as formas de comunicação que são utilizadas para divulgação e os métodos que utiliza para contatar seus clientes, bem como uma pesquisa de observação da concorrência. Diante da ficha cadastral que a empresa dispunha, com poucos dados e sem o hábito do preenchimento por parte da loja, a estagiária desenvolveu com a proprietária uma nova ficha que foi imediatamente implantada e, inclusive, testado o seu preenchimento. Igualmente com a proprietária foi demonstrado o conjunto de dados sobre a concorrência, com especificações sobre o uso de mídia, critérios de pagamento e de promoção e linha de produtos. A acadêmica não teve dificuldade em realizar seu trabalho, já que a empresa pertence a sua irmã Sra. Juliana Christiane Rodrigues Mazzetto Moroso, de quem recebeu apoio e facilitação para cumprir os seus objetivos. Um dos pontos importantes resultantes da pesquisa, embora não planejado inicialmente, foi a implantação de um programa de controle de estoques, vindo a facilitar o cotidiano das pessoas que trabalham na loja. A proprietária da loja e a sua funcionária contratada reagiram muito bem à mudança, não demonstrando nenhuma dificuldade nem objeção quanto à implementação do sistema. Ao contrário, se enquadraram facilmente no novo método, que tem facilitado bastante o atendimento e auxiliado na execução das tarefas diárias. Concluiu-se então, que o estudo foi válido – e importante - para a loja, pois se constatou que após o desenvolvimento do trabalho, a empresa foi aderindo às mudanças sugeridas, implantou um programa de controle de estoques e está elaborando o seu banco de dados. A estagiária, por seu turno, sente-se recompensada pelo trabalho feito, especialmente porque pode colocar em prática os conhecimentos adquiridos no Curso de Administração e, mais do que isso, colaborou para o crescimento e a organização de uma pequena empresa pela qual tem enorme consideração. Sabe- 46 se que a implantação de um banco de dados, vale dizer, de informações mais rápidas e aprimoradas, fica mais fácil conhecer os clientes e alavancar as vendas. 47 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BACON, Mark S. Faça você mesmo marketing direto: segredos para pequenas empresas. 1994. BERNARDI, Luiz Antonio. Manual de Empreendedorismo e Gestão: fundamentos, estratégias e dinâmicas. São Paulo: Atlas, 2003. CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002. CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, Paul J. Marketing: criando valor para o cliente. São Paulo: Saraiva, 2000. DATACENSO. Disponível em: <http://www.datacenso.com.br/>. Acesso em: 22 abr. 2007. 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A loja possui vitrine? 50 ANEXO Cadastro Clientes Loja Sexto Sentido Moda Intima Ltda ME Cadastro Clientes Loja Sexto Sentido Moda Intima Ltda ME Dados pessoais Nome completo: ( )F ( )M CPF: RG: Data Nascimento: Filiação mãe: E-mail: Telefone residencial: Telefone comercial: Telefone celular: Endereço: Nº Apto: Bairro: Cidade: Estado: Empresa que trabalha: Estado civil: Data casamento: Dados do cônjuge Nome completo: Data Nascimento: E-mail: Telefone comercial: Telefone celular: Outras informações Lojas que costuma comprar: 123Nº manequim: Preferência de cor: Preferência de estilo: Básico ( ) Sensual ( ) Compra costumeira ( ) Calcinha ( ) Soutien ( ) Pijama ( ) Meias ( ) Camisola ( ) Roupão ( ) Chinelos ( ) Cuecas ( ) Outros Melhor horário para contato: Observações 51 DECLARAÇÃO DE ACEITE A empresa SEXTO SENTIDO MODA INTIMA LTDA ME declara, para devidos fins, que concorda com o projeto de estágio apresentado pela estagiária MIRIAM RODRIGUES, aluna do curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí, e se propõe a oferecer as condições necessárias para o bom andamento do mesmo. ________________, _____ de ___________ de 2007. _____________________________________________ Juliana Christiane Rodrigues Mazzetto Moroso 52 DECLARAÇÃO DE CUMPRIMENTO DE CARGA HORÁRIA DECLARAÇÃO A empresa SEXTO SENTIDO MODA INTIMA LTDA ME declara, para devidos fins, que a estagiária MIRIAM RODRIGUES, aluna do Curso de Administração do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade do Vale do Itajaí, cumpriu com a carga horária prevista para o período de 01/04/07 a 30/10/07, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e respeitou nossas normas internas. ________________, _____ de ___________ de 2007. _______________________________________________ Juliana Christiane Rodrigues Mazzetto Moroso 53 ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS Miriam Rodrigues Estagiária Juliana Christiane Rodrigues Mazzetto Moroso Supervisora de Campo Prof. MSc. Luiz Carlos dos Santos Orientador de Estágio Prof. MSc. Luiz Carlos dos Santos Responsável pelo Estágio Supervisionado