Hipertrofias da próstata

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SISTEMA GENITAL: FILOGÊNESE; ORGANOGÊNESE E
HOMOLOGIAS; DIVISÃO
1- Filogênese
As gônadas (testículo no homem e os ovários na mulher) são formados em elevações
retroperitoneais chamadas pregas genitais que se salientam no celoma (cavidade do corpo)
medialmente aos rins em desenvolvimento (mesonefros).
Embora o sexo do embrião seja determinado na fertilização, as pregas genitais ou saliências
genitais não se diferenciam em testículos ou ovários antes do final da oitava semana de
desenvolvimento embrionário. As células germinativas que se originam no saco vitelino migram
para a região das saliências genitais na sexta semana do desenvolvimento mesmo antes da
diferenciação dessas pregas. Durante o período indiferenciado, as gônadas se desenvolvem em
íntima aproximação com os ductos mesonéfricos, que drenam os rins embrionários. Um segundo
par de ductos  os ductos paramesonéfricos  também se desenvolve paralelamente aos ductos
mesonéfricos, abrindo-se no seio urogenital, na extremidade posterior do embrião. Os homens
retêm os ductos mesonéfricos para o transporte do esperma, enquanto as mulheres retêm os
ductos para mesonéfricos para o transporte dos óvulos e para a nutrição do feto.
2- Organogênese e homologias: divisão
Em seguida ao período indiferenciado, durante o qual todos os embriões têm a mesma
estrutura, os embriões masculinos e femininos percorrem diferentes caminhos no
desenvolvimento. Como resultado, formam-se estruturas reprodutoras internas próprias de cada
sexo.
2.1 Embrião masculino
No embrião masculino, a porção mais interna (medula) da gônada indiferenciada
desenvolve túbulos que se unem ao ducto mesonéfrico. Estes túbulos tornam-se os canais
seminíferos de cada testículo, nos quais os espermatozóides são produzidos. No homem, o ducto
mesonéfrico é utilizado para o transporte de esperma desde o testículo até o exterior do corpo.
Com o desenvolvimento posterior, cada ducto mesonéfrico forma canais eferentes, um
epidídimo e ducto deferente do adulto. Logo após a diferenciação das gônadas em testículos, os
ductos paramesonéfricos degeneram.
2.2 Embrião feminino
No embrião feminino, a porção mais externa (córtex) da gônada indiferenciada sofre
intenso desenvolvimento e forma folículos, nos quais os ovários se desenvolvem. Coincidindo com
a diferenciação das gônadas em ovários, as extremidades distais dos ductos paramesonéfricos
fundem-se entre si para formar o útero e a vagina. As porções dos ductos paramesonéfricos entre
os ovários e o útero formam as tubas uterinas (oviductos ou as antigas trompas de falópio),
através das quais os óvulos são transportados para o útero. Na mulher, os ductos mesonefricos
degeneram sem contribuir para nenhuma estrutura funcional do sistema reprodutivo.
2.3 Desenvolvimento dos órgãos reprodutores externos
Estágio indiferenciado até a 8ª semana (os genitais externos também são controlados por
hormônios produzidos pelas gônadas). Antes de ter início a produção de hormônios, todos os
embriões desenvolvem uma saliência cônica  chamada tubérculo genital  no local onde os
ductos mesonéfricos e paramesonéfricos se abrem no exterior do corpo. Na face inferior desse
tubérculo há uma depressão rasa chamada sulco uretral, que se abre no seio urogenital do
embrião. De cada lado deste sulco há delicadas elevações chamadas pregas uretrais. Lateralmente,
e um pouco mais para trás de cada prega dessas, há elevações arredondadas chamadas eminências
labioescrotais.
1

Embrião masculino:
Se o embrião é masculino, o tubérculo genital alonga para formar o pênis. As pregas
uretrais se fundem deixando uma abertura na extremidade distal do pênis. O tubo assim formado
torna-se a porção esponjosa da uretra. As dobras labioescrotais desenvolvem-se numa bolsa
(escroto) que ao final receberá os testículos.
 Embrião feminino:
No embrião feminino, o tubérculo genital não se alonga como no homem, tornando-se o
clitóris. Não há fusão das pregas uretrais. Mais propriamente, permanecem como lábios menores,
rodeando a entrada da vagina. As eminências labioescrotais não se destinam à recepção das
gônadas. Permanecem como elevações chamadas lábios maiores, que margeiam os lábios menores.
3- Sistema genital masculino
No sistema genital masculino, as gônadas são representadas pelos testículos, onde se
processa a formação dos espermatozóides, e as vias condutoras, pelas vias espermáticas  túbulos
seminíferos retos, rede testicular, ductos eferentes, epidídimo, ducto deferente com vesícula
seminal e ducto ejaculador  que terminam na uretra. Anexa a esta existem, ainda, intimamente
relacionadas com o sistema genital masculino, a próstata e as glândulas bulbo-uretrais. As
vesículas seminais, a próstata e as glândulas bulbo-uretrais concorrem para a formação do
esperma.
3.1 Testículo
Os testículos têm duas funções: produção de espermatozóides e secreção da testosterona, o
hormônio sexual masculino.
São duas glândulas ovóides que originam na parede abdominal posterior durante o
desenvolvimento fetal, que descem na direção do escroto, para ocupá-lo definitivamente a partir
do 8º mês de vida uterina. Após desenvolvimento normal e completo, estão situados, no fundo de
uma bolsa especial cutânea, a bolsa testicular, dependência perineal situada atrás e abaixo do pênis
no escroto. São separados um do outro por um septo conjuntivo e envolvidos, individualmente
por diversas túnicas que representam, modificadas, as várias camadas constituintes da parede
ântero-lateral do abdome.
O testículo é revestido por uma membrana fibrosa, a túnica albugínea. Delicados septos
dividem incompletamente os testículos em lóbulos ou compartimentos  os lóbulos do testículo.
Em cada testículo calcula-se existirem de 250 a 300 lóbulos.
Em cada um destes lóbulos encontram-se, envolvidos por tecido conectivo, os túbulos
seminíferos contorcidos, diretos responsáveis pela espermatogênese; estes continuam-se nos
túbulos seminíferos retos, que por sua vez convergem na rede testicular.
Na rede testicular originam-se os ductos eferentes, tributários de um canal único, o ducto
do epidídimo.
3.2 Epidídimo
Está localizado no escroto, situado contra a margem superior do testículo, onde pode ser
sentido pela palpação. Tem a forma de um C. Consiste de um tubo sinuoso que recebe o esperma
do testículo através dos ductos eferentes.
O epidídimo é dividido em três partes: cabeça, corpo cauda (onde se encontra o
reservatório dos espermatozóides, local onde os gametas permanecem até o momento de
ejaculação  na sua transição com o ducto deferente.
3.3 Vascularização
A irrigação do testículo e do epidídimo é feita principalmente pela artéria testicular que
provém diretamente da aorta logo abaixo da origem da artéria renal. (anastomoses)
A inervação está na dependência de fibras simpáticas que integram os plexos renal e aórtico
e acompanham o trajeto da artéria testicular e de fibras parassimpáticas.
2
3.4 Ducto deferente
Morfologia e trajeto: é um tubo cilíndrico, de parede espessa, que se segue ao epidídimo, após
uma dilatação ampular  ampola ao ducto deferente  unindo-se ao ducto excretor da vesícula
seminal para constituir do ducto ejaculador.
Considerando que os testículos estão localizados externamente à parede da pelve e que o
ducto ejaculador encontra-se dentro da cavidade pélvica, torna-se necessário a existência de um
túnel da parede abdominal para permitir a passagem do ducto deferente. A esta passagem dá-se o
nome de Canal inguinal, onde passam também os vasos e nervos (no folículo espermático).
O canal é uma área potencialmente fraca no sexo masculino, podendo aí ocorrer às hérnias
inguinais, em esforços acentuados.
3.5 Vesícula seminal
Morfologia externa e situação: são duas bolsas membranosas localizadas lateralmente aos ductos
deferentes na face posterior da bexiga urinária. Cada vesícula seminal consiste de um tubo
enovelado que emite vários divertículos e termina superiormente em fundo cego e inferiormente
na sua extremidade torna-se estreita e reta para formar o ducto da vesícula seminal que junto com
o ducto deferente constituem o ducto ejaculatório.
Importância funcional: tem por função secretar um líquido que ativa o movimento dos
espermatozóides.
Ducto ejaculatório: último segmento das vias espermáticas está em direta continuação com a
vesícula seminal; inicia-se na confluência do colo desta, com o ducto deferente, atravessa a próstata
de alto a baixo, de trás para frente e desemboca ao nível do colículo seminal na parte prostática da
uretra.
3.6 Escroto
É uma bolsa situada atrás do pênis e abaixo da sínfise púbica. É dividido por um septo em
dois compartimentos, cada um contendo um testículo. O escroto apresenta várias camadas, entre
as quais a pele, que é fina, hipergmentada e com pêlos e a túnica de Dartos, constituída
essencialmente de fibras musculares lisas.
O escroto através de sua arquitetura propicia uma temperatura favorável à
espermatogênese e a túnica de Dartos atua como um “termostato”, visando manter a constância
desta temperatura.
O canal inguinal, que dá passagem ao ducto deferente, vasos e nervos (funículo
espermático) é uma área potencialmente fraca no sexo masculino, podendo aí ocorrer as hérnias
inguinais em esforços acentuados.
3.7 Pênis – Morfologia externa (pênis, escroto e monte púbico)
É um órgão copulador e masculino pelo qual os espermatozóides são colocados no interior
do trato reprodutor feminino. Prende-se à porção anterior do períneo e apresenta-se livre na região
pudenda, inferior e anterior à sínfise púbica, anterior ao escroto. Constitui com este e o monte
púbico os órgãos genitais externos.
Estrutura e irrigação
O pênis contém três corpos cilíndricos, cada um dos quais revestido por uma cápsula
fibrosa. Esses três corpos são mantidos juntos por uma bainha de tecido conjuntivo que está
coberta de pele. Cada um deles é formado de tecido conjuntivo ricamente vascularizado chamado
tecido erétil, que contém numerosos espaços esponjosos que se enchem de sangue durante a
estimulação sexual, causando a enrijecimento e o alongamento do pênis. Este fenômeno é referido
como ereção.
Os dois corpos cilíndricos dorsais (superiores) são chamados corpos cavernosos do pênis. O
corpo ventral ímpar (inferior) é chamado corpo esponjoso do pênis. A uretra passa através do
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corpo esponjoso em todo seu comprimento. A extremidade distal expandida do corpo esponjoso
forma a glande do pênis, e a extremidade proximal é alargada, formando o bulbo do pênis, que
está fixado ao diafragma pélvico, que forma o assoalho da cavidade pélvica.
O pênis apresenta uma raiz larga, representada pela porção inicial das formações que o
constituem e o ligam ao períneo; um corpo, móvel, que de flácido torna-se tenso por ocasião da
ereção; e uma extremidade anterior, a glande, dilatada, relacionada com o corpo esponjoso do
pênis e coberta por uma prega retrátil de pele, o prepúcio.
3.8 Próstata – morfologia externa e interna
É um órgão ímpar (pélvico) que abraça a uretra (prostática) logo abaixo da bexiga urinária.
Lembra, em tamanho e forma, uma castanha. Rica em tecido muscular liso, envolve além da uretra
prostática, os ductos ejaculatórios.
Situação e função: hipertrofias
Por causa de sua localização diretamente à frente do reto, pode ser manualmente
examinada por meio de um toque retal, no qual um dedo é colocado no canal anal e a glândula é
palpada através da parede anterior do reto.
Função
A próstata segrega um líquido leitoso, fluido, alcalino, suco prostático que contribui para a
formação do sêmen; juntando com a secreção das vesículas seminais para constituir o volume do
líquido seminal que ativam os movimentos dos espermatozóides.
A secreção prostática é lançada na porção prostática da uretra através dos ductos
prostáticos (não visíveis macroscopicamente) e dá odor ao sêmen.
Hipertrofias da próstata
Esta glândula tem tendência para aumentar seu tamanho nos homens mais velhos e pode
causar dificuldades para a micção pelo estreitamento da porção prostática da uretra.
3.9 Uretra masculina: divide-se em três porções
Divisão
1- uretra prostática (atravessa a próstata)
2- uretra membranosa (é curta e situada entre as membranas superior e inferior do diafragma
urogenital)
3- uretra esponjosa (que se estende desde o bulbo do pênis até o óstio externo da uretra, na
glande do pênis)
Morfologia e importância clínica
A uretra masculina é longa (de 15 a 20 cm aproximadamente) e sinuosa.
Funículo espermático
O conjunto de estruturas que vão ao testículo ou dele vem  ducto deferente, vasos e
nervos  envoltos por tecido conjuntivo e recobertos pelas diversas túnicas que constituem os
envoltórios do testículo.
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4- Sistema genital feminino
O sistema genital feminino, a exemplo do masculino, também é constituído por gônadas,
glândulas sexuais, responsáveis pela produção dos gametas femininos  os óvulos e hormônios
 e por órgãos cavitários, destinados a receber os gametas masculinos para a fecundação do
óvulo. Além disso, a presença de um órgão destinado a abrigar um novo ser  o útero  e
expulsá-lo por ocasião do parto, tornando assim mais complexo o sistema reprodutor feminino.
4.1 Ovários
Morfologia e função: Morfologia externa
Forma: o ovário tem a forma de amêndoa, consistência firme que aumenta com os anos e coloração
cinzento-rósea.
Função:
Produção dos gametas femininos (óvulos) ao final da puberdade e secretar hormônios
(estrogênio e progesterona). O estrogênio é o principal hormônio feminino e, entre outras coisas é
o responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários (desenvolvimento das
mamas, alongamento dos quadris, crescimento dos pêlos pubianos, etc.).
Número e situação:
Os ovários, em número de dois, um à esquerda e outro à direita, repousam, quando em
posição definitiva, nas respectivas fossas ováricas, depressões revestidas por peritônio, situadas
uma de cada lado, próximo à porção póstero-superior da parede lateral da pequena pelve (pelve
menor), por trás de uma dobra peritonial, o ligamento largo do útero.
Posição e meios de fixação
Cada ovário é mantido em posição por ligamentos que o prendem a formações vizinhas:o
mesovário é uma prega peritonial que, contendo vasos e nervos destinados ao ovário, se destaca
do folheto dorsal do ligamento largo do útero e atinge a margem anterior do ovário, o hilo ovárico;
o ligamento suspensor do ovário contém os vasos e nervos ováricos que, da região lombar
penetram no ângulo súpero-lateral do ligamento largo do útero; é uma prega peritonial nítida
desde o nível da abertura superior da pelve até o pólo superior do ovário; o ligamento próprio do
ovário, com aspecto de cordão, inicia-se na porção súpero- lateral do útero e, coberto pela lâmina
posterior do ligamento largo, termina no pólo inferior, ou uterino, do ovário.
Antes da primeira ovulação, o ovário é liso e rosado no vivente, mas depois torna-se
branco e acinzentado e rugoso devido às cicatrizes deixadas pelas subseqüentes ovulações. Na
velhice diminuem de tamanho.
4.2 Tuba uterina
É um órgão tubular, par.
Função e divisão
A tuba uterina tem a função de conduzir os óvulos para o útero. Está situada em uma prega
peritonial  mesosalpinge  na borda livre do ligamento largo. É sede habitual da fecundação,
visto que, na grande maioria dos casos, é no seu terço lateral que o espermatozóide fecunda o
ovócito secundário, constituindo o ovo ou zigoto.
Cada tuba pode ser dividida em: infundíbulo ou pavilhão, porção alongada e com franjas
(fímbrias do infundículo), justapostas ao ovário.
 Ampola – que se continuam ao infundíbulo e diminui progressivamente de calibre.
 Istmo – porção estreitada que alcança o ângulo súpero-lateral do útero.
 Parte uterina – (intramural): contida na espessura da parede do útero.
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Arquitetura: musculatura sua importância funcional
A tuba uterina é um tubo de luz estreitada, cuja extremidade medial (apresenta o óstio
uterino da tuba) se comunica com a cavidade uterina e cuja extremidade lateral (apresenta o óstio
abdominal da tuba) se comunica com a cavidade peritonial. O óstio abdominal da tuba, permite a
comunicação da cavidade peritonial com o meio exterior, o que não ocorre no homem, onde a
cavidade peritonial é dita fechada.
A tuba e o ovário elevam-se durante a gestação e acompanham os deslocamentos do útero.
As porções mais móveis são o infundíbulo e a ampola.
Explica-se a captação e o transporte do óvulo ou do ovo, através da tuba uterina, por
fenômenos de contração muscular, de correntes líquidas, de movimentos ciliares.
A camada muscular da tuba uterina, internamente à serosa, contém fibras lisas em camadas
circular e longitudinal.
4.3 Vascularização
As artérias responsáveis pela irrigação da tuba uterina são ramos da ovárica e da uterina
que se anastomosam na espessura do mesosalpinge. As veias desembocam na veia ovárica e na
veia uterina. Os linfáticos drenam por agrupamentos lombares e os nervos são integrantes do
plexo útero-ovárico.
4.4 Peritônio tubário
4.4.1 Útero
Conceito e forma
É um órgão ímpar, oco, que aloja o embrião e no qual este se desenvolve até o nascimento.
Tem a forma de uma pêra e recebe as tubas uterinas nos seus ângulos laterais superiores e se
continua para baixo pela vagina.
Morfologia externa e interna: divisão
Envolvido pelo ligamento largo, o útero apresenta 4 partes:
1- Corpo – porção superior do útero. (Comunica-se de cada lado com as tubas.)
2- Istmo – porção estreitada abaixo do corpo do útero.
3- Colo – (ou cérvix do útero) é a parte que segue-se desde o istmo, até fazer projeção na
vagina e com ela se comunica pelo óstio do útero.
4- Fundo – é a região em forma de cúpula do corpo uterino acima e entre os pontos de entrada
das tubas uterinas.
Meios de fixação e peritônio
As camadas de peritônio que recobrem o útero anterior e posteriormente fundem-se ao
longo de suas margens laterais e se estendem para as paredes laterais do assoalho da cavidade
pélvica como ligamento largo. A porção do ligamento largo que está abaixo do mesovário e ancora
o útero é chamada mesométrio. Ajudando o ligamento largo a manter o útero na sua posição estão
os ligamentos redondos (são faixas fibrosas que correm no ligamento largo desde as margens
laterais do útero próximo às junções com as tubas uterinas e através do canal inguinal, até os lábios
maiores).
Estrutura
Na sua estrutura o útero apresenta três camadas:
 Endométrio (interna) – que sofre modificações com a fase do ciclo menstrual uterino ou na
gravidez.
 Miométrio (média) – de fibras musculares lisas e constitui a maior parte da parede interna.
 Perimétrio (externa) – representada pelo peritônio.
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Importância funcional da musculatura
Os ligamentos, de fato, não providencia maior suporte para o útero. Seu principal suporte
está situado abaixo; os músculos e membranas que formam o assoalho da cavidade pélvica, ou
seja, o diafragma pélvico e o diafragma urogenital. Todos esses músculos estão fixados num
tendão circular logo posteriormente à abertura vaginal, chamado centro tendíneo do períneo. Se
esta área está enfraquecida, como ocorre algumas vezes durante o nascimento, o útero pode
mover-se para baixo através da vagina, condição esta conhecida como prolapso do útero.
Posições e relações
O útero está localizado na pelve, atrás da bexiga urinária e à frente do colo sigmóide e do
reto. O peritônio que recobre as faces superior e posterior da bexiga, dirige-se para trás na face
anterior do útero a partir do assoalho pélvico. Este espaço assim formado é chamado escavação
vesicouterina. De maneira similar, a escavação retouterina é formada onde o peritônio que se
continua por sobre o útero e na sua superfície posterior é rebatido na superfície anterior do reto a
partir do assoalho pélvico.
Modificações funcionais – menstruação e gravidez
Menstruação – Mensalmente o endométrio se prepara para receber o óvulo fecundado, ou seja, o
futuro embrião. Para tanto, há um aumento do volume do endométrio com formação de
abundantes redes capilares, além de outras modificações.
Não ocorrendo a fecundação, isto é, na ausência de embrião, toda esta camada do
endométrio que se preparou sofre descamação com hemorragia, e conseqüente eliminação
sanguínea através da vagina e vulva.
A menstruação começa aos 12 anos (+ ou -) - menarca – e termina aos 45 (+ ou -) –
menopausa.
Gravidez – Sob a influência de estrógenos e progesterona, as glândulas do endométrio do útero
crescem e secretam pequenas quantidades de um fluido rico em glicogênio. As artérias do
endométrio tornam-se alargadas e espiraladas. Nesta condição, o endométrio está preparado para
prover a nutrição para o embrião se a fertilização ocorrer. Além disso, os vasos sanguíneos estão
prontamente disponíveis para a formação da placenta. A progesterona também diminui as
contrações espontâneas do miométrio. Presumivelmente este efeito ajuda o óvulo fertilizado a se
implantar no endométrio. Em essência, o útero prepara-se para a gravidez a cada 28 dias.
Irrigação do útero
Vasos sanguíneos e nervos alcançam o útero e as tubas uterinas através das camadas
peritoniais do ligamento largo. As artérias uterinas que são ramos das artérias ilíacas internas
transitam através do ligamento largo para alcançar a porção cervical do útero. Daí seguem as
margens laterais para cima até o istmo das tubas uterinas, onde dão origem a ramos tubários e
ováricos.
4.4.2 Vagina
Conceito e função
É um órgão de cópula feminino. O termo vem do latim e significa bainha, nome dado a esta
estrutura pela analogia funcional, pois a vagina vai atuar como bainha ao ser penetrada pelo pênis
durante a cópula.
A vagina é uma via de escoamento do sangue menstrual, das secreções uterinas e de
expulsão do feto no fenômeno do parto, é tubular musculomembranosa, ímpar, mediana, tendo
em média 8 cm de comprimento. Apresenta direção oblíqua para baixo e para frente.
Relações
A vagina tem relação com a uretra, anteriormente, e com o canal anal, posteriormente. Tem
comunicação com o útero através do óstio uterino e com o exterior através do óstio da vagina.
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Fórnices: importância funcional e clínica
A extremidade superior do canal vaginal envolve o colo do útero, formando um recesso, o
fórnice da vagina.
A luz da vagina é geralmente pequena e as paredes que a rodeiam usualmente estão em
contato entre si. O canal é capaz de considerável distensão, seja quando a vagina recebe o pênis ou
quando funciona como canal do parto. São importantes clinicamente quando o médico coloca um
aparelho para examinar o canal vaginal e ou fazer exame de toque.
Não existem glândulas na mucosa vaginal, a sua lubrificação é feita por glândulas do colo
do útero.
Fattini: De um modo geral as glândulas da pele da região do vestíbulo e as glândulas da mucosa
da vagina produzem secreção nos momentos preparatórios e durante o coito, visando tornar as
estruturas úmidas e propícias à relação sexual.
4.4.3 Clitóris
Morfologia e situação
O clitóris é um órgão semelhante ao pênis do homem, também formado por tecido erétil,
está situado anteriormente aos lábios menores e superiormente ao óstio da uretra feminina.
Arquitetura e posições
O clitóris é uma pequena estrutura alongada localizada na junção anterior dos lábios
menores. A maior parte do corpo do clitóris está envolvida por um prepúcio formado pelos lábios
menores. A porção livre e exposta do clitóris é chamada glande.
O clitóris contém dois corpos cavernosos, mas não contém corpo esponjoso (que, no
homem, envolve a uretra). A uretra feminina, não está localizada no clitóris, abre-se
separadamente, posteriormente ao clitóris. Os ramos dos corpos cavernosos fixam o clitóris nas
partes púbica e isquiática dos ossos do quadril.
Importância funcional: comportamento na cópula
O clitóris, que é muito sensível ao toque, torna-se engurgitado com sangue e rígido quando
estimulado, contribuindo para o estímulo sexual da mulher.
4.4.4 Lábios maiores e menores
Lábios maiores – São duas dobras arredondadas, que se estendem para trás do monte púbis. A
superfície externa é pigmentada e coberta com pêlos. A superfície interna é lisa, sem pêlos, e
úmida por causa da presença de numerosas glândulas sebáceas. Delimitam entre si uma fenda – a
fenda do pudendo.
Lábios menores – São duas dobras menores localizadas medialmente aos lábios maiores.
Anteriormente rodeiam o clitóris. São altamente vascularizados e sem pêlos. Eles circundam um
espaço, onde abrem a vagina e a uretra – o vestíbulo. A abertura vaginal no vestíbulo pode estar
parcialmente fechada pelo hímen. Diversas glândulas abrem-se no vestíbulo lubrificando-o e
facilitando o intercurso sexual – as glândulas vestibulares maiores e menores, deixando suas
paredes úmidas. Os lábios menores rodeiam o clitóris, anteriormente, e formam o prepúcio do
clitóris que se prende aos lábios menores através do frênulo do clitóris.
4.4.5 Hímen
O hímen é uma prega vascular perto da entrada da vagina. Geralmente, o hímen bloqueia
parcialmente a entrada da vagina, mas em alguns casos fecha completamente o orifício. O hímen é
freqüentemente distendido e dilacerado durante o intercurso sexual, pode também ser rompido
por outros meios. Desde que o hímen pode persistir após o intercurso sexual, sua presença ou
ausência não pode ser tomada como provas ou não de virgindade.
Importância funcional e clínica
Condições raras são as imperfurações e a agenesia (ausência) do hímen. Após a dilaceração
ou ruptura da membrana, restam pequenos fragmentos no local de inserção de sua margem: são as
carúnculas himenais.
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