1 Introdução Desde o nascimento, as pessoas aprendem a viver em

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Introdução
Desde o nascimento, as pessoas aprendem a viver em uma sociedade
que convive em grupos, tanto na família e amigos quanto no trabalho.
Conforme algumas teorias, as pessoas se reúnem em grupos na procura de
meios necessários à satisfação e realização pessoal, além de evitar o
sentimento de solidão. Dessa forma, as pessoas buscam reduzir a
insegurança de “estarem sozinhas” tentando combinar valores, atitudes,
regras e comportamento para satisfazerem seus desejos e alcançarem o seu
reconhecimento perante o grupo.
Só que os grupos tornam-se mais complexos assim que se expandem
da família e dos amigos e chegam até o trabalho. No ambiente familiar e de
amigos, os laços de parentesco e afinidade são a regra geral de formação dos
grupos. Quando partem para o recinto das empresas, os grupos se ampliam e
se subdividem de acordo com as condições impostas.
No ambiente de trabalho, os grupos podem ser de natureza formal e
informal. Os grupos formais são definidos pela estrutura da organização, com
atribuição de tarefas especificas a cada membro. Já os grupos informais são
alianças pessoais que não são estruturadas pela organização, ou seja,
formam-se por interesses comuns ou afinidade. Nesses dois aspectos, a
coesão é um fator importante a ser considerado pelas empresas, pois
influencia
no
colaboradores.
relacionamento
interpessoal
e
na
produtividade
dos
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O grupo
Os grupos formam uma gestalt, é um todo que não pode ser visto pela
soma dos seus integrantes, ou seja, o comportamento do grupo não reflete a
individualidade dos seus elementos, as pessoas em grupo agem de uma
maneira e, individualmente, de outra. As empresas, interna e externamente se
organizam em grupos (de projetos, departamentos, de ramos de atividades,
de afinidades, entre outros).
A compreensão da estrutura e do funcionamento dos grupos auxilia
nas estratégias de gerenciamento de pessoas e na tomada de decisões.
A simples reunião de pessoas em torno de um objetivo comum não
caracteriza um grupo. Existem inúmeras situações em que as pessoas estão
reunidas, tem os mesmos objetivos, mas não formam um grupo. Por exemplo:
Correr para o toldo de um bar quando está chovendo ou tomar um ônibus
para um mesmo local. Várias pessoas fazem o mesmo, estão reunidas em
torno de um objetivo comum, porém não precisam do outro para atingir tal
objetivo, entram e saem das situações anônimas.
Um grupo é caracterizado pela reunião de pessoas em torno de um
objetivo comum, mas que, para atingir a este objetivo, necessitam uma das
outras, criam uma relação de interdependência, formam um sistema de
interações e uma unidade reconhecível.
Uma pessoa pode ingressar no grupo por um ou alguns motivos.
- Perceber que objetivos pessoais podem ser alcançados ao se
associarem a um grupo. Uma pessoa com o objetivo pessoal de realização,
de prestígio e de boa remuneração pode alcançá-lo por meio de meta de
trabalhar na empresa X, juntamente com outras pessoas que fazem parte da
empresa.
- Pela simples necessidade de afiliação, de pertencer a um grupo, que
envolve identificação com outras pessoas.
- Pela necessidade de a pessoa não se sentir sozinha
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- Pela necessidade de conhecimentos e ferramentas que os integrantes
do grupo possuem e a pessoa não.
- Por status, quando necessita de reconhecimento e valorização por
parte de outras pessoas.
- Por necessidade de poder, que não se consegue sozinho.
- Por necessidade de segurança física ou psicológica.
Os grupos seguem a sequencia da própria vida: nascem (de acordo
com os motivos de sua formação), crescem e se desenvolvem (com a
assimilação das normas vão sendo estabelecidas, que permite com que
desenvolva suas atividades e atinja seus objetivos) e morrem (desaparecem
por questões pessoais, políticas, término das atividades, o próprio
amadurecimento de seus integrantes, entre outros). Os grupos não são
eternos, mas devem atingir, da melhor maneira possível, seus objetivos,
enquanto existirem.
Grupos Informais
Também conhecidos como primários ou psicológicos, são grupos
formados naturalmente, espontaneamente, caracterizados pela expressão de
sentimentos; as pessoas se juntam por afinidade, simpatia, identificação,
porque gostam de estar juntas. O relacionamento é próximo e duradouro, as
normas são flexíveis e definidas pelo próprio grupo.
Existem relatos sobre o inicio da humanidade que classificam que o ser
humano vive em grupos, que possui necessidades de se relacionar com
outras pessoas, a sua existência é sempre ligada aos seus semelhantes,
dessa forma satisfaz suas necessidades. Podemos dizer que sempre estamos
agrupados, de formas diferentes, apresentando cada qual uma característica
própria, estes grupos podem ser de gostos comuns, como: torcer pelo mesmo
time, ter a mesma religião, ser vegetarianos, gostar de tomar uma cervejinha
ou ate mesmo trabalhar na mesma empresa.
Grupos Informais são alianças não estruturadas formalmente nem
determinadas pela organização. Esses grupos são formações naturais dentro
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do ambiente de trabalho que surgem em resposta à necessidade de contato
social (ROBBINS, 2002, p. 211).
Nas organizações, o grupo informal pode ser visto no horário de
almoço, no cafezinho e em outras situações informais; é a famosa
“panelinha”.
Os grupos informais têm como objetivo a satisfação de necessidades
idênticas de seus integrantes ou necessidades totalmente diferentes, sendo
que um indivíduo pode participar de um grupo onde cada integrante busca a
satisfação de algo totalmente distinto de outros. Sobre o objetivo dos grupos
informais é necessário enfatizar que nem sempre esses grupos são
prejudiciais à empresa, podendo ser manipulados para um benefício pessoal
ou um benefício empresarial, visto que em algumas organizações a
burocracia faz com que determinadas tomadas de decisão sejam morosas.
Grupos Formais
São grupos impostos e formados pela organização, em que impera o
interesse utilitário, o controle se dá por meio de recompensas e punições, o
relacionamento é distante, impessoal e formal. O comportamento é dirigido
pelas metas organizacionais. Por exemplo, as pessoas que trabalham num
departamento de uma empresa estão sujeitas a normas e regras da
organização. Estes grupos podem ser formados por meio da função, do fluxo
de trabalho, departamento, projetos, entre outros, de acordo com a estrutura
da organização.
Os dois grupos, formais e informais, existem e coexistem dentro das
organizações. As pessoas necessitam expressar seus sentimentos e ter um
contato mais próximo, para não se sentirem peças de engrenagem, o que é
possível nas relações informais. Ao mesmo tempo, necessitam da formação
de regras para atingir os objetivos organizacionais, necessitam dos grupos
formais. Os melhores resultados são obtidos quando o grupo é coeso.
Coesão Grupal
A coesão determina a união dos integrantes que compõem o grupo.
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Coesão significa união. Um grupo coeso é um grupo forte e unido.
Geralmente, o envolvimento por meio de atividades em conjunto faz com que
as pessoas se sintam mais ligadas. Surgem os laços de amizade,
reciprocidade, cordialidade, que unem alguns elementos e separam outros.
Este processo unifica e fortalece o grupo (BANOV, 2004, p. 120-121).
Os grupos também se tornam coesos quando seus componentes têm
confiança na administração. Interesses comuns, salários e nível social
equilibrados, comunicação eficazes, sistemas de recompensas claros e bem
definidos, reconhecimento direcionado ao resultado do grupo (e não
individual), criação de atividades interdependentes e atraentes que envolvam
os integrantes do grupo são alguns componentes que propiciam coesão
grupal.
A maioria das empresas busca alto grau de coesão de seus
departamentos para obter melhores resultados. Se o grupo não é unido, cabe
à organização, por meio de suas lideranças, buscar a coesão. O grau de
coesão determina também a estratégia a ser adotada pela liderança para a
condução do grupo. Se o grupo for unido, de fato o gerente lidará com um
grupo; em caso de baixa união, lidará com pessoas isoladamente. São
situações diferentes que exigem estratégias diferentes.
Um elevado nível de coesão grupal pode propiciar um ambiente
organizacional com mais sinergia e menos conflito. Mas, de acordo com
alguns especialistas da área de gestão de pessoas, quanto mais coeso for um
grupo
mais
semelhante
será
a
produção
de
seus
participantes
individualmente. Esses especialistas também afirmam que grupos muito
coesos podem ser vítimas do “pensamento grupal”, ou seja, os membros
preocupam-se em obter uma concordância geral, que as normas para o
consenso passam por cima da avaliação realista das alternativas, e isso pode
acarretar uma deterioração da eficiência mental do individuo, do seu senso de
realidade e de julgamento moral como resultado da pressão do grupo.
Em síntese, uma elevada coesão grupal permite a divisão de
conhecimentos e habilidades entre os integrantes e proporciona um ambiente
mais dinâmico e harmônico. No entanto, as empresas precisam analisar o
nível de coesão existente entre os colaboradores, de forma que essa não
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influencie para uma queda de rendimento e de criatividade individual. Para
isso, o desenvolvimento de técnicas para monitorar o tamanho de um grupo,
encorajar as pessoas a assumirem posicionamentos distintos e estimular a
discussão ativa a respeito de uma decisão são algumas ações que, se
tomadas pelos gestores adequadamente, minimizam o pensamento grupal e
auxiliam no alinhamento dos interesses do grupo às estratégias da
organização.
Pensamento grupal
Em 1972, o estudioso Irving Janis desenvolveu a idéia de Groupthink
ou Pensamento Grupal, que consiste na aceitação unânime e consenso de
opiniões em que a principal motivação está em as pessoas manterem sua
participação no grupo. O pensamento grupal aparece apenas em grupos
altamente coesos. As pessoas não estão dispostas a colocar nada que possa
ser discordante. Não há conflitos no grupo. O relacionamento é mais
valorizado do que a produtividade ou os resultados. O grupo tende a se fechar
e a ver os fatos de acordo com os seus interesses, não leva em consideração
o externo. O pensamento grupal ocorre também quando o grupo tem tempo
limitado para uma tomada de decisões. Esta tendência em concordar interfere
no raciocínio crítico e na tomada de decisões.Os principais sintomas do
pensamento grupal são:
- Racionalização: para toda e qualquer situação, o grupo cria uma
desculpa para convencer a si mesmo que a atitude tomada ou o caminho a
ser seguido é o melhor que se tem.
- Os estereótipos criados são compartilhados.
- Autocensura: os próprios integrantes do grupo se policiam para não
quebrar a “estabilidade” do grupo.
- Falta de abertura: os questionamentos e as críticas não são bemvindos.
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- Pressão direta: as pessoas são psicologicamente pressionadas para
acatarem as decisões aparentemente tomadas com o consentimento de
todos.
- Ilusão da moralidade: qualquer desvio pode ser justificado por frases
como: “todas as empresas agem desta maneira”.
- Ilusão de invulnerabilidade: o grupo se acha invencível.
- Ilusão do consenso: é uma forma extrema de consenso, que leva à
ilusão de consenso. Alguns integrantes podem acreditar que a alternativa
escolhida pelo grupo pode ser ruim, mas não emitem opinião para não serem
vistos como dissidentes.
Esses fatores que permeiam o pensamento grupal interferem na
tomada de decisões, pois distanciam os fatos da realidade. Podem causar
prejuízos incalculáveis às organizações ou às pessoas.
Quando o gerente perceber a existência do pensamento grupal, deve
imediatamente encorajar os membros do grupo a expressarem suas dúvidas
e críticas quanto à solução dos problemas. O grupo deve perceber que os
conflitos são bem vindos, pois levam visões diversificadas do problema e
evitam a distorção da realidade. É interessante também convidar pessoas de
fora para dar suas opiniões.
Além de buscar a coesão e evitar o pensamento grupal, é importante
que o gerente conheça a sintalidade do grupo para saber lidar com seus
pontos fortes.
Sintalidade de um grupo
Um grupo é diferente do outro, e esta diferença é notada por uma
característica marcante, que nas pessoas é chamada de personalidade e é
denominada de sintalidade no grupo. Portanto, a sintalidade refere-se à
personalidade do grupo, o que diferencia de outros grupos.
A Psicologia de Gestalt demonstrou em seus estudos que o todo é
maior que a soma das partes. Na sintalidade não nos interessa como é cada
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elemento do grupo, mas, sim, o grupo como um todo. Os grupos criam
comportamentos, linguagem, códigos e rituais próprios que os caracterizam.
Costumamos ouvir que “o departamento X é exigente”, “o Y é relapso”, etc. A
sintalidade do grupo aponta como deve ser a relação com o grupo (BANOV,
2004, p. 123).
Equipes de trabalho
Equipes de trabalho são tipos especiais de grupos caracterizados pelo
comprometimento e envolvimento dos seus integrantes independentemente
do seu tipo de formação.
A formação de uma verdadeira equipe de trabalho começa pela
seleção de pessoal, em que serão escolhidas pessoas compatíveis entre si e
com a cultura da organização. Para a equipe se desenvolver bem, a
organização deve tomar os seguintes cuidados:
- Apontar com clareza as atividades que deverão ser realizadas por
cada componente da equipe.
- Promover a justiça na remuneração e nas condições de trabalho.
- Propiciar o treinamento contínuo.
- Transferir aos funcionários poder e recursos, incentivando-os a se
responsabilizarem pelo que fazem.
Times de trabalho
Baseados na idéia do futebol, times de trabalho são formados para
desenvolver uma atividade dentro de um espaço de tempo previsto, sendo
dissolvido assim que a atividade se encerra. Por exemplo: gerentes regionais
de uma empresa que durante dois meses desenvolverão um determinado
projeto. Após o término, cada integrante voltará para a sua região.
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Sociometria, a prática da análise de grupos
Compõe-se de um conjunto de técnicas que visa estudar a estrutura
interna dos grupos, fornecendo informações sobre coesão grupal, afinidade e
rejeições entre os seus elementos, isolamento de subgrupos e pessoas,
lideranças e seus estilos, entre outros assuntos pertinentes aos grupos. É um
instrumento fundamental na elaboração de estratégias para se trabalhar em
grupo.
A aplicação das técnicas sociométricas são úteis quando se pretende
reestruturas um grupo, fazer intervenções ou criar equipes de trabalho. É
material indispensável para realizar a reestruturação.
Duas eficientes técnicas para se conhecer o grupo e seus elementos:
sociograma ou sociomatriz simples e sociomatriz percentual.
Sociomatriz simples
É uma espécie de diagrama ou representação gráfica que mostra o
levantamento de hipóteses da situação interna de um grupo, apontando as
lideranças formais e informais, os subgrupos, as afinidades e rejeições.
Sociomatriz percentual
Tem por objetivo o levantamento de hipóteses sobre o grau de coesão
do grupo, as pessoas que motivam o grupo, as lideranças, as afinidades e
rejeições.
Dinâmicas de grupo
Pode ser compreendida em duas vertentes:
- A posição de cada elemento do grupo, conforme aparece em estudos
sociométricos que dão dinâmicas diferentes de um grupo a outro e pode ser
visualizada em toda atividade desenvolvida em grupo.
- Técnicas desenvolvidas para a análise e desenvolvimento de grupos,
amplamente usadas em processos seletivos e em treinamento de pessoal.
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Toda a atividade que se desenvolve com um grupo, que objetiva
integrar,
desinibir,
divertir,
refletir,
aprender,
apresentar,
promover
conhecimentos, iniciar a aprendizagem, competir e aquecer, poder ser
denominada dinâmica de grupo.
O psicólogo alemão Kurt Lewin (1890-1947) quem criou a expressão
dinâmica de grupo e apontou a importância do feedback nas relações
interpessoais. A partir de Lewin, foram surgindo técnicas de dinâmica de
grupo ou intervir na sua estruturação. A técnica foi adotada na seleção e no
treinamento de pessoal.
Seleção de pessoal
A técnica reúne em média dez candidatos que não se conhecem e que
estão concorrendo a uma mesma vaga. São propostas atividades como
histórias do cotidiano, análise de filmes, artigos diversos ou discussão de
temas relacionados com a carreira profissional para que o grupo chegue a
uma conclusão. Durante o desenvolvimento das atividades, observa-se como
o candidato se relaciona em grupo, além de características pessoais.
Geralmente a dinâmica se inicia com a apresentação de cada candidato e a
apresentação da empresa pelo orientador da dinâmica. Esta fase inicial é
conhecida como “aquecimento”, em seguida é proposta uma tarefa.
Como as dinâmicas são elaboradas de acordo com o perfil do cargo q
da cultura da empresa que não são claros para o candidato, não é possível
treinar de antemão posturas e atitudes. Não há vencedores, passa por esta
etapa o candidato que corresponder ao perfil do cargo.
A dinâmica de grupo tem um peso relevante na seleção do pessoal
pois é o único momento em que se pode observar o comportamento da
pessoa
Treinamento de pessoal
As dinâmicas preparam as pessoas para cargos de chefia, oferecendo
ferramentas para lidar de maneira eficaz com os liderados, com pressões e
conflitos, aprimorando as relações interpessoais.
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A dinâmica de grupo é um instrumento indispensável numa época em
que o trabalho em equipe tem sido privilegiado. A correta seleção de pessoal,
o uso da sociometria e das técnicas de dinâmicas de grupo possibilitam a
formação de equipes com elevada probabilidade de trazer excelentes
resultados para a organização.
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