Aula 04 - Unigran

Propaganda
Ciências Sociais - Pedro Rauber - UNIGRAN
Aula 04
O PROCESSO DE
ACULTURAÇAO
Problematização:
A Cultura de uma determinada sociedade exerce influencia pelos contatos com
outros grupos?
O modo de vida de muitos povos resulta da fusão de outros modos de vida, isto é, de
culturas de outros povos que, por alguma circunstância, entraram em contato?
O processo de fusão de culturas em contato através da troca de seus padrões e da
influência mútua é denominado, em sociologia, de aculturação ou transculturação?
Como se deu o processo de aculturação dos nativos em contato com os brancos
europeus desde o processo de colonização no Brasil?
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Veja Mais!
O NOSSO PRIMEIRO GRANDE DESAFIO PARA ESTA AULA: Compreender
como se constrói o processo de aculturação e como a cultura determina a nossa vida
social, econômica, política, cultural como brasileiros.
A cultura brasileira, como todos nós sabemos, é o resultado da síntese de várias
culturas em contato: a cultura européia, particularmente a ibérica; as diferentes culturas
indígenas autóctones; as variadissimas culturas transplantadas da África. Esse processo de
síntese, estudado de modo único por Gilberto Freyre, e um exemplo dos mais significativos
de aculturação.
No caso do Brasil, o aldeamento singular de culturas é um dos mais importantes
fatores da autenticidade do caráter social brasileiro, do modo de vida do nosso povo, enfim,
da cultura brasileira.
Quando duas ou mais culturas em contato se fundem através da aculturação, uma das
culturas envolvidas nesse processo termina por prevalecer sobre a outra, ou as outras. Isto,
contudo, não significa que a cultura do dominador prevaleça em todos os aspectos da vida social.
Um exemplo bastante concreto na realidade atual é o que fazem as grandes
organizações que ultrapassam as fronteiras geográficas e se fazem presentes em diversos
ambientes, carregando consigo uma matriz sócio-cultural que foi gerada em seus países de
origem. Em outras palavras, a McDonald’s exporta um sistema de organização e uma forma
de vida junto com o seu “Big Mac”, que representa parte do jeito americano de viver e que se
espalha em realidades culturais diversas, como as do Brasil, Japão, Tailândia , e mais outros 50
países, num total de mais de 10.000 lojas, promovendo transformações na cultura preexistente.
Texto Informativo
Os textos abaixo fazem uma abordagem clássica sobre o tema em estudo para esta
aula, foram extraídos de fontes que são indicadas e tem por função de contraponto à temática
em estudos. Eles lhe servirão como subsídio à elaboração de novas relações e sínteses.
O Processo de Aculturação
O aparecimento da inteligência humana é um fato marcante na história da matéria. Ela
produziu uma espécie de Big Bang abstrato, um Universo feito de símbolos. A humanidade
não parece ter surgido de repente, num único instante ou num lugar só da Terra. Mas a cultura
humana evoluiu tão rápido que, em poucas dezenas de milhares de anos, nossa espécie adquiriu
o domínio de quase todos os demais seres vivos em escala planetária.
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A influência dos meios de comunicação de massa, principalmente televisão e cinema,
na formação da consciência político-social e a utilização desses meios pelo Estado com intenção
de manipular a opinião pública tem sido um assunto amplamente discutido nas últimas décadas.
A palavra ideologia foi criada no começo do século XIX para designar uma "teoria
geral das idéias". Foi Karl Marx quem começou a fazer uso político dela quando escreveu um
livro junto com Friedrich Engels intitulado A ideologia alemã. Nessa obra, eles mostram que:
• em toda sociedade dividida em classes, aquela classe que domina as demais faz
tudo para não perder essa condição;
• uma forma de manter-se no poder é usar a violência contra todos aqueles que forem
contrários a ela. Mas a violência pode voltar-se também contra ela: a violência
pode gerar a revolta do povo.
• é, então, muito mais fácil e mais eficiente dominar as pessoas pelo
CONVENCIMENTO.
É aí que entra a ideologia:
Corpo de idéias produzidas pela classe dominante que será disseminado por toda
a população, de modo a convencer a todos de que aquela estrutura social é a melhor ou
mesmo a única possível. Com o tempo, essas idéias se tornam as idéias de todos; em outras
palavras, as idéias da classe dominante tornam-se as idéias dominantes na sociedade.
Essa classe que se encontra no poder vai fazer uso de todos os mecanismos possíveis
e imagináveis para distribuir suas idéias para todas as pessoas, fazendo com que acreditem
apenas nelas. Numa sociedade de dominação, essa é a função dos meios de comunicação, das
escolas, das igrejas e das mais diversas instituições sociais. Onde houver pessoas reunidas,
ou mesmo sozinhas, haverá uma forma de ideologia em ação.
A essa tentativa de convencer as pessoas por meio de um falseamento da realidade
nós chamamos de ideologia.
A ideologia passa a dominar todos os nossos atos quando nos convencemos da verdade
dessas idéias, reproduzindo-as.
Meios de Comunicação de Massa transformam, em pouco tempo, culturas que por
séculos permaneceram quase imutáveis.
Rádio, Cinema, Televisão e Internet
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Meios de comunicação como arma de propaganda, com discurso
imagético (símbolos, mitos políticos, marcas e produtos/
multinacionais: Coca-cola, MacDonald’s, empresas de tabaco, etc. )
A cultura de uma determinada sociedade não muda por completo. Alguns aspectos
permanecem invariáveis, resistindo às mudanças.
Na dissertação de mestrado Guerra das Imagens: Cinema e Política nos Governos de
Adolf Hitler e Franklin D. Roosevelt (1933-1945), o historiador Wagner Pinheiro Pereira, da
Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da USP, retoma essa discussão através da
análise histórica de filmes produzidos durante os governos Roosevelt e Hitler, e mostra que
o uso dos meios de comunicação de massa como arma de propaganda política acontece tanto
em regimes totalitários quanto democráticos, há no mínimo 85 anos.
Pereira constatou em suas pesquisas, que o cinema foi utilizado, pela primeira vez,
para fins políticos pelos ingleses, em 1901, durante a Guerra dos Bôeres (1899-1902). Na
Primeira Guerra Mundial teve início, de forma generalizada, a sua utilização como arma
de propaganda política, no entanto, ainda de forma muito modesta e ingênua. Os filmes de
propaganda desse período não possuíam o aperfeiçoamento técnico, o fascínio e a eficácia
que teriam os produzidos a partir da ascensão dos regimes comunista e nazi-fascistas. "Dessa
forma, podemos afirmar que Hitler e Roosevelt, juntamente com Lênin, Stálin e Mussolini
foram os primeiros líderes políticos a utilizar o cinema (a principal mídia eletrônica da época)
como arma de propaganda política", explica Pereira.
Presidente Roosevelt passando pelas tropas na Sicília (Itália) em 1943. Cena do cinejornal
The March of Time ("A Marcha do Tempo")
Para o historiador, tanto Hitler quanto Roosevelt sabiam da importância do cinema
como instrumento para controlar a opinião pública. "Ambos acreditavam que o cinema, mais
do que qualquer outro meio de comunicação, atuava sobre as emoções, objetivando a conquista
dos 'corações e mentes' das massas", defende. Segundo ele, esses líderes estavam testando,
manipulando e moldando as reações e emoções do povo.
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Pereira mostra, portanto, que o cinema foi usado politicamente tanto por governos
autoritários, como o de Hitler, quanto por governos democráticos, como o de Roosevelt.
Segundo ele, nos regimes de caráter autoritário, o Estado se utiliza do monopólio dos meios
de comunicação, para veicular somente as mensagens favoráveis ao governo, e do poder de
censura para impedir qualquer forma de oposição e crítica à ideologia oficial; enquanto nas
democracias ocidentais, o Estado utiliza os meios de comunicação de forma menos agressiva,
para disseminar sua mensagem política e tentar obter o consenso da sociedade em torno de
suas propostas.
"É exatamente esse mito que deve ser quebrado, ou seja, propaganda e censura não
ocorrem apenas nos regimes de caráter totalitário, mas também nos regimes democráticos.
Além disso, pensando no caso brasileiro, nem mesmo o horário da propaganda eleitoral é
democrático, afinal, ele é comprado, o que faz com que o tempo de duração na televisão e
na rádio não seja dividido de forma igualitária entre todos os partidos políticos", comenta o
historiador.
Em acontecimentos recentes como a guerra contra o Iraque, liderada pelos EUA, o
pesquisador acha possível perceber a recuperação e reutilização de símbolos, mitos políticos e
imagens dos tempos de Roosevelt. "O discurso imagético voltou a apresentar o mundo dividido
entre as 'forças do bem' e as 'forças do mal', através do confronto democracia (representada
pelos EUA de George W. Bush) versus ditadura (desta vez, representada pelo Iraque de Saddam
Hussein). A divinização da figura do presidente dos EUA é tão arraigada ao imaginário político
e cultural do país, que os norte-americanos são ainda hoje os únicos capazes de produzir filmes
em que o seu presidente é o salvador do mundo, um 'presidente Indiana Jones', como podemos
ver em Força Aérea 1, Independence Day, etc", afirma.
Um outro exemplo do uso dos modernos Meios de |Comunicação Social pode ser
citado o clima de insurreição, em Lá Paz, capital política da Bolívia, um movimento do povo
exigindo a renúncia do presidente Gonzalo Sanches de Losada que pretendia exportar o gás
da Bolívia para o EUA e México através do Chile, inimigo histórico da Bolívia.
Vivemos em um mundo em que as grandes organizações ultrapassam as fronteiras
geográficas e se fazem presentes em diversos ambientes. É também verdade que essas empresas
carregam consigo uma matriz sócio-cultural que foi gerada em seus países de origem. Em
outras palavras, a McDonald’s exporta um sistema de organização e uma forma de vida junto
com o seu “Big Mac”, que representa parte do jeito americano de viver e que se espalha em
realidades culturais diversas, como as do Brasil, Japão, Tailândia , e mais outros 50 países,
num total de mais de 10.000 lojas.
Você já parou para prestar um pouco de atenção nas propagandas que bombardeiam
nossos olhos e ouvidos a todo momento?
Já pensou sobre as mensagens que nos são transmitidas pelos meios de comunicação:
TV, rádio, jornais e revistas, outdoors?
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___Referências Bibliográficas
COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia - Introdução à Ciência da Sociedade. São
Paulo: Editora Moderna, 1ª edição, 1994.
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LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Sociologia Geral. São Paulo.
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