Economia [email protected] O ESTADO DO MARANHAO · SAO LUÍS, 7 de julho de 2013 - Domingo BOVESPA -1,21% A bolsa encerrou o dia em 45,210 pontos NASDAQ +1,04% A bolsa fechou com a marca 3.479 pontos OURO -0,66% A commoditie foi vendida a R$ 90,20 DÓLAR +0,08% A moeda americana foi cotada em R$ 2,2590 EURO -0,45% A moeda europeia foi cotada em R$ 2,90560 Ilson Mateus - empresário “Já investimos R$ 200 mi no nosso projeto de expansão” Ilson Mateus, empresário maranhense do Grupo Mateus, inaugurará mais duas lojas no Maranhão e planeja abrir pelo menos três no Piauí; o grupo acabou de fechar uma parceria com o Bradesco que resultará em fomento de R$ 125 milhões Flora Dolores Rubenita Carvalho Da Editoria de Consumidor P restes a inaugurar mais empreendimentos em São Luís e no interior do estado, o presidente do Grupo Mateus, o empresário Ilson Mateus – um dos maiores varejistas das regiões Norte e Nordeste do país - falou com exclusividade ao O Estado sobre as perspectivas de investimentos, dos novos projetos e a respeito da consolidação do Grupo Mateus nos estados do Maranhão, Pará, Tocantins e Bahia, além de projetos para o Piauí. Cumprindo o plano de expansão iniciado em 2012, Ilson Mateus já contabiliza 43 lojas, distribuídas em cidades como São Luís, Imperatriz, Santa Inês, Balsas e Açailândia e também em Palmas, Marabá (PA) e Bahia, onde foi instalada uma loja de atacado. Ainda este mês, haverá a inauguração da loja da Avenida São Luis Rei de França, com investimentos de R$ 12 milhões, e do Mix Mateus em Santa Inês, no dia 29 de agosto. Ilson Mateus falou sobre a importância da parceria do Mateus com outros investidores do país. Um deles é o Grupo SFA de Minas Gerais – antes gestor da rede varejista Bretas – e, recentemente, com o banco Bradesco, que deverá liberar R$ 125 milhões para consolidar o projeto de expansão. Para a construção dos empreendimentos do grupo, Ilson Mateus agrega aos negócios parceria com a Construtora Canopus, que entra com o prédio e o Grupo Mateus com os equipamentos. O Estado - O Grupo Mateus traçou um plano de expansão ousado. Ele vem sendo cumprido ou problemas na economia prejudicaram de alguma forma? Ilson Mateus – Em função de um planejamento estratégico que temos aqui na direção da empresa, estamos cumprindo com os compromissos financeiros. Mesmo num momento de muitas turbulências na economia com reflexos no varejo do país, nós percebemos que o consumidor se manteve num patamar de compras e não recuou no consumo. Resultado disso: precisamos ampliar a nossa capacidade de estocagem, ampliando e adquirindo novos terrenos para construção de novos Centros de Distribuição (CD), com investimentos da ordem de R$ 25 milhões. O Estado - Hoje, o grupo está em quais estados além do Maranhão? Quantos empregados? Ilson Mateus – Com o nosso projeto de expansão, conseguimos alcançar algumas cidades do Maranhão (São Luís, Santa Inês, Imperatriz, Balsas e Açailândia), também chegamos com a nossa marca a estados como Tocantins, Pará e Bahia, onde abrimos uma loja de atacado. Ao todo, contabilizamos uma carteira de 14 mil empregos direitos. O Estado - Quais as próximas lojas a serem inauguradas aqui e em outros estados? Ilson Mateus – Agora este mês, vamos entregar em São Luís mais uma loja, que é um supermercado na Avenida São Luís Rei de França, com investimentos de R$ 12 milhões. A nova loja traz uma área de vendas de 2.300 metros quadrados e empregará 250 pessoas. Esta obra é resultado de uma parceria com a Construtora Canopus, “ A resposta positiva do consumidor nos faz acreditar que precisamos romper fronteiras e conquistar novos mercados, mas isso deve acontecer de forma gradual e consciente” Empresário Ilson Mateus já contabiliza 43 lojas instaladas nos estados do Maranhão, Tocantins, Bahia e Pará e se projeta para o Piauí que entrou com o prédio e o grupo Mateus com os equipamentos. No interior do estado, está prevista para o dia 29 de agosto a inauguração do Mix Mateus em Santa Inês, com investimento de R$ 25 milhões. No Piauí, estamos estudando oportunidades com o grupo Paulo Guimarães que administra shoppings no estado. A ideia é abrir lojas do Grupo Mateus nas cidades de Parnaíba, Picos e Oeiras. O Estado - Qual o total de investimentos feitos até agora nessa expansão? Ilson Mateus - Até o momento, já somamos algo em torno de R$ 200 milhões. Os recursos são do Banco do Nordeste, por meio de recursos do FNE e também do Banco do Brasil, pelo BNDES. Além da parceria com a Construtora Canopus, em nossos empreendimentos de expansão firmamos parcerias com o Grupo de investidores SFA, de Minas Gerais – antes gestores da rede varejista do Bretas. O Estado - A classe C impôs um novo padrão de consumo e hoje quer produtos de qualidade. Em que setor de um supermercado isso fica mais evidente? Ilson Mateus – Em todos os setores do supermercado desde o setor de frios, carnes, até o de eletrodomésticos. Enfim, o consumidor sempre busca aquele produto de qualidade, preço justo e, essencialmente, facilidades de pagamento. E percebemos que essa posição do consumidor se firmou mais ainda com a abertura de crédito e o poder de compra de bens que antes eram inacessíveis às classes menos favorecidas. O Estado - Na loja a ser inaugurada dia 26, no Turu, houve uma parceria com uma construtora. Qual a vantagem? Ilson Mateus – A ideia de trazer novos parceiros ao Grupo Mateus é realmente não ultrapassar os limites de endividamento, uma questão nociva para muitas empresas que acabam na falência. A importância de parcerias sólidas no segmento empresarial e que realmente agregam valor. Um exemplo disso é nossa parceria com a Construtora Canopus e tam- bém com investidores do Bradesco, por meio de um fomento de R$ 125 milhões. O Estado - Como o senhor avalia o setor supermercadista hoje no país e no Maranhão? Ilson Mateus – O setor de alimentos foi o que mais cresceu na economia. Aqui no Maranhão, este segmento se manteve estável com possibilidades de crescimento. As regiões Norte e Nordeste do país estão em franca expansão, e acredito que o Grupo Mateus está nos lugares certos e na hora exata. Apostamos no sul do Pará. Na loja de lá do grupo temos hoje o segundo maior crescimento em vendas, com R$ 14 milhões por mês. Quanto ao Sul e Sudeste do país, percebo um mercado já maduro e cada vez mais com menos oportunidades de crescimento. O Estado - De que forma a inflação vem atingindo o setor e quais as perspectivas para a economia brasileira na sua avaliação? Ilson Mateus – Acredito que a inflação é nociva para qualquer setor da economia. Na minha visão, chegamos a tal índices porque perdemos a chance de manter uma economia estruturada e os investimentos devidos não foram aplicados na economia do país. O resultado desse descaso com a economia brasileira vamos ver em 2014, com patamares altos de inadimplência e um consumidor com poder de compra cada vez menor. O Estado - Muito se fala de for- mação de mão de obra local para atender aos novos empreendimentos.O Grupo Mateus tem tido dificuldade para contratar mão de obra maranhense, principalmente para atividades mais especializadas? Ilson Mateus – Apostamos numa mão de obra local e, por isso, criamos o programa de trainee, que capacita jovens profissionais, desde a base da empresa em setores como auxiliar de caixa, repositor e operador de caixa. A empresa também trabalha com uma política de plano de carreira que, na realidade, é um estímulo para o profissional crescer na empresa e chegar a postos desejados. Desde que criamos o projeto trainee, já formamos vários profissionais e muitos deles já chegaram a gerências do Grupo Ma- teus. Hoje, 95% dos nossos diretores vieram da nossa política de plano de carreira. O Estado - Como empresário e empregador, que reivindicações o senhor faria hoje ao Governo Federal? O que precisa mudar? Ilson Mateus – O país precisa de investimento no que se refere à sua parte estrutural, à indústria, ao transporte, à agricultura. Enfim, são cenários que precisam de um olhar atencioso do Governo Federal. Hoje, existem muitas empresas, principalmente do setor têxtil, que acabaram fechando as portas por falta de políticas de incentivo do governo. Outra questão que atinge vários segmentos do mercado é a alta carga tributária no país.