Conflitos éticos na prática dos enfermeiros e contribuição da formação ética para seu enfrentamento Jussiely Cunha Oliveira1 Manoel Juvenal Costa Neto2 Maria Jésia Vieira3 Débora Pimentel4 Anne Aires Vieira Batista5 RESUMO Estudo de caráter exploratório, descritivo e qualitativo com objetivo de analisar a ocorrência de conflitos éticos na prática profissional dos enfermeiros e as contribuições da formação ética durante o curso de graduação para o enfrentamento desses conflitos. Foram selecionados por sorteio 100 enfermeiros que trabalham na cidade de Aracaju/SE inseridos em hospitais privados, públicos, filantrópicos e unidades básicas de saúde. Para o tratamento dos dados foi utilizada a análise de conteúdo categorial. Através dos resultados percebeu-se que os enfermeiros pesquisados vivenciam conflitos éticos em seu ambiente de trabalho e apesar de haver o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem muitos não sabem como lidar com os eventuais problemas. Notou-se ainda que para 41 do total de enfermeiros pesquisados os conteúdos sobre a ética vistos durante a formação profissional não atenderam suas necessidades profissionais. A ocasião de estudo da ética durante o curso de graduação foi o quinto período do curso, e 43 do total de respondentes afirmaram que a disciplina atingiu as necessidades acadêmicas, porém 13 destes enfatizaram que a disciplina serviu somente para as necessidades da época. PALAVRAS CHAVE: enfermagem, conflitos éticos, formação profissional 1 Estudante de Enfermagem. Universidade Federal de Sergipe, bolsista PIBIC/CNPQ/COPES/UFS. [email protected]; [email protected] 2 Estudante de Medicina. Universidade Federal de Sergipe. bolsista PIBIC/CNPQ/COPES/UFS. mjuvenalneto 3 Enfermeira, doutora, Universidade Federal de Sergipe. [email protected] 4 Médica, doutoranda, Universidade Federal de Sergipe. [email protected] 5 Enfermeira, mestranda, Universidade Federal de Sergipe. [email protected] 2 1 INTRODUÇÃO Nos últimos anos, o rápido crescimento de novas tecnologias deu origens a situações inéditas de decisões morais que revelaram urgência em preparar os profissionais para discutir sobre os desafios encontrados no seu ambiente de trabalho. A preocupação com os aspectos éticos na assistência à saúde não se restringe ao simples conhecimento das normas e leis contidas na legislação ou nos códigos de ética profissional, mas estende-se também ao respeito à pessoa como cidadã e como ser social (1- 2). A ética relacional, à medida que engloba abordagens tradicionais da saúde, incide também sobre o raciocínio moral dos indivíduos envolvidos, deslocando a atenção para os relacionamentos (3). A capacidade humana de pensar as próprias finalidades de seu agir social faz o indivíduo refletir sobre seus hábitos, valores e comportamentos, como também sobre o social, ao analisar as tradições, culturas e o modo de viver em conjunto. No entanto, é a dualidade entre o individual e o coletivo que propicia o surgimento de conflitos relacionais entre os seres humanos (4-5). Qualquer sistema de saúde é passível de questões éticas propiciadoras de conflitos que, se não forem adequadamente resolvidos, podem comprometer a atuação profissional, a assistência à saúde de qualidade ou a autonomia do usuário (6) . Quando um tratamento ou cuidado ao cliente se desviam do curso normal e esperado, desencadeia as ocorrências iatrogênicas que podem acarretar em danos ao cliente, à instituição ou ao próprio profissional e culminam em ocorrências éticas de ordem física ou moral (7). Nesse sentido, é de competência do profissional de enfermagem garantir uma assistência isenta de prejuízos eventuais ao cliente como também é direito dos pacientes ter segurança de que os riscos serão potencialmente evitados, além de receber todas as informações sobre tais riscos, benefícios e custos (7). Sendo assim, torna-se fundamental o desenvolvimento das qualidades técnicas e humanas dos profissionais de enfermagem, principalmente quando associadas à ética de enfermagem. Esta é entendida como princípios de uma conduta e postura profissional apropriada relacionada aos deveres e direitos dos próprios profissionais, como também às suas atitudes frente ao cuidado do paciente e o relacionamento estabelecido entre este, o profissional e familiares (8). A dimensão ética abordada desde o processo de formação do enfermeiro não se constitui da imposição de comportamentos, mas se potencializa o diálogo, a compreensão, o respeito, a 3 liberdade e a solidariedade. Com isso, preconiza-se um agir pautado numa relação entre as noções éticas e as situações vividas pelos sujeitos (9). A busca do saber na Enfermagem propicia práticas de cuidado cada vez mais qualificadas, fundamentadas em uma postura ética, voltada para o desenvolvimento do raciocínio, da crítica, da autonomia, da criatividade, da comunicação e da capacidade de visualizar problemas, enfrentá-los e tentar solucioná-los (10). Num momento em que a Enfermagem e a saúde em geral se envolvem cada vez mais no desenvolvimento de conhecimentos científicos e técnicos, discussões sobre a ética e suas repercussões na prática e nas relações profissionais tornam-se extremamente necessárias (11) . Nessa perspectiva, o presente trabalho pretende contribuir com um estudo sobre os conflitos éticos na prática profissional de enfermagem e contribuições da formação ética no curso de graduação para o seu enfrentamento. 2 OBJETIVOS Geral Identificar a percepção dos profissionais de Enfermagem sobre o ensino da ética como resposta às necessidades da prática profissional. Específicos Identificar situações de conflitos éticos na prática profissional dos enfermeiros; Verificar a contribuição da formação ética no curso de graduação para o enfrentamento de conflitos éticos. 3 REVISÃO DA LITERATURA 3.1 ÉTICA E BIOÉTICA A palavra ética tem origem do grego Ethikós, que significa "modo de ser" e refere-se ao comportamento humano de acordo com seu valor moral, a natureza do bem e do justo (12) .A ética compõe um ramo filosófico que tem como propósito refletir sobre o agir humano e sua finalidade é estudar os conflitos provenientes de tais atitudes humanas (13). A ética auxilia no desenvolvimento do bem estar individual e coletivo por caminhos regidos pela virtude e está presente em todas as ordens vigentes no mundo, na escola, na política, no esporte, nas empresas e é de vital importância nas profissões, principalmente nos 4 dias atuais. A ética, segundo Aristóteles, serve como condução do ser humano à felicidade e possibilita com a dinâmica do convívio social transparecer e desenvolver os valores éticos e morais humanos (12). Tudo gira atualmente em torno de atitudes eticamente corretas ou não, por meio de uma postura consciente, solidária e responsável, principalmente daqueles que se propõem a cuidar de outros seres humanos. Na área da saúde, a bioética estabeleceu novas diretrizes para o estudo da ética e sustenta-se em quatro princípios que devem nortear as discussões, decisões, procedimentos e ações na esfera dos cuidados da saúde. Tais princípios da beneficência, nãomaleficência, autonomia e justiça são utilizados como recursos para análise e compreensão de situações dilemáticas presentes cotidianamente nos serviços de saúde (1). Nesse sentido, a Bioética é uma disciplina que promove a interação da ética com o desenvolvimento científico e filosófico no campo da saúde para a produção de saberes e práticas que compõem a vida cotidiana da sociedade. As reflexões da bioética produzem modelos teórico-metodológicos que utilizam seus princípios norteadores de valores implícitos atrelados ao respeito pela dignidade da pessoa humana e pela sua autonomia (14-15). Através do princípio da beneficência, o profissional se compromete em avaliar os riscos e os benefícios potenciais, individuais e coletivos, e a buscar o máximo de benefícios, reduzindo ao mínimo os danos e riscos ao paciente. O verdadeiro cuidado humano prima pela ética como elemento impulsionador das ações e intervenções pessoais e profissionais nos seres humanos. Mediante uma ética relacional, o profissional é capaz de reconhecer sua condição de cuidador, além de compreender e respeitar a individualidade, vontades, sentimentos, história, medos, insegurança e direito do paciente de decidir sobre o que deseja para si e para sua saúde (1-5). O princípio de não-maleficência implica no dever do profissional em se abster de fazer qualquer mal, de não colocar o paciente em risco, comprometendo-se a estar sempre avaliando e evitando danos previsíveis e minimizando os que se apresentarem no decorrer do processo. A autonomia diz respeito ao poder de decidir sobre si mesmo, preconizando que a liberdade de cada ser humano deve ser resguardada. Esta autodecisão é limitada em situações em que "pensar diferente" ou "agir diferente", não resulte em danos para outras pessoas. Logo, a violação da autonomia só é eticamente aceitável, quando o bem público se sobrepõe ao bem individual (1). O princípio bioético da justiça relaciona-se à distribuição coerente e adequada de deveres e benefícios sociais. Dessa forma, todo cidadão tem direito à assistência de saúde, 5 sempre que precisar, independente de possuir ou não um plano de saúde (1) . Esses princípios da bioética constituem o fio condutor para a tomada de decisões na área da saúde e auxiliam os profissionais da saúde a refletir sobre suas condutas frente a situações de conflitos resultantes, sobretudo dos avanços tecnológicos (16). 3.2 CONFLITOS ÉTICOS E A PRÁTICA PROFISSIONAL A prática profissional na saúde requer um processo reflexivo frente aos seus princípios e valores de acordo com uma postura ética que possibilite a recuperação e o bem-estar do ser fragilizado. No entanto, diversos profissionais não conseguem colocar em prática todos os valores supracitados e surgem os dilemas éticos caracterizados por relações de desrespeito que repercutem em uma assistência fragmentada e desumanizada (5). Atualmente a atenção é voltada para doença como objeto do reconhecimento do saber científico, sem relacioná-la com o ser na qual esta se desenvolve. Diante desse fato, observa-se uma forte desumanização dos profissionais da saúde e, conseqüentemente, das suas práticas, atingindo diretamente os usuários dos serviços de saúde que se encontram doentes, já debilitados e necessitados de ajuda. É desse modo que se fundamenta a importância da ética, pois esta não contempla somente os deveres, mas também os direitos, os valores, o modo como os homens conduzem as relações interpessoais (5). Uma das causas de problemas éticos na prática profissional da saúde é a negligência dos direitos do usuário que possui suas necessidades ignoradas, visto que, a lógica que organiza o serviço de saúde é aquela constituída por profissionais que detêm o poder de definir as regras e normas às quais a pessoa internada deve se submeter. Afirma-se ainda que toda a situação de submissão, vulnerabilidade, precárias condições de assistência e de trabalho só poderá ser melhorada no momento em que os profissionais de saúde a compreenderem e procurarem criar relações mais horizontais, simétricas e menos hierárquicas com os usuários de serviços públicos de saúde (17). Nesse contexto, os profissionais de saúde, e especificamente os de enfermagem, necessitam, além de respeitar os direitos éticos e legais dos clientes, demonstrar-lhes atenção, respeito, compreensão de sua situação vivida no momento, a partir de informações e esclarecimentos a que têm direito, estimulando sua participação nas decisões sobre seu tratamento e cuidado (18). Os conflitos éticos vivenciados pelos enfermeiros não são resultantes somente de falhas técnicas ou falta de conhecimento científico. Muitos destes conflitos são atribuídos a dificuldades 6 de relacionamento interpessoais e interprofissionais, no momento em que essas relações tornam-se desrespeitosas (7) . Tão importante quanto o saber científico são o respeito nas relações humanas, abrangendo o bom relacionamento, o sigilo e a obediência às normas e às leis. Sendo assim, a empatia e a solidariedade precisam ser componentes fundamentais para uma prática ética, a qual considera o outro como seu semelhante inserido em uma relação simétrica dentro de uma situação de saúde vulnerável. É a partir dessa compreensão que se torna possível ao profissional desenvolver uma prática mais qualitativa, acolhedora e tolerante para com aqueles que se apresentam vulneráveis quando se colocam sob seus cuidados profissionais (17). 3.3 O ENSINO DA ÉTICA NA GRADUAÇÃO DE ENFERMAGEM A inclusão da ética no campo de formação do enfermeiro resultou da alteração estabelecida pelo MEC em 1994 que estabeleceu novas diretrizes para o currículo de graduação em enfermagem. Porém, apenas em 2000 os conteúdos da bioética foram integrados ao ensino da ética abrangendo os conteúdos de ética, bioética e fundamentos legais do exercício profissional de enfermagem (15). Esses novos ensinamentos na disciplina de ética em saúde resultaram dos recentes avanços da biotecnologia que criaram desafios éticos e maior consciência nas questões éticas envolvidas nas decisões coletivas. Isto tem contribuído não só para a solução de problemas, mas, talvez, e até com mais importância, para o desenvolvimento de modalidades e métodos de abordar as questões éticas de modo a promover uma nova racionalidade diante da vida (19). A ética como prática educativa na enfermagem proporciona uma nova maneira de pensar e agir diante das demandas sociais, com a construção de competências ético-sociais que envolvem a capacidade de se relacionar com o outro (10). É possível ainda estabelecer uma convivência humana participativa e compreensiva, assumindo a responsabilidade de atuar como um ser transformador da sociedade sob o ponto de vista ético, principalmente em relação ao cuidado e respeito à autonomia e à diversidade de pensamentos e atitudes Nesse contexto, sabe-se que a prática do enfermeiro está centrada sobre aquele que necessita de ajuda, requerendo sua presença a fim de proporcionar o bem-estar físico, psíquico e social, vendo o ser humano holisticamente. Diante disso, é de fundamental importância que os responsáveis pela formação profissional preocupam-se em assegurar conteúdos não só científicos e tecnológicos, mas também relacionados à ética que asseguram a conduta profissional (15). 7 4 METODOLOGIA O método utilizado no presente estudo foi o exploratório, descritivo e qualitativo com o intuito de identificar a percepção dos enfermeiros sobre o ensino da ética e sua contribuição para o enfrentamento dos conflitos éticos vivenciados na prática profissional. O universo de pesquisa foi a cidade de Aracaju/SE, sendo as unidades de observação as instituições de saúde: hospitais privados, públicos, filantrópicos e unidades básicas de saúde por serem os principais empregadores de enfermeiros da área pesquisada. A população foi constituída por 130 enfermeiros lotados nas referidas instituições cujo cálculo foi feito pela fórmula de Gil (20), considerando-se uma população de 1384 enfermeiros. Até o momento foram questionados 100 enfermeiros sendo que a pesquisa terá continuidade. Os profissionais pesquisados foram selecionados mediante sorteio a partir da listagem fornecida pelas respectivas unidades de vinculação funcional, e após sorteados foram contactados quanto ao seu interesse em participar. Para a técnica de coleta de dados foi utilizado um questionário previamente testado, composto por cinco questões abertas e duas questões de evocação simples, a fim de verificar a contribuição do ensino da ética no curso de graduação destes profissionais para o enfrentamento dos conflitos atuais. Os profissionais mencionados, antes de responderem ao instrumento foram esclarecidos quantos aos objetivos da pesquisa, ao seu direito de anonimato em relação às informações cedidas e o direito de desistência e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme resolução 196/1996, do Conselho Nacional de Saúde (21). Para o tratamento dos dados foi utilizada a análise de conteúdo na modalidade categorial (22) a qual consiste na descoberta dos núcleos de sentido que compõem a comunicação. Após levantamento e leitura flutuante dos documentos, foi feita a constituição do corpus da pesquisa, exploração do material em unidades de registro, categorização, e discussão dos resultados (22). Ressalta-se que, durante e após a análise dos dados, tanto os nomes das instituições como os dos respondentes foram codificados a fim de manter o anonimato e garantir o sigilo das informações fornecidas. Para fins deste subprojeto são apresentadas as questões de números 2, 4 e 5. 8 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Através do instrumento de coleta foi possível fazer o perfil dos enfermeiros pesquisados (Gráficos 1, 2 e 3). Gráfico 1. Tempo de graduação (anos) dos enfermeiros pesquisados Gráfico 2. Instituição de formação dos enfermeiros pesquisados Gráfico 3. Instituição que os enfermeiros pesquisados desempenham suas funções. Dos 100 enfermeiros pesquisados, 86 são do sexo feminino, 44 possuem entre 20 e 30 anos, 59 não tem filhos, 45 tem tempo de formação de 0 a 5 anos (Gráfico 1) e 49 são casados. Quanto às instituições de formação, 79 do total de participantes da pesquisa fizeram a graduação em duas Universidades do Estado de Sergipe, sendo que destes 61 formaram-se na Universidade Federal de Sergipe e 18 na Universidade Tiradentes (Gráfico 2). Em relação à carga horária semanal de trabalho observou-se uma variação entre 20 e 88 h semanais, 40 desempenham suas funções em hospital público (Gráfico 3) e 36 dos respondentes não tinham carga horária semanal de plantões. Todos os pesquisados foram questionados sobre os principais conflitos éticos vividos em seu ambiente de trabalho. No quadro 1, as respostas foram categorizadas tendo como referencial o Código de Ética Dos Profissionais de Enfermagem (23) a fim de identificar os 9 núcleos de sentido expressos nas falas, que contém significados relativos aos principais conflitos éticos vivenciados pelos enfermeiros nas suas experiências de trabalho. A necessidade de instituir um código de ética surgiu frente aos desafios tecnológicos e organizacionais no campo da saúde, uma vez que o código de ética fornece suporte em lidar com problemas éticos, além de oferecer modelos e referências de como precisa ser uma equipe de enfermagem. Ressalta-se que ética não deve ser restrita apenas aos profissionais de saúde e pacientes, mas deve abranger a família dos pacientes a qual irá influenciar no tratamento (24). Porém, foi possível observar nesse estudo que os enfermeiros vivenciam conflitos éticos em seu ambiente de trabalho e apesar de haver o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem muitos não sabem como lidar com os eventuais problemas. A maioria dos pesquisados relatou viver mais de um conflito ético e isso reafirma a observação de que os profissionais não colocam em prática os conteúdos do código de ética, fato também observado no estudo de Verpeet (24). CATEGORIAS Relação com pessoa, família e coletividade Relações com os trabalhadores de enfermagem, saúde e outros Relações com as organizações da categoria Relações com as organizações empregadoras NÚCLEOS DO SENTIDO Postura profissional inadequada Negligência Imperícia Desrespeito Discriminação Imprudência Descontinuidade da assistência Comunicação inadequada Exigência indevida do paciente/família Falta de empatia Registro de informações inverídicas Relação conflituosa Postura pessoal/profissional inadequada Desrespeito entre os profissionais Exposição pública de profissionais Interferência nas condutas dos profissionais Comprometimento do trabalho em equipe Injúria, calúnia e difamação Discordância pessoal Comunicação inadequada Critica de condutas Negar e/ou omitir informações aos Conselhos de classe Das organizações para com os trabalhadores Condições inadequadas de trabalho FREQUÊNCIA DE CITAÇÕES 16 11 09 09 08 05 04 03 03 02 01 19 16 14 07 05 05 05 03 02 01 07 25 10 Sigilo profissional Infrações e penalidades Conflitos hierárquicos Desvalorização profissional Falta de Educação permanente Dos profissionais para com as organizações Desrespeito a normas e rotinas Descumprimento de carga horária Não colaborar com o serviço Quebra de sigilo Exposição dos pacientes 15 02 01 Desobediência e/ou inobservância do código de ética Impunidade 05 Não vive nenhum conflito Sem resposta 03 02 01 06 03 02 02 01 Quadro 1. Principais conflitos éticos vivenciados pelos enfermeiros nas suas experiências de trabalho Dentre os principais conflitos éticos relatados neste estudo, na Relação com pessoa, família e coletividade, foi observado como relatos mais freqüentes a postura profissional inadequada, postura profissional inadequada, a negligência, a imperícia, o desrespeito, a discriminação dos pacientes e a imprudência. A postura profissional inadequada foi um conflito referido pelos enfermeiros que presenciaram discussões sobre conduta médica perante o paciente e acompanhante, pacientes esperando horas por atendimento médico após serem atendidos por enfermeiros e a falta de compromisso dos profissionais tanto com os pacientes como com seus familiares. Tal fato encontra associação com outro estudo (25) que aborda o respeito mútuo, a interação, incorporação e criação de um ambiente propício como características importantes para desenvolver uma relação ética livre e harmoniosa. À medida que os profissionais tenham esses princípios em mente torna-se mais fácil e consciente o dever de manter uma postura profissional adequada frente aos pacientes e família. O aspecto imprudência foi descrito pelo erro no tratamento, a negligência foi relatada tanto com relação ao paciente e a assistência prestada como pelas iatrogenias feitas por falta de atenção dos profissionais. Já a imperícia abrangeu o exercício ilegal da profissão de enfermeiros e médicos por parte de técnicos e auxiliares de enfermagem e a realização de procedimentos sem conhecimento e/ou habilidade técnica. Alguns enfermeiros referiram ter vivido esses três conflitos em suas experiências. 11 É dever ético do profissional de enfermagem garantir uma assistência isenta de prejuízos eventuais ao cliente e é direito deste ter segurança de que os eventuais riscos serão evitados (7). O desrespeito aos pacientes foi caracterizado em relação ao descaso com a saúde destes. A discriminação no atendimento foi descrita de acordo com a condição sócio econômica com relatos de maus tratos com o paciente de baixa renda, diferenciação no atendimento conforme poder aquisitivo, valores culturais e pessoais, bem como em razão da procura do atendimento, em que a depender da situação são tratados com ironia e julgamentos pessoais. Na categoria Relações com os trabalhadores de enfermagem, saúde e outros, os principais conflitos relatados foram as relações conflituosas, a postura pessoal/profissional inadequada e o desrespeito entre os profissionais. Os relatos de relação conflituosa abrangiam as divergências de atitudes dos profissionais com os pacientes, as intrigas, disputa de poderes, aos profissionais que assumem postura de superioridade, aos conflitos de relacionamento e conflitos entre as categorias profissionais. Dentre os conflitos relacionados com a postura pessoal/profissional inadequadas os mais vivenciados foram a injustiça, a falta de compromisso e responsabilidade profissional com o trabalho e o individualismo. O desrespeito exposto pelos enfermeiros pesquisados referia-se, na maioria dos relatos, ao desrespeito direto e indireto de profissionais com críticas e agressões verbais e a falta de profissionalismo da equipe multiprofissional. A própria equipe de enfermagem evidencia conflitos ao desrespeitar seus próprios colegas e pacientes. Além disso, também existe o desrespeito entre os membros da equipe de saúde, uma vez que apesar de necessária a cooperação multiprofissional, nem todos são capazes de entender e aceitar a importância de interagir os saberes de cada profissional em busca de um bem comum (26). A importância da colaboração dos prestadores de serviço em saúde, é apontada tanto para eles próprios, como para os pacientes e seus familiares a fim de promover uma melhoria na satisfação dos pacientes e dos profissionais (médicos e enfermeiros) com o trabalho prestado (27). Na categoria de análise Relações com as organizações da categoria profissional, foi identificado pelos relatos dos pesquisados o conflito de profissionais que praticam ou presenciam a negação e/ou omissão de informações aos conselhos de classe. A categoria Relações com as organizações empregadoras teve dois núcleos de sentido: a relação das organizações empregadoras para com os trabalhadores e dos trabalhadores para com as 12 organizações, tendo como maior freqüência de citações as condições inadequadas de trabalho e os conflitos hierárquicos. No que diz respeito às condições inadequadas de trabalho foram descritas a desorganização gerencial, de infra-estrutura e materiais, insatisfação de alguns profissionais e usuários com o atendimento, a superlotação das unidades e a má qualidade do atendimento no setor em que trabalha. Também foram relatados conflitos referentes à falta de recursos físicos para desempenhar corretamente suas funções e a responsabilidade de ter que tomar decisões sobre a prioridade de atendimento. Nessa perspectiva, o maior desafio para o enfermeiro em cargos administrativos e gerenciais é quando a qualidade do atendimento é limitado por recursos, uma vez que a saúde da comunidade depende da responsabilidade desses gestores e fornecer o sustento necessário para os cuidados e o bem-estar é agir dentro do código de ética de enfermagem (28). Ainda em relação à tomada de decisões, em situações complexas e conflitantes esta deve estar pautada na dignidade, no respeito e diálogo com os envolvidos a fim de preservar os princípios éticos da não-maleficência, beneficência e autonomia (25). Em relação aos conflitos hierárquicos os principais problemas relatados foram a supervalorização de profissionais pela coordenação, a impotência e receio diante de situações gerenciais e administrativas, a conduta inapropriada de algumas chefias e a falta de seguimento da hierarquia institucional. Em relação ao Sigilo profissional, alguns enfermeiros referem que vivenciaram conflito ético ao observar quebra de sigilo e exposição de pacientes; e ainda referem na categoria Infrações e penalidades a impunidade e desobediência e/ou inobservância do código de ética. Além dos conflitos relacionados ao código de ética, alguns enfermeiros relataram questões políticas, como conflito ético, pela interferência partidária e a indicação política para cargos de gerência. Referiram ainda desmotivação no trabalho ao longo do tempo. Estes conflitos vivenciados pelos enfermeiros, no presente estudo, reafirmam a necessidade de compreender e colocar em prática os pressupostos do código de ética, a fim de saber enfrentar os problemas no ambiente de trabalho. Discorre-se ainda que, a formação em saúde é um processo muito mais amplo do que o manejo de técnicas e procedimentos, uma vez que apresenta dimensões nas quais se expressam valores de ordem moral ou ética. Refere ainda que, quanto melhor a compreensão dos profissionais sobre a sociedade na qual se inserem maior sua capacidade de trabalhar em equipe (4). 13 Sendo assim, atenta-se para a necessidade de priorizar as discussões e ensinamentos da ética na formação acadêmica dos profissionais de enfermagem. Visto que o ensino da ética na graduação possibilita a criação de um espaço propício para ressaltar os valores profissionais e humanos, manifestar a responsabilidade social e desenvolver um pensamento criativo, ativo e solidário dos futuros profissionais (29). Nessa perspectiva, os profissionais pesquisados neste estudo foram questionados se os conteúdos da disciplina cursada na graduação os ajudaram a enfrentar os conflitos vivenciados em seu cotidiano profissional. Em caso de resposta positiva os participantes responderam de que forma estes conteúdos contribuíram. Os principais relatos assim como a quantificação das respostas estão expostos no quadro 2. Respostas Freqüência de citações SIM 32% NÃO 41% PARCIALMENTE 23% Relatos “- A disciplina foi passada com a utilização de exemplos, aplicação do cotidiano” (E9). “- Cursar essa disciplina foi fundamental para expor os conflitos mais comuns que podemos nos deparar na vida profissional, auxiliando a tomar as atitudes corretas” (E13). “- Levando a teoria para a prática durante os estágios curriculares e extracurriculares” (E20). “- Ajudou a entender cientificamente o aprendizado que recebemos da família” (E54). “- Proporcionaram embasamento teórico-prático para as tomadas de decisões e modo de agir ético” (E70). “- A teoria ficou muito distante da prática” (E23). “- O que foi abordado na graduação só serviu para preencher as folhas do caderno, o uso prático foi insuficiente” (E27). “- Ajudaram a julgar o que seria ético ou não, mas não a solucionar os conflitos” (E36). “- Não houve análise e pensamento crítico, apenas decoramos o código de ética sem contextualização” (E43). “- Foi muito focado nos valores filosóficos e não nas responsabilidades, deveres e proibições” (E44). “- O tema foi muito pouco abordado, aprendi com a prática” (E50). “- Acredito que a disciplina ajudou, pois foram discutidos aspectos do código de ética, porém não se discutiu os possíveis conflitos que seriam encontrados no dia a dia profissional” (E1). “- Os conteúdos sensibilizam a seguir o código de ética, porém só na vida profissional, nas situações conflitantes é que conseguimos colocar em prática os princípios” (E11). “- Não necessariamente. O que me ajuda no dia a dia é a minha experiência profissional e minha formação familiar” (E57). 14 NÃO LEMBRA 4% “- Os conteúdos ajudam o profissional a ter uma direção, a saber onde buscar subsídios para enfrentar os problemas” (E79). “- Não diria solucionar, mas me ajudaram a compreender a importância de agir sempre buscando ser mais justo e correto possível” (E84). “- Tenho muito tempo de formado e não me recordo” (E18). “- Não tenho recordação da disciplina” (E85). Quadro 2. Contribuição da disciplina cursada na graduação para solucionar os conflitos atuais. Observa-se que para a maioria dos pesquisados (41%), os conteúdos éticos vistos durante a formação profissional não atenderam às suas necessidades profissionais e 23% tiveram suas necessidades atendidas parcialmente. Essas observações podem ser confrontadas com o fato de a grande maioria dos entrevistados vivenciar conflitos éticos e não saber como resolvê-los. Os conteúdos sobre a ética abordados na graduação devem ser articulados com o cotidiano para provocar discussões sobre os conflitos na prática e, assim, estimular os discentes à reflexão crítica. Pressupõem, ainda, que nesse sentido o aluno capaz de refletir criticamente sobre tais conflitos tem uma atitude moral e autônoma necessárias para o enfrentamento dos dilemas na práxis profissional (30). Também foi perguntado em que período estudou a ética e se atendeu às necessidades da prática acadêmicas. Percebeu-se que o período prevalente em que foi estudada a ética é o quinto, sendo também este referido pela maioria dos que disseram ter visto o conteúdo em mais de um período. É relevante observar que 17 dos pesquisados não lembram e 19 não tinham certeza sobre qual período do curso estudaram ética. Desta forma, destaca-se que o currículo precisa conter um planejamento do ensino ético desde o primeiro período até o último, orientado por propostas precisas, convenientes e sequenciadas a fim de atingir os objetivos referentes ao processo de trabalho, ao exercício profissional e aos valores da humanidade (30). Retrata-se também a importância de trazer para as aulas de ética o maior número de exposições e discussões, pois isto facilitará ao aluno conhecê-los e poder tomar consciência dos fatos e de como deve agir diante dos mesmos (30). No entanto, no presente estudo apenas três participantes afirmaram ter estudado a ética durante todo o curso. Com relação à mesma ter atendido, na época, às suas necessidades da prática acadêmica, 43 pesquisados responderam positivamente como exposto no quadro 3. 15 Vale destacar que, dentre os 43 respondentes que afirmaram que a disciplina atingiu as necessidades da prática acadêmica, 13 enfatizaram ter atendido às necessidades da época, ou seja, enquanto acadêmicos, porém para as necessidades profissionais, não. Nesse sentido, ressalta-se ser de fundamental importância que os responsáveis pela formação profissional preocupem-se em assegurar conteúdos não só científicos e tecnológicos, mas também relacionados à conduta profissional, uma vez que o ensino da ética normalmente está sendo transmitido por meio de outras disciplinas não específicas para o tema ética (15). Sendo assim, o ensino e os conteúdos discutidos nas universidades precisam acompanhar as transformações sociais, pois na atual realidade o profissional acaba se deparando com situações que envolvem questões éticas. Vale complementar que, na enfermagem, é indispensável existir a reflexão e o respeito dessas questões, uma vez que os profissionais enfermeiros normalmente enfrentam dilemas de cunho ético em seu cotidiano, evidenciando a existência de divergências entre a teoria e a prática (31). RESPOSTAS QUANTITATIVO SIM 43% NÃO 36% PARCIALMENTE 7% NÃO LEMBRO NÃO SABE NÃO RESPONDEU 7% 1% 6% RELATOS “- As necessidades acadêmicas sim, mas as profissionais não” (E70). “- Me fez ver a profissão valorizada a partir dos meus atos/conduta profissional” (E80). “- Acredito que a disciplina precisava de situações mais práticas, ficou muito na teoria e terminou sendo cansativa” (E11). “- Faltava maturidade para compreender o conteúdo, pois estudamos ética sem ter o contato com a assistência” (E16). “- A metodologia utilizada desempenha papel importante no aprendizado e melhor desempenho profissional” (E35). “- Não plenamente, mas o tema sempre entrou na pauta de discussões de outras disciplinas, o que complementou as minhas necessidades” (E24). “- Difícil lembrar porque faz muito tempo” (E82). ----------- Quadro 3. Atendimento da disciplina que aborda conteúdos éticos no enfrentamento das necessidades acadêmicas. Os conflitos e dilemas éticos enfrentados pelos profissionais da saúde são constantemente debatidos e muitos culminam em processos jurídicos. Em virtude da grande área que o sistema de saúde abrange, profissionais desse campo devem ser orientados para que os princípios éticos sejam tomados de forma correta. Ainda que as decisões éticas sejam 16 tomadas em diferentes situações, o conhecimento de um código pode pôr em prática princípios indispensáveis numa assistência em que os valores e benefícios são postos em prática e os cuidados são tomados (28-32). Para tanto, a tomada de decisões é influenciada por vários fatores, dentre eles: clima ético, sensibilidade ética, aflição moral, angústia reativa, resíduo moral, fardo moral e conflito de valores. É nesse contexto que os enfermeiros além de prestar assistência ao paciente, devem procurar os meios para solucionar tais conflitos (33). Nesse sentido, é importante cada vez mais implementar no ensino superior processos que influenciem e motivem a importância da ética enquanto disciplina como meio para construir um raciocínio crítico e reflexivo dos futuros profissionais. Mediante a reflexão ética, a capacidade de dialogar, a formação de uma consciência crítica, objetiva-se enfrentar uma série de desafios futuros ao potencializar o desenvolvimento moral das pessoas envolvidas, mostrando-lhes quais os recursos podem ser úteis para situações de possíveis conflitos (29). 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo identificou que a percepção dos profissionais de Enfermagem sobre o ensino da ética para responder às necessidades da prática profissional é que a mesma foi insuficiente, visto que apesar deste ensino ter acontecido em algum momento da graduação não foi suficiente para ajudar os profissionais a lidar com os eventuais conflitos no cotidiano do trabalho. Assim sendo, os profissionais vão para a prática profissional e se deparam com diversos conflitos, identificados com destaque neste estudo: a postura profissional inadequada diante do paciente, a negligência, a imperícia, as relações multiprofissionais conflituosas e desrespeito entre estes, submetem-se a prestar assistência em condições inadequadas de trabalho prejudicando o processo de cuidar, tendo que se indispor com os colegas e chefes imediatos, gerando conflitos hierárquicos. Destaca-se ainda que, nas aulas ministradas, segundo a percepção dos sujeitos, falta a correlação da teoria com os conflitos do dia a dia, com exemplos práticos, fato que favorece o distanciamento entre teoria e prática, bem como a falta de dinamismo para estimular o aluno quanto à importância daquele aprendizado. 17 Sendo assim, para a maioria dos respondentes, não há contribuição desta formação para o enfrentamento dos conflitos éticos visto que, a teoria ficou muito distante da prática, auxiliando apenas, em algumas situações, a dizer o que era ético ou não, deixando a desejar o ensinamento sobre como se posicionar diante de tais conflitos. Referiram ainda não ter existido análise e pensamento crítico sobre o tema, uma vez que normalmente havia a preocupação em decorar o código de ética sem a devida contextualização. Em virtude do que fora mencionado, percebe-se que a importância de estudos deste tipo reside, principalmente, no fato de que o ensino se constitui no lastro do profissional para as necessidades da prática, não esquecendo que a aprendizagem se faz num continuum. Reforça, ainda, a necessidade de que o ensino da ética possa se estender a todos os períodos da formação acadêmica dos enfermeiros, acompanhando seu amadurecimento e os níveis de complexidade desta formação. Percebeu-se que a maioria dos sujeitos desta pesquisa vivencia conflitos éticos e não sabem como enfrentá-los. Em vista disto, relatam sua insatisfação quanto a este ensino por não suprir as necessidades profissionais, fato relatado com expressividade pelos pesquisados. REFERÊNCIAS 1. Koerich MS, Machado RR, Costa E. Ética e bioética: para dar início à reflexão. Texto & Contexto Enferm. 2005; 14 (1): 106-10. 2. Souza ML, Sartor VVB, Prado ML. Subsídios para uma ética da responsabilidade em Enfermagem. 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