ESTIMULAÇÃO RUSSA ASSOCIADA COM O MOVIMENTO DE FLEXÃO DE TRONCO: UMA ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL, NO TRATAMENTO DE FORTALECIMENTO ABDOMINAL 1 2 Jéssica Susan do Nascimento , Cynthia Maria Rocha Dutra . 1- Acadêmica do Curso Superior de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 2- Professora de Educação Física e Fisioterapeuta, Profª. Msc. Universidade Tuiuti Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR). Endereço para correspondência: [email protected] ______________________________________________________________________ RESUMO: Os benefícios dos programas de fortalecimento muscular resultam da necessidade de se estabelecer às funções de um músculo quando o mesmo apresenta suas forças diminuídas. Desta forma a estimulação russa é um recurso bioelétrico que promove contrações musculares isométricas. Esta pesquisa buscou analisar bibliograficamente a abordagem multiprofissional no fortalecimento abdominal, por meio da combinação da estimulação russa com o movimento de flexão do tronco. Foram utilizados artigos científicos referendados na base de dados indexados: Scielo, Google Acadêmico e Livros. Diversos autores pesquisados relataram em seus estudos ganhos principalmente de força muscular na região abdominal utilizando-se a estimulação russa. Portanto, as tecnólogas em estética devem estar aptas para promover esse fortalecimento muscular através de estimulação russa, de maneira a que, com o auxílio de educadores físicos, numa abordagem multiprofissional, serem mais efetivos as necessidades dos seus clientes, como resultados favoráveis no tratamento de flacidez muscular. Palavras-chaves: estimulação russa, elevação de tronco, fortalecimento abdominal. ABSTRAT: The benefits of muscle strengthening programs result from the need to establish the functions of a muscle when it presents its forces decreased. Thus stimulation Russian bioelectric is a resource that promotes isometric muscle contractions. This study aimed to analyze bibliographically multidisciplinary team approach in strengthening abdominal through a combination of Russian stimulation with flexion of the trunk were used refereed scientific articles indexed in the database: Scielo, Google Scholar and Books. Several authors surveyed reported gains in their studies mainly in muscle strength in the abdominal region using the Russian stimulation. Therefore, the technologists in aesthetics should be able to promote this through muscle strengthening Russian stimulation, so that, with the aid of physical educators in a multidisciplinary approach be more effective needs of its customers, as favorable results in treating sagging muscle. Keywords: Russian stimulation, elevation of trunk, abdominal strengthening RESUMEN: Los beneficios de los programas de fortalecimiento muscular resultado de la necesidad de establecer las funciones de un músculo cuando presenta sus fuerzas disminuido. Por lo tanto la estimulación bioeléctrica ruso es un recurso que promueve las contracciones isométricas del músculo. Este estudio tuvo como objetivo analizar enfoque de equipo multidisciplinario bibliográficamente en el fortalecimiento abdominal a través de una combinación de la estimulación rusa con flexión del tronco se utilizaron arbitradas artículos científicos indexados en la base de datos: Scielo, Google Scholar y los libros. Varios autores encuestados reportaran ganancias en sus estudios principalmente en la fuerza muscular en la región abdominal mediante la estimulación de Rusia. Por lo tanto, los técnicos en la estética deben ser capazes de promover esto a través de la estimulación de fortalecimiento muscular ruso, de modo que, con la ayuda de educadores físicos en un enfoque multidisciplinario ser más eficaces necesidades de sus clientes, ya que los resultados favorables en el tratamiento de la flacidez músculo. Palabras clave: estimulación de rusia, la elevación del tronco, fortalecimiento abdominal 1 1. INTRODUÇÃO Na anatomia muscular da região abdominal, a única estrutura óssea presente no abdome é a da coluna lombar, de modo que órgãos da cavidade abdominal são protegidos pela musculatura da parede abdominal. Os músculos que compõem a parede abdominal são: oblíquo externo, oblíquo interno transverso do abdome, piramidal e reto abdominal1. Na região, os músculos que possuem maior função estabilizadora são os multífidos, transverso abdominal e oblíquo interno, todos agindo em co-contração, principalmente na antecipação de cargas aplicadas, enquanto o músculo transverso abdominal é, ainda, o primeiro músculo a ser ativado durante movimento dos membros2. De maneira geral, existem dois tipos de fibras musculares: as do tipo I, de contração lenta, são vermelhas por apresentarem grande teor de mioglobina e tem uma grande capacidade de metabolismo aeróbico e alta resistência à fadiga; e as do tipo II, de contração rápida, brancas e com baixa concentração de mioglobina proporcionam rápida produção de força e fadigam rapidamente1. Por serem a única proteção local, em caso de disfunção, o seu fortalecimento deve ser antecipado, buscando sanar quaisquer deficiências. Para tanto, a eletroestimulação russa é um recurso bastante utilizado tanto na recuperação quanto no tratamento da estética corporal. Ela se trata de um recurso bioelétrico que promove contrações musculares isométricas, podendo se mostrar eficaz em disfunções de fibras musculares, principalmente por se conseguir ativar de 30 a 40 % a mais das unidades motoras do que com exercícios comuns e em tratamentos convencionais3. Enquanto forma de fortalecimento, a corrente russa é usada como base a estimulação elétrica dos ramos intramusculares dos motoneurônios, que induzem a contração muscular. A corrente russa deve ser utilizada, de acordo com a literatura4, como adjunto ao exercício, com objetivo de aumentar a habilidade do músculo para gerar força. Afirmam que a estimulação russa associada à contração voluntária, produz maior resultado quanto ao ganho de massa muscular e, por consequência também o fortalecimento muscular4. O uso destas eletroterapias vêm se tornado constante na atualidade, já que o número de pessoas que tem procurado uma forma alternativa de fortalecimento, 2 também com finalidade estética, tem aumentado dia a dia5. A literatura reconhece a importância da equipe multiprofissional6, tratando-a como uma ciência dos limites e das potencialidades de cada campo de saber, de tal maneira que possa haver uma abertura em direção a um fazer coletivo7. No que tange à ação primária da musculatura abdominal, de ser protetora da região, e seu fortalecimento ocorrer por meio de flexão de tronco sobre a coxa, como proposto pela área da educação física, enquanto a manutenção da higidez local, necessária em termos estéticos, preconizado pelos esteticistas, a sinergia destas duas áreas da saúde com o movimento e a estimulação elétrica poderão levar à finalidade, importante, de fortalecimento da parede abdominal. Desta forma, o objetivo deste artigo é analisar a abordagem multiprofissional no fortalecimento abdominal por meio de combinação da estimulação russa com o movimento de flexão do tronco. 1.1. ANATOMIA MUSCULAR DA REGIÃO ABDOMINAL Na anatomia muscular da região abdominal, os músculos que compõem a parede abdominal são: oblíquo externo, localiza-se na região anterior,1 contém inserções como a lâmina anterior da bainha do músculo reto do abdome, linha Alba, crista ilíaca e tubérculo púbico8; oblíquo interno, fica abaixo do músculo obliquo externo e basicamente se localiza na mesma região; transverso do abdome, tem suas fibras dispostas transversalmente e é o músculo mais interno da parede abdominal1 reto abdominal, é interrompido por intersecções tendíneas que unem à lâmina anterior da bainha do abdome, quando ocorre contração desse músculo, essas intersecções sulcam a pele da região anterior do abdome, está separada pela linha Alba, sua função é a de flexão de tronco, onde comprimem as vísceras abdominais, abaixar as costelas e atua na expiração8 estes músculos abdominais formam um apoio elástico de “quatro vias de estiramento” para o conteúdo abdominal 9. Acredita-se que o músculo transverso do abdome possui papel de destaque em relação aos outros músculos abdominais. Pesquisas relacionadas aos músculos abdominais profundos mostram que o transverso abdominal é o principal músculo gerador de pressão intra-abdominal. Quando ocorre, em conjunto com a contração 3 do músculo transverso, resulta em uma diminuição da circunferência abdominal, provavelmente devido à orientação das suas fibras10. Os músculos que possuem maior função estabilizadora são os multífidos, transverso abdominal e oblíquo interno agindo em co-contração. Na antecipação de cargas aplicadas, principalmente o músculo transverso abdominal é o primeiro músculo a ser ativado durante movimento dos membros2. Enquanto função motora, os músculos abdominais são flexores do tronco e pélvis, e são também rotadores do tronco10. Demonstrou-se através de estudos, que os exercícios abdominais estimulam a ação voluntária dos músculos abdominais e, com isso, o estimulo nesta região tende a melhorar a tonicidade da musculatura que possa estar flácida ou hipotônica11. 1.2. TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES Existem dois tipos de fibras musculares: as do tipo I, que são de contração lenta, são vermelhas pois apresentam alta concentração de mioglobina, grande número de capilares e de capacidade enzimática mitocondrial que, associados ao alto teor de mioglobina, fazem com que tenham uma grande capacidade de metabolismo aeróbico e alta resistência à fadiga; as do tipo II são as de contração rápida, brancas devido à baixa concentração de mioglobina presente, proporcionam rápida produção de força e fadigam rapidamente1, e são afetadas pela contração excêntrica12. Cada músculo pode conter milhares de fibras musculares, organizadas em compartimentos dentro do próprio músculo. Os feixes de fibras são chamados fascículos e cada um pode conter até 200 fibras musculares9. Todos os músculos contêm vasos que se afunilam em pequenos túbulos especializados, chamados de capilares e de vênulas. Estes são responsáveis por proporcionarem aos músculos sangue rico em nutrientes e oxigênio, a quantidade necessária de sangue para a contração muscular depende da intensidade do exercício. O ideal é que o suporte sanguíneo para um trabalho de força máxima possa ser cem vezes maior do que o suporte de sangue necessário para o repouso. Todas as unidades motoras agem da mesma forma, mas isso não pode ser estendido a todas as fibras musculares, por que nem todas as fibras musculares 4 possuem as mesmas características metabólicas, portanto toda fibra muscular pode funcionar tanto em contração aeróbica, que é a que utiliza oxigênio e depende dele para produzir energia, quanto anaeróbica, que não utiliza oxigênio. Porém, enquanto o recrutamento das fibras depende da carga, a distribuição quanto ao tipo de fibra pode variar tanto no mesmo músculo quanto de músculo para músculo13. 1.3. TIPOS DE CONTRAÇÃO MUSCULAR O músculo é composto de aproximadamente 25-30% de massa muscular composta de miofibrilas, conhecida como proteína contrátil, formada por actina, troponina e tropomiosina; 20-30% de sarcoplasma (líquido gelatinoso intracelular); 10-20% de mitocôndrias, fator energético contido em cada célula; de componentes viscoelásticos, tais como os capilares, glicogênio, depósitos de gordura tecido conjuntivo; e outros componentes subcelulares que constituem a porcentagem restante14. A contração muscular pode ser classificada em três tipos: isotônica, isométrica e isocinética15. A contração isotônica se subdivide em concêntrica e excêntrica. Na isotônica concêntrica a origem e a inserção muscular se aproximam durante o movimento; na excêntrica ocorre o afastamento da origem e inserção muscular16. O tipo de contração muscular também influi no rendimento da potência do músculo, sendo que a contração isotônica excêntrica é a que tem o maior rendimento de força e que afetam as fibras do tipo II, enquanto a contração isotônica concêntrica produz menos força, com a contração isométrica em posição intermediária12. Na contração do tipo isométrica ocorre a contração do músculo, porém os segmentos articulares não são mobilizados15. Na isocinética a contração muscular ocorre com velocidade angular constante, e o trabalho com este tipo de contração exige equipamento especial denominado de dinamômetro isocinético15. Quando ocorre a contração voluntária do músculo, um disparo não sincronizado de neurônios motores resulta em uma contração suave, a força de uma contração é graduada, quanto mais unidades motoras se tornam envolvidas, um aumento na força muscular é obtido, em grande parte pelo aumento das frequências de disparo do impulso nervoso17. Quando se utiliza a estimulação elétrica no músculo, há uma diferenciação na 5 contração voluntária em alguns aspectos: primeiro há um disparo sincronizado de todos os neurônios motores estimulados; e segundo, a estimulação elétrica não estimula unidades motoras na mesma ordem de recrutamento que a contração voluntária17. 1.4. ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL NO FORTALECIMENTO ABDOMINAL Força muscular é a capacidade que o músculo tem para produzir força e gerar tensão ativa, e ainda que possua muitos conceitos, ela mesma pode ser entendida como a força máxima produzida em uma contração voluntária única. São muitos os fatores que afetam a força muscular, além dos fatores, neurológicos, metabólicos, endocrinológicos, psicológicos, outros interferem na força muscular ou em uma contração voluntária máxima1. Os benefícios de programas de fortalecimento muscular resultam na necessidade de se estabelecer às funções de um músculo, particularmente quando o mesmo apresenta sua força diminuída. Também é conhecido que os sistemas musculoesqueléticos reagem e se desenvolvem em respostas as forças e sobrecargas aplicadas sobre os músculos12. Tendo-se em conta estas considerações, o exercício resistido é indicado para melhorar a função física desenvolvendo, assim, o aumento da resistência à fadiga e da força muscular 12. A literatura reconhece a importância da equipe multiprofissional6, nomeadamente como uma ciência dos limites e das potencialidades de cada campo de saber para que possa haver uma abertura em direção a um fazer coletivo7. No caso do educador físico e do tecnólogo em estética, cada um com sua proposta, o profissional da área da estética com eletroestimulação e o educador físico com o movimento de flexão de tronco, ambos poderão ter a mesma finalidade de fortalecimento. 6 1.5. MOVIMENTO DE FLEXÃO DE TRONCO VERSUS ESTIMULAÇÃO RUSSA No movimento de flexão de tronco, o grau de flexão da coluna pode variar entre os indivíduos. Sofre interferência quando a insuficiência passiva dos extensores da coluna limita a flexão, levando a que o movimento de flexão venha a acontecer com a perda de contato com a maca pela coluna lombar. Quando isso acontece o eixo do movimento sai da coluna e passa para articulação do quadril, favorecendo a ação isotônica do íliopsoas e reto femoral. Portanto, quando estes músculos atuam no movimento, a pelve é tracionada no sentido da anteversão e a coluna da hiperextensão. Se o indivíduo estiver com os flexores do quadril encurtados, o ideal seria aumentar o grau de flexão do mesmo, evitando assim que a coluna lombar hiperestenda devido a insuficiência passiva destes músculos quando do movimento de flexão de tronco18. Para otimizar a ação muscular, a estimulação russa é um recurso válido, por promover contrações musculares isométricas, e por conseguir ativar de 30 a 40 % a mais das unidades motoras do que nos exercícios comuns e, quando necessário, nos tratamentos convencionais3. Os efeitos das cargas elétricas nos tecidos corporais, no geral, dependem da velocidade de mudança do pulso elétrico aplicado. Se não houver mudança de amplitude de corrente, ou somente uma mudança muito lenta, o fluxo constante causará alterações químicas na junção entre o tecido e o eletrodo. Entretanto, se houver uma mudança mais rápida, haverá estimulação de nervos e músculos, enquanto que no caso de mudança muito rápida e homogênea na amplitude e na direção, não haverá tempo suficiente para que ocorra excitação transmembrana, quando então nem poderão ocorrer alterações químicas. E se a amplitude da corrente for maior, os nervos motores seriam estimulados, levando a uma série de contrações musculares simples17, deixando de ser isométrica. Por ser a estimulação russa uma técnica de fortalecimento muscular, tem sido utilizada para o tratamento de fortalecimento com uso exclusivo da eletroterapia, e o número de pessoas que tem procurado uma forma alternativa de fortalecimento, com finalidade estética, tem aumentado dia a dia5. Para a sua correta utilização, antes do tratamento, a pele deve ser higienizada, com o que haja a remoção de resíduos da pele, gordura, suor e sujeira, 7 favorecendo o contato entre o eletrodo e a pele. Existem dois principais tipos de eletrodos: os de base de polímeros e os de alumínio ou estanho. Os primeiros são aclopados a pele usando um gel condutor elétrico, e devem ser fixados no local com segurança, enquanto os segundos são acoplados à pele com soro fisiológico, e retidos por uma cobertura de algodão ou esponja, e devem ser posicionados com segurança sobre o tecido. A escolha dos eletrodos depende do tamanho da região a ser estimulada e da intensidade da contração a ser desencadeada19. Outro fator importante em relação à colocação dos eletrodos é o local do posicionamento dos mesmos em relação aos pontos motores. A literatura apresenta12 que o ponto motor é o local de menor resistência à passagem da corrente elétrica, permitindo, assim, a maior excitabilidade do músculo. Concomitante19, o local do ponto motor é sempre menos sensível, desta forma, a estimulação através deles é melhor que em outras áreas, por possibilitar o recrutamento de um maior número de fibras musculares. Neste local, o nervo penetra no epimísio e ramifica-se dentro do tecido conjuntivo, onde cada fibra nervosa pode inervar uma única fibra muscular 20. Normalmente a estimulação russa faz uso de uma frequência de 2500 Hz, com oito canais. Na estimulação abdominal, na região do reto abdominal utiliza-se dois canais, sendo posicionados os eletrodos longitudinalmente ao músculo reto abdominal, um próximo à origem e o outro na inserção do músculo. É programado o tempo de contração (ton) e o tempo de repouso (toff)5. A frequência das sessões e o número de contrações geralmente seguem os princípios usados nos programas de fortalecimento com exercícios voluntários19, e em todas as semanas pode haver um aumento gradual da intensidade da corrente, buscando-se atingir o nível máximo de contração individual, e respeitando o limiar de dor de cada paciente5. Abaixo segue o quadro 1 referente as indicações, contraindicações, bem com as precauções da estimulação russa: 8 ESTIMULAÇÃO RUSSA PRECAUÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES Sobre região torácica, porque a corrente pode interferir nas funções 21 dos órgãos vitais internos, incluindo o coração Em regiões de nervo frênico ou estimuladores da bexiga, pois a corrente pode interferir com o funcionamento normal desses 21 aparelhos Recuperar a sensação de Sobre seio carótido porque a corrente pode interferir com a 9 21 tensão muscular regulamentação normal da pressão sanguinea Aumentar ou manter a força Sobre o tronco de mulheres grávidas por causa do risco de induzir 9 muscular contrações uterinas que podem influenciar no desenvolvimento do 21 feto Estimular o fluxo de sangue no Fraturas não tratadas, em que não exista fixação com implante 9 músculo metálico ou calo ósseo, pois pode haver deslocamento do foco de 4 fratura Miopatias graves, tais como coreia, atetose, pois a função do movimento estaria prejudicada, dificultando ação da 4 eletroestimulação 19 Marcapasso Doenças vasculares periféricas, especialmente quando 19 há possibilidade de haver um deslocamento de trombos 19 Pessoas hipertensas e hipotensas Pessoas obesas, já que estas podem necessitar de níveis mais altos 19 de estimulo o que pode levar a alterações autonômicas Áreas de infecção ativa nos tecidos, pele desvitalizada, quando a 19 pessoa passou por um processo de radioterapia 4,9,21,19 Quadro 1: Indicações, contraindicações, bem com as precauções da estimulação russa INDICAÇÕES Minimizar flacidez e perda de 4 tônus Manter a qualidade e 9 quantidade do tecido muscular 2. METODOLOGIA O presente artigo constitui uma revisão de literatura realizada entre fevereiro a outubro de 2012, sendo realizada a busca de informações nas bases SciELO, Biomed Central, MedLine, LILACS, Google acadêmico e livros referentes ao assunto. O idioma selecionado foi o português e as palavras-chave foram: corrente russa, estética, multidisciplinar. A janela de tempo adotada foi de 1999 a 2011. Após a realização da busca nas bases de dados, dos trabalhos selecionados, foram extraídas informações a respeito dos seguintes tópicos: anatomia muscular da região abdominal; movimento de flexão de tronco versus estimulação russa; abordagem multiprofissional no fortalecimento abdominal; tipos de contração muscular; tipos de fibras musculares. 9 3. DISCUSSÃO Os benefícios dos programas de fortalecimento muscular resultam da necessidade de se estabelecer as funções de um músculo quando o mesmo apresenta suas forças diminuídas. Com isso os sistemas musculoesqueléticos reagem e se desenvolvem em resposta a forças e sobrecargas aplicadas sobre eles. O exercício resistido é uma forma de exercício ativo no qual uma concentração muscular, isotônica ou isométrica, é resistida por uma força externa que pode ser aplicada manualmente ou mecanicamente12. Os exercícios resistidos são indicados para melhorar a função física, sendo caracterizado por um aumento no tamanho das fibras musculares individualmente. Esses exercícios estimulam a ação voluntária do músculo e tendem a melhorar a tonicidade da musculatura que se encontra flácida ou hipotônica11. A corrente russa pode ser definida como uma corrente alternada de média frequência (entre 2.500 Hz e 5.000 Hz), que pode ser modulada por bursts1, sendo utilizada com fins excitomotores. A corrente russa por ser do tipo de média frequência, é utilizada por ser relativamente agradável, por dificilmente lesar a pele e por causar tensão máxima no músculo quando usada com intensidade suficiente. A estimulação russa inclui resultados satisfatórios no fortalecimento abdominal, designadamente por manter a qualidade e a quantidade do tecido muscular, recuperar a sensação de tensão muscular, aumentar e manter a força muscular, e estimular o fluxo sanguíneo para o músculo9. Porém, essa forma de estimulação elétrica é usada comumente com intensidade suficiente para produzir contração muscular, e pode ser aplicada ao músculo durante o movimento de flexão de tronco19. No caso da estimulação russa na região abdominal temos primeiramente que observar se há um excessivo acúmulo de gordura, pois com isso a estimulação poderá ter sua eficácia reduzida e não haverá contração da musculatura abdominal. É importante buscar sempre uma contração efetiva da musculatura abdominal, e para isso é necessário rever o tipo e a colocação dos eletrodos4. Visando incentivar o paciente a fazer a elevação de tronco junto com a estimulação russa, no tratamento de fortalecimento, são necessários determinados cuidados, tal como diminuir o tempo “ON” da estimulação russa, evitando o risco 10 precoce de fadiga muscular. Normalmente, no trabalho da estimulação russa associado ao movimento de flexão de tronco, o fortalecimento abdominal tende a ser potencializado4. 4. CONCLUSÃO A elevação de tronco, em flexão sobre a coxa, promove fortalecimento da musculatura abdominal. Porém, os músculos que apresentam suas forças diminuídas necessitam de programas de fortalecimento muscular associados com a corrente russa, com o que se indica a associação da estimulação russa com o movimento de flexão de tronco, o que pode levar à potencialização do tratamento de fortalecimento abdominal. Os profissionais tecnólogos em estética devem estar aptos a promoverem esse fortalecimento muscular através de estimulação russa, de maneira que, com o auxílio de educadores físicos,formam uma abordagem multiprofissional proporcionando um tratamento mais efetivo a seus clientes. 5.REFERÊNCIAS 1. MARTINS, A.D. Analise eletromiográfica do músculo reto abdominal pré e pós aplicação de um protocolo de corrente russa associada ou não a exercícios abdominais em mulheres sedentárias. Disponível em: <htpp:<//www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/000042/00004213.pdf>. Acesso em 19 jul. 2012. 2. GOUVEIA, K. M. C. GOUVEIA, E. C. o músculo transverso abdominal e sua função de estabilização da coluna lombar. Disponível em: <htpp/www2.puc.pr.br/red/public/7/archive/0007-00002064 artigo_ospdf.26 jul 2012>. Acesso em 26 jul. 2012. 3. ORLANDI, V. Corrente russa e exercícios resistido no músculo glúteo máximo. 2005. 82 f. (Bacharel em Fisioterapia). 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