FACULDADE CEARENSE CURSO DE TURISMO MONALISA MARINHO DA COSTA APOENA - TERRA DA AVENTURA: UMA ANÁLISE DOS EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DO PARQUE FORTALEZA 2012 1 MONALISA MARINHO DA COSTA APOENA - TERRA DA AVENTURA: UMA ANÁLISE DOS EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DO PARQUE Monografia apresentada ao Curso de Turismo da Faculdade Cearense, como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em ª Turismo sob orientação da Prof Oliveira Ferreira. FORTALEZA 2012 Rosaline 2 C838a Costa, Monalisa Marinho da. Apoena – terra da aventura: uma análise dos equipamentos e serviços do parque / Monalisa Marinho da Costa. – 2012. 63 f. ; il. Orientador: Profª. Ms. Rosaline Oliveira Ferreira. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Faculdade Cearense, Curso de Turismo, 2012. 1. Parque Apoena - Pacatuba (CE). 2. Turismo e lazer. 3. Turismo de aventura. I. Ferreira, Rosaline Oliveira. II. Título. CDU 338.48-51(813.1) Bibliotecária Maria Albaniza de Oliveira CRB-3/867 CDU 347.922.6 CDU 338.48(813.1) 3 MONALISA MARINHO DA COSTA APOENA - TERRA DA AVENTURA: UMA ANÁLISE DOS EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS DO PARQUE Monografia como pré-requisito para obtenção do título de Bacharelado em Turismo, outorgado pela Faculdade Cearense – FaC. Banca Examinadora __________________________________ Prof.ª. Ms. Rosaline Oliveira Ferreira. - Orientadora __________________________________ Prof.º Ms. Ivo Luís Oliveira Silva __________________________________ Profª Ariane de Queiroz Sousa 4 Dedico a mim. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço inicialmente a Instituição pela qualidade do curso que é oferecido. Aos professores exigentes que cobraram mais esforço e o meu melhor desempenho. A minha família, especialmente minha mãe que incentivou muito a continuidade dos meus estudos e projetos. Aos amigos que fiz e com certeza levarei comigo pelo resto da vida. 6 “É impossível não ser felicíssimo quem em tudo depende apenas de si e em si mesmo tudo apóia.” Cícero, Paradoxa Stoicorun, II, 17. 7 RESUMO Nas ultimas décadas a postura dos turistas se modificou, voltando esses indivíduos para atividades que proporcionem um maior contato com a natureza, que desafiem seus limites físicos, além de uma fuga da rotina dos grandes centros o que ocasionou o surgimento de parques ecológicos que visam atender a esse novo turista alternativo. Os parques temáticos são empreendimentos que se utilizam de temas diferenciados na ambientação física de suas atrações e têm como objetivo mercadológico de proporcionar lazer e o estimular a atividade turística. O parque pesquisado é um parque temático que promove educação ambiental para preservação ecológica além de oferecer estrutura de lazer e serviços. A pesquisa foi realizada com uma amostra de 200 pessoas onde foram analisadas as necessidades desses clientes de forma a desenvolver propostas para que o parque em analise possa refazer o planejamento de sua estrutura de serviços e equipamentos. A pesquisa apontou para a necessidade de implantação de equipamentos com maior nível de dificuldade, uma nova política de preços além de propostas que atendam aos diferentes segmentos. Palavras chave: Turismo de Aventura, Parques temáticos no Brasil, Turismo de Lazer, Marketing Turístico. 8 ABSTRACT In recent decades the attitude of tourists has changed, returning these individuals to activities that provide a greater contact with nature, that challenge their physical limits, and an escape from the routine of the major centers which led to the emergence of ecological parks that aim to meet this new tourist alternate. The theme parks are enterprises that use different themes in the physical setting of its attractions and marketing aim to provide leisure and stimulate tourism. The park is searched for a theme park that promotes environmental education for ecological preservation and provides recreational facilities and services. The research was conducted with a sample of 200 people where we analyzed the needs of these customers in order to develop proposals for the park in analysis, planning to redo the structure of services and equipment. The research pointed to the need for deployment of equipment with a higher level of difficulty, a new pricing policy as well as proposals that meet the different segments. Keywords: Tourism of adventure, Thematic Parks in Brazil, Leisure tourism, Marketing touristic. 9 FICHA DE ILUSTRAÇÕES Figuras Figura 1 – Simulação de trajetória / João Pessoa - Pacatuba - 2012 – página 28. Figura 2 – Organograma Simples do Parque APOENA – página 41. Fotos Foto 1 – Fotos de atividades e esportes de aventura oferecidos nos parques - 2012 – página 23. Foto 2 – Panorâmica do Parque Apoena – página 30. Foto 3 – Recepção do Parque Apoena – página 31. Foto 4 – Administração do Parque Apoena (à direita da foto) – página 31. Foto 5 – Restaurante do Parque Apoena – página 32. Foto 6 – Buffet do Parque Apoena – página 33. Foto 7 – Piscina infantil do Parque Apoena – página 33. Foto 8 – Bar e Tendas do Parque Apoena – página 34. Foto 9 – Fazendinha do Parque Apoena – página 34. Foto 10 – Passeio de charrete do Parque Apoena – página 35. Foto 11 – Anfiteatro do Parque Apoena – página 35. Foto 12 – Avião-cinema do Parque Apoena – página 36. Foto 13 – Trilha do Parque Apoena – página 36. Foto 14 – Muro de escalada do Parque Apoena – página 37. Foto 15 – Circuito de arvorismo do Parque Apoena – página 37. Foto 16 – Casa de Pedra / Museu pré-histórico do Parque Apoena – página 38. Foto 17 – Redário do Parque Apoena – página 39. Foto 18 – Tirolesa do Parque Apoena – página 39. Gráficos Gráfico 1 – Perfil dos entrevistados por sexo – página 44. Gráfico 2 – Homens entrevistados por idade – página 45. Gráfico 3 – Mulheres entrevistadas por idade – página 45. Gráfico 4 – Fonte de informação sobre o parque – página 46. Gráfico 5 – Equipamentos de menor preferência – página 46. 10 Gráfico 6 – Equipamentos de maior preferência – página 47. Gráfico 7 – Avaliação dos preços do parque pelos clientes – página 48. Gráfico 8 – Avaliação da limpeza do parque pelos clientes – página 49. Gráfico 9 – Avaliação sobre o atendimento aos clientes do parque – página 50. Gráfico 10 – Avaliação sobre as expectativas dos clientes – página 51. Tabela Tabela 1 – Data de abertura ao público e características dos primeiros parques nacionais mundiais – página 18. Tabela 2 - Unidades de preservação por década no Brasil e no mundo. Adaptada de Diegues (2004) – página 20. Tabela 3 – Relação de parques em funcionamento ou construção no Brasil em 1997 – página 21. Tabela 4 – Principais métodos de mídia utilizados pelos parques temáticos no mundo - 2012 – página 27. Tabela 5 – Cronograma da Pesquisa – página 43. Tabela 6 – Simulação de Preços do Parque APOENA – página 49. Tabela 7 - Análise SWOT – Pontos Fortes e Fracos – página 54. Tabela 8 - Análise SWOT – Oportunidades e Ameaças – página 55. 11 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12 2 PARQUES TEMÁTICOS E O TURISMO ............................................................. 14 2.1 Mudanças de comportamento dos turistas e sua influência no surgimento dos parques...................................................................................................... 14 2.2 Parques como meio de promoção do turismo em destinos no Mundo ...... 17 2.3 Investimentos em parques temáticos no Brasil ......................................... 18 3 PARQUE APOENA, HISTÓRICO, ESTRUTURA E SERVIÇOS ......................... 28 4 ANÁLISE DE DADOS DA PESQUISA ............................................................... 43 4.1 Análise de SWOT dos equipamentos e serviços do Parque Apoena ....... 52 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 57 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 59 APÊNDICE ........................................................................................................... 61 12 1 INTRODUÇÃO O mercado turístico de parques temáticos no Estado do Ceará tem apresentado bons resultados econômicos, pois, além de ser utilizado pelos clientes locais em potencial, tornam-se um atrativo para clientes com perfil turístico, muitas vezes sendo esses parques formadores de identidade para o local além de atingirem o papel de proporcionarem lazer aos visitantes. Dessa forma um parque localizado no litoral, apresenta temas e produtos litorâneos na decoração, na gastronomia e nos serviços de lazer que oferece, no caso de parques com características ecológicas, normalmente se oferece atividades de esportes radicais ou que permitam o contato com a natureza. O que é bem visto por um grande número de pessoas, pois as cidades são ambientes estressantes e poluídos, então esses parques são vistos como grande oportunidade de contato com um ambiente saudável. Podemos citar no Ceará como parques com perfil temático: Ypark, Engenhoca, Beach Park, Ytacaranha, Parque das Trilhas, Parque das Cachoeiras. O Estado apresenta um perfil para parques ecológicos com atividades de esportes radicais que proporcionam contato com a natureza, esses parques são apontados como uma saída para o turismo sustentável. O parque Apoena é um “eco-parque”, localizado na Rua Major Crisanto de Almeida, na cidade Pacatuba no Estado do Ceará, que tem o papel de permitir o maior contato das pessoas com a natureza. Sendo assim, as pessoas que o visitam procuram usufruir da natureza de uma forma tranquila para fugir do ritmo das cidades e do trabalho, ou para vivenciar esse contato superando seus limites com os esportes radicais. De acordo com os administradores do parque o principal produto de divulgação do parque é a maior Tirolesa do Estado, medindo 330 metros, proporcionando aos clientes uma média de 30 à 45 segundos de percurso com velocidade média de 60 km/h, além de grande área arborizada, piscinas, restaurante, animais domésticos e atividades esportivas. O objetivo geral dessa pesquisa consiste na análise dos equipamentos e dos serviços do parque com o intuito de identificar os equipamentos mais atrativos e os menos atrativos. Um dos objetivos específicos corresponde à apresentação de saídas que somem mais qualidade e dinamismo ao parque e seus equipamentos, 13 tornando-o diferenciado e competitivo para o mercado emergente de parques turísticos. Para tanto, foi realizada uma pesquisa direta com os clientes do parque, em forma de entrevista nos meses de agosto, setembro e outubro do ano de 2011. Foi elaborada uma ficha contendo 10 perguntas de múltiplas opções além de um campo de observações livres, onde foram acrescentadas informações repassadas também em conversas e comentários dos clientes do parque APOENA ao entrevistador. A partir dessas entrevistas foram elaborados dados estatísticos que apontam fragilidades, insatisfações e até os serviços que os administradores devem investir para atender as necessidades da demanda. Por meio de pesquisa com os clientes, avaliação dos equipamentos, avaliação de ideias que melhorem o potencial do parque e análise comparativa com o principal concorrente, que oferece serviços semelhantes e estrutura equiparada com diferencial no investimento em marketing. Foram elaboradas ideias com propostas que potencializem o parque. Assim, o presente trabalho divide-se em três capítulos. O primeiro apresenta o Turismo em parques temáticos no âmbito global, suas estruturas e serviços. O segundo focaliza o parque Apoena, seu histórico, sua estrutura e serviços. O terceiro contém a análise das informações obtidas nas entrevistas, e análise de S.W.O.T. para comparação com os principais concorrentes1. Por fim, encontram-se as considerações finais, as referências bibliográficas e os anexos. 1 http://pt.wikipedia.org _SWOT | acessado em 20/06/2012 às 10:35h. O termo SWOT é uma sigla oriunda do idioma inglês, e é um acrónimo de Forças (Strengths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunidades (Opportunities) e Ameaças (Threats). A Análise SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente), sendo usado como base para gestão e planejamento estratégico de uma corporação ou empresa, mas podendo, devido a sua simplicidade, ser utilizada para qualquer tipo de análise de cenário. Os objetivos são: Efetuar uma síntese das análises internas e externas; Identificar elementos chave para a gestão da empresa, o que implica estabelecer prioridades de actuação; Preparar opções estratégicas: Riscos/Problemas a resolver. As Vantagens são: Realizar previsão de vendas em articulação com as condições de mercado e capacidades da empresa. 14 2 PARQUES TEMÁTICOS E O TURISMO 2.1 Mudanças de comportamento dos turistas e sua influencia no surgimento dos parques Thomas (2001) analisa as transformações culturais vivenciadas pelos ingleses e seus conseqüentes reflexos na forma de compreender a natureza no período compreendido entre o período renascentista e moderno, principalmente após a Revolução Industrial. Sua análise demonstra que o ideário de natureza se processa em diversas fases, indo das linhas geométricas dos jardins ingleses, passando pela revalorização da vida no campo e da paisagem cultivada, aperfeiçoada pelo homem, culminando, ao fim do século XVIII, com o entendimento da paisagem selvagem como fonte de renovação para o ser humano, pois o homem passou a se sentir sufocado pelas grandes urbes e a vida selvagem passou a ser a busca pelo seu eu primordial. Elementos e formas da natureza, como as montanhas e as cavernas, que até então eram rejeitadas, passaram a ser cobiçadas e atrativas. A grande preocupação com a temática ambiental, segundo Mendonça (2001), é considerada importante devido três fatos: a péssima qualidade de vida da população, que se acentuam nos grandes centros urbanos; a polêmica da mídia, que trazem a tona de maneira sensacionalista os problemas locais e globais relacionados à degradação do meio ambiente, e o papel das ciências, das artes e da atividade política, principalmente da atividade política na educação das populações sobre meios de preservar e minimizar as agressões a natureza. De acordo com Beni (2003), o turismo ecológico é a denominação dada ao deslocamento das pessoas para áreas onde podem manter contato com a natureza em locais de pouca influência do homem, motivadas pelo desejo de fruição da natureza, com observação passiva ou interativa com o meio natural, onde ocorre a preocupação com a educação e a conscientização ambiental. Como atividades deste segmento turístico têm-se a caminhada por trilhas, escalada, rapel, rafting, canyoning, off-road, pesca e visitas guiadas para atrativos naturais como rios, chapadas, cavernas, grutas, ilhas, montanhas, minas e jazidas. Turismo de aventura, ou turismo radical conhecido também como esportivo ou turismo rústico (hard tourism) e turismo de risco (risk tourism). Beni 15 (2003) o definiu como deslocamento de pessoas para espaços naturais, com ou sem roteiros programados, motivadas pela atração exercida pelo desconhecido e pelo desejo de enfrentar situações de desafio físico e emocional. O ecoturismo é conhecido também como turismo suave (soft tourism), turismo natural, turismo de baixo impacto (low impact tourism), turismo nativo, turismo responsável, bioturismo e ecoaventura (BENI, 2003). Trata-se de segmento da atividade turística que utiliza de forma sustentável o patrimônio natural e cultural, incentiva a conservação e busca a formação de consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas (EMBRATUR, 1994). O ecoturismo refere-se ao deslocamento de pessoas para espaços naturais e as atividades previstas devem ser rigorosamente observadas com relação às restrições de uso desses espaços, além de aplicar estratégias de desenvolvimento sustentável, prevendo estimativas de capacidade de carga e suporte para o local, monitoramento, avaliações constantes, plano de manejo e gestão responsável voltada aos recursos naturais e culturais conforme Meneguel e Etchebehere (2011). Os parques temáticos ou de diversão fixos são empreendimentos que se utilizam de temas diferenciados na ambientação física de suas atrações e têm como objetivo mercadológico o estímulo da atividade turística (BRASIL, 1997, p. 6). Parques são estruturas planejadas para atrair demandas de clientes com perfis bem definidos, com o intuito de proporcionar lazer e diversão, os parques ecológicos em sua maioria têm objetivo de preservar e proporcionar maior consciência ecológica além de permitir o contato com um ambiente mais natural e preservado. Enquanto isso, os parques específicos, como temáticos, diversão e aquáticos, buscam em sua maioria proporcionar lazer e desafios radicais (BRASIL, 1997). Podendo se dividir em indoor ou outdoor. São expressões americanas para definir atividades os espaços onde são executadas as atividades: outdoor - realizado em áreas abertas como Unidades de Conservação - UC’s; Parques Nacionais – PARNA’s ou Áreas de Preservação Ambiental (APA’s). São atividades de exigem mais habilidade, ou seja, o cliente ou turista precisa ter o hábito de executar a maioria delas, sendo assim, os sedentários não são aconselhados a executarem essas atividades. Atividades indoor ocorrem em parques temáticos como parques aquáticos, de aventura ou ecológico, podendo esses espaços possuir mais de uma 16 característica, salientando que oferecem mais serviços como segurança, 2 acessibilidade, conforto, espaços de alimentos e bebidas e lazer . O ecoturismo Dias (2008) é uma forma de turismo que atrai turistas com perfil alternativo que busca contato com a natureza, agroturismo, ecoturismo espeleoturismo3, turismo de aventura, montanhismo, canoagem etc. Dessa forma, são menos impactantes que o turismo de massa que busca destinos modistas, alimentados pelo consumismo, esse tipo de turismo exploratório, causou danos irreversíveis a muitos destinos que tiveram seus recursos esgotados e seus atrativos massificados e em alguns casos inutilizados. Em contrapartida Dias (2008) questiona o egoísmo do turista alternativo que usufrui de destinos exóticos em grupo muito pequenos, isso quando não executa suas viagens solitariamente. Mas não se pode negar, o baixo fluxo de usuários preserva os espaços. Visando isso, as áreas de preservação ambiental no Brasil se expandiram de forma exponencial. Neste contexto, a inserção do turismo no ambiente natural deve ser balizada em uma perspectiva de mínimo impacto ambiental negativo. A sensibilidade do patrimônio natural exige que sejam estipulados rigorosos limites para a visitação. Por sua vez, o turismo enquanto mercadoria preconiza um aumento em seus fluxos, para ampliar os seus lucros e a distribuição dos benefícios por ele gerados. 2 Informações obtidas através de entrevistas a instrutores de atividades radicais e empresários do ramo. 3 http://d001wwv06/houaiss | acessado em 07/05/2012 às 08:43h. Dicionário Houaiss Espeleologia: 1. substantivo feminino 1 Rubrica: geologia. estudo da formação e constituição de grutas e cavernas naturais; espeologia, espeluncologia 2 Rubrica: biologia. estudo dos organismos que vivem dentro das cavernas. Turismo: 1. substantivo masculino 1 ação ou efeito de viajar, basicamente com fins de entretenimento e eventualmente com outras finalidades (p.ex., culturais) 1.1 prática ou exercício de excursionar, ger. em grupo, por entretenimento ou estudo; excursionismo 2 atividade de ciceronear e dirigir grupos de turistas, com sugestão e venda de itinerários de excursão e provisão de informações pertinentes e acomodações para os que viajam 3 Derivação: por metonímia. conjunto de serviços, públicos e privados, decorrentes da atividade turística, e voltados para sua promoção e organização Ex.: o t. representa a maior parte da receita nas cidades praianas 17 Encontra-se aí uma questão paradigmática, um embate ético-ideológico que toma o mote da conservação ambiental como uma barreira conforme Lobo e Moretti (2008). Diegues (2000) classifica os turistas com esse perfil como “os guardiões desse mito moderno de natureza intocada”. Nos últimos séculos, percebeu-se a expansão de um turismo elitizado, marcado pela artificialidade da natureza por meio da construção de cassinos à beira-mar e estradas de ferro nas montanhas. De acordo com Lobo e Moretti (2008), a maioria das áreas naturais protegidas tem seguido o modelo, buscando a separação de espaços que possuam em sua essência, características de natureza intocada e selvagem – o ideário de wilderness. Historicamente, e ainda hoje, as áreas naturais protegidas – no Brasil representado pelas UC’s, têm sido de acesso privilegiado de certos grupos restritos: ambientalistas, cientistas, detentores de poderes intelectuais, políticos ou financeiros. Para algumas pessoas, conforme Brasil (1997) conhecer alguns lugares é a realização de um sonho, além de satisfazer a necessidades de status social. Isso também acontece com os parques, que desafiam seus visitantes a experimentar sensações de pura adrenalina, existindo um verdadeiro mercado mundial disputando a criação de equipamentos cada vez mais radicais. Toda essa busca por mais aventura desenvolveu também a preocupação com a segurança desses equipamentos, o que desencadeou um grande investimento da engenharia e também o desenvolvimento de normas de segurança que são exigidas no mundo inteiro. 2.2 Parques como meio de promoção do turismo em destinos no Mundo Vários destinos no mundo têm seu turismo alimentado por parques temáticos que promovem o destino mundialmente. Exemplos disso são: Walt Disney, Sea World, Six Flag Magic Mountain, Fuji-Q High Land, Heide-Park, Bobbejaanland, Dreamworld, PortAventura, Alton Towers, Mirabilandia4. Mas a procura não é exclusiva por aventura, mas também por maior contato com as raízes, isso justifica o surgimento de parques ecológicos (DIAS, 2008). 4 iG São Paulo | 25/09/2011 16:42 – acessado em 06/03/2012 – às 19:20h. 18 “O primeiro parque nacional oficial foi o Yellowstone Nacional Park, criado em 1º de março de 1872; localizado nos Estados Unidos, possui uma área de 8.991 km². Trata-se, mundialmente, da primeira área de proteção natural” (COSTA, 2002, p. 163). Em termos mundiais, conforme Yázigi (2002), o tema conservação da natureza mostra um deslocamento dos conceitos preservacionistas que estiveram na origem dos parques norte americano, como Yellowstone (1872) e Yosemite (1890), que desencadearam uma série de outros parques em vários países (Tabela 1). Tabela 1 – Data de abertura ao público e características dos primeiros parques nacionais mundiais.z Fonte: Revista Hospitalidade / 2011. 2.3 Investimentos em parques temáticos no Brasil O Brasil possui normas e condutas ambientais das mais completas do mundo. Todavia, a legislação ambiental acaba se tornando ineficaz, ao se deparar com outras políticas, de caráter social e cultural, que, nos dias atuais, não são tão elaboradas e desenvolvidas. Além da constante transgressão dessas leis por meios ilícitos e corruptos, onde se notam muitas vezes os mal uso de UC’s alimentando a exploração imobiliária ou construção de áreas artificiais sem planejamento ambiental, causando danos muitas vezes irreversíveis conforme Brasil (2002). De acordo com Brasil (1997) O processo de planejamento no Brasil, frequentemente apontado como uma das fragilidades nacionais é o imperativo para este setor emergente que é o turismo brasileiro. Mesmo considerando a prudência metodológica algo inédito no Brasil, devemos observar alguns fatos relevantes abrangidos pelo mesmo. Inicialmente, a economia como um todo, e sobre o setor de serviços, em particular, onde se insere o turismo, no período avaliado pelo trabalho. 19 Por outro lado, no que se concerne às decisões de investimento em relação à atividade de parques temáticos, há que se considerar que o seu recente e astronômico desenvolvimento foi tanto impulsionado por uma política de financiamento e de incentivos tributários estabelecida pelo Governo Federal, como pela ausência de concorrência no mercado. Esta indústria, apesar de jovem e ainda pouco numerosa no Brasil, tem demonstrado capacidade de crescimento acelerado nos últimos anos, de um lado por força de uma tendência mundial e, de outro, pelo fortalecimento da atividade, dada a estabilização econômica nacional (BRASIL, 1997, p. 6). O perfil do ecoturista no Brasil, considerando-se como principal recorte da pesquisa o atributo demanda, tem dois segmentos de Turista de Aventura e de Ecoturista: o atual e o potencial (BRASIL, 2010). Os consumidores atuais são, então, aqueles que já praticaram alguma atividade na natureza (aventura, Ecoturismo) e pagaram por isso. Os potenciais são os que nunca praticaram atividades na natureza, mas têm interesse em fazê-lo e pagariam para tal. Foram definidas as cotas de 30% de atuais e 70% de potenciais5. Observa-se ainda que a indústria de entretenimento de parques temáticos ou de diversão tende a se concentrar em locais onde há um fluxo grande de pessoas, ou seja, nos grandes centros urbanos ou em suas proximidades conforme Brasil (1997). Segundo Brasil (1997) no início da década de 90 existia a expectativa de construção e investimento nos parques existentes no país em apenas 23 empreendimentos do Brasil, hoje existem mais de 100 parques englobando parques aquáticos, temáticos, ecológicos e de diversão. Outro fator importante foi o aumento de áreas de preservação ecológicas com objetivo de educação para preservação de áreas ambientais e possibilitar a prática de esportes de aventura e estruturas de lazer. Em Brasil (1997), é ressaltado, que as potencialidades destes parques, principalmente para turistas estrangeiros interessados em desfrutar da biodiversidade ambiental do Brasil, é enorme. Acrescente valorização do ecoturismo em todo mundo, a exemplo do crescimento do setor nos EUA e em países mais pobres como o Quênia, aponta o potencial que este mercado pode significar no 5 http://www.abeta.com.br | acessado em 28/03/2012 – 19:42h. 20 Brasil, país de indiscutíveis riquezas naturais e internacionais, principalmente em busca da Floresta Amazônica e do Pantanal Mato-grossense. Hoje existem cerca de 70 parques ecológicos em todo país Isso ocorreu pelas reformulações de uso de PARNAs. Tabela 2 - Unidades de preservação por década no Brasil e no mundo. Adaptada de Diegues (2004). Fonte: MENEGUEL, ETCHEBEHERE – 2011. No Brasil, os (Parques Nacionais) PARNAs são considerados Unidades de Conservação Integral, que visam à preservação da natureza, sendo admitido apenas o uso indireto de seus recursos naturais, com exceção de alguns casos específicos definidos em lei de acordo com Brasil (2002). Parques Nacionais tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico (BRASIL, 2002). No Brasil, o investimento nessas estruturas teve um crescimento notável nas ultimas décadas, como podemos ver na Tabela 3. De acordo com Brasil (1997), o primeiro parque ecológico do Brasil, construído em Pernambuco na cidade de Cabo, numa reserva particular do Hotel Cesar Park, foi inaugurado em 1998 oferecendo serviços como caminhada guiada por trilha, canoagem, arvorismo e escalada. A implantação de um parque temático, assim como de um empreendimento hoteleiro, envolve grandes somas de recursos em imobilizado, especialmente nos itens construção civil, nos parques aquáticos e equipamentos (brinquedos, nos de diversão). 21 Relação de Parques temáticos em funcionamento ou construídos no Brasil (1997) Parque Acqua Mundi Beach Park Beach Park Beto Barrero II Beto Barrero III Brasil Mágico Brasil Mágico Ceasar Park* Del'verde Gardens Great Adventure Paraíso das águas Paraíso das águas Parque NBGS Projeto Brasil 500 Projeto Brasil 500 PT Planeta Azul Veneza Water Park Went'n Wild Went'n Wild Went'n Wild Went'n Wild Serra Azul White Water Brasil White Water Brasil White Water Brasil Tipo Aquático Aquático Aquático Temático Temático Temático Temático Ecológico Temático Temático Aquático Aquático Temático Temático Aquático Temático Aquático Aquático Aquático Aquático Aquático Aquático Aquático Aquático Local Recife (PE) Fortaleza (CE) Salvador (BA) São Paulo (SP) Goiânia (GO) Santa Catarina (RS) Santa Catarina (RS) Cabo (PE) São Paulo (SP) Vinhedo (SP) Maria Farinha (PE) Sauípe (BA) Xerêm (RJ) Paulínia (SP) Paulínia (SP) São Paulo (SP) Paulista (PE) Brasília Ribeirão Preto (SP) Rio de Janeiro (RJ) Vinhedo (SP) Brasília Goiânia (GO) Rio de Janeiro (RJ) Fonte: Revistas e jornais de ampla divulgação. * Este parque temático está sendo construído dentro do Hotel Caesar Park. Tabela 3 – Relação de parques em funcionamento ou construção no Brasil em 1997. Fonte: Pesquisa do Ministério do Turismo. A maioria dos empreendimentos em funcionamento no Brasil atualmente usou recursos próprios para serem erguidos, embora se observe a tendência para o fortalecimento da participação de terceiros e da atuação de cadeias e redes internacionais de entretenimento nos que estão por inaugurar. Os recursos ativados em cada um dos diferentes tipos de parques temáticos no Brasil, que depende principalmente do tema de atração e diversão em cada um deles. Exemplos de estruturas (indoor) são Beto Carrero World; Turma da Mônica, os aquáticos, como Beach Park, Went’ n Wild, Playcenter, conforme Brasil (1997). 22 O Brasil possui, segundo Meneguel e Etchebehere (2011) atualmente, 64 PARNA’s, que estão localizados em todas as regiões do país, representando a diversidade ecológica e biológica. Nessas estruturas são oferecidas atividades (outdoor), como: trilhas; escaladas, canoagem, espeleoturismo e canionismo, em Brasil (1997), a saber6: Região Norte: Amazônia, Araguaia, Cabo Orange, Jaú, Montanhas do Tumucumaque, Monte Roraima, Nascentes do rio Parnaíba, Novos acaás, Pico da Neblina, Serra da Cutia, Serra da Mocidade, Serra do Divisor, Serra do Prado, Anavilhanas, Jamanxim, Rio Novo, Mapinguari, Nascentes do Lago Jari e Viruá. Região Nordeste: Catimbau, Chapada Diamantina, Descobrimento, Jericoacoara, Lençóis Maranhenses, Marinho de Abrolhos, Fernando de Noronha, Monte Pascoal, Pau-Brasil, Serra da Capivara, Serra das Confusões, Sete Cidades, Chapada das Mesas, Serra da Capivara, Serra da Itabaiana e Ubajara. Região Centro-oeste: Brasília, Chapada dos Guimarães, Chapada dos dos Veadeiros, Emas, Pantanal Mato-grossense, Juruema e Serra da Bodoquena. Região Sudeste: Caparaó, Cavernas do Peruaçu, Grande Sertão Veredas, Itatiaia, Pontões Capixabas, Restinga de Jurubatiba, SempreVivas, Serra da Bocaina, Serra da Canastra, Serra do Cipó, Serra dos Orgãos e Tijuca. Região Sul: Aparados da Serra, Iguaçu, Ilha Grande, Lagoa do Peixe, Saint-Hilaire/Lange, São Joaquim, Serra Geral, Serra do Itajaí, Araucárias, Campos Gerais e Superagui. Até 1997 existia apenas um parque aquático no Estado do Ceará, o Beach Park, que faz parte dos itens de atrativos do Estado, merecendo um destaque nacional pela sua influência no turismo da Região (Brasil, 1997). Ubajara é a única área de Preservação legalizada com atividades (outdoor), existem outros locais no estado para atividades (outdoor) como escaladas, trilha, rapel, parapente, kite surf, surf e mergulho que são executados em: Quixadá, Quixeramobim, Parajuru – Beberibe, Jericoacoara - Jijoca, Baturité, Pacoti, Guaramiranga, Redenção, Pacatuba, Guaíba, Viçosa do Ceará e Mulungu. No Ceará os parques com perfil (indoor) são, Engenhoca – Aquiraz, Ypark – Maranguape, Apoena – Pacatuba, Beach Park (parque aquático) - Aquiraz, Itacaranha (parque aquático) – Aquiraz, Cascatinha (parque aquático) – Maranguape e Iguape, Parque das trilhas – Guaramiranga. As características desses parques são a promoção da educação ambiental, com estruturas que oferecem múltiplas atividades de recreação e esportes de aventura. Como um perfil padrão de serviços essas empresas oferece local para consumo de alimentos como: restaurantes, 6 http://www.brasil-turismo.com/parques.htm| acessado em 13/03/2012 – 19:42h. 23 lanchonete e bar. Além de serviços como: aero jump, cama elástica, passeio de charrete, play ground, giro máster, acqua ball, flying, tif, bola d’água, trapézio, trilhas, arvorismo, cavalgada, escalada artificial e em rocha, ciclismo, rapel, caiaque, pedalinho7, entre outros que variam de acordo com o parque. Foto 1 – Fotos de atividades e esportes de aventura oferecidos nos parques - 2012. Fonte: Sites de Parques Temáticos do Ceará. Os centros urbanos concentram boa parte da indústria de entretenimento no Brasil, uma tendência que se explica pela proximidade com o público consumidor a que se destina, que são as populações destas localidades. Enquanto a totalidade dos parques temáticos específicos e de diversão encontra-se situados nos grandes centros, os parques aquáticos apresentam-se equitativamente distribuídos entre praias, campo e cidade de acordo com Brasil (1997). 7 Sites de Parques Temáticos do Ceará. Apoena - www.apoenaecopark.com.br | acessado em 08/04/2011 às 13:59h. Beach park - www.beachpark.com.br | acessado em 20/10/2011 às 10:20h. Cascatinha - www.cascatinha.tur.br | acessado em 02/03/2011 às 12:55h. Engenhoca - www.parqueengenhoca.com.br | acessado em 20/10/2011 às 10:45h. Ytacaranha - www.ytacaranha.com.br | acessado em 20/10/2011 às 10:53h. www.alzenir.de | acessado em 22/10/2011 às 16:32h. www.baturite.ce.gov.br | acessado em 18/10/2011 às 14:28h. www.quixada.ce.gov.br | acessado em 20/08/2011 às 10:53h. www.ubajara.ce.gov.br/ | acessado em 08/10/2011 às 14:05h. 24 A sazonalidade é uma das principais características diferenciadoras dos serviços turísticos e um dos aspectos mais importantes a ser considerado quando se analisa a oferta de serviços em função da demanda (DIAS, 2005). Há várias estratégias a ser desenvolvida para evitar uma queda no consumo em período de baixa temporada. Entre as principais, está o preço diferenciado e a exploração de novos segmentos de demanda. De um modo geral, os meses de alta estação para os parques temáticos específicos, aquáticos, diversão ou ecológicos são os meses de janeiro, fevereiro e julho. Os meses de média estação para este tipo de empreendimento são os de dezembro, agosto, setembro, outubro e novembro. Já março, abril e maio e junho são os de baixa estação. A distribuição do ano em estações comerciais apresenta oscilações semelhantes entre todos os tipos de parques, segundo Brasil (1997). Dias (2005) afirma que a estratégia de preço diferenciado busca atrair pessoas em períodos de baixa temporada, interessadas em preços menores. Com o aumento da expectativa de vida, a denominada terceira idade é um segmento que pode ser influenciado por essa medida em função de sua maior disponibilidade de tempo, não estando necessariamente condicionada as épocas de férias para viajar, sendo uma estratégia de muitos empreendimentos para amenizar os efeitos da sazonalidade. É por meio do planejamento de marketing que são definidas as decisões estratégias, táticas e o operacionais de marketing, selecionando os diversos elementos do esforço de marketing a ser empreendido pelos recursos disponíveis da organização. Através da análise de marketing definem-se e coletam-se os recursos necessários para a realização das ações que levarão aos resultados esperados e planejados. O direcionamento dado a esses recursos possibilita a execução de diferentes tarefas que fazem parte dos indicadores de desempenho do esforço de marketing, assim afirma Dias (2005). Dias (2005) acrescenta que a exploração de novos segmentos de demanda trata de atrair para períodos de baixa temporada um fluxo diferente daquele predominante. A estratégia utilizada por parques temáticos normalmente está voltada para a utilização do espaço para eventos ou atividades de educação ambiental. A distribuição refere-se à maneira pela qual os produtos chegam ao cliente, nela encontramos todo o fluxo de produtos ao longo de sua cadeia produtiva. 25 Entretanto interessa ao marketing aquela parte de fluxo restrita a etapa final do produto, ou seja sua disponibilização ao consumidor. No caso do consumidor turista faz parte da distribuição à atuação das agencias de viagens e operadores de turismo, bem como os meios para deslocamento do cliente. A distribuição é responsável pelo acesso do cliente aos locais turísticos, mas também interfere no acesso a informações e reservas antes mesmo da viagem em si, conforme Dias (2005). De acordo com Dias (2005), a comunicação de marketing refere-se à maneira como a organização torna conhecido seus produtos e serviços, especialmente aos consumidores de seu segmento. Inclui possibilitar o conhecimento sobre os benefícios oferecidos, bem como desenvolver o posicionamento da marca e do produto e a criação da imagem da organização e seus produtos. A comunicação de marketing não é responsável somente pelo esclarecimento das características de produtos e serviços. Por meio de técnicas comportamentais, torna-se possível influenciar a característica de consumo de um cliente, muitas vezes despertando nele desejos que o cliente não teria caso não expusesse a comunicação empreendida. Para tanto, os profissionais de marketing utilizam-se de comparações e formadores de opinião. Assim como a comunicação pode garantir o sucesso do empreendimento, ela tem a capacidade de destruí-lo, propagando experiências negativas que tenham ocorrido. O grande objetivo da comunicação de marketing é tornar o consumidor um fiel usuário dos produtos e serviços da organização ou um assíduo frequentador de uma localidade turística conforme Dias (2005). A publicidade é entendida como qualquer forma paga de apresentação não-pessoal e promoção de ideias, bens ou serviços a um público por parte de um patrocinador identificado (Associação de Marketing Americana8) com objetivo de persuadir o consumidor. Em relação à mídia, Dias (2005) aponta que são considerados como canais de publicidade jornais, televisão, rádios, revistas, Internet, outdoors e folhetos. A rede mundial de computadores torna-se cada vez mais uma importante ferramenta promocional de uma empresa turística, localidade, região ou 8 Associação de Marketing Americana (AMERICAN MARKETING ASSOCIANTION). Dicionário de termos. Disponível em www.ama.com.us | acessado em 16/05/2012 às 15:25h. 26 país. Há uma tendência cada vez maior de os consumidores escolherem seus locais de destino após consulta à internet, visualizando os recursos naturais e culturais existentes, os locais de hospedagem, suas condições e uma gama de informações fornecidas por vários agentes que pode m convergir ou não. Nesse sentido, principalmente as localidades que têm no turismo sua principal atividade econômica, devem providenciar sites integrados que congreguemos interesses do setor público e do setor privado, objetivando uma promoção conjunta do lugar. Nesses sites, deverão conter sintetizadas as vantagens do deslocamento para região. Os diversos produtos turísticos integrados que acessar seu site específico para a página integrada, a qual será mantida, preferencialmente, pelo poder público local (ou em associação com setor privado). Os produtos específicos devem fornecer as informações que dizem respeito ao seu negócio principal. Assim, o hotel deve promover suas acomodações; o restaurante, sua culinária e seu ambiente; os parques temáticos, suas atrações, tal qual os museus etc. (DIAS, 2005, p. 229). Todos os parques pesquisados utilizam jornais, televisão, revistas, Internet, outdoors e folhetos. A internet é a principal forma de publicidade e comunicação de marketing segundo Dias (2005). Na internet, há vários endereços que auxiliam o viajante a planejar sua viagem, informam sobre os aeroportos, consulados, embaixadas, como aproveitar milhagem, como obter vistos, checar descontos em hotéis e pousadas. Há, ainda, inúmeras reportagens sobre destinos para mais variados tipos de público, sugestão de roteiros, aluguel de imóveis para temporada, guias, enfim, uma enorme diversidade de informações que auxiliará o turista na escolha de seu destino. A rede mundial tende a se tornar a principal mídia utilizada pelos que oferece, a facilidade de acesso e a possibilidade de checagem das informações sempre atualizadas em outros sites semelhantes.(DIAS, 2005, p. 229). As vantagens apontadas por Dias (2005) são confirmadas no dia-a-dia e visíveis por todos que utilizam essa forma de mídia, evidentemente a internet, hoje é a forma mais utilizada por todos os tipos de empresas, pois é mais interativa e permite maior aproximação com o cliente além de possuir um custo reduzido, apesar de representar também um risco, pois um cliente insatisfeito possui a mesma ferramenta para expor sua opinião sobre a qualidade do serviço recebido, isso tem exigido das empresas maior investimento em capacitação dos funcionários para oferecer um serviços cada vez mais diferenciado. E podemos considerar como vantagens e desvantagens dessas ferramentas conforme Kotler, Haider e Rein (1994) as características a seguir, que avaliam as melhores formas de mídia para se utilizar em empreendimentos turísticos de parques temáticos: 27 Tabela 4 – Principais métodos de mídia utilizados pelos parques temáticos no mundo - 2012. Fonte: Adaptado de KOTLER, HAIDER e REIN, 1994, p.186. Este capítulo abordou as causas históricas que causaram a mudança de comportamento do turista, fazendo o buscar ambientes que proporcionassem contato com a natureza, mas sem distanciá-lo dos grandes centros. Estruturas que oferecem serviços, lazer e segurança conforme característica dos parques temáticos e como o poder público e legal lida com a organização e controle desse mercado que tem apresenta ótimos retornos econômicos para a atividade turística. Além de abordar a estrutura de funcionamento desses empreendimentos, apontamos para suas estratégias de marketing para divulgar os parques e seus serviços. No capítulo seguinte, abordaremos o parque principal da pesquisa, o Apoena – Terra da aventura, sua história, serviços, equipamentos e estruturas, além de organograma, administração, métodos de marketing e vendas. 28 3 PARQUE APOENA, HISTÓRICO, ESTRUTURA E SERVIÇOS De acordo com os gestores do parque, Apoena é categorizado como parque temático de aventura, fica localizado na Rua Major Crisanto de Almeida nº 2170 - Centro, cidade de Pacatuba, à 27,8 Km de Fortaleza num percurso de 42 minutos9, no estado do Ceará. Surgiu a 5 (cinco) anos, em 02 de fevereiro de 2007 e funciona de terça a domingo de 09:00 às 17:00h. É um terreno cedido da prefeitura, á empresários que tem em contrato o objetivo de promover o desenvolvimento do turismo na localidade como forma de fomentar a economia da cidade de Pacatuba. É administrada através de sociedade por Elisabeth e Rômulo Sousa10. Figura 1 – Simulação de trajetória / João Pessoa - Pacatuba - 2012. Fonte: GOOGLE maps - 2012. Durante pesquisa, foi constatado pelo pesquisador que a cidade de Pacatuba possui potencial turístico, porém com dificuldade de divulgação de seus 9 http://maps.Google.com.br | acessado em 23/05/2012 às 16:54h. 10 Informações obtidas por meios de entrevistas com os proprietários e funcionários do parque, durante período de coleta de dados. Entre agosto e dezembro de 2011. 29 serviços e produtos, essa união entre poder privado e poder público ajudou a promover o turismo na cidade e qualificação dos jovens profissionais da área de turismo e serviços, pois além de auxiliar no marketing turístico da cidade, os jovens do ensino médio têm a oportunidade de ter sua primeira experiência profissional e são treinados para aperfeiçoamento no atendimento de clientes e oferecimento do serviço, além de receberem treinamento sobre técnicas de segurança com equipamentos de atividades esportivas de aventura e primeiros socorros. Existe uma preocupação constante do parque com a qualidade da estrutura e segurança para seus clientes e profissionais. Sendo assim, a estrutura é segura e dispõe de condições de trabalho favoráveis. Além de seguro o ambiente é limpo e organizado, o que propicia um trabalho ágil e conciso. O que se faz ausente é uma ampliação dessa preservação para todas as áreas do parque, um exemplo disso é um córrego que corta o espaço que apresenta um péssimo estado de conservação e higiene. E em áreas onde as trilhas não acontecem o terreno apresenta muito acumulo de lixo, a justificativa que se recebeu, é a de que o lixo seria arremessado por clientes do Parque das Andreas que funciona ao lado. Durante a pesquisa foi identificado que a coleta de lixo é feita de forma seletiva, dessa forma são separados os resíduos recicláveis dos orgânicos, a coleta é feita pela prefeitura que dá o direcionamento ao lixo, dentro do parque a limpeza é realizada por dois profissionais do grupo operacional de serviços gerais e garis disponibilizados pela prefeitura, não existe uma definição de quantidade desses profissionais sendo essa gestão de resíduos pública juntamente com a gestão privada do parque. Dentro da cidade de Pacatuba, o concorrente mais próximo seria o Parque das Andreas, mas por atingir um público de poder aquisitivo mais baixo, não pode ser considerado um concorrente em potencial. No Estado, a única que empresa que oferece os mesmos serviços e apresenta potencial para concorrência é o Ypark – Museu da Cachaça Ypióka, localizado em Maranguape, que possui estratégia de marketing mais ofensivo, o que dificulta a conquista de espaço pelo parque Apoena. Além de oferecer mais opções de lazer com preços compatíveis com o mercado, limitando a visita ao museu a algo secundário. Fica claro dessa forma que os investidores perceberam que o potencial do parque são as atividades e não o museu, aspecto esse que precisa ainda ser percebido pelos administradores do Apoena. 30 Por meio de observação, contata-se que a empresa pode atender a diferentes nichos de mercado e dessa forma não possui nenhuma forma de segmentação, mas o público que demonstra interesse pelo produto são jovens e adultos com interesse por atividades radicais. Como toda instituição financeira tem como objetivo principal, produzir lucros e percebendo que o diferencial do mercado turístico é a área de eventos, o parque oferece o espaço para treinamentos institucionais de integração de grupos, além de festas e eventos culturais. Mas, os principais produtos e serviços oferecidos pelo parque são: Casa de pedra; Fazendinha; Avião-cinema; Charrete; Trilhas com guia; Muro de escalada; Tirolesa; Circuito de Arvorismo; Piscinas; Restaurante; Seguranças no parque; Estrutura para treinamento de empresas e eventos. Foto 2 – Panorâmica do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura. Em visita de campo foi informado que parque possui uma extensão de 8 hectares, localizado na base da serra de Pacatuba com acesso pelo Centro da cidade, próxima a Praça da Paixão, onde é apresentada, no período da páscoa uma encenação sobre passagens da Bíblia sobre o sacrifício de Cristo, sendo este o principal evento do calendário da cidade. O terreno apresenta vegetação mista, pois podemos encontrar espécies de plantas nativas da caatinga, florestas tropicais e litorâneas. O parque não possui bicas, dentro de sua extensão existe um córrego que possui nascente na própria serra de Aratanha em Pacatuba. A área construída representa apenas 20% da área do parque. 31 Foto 3 – Recepção do Parque Apoena. Fonte: Passeio realizado pelo pesquisador com amigos ao APOENA – 2011. A recepção do parque é composta de duas recepcionistas que controlam a entrada de clientes por gratuidade, meia ou ingresso normal. A gratuidade é aplicada a crianças com até 1m de altura; meia para estudantes e ingresso normal para todos os clientes que não atenderem as primeiras condições. O pagamento não é efetuado na recepção, é entregue um cartão de consumo ao responsável da família, e em caso de grupo para cada cliente que desejar o cartão, onde são registrados todos os consumos e a conta é calculada na saída pela equipe do caixa que se localiza na administração. O parque possui apenas 12 vagas para estacionamento, que não comportam o acesso de todos os clientes ao parque, também não existe estrutura que atenda a clientes com necessidades especiais, como rampas ou atividades específicas para esse grupo. Foto 4 – Administração do Parque Apoena (à direita da foto). Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura. 32 De acordo com os gestores do parque, a administração é composta pelo escritório administrativo, enfermaria, fraldário, vestiários e caixas. No escritório, trabalham os responsáveis pelo suporte administrativo em vendas, departamento de pessoal, recursos humanos, sócio-administradores do parque, além de uma supervisora administrativa que coordena o marketing do parque juntamente com responsável por vendas. É também o ponto de controle do som que é distribuído por todo o parque através de caixas de expansão sonora, com sequência de músicas pré-definidas com ritmos que variam de MPB (Samba, Bossa), musica eletrônica e forró. Foto 5 – Restaurante do Parque Apoena. Fonte: Passeio realizado pelo pesquisador com amigos ao APOENA – 2011. O restaurante possui uma decoração indígena, é bastante arejado, com possibilidade para armar redes nas colunas de sustentação, Tem capacidade para 100 pessoas, possui banheiro feminino e masculino, uma lanchonete anexa, um palco, com equipamento de som e data show, pois é também utilizado como auditório em eventos de empresa. Oferece serviço A La Cart, além de ser utilizado para recepcionar os grupos de visitantes. Localiza-se ao lado da cozinha e buffet facilitando a comunicação com pontos do parque como; administração, piscinas e playground em construção com previsão de funcionamento para agosto de 2012. 33 Foto 6 – Buffet do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura. O espaço do buffet é utilizado para expor os alimentos, possui mesa fria e suporte com richout para manter os alimentos em temperatura segura. Quando utilizado para eventos não existe pesagem para alimentos, em caso de uso nos fins de semana por visitantes, é operado serviço de self-service, onde o consumo é medido por pesagem posterior ao autoatendimento do cliente. Foto 7 – Piscina infantil do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura. Por meio de observação, constatou-se que o parque possui duas piscinas, uma infantil com um mini-parque aquático e outra para adultos com decoração que simula uma cachoeira, que foi construída durante o período da pesquisa. A área da piscina possui salva-vidas disponível durante todo o horário de funcionamento do parque. 34 Foto 8 – Bar e Tendas do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura. Em visita de campo, observou-se que o bar e as tendas localizam-se ao lado das piscinas, a área das tendas é composta por oito mesas de seis lugares cercado por árvores nativas e com solo gramado, no bar existe uma área coberta com capacidade para 96 pessoas e local para armar redes ao lado das mesas, nas colunas de sustentação do teto do bar. São servidos lanches disponíveis em cardápio, e os valores de consumo também são acrescentados no cartão de consumo recebido pelos clientes na recepção de entrada do parque. Área coberta do bar também é utilizada como auditório durante eventos de acordo com o interesse dos contratantes do serviço. Sendo assim o parque possui três locais para auditório, porém o auditório principal estava em reconstrução durante a pesquisa, não podendo ser contabilizado como serviço, pois não estava funcionando de forma alguma. Foto 9 – Fazendinha do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação - 2010 35 Observou-se em in loco que a fazendinha da vovó (fazendinha) é uma estrutura para crianças com mini-animais (vacas, pôneis), além de cavalos, avestruz, pavão, patos, gansos, galinhas, carneiros, cabras e bodes entre outros. Possui uma casinha sertaneja para fotos dos visitantes. Foto 10 – Passeio de charrete do Parque Apoena. Fonte: Passeio realizado pelo pesquisador com amigos ao APOENA - 2011 O passeio de charrete é acompanhado pelos tratadores que cuidam da fazenda, custa R$ 2,00 por pessoa a cada volta, o valor não está incluso no ingresso. A charrete tem capacidade para quatro pessoas, o passeio tem uma duração de 20 minutos por uma rota diferente da trilha, montada e sinalizada exclusivamente para o trajeto da charrete. Foto 11 – Anfiteatro do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura. O anfiteatro ou ruínas como é chamado pelos visitantes, é uma estrutura que simula os teatros gregos conforme observado pelo pesquisador, é utilizado para palestras a pequenos grupos além de apresentação de peças teatrais a grupos de empresas que alugam o espaço do parque para eventos de treinamento ou 36 integração de funcionários, ou até mesmo por escolas que utilizam o espaço para aplicar atividades com alunos. Foto 12 – Avião-cinema do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação - 2010 O avião-cinema é um avião de modelo utilizado para enviar correspondências pelo Exercito Brasileiro e foi doado um ano após o inicio de funcionamento do parque. Veio divido em partes e foi montado dentro do parque, num processo que demorou 2 meses. É utilizado como cinema para apresentação de filmes ou desenhos infantis, é equipado com ar-condicionado e sistema de áudio e vídeo, existe a proposta de transformá-lo num museu para contar a história das aeronaves no Brasil. Foto 13 – Trilha do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura. A trilha possui uma extensão de 500 metros e tem duração de 15 minutos sendo caracterizada como caminhada ecológica, já que não possui complexidade para ser considerada uma atividade esportiva. Durante seu percurso, existem brinquedos para dinâmicas de grupo, feitos com madeira e cordas. Exemplo: Chinelão (brinquedo feito com duas bases de madeira, com corda para os participantes colocarem as mãos e couro preso na madeira para colocar os pés, 37 onde um grupo de quatro pessoas deve atingir um percurso sem derrubar nenhum dos componentes). Os guias do parque, apesar de receberem treinamento não são guias especializados em turismo de aventura ou turismo de aventura adaptado, e as trilhas não possuem sinalização adequada, tão pouco acesso fácil para portadores de deficiência. O que se mostra como fator negativo para parque que recebe um público muito diversificado, entre eles, pessoas com necessidades especiais. Foto 14 – Muro de escalada do Parque Apoena. Fonte: Passeio realizado pelo pesquisador com amigos ao APOENA - 2011 O parque possui dois muros de escalada, um de 6 metros e outro de 12 metros, que ainda não funciona integralmente, pois o muro de 12 metros é alocado para o parque pela empresa COM.AVENTURA® que faz instalações, manutenção, projetos de equipamentos de escalada e atividades radicais, sendo que esse muro só funciona em dias de previsão de grande fluxo de clientes. As duas estruturas contêm equipamentos de segurança e a presença de um monitor em cada muro. Foto 15 – Circuito de arvorismo do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura. 38 Observou-se em loco que o circuito de arvorismo é composto por cinco etapas, e exige altura mínima para praticar o percurso, fica associada à tirolesa menor de 60 metros que é aconselhada antes da grande para adaptar os interessados. Foto 16 – Casa de Pedra / Museu pré-histórico do Parque Apoena. Fonte: Passeio realizado pelo pesquisador com amigos ao APOENA - 2011 A casa de pedra é um mini-museu da pré-história em formato de casa da “Família Flintstones” 11 . Em visita de campo, observou-se que dentro existem réplicas de pequenos animais e ferramentas pré-históricas, banners explicativos de períodos de evolução do homem, além de esculturas de humanos dentro de cavernas, evidenciando através de simulação, o comportamento de sua vivência em Clã12. 11 Os Flintstones (The Flintstones) - Desenho animado inicialmente para adultos da década de 60, desenvolvido pelos irmãos Barbera, que simulava uma rotina moderna em plena Idade Paleozóica (Idade da Pedra). Disponível em www.wikipedia.com | acessado em 24/05/2012 às 08:54h. 12 http://d001wwv06/houaiss | acessado em 24/05/2012 às 08:54h. Dicionário Houaiss Clã (Português) / Clan (Inglês) - substantivo masculino 1 Diacronismo: antigo. na Escócia, na Irlanda e na Gália, tribo formada por pessoas de origem comum 2 Rubrica: antropologia. conjunto de famílias que se presumem ou são descendentes de ancestrais comuns 3 Derivação: por extensão de sentido. agrupamento familiar comum 4 Uso: informal. a família casta 6 Derivação: sentido figurado. partido, facção, lado 7 Rubrica: matemática. família de subconjuntos de um conjunto tal que a união e a diferença de dois conjuntos da família são também conjuntos da família. 39 Foto 17 – Redário do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura. O redário é um local de relaxamento, sob a sombra de árvores, tem capacidade para 12 redes. As redes são locadas na administração por R$ 5,00 sem limite de tempo para uso. Foto 18 – Tirolesa do Parque Apoena. Fonte: Site APOENA - Foto de divulgação – 2010 por Juliano Moura. A Tirolesa “Assombrosa” é o principal atrativo do parque. Sendo considerada a maior tirolesa do Estado do Ceará, medindo 330 metros. A primeira descida vem inclusa dentro do valor do ingresso, demais descidas custam R$15,00. 40 Os equipamentos do parque são atraentes e atende a diversos segmentos, tornando o parque um local para a família que busca lazer além de descanso. O comportamento administrativo, ainda não desenvolveu o hábito de se comunicar com o perfil de seus clientes, sendo que em pesquisa desenvolvida, os projetos da empresa não condizem com as necessidades do cliente, foi o que se percebeu em avaliação de anseios dos consumidores e características dos mesmos. Um exemplo disso é a proposta da construção de mais museus dentro do parque com objetivo de cobrar acesso aos clientes. É de conhecimento que museus não fazem parte do interesse dos turistas brasileiros, dessa forma seria um investimento com pouco ou nenhum retorno após iniciação do funcionamento. Ainda existe um amadorismo nas avaliações de necessidade de estoque, então a maioria das contratações, são feitas muito em razão de tempestiva necessidade, denotando falha no planejamento de consumo e gastos também, pois nem sempre existe tempo para avaliar qualidade e preço satisfatório. O Relacionamento dos funcionários com os gestores é insatisfatório, pois não existe credibilidade nas ações dos líderes para com os funcionários, gerando insegurança e má prestação de alguns serviços, que são sentidos pelos próprios clientes. Em pesquisa, foi apontado pelos clientes que a insatisfação com a gestão dos sócios é perceptível, pois eles não concordam com os processos de implantação dos serviços e postura dos sócios em relação à busca pelo lucro. Apesar da postura capitalista, existe preocupação com a segurança dos equipamentos utilizados pelos clientes para lazer, como muro de escalada e a tirolesa, a implantação desses equipamentos e sua manutenção exigem constante acompanhamento das inovações tecnológicas, existe também o serviço diferenciado de internet wireless para os clientes. Em outras áreas do parque onde o uso da tecnologia é usual dos profissionais, existe pouco investimento, um exemplo disso foi à inexistência de equipamentos para facilitar a pesquisa com os clientes. O quadro de funcionários é composto por 18 profissionais fixos incluindo os sócios-proprietários como gestores, assistentes administrativos (contabilidade, vendas, administração, recursos humanos e departamento de pessoal) e suporte operacional (caixas, recepcionistas, guia, seguranças, cozinheiros, serviços gerais e enfermaria), 50 do suporte rotativo composto por mão-de-obra emergencial, como os estagiários são considerados temporários, são contabilizados como rotativos 41 também, dando assistência à estrutura do parque e oferecimentos de serviços nas áreas de a&b, eventos. Figura 2 – Organograma Simples do Parque APOENA. Fonte: Departamento Pessoal – APOENA / 2011. O parque utiliza como frequente ferramenta de divulgação, promoção e vendas o marketing digital, conforme Dias (2005) é um caso particular de esforço de marketing por meio de ferramentas e meios digitais. Verificado que uma instituição desenvolve canais de comunicação com seu mercado-alvo pelos meios eletrônicos, em especial utilizando recursos da internet. No caso do Apoena, especificamente sites de compra coletiva ou o próprio site, são utilizados para aumentar a exposição dos serviços e preços do parque como forma de manter o fluxo. Os eventos tem se tornado uma forma cada vez mais utilizada de promoção de uma localidade, região ou país. Um dos principais motivos é que os eventos atraem grande público a um custo muito baixo. Além do mais, o evento, em si, pode proporcionar uma experiência singular ao visitante, contribuindo para a formação de uma imagem positiva do local e fortalecendo seu posicionamento em relação a outros destinos. (DIAS, 2005, p. 230). Também são oferecidos eventos para empresas, escolas ou grupo particulares, que são desenvolvidos no parque. Normalmente são utilizados por empresas com objetivo de promover treinamentos, feiras ou dinâmicas de integração das equipes ou escolas com objetivo de aplicar atividades lúdicas de educação ambiental. Durante a semana, de terça a sábado, o parque funciona exclusivamente com esse serviço de eventos institucionais. 42 No turismo, os eventos são uma forma de diminuir os impactos da sazonalidade no fluxo de clientes. E conforme os gestores, os eventos realmente influenciam no retorno final de forma positiva. O capítulo atual expôs o parque em sua história, acessibilidade, detalhes de seus equipamentos, capacidade de carga, forma de comercialização, operacionalização dos serviços. O capítulo seguinte detalha a pesquisa feita diretamente com os clientes através de entrevista a uma amostra de 200 pessoas, além de compor uma análise de SWOT sobre o parque, analisando fatores impactantes internos e externos. Visando perceber o que pode ser controlado ou não pela gestão do parque. 43 4 ANÁLISE DE DADOS A pesquisa ocorreu in loco, a por meio e entrevistas e visitas ao parque que ocorreram durante os domingos, período em que o parque é aberto ao público, iniciando em 28 de agosto até 27 de novembro de 2011, de acordo com a legenda do cronograma da pesquisa na tabela 5, foi chamado de PES. O período de produção, conforme a legenda do cronograma da pesquisa na tabela 5, foi chamado de PROD, foram etapas de contatos com os equipamentos e informações sobre o funcionamento gerencial do parque, além de analisar estatisticamente os dados das entrevistas da primeira etapa. A terceira etapa foi composta pela pesquisa bibliográfica, de acordo com a legenda do cronograma da pesquisa na tabela 5, foi chamado de PROJ, sendo considerada pelo pesquisador como a fase mais difícil, pela reduzido números de pesquisas ou produções bibliográficas sobre o tema de parques temáticos. A última etapa foi composta pela formatação do projeto e apresentação da pesquisa de acordo com padrões acadêmicos, sendo definida conforme legenda do cronograma da pesquisa na tabela 5 como AVAL. Tabela 5 – Cronograma da Pesquisa. Fonte: Dados do próprio pesquisador. A metodologia de pesquisa utilizada é definida de acordo Lakatos e Marconi (2004) foi estudos exploratório-descritivos combinados, que se caracteriza pela análise de fatores quantitativos e/ou qualitativos. Estudos exploratórios - descritivos combinados - são estudos exploratórios que têm por objetivo descrever completamente determinado fenômeno, como, por exemplo, o estudo de caso para o qual são realizadas análises 44 empíricas e teóricas. Podem ser encontradas tanto descrições quantitativas e/ou qualitativas quanto à acumulação de informações detalhadas como as obtidas por intermédio da observação participante. Dá-se precedência ao caráter representativo sistemático e, em consequência, os procedimentos de amostragem são flexíveis. (LAKATOS E MARCONI, 2003, p. 188). Todas as informações e números que constam nos gráficos foram obtidos através de entrevista aos clientes por meio de formulário anexo ao apêndice deste projeto. A pesquisa foi realizada com 200(duzentas) pessoas que responderam de livre aceitação a questões como dados pessoais e avaliação sobre sua satisfação com a estrutura e serviços oferecidos pelo parque Apoena. A maioria dos entrevistados do parque são mulheres tanto quando se trata de crianças ou adultos conforme resultado da pesquisa no gráfico.1 abaixo: Gráfico 1 – Perfil dos entrevistados por sexo. Fonte: Pesquisa direta, 2011. Como podemos ver nos gráficos.2 e 3, a pesquisa teve mais aceitação por parte dos adultos, mas curiosamente uma porcentagem de entrevistadas não aceitou informar a idade. O parque recebe a visita de pessoas das mais diversas faixas etárias, mas obviamente é uma parque mais visitada por crianças devido a propria estrutura dos equipamentos oferecidos, dessa forma devemos também nesse projeto incluir ideias que atraiam o público infanto-juvenil e para adulto-jovem que demonstra mais atração por atividades esportivas de aventura. Outro nicho de demanda é a melhor idade que também se vê presente no parque, porém não existe nenhuma atividade de recreação ou equipamentos específicos para esse grupo. 45 Gráfico 2 – Homens entrevistados por idade. Fonte: Pesquisa direta, 2011. Gráfico 3 – Mulheres entrevistadas por idade. Fonte: Pesquisa direta, 2011. Quanto a avaliação sobre a fonte de divulgação sobre o parque. Foram interrogadas sobre as fontes de informação do parque, 39% obtiveram informação de amigos e 45% tiveram informações sobre o parque na internet, sendo assim fica provada o quanto a satisfação dos cliente resulta em retorno para o parque, investir em mídia é importante, mas investir em qualidade é vital, pois grande parte dos que buscam o parque pela primeira vez, receberam indicação de antigos clientes do parque que fazem parte do seu próprio convívio. 46 Gráfico 4 – Fonte de informação sobre o parque. Fonte: Pesquisa direta, 2011. Gráfico 5 – Equipamentos de menor preferência. Fonte: Pesquisa direta, 2011. Em avaliação de preferência dos equipamentos, a menor preferencia é pela piscina com 19%, pois é considerada pelos adultos uma péssima estrutura para crianças, apontaram também a falta de acesso para a área do redário, sendo necessário um trajeto longo para entrada da piscina, indicaram que a ausência da piscina para adultos incomoda bastante os entrevistados. Na sequência, o avião-cinema com 7% foi apontado negativamente pelas pessoas, pelo mal funcionamento dos equipamentos internos de áudio e programação oferecida que é considerada desinteressante. Foi proposta pelos clientes a instalação de um simulador de vôo ou jogos eletrônicos que remetam ao 47 uso de aeronaves, com a mesma porcentagem de 6% foram indicados como insatisfatórios a fazendinha e o circuito de arvorismo, pois a fazendinha foi considerada suja e desorganizada e o circuito de arvorismo de nível fácil, não estimulando o uso por alguns entrevistados jovens e adultos, além de limitar o uso pelas crianças com menos de 1,50 que não podem utilizar o equipamento, que nesse caso considerariam o nível do circuito satisfatório como fosse adaptado para uma altura menor. Dessa forma existe a necessidade de criar um circuito de arvorismo mais dificil para adultos e adaptar o que já exista para crianças, além de planejar a manutenção dos equipamentos do avião cinema numa periodicidade menor, evitando que o serviço seja oferecido sem funcionamento. Gráfico 6 – Equipamentos de maior preferência. Fonte: Pesquisa direta, 2011. Dentro da avaliação dos equipamentos de maior preferência dos clientes, obviamente que a Tirolesa assombrosa com 330 metros de comprimento, apresentou sua força com 42% de preferência. O que sugere que equipamentos mais radicais e desafiadores devem ser constantes nos investimentos dos parque, deve-se sempre inovar e entrar na grande disputa mundial pelos mega brinquedos. De acordo com pesquisas a maior tirolesa no mundo mede 3km e localiza-se nos Estados unidos. No Brasil a maior tirolesa localiza-se em Bragança Paulista no município de Pedra Bela fica a 1200 metros de altitude no agradável 48 clima montanhoso da Serra da Mantiqueira e mede 1900 metros 13. Além do desafio da tirolesa, o parque apresenta protencial e espaço para implantação do outros brinquedos e estruturas esportivas que proporcionem maior atratividade do público aventureiro, como por exemplo: Aero-Jump, big-balanço, trapézio, entre outros. Quase 50% dos visitantes apontaram o rumo pra onde se deve seguir para investimento na estrutura que dará retorno, não somente financeiro mas também, de procura. O marketing gratuito ou o “boca-a-boca” é apontado por quase 50% das pessoas como forma de divulgação do parque, uma prova de que cliente satisfeito traz mais clientes. Inicialmente a política de preço foi apontada como negativa por clientes do parque, pois é aparentemente alta em comparação aos parques com maior poder publicitário e maior investimento em estrutura e opções de lazer. Gráfico 7 – Avaliação dos preços do parque pelos clientes. Fonte: Pesquisa direta, 2011. Em contra partida a esse pensamento, as pesquisas apontaram satisfação nas pessoas quanto ao preço, principalmente em clientes que adquiriram os ingressos em sites de compra coletiva, sendo essencial a atenção nessa informação, apoia-se a ideia da criação de preços diferenciados de acordo com o perfil de utilização, pois a maioria dos clientes com mais de 40 anos não utiliza os equipamentos esportivos, seria justo qualificar um valor para entrar no parque e um 13 www.revistaduasrodas.com.br | acessado em 22/05/2012 às 12:47h. 49 valor para os equipamentos ou serviços extra, como passeio de charrete, trilha, arvorismo, tirolesa, muros de escaladas. Dentro dessa proposta, as pessoas poderiam escolher em que investiriam, em descanso ou diversão. Foi desenvolvido uma proposta de tabela de preços de acordo com a ideia dos clientes acrescenteando já novos serviços e equipamento indicados na pesquisa pelos mesmo, conforme tabela 5: Tabela 6 – Simulação de Preços do Parque APOENA. Fonte: Entrevistados durante o período de pesquisa (agosto a dezembro – 2011). Houve aprovação total à segurança oferecida pelo parque. As pessoas se sentem seguras dentro do parque e consideram os equipamentos seguros. Aprovam a presença de segurança nas trilhas e regras como a de autorizar a entrada de pessoas na trilha apenas acompanhadas de guia, apontam também que salva-vidas próximo a piscina e atendimento da enfermaria e acompanhamento do profissional junto aos clientes, também proporciona mais conforto. As pessoas se demonstram bastante satisfeitas com o trabalho do profissional do ambulatório medindo pressão e esclarecendo dúvidas de saúde dos visitantes. A limpeza foi outro ponto elogiado, a preocupação de manter distribuida por todo parque cestas de lixo personalizadas e que especificam o tipo de material que acolhem remetem a um ambiente preocupado com a preservação da natureza. 50 Locais como a fazendinha foi considerada um ótimo modelo de local limpo e higiênico, mas essa opinião ficou dividida pelo público pesquisado. Quanto a alimentação, a higiene dos alimentos e de quem as serve foi unanime, e considerada de ótima qualidade e muito saborosa. Os administradores do parque foram indagados sobre a higiene de áreas que não são acessadas pelos clientes, como uma parte da área das trilhas e do córrego que corta o parque que deveriam receber uma atenção especial, informaram que a presença de lixo nessas áreas não é causada por visitantes, mas pela influência de outros equipamentos próximos a estrutura. Sendo assim, deve-se buscar um acordo com o clube ou empresa visinha para diminuir a presença desses detritos e permanecer continuamente vigilante na eliminação dos resíduos. Gráfico 8 – Avaliação da limpeza do parque pelos clientes. Fonte: Pesquisa direta, 2011. Percebe-se também a necessidade de proporcionar mais informação aos visitantes sobre posturas ecologicamente corretas como também educação ambiental, assim o parque não perderá a característica de ambiente que proporciona conhecimento sobre preservação e construirá vínculos com os visitantes a partir dessa experiência. 51 Gráfico 9 – Avaliação sobre o atendimento aos clientes do parque. Fonte: Pesquisa direta, 2011. A qualidade do atendimento prestado, desde garçonetes à instrutores de equipamentos e trilha foi aplaudido, constantemente elogiado durante as entrevistas. Acredito que por se tratar de profissionais integrantes da população local, existe uma preocupação por parte deles com a imagem da hospitalidade da cidade, o que se pôde sentir também é um recíproco interesse no crescimento do parque. Tanto economico quanto de público. O que não é apoiado pelo quadro de colaboradores é a segregação social, apontada por eles como objetivo dos responsáveis pelo parque, para atingir um público de determinado nível social e afastar outros padrões financeiros. As experiências de outras empresas provam que aproximar outros perfis de clientes independente do poder aquisitivo trazem bons resultados financeiros. O que se deve incentivar é o aperfeiçoamento da excelência desse atendimento. Em colaboradores treinados a qualidade do serviço é notória. Como já foi observado antes, clientes satisfeitos principalmente com o atendimento, indicam e também retornam ao parque. Além dessa publicidade de amigos e família, a internet é um forte meio de divulgação do parque. A publicidade por mídia cria espectativas também, mais até que a indicação de amigos, pois esses são mais confiáveis aos clientes. A partir dessa questão, foi inserido nas pesquisas a dúvida sobre a satisfação dessas espectativas que os amigos e a mídia criaram, 82% se diz satisfeito ou muito satisfeito, mesmo assim a parcela de insastifeitos é alta, chegando à 14% e nessas 52 insatisfações que o projeto será elaborado, com o objetivo de reduzir a porcentagem que ficou a desejar nas espectativas sobre o parque e permitir a superação dessas espectativas a futuros clientes com padrão mais exigente. Gráfico 10 – Avaliação sobre as expectativas dos clientes. Fonte: Pesquisa direta, 2011. 4.1 Análise de SWOT dos equipamentos e serviços do Parque Apoena A expressão SWOT é de origem americana e representa as iniciais das palavras Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas), Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). Segundo Trigueiro (1999), a aplicação desse conceito consiste em realizar a análise situacional do local e de seu meio ambiente, para identificar os pontos fracos e fortes e oportunidades e ameaças da localidade, de sorte a se ter um planejamento estratégico de marketing voltado para o desenvolvimento turístico do local. Trigueiro (1999) considera que os benefícios da aplicação da análise Swot são as facilidades na identificação dos segmentos de mercado, na capacidade de desenvolver o planejamento de marketing, numa eficiente alocação de recursos financeiros e humanos e na satisfação de atender às necessidades e desejos dos turistas. E dentro do turismo de parques temáticos, atender as necessidades dos clientes é vital. De acordo com Silva (2005), a análise ambiental é realizada na leitura de textos atualizados, livros, jornais, revistas e principalmente, informações primárias 53 coletadas em pesquisas de campo ou documentais, além do Inventário dos recursos turísticos e serviços que a estrutura pode oferecer como diferencial. Além disso, o contato com profissionais e clientes enriquecerá a coleta de informações. A análise é dividida em duas partes: o Ambiente Interno à organização (pontos fortes e pontos fracos) e o Ambiente Externo à organização (oportunidades e ameaças). Esta divisão é necessária porque a organização deve avaliar fatores de influencia positiva e negativa, interna ou externamente, analisando o que pode ser solucionado através de estratégias de estímulo do potencial da empresa ou desenvolver soluções que diminuam os impactos de fatores externos na empresa. O Ambiente Interno pode ser controlado pelos dirigentes da organização, já que ele é o resultado de estratégias de atuação definidas por eles mesmos. Desta forma, quando se percebe um ponto forte na análise, deve-se ressaltá-lo ainda mais; quando percebido um ponto fraco, deve-se agir para amenizar seus efeitos sobre a empresa conforme Dias (2005). É considerado por Silva (2005), que os pontos fortes de uma empresa turística são identificados em termos de recursos naturais e artificiais, que possam se tornar atrativos turísticos. Além da disponibilidade de recursos humanos, financeiros, tecnológicos e outros que possam ser utilizados para criar uma vantagem competitiva sustentável; enquanto que os pontos fracos, seguindo a lógica anterior, identificam-se os pontos em que uma destinação apresenta carência, exemplo: ausência de mão de obra qualificada, insuficiência de recursos financeiros, falta de consciência comunitária e outros. Já o ambiente externo está totalmente fora do controle da organização, ou seja, fora do alcance da administração do núcleo turístico. Isso não significa que não seja útil conhecê-lo. Apesar de não podermos controlá-lo, podemos monitorá-lo e procurar aproveitar as oportunidades da maneira mais ágil e eficiente e evitar as ameaças enquanto for possível. De acordo com Petrocchi (2002), o objetivo é consolidar um painel de oportunidades de negócios e outro de ameaças que o macro ambiente possui. As estratégias e os programas de trabalho vão explorar as oportunidades e atenuar os efeitos das ameaças. Foram detectados através dos dados coletados durante pesquisa por meio de entrevista com clientes e funcionários, os pontos que podem ser considerados fortes e fracos, que podem ser controlados pela administração interna. Onde apresentamos estratégias que possam amenizar essas fraquezas. 54 Tabela 7 - Análise SWOT – Pontos Fortes e Fracos. Fonte: Entrevistados durante o período de pesquisa (agosto a dezembro – 2011). Os pontos Fortes mencionados correspondem a serviços oferecidos internamente e estratégias de gestão que foram apontados pelos clientes ou profissionais como positivas e que de alguma forma influenciam na consolidação do produto do parque. Um ponto a ser considerado é sobre o preço do ingresso, ele foi considerado pela maioria acessível, a pesquisa aponta que quase 50% dos clientes obtiveram informações pela internet e muitos dos ingressos são vendidos em sites de venda coletiva, o que aumenta muito a demanda pois o preço fica consideravelmente mais acessível. Entretanto, dos pontos Fracos mencionados, pode-se destacar as poucas atividades extras para os diversos grupos que visitam o parque e a indefinição de marketing de comunicação ou público-alvo. O primeiro ponto é causado pela ausência de atividades para a melhor idade e para crianças que por mais que não tenham aparecido de forma visível na pesquisa é também um perfil de cliente presente e obviamente influente. Uma forma de minimizar essa insatisfação seria inserir atividades como passeios de bicicletas, aulas de arte, recreação para crianças. E para a melhor idade atividades na piscina, aulas de arte, massagem, 55 jardinagem, yoga ou dança seriam excelentes alternativas de acordo com os entrevistados. Outro fator a ser considerado é a higiene do parque _ que conforme os clientes entrevistados_ foi considerado satisfatório, mas durante pesquisa de reconhecimento do parque, foi realizado trilha de exploração da extensão do terreno por inteiro e alguns locais apresentavam acumulo de lixo, o que foi justificado como sendo algo causado por clientes do Parque das Andreas que se localiza ao lado e não oferece o mesmo objetivo de preservação ou atividades de lazer, mas funciona como uma espécie de balneário natural e segundo a administração do Apoena os clientes de utilizam este parque arremessam lixo para dentro das dependências do parque Apoena. Para a realização das considerações de Oportunidades e Ameaças foram levados em conta dados levantados durante a pesquisa e percepções dos profissionais do parque que elegeram fatores externos que influenciariam o parque de forma positiva e negativa, além de realização de coleta de informações no principal concorrente, sendo apontado como sendo Ypark localizado em Maranguape. Sendo avaliados pelo pesquisador os pontos mais relevantes ou impactantes no resultado do produto ou serviço final e apontados possíveis soluções. Tabela 8 - Análise SWOT – Oportunidades e Ameaças. Fonte: Entrevistados durante o período de pesquisa (agosto a dezembro – 2011). 56 Dentro das oportunidades, os entrevistados consideraram que com a evolução da Sociedade Moderna, na chamada “Era do Conhecimento”, as pessoas têm cada vez menos tempo para descansarem ou executarem atividades de lazer, tendo em vista a enorme exigência de capacitação de múltiplas atividades no cotidiano para atender as exigências do atual estilo de vida, dessa forma, considera que a localização estratégica do parque, qualidade do acesso é mais uma facilidade que atende aos anseios dos clientes atuais14. Nessa perspectiva, o lazer está se tornando mais escasso na vida das pessoas que buscam nesses momentos uma fuga da realidade, fato este que gera uma expectativa ainda maior no indivíduo para os instantes de lazer, além do mais, pesquisas recentes apontam para um aumento do poder aquisitivo dos brasileiros na última década, por consequência os padrões de exigência com a qualidade é ainda maior, o que resulta é uma ameaça ao parque que tem que buscar melhora constante de seus serviços e equipamentos15. As ameaças consideradas para o parque apontam para o comportamento dos concorrentes, de acordo com os clientes seria o Ypark, localizado em Maranguape, mas pesquisas apontam também para um empreendimento mais recente chamado Engenhoca, localizado em Aquiraz que possui um perfil de serviço semelhante. O comportamento dos concorrentes, de acordo com os clientes, foi considerado mais agressivo, massivo, tornando o nome de suas marcas mais lembrado, possuem mais participação em mídias como TV, revista, e rádio, além da internet conforme já apontado como principal ferramenta dos parques temáticos em todo Brasil. Os mascotes dos parques concorrentes foram apontados também como uma marca, que facilita a associação com o tema do parque. Sendo assim, existe a necessidade de uma marca que defina a identidade do empreendimento. 14 www.mmdamoda.blogspot.com.br | acessado em 17/05/2012 – 13:30h. 15 www.estadao.com.br/noticias/economia | acessado em 17/05/2012 – 13:23h. 57 CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com Brasil (1997), os parques temáticos apresentam uma margem de lucro líquida de 27% ao ano, demonstrando eficiência tanto na geração de receitas como na administração de custos. A taxa de retorno de investimento total é de aproximadamente 9% ao ano. O período de retorno destes empreendimentos é de 12 anos, em média. O giro do ativo total destes empreendimentos é de algo em torno de 0,34 por ano. Os empreendimentos de entretenimento disponíveis no Brasil atualmente se beneficiaram bastante da estabilização da economia nos últimos anos, o aumento da renda per capta, mudanças de comportamento da população brasileira em relação ao lazer e maiores projetos de investimentos em estruturas turísticas, fazendo com que suas perspectivas para os próximos anos sejam boas. A pesquisa permitiu uma nova visão de melhorias que devem ser implantadas dentro da postura da empresa para estreitar a comunicação com os clientes e desenvolver projetos dentro das necessidades dos clientes, para assim usufruir das boas condições do mercado. A Pesquisa no Parque Apoena foi pensado inicialmente para fomentar produtos do parque que pareciam esquecidos, mas na verdade o que se percebeu é que as verdadeiras necessidades dos clientes estavam na criação de inovações que estimulassem o seu retorno de forma contínua. Através da aplicação de um formulário de pesquisa com o intuito de avaliar, o perfil dos clientes, as potencialidades do parque de acordo com os visitantes e avaliar os serviços oferecidos, foram entrevistadas 200 (duzentas) pessoas, e o que se percebeu é que o caminho a se seguir para estimular o crescimento do parque é investir em mais equipamentos de lazer e serviços diferenciados. Quanto mais atividades foram oferecidas e quanto mais desafiadoras, mais interesse desperta nos clientes. Com as primeiras visitas foram elaboradas ideias e considerações iniciais, apenas com essas primeiras percepções. Sendo assim, foram pontuadas ideias pelo pesquisador como: criar um preço único para o parque e não cobrar valores diferentes por brinquedos como foi apresentado como proposta inicial; definir a identidade do parque, dar opções como, tema rural, tema indígena ou tema pré- 58 histórico; mudar o uso da casa de pedra para uma casa de barro (tema rural) de oficina de brinquedos do campo: pião, corda, elástico, bambolê, ciranda, ou oca (tema indígena): com aulas de arco e fecha, oficinas de artesanato indígena, no caso de manutenção da casa de pedra: implantar sistema de som auto-explicativo para os visitantes e revitalizar casa de pedra; criar mecanismos que propicie as crianças um maior contato com os animais da fazendinha; transformação do Avião em brinquedo em alguns horários, com implantação de simulador de vôo ou game que tenha o mesmo objetivo; ampliação das trilhas, implantando ou localizando obstáculos, oferecendo uma opção para clientes mais exigentes quanto a desafiar seus limites; utilizar poço natural dentro do parque como poço dos desejos; criação de duas trilhas com níveis diferentes (uma para crianças e outra para adultos) e implantação de atividades de recreação diversas durante a trilha, além de esclarecimento sobre a vegetação presente. A maioria dessas ideias poderia ser planejada para implantação e somando-se a elas, foram adicionadas mais propostas que impulsionariam e agregariam valor aos serviços e equipamentos do parque como: Passeio de bicicleta; Cavalgada; Maior tempo no passeio de charrete; Localização do muro de escalada; Preço da tirolesa; Maior sequência de músicas; Ampliação da casa de pedra (estrutura mais moderna e melhor manutenção); Manutenção dos equipamentos de vídeo do avião-cinema; Auditório (reforma/reconstrução); Trilhas maiores para adultos e maiores entretenimentos durante a trilha; Maior área para redário; Padronização das pontes e placas; Focalizar num tema específico para o parque: INDÍGENA, RURAL, SELVA ou PRÉ-HISTÓRICA. Pois a principal ameaça do parque é a falta de uma identidade, conforme apontado por clientes, em comparação com os principais concorrentes. É necessário mais investimento em marketing, implantar mais atividades e equipamentos e consolidar uma imagem. 59 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, Alexandre. ESTUDO ECONÔMICO-FINANCEIRO DOS MEIOS DE HOSPEDAGEM E PARQUES TEMÁTICOS NO BRASIL. Brasil, 1997. BENI, M. C. Análise estrutural do turismo. 9.ed. São Paulo: SENAC, 2003. BRASIL, 2002. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. 2.ed. Brasília: MMA/SBF, 2002. BRASIL. Ministério do Turismo. Perfil do turista de aventura e do ecoturista no Brasil. Brasil, ABETA, 2010. BRASIL. Ministério do Turismo. CADEIA PRODUTIVA DO TURISMO EM PARQUES NACIONAIS E ENTORNO. Brasil, ABETA, 2011. COSTA, P. C. Unidades de conservação: matéria prima do ecoturismo. São Paulo: Aleph, 2002. DIAS, Reinaldo. Marketing turístico. São Paulo, Atlas, 2005. DIAS, Reinaldo. Turismo Sustentável e Meio Ambiente. São Paulo, Atlas, 2008. DIEGUES, A.C.S. O mito moderno da natureza intocada. 3.ed. 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