ANAIS DA XX SEMANA CIENTÍFICA “BENJAMIN EURICO MALUCELLI” 2011 COMISSÃO ORGANIZADORA Presidente Coffee Break e eventos comemorativos Prof. Dr. Bruno Cogliati Mariana Sayuri Berto Udo (coordenadora) Thaisa Sandini Financeiro Carolina Costola Wanderley Quinteiro Filho (coordenador) Viviane Ferraz de Paula. Prof. Dr. Bruno Cogliati Profa. Dra. Cristina Massoco Recepção do evento Poliana Ferreira Divulgação Viviane Ferraz-de-Paula Viviane Ferraz-de-Paula (coordenadora) Wanderley Moreno Quinteiro Filho Sistema Informática Luciana Allegretti Adriana Tiemi Akamini Thalita Michelucci Brindes, Homenagens e Afins Mini-Cursos (coordenadores) Carolina Costola Prof. Dr. Bruno Cogliati Thalita Mallucelli Imunohistoquímica e Patologia Molecular Pedro Henrique de Oliveira Viadanna Equipe de Apoio Enfermidades de Animais Silvestres Gabriele Bin Adriana Siqueira Izabel Mattos Medicina Veterinária Forense Katia Groch Fernado Pipole Patrocínios Tatiane Marisis Prof. Dr. Bruno Cogliati (coordenador) Thiago Kirsten Milena Pinheiro Beatriz Dorr Wanderley Moreno Quinteiro Filho Comissão Cientifica Milena Pinheiro (coordenadora) Maria Eugenia Moraes PROGRAMAÇÃO CIENTÍFICA 12 de Outubro de 2011 MINI-CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA FORENSE MANHÃ 9:00 - 9:50 – Traumatologia Veterinária MV MSc Caio Rodrigues dos Santos Doutorando do Programa de Patologia Experimental e Comparada Departamento de Patologia – FMVZ/USP 9:50 – 10:50 – Principais Causas de Óbito em Pet Shops e Similares MV MSc Anna Carolina Barbosa Esteves Maria Doutoranda do Programa de Patologia Experimental e Comparada Departamento de Patologia – FMVZ/USP 10:50 – 11:20 – COFFEE BREAK 11:20 – 12:30 – PALESTRA A DEFINIR 12:30 – 14:00 – ALMOÇO TARDE 14:00 – 15:15 – Exame de Corpo de Delito em Cenas de Crime – Parte 1 MV Alberto S. Yoshida Perito Criminal - Polícia Científica de São Paulo Mestrando do Programa de Patologia Experimental e Comparada Departamento de Patologia – FMVZ/USP 15:15 – 15:45 – COFFEE BREAK 15:45 – 17:00 – Exame de Corpo de Delito em Cenas de Crime – Parte 2 MV Alberto S. Yoshida Perito Criminal - Polícia Científica de São Paulo Mestrando do Programa de Patologia Experimental e Comparada Departamento de Patologia – FMVZ/USP 13 de Outubro de 2011 MINI-CURSO DE IMUNOHISTOQUÍMICA E PATOLOGIA MOLECULAR MÓDULO I – IMUNOHISTOQUÍMICA (MANHÃ) 8:30 - 9:00 – Procedimentos de coleta e fixação de materiais biológicos para técnicas histológicas, imunológicas e moleculares Dr. Thiago Pinheiro Arrais Aloia Laboratório de Neuroimunomodulação Departamento de Patologia - FMVZ - USP 9:00 - 10:00 – Fundamentos básicos de imunohistoquímica, padronização de reações e controle da qualidade laboratorial Dra. Suely Nonogaki Laboratório de Imunohistoquímica Instituto Adolf Lutz 10:00 - 10:15 – Palestra satélite 10:15 - 10:30 – COFFEE BREAK 10:30 - 11:30 – Aplicação de painéis imunohistoquímicos no diagnóstico de neoplasias Dra. Sheila Siqueira Setor de Anatomia Patológica Hospital das Clínicas - FMUSP 11:30 - 12:00 – Análise de imagens e quantificação dos resultados imunohistoquímicos Dra. Tereza Cristina de Silva Laboratório de Anatomia Microscópica e Imunohistoquímica Departamento de Cirurgia - FMVZ - USP 12:00 - 12:15 – Palestra satélite (GE Healthcare) 12:15 - 14:00 – ALMOÇO MÓDULO II – PATOLOGIA MOLECULAR (TARDE) 14:00 - 14:30 – Construção de microarranjos teciduais (TMAs) e aplicação na imunohistoquímica e patologia molelcular Esp. Cinthya dos Santos Cirqueira Laboratório de Investigação em Patologia Hepática (LIM 14) Departamento de Patologia - FMUSP 14:30 - 15:00 – Hibridização in situ por fluorescência (FISH) em tecido parafinado Esp. Cinthya dos Santos Cirqueira Laboratório de Investigação em Patologia Hepática (LIM 14) Departamento de Patologia - FMUSP 15:00 - 15:30 – Extração de material genético (DNA/RNA) de tecidos parafinados ou congelados MSc. Lucas Martins Chaible Departamento de Patologia Laboratório de Oncologia Experimental - FMVZ - USP 15:30 - 15:45 – Palestra satélite 15:45 - 16:00 – COFFEE BREAK 16:00 - 16:30 – Ferramentas moleculares no estudo de doenças genéticas Dra. Ana Paula Bastos Laboratório de Nefrologia Celular, Genética e Molecular Departamento de Clínica Médica - FMUSP 16:30 - 17:00 – Expressão gênica global utilizando microarranjos de DNA MSc. Maria Fernanda Bandeira de Melo Galletti Laboratório de Bioquímica e Imunologia de Artrópodes Departamento de Parasitologia - ICB - USP 17:00 - 17:30 – Fundamentos da análise proteômica e espectrometria de massas Profª. Dra. Andréa Cristina Fogaça Laboratório de Bioquímica e Imunologia de Artrópodes Departamento de Parasitologia - ICB - USP 17:30 - 17:45 – Palestra satélite (INOPAT) 13 de Outubro de 2011 MINI-CURSO DE ENFERMIDADES EM ANIMAIS SILVESTRES 13 de Outubro de 2011 8:30 - 9:00 – Introdução ao mini-curso de enfermidades infecciosas de animais silvestres MV Pedro Henrique de Oliveira Viadanna LAPCOM - Departamento de Patologia - FMVZ - USP 9:00 - 9:40 – Enfermidades infecciosas em mamíferos terrestres I MV Ms Elmer Alexander Genoy Puerto LAPCOM - Departamento de Patologia - FMVZ - USP 9:40 - 10:15 – Enfermidades infecciosas em mamíferos terrestres II MV Marina Galvão Bueno LAPCOM - Departamento de Patologia - FMVZ - USP 10:15 - 10:30 – COFFEE BREAK 10:30 - 11:30 – Enfermidades infecciosas em anfíbios MV Dra. Cátia Dejuste de Paula LAPCOM - Departamento de Patologia - FMVZ – USP 11:30 - 12:30 – Enfermidades infecciosas em aves marinhas, modulo I MV Claudia Niemeyer LAPCOM - Departamento de Patologia - FMVZ - USP 12:30 - 14:00 – ALMOÇO 13:45 - 14:45 – Enfermidades infecciosas em aves marinhas, modulo II MV Ralph Eric Thijl Del Val Oñoro Vanstreels LAPCOM - Departamento de Patologia - FMVZ – USP 14:45 - 15:45 – Enfermidades infecciosas em reptéis MV Gustavo Bauer LAPCOM - Departamento de Patologia - FMVZ – USP 15:45 - 16:00 – COFFEE BREAK 16:00 - 17:00 – Enfermidades infecciosas em cetáceos e pinípedes MV Omar Antonio Gonzales Viera LAPCOM - Departamento de Patologia - FMVZ - USP 17:00 - 18:00 – Enfermidades infecciosas em peixes MV Pedro Henrique de Oliveira Viadanna LAPCOM - Departamento de Patologia - FMVZ – USP 13 de Outubro de 2011 APRESENTAÇÕES DE PÔSTERES 17:30 – 20:00 – Apresentação de Pôsteres* e Coquetel (eventos simultâneos) FIXAÇÃO DOS POSTERS DEVERÁ OCORRER NO DIA 13/10/2011 das 8:30 às 12:00. *Ocorrerá Avaliação dos Pôsteres com Menção Honrosa para os melhores trabalhos 14 de Outubro de 2011 XV PREMIO JOVEM CIENTISTA PROF. DR. MARIO MARIANO I PRÊMIO DE FOTOGRAFIA CIENTÍFICA PROF. DR. IDÉRCIO LUIZ SINHORINI 99:00 – 12:00 – Apresentações Orais Iniciação Cientifica – Ciências Biomédicas Mestrado – Ciências Biomédicas Doutorado – Ciências Biomédicas 12:00 – 14:00 – Almoço 14:00 – 16:00 – Apresentações Orais Iniciação Cientifica – Medicina Veterinária Mestrado – Medicina Veterinária Doutorado – Medicina Veterinária 17:00 – 18:00 – Premiações e Homenagens 18:00 - Confraternização APRESENTAÇÕES EM PÔSTER AVALIAÇÃO DOS POSSÍVEIS EFEITOS TÓXICOS DA Uncaria tomentosa EM RATOS: ESTUDOS PRELIMINARES Mendes, P. F.1; Górniak, S. L.1, Caniceiro, B. D.1, Hueza, I. M.2 1Laboratório de Farmacologia e Toxicologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, FMVZ-USP, SP 2Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP - Campus Diadema, SP E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Atribui-se, historicamente, a Uncaria tomentosa, planta nativa das Américas, conhecida como “Unha-de-gato”, várias propriedades terapêuticas, como antiinflamatória, anticancerígena, antioxidante e imunoestimulante. Apesar de vários estudos revelarem o potencial fitoterápico da Uncaria tomentosa, poucos são os trabalhos que empregam protocolos estabelecidos por agências regulamentadoras internacionais para avaliar seus possíveis efeitos tóxicos. O presente estudo tem como objetivos avaliar os possíveis efeitos tóxicos da administração sub-crônica (28 dias) do extrato seco de Uncaria tomentosa, comercialmente disponível no mercado, sobre o sistema imune de ratos. MÉTODOS: Foram utilizados 40 ratos machos (Wistar), divididos em 4 grupos iguais sendo 1 grupo controle e 3 experimentais, os quais foram tratados com extrato seco da planta durante 28 dias, por gavage, nas doses de 0, 15, 75, 150 mg/kg de peso vivo de Uncaria tomentosa. Os animais foram avaliados, a cada 3 dias, quanto ao ganho de peso e consumo de ração para o ajuste da dose. Ao final do experimento, os ratos foram pesados e anestesiados com Xilazina e Cetamina (5,0 e 50 mg/kg, respectivamente por via I.M.) para coleta de amostras sanguíneas para determinação do hemograma completo. Após o aprofundamento anestésico e a eutanásia dos animais, foram coletados o timo e o baço, para determinação do peso relativo e celularidade de cada órgão e da medula óssea. Amostras teciduais de fígado, rins, placas de Peyer, linfonodos mesentéricos, timo e baço, também foram coletadas para realização de estudo anatomopatológico e morfometria do timo, baço e linfonodos. RESULTADOS: Apesar da ausência de diferenças estatísticas quanto ao consumo de ração avaliado entre os grupos de animais, verificou-se uma redução estatisticamente significante no ganho de peso dos animais tratados com as doses de 15 e 150 mg/kg da planta. Quanto à avaliação hematológica e os parâmetros relacionados aos órgãos linfóides, a análise estatística empregada não detectou nenhuma diferença estatisticamente significante entre os grupos de animais estudados. CONCLUSÃO: Este estudo preliminar não foi capaz de demonstrar nenhum efeito tóxico da Uncaria tomentosa nos parâmetros avaliados. Entretanto, é importante ressaltar que outros protocolos necessitam ser aplicados para melhor avaliar a segurança desta planta para a população. DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO PARA LEISHMANIOSE CANINA: UMA COMPARAÇÃO ENTRE O TESTE RÁPIDO DPP-BIO-MANGUINHOS, ELISA-BIO-MANGUINHOS E ELISA IN HOUSE 1 Tomokane TY, 1Carvalho AK, 1Aschar, M, 1Rosa MF, 1Matta VLR, 1 Corbett CEP, 1Laurenti MD 1Laboratório de Patologia de Moléstias Infecciosas - LIM50, Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (SP), Brasil E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVO: O teste diagnóstico para leishmaniose canina (Lcan) recomendado pelo Ministério da Saúde é o ELISA-Bio-Manguinhos (ELISA-Bio), entretanto a eficácia do método vem sendo questionada, devido à sua baixa especificidade, por essa razão é necessário o desenvolvimento de novas tecnologias. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho foi comparar o desempenho dos ensaios sorológicos para diagnóstico da Lcan: ELISA-Bio, teste DPP, que é um teste imunocromatográfico rápido, recentemente desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos e ELISA-in house, padronizado em nosso laboratório utilizando como antígeno, lisado de formas promastigotas de Leishmania (Leishmania) infantum chagasi. MÉTODOS: Foram utilizados soros de cães com infecção comprovada (n=66), confirmada por imunohistoquímica, e controles negativos, constituído por animais saudáveis de área não endêmica (n=18) e também animais com o parasitismo negativo de área endêmica (n=44). Para detectar reação cruzada, soros de animais com outras infecções foram utilizados, como erliquiose (n=17), toxoplasmose (n=9), neosporose (n=6), co-infecção de neosporose e toxoplasmose (n=4), doença de Chagas (n=6), babesiose (n=9), toxocaríase (n=9) e dirofilariose (n=3). Para comparar o desempenho dos testes sorológicos, a sensibilidade e especificidade foram determinadas. Além disso, o teste kappa foi aplicado para verificar o nível de concordância entre eles. RESULTADOS: Considerando a imuno-histoquímica como padrão-ouro para comprovação da infecção, verificou-se a sensibilidade de 96,97% no ELISA-in house e de 93,94% no teste DPP e ELISABio. A especificidade no ELISA-in house foi de 88,00%, no teste DPP, foi 86,40% e no ELISA-Bio 68,80%. Em relação à reatividade cruzada com outras infecções, foi observado que o ELISA-Bio apresenta resultados falso-positivos em 20% dos casos. Excelente concordância foi encontrada entre o ELISA-in house e o teste DPP, e boa entre o ELISA-in house e ELISA-Bio e entre ELISA-Bio e DPP. CONCLUSÕES: Os resultados indicam que o teste DPP e o ELISA-in house apresentaram melhor desempenho para o correto diagnóstico de leishmaniose canina. Apesar da alta sensibilidade do ELISA- Bio, a especificidade pode não ser suficiente para sozinho, diagnosticar a leishmaniose canina. SUPORTE FINANCEIRO: LIM-50/HCFMUSP. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: AVALIAÇÃO DOS RISCOS EM UM GRUPO DE IDOSOS VESTIBULOPATAS Fontes, A.M.1; Zurlo, H.F.1; Dourado, I.C.R.1; Lima, J.L.1; Prezotto, A.O.2; Paulino, C.A.3 1Alunos de Iniciação Científica; 2Biomédica; 3Professora Orientadora Instituto de Saúde - Graduação e Pós-Graduação - UNIBAN Brasil - São Paulo E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Com o envelhecimento crescem as doenças crônicas, o uso de fármacos e a possibilidade de interações medicamentosas. São muitas as doenças associadas que acometem idosos, entre elas, as vestibulopatias, decorrentes de alterações nos sistemas nervoso central, vestibular, sensorial e neuro-musculoesquelético, que comprometem o equilíbrio corporal. O objetivo deste estudo foi investigar as possíveis interações medicamentosas em homens idosos com queixas vestibulares. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, descritivo e analítico, com abordagem quantitativa e qualitativa, a partir de 35 prontuários de homens, idosos, idade entre 60 a 85 anos, atendidos em Laboratório de Pesquisa em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social, em São Paulo, entre 2009 e 2010. A pesquisa foi aprovada pela Comissão de Ética em Pesquisa (Protocolo nº 1054/2010) e os idosos assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os medicamentos referidos foram classificados por grupos farmacológicos, por meio do DEF (2008/2009), e as interações medicamentosas foram analisadas por meio do Software The Medical Letter Drug Interations Program (The Medical Letter - USA®). RESULTADOS: As principais queixas vestibulares relatadas foram: tontura, zumbido e perda auditiva. Observou-se que a maioria dos idosos usava medicamentos (83%), sendo 80% (2009) e 87% (2010). Dos grupos farmacológicos referidos, os 3 mais prevalentes foram: Antihipertensivos (85%), Diuréticos (30%) e Antiulcerosos e Analgésicos (25%) em 2009, e Antihipertensivos (54%), Antivertiginosos (38%) e Diuréticos (31%) em 2010. Em 2009, 4 idosos não usavam fármaco e 1 deles só usava 1; em 2010, 2 não usavam e 4 só usavam 1 fármaco. Ocorreram interações medicamentosas em 10 idosos (67%) em 2009, e em 8 idosos (89%) em 2010. Na análise qualitativa das interações, foram apontados vários tipos de efeitos, sobretudo: toxicidade resultante das interações; redução de efeitos terapêuticos de algum dos princípios ativos envolvidos; efeitos relativos à pressão arterial (hipo ou hipertensão); efeitos sobre a glicemia (hipo e hiperglicemia), além de hiponatremia e lesão no trato gastrintestinal. CONCLUSÕES: A polifarmacoterapia nesses idosos pode ser inapropriada, pelo maior risco de reações adversas, ou pela redução dos efeitos terapêuticos de alguns medicamentos, o que pode complicar as disfunções vestibulares e a saúde em geral. APOIO: UNIBAN/CNPq. EQUILÍBRIO CORPORAL EM IDOSOS: AVALIAÇÃO DAS QUEIXAS E DO USO DE MEDICAMENTOS Lima, J.L.1; Dourado, I.C.R.1; Zurlo, H.F.1; Fontes, A.M.1; Prezotto, A.O.2; Paulino, C.A.3 1Alunos de Iniciação Científica; 2Biomédica; 3Professora Orientadora Instituto de Saúde - Graduação e Pós-Graduação - UNIBAN Brasil - São Paulo E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: O equilíbrio corporal é necessário para a orientação espacial do indivíduo no ambiente, a fim de manter sua postura normal. As disfunções do equilíbrio corporal (disfunções vestibulares) são particularmente importantes na população idosa e, pela associação com outras doenças, levam a um maior consumo de medicamentos. Assim, esse estudo levantou as principais queixas vestibulares e os medicamentos referidos por idosos da comunidade. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, descritivo e analítico, a partir do levantamento de prontuários de idosos atendidos no Laboratório de Pesquisa em Reabilitação do Equilíbrio Corporal e Inclusão Social de uma Universidade Particular de São Paulo, após aprovação da Comissão de Ética em Pesquisa (Protocolo nº 1054/2010). Participaram do estudo 104 idosos (N=104) de ambos os gêneros, atendidos no ano de 2010, da faixa etária entre 60 a 92 anos, e que concordaram em assinar um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram levantadas as 3 principais queixas vestibulares, a quantidade de medicamentos e os grupos farmacológicos classificados por meio do DEF (2008/2009). RESULTADOS: Dos 104 idosos estudados, 89 eram mulheres (85%) e 15 eram homens (14%). Do total de idosos, 92 (88%) apresentavam queixas de tonturas, sendo 81 mulheres (91%) e 11 homens (73%). Do total de mulheres 71% relataram zumbido e 57% perda auditiva. Dos homens, 47% relataram zumbido e 80% perda auditiva. A farmacoterapia foi relatada por 95 idosos (91%), dos quais, 82 mulheres (86%) e 13 homens (14%); fazem uso de medicamentos 92% do total de mulheres e 86% do total de homens. Entre as mulheres o consumo maior foi de 2 fármacos (18%) na faixa de 60 a 65 (7%); nos homens, houve maior consumo de 1 medicamento (31%) nas faixas de 60 a 65 e 71 a 75 anos (15%). O grupo dos anti-hipertensivos foi o mais prevalente entre mulheres (57%) e homens (54%). CONCLUSÕES: As mulheres foram maioria, pois procuram mais atendimento, talvez pelas queixas ou maior preocupação com a saúde; houve maior prevalência de zumbido nas mulheres e perda auditiva nos homens; o consumo de medicamentos é alto nesses idosos, requerendo maior cuidado com as reações adversas. APOIO: UNIBAN/CNPq. AÇÃO DE INIBIDORES DE FOSFOLIPASE A2 CITOSÓLICA, SECRETÓRIA E CÁLCIO INDEPENDENTE CONTRA FORMAS PROMASTIGOTAS E AMASTIGOTAS DE Leishmania (Leishmania) amazonensis Maria Luiza A.C.Bordon¹, Luiz Felipe D. Passero¹, Márcia D. Laurenti¹, Carlos Eduardo P. Corbett ¹, Marcos Hikari Toyama² ¹Laboratório de Patologia de Moléstias Infecciosas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. ²Universidade Estadual Paulista, Campus Experimental do Litoral Paulista, São Paulo, Brasil. E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Visto a importância da enzima fosfolipase A2 (PLA2) na progressão da leishmaniose tegumentar, o objetivo deste trabalho foi analisar a ação de inibidores de PLA2 citosólica (MAFP), cálcio independente (HELSS) e secretória (Ácido Aristolóquio) contra formas promastigotas e amastigotas intracelulares. MÉTODOS: Atividade antipromastigostas: Formas promastigotas (2x108 parasito/mL) foram incubadas com inibidores em diferentes concentrações. Inibição da entrada de promastigotas em macrófagos peritoneais: Formas promastigostas foram incubadas com inibidores em concentrações atóxicas. Após 24h, foram utilizadas para infectar macrófagos peritoneais de camundongos BALB/c. Atividade terapêutica dos inibidores de PLA2: Macrófagos foram infectados (5 promastigotas/macrófago) e, posteriormente, tratados com inibidores em concentrações não tóxicas as células hospedeiras. Inibição da PLA2 dos macrófagos: Macrófagos peritoneais foram incubados com inibidores em concentrações não tóxicas. Após 24h, infectados (5 promastigotas/macrófago). A análise deu-se através do índice de infecção (II). RESULTADOS: Atividade anti-promastigotas: MAFP, HELSS e Ácido Aristolóquio inibiram 50% o crescimento das formas promastigotas (IC50) nas concentrações 50,5 µM, 15,09 µM e 94,08 µM, e a Anfotericina B, 49 µM. Inibição da entrada de formas promastigotas em macrófagos peritoneais: formas promastigotas tratadas com 4,8 e 9,6 µM de MAFP induziram II em macrófagos peritoneais de 334,62 e 318,17. Com HELSS, observou-se IIs 47,37, 131,25 e 35,95 com 0,93, 1,87 e 3.85 µM do inibidor, respectivamente, e com 9,76, 19,5 e 39,06 µM de Ácido Aristolóquio encontrou-se IIs 0, 13,88 e 16,53. Os controles apresentaram II de 568,28. Atividade terapêutica in vitro: macrófagos infectados tratados com 2,4 e 4,8 µM de MAFP apresentaram II de 308,35 e 321,65, respectivamente, enquanto com 0,93 e 3,75 µM de HELSS, apresentaram II de 231,85 e 269,02, respectivamente; com 19,5 e 39,06 µM Ácido Aristolóquio os IIs obtidos foram 271,99 e 302,39. Macrófagos não tratados apresentaram II de 422,34. Inibição da PLA2 de macrófagos: macrófagos tratados com 0,93, 1,87 e 3,75 µM de HELSS apresentaram II de 201,33, 221,55 e 246,07 quando comparados ao controle infectado (II= 424,27). MAFP e Ácido Aristolóquio, não alteraram o II significativamente. CONCLUSÃO: A utilização dos inibidores MAFP, HELSS e Ácido Aristolóquio, sugeriram que a inibição da PLA2 pode ser uma via importante para o desenvolvimento de tratamentos contra a leishmaniose. ESTUDOS EM CAMUNDONGOS PARA VERIFICAR SE A SUPLEMENTAÇÃO COM SELÊNIO PREVINE O AUMENTO DA SUSCETIBILIDADE AO DESENVOLVIMENTO DE CÂNCER INDUZIDA PELA PTERIDIUM AQUILINUM Nakahara, S. B. R.; Caniceiro B. D; Wyshocki Jr., H. L.; Latorre A. O. Departamento de Patologia, FMVZ-USP INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A Pteridium aquilinum (Pa) ou samambaia do campo,como é conhecida popularmente, é uma planta tóxica de distribuição cosmopolita, sendo conhecida por causar intoxicação em rebanhos em diversas partes do mundo e câncer em animais e seres humanos que se alimentam da planta ou do leite de animais que a ingeriram [1]. Além disto, estudos realizados pelo nosso grupo demonstraram que a Pa também tem efeito imunossupressor sobre as células NK, o qual foi revertido pela suplementação com selênio [3,4]. Ainda, foi possível demonstrar que a diminuição da citotoxicidade das células NK em camundongos favoreceu o desenvolvimento de lesões préneoplásicas induzidas por uretano [2]. Assim, o objetivo deste estudo é verificar se a suplementação com selênio previne esta maior suscetibilidade ao desenvolvimento de câncer observada em camundongos tratados com a planta e com o carcinógeno uretano. MATERIAIS E MÉTODOS: Estão sendo tratados 125 camundongos C57BL/6 fêmeas separados em 5 grupos iguais. Inicialmente são 14 dias de tratamento diário, por gavage, com extrato aquoso dos brotos da Pa [30g/kg/dia] (Pt, PtSeUr e PtUr) ou água (Co e Ur) e, em seguida, 5 dias/semana por 10 semanas. Nestas 10 semanas faz-se a indução das lesões pulmonares pela aplicação ip. de uretano [1mg/g] semanalmente (PtSeUr, PtUr e Ur) e PBS (Co e Pt). A suplementação com selênio é feita no grupo PtSeUr [1,3mg/kg]. O ajuste das doses é a cada 3 dias após a pesagem dos animais e os consumos de água e ração são verificados semanalmente. Todos os camundongos são suplementados com tiamina [10 mg/L] na água. Após a 12º semana, os camundongos permanecerão 26 semanas sem tratamento para surgimento das lesões pulmonares. Após a eutanásia, serão analisados todos os órgãos e a fenotipagem de linfócitos no sangue. Para avaliação da imunidade, será analisada citotoxicidade das células NK e dos linfócitos T CD8+ em camundongos tratados por 30 dias com a planta e/ou selênio. PERSPECTIVAS FUTURAS: Ao final do experimento é esperado maior número e gravidade das lesões nos camundongos tratados com a planta+carcinógeno comparado àqueles tratados com o carcinógeno e que este efeito tenha sido evitado naqueles tratados com a planta+carcinógeno+selênio. REFERÊNCIAS [1] ALONSO-AMELOT, M. E.; AVENDANO, M. Human carcinogenesis and bracken fern: A review of the evidence. Current Medicinal Chemistry, v. 9, n. 6, p. 675-686, 2002. [2] CANICEIRO, B. D.; LATORRE, A. O.; FUKUMASU, H.; HARAGUCHI, M.; GÓRNIAK, S. L. O papel da imunotoxicidade causada pela Pteridium aquilinum na carcinogênese pulmonar induzida em camundongos. In: SEMANA CIENTÍFICA BENJAMIN EURICO MALUCELLI, 18., 2009, São Paulo. Anais... São Paulo: Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Universidade de São Paulo, 2009. p. 18-19. [3] LATORRE, A. et al. Immunomodulatory effects of Pteridium aquilinum on natural killer cell activity and select aspects of the cellular immune response of mice. Journal of Immunotoxicology [S.I.], v. 6, n. 2, p. 104-114, 2009 2009. [4] LATORRE, A. O. et al. Selenium reverses Pteridium aquilinum-induced immunotoxic effects. Food Chem Toxicol [S.I.], v. 49, n. 2, p. 464-70, Feb 2011. IMUNODETECÇÃO DE LINFÓCITOS T CD4+/CD8+ E CÉLULAS NK NAS COLANGITES LINFOCÍTICAS EM FELINOS: ESTUDO RETROSPECTIVO EM BIOPSIAS HEPÁTICAS Bastos, C. A.¹; Daniel, A. G. T.²; Reche Júnior, A.3; Alves, V. A. F.4; Cogliati, B.¹ ¹Laboratório de Patologia Morfológica e Molecular, Departamento de Patologia, FMVZ-USP ²Universidade Metodista de São Paulo ³Departamento de Clínica Médica, FMVZ-USP 4Laboratório de Investigação em Patologia Hepática (LIM 14), Departamento de Patologia, FMUSP INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A síndrome colangite/colangiohepatite (SCCH) é uma afecção de casuística extremamente significativa dentre as doenças hepáticas em felinos. Esta síndrome compreende a inflamação dos ductos biliares e, por conseguinte, do parênquima hepático situado ao seu redor. A SCCH pode ocorrer em conjunto com a doença intestinal inflamatória e pancreatite, sendo clinicamente denominada de tríade felina. Histologicamente, as colangites podem ser divididas em quatro subcategoriasː colangite neutrofílica, colangite linfocítica, colangite esclerosante e colangite crônica associada à infestação parasitária. Para diferenciá-las na clínica, é estritamente necessária a realização da biópsia hepática. A etiologia da colangite linfocítica ainda é pouco esclarecida, mas há fortes indícios de que haja um componente imunomediado envolvido. A imunofenotipagem do infiltrado inflamatório periportal e ductal demonstrou a presença, predominantemente, de linfócitos T. O desenvolvimento de muitas doenças auto-imunes sistêmicas parece estar relacionado com o aumento do número de células T CD4+. Já foi demonstrado um significativo aumento na freqüência e número absoluto de linfócitos T CD4+ e CD8+ periportais e células NK no fígado de pacientes humanos portadores doenças colestáticas auto-imunes. No entanto, não existem dados sobre a imunofenotipagem das subpopulações de linfócitos e seu recrutamento nas colangites felinas. Assim, este projeto objetiva determinar a participação e quantificar os linfócitos T CD4+ e CD8+, assim como as células NK, na colangite linfocítica felina. MÉTODOS: Serão utilizadas biopsias hepáticas de 10 felinos diagnosticados com a colangite linfocítica. Nessas amostras, serão investigadas a proliferação e destruição das células epiteliais biliares pela imunodetecção da citoqueratina 19 (K19), assim como a imunofenotipagem do infiltrado inflamatório será realizada pela detecção dos marcadores de linfócito T, B e macrófagos (CD3, Pax5 e Mac387, respectivamente), além da diferenciação dos linfócitos T (CD4 e CD8) e células NK. A quantificação das células positivas será realizada no programa de análise de imagens Image ProPlus. RESULTADOS: Ainda não possui por se tratar de projeto. CONCLUSÃO: Dessa maneira, a melhor compreensão das colangites linfocíticas em felinos permitirá a instauração de terapias e métodos diagnósticos mais adequados, proporcionando melhor qualidade de vida e prognóstico aos pacientes. AVALIAÇÃO MORFOLÓGICA E ULTRAESTRUTURAL DOS ESFERÓIDES CELULARES EM MODELO 3D DA DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA IN VITRO Landi, M. F. A.¹; Silva, T. C.¹; Oliveira, C. P. M. S.²; Dagli, M. L. Z.³; Hernandez-Blazquez, F. J.4; Cogliati, B.¹ ¹Laboratório de Patologia Morfológica e Molecular, Departamento de Patologia, FMVZ-USP ²Laboratório de Gastroenterologia Clínica e Experimental, Departamento de Gastroenterologia, FMUSP ³Laboratório de Oncologia Experimental, Departamento de Patologia, FMVZ-USP 4Laboratório de Anatomia Microscópica e Imunohistoquímica, Departamento de Cirurgia, FMVZ-USP E-mail [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) esta intimamente relacionada com a obesidade e pode ser definida pelo acúmulo excessivo de lipídeos nos hepatócitos, podendo evoluir de esteatose para esteatohepatite, fibrose, cirrose e carcinoma hepatocelular. Atualmente, a esteatohepatite não alcoólica é a terceira maior causa de indicação ao transplante hepático, sendo necessário, portanto, o desenvolvimento de novas drogas e terapias mais efetivas. Modelos in vitro podem simular alguns aspectos fisiopatogênicos da DHGNA, reduzindo os custos e o uso de animais de experimentação nos testes pré-clínicos, assim como acelerando o processo de desenvolvimento de novas moléculas. No entanto, o modelo tradicional de cultivo celular em monocamada apresenta algumas limitações fisiológicas, as quais podem ser superadas pelo modelo tridimensional proposto neste projeto. O cultivo 3D de agregados multicelulares em esferóides tem como objetivo mimetizar o microambiente encontrado no fígado, permitindo ainda a interação de células e seus subprodutos em modelos de cocultivo. Este trabalho visa estabelecer e validar um modelo inédito de cultivo celular 3D da DHGNA. MÉTODOS: O modelo 3D será obtido pelo cocultivo de linhagens de hepatócitos C3A/HepG2, induzidos à esteatose pela incubação com ácidos graxos livres não esterificados, com células estreladas LX-2 humanas. O modelo de cocultivo 3D será obtido pelo cultivo celular em placas que permitem baixa aderência, favorecendo assim, a formação de esferóides multicelulares. Após o cultivo dos esferóides durante 24, 48 e 72 horas, serão analisadas a citotoxicidade e a dosagem de triglicérides intracelular. Posteriormente, os esferóides serão processados histologicamente para análise histoquímica, quantificação da fibrose e dos vacúolos lipídicos. O padrão morfológico da distribuição celular nos esferóides será avaliado por imunofluorescência e quantificação das células estreladas ativadas e hepatócitos. Adicionalmente, as características ultraestruturais dos esferóides celuares serão avaliadas por microscopia eletrônica de transmissão. Este modelo in vitro permitirá o rápido avanço nos testes de novas drogas, além de melhor compreender os mecanismos presentes na transição entre a doença hepática gordurosa e a esteatohepatite, auxiliando no desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas. BIOSSEGURIDADE EM GRANJAS COMERCIAIS DE ANSERIFORMES: COLONIZAÇÃO INTESTINAL POR Salmonella spp. COMO INDICADOR DE VULNERABILIDADE Silva, Juliana Isabel Giuli da1; Limone, Carla Regina2; Ferreira, A.J.P.3; Knöbl, Terezinha3* Medica veterinária autônoma: [email protected] 1 2 Graduanda da Faculdades Metropolitanas Unidas do Complexo Educacional FMU 3 Docentes do Departamento de Patologia da FMVZ/USP E. mail: [email protected] (Knöbl, T.) INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Biosseguridade é o conjunto de normas adotadas em uma granja para impedir a ocorrência de doenças. A criação comercial de aves é dotada de legislação específica no sentido de erradicar doenças de importância econômica, incluindo as infecções por Salmonella spp [2]. A salmonelose aviária é considerada a doença bacteriana de maior impacto na avicultura, em função da mortalidade elevada de aves e do risco zoonótico de alguns sorotipos [1]. Embora os anatídeos jovens sejam bastante susceptíveis à salmonelose e os surtos tornem-se freqüentemente epizoóticos, não existe definição sobre o controle de doenças entéricas , e nem mesmo uma definição sobre as normas de biosseguridades específicas para estas criações [3]. O objetivo deste trabalho foi elaborar um questionário de biosseguridade que permita comparar a vulnerabilidade em diferentes criatórios de anseriformes, utilizando a colonização intestinal por Salmonella como um indicador de sanidade. MÉTODOS: O questionário foi adaptado a partir da IN.19 de 15/02/2002 [2]. O modelo criado foi composto por 24 questões, permitindo a classificação das granjas em 4 níveis de vulnerabilidade. Com base em uma tabela amostral, foi determinado o número de aves necessárias para o isolamento de Salmonella, a partir de suabes de cloaca. RESULTADOS PARCIAIS: O questionário foi aplicado em uma granja localizada no município de Caieiras, SP, onde estavam alojadas 70 aves. De acordo com os dados obtidos pelo questionário foi possível classificar a granja como altamente vunerável. Na granja foram avaliados 34 anseriformes das espécies cisne chinês (Anser cygnoides), ganso Egito (Alopochen aegyptiacus),pato selvagem (Cairina moschata) e marreco de Pequim (Ana boschas). O exame bacteriológico das fezes identificou 5 (14,70%) aves positivas para Salmonella sp. CONCLUSÕES: O questionário elaborado foi útil na classificação das granjas de acordo com a vulnerabilidade. O isolamento de Salmonella em elevado percentual é compatível com a biosseguridade do local. A aplicação em outras granjas determinará se a colonização por Salmonella spp é um bom indicativo para a monitoria sanitária destes plantéis. AGRADECIMENTOS: Ao Laboratório de Ornitopatologia FMVZ/USP pelo apoio para realização do trabalho. ESTUDO DA CORRELAÇÃO ENTRE POLUIÇÃO AMBIENTAL POR CHUMBO E AFECÇÕES PULMONARES EM PRIMATAS NEOTROPICAIS DE VIDA LIVRE NA GRANDE SÃO PAULO Nardi, A. F.1, Carretero, M. E.1, Sá, L. R. M.1. 1Laboratorio de Gastroenteropatologia Experimental e Comparada, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Nos centros urbano-industriais os estudos sobre a poluição ambiental evidenciam que é um fator de risco para a saúde humana. Devido à importância na saúde pública, diversos países tentam adequar medidas de proteção e de sustentabilidade ambiental utilizando o biomonitoramento. Especialmente em São Paulo há áreas remanescentes de Mata Atlântica sendo habitat de primatas neotropicais, os quais podem ser utilizados como biomonitores pela proximidade filogenética com o homem e nos casos dos sagüis, por serem semi-domiciliados, refletem com maior realidade a exposição humana aos poluentes. O objetivo deste projeto é determinar os níveis de chumbo nos pulmões e estudar as afecções pulmonares que acometem primatas neotropicais que habitam o ecossistema poluído da grande São Paulo, podendo criar subsídios para aplicação de políticas públicas em benefício à saúde humana e a conservação do meio ambiente. MÉTODOS: Serão estudados machos e fêmeas de 20 saguis-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus), 20 saguis-de-tufos-preto (Callithrix penicillata), de 10 saguis híbrido (Callithrix spp.) e de 20 bugios ruivos (Alouatta guariba clamitans) procedentes do Parque Ecológico do Tietê (PET) e Parque Ibirapuera (PI) na Grande São Paulo durante o período de julho de 2011 a julho de 2012. Serão realizados estudos clinico e epidemiológico referentes aos dados na ficha clínica individualizada; estudo anatomopatológico, sendo a necropsia realizada no Departamento de Patologia da FMVZ, com coleta de fragmentos de órgãos e fixados em formol 10% para posterior exame microscópico e, quantificação de chumbo em tecido pulmonar por espectroscopia por energia dispersiva dos raios-x (EDX) em parceria com o Laboratório de Poluição Atmosférica (LIM-05) da Faculdade de Medicina da USP. RESULTADOS E EXPECTATIVAS FUTURAS: Foram necropsiados um C. jacchus (macho), quatro Callithrix sp (fêmeas) e coletado amostras para as demais análises que estão em andamento. Os resultados obtidos no projeto possibilitarão o levantamento de dados sobre a qualidade do meio ambiente a qual estamos inseridos, evidenciando se o ambiente está poluído e desequilibrado podendo futuramente conscientizar a população e as autoridades competentes para geração de políticas de melhoria ambiental, beneficiando a todos. TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL (TVT) EM MEMBRO POSTERIOR ESQUERDO DE CÃO Altarugio, R.¹; Silva, L. B.¹; Mendes, P. F.¹; Niero, R.2; Croce, G. B.3. 1Graduandas 2Docente do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal - SP (UNIPINHAL - SP) das disciplinas de Semiologia de Pequenos Animais, Terapêutica e Clínica Médica de Pequenos Animais do curso de Medicina Veterinária do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal - SP (UNIPINHAL - SP) 3Docente da disciplina de Anatomia Patológica do curso de Medicina Veterinária do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal - SP (UNIPINHAL - SP) E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: O Tumor Venéreo Transmissível (TVT) é uma neoplasia transmissível por células transplantáveis, com localização predominantemente venérea, afetando o pênis e a vagina de cães, podendo também ser encontrado em regiões extragenitais. Histologicamente caracteriza-se pela presença de células basofilicas arredondadas com pequena relação núcleo citoplasma, e macroscopicamente apresenta- se como pequenas áreas elevadas, com aspecto de couve-flor ou nodular, de coloração avermelhada, friável, com presença de secreção serosanguinolenta. O objetivo deste trabalho é relatar o aparecimento de TVT em um local incomum em um cão SRD, senil, que apresentou resposta à terapia quinzenal empregando se o quimioterápico Sulfato de Vincristina. MÉTODOS: Foi atendido no Hospital Veterinário (HOVET) do UNIPINHAL, um cão SRD, macho, com aproximadamente 12 anos de idade com 25 kg, apresentando grande lesão ulcerada localizada em membro inferior esquerdo com crescimento contínuo relatado pela proprietária. Após anamnese, exames físicos e laboratoriais, os resultados foram encaminhados ao setor de Anatomia Patológica do HOVET, para pesquisa da origem da neoformação. Após a realização de exame citológico do local lesionado observou-se microscopicamente a presença de fileiras de células variando do formato redondo ao poliédrico, com vacuolizações distintas e pequena relação núcleo/citoplasma sendo os núcleos grandes, basofílicos e centrais, compatível com o diagnóstico de TVT. O tratamento preliminar preconizado foi realizado mediante administração de cefalexina 30 mg/kg, PO, BID, durante 7 dias, com a finalidade de controlar a proliferação bacteriana existente no local da lesão, posteriormente o animal foi submetido a sessões quinzenais de quimioterapia utilizando-se o quimioterápico Sulfato de Vincristina a 0,75mg/m2, por via intravenosa, totalizando 5 aplicações. RESULTADOS: O protocolo preconizado para administração do Sulfato de Vincristia é semanal, porém o animal apresentava leucopenia significativa após cada aplicação, por este motivo optou-se pelas aplicações quinzenais. Após o término do tratamento o animal apresentou remissão completa da neoplasia. CONCLUSÃO: Considerando as características incomuns da neoplasia apresentada neste caso, conclui-se que apesar da idade do animal e da localização do tumor, a terapia padrão empregada no tratamento deste tipo de neoplasia mostrou-se satisfatoriamente efetiva na elucidação deste caso. AVALIAÇÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA DAS EXPRESSÕES DE VEGFR E DO FATOR VIII EM MASTOCITOMAS CUTÂNEOS CANINOS Barbosa, D.F.L.1, *; Kleeb, S.R.2; Xavier, J.G.2,3; Catão-Dias, J.L.4; Fukumasu, H.1; Strefezzi, R.F.1 1 Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP; 2 4 Universidade Metodista de São Paulo; 3 Universidade Paulista; Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Do total de tumores de pele em cães, de 7 a 21% são mastocitomas. Essas neoplasias são graduadas com base em características histomorfológicas que são consideradas indicadores prognósticos. Na tentativa de predizer o comportamento dos mastocitomas de forma mais precisa, diversos métodos estão sendo estudados. Os melhores resultados foram alcançados com marcadores de proliferação e com a imunomarcação da proteína KIT. O desenvolvimento da microcirculação é uma importante exigência para que haja expansão, disseminação e metástase. Isso acontece porque ela é crucial para o desenvolvimento da neoplasia primária. A angiogênese é um processo regulado por várias substâncias, com destaque para o fator de crescimento para endotélio vascular (VEGF). Considerando-se que a maioria dos compostos antiangiogênicos está associada ao VEGF e seus receptores, é de grande utilidade que se determine a expressão do VEGFR para sua utilização como fator prognóstico, bem como na orientação terapêutica antineoplásica. O objetivo do presente estudo é verificar o valor prognóstico da imunomarcação de VEGFR e Fator VIII (fator de von Willebrand) em mastocitomas cutâneos caninos. MÉTODOS: Serão utilizados 24 casos de mastocitomas cutâneos caninos, de diferentes graus histológicos [1], provenientes dos arquivos das Instituições colaboradoras. Os tumores sofrerão processamento imuno-histoquímico utilizando os anticorpos anti-VEGFR e anti-Fator VIII. A imunomarcação para VEGFR será avaliada determinando-se a porcentagem de células positivas em 5 campos de marcação intensa (“hot spots”). A marcação para Fator VIII será avaliada determinando-se o número médio de vasos por µm2, mensurado em 5 “hot spots” em meio ao tecido tumoral, à objetiva de 20 aumentos. Os resultados obtidos nas imunomarcações serão comparados aos graus histopatológicos, à mortalidade dos animais em função dos mastocitomas, e ao tempo de sobrevida com o auxílio do software GraphPad Prism® sendo α = 5%. RESULTADOS ESPERADOS: Considerando-se que a neovascularização facilita a expansão e disseminação tumorais, espera-se encontrar correlação positiva entre as marcações imunohistoquímicas e os graus histopatológicos e mortalidade, e negativa para o tempo de sobrevida. REFERÊNCIAS [1] PATNAIK, A.K.; EHLER, W.J.; MACEWEM, E.G., 1984. Canine cutaneous mast cell tumor: morphologic grading and survival time in 83 dogs. Vet. Pathol., 21, 469-474. ESTUDO RETROSPECTIVO DAS DOENÇAS HEPÁTICAS EM AVES SILVESTRES, EXÓTICAS E DOMÉSTICAS ATENDIDAS NO AMBULATÓRIO DE AVES DO HOSPITAL VETERINÁRIO (HOVET-FMVZ/USP) ENTRE 2000 E 2011 Araújo, N. R.¹; Brito, M. G.²; Torres, L. N.³; Guerra, J. M.³; Sá, L. R. M.4; Cogliati, B.¹ ¹Laboratório de Patologia Morfológica e Molecular, Departamento de Patologia, FMVZ-USP ²Ambulatótio de Aves, HOVET, FMVZ-USP ³Serviço de Patologia Animal, HOVET, FMVZ-USP 4Laboratório de Gastroenterologia Comparada, Departamento de Patologia, FMVZ-USP INTRODUÇÃO: O fígado é a maior glândula do corpo, apresentando grande variedade de funções como intervenção na digestão, ajuda na eliminação de toxinas e participação no metabolismo das proteínas, gorduras e carboidratos. Constitui-se como um órgão parenquimatoso, glandular, lobado na maioria das espécies e inclusive nas aves domésticas, o qual apresenta dois lobos, sendo o direito maior que o esquerdo. Os lóbulos hepáticos são formados por conjunto de células epiteliais, os hepatócitos, que estão dispostas radialmente e formam cordões duplos. Nas aves jovens, o fígado apresenta coloração amarela associada com a absorção do saco vitelínico. O fígado está exposto a infecções ou outras causas de lesões através de via hematógena, biliar e por penetração direta. As células epiteliais (hepatócitos e colangiócitos) são os principais alvos da maioria das doenças hepáticas. As principais alterações hepáticas podem ser divididas em do desenvolvimento, adquiridas, circulatórias, inflamatórias e neoplásicas. Devido à grande diversidade de doenças hepáticas que acometem aves silvestres, exóticas e domésticas, este trabalho visa fazer um levantamento das principais alterações hepáticas nos animais atendidos no Ambulatório de Aves do Hospital Veterinário da FMVZ-USP, correlacionando os aspectos histoquímicos e morfométricos com as principais alterações clínicas e laboratoriais. MÉTODOS: Serão revisados os prontuários clínicos dos animais atendidos no Ambulatório de Aves do HOVET, FMVZ-USP, no período de janeiro de 2000 a Junho de 2011, para o levantamento dos animais com sintomatologia clínica e/ou laboratorial de doença hepática. Após esta seleção, os laudos histopatológicos serão obtidos no Serviço de Patologia Animal do Departamento de Patologia da FMVZ-USP. Os dados epidemiológicos extraídos dos laudos serão referentes à população acometida (espécie, idade e sexo) e às alterações clinico - laboratoriais. A classificação histopatológica das lesões será realizada nas lâminas coradas por hematoxilina-eosina. Ainda, serão realizadas colorações especiais, como picrossírius para visualização da fibrose hepática; reticulina para impregnação por prata das fibras reticulares; Perls para visualização dos depósitos férricos e; PAS com e sem diástase para determinação do glicogênio hepático. A análise da área ocupada pelas fibras colágenas e pelo glicogênio no tecido hepático será realizada pelo programa de análise de imagens Image ProPlus. ABORDAGEM MACROSCOPICA DAS LESOES DECORRENTES DE TRAUMAS FISICOS EM BUGIOS RUIVOS DE VIDA LIVRE: OCORRENCIA E RELAÇÃO COM A CAUSA DE MORTE Ampuero, F.1; Sá, L.R.M.2 Laboratório de Gastroenterologia Experimental e Comparada, VPT, FMVZ-USP 1. Aluna de graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo 2. Professora Doutora, Laboratório de Gastroenteropatia Experimental e Comparada, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo Email: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVO: O bugio ruivo (Alouatta guariba clamitans) é uma das espécies mais frequentemente atendidas na Divisão Técnica de Medicina Veterinária e Biologia da Fauna Silvestre (DEPAVE-3). O objetivo deste trabalho é determinar a ocorrência das causas de morte relacionadas a traumas físicos, excetuando-se as injúrias térmicas, e avaliar sua importância para a conservação da espécie no referido município MÉTODOS: Foram estudados 46 bugios provenientes do DEPAVE-3, que vieram a óbito no período de junho de 2006 a dezembro de 2010 e foram encaminhados para necropsia. As causas de morte foram definidas com base nas principais alterações macroscópicas. RESULTADOS: Vinte e um dos bugios necropsiados apresentaram, como moléstia principal, lesões decorrentes de traumas físicos (45,6%), sendo 66,7% machos e 33,3% fêmeas. Dezesseis apresentaram lesões decorrentes de traumas inespecíficos (76,2%) e cinco apresentaram lesões decorrentes de trauma por predador (23,8%). Doze bugios foram submetidos a eutanásia (57,15%) devido a gravidade das lesões apresentadas, cinco chegaram mortos (23,80%) e quatro vieram a óbito durante o tratamento (19,05%). Quanto à faixa etária, 38,15% eram adultos, 33,30% infantes, 19,05% senis e 9,50% subadultos. Nos casos de trauma inespecífico foram observados traumas abertos em membros pélvicos, torácicos ou cauda – lesões cutâneas ulceradas e necróticas com exposição e necrose da musculatura, presença de larvas de mosca e fraturas expostas –, e traumas fechados –hematomas múltiplos, traumas cranianos com hemorragia subdural e traumas torácicos com hemorragia mediastinal e pulmonar. Nos casos de trauma por predador foram observadas lesões cutâneas perfuro contusas características de mordedura, ruptura da musculatura intercostal e fratura de costelas. CONCLUSÃO: Os traumas físicos decorrentes de agressão entre indivíduos e por predadores, bem como lesões ocasionadas em infantes são uma importante causa de morte de bugios ruivos de vida livre na cidade de São Paulo. As características macroscópicas encontradas indicam que, na maioria dos casos, as lesões não são fatais, mas a severidade e localização resultam na eutanásia do individuo. A associação do estudo anatomopatológico com a etologia da espécie poderá auxiliar na elaboração de estratégias de conservação do bugio ruivo nessa cidade. AGRADECIMENTOS: Aos médicos veterinários do DEPAVE-3 e a FAPESP (2011/00271-9). AVALIAÇÃO DA TILÁPIAS DO NILO (OREOCHROMIS NILOTICOS) COMO BIOMONITORES DA POLUIÇÃO POR CADMIO NOS LAGOS DO PARQUE IBIRAPUERA Gonçalves TLS, Carretero ME, Sá LRM Laboratório de Gastroenterologia Experimental e Comaparada, Departametno de Patologia, FMVZ-USP INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Os peixes são uma alternativa saudável para a alimentação do homem. Na musculatura esquelética que é fonte de alimento também são acumulados os poluentes prejudiciais para a saúde do homem. Assim a análise da concentração de metais nos tecidos de peixes é uma importante ferramenta para o biomonitoramento da poluição do ambiente aquático. O objetivo geral deste projeto é determinar os níveis de cádmio nos tecidos de tilápias do nilo (Oreochromis niloticus) e correlacionar esse metal com as afecções que acometem as tilápias dos lagos do Parque Ibirapuera. MÉTODOS: Serão estudadas no total, 60 Tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus), provenientes de três pontos pré definidos do Parque Ibirapuera (PI), no qual 30 espécimes foram capturados em julho de 2011 e outros 30 animais que serão capturados em janeiro de 2012. A captura, o transporte e a necropsia foram autorizadas pelo ICMBio, número 28371-1. Os animais capturados serão anestesiados com a dosagem de 190 mg/L de benzocaína e será realizada a eutanásia por aprofundamento de plano anestésico. Para tanto, o projeto possui protocolo da comissão de Bioética da Faculdade de Medicina Veterinária da USP com número 2272/2011. Os animais serão identificados e necropsiados individualmente conforme Yanong (2003). Serão representados para microscopia de luz seis animais por ponto estudado do PI com fragmentos de todos os órgãos. RESULTADOS: Trinta necropsias foram realizadas e a análise histopatológica dos órgãos e demais análises estão em andamento. CONCLUSÃO: Os resultados deste projeto possibilitarão a determinação dos riscos a que estão expostos tanto a ictiofauna como o homem residente da Grande São Paulo. Espera-se que futuramente sejam implementadas medidas para conter o prejuízo causado pela poluição do ambiente. AGRADECIMENTOS: Aos médicos veterinários e biólogos do Parque Ibirapuera. CARACTERIZAÇÃO HISTOMORGOLÓGICA DA MUCOSA DO INTESTINO DELGADO DE CÃES FILHOTES, ADULTOS E IDOSOS Pedrinelli, V.¹; Gomes, M. O. S.2; Carciofi, A. C.3, Sá, L. R. M.4 Laboratório de Gastroenterologia Experimental e Comparada 1, 4; Laboratório de Pesquisas em Nutrição e Doenças Nutricionais de Cães e Gatos “Prof. Dr. Flávio Prada” 2, 3 1.Aluna de Graduação em Medicina Veterinária pela FMVZ-USP/SP. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo . 2. Doutoranda do Laboratório de Pesquisas em Nutrição e Doenças Nutricionais de Cães e Gatos “Prof. Dr. Flávio Prada”, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Campus de Jaboticabal. 3. Prof. Doutor do Laboratório de Pesquisas em Nutrição e Doenças Nutricionais de Cães e Gatos “Prof. Dr. Flávio Prada”, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”, Campus de Jaboticabal. 4. Profª Drª do Departamento de Patologia Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Características como idade, estado fisiológico e sensibilidade ou não ao nutriente interferem diretamente na absorção de nutrientes. Portanto, para que haja um melhor aproveitamento dos nutrientes pelo animal ao longo de sua vida, é necessário conhecer as particularidades da mucosa intestinal nas diferentes faixas etárias. Este estudo visa à caracterização histomorfológica da mucosa duodenal e do íleo em cães filhotes, adultos e idosos, para que seja possível compreender as diferenças histomofológicas do intestino entre cada uma delas. MATERIAL E MÉTODOS: Utilizar-se-ão três grupos de cães com diferentes idades pertencentes ao Laboratório de Pesquisas em Nutrição e Doenças Nutricionais de Cães e Gatos, da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV), da Universidade Estadual Paulista – Unesp, Campus de Jaboticabal: Grupo 1: 10 cães Beagles com seis meses de idade, Grupo 2: 10 cães da raça Beagle com 5 anos de idade e o Grupo 3: grupo misto em raça e animais com idade superior a 10 anos. Os animais receberão uma mesma dieta padrão produzida na FCAV, e nenhum outro tipo de intervenção por 30 dias, quando será realizada a biópsia intestinal. Os fragmentos coletados serão fixados em formol 10% e processados segundo técnica padrão para exame microscópico de órgãos. A morfologia dos fragmentos será avaliada quanto a: relação vilo/cripta, tamanho da vilosidade, hiperplasia da cripta, intensidade do infiltrado inflamatório na lâmina própria, tipo do infiltrado inflamatório e densidade de linfócitos intraepiteliais. A presença de ulceração e de agente infecto-parasitários será avaliada com relação à ocorrência ou não do evento. RESULTADOS: Os procedimentos de biópsia endoscópica já foram realizados e as lâminas já foram confeccionadas. A leitura das lâminas de histologia está em andamento. AGRADECIMENTOS: Agradecimentos ao Laboratório de Pesquisas em Nutrição e Doenças Nutricionais de Cães e Gatos, da FCAV/UNESP- Jaboticabal e ao Laboratório de Gastroenterologia Experimental e Comparada da FMVZ-USP. ANÁLISE HISTOPATOLÓGICA E IMUNOHISTOQUÍMICA DE BIÓPSIAS HEPÁTICAS REALIZADAS EM CÃES COM HEPATITES CRÔNICAS OU LESÕES NODULARES Santos, M. H.¹; Hagen, S. C. F.²; Alves, V. A. F.³; Cogliati, B.¹ ¹Laboratório de Patologia Morfológica e Molecular, Departamento de Patologia, FMVZ-USP ²Setor de Diagnóstico por Imagem, Departamento de Cirurgia, FMVZ-USP ³Laboratório de Investigação em Patologia Hepática (LIM 14), Departamento de Patologia, FMUSP INTRODUÇÃO: A investigação da etiologia das doenças hepáticas crônicas em cães tem avançado muito pouco nas últimas décadas e, muitas vezes permanece como uma doença idiopática, sem tratamento específico e com prognóstico impreciso. A biópsia hepática guiada por ultrassonografia tem como objetivo obter amostras de tecido para um diagnóstico histológico mais fidedigno das hepatopatias, incluindo neoplasias, reações hiperplásicas, degenerativas, inflamatórias, necróticas, colestáticas e, principalmente, nos casos de hepatopatias onde os achados clínicos e laboratoriais são inconclusivos. Ainda, a biopsia constitui uma importante ferramenta de prognóstico e monitorização terapêutica do paciente, associada com o acompanhamento clínico, laboratorial e ultrassonográfico. A técnica de biopsia que tem sido mais empregada na medicina veterinária é a guiada por ultrassom, utilizando a agulha Tru-cut de natureza cortante. Além do exame histopatológico e imunohistoquímico, as amostras de tecido hepático podem ser colhidas para quantificação de cobre e também pode ser enviado para cultura e pesquisa de microrganismos patogênicos. Sendo assim, este projeto visa avaliar as principais alterações anatomopatológicas no fígado de cães portadores de hepatite crônica ou nódulos hepáticos e correlacioná-las com os aspectos clínico-cirúrgicos, utilizando a biopsia hepática por agulha grossa e guiada por ultrasom. MÉTODOS: Para isso, cães portadores de hepatopatias crônicas ou nódulos hepáticos, identificados na triagem clínica e/ou ultrasonografia, serão registrados e acompanhados pelo grupo de pesquisa. Os animais aptos serão submetidos à biópsia hepática por agulha grossa e os fragmentos serão processados histologicamente. A análise histopatológica será baseada na avaliação conjunta das colorações de Hematoxilina-Eosina, Tricômio de Masson, Picrossírius, Reticulina, Perls e Rodanina. De acordo com a suspeita clínica do animal e da análise histopatológica, serão aplicados painéis de anticorpos (imunohistoquímica) a fim de determinar a etiologia precisa da doença hepática. Desta forma, a compreensão dos mecanismos fisiológicos e patológicos possibilitará a instauração da terapia mais adequada baseada em seu real diagnóstico e prognóstico. ANÁLISE DA CASUÍSTICA DE NEOPLASIAS EM GATOS DOMÉSTICOS (Felis catus, Lineu, 1758) DO SERVIÇO DE PATOLOGIA ANIMAL DA FMVZ/USP ENTRE 1998-2008 Adriana de Siqueira1, Fabiana Cecília Cassiano3, Paulo César Maiorka2 1. Doutoranda, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. 2. Professor Associado, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. 3. Aluna de Iniciação Científica, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Há uma tendência crescente da adoção do gato como animal de companhia, devido ao seu comportamento e adaptação a ambientes pequenos. Nos últimos anos houve aumento da demanda por serviços veterinários de qualidade, o que culminou na pesquisa mais acurada acerca das doenças. Consequentemente, os animais vivem mais, e neoplasias e doenças degenerativas tem sido mais diagnosticadas. O presente estudo teve como objetivo delinear o perfil das neoplasias dos gatos domésticos do Serviço de Patologia Animal da FMVZ/USP entre janeiro de 1998 e dezembro de 2008. MÉTODOS: Foram colhidos dados de exames histopatológicos da casuística de gatos domésticos no período entre janeiro de 1998 a dezembro de 2008: idade, sexo, raça, pelagem, local da lesão, diagnóstico. As idades foram alocadas em faixas etárias (A, 0 a 6 meses; B, 7 meses a 2 anos; C, 3 a 6 anos; D, 7 a 10 anos; E, 11 a 14 anos; F >15 anos). RESULTADOS: De 585 submissões de exames histopatológicos, 318 (54,4%) foram diagnosticadas como neoplasias. Destas, 199 (62,58%) são fêmeas e 114 (35,85%) são machos. Com relação à idade, verifica-se que há 1 (0,31%) animal na faixa etária A (0 a 6 meses), 9 (2,83%) na faixa etária B (7 meses a 2 anos), 47 (14,78%) na faixa etária C (3 a 6 anos), 110 (34,59%) na faixa etária D (7 a 10 anos), 95 (29,87%) na faixa etária E (11 a 14 anos) e 31 (9,75%) na faixa etária F (mais de 15 anos). A distribuição dos locais dos tumores revelou que 39,4% localizavam-se na pele, 9,7% na mama, 8,8% no pavilhão auricular, 7,9% na cavidade oral, 6,6% no intestino, 3,8% em membros e 1,9% na cavidade nasal, sendo que os outros locais perfizeram menos de 1,5% cada. A neoplasia mais frequente foi o carcinoma de células escamosas (90/318; 28,1%), seguida pelo fibrossarcoma (32/318; 10,1%) e linfoma (27/318; 8,5%). CONCLUSÕES: Os gatos domésticos apresentam maior predisposição ao desenvolvimento de neoplasias epiteliais malignas, sobretudo as fêmeas. Verificou-se que a maioria dos animais possuia entre 6 a 14 anos de idade. APOIO: FAPESP. OPIOIDERGIC STIMULATION IN FEMALE RATS: ENDOCRINE AND BEHAVIORAL ASPECTS Cruz, A.M. 1; Sukikara, M. H. 2; Felippe, E. C. G. 1; Anselmo-Franci, J. A. 3; Canteras, N. S. 2; Oliveira, C. A. 1; Felicio, L. F. 1 1 Faculdade De Medicina Veterinária E Zootecnia, USP 2 3 Instituto De Ciências Biomédicas, USP Faculdade De Odontologia - Fisiologia, USP Ribeirão Preto INTRODUCTION: Opioid peptides play an important role in maternal behavior as well as in physiological and pathological phenomena involving motivation. OBJECTIVES: This study was designed to investigate the endocrine and behavioral aspects of opioidergic stimulation induced by morphine treatment. METHODS: Adult Wistas nulliparous female rats were timed-mated with sexually experienced males. First experiment: daily 3.5 mg/Kg doses of morphine or saline from day 17 to 21 of pregnancy were administered. On day 5 of lactation, animals pretreated were challenged with saline or morphine 1.5 mg/Kg, and maternal behavior was evaluated. Second experiment: 30 minutes after saline or morphine injections from day 17 to 21 of pregnancy, a blood sample was collected. Corticosterone, progesterone, estradiol and prolactin serum concentrations were measured after each morphine or saline injection. A third experiment investigated the effects of daily progesterone injections from day 17 to 21 of pregnancy on morphine inhibitory effects on maternal behavior during lactation. Pregnant rats were treated with progesterone 400µg or peanut oil once per day, beggining on day 17 of pregnancy, during 5 days. On day 5 of lactation, dams were challenged with saline or 1.5 mg/Kg morphine, and maternal behavior was evaluated. RESULTS: First experiment showed 100% of animals from groups SS (n=10), SM (n=10) and MS (n=10) displayed full maternal behavior, while 0% of MM animals group (n=10) displayed this behavior. In the second experiment no significant differences were found in corticosterone, estradiol, or prolactin serum concentrations. Progesterone concentrations were consistently and significantly increased from days 18 to 20 of morphine treatment. Progesterone pretreated dams were more sensitive to morphine-induced inhibition of maternal behavior, as showed in the third experiment. Fisher test revealed a significant lower number of rats showing full maternal behavior in group PM as compared to groups PS and OS, p<0.03 and p<0.01 respectively. This effect is similar to the one observed for morphine pretreated animals. CONCLUSIONS: Progesterone emerges as a potential mediator for morphine-induced changes in opioid sensitivity during late pregnancy and early lactation. Increased serum progesterone concentrations may account for behavioral effects observed in lactating rats treated with morphine during late pregnancy. FINANCIAL SUPPORT: FAPESP and CNPQ. PESQUISA DE MYCOPLASMA GALLISEPTICUM EM AVES DE VIDA LIVRE PRÓXIMAS ÀS GRANJAS AVÍCOLAS NO INTERIOR DE SÃO PAULO Guimarães, M.B.1; Hurtado, R.H.2; Bello, P.C.3; Ferreira, A.J.P4. 1- Pós-graduanda do Departamento de Patologia FMVZ/USP 2- Pós-graduanda do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde FMVZ/USP. 3- Mestre em Patologia pela FMZ/USP. 3- Prof. Dr. do Departamento de Patologia FMVZ/USP. E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: O Mycoplasma gallisepticum (MG) consta na Lista B da OIE (Office International des Epizooties) e no PNSA (Plano Nacional de Sanidade Avícola). As principais lesões causadas nas aves de produção acarretam em queda na produção de ovos, redução no ganho de peso dos frangos e condenação de carcaças, fazendo desta doença umas das mais onerosas da avicultura comercial mundial. O objetivo do trabalho consistiu na pesquisa de Mycoplasma gallisepticum através da técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR), em aves de vida livre que adentram as granjas avícolas na região de Louveira e Mogi das Cruzes no Estado de São Paulo. MATERIAL E MÉTODOS: As aves foram capturadas com rede de neblina, identificadas, anilhadas, submetidas à avaliação do estado geral e biometria. Após estes registros, foram coletadas amostras da cavidade oral com auxílio de swabs estéreis, mantidos em meio Frei, seguida pela incubação da amostra em estufa mantida a 37°C, extração do DNA pelo método de fervura, amplificação do material genético, utilizando-se os primers específicos e corrida eletroforética. RESULTADOS: Foram identificadas 167 aves de vida livre pertencentes a 19 espécies, sendo o pardal (Passer domesticus) mais prevalente com 55 (32,9%) aves. Uma amostra positiva para o agente pesquisado foi identificada na espécie Passer domesticus. CONCLUSÃO: O MG tem sido isolado em aves de vida livre com conjuntivite, como o pássaro dourado americano (Carduelis tristis) e o pássaro roxo (Carpodacus purpureus). A recuperação dos sinais clínicos da doença pode variar de acordo com a susceptibilidade da espécie envolvida e trabalhos descrevem que populações de pássaros (Carpodacus mexicanus) com quadro clínico de conjuntivite e isolamento de novas cepas de Mycoplasma gallisepticum foram dizimadas em regiões da América do Norte. No nosso estudo, a presença de uma única amostra positiva para o Mycoplasma gallisepticum deve-se pela boa condição de saúde em que as aves se encontravam, cujo sequenciamento genético ainda determinará se o MG será de origem vacinal ou de campo. Este achado representa o potencial de transmissão de patógenos que as aves de vida livre podem ter em relação às aves de produção. AGRADECIMENTOS: Agradecemos ao patrocínio da Wildlife Conservation Society para a realização do trabalho. ESTUDO DA DIVERSIDADE GENÉTICA DE Leishmania infantum chagasi ISOLADA DE CÃES DE DUAS REGIÕES DO BRASIL Batista, L. F. S.1; Segatto, M.2; Guedes, C. E. S.1; Rodrigues, C. A. T.3; Sousa, R.4; Macedo, A. M.2; Schriefer, N. A.4; Veras, P. S. T.1 1 Laboratório de Patologia e Biointervenção, Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz, Fundação Oswaldo Cruz, Salvador Bahia 2 Departamento 3 4 de Bioquímica e Imunologia – ICB, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte – MG Departamento de Morfofisiologia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande – MS Serviço de Imunologia, Hospital Universitário Professor Edgard Santos, Universidade Federal da Bahia, Salvador - BA INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Correlações entre a diversidade genética dos isolados do L. infantum chagasi e suas respectivas origens geográficas têm sido descritas de acordo com a evolução e o tempo de origem da leishmaniose visceral (LV) no Velho Mundo. Porém, a diversidade da L. infantum chagasi que circula entre hospedeiros e vetores no Novo Mundo é pouco conhecida. O presente estudo investigou o grau de diversidade genética entre isolados de L. infantum chagasi obtida de cães de duas cidades brasileiras endêmicas para LV, Jequié-BA e Campo Grande-MS, distantes 2.933 km entre si. MATERIAL E MÉTODOS: O DNA genômico de isolados de 44 cães com sorologia positiva para L. infantum chagasi, obtidos nos anos 2006 e 2008 foi amplificado randomicamente pela técnica de RAPD utilizando-se três iniciadores. A matriz binária gerada pela RAPD foi analisada pelo programa PAUP e gerou um dendrograma de UPGMA. Para validar os achados obtidos pela RAPD foi utilizada a técnica de MLMT. Sete marcadores de microssatélites conhecidamente polimórficos para L. infantum chagasi de 41 isolados foram convertidos em uma matriz binária pelo programa Factor do pacote Phylip. Foi gerado um dendrograma de UPGMA pelo programa Treecon. A robustez dos ramos foi testada por análise de Bootstrap (1.000 replicações). A estrutura da população foi analisada pelo programa STRUCTURE e a análise da diversidade intrapopulacional (MNA, P, Fst, Fis, He) foi realizada utilizando-se o programa Arlequin. RESULTADOS: A hipótese dos autores foi de que estes isolados mostrariam um significativo grau de divergência genética. No entanto, foram observados agrupamentos heterogêneos nos dendrogramas de RAPD e MLMT; duas populações (K=2) não correlacionadas com nenhuma das origens estudadas e predominância de alelos homozigotos. CONCLUSÃO: Os resultados indicam que há alto grau de homogeneidade genética entre isolados de Jequié e Campo Grande, nenhuma associação entre genótipo e suas respectivas origens geográficas, além de reforçar a teoria de que a L. infantum chagasi foi introduzida recentemente nas Américas. APOIO: CNPq, FUNDECT e FAPESB. ESTUDO DO PROCESSO DE DIFERENCIAÇÃO DE OSTEOSSARCOMA CANINO EM CULTURA CELULAR EM TRÊS DIMENSÕES Sanches, DS.,1 Chaible, LM.,1 Mennecier, G.,1 Nagamine, MK.1, Latorre, AO.,1 Dagli, MLZ.1 1. Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP), São Paulo, SP, Brasil. Email: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A diferenciação de osteoblastos se caracteriza por um processo dividido em três principais etapas: proliferação, maturação de matriz extracelular e mineralização. Recentemente, tem sido mostrado que perfis de expressão gênica obtidos de cultura celular em três dimensões têm refletido com mais precisão respostas clínicas quando comparados com cultura celular em duas dimensões. Esferóides são uteis em testes de citotoxicidade a diferentes drogas, não somente devido à redistribuição das fases de crescimento celular e microambientes heterogêneos, mas também devido à barreira à penetração existente em regiões pobremente vascularizadas dos tumores que podem em parte ser estimuladas. Nesse sentido o objetivo do corrente estudo é de verificar o pocesso de diferenciação induzida de osteoblastos neoplásicos de cães em cultura celular em três dimensões. MÉTODOS: Aqui nós reportamos o desenvolvimento e estabelecimento de uma linhagem celular de osteossarcoma canino e a resposta destas células em cultura em três dimensões, quando expostos a três diferentes agentes: Arctigenina (ARC), Genisteína (GEN), e Tricostatina A (TSA). Para isso foram realizados: teste de ciclo celular através de citometria do fluxo, ensaios de MTT e Cristal violeta, estudo morfológicos através de imunoistoquímica e histoquímica de tricômico de masson. RESULTADOS: Uma resposta dose dependente em termos de viabilidade celular e proliferação foi observada após o tratamento com os diferentes princípios ativos. Foi também verificado a indução à diferenciação dos osteoblastos em cultura celular em três dimensões. CONCLUSÕES: Nós concluímos até o presente momento que os três princípios ativos interferem nos processos de proliferação, viabilidade celular e principalmente em direção a diferenciação de osteoblastos neoplásicos caninos. PNEUMONIA POR VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO (RSV) EM MURIQUI DO SUL (Brachyteles arachnoides) Santos,SV1, Strefezzi, RDF2, Pissinatti, A,3 Takakura, CFH4, Kanamura, C 5, Duarte, MIS6, Catão-Dias, JL7 1. Doutoranda, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP), São Paulo, SP, Brasil. 2. Professor, Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA-USP), Pirassununga, SP, Brasil - Campus de Pirassununga, Brasil. 3. Diretor, Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ), Guapimirim, RJ, Brasil. 4. Técnica de microscopia eletrônica, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), São Paulo, SP, Brasil. 5. Diretora, Laboratório de Imuno-histoquímica do Instituto Adolfo Lutz (IAL), São Paulo, SP, Brasil 6. Professora, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), São Paulo, SP, Brasil. 7. Professor, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP), São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO: O gênero Brachyteles, endêmico do Brasil, é constituído por duas espécies de muriquis, o B. arachnoides e B. hypoxanthus. Estudos recentes demonstraram que suas populações selvagens podem estar seriamente reduzidas. O vírus sincicial respiratório (RSV) é um vírus RNA envelopado, inicialmente isolado de chimpanzés com coriza em 1956 e, atualmente, é considerado causa importante de doença respiratória, moderada a severa e altamente contagiosa em criança. MÉTODOS: Através de estudo retrospectivo envolvendo histórico clínico, necroscopia; histopatologia a partir de fragmentos de órgãos preservados em formalina a 10% corados pelo método da hematoxilina e eosina e pelas técnicas de Ziehl Neelsen e Gram, para diagnóstico diferencial bacteriano; imuno-histoquímica, pelo método fosfatase, utilizando-se o anticorpo anti-RSV (código Ab22501, da Albcam®) e análise ultraestrutural por microscopia eletrônica de transmissão a partir de amostras emblocadas em parafina segundo protocolo desenvolvido por Duarte et al., 1993, obteve-se o agente viral como envolvido na causa de morte de um espécimen de muriqui do Sul cativo do CPRJ. RESULTADOS: O vírus sincicial respiratório (RSV) foi diagnosticado em fragmento pulmonar representado por pneumonia sincicial difusa moderada a grave em Muriqui do sul (Brachyteles arachnoideso sem apresentar sinal clínico respiratório evidente. CONCLUSÕES: O relato alerta clínicos e criadores conservacionistas que o RSV pode acometer primatas do novo mundo (RSV), sobretudo este atelídeo. Como se trata de um vírus com potencial zoonótico, manejos profiláticos como adoção de medidas de biossegurança evitando o contato entre humanos e PNH se faz necessário, garantindo a sanidade, manutenção, reprodução e conseqüente conservação dos Brachyteles arachnoides. AGRADECIMENTOS: CAPES, CNPq, FAPESP (Proc. no 2010/51801-5), FM-USP, IAL, CPRJ, IBAMA, FAPERJ, FINEP, American Society of Primatologists, Conservation International, Greater Los Angeles Zoo Association. INQUÉRITO SOROLOGICO DE DOENÇAS INFECCIOSAS SELECIONADAS EM Cebus flavius (SCHREBER, 1774), DE VIDA LIVRE, BRASIL Marina Galvão Bueno (1); José Luiz Catão-Dias (1); Plautino de Oliveira Laroque (2); Silvio de Arruda Vasconcellos (3); José Soares Ferreira Neto (3); Solange Maria Gennari (3); Fernando Ferreira (3); Marcia Dalastra Laurenti (4); Eufrosina Setsu Umezawa (5); Norival Kesper Junior (5); Mônica Mafra Valença Montenegro (2). 1. Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária/Departamento de Patologia, Brasil (FMVZ/VPT, Av. Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva, 87 CEP 05508 270 - Cidade Universitária, São Paulo/SP, Brasil, Tel: 3091-1434. Email: [email protected]); 2. Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros, CPB/ICMBIO; 3. Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária/Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Animal, Brasil; 4. Universidade de São Paulo /Faculdade de Medicina/LIM50, Brasil; 5. Instituto de Medicina Tropical/USP, Brasil. INTRODUÇÃO E OBJETIVO: O Macaco-prego-galego (Cebus Flavius) é um primata neotropical criticamente ameaçado, endêmico de algumas áreas fragmentadas do nordeste brasileiro, como Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco. A População de vida livre é estimada em cerca de 1.000 indivíduos. O desmatamento e a caça são as principais ameaças, mas as doenças infecciosas podem desempenhar um papel importante na conservação desta espécie. Este trabalho teve por objetivo investigar a ocorrência de doenças infecciosas selecionadas em um grupo de C. flavius de vida livre. MATERIAL E MÉTODOS: O soro provenientes de 18 animais foi testado quanto a presença de anticorpo contra Leishmania spp., Trypanosoma cruzi, Toxoplasma gondii, Leptospira spp. (24 cepas) e Brucella abortus, utilizando-se testes sorológicos não comerciais (ELISA, TESA-blot, Teste de aglutinação modificado, Teste de soroaglutinação microscópica, Soroaglutinação com antígeno acidificado tamponado, respectivamente). RESULTADOS: Todos os animais apresentaram resultados negativos para Leptospira spp. e B. abortus, entretanto 27,7% (5/18) apresentaram anticorpos contra Leishmania spp., 22.2% (4/18) contra T. cruzi e 11.1% (2/18) contra T. gondii. Pode-se considerar que os 4 animais que apresentaram anticorpos anti-T. cruzi foram efetivamente infectados por este, uma vez que o TESA-blot é um teste de referencia para detecção da Doença de Chagas. Entretanto, entre os 5 animais que foram positivos para Leishmania, não podemos negar a possibilidade de reação cruzada com anticorpos anti-T. cruzi em 4 animais, ou infecção mista. CONCLUSÃO: Considerando o baixo número de espécimes de vida livre, a ocorrência de doenças infecciosas pode representar uma ameaça para a populações restante de C. flavius. O conhecimento do impacto causado pela zoonoses é uma questão importante para futuras ações de manejo, tais como translocações e reintroduções, no qual podem ajudar na conservação dos C. Flavius. AGRADECIMENTOS: FAPESP 09/51466-4 e 09/53561-4; ICMBIO/CPB. HEMOGRAMA DE PINGUINS DE MAGALHÃES APTOS À SOLTURA REABILITADOS DE PETRÓLEO Niemeyer, C.1; Canabarro, PL.2; Pedroso, VM.2; Martins, AM.2; Adornes, AC.2, Silva Filho, RP.2, Catão-Dias, JL.1. 1 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens - VPT, FMVZ - USP; 2Centro de Reabilitação de Animais Marinhos, Museo Oceanográfico - FURG. E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Pingüins de Magalhães (Spheniscus magellanicus) são aves migratórias especializadas na natação, assim refletem alterações e impactos do ambiente marinho, tais como a ocorrência de vazamentos de petróleo, impactos da indústria pesqueira, etc, que estejam em sua rota migratória. De 11 de junho à 12 de julho de 2011, o CRAM (Centro de Reabilitação de Animais Marinhos) da FURG localizado em Rio Grande – RS recebeu 137 pinguins de Magalhães contaminados com petróleo. Durante o processo de reabilitação as aves foram clinicamente tratadas e lavadas. Um dos parâmetros clínicos que avaliam as aves para a soltura é o padrão sanguíneo, assim o presente trabalho apresenta os dados hematológicos de 24 pinguins de magalhães soltos no primeiro lote de aves reabilitadas em 2011. MÉTODO: Aproximadamente 5ml de sangue foram coletados de cada pinguim pela punção da veia jugular em tubos contendo heparina. O sangue para hematócrito foi centrifugado a 12.000g em microtubos, a contagem total de celulas vermelhas e brancas foi realizada manualmente usando corante Natt-herrick e câmara de Neubauer. A contagem diferencial de leucócitos foi realizada em microscópio óptico com uma lâmina de esfregaço sanguíneo à fresco fixada com metanol e corada com Rosenfeld. A hemoglobina foi determinada pelo método comercial Hemoglobina – Labtest® e o espectofotômetro LabQuest®. RESULTADOS E CONCLUSÃO: Os resultados estão colocados na Tabela 01. Tabela 1 - Valores hematológicos de 24 pinguins de magalhães aptos para soltura no CRAM - FURG Eritrócitos (1012/L) Hematócrito (%) Hemoglobina (g/dl) VCM (fL) CHCM (g/L) Leucócitos (109/L) Heterófilos (%) Linfócitos (%) Eosinófilos(%) Monócitos (%) Média +/- des pad [min – max] 9.25 +/- 1.2 [7.6 – 11.95] 43 +/- 3 [37 – 51] 23.88 +/- 3.5 [14.7 – 29.6] 47.68 +/- 6.36 [36.53 – 60.25] 50.69 +/- 8.64 [31.15 – 67.28] 2.41 +/- 1.04 [0.7 – 5.05] 55 +/- 8 [41 – 71] 40 +/- 8 [26 – 59] 4 +/- 3 [0 – 14] 0 Total 1.36 +/- 0.70 [0.42 – 2.77] 0.94 +/- 0.39 [0.25 – 2.17] 0.09 +/- 0.08 [0 – 0.39] 0 A análise hematológica dessas aves aparentemente saudáveis e aptas à soltura faz parte de um estudo que busca padrões clínicos para a espécie. Estes resultados podem servir de base para outros centros de reabilitação, assim como aquários e zoológicos que mantém a espécie em cativeiro. AGRADECIMENTOS: FAPESP e CNPq. EVALUATION OF PERFORMANCE PARAMETERS, IMMUNITY AND BACTERIA MIGRATION IN HEAT-STRESSED BROILER CHICKENS INFECTED BY SALMONELLA ENTERITIDIS WM Quinteiro-Filho1, AVS Gomes1, Ribeiro A, V Ferraz-de-Paula1, Pinheiro, M. L.; CS AstolfiFerreira1, AJP Ferreira1, J Palermo-Neto1 Department of Pathology, School of Veterinary Medicine, University of São Paulo E-mail: [email protected] Introduction: Stressful stimuli are known to change the immune function. A relevant environmental stress to the poultry production is the heat stress. The aim of our work was search for effects of heat stress on performance parameters, corticosterone serum level, IgA plasma level, IFN-lambda levels and bacteria migration to spleen of broilers chickens infected with Salmonella enteritidis, searching for a neuroimmune relationship. Methods: One hundred sixty chickens were housed in 2 rooms, infected or not with Salmonella enteritidis (106UFC/animal). Animals were divided in four groups: control (C); heat stress (HS); salmonella+control (SC); and salmonella+heat stress (SHS). Controls group (C and SC) were kept under 21±1° C of environmental temperature. Both HS and SHS groups were exposed to 31±1°C (10h/day) from day 35 to 42. The production parameters were determinate by weight gain (WG), feed consumption (FCo) and feed conversion (FC) during heat stress period. At 42nd day, 10 birds per group were randomly selected to compose all groups. Blood samples were harvested to analyze corticosterone serum levels, IgA and IFN-lambda plasma levels by ELISA and spleen were harvested to analyze bacteria migration by microbiology assay. Results: We observed that heat stress per se decreased performance parameters such as body weight (g) (p<0.01) and food intake (g) (p<0.01), increased corticosterone serum levels (ng/ml) (p<0.05). However, in heat stress group infected with Salmonella FC (p<0.01) was increased compared with HS and SC. We also showed that in SHS, IgA levels (ng/ml) (p<0.05) and INF-lambda (ng/ml) (p<0.05) were even lower than that observed in CS group and, additionally, induced bacterial migration into the spleen (p<0.05), showing a deficiency of the host to cope with the infection. Conclusion: Thus, we believe that heat stress impaired performance parameters, moreover the heat stress and the Salmonellainfection together impair more intensely these parameters, principally feed conversion. Furthermore, heat stress induced CNS activation increasing corticosterone levels, which in turn decreased the immune system activity and lead to impairment of mucosal barrier, which in turn increased chicken’s susceptibility to Salmonella migration to the spleen. Sources of research support: Fapesp and CNPq. URB602, UM INIBIDOR DA MONOACILGLICEROL LIPASE, REDUZ INFLAMAÇÃO EM MODELO MURINO DE INFLAMAÇÃO PULMONAR AGUDA Costola-de-Souza C. 1, Ribeiro A. 1, Ferraz-de-Paula V. 1, Almeida V.I., Gomes P.F., Machado T.M., Honda B., Akamine A.T., Pinheiro M.L., Palermo-Neto J. 1 1Grupo de Neuroimunomodulação, Departmento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Estudos recentes indicam a importância do Sistema Endocanabinóide em diferentes processos fisiopatológicos (Guindon, Hohmann, 2009), onde endocanabinóides, como o 2-araquidonilglicerol (2-AG), modulam respostas imunes (Cabral, GriffinThomas, 2009). Baseado nos fatos, o uso do éster cicloexílico do ácido [1,1'-bifenil]-3-il-carbamico (URB602) pode ser uma ferramenta para investigar os papéis do 2-AG, sendo que este fármaco bloqueia a degradação do 2-AG através da inibição da enzima Monoacilglicerol lípase, tornado possível a amplificação dos efeitos intrínsecos do 2-AG. Assim, analisamos os efeitos do URB602 em uma perspectiva neuroimune. Especificamente, nosso objetivo foi estabelecer a curva dose-resposta para os efeitos anti-inflamatórios do URB602 em um modelo murino de inflamação pulmonar aguda. MÉTODOS: Cinquenta e cinco camundongos C57BL/6 machos foram utilizados; os camundongos foram divididos aleatoriamente em seis grupos (n=8-11 animais por grupo). O grupo 1 (URB10) recebeu 10mg/kg; grupo 2 (URB15) 15mg/kg; grupo 3 (URB20) 20mg/kg e o grupo 4 (URB25) 25mg/kg de URB602 por via intraperitoneal (i.p.) 30 minutos antes de instilações nasais de LPS (100 ug/mL). O grupos 5 e 6 (veíc+sal e veíc +LPS) receberam o veículo do fármaco e após trinta minutos salina estéril ou LPS intranasal, respectivamente. Vinte e quatro horas após a instilação nasal de LPS ou salina, os camundongos foram submetidos à eutanásia por exsanguinamento após anestesia com cetamina e xilazina (100 e 20mg/kg, respectivamente, i.p.) e foi coletado o lavado bronco-alveolar (LBA) para a contagem de células totais e diferenciais (linfócitos, macrófagos e neutrófilos). Os dados foram analizados utilizando análise estatística ANOVA de uma via seguida pelo teste de post-hoc Dunnett. RESULTADOS: Observou-se que o tratamento com LPS aumenta o número de células no LBA comparado aos animais tratados com salina estéril. Além disso, as análises estatísticas demonstraram que animais tratados com doses iguais ou superiores a 15mg/kg de URB602 apresentaram redução no número de células inflamatórias induzidas por LPS no LBA (p < 0,05). Não foram encontradas diferenças significantes na contagem diferencial de linfócitos e macrófagos entre os grupos, entretanto houve redução no número de neutrófilos no LBA em todos os grupos tratados com URB602. CONCLUSÕES: Demonstrou-se que o URB602, nas doses superiores a 15mg/kg, foi capaz de reduzir parâmetros inflamatórios em um modelo murino de inflamação pulmonar aguda e que o tratamento com URB602 reduz a migração de neutrófilos no LBA. AGRADECIMENTOS: FAPESP / CAPES. REFERÊNCIAS GUINDON, J.; HOHMANN, A.G. The endocannabinoid system and pain. CNS & Neurological Disorders Drug Targets, v.8, n.6, p.403-421, 2009. CABRAL, G.A.; GRIFFIN-THOMAS, L. Emerging role of the cannabinoid receptor CB2 in immune regulation: therapeutic prospects for neuroinflammation. Expert Reviews in Molecular Medicine, v.11, n.e3, p.1-31, 2009. CITOCINAS PERIFÉRICAS NÃO ESTÃO ALTERADAS NO CAMUNDONGO 3XTG-AD, UM MODELO MURINO DA DOENÇA DE ALZHEIMER Kinoshita, D.; Pinheiro, M. L.; Ribeiro, A.; Conh, D.W. H.; Costa-Pinto, F. A.; Gimenez-Llort, L.; Sá-Rocha, L.C. Departamento de Patologia, FMVZ – USP INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: O camundongo 3xTg-AD, um modelo murino da Doença de Alzheimer, expressa três genes humanos mutados (PS1M146V, tauP301L e APPswe) que induzem o aparecimento de placas beta amilóide e emaranhados neuro-fibrilares de uma forma dependente da idade e da região cerebral, muito semelhante ao que acontece em pacientes com a doença. Estudos em humanos e em modelos animais demonstraram que, associado às placas de beta amilóide, há ativação da microglia e aumento de mediadores inflamatórios. Estudos em pacientes com Doença de Alzheimer tentaram verificar se mediadores inflamatórios também se encontravam alterados na periferia, na tentativa de estabelecer biomarcadores para a doença. Entretanto, os resultados não foram conclusivos, demonstrando ora aumento, ora diminuição ou ainda níveis inalterados de mediadores inflamatórios no sangue desses pacientes. Neste estudo, procurou-se verificar se o camundongo 3xTg-AD apresenta alterações nos níveis periféricos de alguns mediadores inflamatórios, uma vez que, assim como em pacientes humanos, esses camundongos apresentaram neuro-inflamação associada à placas beta amilóide. MÉTODOS: Foram utilizados camundongos 3xTg-AD e seu controle Wild Type (WT) nas idades de 4, 5, 6, 7 e 8 meses. O soro dos camundongos foi coletado através de punção da veia submandibular. Foram dosadas as seguintes citocinas/quimiocinas através de citometria de fluxo: IL-1β, IL-6, TNF-α, MCP1 e IL-10. RESULTADOS: Não encontramos diferenças nos níveis dos mediadores inflamatórios analisados, com relação ao genótipo ou à idade analisados. CONCLUSÕES: Apesar da presença de neuroinflamação associada à placas de beta amilóide nos camundongos 3xTgAD, não foram encontradas alterações nos níveis de diversos mediadores inflamatórios na periferia. Ao menos nesse modelo murino, a neuroinflamação não está associada a aumento de mediadores inflamatórios na periferia. AGRADECIMENTOS: CNPq e FAPESP. ALPHA 7 NICOTINIC RECEPTOR STIMULATION MODIFIES CYTOKINE PRODUCTION AND Α7-NACHR EXPRESSION IN BONE MARROW-DERIVED DENDRITIC CELLS Pinheiro, M. L.1; Nijhuis, L.E.J.2; Duarte, J. M.2; Ribeiro, A.1; de Jonge, W. J.2; Palermo-Neto, J.1 1Neuroimmunomodulation 2Tytgat Research Group, University of São Paulo, Brazil Institute, Academic Medical Center, University of Amsterdan, Netherlands INTRODUCTION: The inflammatory reflex is a neurophysiological mechanism that regulates the immune system. Recent studies indicate that the vagus nerve modulates the immune response through a “nicotinic anti-inflammatory pathway”. The aim of this work was to investigate the effects of an alpha7 nicotinic agonist (Anabasine) on bone marrow-derived dendritic cells (BMDCs) cytokine production and on the alpha7 nicotinic receptor (α7 nAChR) expression on immature and mature BMDCs. METHODS: Bone marrow was harvested from the femur and tibiae of C57BL/6 mice and cells were resuspended at a concentration of 2x106 cells/ml in RPMI with GM-CSF (2µL/mL) for 3 days. cells were then changed to RPMI with GM-CSF (1µL/mL) and remained in culture for 3 days. On day 6 the immature BMDCs received vehicle or Anabasine (10-4, 10-5, 10-6, 10-7 and 10-8M) and, 30 minutes later all samples were exposed to LPS (1µg/mL). After 24 hours the supernatant was collected to measure cytokines by ELISA. In another experiment the BMDCs were generated similarly, and in day 6 cells were treated with vehicle, vehicle+LPS, or Anabasine 10-4M+LPS and 24 hours later cells were harvested to check the α7 nAChRs expression on immature and mature BMDCs by conventional PCR. RESULTS: Anabasine (10-4, 10-5 and 10-6M) decreased IL-12 production (Vehicle: 95.59±23.9; 10-4M: 18.14±8.1; 10-5M: 34.33±11.6; 10-6M: 56.87±17.2; 10-7M: 87.66± 17.5; 10-8M: 115.37±20.5) whereas the 10-4 and 10-5M treatment increased IL-10 production (Vehicle: 169.73±26.2; 10-4M: 251.47±46.4; 10-5M: 242.47±44.1; 10-6M: 193.51±17.4; 10-7M: 177.12±8.9; 10-8M: 198.39±27.6). immature BMDCs and the mature BMDCs treated with Anabasine 10-4M had higher expression of α7 nAChRs, than the mature BMDCs treated with vehicle. CONCLUSIONS: We showed that the α7 nAChR stimulation modifies BMDCs activity and α7 nAChRs expression. These finds suggest that the cholinergic system can regulate adaptive immunity. ACKNOWLEDGMENTS: Fapesp. CONSEQUÊNCIAS NEUROIMUNES DA ATIVAÇÃO IMUNE MATERNA: AUMENTO DA LIBERAÇÃO DE CORTICOSTERONA E DE CITOCINAS DE PERFIL Th1 NA PROLE DE CAMUNDONGOS MACHOS Zager, A.; Pinheiro, M.L.; Ribeiro, A.; Ferraz-de-Paula, V.; Palermo-Neto, J. Laboratório de Pesquisa em Neuroimunomodulação, Departamento de Patologia – FMVZ-USP São Paulo/SP – Brasil E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Em condições de inflamação aguda durante a gestação, a ativação imunológica da mãe provoca aumento da liberação de citocinas pró-inflamatórias por células imunes e de glicocorticóides, tanto na mãe como nos fetos. Essas citocinas atravessam a barreira placentária e a barreira hemato-encefélica e podem interferir no desenvolvimento fetal, particularmente sobre o eixo HPA e imunidade. Assim, o objetivo do presente estudo foi detalhar eventuais alterações na liberação de corticosterona e na resposta imune inata e adquirida em resposta à um estressor agudo na vida adulta da prole. MÉTODOS: Lipopolissacarídeo (LPS derivado de E. coli sorotipo 0127:B8; na dose de 0,12 µg/g de peso do animal) ou salina estéril foram administrados em dose única no dia gestacional 17. Na vida adulta, a prole de camundongos machos foi submetida ao estresse de contenção por 2 horas. Em seguida, os animais foram sacrificados para análise de corticosterona plasmática, fagocitose e burst oxidativo de neutrófilos, balanço de citocinas Th1/Th2 e fenotipagem de células dendríticas em cultura de esplenócitos. RESULTADOS: Nossos resultados demonstram que a prole de mães submetidas à ativação imune durante o final da gestação apresenta aumento na liberação de corticosterona após o estresse de contenção em relação à prole pré-tratada com salina, apesar de valores basais similares. Quanto à resposta imune, nenhuma alteração foi encontrada na atividade de neutrófilos, na fenotipagem e na expressão de moléculas co-estimulatórias por céls dendríticas. No entanto, foi encontrado um aumento da produção de IL-12 em cultura de céls aderentes da prole submetida à ativação imune materna. CONCLUSÕES: Nossos resultados demonstraram que a administração única de LPS no terço final da gestação (dia 17) foi capaz de aumentar a atividade do eixo HPA e estimular a produção de citocinas de perfil Th1 na prole de camundongos machos. Tomadas em conjunto, essas evidências sugerem que um processo imune-inflamatório durante o desenvolvimento fetal modula não só a resposta endócrina à um estressor agudo como também a imunidade mediada por células. APOIO FINANCEIRO: CNPq e FAPESP (Projeto Temático #09/51886-3, e 09/51998-6 para AZ). DICOTOMIA NA RESPOSTA IMUNE CELULAR CAUSADA POR DIFERENTES ESPÉCIES DE Leishmania DO NOVO MUNDO EM MODELO EXPERIMENTAL MURINO Carvalho, A.K.1*, Francesquini, F.C.1, Salmazi, K.I.L.C.2, Passero, L.F.D.1, Gomes1, C.M.C., Silveira, F.T.3,4, Corbett, C.E.P.1; Laurenti, M.D.1 1- Laboratório de Patologia de Moléstias Infecciosas (LIM-50), Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil; 2- Laboratório de Imunologia Clínica e Alergia (LIM-60), Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, Brasil; 34- Laboratório de Leishmanioses, Instituto Evandro Chagas, Belém, Brasil; Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, Brasil. INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Estudos anteriores mostraram que a infecção causada por L.(L.)amazonensis em camundongos BALB/c leva ao aumento do tamanho da lesão e a replicação descontrolada de parasitas no ponto de inoculação enquanto que a infecção por L.(V.)braziliensis é caracterizada pela auto-resolução da lesão com parasitismo reduzido, que se correlaciona ao aumento do número de células CD8+ na lesão. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar a resposta imune celular no linfonodo de drenagem destes modelos experimentais. MÉTODOS: camundongos BALB/c foram inoculados nas patas traseiras com 106 promastigotas/pata de L.(L.)amazonensis e L.(V.)braziliensis , o grupo controle foi inoculado com PBS. Na 4ª e 8ª semana PI os linfonodos de drenagem foram coletados e processados para determinar as populações de células CD3+, CD4+ e CD8+ por citometria de fluxo. As células de linfonodo foram cultivadas sob estímulo específico para analisar a produção de citocinas no sobrenadante de cultura através do ELISA. RESULTADOS: Na 4ª semana PI, o percentual de CD3+, CD4+ e CD8+ não alteraram em relação ao controle, contudo, na 8ª semana PI, ocorreu uma redução na porcentagem de células CD3+ e CD4+ em ambos os grupos em comparação com o grupo controle, mas houve um aumento no percentual de células CD8+ em ambos os grupos. Em relação ao perfil de citocinas, altos níveis de IL-4 e IL-10 foram observados na infecção por L.(L.)amazonensis, mas na infecção por L. (V.) braziliensis altos níveis de IFN- foram detectados na 4ª semana PI. Na 8ª semana PI um perfil de citocinas Th1/Th2 misto foi observado na infecção por L.(L.)amazonensis, mas na infecção por L.(V.)braziliensis foi observada uma respostaTh1 predominante com alto nível de IFN-γ. CONCLUSÕES: O aumento de linfócitos T CD8+ em linfonodos de drenagem, bem como na lesão do ponto de inoculação (dados não mostrados) e uma maior produção de IFN- γ podem ser fatores associados à eficiente eliminação do parasito, conduzindo ao controle da infecção por L.(V. )braziliensis. Por outro lado, a supressão da resposta imune celular leva à proliferação e manutenção dos parasitos na infecção causada por L.(L.)amazonensis em camundongos BALB/c. AGRADECIMENTOS: FAPESP, CAPES, LIM-50 HC-FMUSP. AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DOS PROCESSOS DE APOPTOSE, NECROSE E AUTOFAGIA NA HIPOPLASIA MEDULAR DE CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À DESNUTRIÇÃO PROTEICA Beltran, J.S.O. ; Silva, G.B; Nakajima K. ; Crisma, A.R.; Borelli, P. Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, FCF/USP INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Desequilíbrios nutricionais e metabólicos podem induzir apoptose, a necrose e/ou autofagia. Assim, a compreensão dessas interações pode ser relevante devido ao impacto sobre o crescimento, desenvolvimento e demais funções celulares. Neste trabalho avaliamos estes processos em células de medula óssea (MO) de camundongos desnutridos. MATERIAIS E MÉTODOS: Camundongos machos C57BI/6J, adultos, foram separados em dois grupos:grupo controle (C) e grupo desnutrido (D), que receberam, respectivamente, ração contendo 12% ou 2% de caseína durante 5 semanas. Após este período os animais foram eutanaziados e células da MO foram marcadas com anexina V, PI e caspase 3 para avaliação, por citometria de fluxo, de apoptose e necrose.Avaliando-se ainda, parte da via de sinalização de autofagia (mTOR e Akt) por Western Blotting. RESULTADOS E CONCLUSÕES: Não encontramos diferenças estatísticas entre os grupos para Anexina V (C:12.92 ± 2.336, n=7; D:11.48 ± 1.966, n=10); PI ( C: 0.4274± 0.08397 , n= 5; M: 0.8143 ± 0.2173 , n = 8 ); Anexina V e PI (C:32.39 ± 4.130, n=7; D:43.76 ± 4.617 n=10); Caspase 3 (C:4.862 ± 1.177 n=5; D: 5.214 ± 0.9239,n=9). Já o resultado de mTor (C:59.23 ± 2.281,n=4; D:81.98 ± 3.662,n=5) foi significativamente maior nos animais do grupo D em relação ao grupo C e o resultado de Akt foi significativamente menor no grupo D em relação ao grupo C (C:63.85 ± 4.637,n=6; D:45.42 ± 7.519,n=6). Estes resultados sugerem alterações na via de Akt e mTor, e, nossa hipótese é de que a hipoplasia medular observada na desnutrição possa ser decorrente da autofagia quer em função de mecanismo de reparo ou ainda por bloqueio de genes que regulam a apoptose. ANÁLISE PROTEÔMICA DO ESTROMA MEDULAR DE CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À DESNUTRIÇÃO PROTÉICA 1 Graziela Batista da Silva, 2Layra Lucy Albuquerque, 2Iana Suly Santos Katz, 1 Jackeline Soares de Oliveira Beltran, 3Dulce Marta Schimieguel, 2 Orlando Garcia Ribeiro, 1Primavera Borelli 1Departamento 2Laboratório 3Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, FCF-USP de Imunogenética, Instituto Butantan, USP de Análises Clínicas e Toxicológicas - UFRGN INTRODUÇÃO E OBJETIVO: O estroma medular (EM) é composto por células estromais, matriz extracelular (MEC), citocinas e fatores de crescimento; formando um microambiente para a proliferação, diferenciação e maturação das células hematopoiéticas. Dados já publicados do grupo demonstraram que o EM estabelecido por meio das culturas de longa duração (CLD) de camundongos desnutridos não é capaz de manter a hematopoiese, também foi observado alterações na MEC. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o estabelecimento e a análise do perfil protéico do EM por meio da CLD. MATERIAL E MÉTODOS: Foram utilizados camundongos C57Bl/6J, machos, adultos, separados em 2 grupos. O grupo controle (C) recebeu ração com 12% de caseína e o grupo desnutrido (D) com 2% de caseína, por 5 semanas. Após este período os animais foram sacrificados para a obtenção das células totais da medula óssea para a realização das CLD. Foram realizados nas CLD avaliação do estabelecimento do EM; por sistema de escores durante os dias de cultivo e análise do perfil protéico por meio da eletroforese bidimensional. RESULTADOS: Não houve diferença quantitativa em relação à celularidade, entre os grupos. Porém o grupo D apresentou menor confluência no 28° e 35° dia, quando comparado ao grupo C, (C=69%±10; D=60%±4, C= 78%±11; D=70%±4, respectivamente). Na análise proteômica do EM, foi observado que o grupo D apresentou um perfil protéico diferente do grupo C, tanto do 28° quanto no 35° dia. O grupo D do 28° dia, não sintetizou algumas proteínas e aparentemente diminuiu a síntese de outras proteínas quando comparado ao grupo C. No 35° dia o grupo D teve um perfil protéico semelhante do 28° dia, mas o grupo sintetizou proteínas que o grupo C do mesmo período não havia sintetizado. CONCLUSÃO: Alterações do perfil protéico do EM sugerem possível remodelamento da MEC, que pode estar envolvido com esta menor confluência das células estromais e poderiam contribuir a não sustentação da hematopoiese, mas ainda são necessários a caracterização das células estromais e o seqüenciamento das proteínas da MEC que irá auxiliar na elucidação da participação do microambiente na manutenção da hematopoiese. AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO PARASSIMPÁTICO EM UM MODELO DE RESPOSTA ALÉRGICA ALIMENTAR EM CAMUNDONGOS Gomes, P. F.1, Almeida, V. I1, Ribeiro, A.1, Ferraz-de-Paula, V.1, Pinheiro, M.L.1, Akamine, A. T.1, Quinteiro-Filho, W. M. 1, Palermo-Neto, J.1. 1Grupo de Neuroimunomodulação, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Recentemente foi descrita uma via anti-inflamatória na qual o principal mediador é a acetilcolina (ACh). Demonstrou-se que após insultos inflamatórios ocorre uma resposta reflexa e inconsciente, via nervo vago, com liberação de Acetilcolina (Tracey, 2003). Este fenômeno foi chamado de Reflexo Inflamatório. Macrófagos e outras células produtoras de citocinas expressam receptores para acetilcolina, sendo os efeitos até momento atribuídos à subunidade α7 (α7 nAChR) do receptor nicotínico. Agonistas deste receptor podem levar à inibição da liberação de citocinas pró-inflamatórias (CZURA; TRACEY, 2005; TRACEY 2007). O Objetivo do trabalho é avaliar a participação do sistema nervoso autônomo parassimpático em um modelo de resposta alérgica alimentar em camundongos, utilizando-se de um agonista nicotínico. MÉTODOS: Serão utilizados camundongos Balb./C, macho com 6 a 8 semanas, provenientes do Biotério do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo. Os animais serão divididos em 4 grupos: Alérgico + veiculo; Alérgico + anabasina; Não alérgico + anabasina; Não alérgico + veiculo; Fármaco: Utilizaremos a anabasina, um agonista de receptor nicotínico α7, na dose de 4mg/Kg. Os camundongos serão imunizados nos dias 0 e 14 com injeção intraperitoneal de 4µg de OVA grau V preparado em PBS com 1,6 mg de gel de Alumina em um volume total de 0,4 ml/animal. Os animais dos grupos alérgico + anabasina e não-alérgico + anabasina receberão anabasina via intraperitoneal trinta minutos antes do desafio.Nos dias 21, 22 e 23 os camundongos receberão 0,5 ml de solução de OVA 60% por gavage, no dia 24 os camundongos serão eutanasiados. SUPORTE FINANCEIRO: FAPESP. ENVOLVIMENTO DO MK-801 NOS EFEITOS INDUZIDOS PELA ANFETAMINA NA RESPOSTA INFLAMATÓRIA ALÉRGICA PULMONAR Hamasato EK1, Ribeiro A1, Ferraz-de-Paula V1, Pinheiro ML1, Quinteiro-Filho, W1, Damazo, AS3, Ligeiro de Oliveira AP2, Palermo-Neto J. 1 1 Grupo de Pesquisa em Neuroimunomodulação, Departamento de Patologia, Universidade de São Paulo 2 Departamento de Imunologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo 3 Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Federal do Mato Grosso E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Estudos de nosso laboratório mostraram a participação da corticosterona e das catecolaminas nos efeitos induzidos pela anfetamina sobre a migração celular em um modelo de inflamação alérgica pulmonar. Contudo, além das vias neuroendócrina e noradrenérgica estudados, têm sido considerados outros mecanismos através dos quais a anfetamina modularia a resposta imune. Neste sentido, estudos têm demonstrado que o glutamato atua não apenas como um neurotransmissor central, mas também, como um importante modulador imune por atuar em receptores presentes em células do sistema imune. Desta forma, pareceu-nos relevante abordar, a participação do sistema glutamatérgico nos efeitos induzidos pela anfetamina no modelo de inflamação alérgica pulmonar. MATERIAL E MÉTODOS: Foram utilizados camundongos machos adultos da linhagem BALB/C, com 8-10 semanas de idade, provenientes de proles obtidas no Biotério do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ - USP). Os animais foram utilizados segundo as normas e procedimentos éticos relativos ao uso de animais de laboratório do Comitê de Ética da FMVZ – USP (Protocolo nº 1633/2009). Para a indução da inflamação alérgica pulmonar os animais foram imunizados no dia D(0) com 0,4 mL de uma solução de 10 µg de OVA (Grau II) adsorvida em 10 mg de hidróxido de alumínio diluídos em PBS (phosfate-buffered saline) administrada por via intraperitoneal (i.p). No dia D(7), os animais receberam um reforço com a mesma solução pela via intraperitoneal (i.p). O desafio com o aerossol de OVA (Grau II) 2,5% diluída em PBS foi realizado, colocando-se os animais, duas vezes por dia (manhã e tarde) por um período de 20 minutos, durante os D(13) e D(14) em uma câmara (18,5 x 18,5 x 13,5) conectada a um nebulizador ultrassônico. O pré-tratamento com MK-801, antagonista dos receptores glutamatérgico – NMDA (0,25mg/Kg) foi realizado 30 minutos antes do tratamento com anfetamina (2mg/Kg) ou salina (0,9% NaCl) nos dias 13 e 14. No dia 15, 12 horas após a última nebulização com OVA, coletamos o lavado broncoalveolar (LBA) e o pulmão. Os leucócitos totais do LBA foram contados em câmaras de Neubauer e a contagem diferencial após coloração de Rosenfeld, empregandose critérios morfológicos. A quantificação das citocinas (IL-5, IL-13 e IL-10), das imunoglobulinas (IgE e IgE-OVA) e da corticosterona foi realizada por ELISA. A expressão das moléculas de adesão Lselectina e ICAM-1 foram determinadas em amostras de células coletadas do LBA por citometria de fluxo. O pulmão foi fixado, processado e corado com azul de toluidina e borato de sódio para análise histológica. Os cortes histológicos foram analisados por morfometria através do Software Axiovision (Zeiss) para determinação das áreas teciduais e contagem dos mastócitos. As células foram expressas em média ± desvio padrão por mm2 de tecido pulmonar. RESULTADOS: O tratamento com MK801 antes da administração de anfetamina em camundongos OVA sensibilizados e desafiados reverteu a: diminuição no número de leucócitos totais bem como o número de eosinófilos e neutrófilos no LBA; diminuição da porcentagem de expressão das moléculas L-selectina e ICAM-1 em granulócitos do LBA; diminuição das citocinas IL-10 e IL-13 no sobrenadante do LBA e a diminuição da desgranulação de mastócitos pulmonares. Além disso, não modificou a produção de IgE total e IgE OVA e os níveis de corticosterona plasmáticos. CONCLUSÃO: Nossos resultados, como um todo, sugerem que o aumento do número de leucócitos observado no LBA de animais OVA sensibilizados e desafiados e tratados com MK-801 + anfetamina tenha sido decorrente: do aumento da expressão de moléculas de adesão L-selectina e ICAM-1 em células do LBA, do aumento da liberação das citocinas IL-13 e IL-10 no LBA e da maior desgranulação de mastócitos pulmonares. Tomados em seu conjunto, quer nos parecer que os efeitos induzidos pela anfetamina implicam na ativação do sistema glutamatérgico via receptores NMDA. Possivelmente, as diferenças dos efeitos do MK-801, da anfetamina ou a combinação de fármacos se devam a uma modulação diferenciada do eixo hipotálamo pituitária adrenal (HPA) e o sistema nervoso autônomo simpático (SNAS). Não se descarta, também, uma ação direta do MK-801 em células imunes. AGRADECIMENTOS: FAPESP (2009/01826-4, 2009/51886-3) e CNPq. DIFERENCIAÇÃO, CAPACIDADE ENDOCÍTICA E FUNÇÃO APRESENTADORA DE ANTÍGENO DE CÉLULAS DENDRÍTICAS ISOLADAS DE CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À VAGOTOMIA SUBDIAFRAGMÁTICA Cruz, D. G.; Massoco, C. O. Departamento de Patologia Experimental e Comparada, FMVZ, USP. E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A identificação da via colinérgica na modulação da resposta imune e inflamatória tem sido apoiada por um número crescente de pesquisas nos últimos anos, principalmente nos estudos onde foram empregados modelos de vagotomia ou estimulação do nervo vago. Mais especificamente, demonstrou-se que o sistema nervoso central é capaz de ser informado sobre o estado da inflamação via sinais neurais aferentes devido à inervação vagal nos órgãos e células do sistema retículo-endotelial. Em resposta a esta sinalização o arco eferente motor exerce um efeito anti-inflamatório na periferia através da liberação de acetilcolina, diminuindo a produção de citocinas pró-inflamatórias por células imunes, tais como macrófagos. Evidências recentes da presença de receptores colinérgicos em células mais especializadas do sistema imune, como as células dendríticas (DCs), sugere a participação do sistema parassimpático na modulação da resposta imune. Uma provável hipótese é que o efeito anti-inflamatório da via colinérgica pode alterar indiretamente a função de células dendríticas, uma vez que “sinais de perigo” como o aumento de citocinas pró-inflamatórias, TNF-α e IL-1, induz a ativação destas células. O objetivo do presente trabalho é analisar a influência da via vagal sobre a geração, diferenciação e ativação das DCs de camundongos utilizando o modelo de vagotomia subdiafragmática em camundongos C57BL/6. METODOLOGIA: Camundongos C57BL/6 serão submetidos à laparotomia, sendo que em um grupo o nervo vago subdiafragmático será localizado e seccionado, e outro grupo terá apenas os ramos nervosos vagais separados, mas não seccionados (grupo sham). Após o período pós-operatório será realizada a coleta e isolamento das células dendríticas de órgãos linfóides secundários, bem como a geração de DCs a partir da medula óssea. Estas células serão avaliadas quanto ao estágio de diferenciação, a capacidade endocítica e função apresentadora de antígeno por citometria de fluxo, bem como a dosagem de citocinas IL-12p70 e IL10. CORRELAÇÃO ENTRE A EXPRESSÃO DE iNOS E PARASITISMO EM LINFONODO DE CÃES NATURALMENTE INFECTADOS COM LEISHMANIA (LEISHMANIA) INFANTUM CHAGASI Francesquini Fc1; Tomokane Ty1; Batista, Lfs1; Marcondes M2; Corbett Cep1; Laurenti Md1 1Laboratório de Patologia de Moléstias Infecciosas - LIM50, Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo 2Departamento de Clínica Cirurgia e Reprodução Animal, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A produção de óxido nítrico (NO) pela óxido nítrico sintetase induzível (iNOS ou iNOS2) representa um dos principais mecanismos microbicidas em macrófagos murinos. Estudos recentes sugerem que a expressão de iNOS por macrófagos desempenham um importante papel no controle da infecção por Leishmania em cães. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar a expressão de NOS2 em linfonodo de cães naturalmente infectados por Leishmania (L.) i. chagasi. MATERIAL E MÉTODOS: Vinte e um cães infectados por Leishmania, 11 sintomáticos e 10 assintomáticos provenientes do Centro de Controle de Zoonoses, foram submetidos à eutanásia e fragmentos de linfonodo foram coletados em solução de formol 10%, processados histologicamente e por imuno-histoquímica, usando como anticorpos primários, soro de camundongo cronicamente infectado por Leishmania e anticorpo policlonal anti-NOS2 humano (Santa Cruz), e como sistema de revelação foi utilizado o kit LSAB (DakoCytomation) e NovoLink (Novocastra), respectivamente. Imagens foram obtidas utilizando o sistema de análise de imagem (Zeiss) com o objetivo de quantificar o número de formas amastigotas de Leishmania e de células NOS2+. A correlação entre o número de parasitos e o número de células expressando NOS2 foi realizado através do teste de Spearman. RESULTADOS: Não foram observadas diferenças no parasitismo tecidual e na expressão de NOS2 entre os cães sintomáticos e assintomáticos. Apesar disso, houve correlação negativa entre o parasitismo e células NOS2+ em cães sintomáticos (rs= -0,8273, p= 0,0017) e em cães assintomáticos (rs= -0,6565, p= 0,0391). Em outras palavras, a alta expressão de NOS2 foi relacionada com o baixo parasitismo no linfonodo de cães sintomáticos e assintomáticos. CONCLUSÕES: Os resultados sugerem que a expressão de NOS2 pode ser responsável pelo controle do parasitismo em linfonodo de cães. SUPORTE FINANCEIRO: FAPESP, LIM50/HC-FMUSP. AVALIAÇÃO DA INFECÇÃO POR Leishmania (Viannia) braziliensis NA PRESENÇA DO LISADO DE GLÂNDULA SALIVAR DE Psychodopygus wellcomei E Lutzomyia longipalpis 1 Francesquini, F.C; 1Carvalho,A.K.; 1Passero, L.F.D.; 1Tomokane,T.Y.; 1Bordon, M.L.A.C.; 2Silveira, F.T.; 1Corbett, C.E.P.; 1Laurenti, M.D. 1Laboratório de Patologia de Doenças Infecciosas(LIM-50), Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (SP), 2Laboratório de Leishmanioses, Instituto Evandro Chagas, Belém (PA), BRASIL INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Leishmaniose é uma importante doença tropical causada por parasitos do gênero Leishmania, e transmitida através de flebotomíneos fêmeas durante o repasto sanguíneo. A saliva do flebotomíneo vetor desempenha um importante papel na infecção por Leishmania, pois a inoculação do parasita na presença do lisado da glândula salivar (LGS) em modelos murinos resulta no aumento do tamanho de lesão e do parasitismo. A maioria dos trabalhos sobre o efeito da saliva na infecção por Leishmania foi realizada com LGS de fletobomíneos colonizados, entretanto, estudos mostram que há diferença no perfil da infecção quando são utilizadas LGS de flebotomíneos capturados em campo. Além do mais, estudos sobre o efeito da saliva no binômio natural vetor/parasita são escassos. Assim, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o perfil da infecção por Leishmania (V.) braziliensis na presença de LGS de Psychodopygus wellcomei (binômio natural vetor/parasita) e LGS Lu. longipalpis, ambos provenientes de captura em campo. MÉTODOS: Camundongos BALB/c foram inoculados nas patas traseiras com 106 promastigotas de L.braziliensis, L.braziliensis + meio par de LGS de Psy. wellcomei, L.braziliensis + meio par de LGS Lu. longipalpis, (ambos coletados em campo), e o controle inoculado apenas com PBS. A evolução da lesão foi avaliada até a 9ª semana pós-infecção (PI) quando foram coletadas biópsias do ponto de inoculação para análise histopatológica e determinação da carga parasitária através da diluição limitante. RESULTADOS: Foi observado que tanto na infecção por L.braziliensis + LGS Psy. wellcomei quanto por L.braziliensis + LGS Lu. longipalpis a lesão foi maior na 8ª semana PI que na infecção por L.braziliensis. Entretanto a análise histopatológica mostra um infiltrado inflamatório mais intenso na infecção de L.braziliensis + LGS Psy. wellcomei quando comparado com os outros dois grupos, os quais apresentam um infiltrado inflamatório discreto e focal. A carga parasitária não apresentou diferença entre os grupos estudados. CONCLUSÃO: O binômio natural vetor/saliva resultante da infecção L.braziliensis + LGS Psy. wellcomei apresenta uma tendência a exacerbar a infecção quando comparado a infecção por L.braziliensis + LGS Lu. longipalpis e por L.braziliensis em camundongos BALB/c. AGRADECIMENTOS: CAPES, LIM50 HC-FMUSP. POSSÍVEL AÇÃO DO FIPRONIL NA RESPOSTA COMPORTAMENTAL EM LABIRINTO EM CRUZ ELEAVADO NA PROLE MASCULINA DE RATOS 1 Mariana Sayuri Berto Udo, 1 Thaísa Meira Sandini, 2Helenice De Souza Spinosa 1Programa de Pós-Graduação em Toxicologia e Análises Toxicológicas, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, São Paulo/SP, Brasil; 2Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo/SP, Brasil. INTRODUÇÃO: O fipronil, um inseticida de amplo espectro, usado para o controle de pragas em diversas áreas, é um bloqueador dos canais de cloreto acoplados aos receptores GABA. Apesar de ser mais tóxico aos insetos, o fipronil também pode atuar como interferente endócrico em mamíferos. Sabe-se que o GABA é um dos principais neurotransmissores relacionado a ansiedade e que o Labirinto em Cruz Elevado (LCE) é o modelo experimental mais adequado para essa verificação. OBJETIVOS: Avaliação da resposta comportamental em LCE, na idade adulta, da prole de ratos expostos ao fipronil durante a gestação. METODOLOGIA: Ratas Wistar prenhes (n=8 por grupo) receberam, por gavagem, do 6º ao 20º dia de gestação, diferentes doses de uma solução de fipronil (0,1; 1,0 e 10,0mg/Kg/dia). As ninhadas foram padronizadas para 8 filhotes (4 fêmeas e 4 machos) e o desmame ocorreu no dia 21 de lactação. A prole foi avaliada na idade adulta (75 dias de vida) no LCE quanto à porcentagem de entrada e permanência em cada braço. Os resultados foram analisados estatisticamente pela ANOVA. RESULTADOS E CONCLUSÃO: Os resultados não mostraram diferenças significantes entre os filhotes do sexo feminino, porém, os filhotes machos, cujas mães estiveram expostas a maior dose de fipronil durante a gestação, apresentaram uma preferência maior pelos braços fechados, tanto em relação à porcentagem de entradas (p<0,05) quanto à permanência (p<0,05) quando comparados ao controle sugerindo que o fipronil alterou a emocionalidade desses animais tornando-os mais ansiosos. APOIO FINANCEIRO: CAPES e FAPESP, respectivamente aos primeiros autores. A EXPOSIÇÃO PRÉ-NATAL AO SENECIO BRASILIENSIS PROMOVE AUMENTO DA ATIVIDADE MOTORA DE RATOS NA IDADE ADULTA Sandini, T.M, 1Udo, M.S.B, 2Reis-Silva, T. M., 2Spinosa, H.S. 1 1Programa de Pós-Graduação em Toxicologia e Análises Toxicológicas, Faculdade de Farmácia, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil; 2Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A intoxicação por Senecio spp., é a uma das principais intoxicações atribuídas por plantas em bovinos. A intoxicação que ocorre especialmente por Senecio brasiliensis pode variar em função dos metabólitos formados (pirróis) e da espécie animal ter a capacidade de detoxificalos ou não. Sabe-se, que resíduos de pirróis podem ser econtrados em diversos tecidos do animal durante um longo período após cessar a exposição. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade motora em campo aberto da prole de ratas expostas durante a gestação ao Senecio brasiliensis. MATERIAL E MÉTODOS: Ratas fêmeas prenhes receberam, por gavagem, do 6° até o 20º dia de gestação, o extrato butanólico das folhas secas da planta Senecio brasiliensis em diferentes doses (3, 6 e 9 mg/Kg/dia), cuja maior dose mostrou baixa toxicidade em experimento prévio realizados em nossos laboratórios, após a administração por 28 dias. RESULTADOS: Os resultados mostraram não haver diferenças significantes entre os grupos quando se avaliou a atividade motora no campo aberto (freqüência de locomoção, levantar, “grooming” e duração de imobilidade) durante o período pós-natal nos dias 15, 16, 17, 18, 19, 20 e 21 de vida. No entanto, na idade adulta (75 dias de vida) observou-se aumento de locomoção dos filhotes machos provenientes do grupo de 6 e 9 mg/kg. CONCLUSÃO: Estes resultados indicam que a exposição pré-natal ao Senecio brasiliensis não alterou a atividade geral no campo aberto da prole lactante, porém observou-se aumento da atividade motora na idade adulta. Esse dado pode indicar uma possível falta de adaptação dos animais ao meio ambiente. Outros estudos comportamentais (labirinto em cruz elevado, interação social) estão sendo realizados para esclarecer esse achado. AGRADECIMENTOS: FAPESP. ESTUDO DA TOXICIDADE DA UNCARIA TOMENTOSA EM RATOS WISTAR: AVALIAÇÃO DOS POSSÍVEIS EFEITOS TÓXICOS NO SISTEMA REPRODUTIVO Santanna, M. J.; Górniak, S. L. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - USP E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A Uncaria tomentosa é uma planta da família Rubiaceae que cresce nas terras altas da floresta amazônica e tem como nome popular no Brasil unha-de-gato, devido ao seu formato curvilíneo de suas folhas. Esta planta vem sendo amplamente utilizada na medicina popular como anticancerígeno, imunomodulador e antiinflamatório, e ainda, como terapia para úlceras gástricas, diarréia, gonorréia, artrite, reumatismo, acne, doenças do trato urinário. Embora muitos estudos tenham sido realizados com a U. tomentosa, verificando seus potenciais efeitos terapêuticos, muito poucos dados são encontrados, relativos à sua avaliação de toxicidade. Considerando que esta planta vem sendo amplamente utilizada no Brasil, o objetivo deste trabalho é o de avaliar os possíveis efeitos tóxicos na reprodução. MÉTODOS: Serão utilizados ratos Wistar machos e fêmeas a partir de 5 semanas de vida. Estes animais receberão os diferentes tratamentos por via oral, através de gavagem: o extrato aquoso da U. tomentosa será administrado nas doses de 15, 75 e 150 mg/kg; o bisfenol, na dose de 100 µg/kg, que é uma substância sabidamente desregulador endócrino (como controle positivo), e ainda, um grupo de animais que receberá água durante todo o período experimental (controle). Os ratos machos da geração parental receberão o extrato aquoso da U. tomentosa até o período de acasalamento (durante 70 dias); enquanto que nas fêmeas, será proposto a administração da U. tomentosa 14 dias antes do período de acasalamento, e continuando, durante todo o período de prenhez, até o 21º dia de vida da geração F1 (somando 56 dias). Será realizada coleta de fragmentos tanto da geração parental quanto da geração F1 para posterior análise, além da avaliação das alterações no comportamento sexual das mães e quaisquer alterações na viabilidade dos fetos. DIAGNÓSTICO MOLECULAR DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA ATRAVÉS DE SANGUE COLETADO EM PAPEL DE FILTRO 1 Aschar M; 1Rosa, MF, 2Braga ET; 1Tomokane TY; 1Laurenti MD; 2Marcondes M; 1 Corbett CEP; 1da Matta VLR. 1Laboratório de Patologia de Moléstias Infecciosas (LIM-50), Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo 2Departamento de Clínica, Faculdade de Medicina Veterinária da UNESP- Araçatuba, São Paulo INTRODUÇÃO: O cão é considerado o principal reservatório doméstico de Leishmania (L.) i. chagasi. A eutanásia de cães soropositivos é recomendada como uma medida de controle da leishmaniose visceral (LV) no Brasil. Portanto, um diagnóstico acurado da doença é importante tanto para o programa de controle da LV como para clínicos veterinários. OBJETIVO: Investigar o desempenho da PCR em tempo real (qPCR) no diagnóstico parasitológico de LV canina usando sangue coletado em papel de filtro. MATERIAL E MÉTODO: Foram colhidos sangue periférico e fragmentos de linfonodo poplíteo de 45 animais (35 sintomáticos e 7 assintomáticos) de área endêmica de LV canina (Araçatuba, São Paulo). Parte do sangue foi acondicionada e congelada a –20°C e a outra (40 microlitros) foi depositada em papel de filtro especial (Whatman FTA® card), estocado à temperatura ambiente. Os fragmentos de linfonodo foram armazenados a –20°C. Após extração, o DNA de todas as amostras foi amplificado por qPCR, gerando um produto de 120 pares de base de Leishmania (L) i. chagasi. A sorologia foi realizada por ELISA com antígeno bruto do parasito. RESULTADOS: Houve detecção de DNA de parasitos no sangue colhido em papel de filtro em 80% dos casos e, em 82% no linfonodo. No sangue total congelado foi encontrado em apenas 41% dos animais. A sorologia foi positiva em 47% dos casos. Considerando-se os assintomáticos, 6 dos 7 animais foram positivos no sangue colhido em papel de filtro, 4 no linfonodo e 3 no sangue congelado. Apenas 1 animal foi positivo por ELISA. COMENTÁRIOS: Neste estudo, os dados revelaram que a recuperação de DNA de Leishmania do sangue colhido em papel de filtro foi mais elevada quando comparada ao sangue congelado e similar ao linfonodo. Ressalta-se que esta amostra clínica foi também mais eficaz na determinação de infecção nos casos assintomáticos por PCR em tempo real. Portanto, sangue coletado em papel de filtro, além da facilidade da coleta, se mostrou adequado para confirmar infecção por método molecular. APOIO: FAPESP e LIM50 HC-FMUSP. ESTUDO DA HELICOBACTERIOSE EM AMOSTRAS GÁSTRICAS DE CÃES E GATOS: AVALIAÇÃO DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA, IDENTIFICAÇÃO DO GÊNERO E COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO Débora Cristina Romero, Lilian Rose Marques de Sá Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A associação entre a infecção pelo H. pylori no homem e a indução de gastrites, úlceras, carcinoma gástrico e do linfoma gástrico tipo MALT está bem estabelecida. Por outro lado, nos animais a infecção é predominantemente por outras espécies de helicobactérias, sendo que há poucos dados na literatura que não expõe um consenso e mostra informações conflitantes sobre o papel do Helicobacter spp na fisiopatogenia das gastropatias causadas por essas bactérias nos animais. O projeto tem como objetivo contribuir para o estudo da helicobacteriose gástrica e sua relação com doenças gástricas em cães e gatos domésticos, que vierem a óbito no HOVET –FMVZ/USP no período de um ano. Para tanto, espera-se determinar a ocorrência e a freqüência do gênero Helicobacter quanto à sua distribuição na mucosa gástrica (fundo, corpo e antro) nesses animais e ainda comparar os métodos de diagnóstico entre si na identificação do gênero e na resposta imune da mucosa gástrica do hospedeiro. MATERIAIS E MÉTODOS: Serão coletadas amostras gástricas do fundo, corpo e antro de cães e gatos, de qualquer raça, sexo e idade que vierem a óbito natural ou nos quais for realizada eutanásia no HOVET, durante o período de um ano. Serão utilizados métodos como o teste rápido da urease, citologia, histopatologia, histoquímica, biologia molecular e imuno-histoquímica tanto para a identificação do agente como para avaliar sua relação com as lesões gástricas considerando aspectos epidemiológicos e clínicos dos animais. RESULTADOS: Até o momento foram coletadas 18 amostras gástricas de cães e 7 gatos. Os resultados obtidos pelo teste de urease das amostras caninas resultou em 15 amostras positivas para o agente e 3 negativas. Das 7 amostras felinas, 6 foram positivas e 1 foi negativa. Espera-se adicionar estes resultados aos outros métodos que serão utilizados para buscar respostas quanto à presença da bactéria e sua correlação com a resposta do hospedeiro e as gastropatias. AGRADECIMENTOS: Agradecimentos ao Serviço de Patologia do VPT, ao Laboratório de Ornitopatologia, ao HOVET, e a CAPES. ISOLAMENTO E CARACTERIZAÇÃO DE CÉLULAS TRONCO CANCEROSAS DE NEOPLASIAS MAMÁRIAS DE CADELAS Tatiane M. Giovani1; Lucas S. Machado2; Arina L. Rochetti2; Silvia H. S. Godoy2; Ricardo F. Strefezzi1,3; Heidge Fukumasu1,2. 1 Programa de Pós-graduação em Patologia Experimental e Comparada – FMVZ-USP, São Paulo-SP 2 Departamento de Ciências Básicas – FZEA-USP, Pirassununga-SP 3 Departamento de Zootecnia – FZEA-USP, Pirassununga-SP INTRODUÇÃO: Em cães, cânceres são a principal causa de óbitos de animais idosos, sendo as neoplasias mamárias as mais freqüentes em cadelas. Recentemente a descoberta de populações de células tumorais com características de células-tronco, implicaram na hipótese das células-tronco cancerosas (Cancer Stem Cells, abreviação CSCs) que postula a existência de sub-populações de células responsáveis pela recidiva tumoral após a quimioterapia e pela manutenção do crescimento tumoral. Por definição, as CSCs possuem propriedades semelhantes às células-tronco normais (CTs) como pluripotência, potencial de auto-renovação, capacidade de diferenciação em diferentes tipos celulares. Após a marcação com o corante vital Hoechst 33342 em células da medula óssea, cujas, possuíam fenótipo de células-tronco hematopoiéticas, uma população nomeada de lateral (do inglês Side Population, SP) apresentaram menor marcação com o corante vital, situando-se no canto inferior esquerdo quando da análise pelo citômetro de fluxo nas duas fluorescências emitidas. Esta propriedade que populações de CTs e CSCs possuem é relacionada à maior expressão de proteínas transportadoras, podendo ser considerado uma bomba de efluxo de múltiplas drogas. Outra característica importante das CTs e das CSCs de tumores de mama de humanos é a alta atividade de aldeído-desidrogenase (ALDH), sendo considerado também como um fator relacionado com pior prognóstico clínico. Cabe ressaltar ainda que em humanos, a população de CSCs de tumores de mama é rica em células CD44+/CD24-/low, fato ainda não verificado em tumores de cadelas. OBJETIVO E METODOLOGIA: Portanto, o intuito deste projeto é de determinar a existência e caracterizar a população de células-tronco cancerosas (CSCs) em tumores sólidos de glândula mamária em cadelas, verificando seu potencial prognóstico sobre o grau histológico, tempo de sobrevida e tempo sem recidiva tumoral, através de: 1) Isolar a população “Side Population” enriquecida em CSCs de tumores sólidos de mama de cadelas. 2) Identificar biomarcadores que distingam a população SP (Aldefluorhigh, CD44+, CD24-/low) da população não-SP dos tumores; 3) Correlacionar % CSCs com grau histológico, tempo sem recidiva tumoral e sobrevida nos animais estudados; 4) Confecção das lâminas de tissue microarray com os tumores de mama de cadela; 5) Validar os marcadores por imunohistoquímica nos tumores dos mesmos animais (ALDH, CD44, E-CADH e TWIST). ROLE OF NEUROCHEMISTRY IN THE ADAPTIVE VALUE OF BEHAVIOR: COMPETITION BETWEEN MATERNAL BEHAVIOR AND THE SICK DURING LACTATION Amanda F. Do Nascimento, Maria Martha Bernardi e Luciano Freitas Felício Veterinary School, Pathology Department, University Of São Paulo São Paulo, Brazil INTRODUTION AND OBJECTIVES: In mammals, the amount of caring a mother offer to her offspring is defined as maternalbehaviour(MB). MB is a complexbehaviour with specific characteristics for each species, which are determined by physiological changes which happens a bit before or right after parturition (Numan 1994 ; MATTSON et al,2001). During this special period , the main objective is to ensure hers and her offspring´s survival. Of according to Hart (1988), the changes found in sick animals, were defined in group as sickbehaviour(SB), which corresponds to an organized group of behavioural and physiological changes. Infections caused by LPS during pregnancy might cause mental diseases and among many other problems(Have et al, 2006). By knowing little about the possible relationship between MB and SB, we used the LPS, an endotoxinderived from the wall of a bacterium, as an inducer of SB. METHODS AND RESULTS: For the study of MB and MB aggressive, 20 lactating rats were divided by 2 groups, control and experimental. The experimental group received 100ug/kg LPSintraperitoneally(i.p), 48h afterendotoxinadministration, began the observations of general activity in open field, MB and MB aggressive. For choice these days, were used 20 virgin female rats they receivedip 100 µg/kg, where were measured temperature and weight body, and also the consumption of water and food during 120 hours. Females of control group were observed in the same way, but were treated with vehicle of LPS. The results showed that: 1) In female virgin rats treated with LPS there were changes in all parameter settings evaluated 2) In period of lactation was observed a decrease in latency to load the first baby. CONCLUSIONS: One hypothesis to explain the small effects of experimental inflammation induced by LPS in female rats during lactation, would be that this period is more relevant to care, feeding and protecting offspring, than express SB. On the other hand, can not affirm, given our results, that the lactating rats responded to LPS. Just as observed in the final stages of pregnancy, in which the immune system is depressed. FINANCIAL SUPPORT: FAPESP. BIBLIOGRAPHY HART BL. NeurosciBiobehav Rev. 1988;12(2):123-37 MATTSON BJ, WILLIAMS S, ROSENBLATT JS, MORRELL JI. Behav. Neurosci. 2001 Jun;115(3):683-94. MEYER, U.; FELDON, J.; SCHEDLOWSKI, M.; YEE, B. K. Neuroscience and Biobehavioral Reviews, v. 29, n. 6, p. 913-947, 2005. NUMAN, BJ. In : Knobil, E ; Neill, J. The Physiology of Reproduction, N. York: Raven Press, pag: 221-302, 1994. PRESENÇA DE CONTAMINANTES AMBIENTAIS EM TECIDOS DE TARTARUGA-VERDE (Chelonia mydas) PROVENIENTES DA COSTA BRASILEIRA: ESTUDO DA PREVALÊNCIA EM ANIMAIS ACOMETIDOS PELA FIBROPAPILOMATOSE: PROJETO DE PESQUISA. Sánchez-Sarmiento, A. M.1,6, Rossi, S. 2, Vale, L. A. S.3, Werneck, M. R.4, Baptistotte, C.4, Santos, R. G.5, Matushima, E. R.1 1 Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade São Paulo, SP. 2 Programa de Pós-Graduação em Ecologia Aplicada, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Universidade de São Paulo, SP. 3 Grupo de Pesquisa em Química Verde e Ambiental, Instituto de Química, Universidade de São Paulo, SP. 4 Projeto 5 Departamento Tamar-ICMBio. de Oceanografia e Ecologia, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES. E-mail:[email protected] INTRODUÇÃO: A ação do homem nos âmbitos marinho e costeiro vem ameaçando o ecossistema de numerosas populações, como acontece com as tartarugas marinhas [1]. Isto é consequência do aumento das intervenções antropogênicas, as quais repercutem na saúde dos habitats, afetando negativamente espécies de longa vida, como a Chelonia mydas. Este quelônio encontra-se catalogado como espécie em perigo pela International Union for Conservation of Nature (IUCN) [2] e no Brasil tem sido listado como vulnerável [3]. As ameaças à espécie incluem captura por pesca, degradação do habitat nas áreas de alimentação e nidificação e doenças. Dentre as doenças infecciosas, se destaca a fibropapilomatose (FP), considerada uma das mais importantes ameaças à sobrevivência da tartarugaverde [4]. A fibropapilomatose é uma afecção tumoral, debilitante e potencialmente fatal para as tartarugas marinhas [5]. Numerosas hipóteses têm surgido a respeito da etiologia da doença, mas ainda nada é conclusivo. Contudo existe o consenso de que a etiologia da mesma seja multifatorial. O aumento da ocorrência desta doença tem sido implicada à degradação dos habitats marinhos relacionada aos contaminantes ambientais e seus metabólitos. Compostos organoclorados (OCs) como os bifenilos policlorados (PCBs) são persistentes, bio-acumulam e bio-magnificam no ambiente marinho através do tempo, sendo conhecidos por causarem efeitos adversos na saúde, por alterarem a imunidade e serem apontados como agentes carcinogênicos. OBJETIVOS: pretende-se avaliar as tendências desses compostos estabelecendo uma relação entre a sua concentração em diferentes tecidos de C. mydas, com e sem presença de fibropapilomatose, para assim conhecer os possíveis efeitos destes compostos na saúde das populações de tartarugas-verde da costa brasileira. MATERIAL E MÉTODOS: Fragmentos de tecidos foram coletados durante a necrópsia de indivíduos provenientes das regiões de Ubatuba-SP e Vitória-ES. Após etapa de preparação das amostras, estas foram submetidas à Extração Acelerada por Solvente (ASE) e injetadas no Cromatógrafo a gás com espectrômetro de massas (CG-EM/EM), para identificação e quantificação dos PCBs segundo as metodologias desenvolvidas para analise de matrizes biológicas [6]. AGRADECIMENTOS: Ao Projeto Tamar-ICMBio. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP, 2011/04565-7, e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq,130082/2011-2. REFERÊNCIAS: [1] Seminoff, J. A. Chelonia mydas. 2004. In: IUCN 2010. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2010.4. <www.iucnredlist.org>. Downloaded on 04 November 2010. [2] IUCN. 2010. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2010.4. <www.iucnredlist.org>. Downloaded on 04 October 2011. [3] Martins, M.; Molina, F. B. 2008. Panorama Geral dos Répteis Ameaçados do Brasil In: Machado, A. B. M., Drummond, G. M., Paglia, A. P. (Eds.), Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Ministério do Meio Ambiente (Brasil): disponível em <http://www.mma.gov.br>. Acesso em 04 de outubro de 2011. [4] Work, T. M.; Balazs, G. H. 1997. Causes of green turtle (Chelonia mydas) morbidity and mortality in Hawaii. In: Annual symposi in the sea turtle biology and conservation, 17., Florida. Proceedings… [5] Baptistotte, C.; Scalfone, J. T.; Gallo, B. M. G.; Santos, A. S.; Castilhos, J. C.; Lima, E. H. S. M.; Bellini, C.; Barata, P. C. R. 2001. Prevalence of sea turtle fibropapillomatosis in Brazil. In: Annual symposium on sea turtle biology and conservation, 21., Philadelphia. Proceedings… [6] van de Merwe, J. P.; Hodge, M.; Whittier, J. M.; Lee, S. Y. 2009. Analysing persistent organic pollutants in eggs, blood and tissue of the green turtle (Chelonia mydas) using gas chromatography with tandem mass spectrometry (GC-MSyMS). Anal Bioanal Chem, 393: 1719-1731. TERAPIA FOTODINÂMICA NO TRATAMENTO DE TUMORES: AVALIAÇÃO DO EFEITO SOBRE O SISTEMA IMUNOLÓGICO Del-Grande, M.P.¹; Dagli, M.L.Z.¹ ¹Departamento de Patologia. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. Universidade de São Paulo (VPT/FMVZ/USP) INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A terapia fotodinâmica (Photodynamic Therapy - PDT) é um método de tratar neoplasias baseado na interação entre luz, oxigênio molecular e um agente fotossensibilizador endovenoso, tópico ou oral. Após a administração do fotossensibilizante, o tumor é iluminado com luz visível, ativando o agente, e produzindo espécies reativas de oxigênio, altamente citotóxicas, que provocam morte celular e destruição tecidual. A característica singular da PDT no tratamento de neoplasias é a participação ativa do sistema imunológico. Os efeitos fototóxicos na membrana celular levam à liberação de mediadores inflamatórios. A inflamação local e as células dendriticas acumuladas, junto à destruição das células neoplásicas, determinam a condição necessária para a apresentação de antígenos tumorais aos linfócitos T CD4. Estes sensibilizarão os linfócitos T CD8, causando uma resposta imunológica específica para tal neoplasia, envolvida na erradicação de focos disseminados e/ou metastáticos da mesma. Ademais há sensibilização de linfócitos B, produzindo resposta humoral. Pretende-se investigar os efeitos in vivo da PDT sobre o sistema imunológico, para tanto, utilizar-se-á o tumor de Ehrlich na sua forma sólida. MATERIAL E MÉTODOS: A fim de verificar a resposta do tumor de Ehrlich ao tratamento com a PDT, camundongos com células tumorais inoculadas no subcutâneo do dorso receberão a PDT baseada no ácido 5-aminolevulínico ou azul de metileno. Posteriormente mensurar-se-á os tumores durante 10 dias, e comparar-se-á à evolução tumoral em animais não tratados. Já para averiguar o efeito da PDT em focos tumorais secundários, animais previamente inoculados no dorso e tratados com a PDT ou excisão cirúrgica, e o grupo controle sem tratamento, serão novamente inoculados no coxim plantar, que será mensurado por 10 dias, a fim de se comparar o crescimento do tumor secundário dentre os grupos. Os tumores secundários serão excisados e analisados histologicamente ao fim de ambos os experimentos.Para determinar o efeito da PDT (usada em um foco primário) sobre metástases pulmonares, animais tratados previamente, com PDT ou remoção cirúrgica, e os controles sem tratamento e sem tumor, receberão endovenosamente células tumorais, a fim de gerar metástases pulmonares. Após os animais serão sacrificados e fragmentos dos pulmões serão analisados histologicamente e contar-se-á as colônias metastáticas, comparando-se os grupos. PARTICIPAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO SIMPÁTICO E DO EIXO HIPOTÁLAMO-PITUITÁRIA- ADRENAL NAS ALTERAÇÕES NEUROIMUNES INDUZIDAS PELA CONVIVÊNCIA COM UM COMPANHEIRO DOENTE Machado, T.R.M.; Alves, G.J.; Palermo-Neto, J. Departamento de Patologia - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia- FMVZ-USP E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Os trabalhos na área de neuroimunomodulação vêm contribuindo de forma marcante para o entendimento da regulação/modulação das respostas adaptativas dos organismos frente ao estresse ou às doenças. A integração de modelos biológicos e psicológicos surge e torna-se cada vez mais importante para a neuroimunologia. Sabe-se que em um estresse o eixo Hipotálamo-Pituitária-Adrenal (HPA) e o Sistema Nervoso Autônomo Simpático (SNAS) podem ser ativados e, então, modular a resposta imune. A convivência prolongada com um animal conspecífico severamente doente (injetado com células do tumor ascítico de Ehrlich) levou a alterações comportamentais e de imunidade em camundongas (inata e adquirida) (MORGULIS et al., 2004; ALVES et al. 2011, 2010, 2007, 2006). O presente trabalho, tem como objetivo avaliar alterações neuroimunes em camundongos machos que conviveram por 11 dias com companheiros “doentes” inoculados com tumor ascítico de Ehrlich, além de analisar a participação do eixo HPA e do SNAS nestes efeitos. MÉTODOS: Os camundongos serão separados em pares e deixados em coabitação durante 7 dias. No oitavo dia (dia 0 dos experimentos) serão divididos em dois grupos: controle e experimental. No 11° dia, os procedimentos serão feitos com os “companheiros”. Serão realizadas as seguintes avaliações: 1) corticosterona sérica; 2) noradrenalina e adrenalina plasmática; 3) noradrenalina no hipotálamo e córtex frontal; 4) crescimento tumoral; 5) burst oxidativo e fagocitose de neutrófilos por citometria de fluxo; 6) comportamento em campo aberto; 7) peso e histologia da glândula adrenal; 8) níveis de citocinas no baço (IFN- gama, IL-4, IL-12, IL-10, IL-6 e TNF- alfa) por ELISA; 9) níveis de citocinas (IL-1β, IL-6 e TNF- α) no hipotálamo e córtex frontal, por Polimerase Chain Reaction (PCR) real time; 10) expressão de enzimas de síntese de catecolaminas (tirosina hidroxilase e dopamina hidroxilase) no hipotálamo e córtex frontal por PCR; 11) reavaliação da atividade SNAS e do eixo HPA através do uso dos fármacos 6- hidroxidopamina (depletor noradrenérgico) e Metirapona (inibidor da síntese de corticosterona). DETECTION OF E. COLI AND EVALUATION OF ANTIMICROBIAL RESISTANCE FROM CLOACAL SWABS OF GOLDEN CONURE (GUARUBA GUAROUBA) KEPT IN CAPTIVITY IN SAO PAULO STATE –BRAZIL Prioste, Fabíola E. S.1; Zwargg, Ticiana S.1; Teixeira, Rodrigo H. F.2; Matushima, Eliana R.1 1 Faculdade 2Parque de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo Zoológico Municipal Quinzinho de Barros – Sorocaba, São Paulo INTRODUCTION: Golden conure (G. guarouba) is a endemic parrot from Brazilian Amazon Forest, endangered since 1981 by the IUCN (1). There are approximately 600 golden conures kept in captivity in Brazil and 1200 in wildlife (2). Those in captivity are considered an excellent research area, giving the data base for a best comprehension for the wildlife ones. METHODS: In this study, we performed cloacal swabs of 86 subjects, males and females, from Zoos and Breeding Programs at São Paulo state – Brazil, proceeding to culture for E. coli. Samples with bacterial growth were tested to antimicrobial susceptibility for 16 different medicines. RESULTS AND DISCUSSION: 50% of the total sample have shown a growth of E. Coli. It seems that E.coli is a normal enterobacteria on this population. Results on the susceptibility tests shows highly resistance for Ampicilin, Amoxicilin + Clavulanic Acid and Penicilines (100%), a medium resistance for Cephalexin (67%), a low resistance for Enrofloxacin (7%), and a non-resistance for Chloramphenicol (0%). This last one has shown the best susceptibility result (86%). Although the Tetracycline showed one of the lowest resistance (9%), it was intermediate in 60% of the samples, not representing a good choice of treatment for colibacilosis in these birds. All samples are stored at – 80ºC for future tests. ACKNOWLEDGEMENTS: Parque Zoológico Municipal Quinzinho de Barros, Zooparque Itatiba, Zoológico Municipal de Mogi-mirim, Criadouro Comercial Arco-íris, Orquidário Municipal de Santos, Parque Zoológico Municipal de Bauru, Criadouro Comercial Três Marias, Criadouro Comercial Grizotto, Fundação Parque Zoológico de São Paulo, Criadouro Conservacionista Fundação Lymington. REFERENCES: (1)IUCN redlist. http://www.iucnredlist.org/apps/redlist/details/150489/0 (2)LARANJEIRAS, T. O. Distribuição geográfica, história natural e conservação da Ararajuba (Guaruba guarouba) – Psittacidae. 114fl. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) – INPA – Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2008. AVALIAÇÃO DO ESTRESSE POR CALOR SOBRE A ATIVIDADE DE LINFÓCITOS E A RESPOSTA VACINAL AO PARAMIXOVÍRUS (DOENÇA DE NEWCASTLE) EM FRANGOS DE CORTE Honda, B., Ferreira, A. J. P., Raso, T. F., Quinteiro-Filho, W. M, Ribeiro, A., Ferraz de Paula, V., Costola, C., Gomes, P. F., Pinheiro, M. L., Palermo-Neto, J. Departamento de Patologia Animal (VPT) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnica da Universidade de São Paulo INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A neuroimunomodulação é o ramo da ciência que estuda as relações bidirecionais entre os sistemas nervoso e imune. Com relação ao sistema de produção de frangos de corte, uma série de fatores como ambiente, estado nutricional, fisiológico e social podem gerar estresse que, de acordo com experimentos realizados em nossos laboratórios, relacionam-se com perdas zootécnicas, imunossupressão e comportamento doentio. A utilização de vacinas na produção de frangos de corte contra uma grande variedade de doenças infecciosas se tornou bastante comum; porém, a resposta vacinal ou natural pode ser diversificada. Neste ponto, destaca-se Doença de Newcastle que se posiciona na lista “A” da Organização Internacional de Epizootias. O conhecimento desses pontos permite a importância da compreensão da presença e da patogênese dos fatores de risco relacionados à imunossupressão para o sucesso da produção e para a otimização da saúde e do bemestar dos animais, permitindo assim, a utilização de todo o potencial genético e nutricional investidos na criação. Portanto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos do estresse por calor sobre a atividade de linfócitos e sobre a resposta vacinal ao paramixovírus (Doença de Newcastle) em frangos de corte sob uma perspectiva neuroimunológica. MÉTODOS: 96 frangos de corte da linhagem Cobb serão divididos em quatro grupos: dois controles e dois experimentais, sendo que ambos receberão a vacinação para Newcastle pela via ocular em duas doses aos 7 e aos 14 dias. Os animais do grupo experimental serão submetidos ao estresse térmico entre 7 e 14 dias de vida, sendo que os controle permanecerão em um ambiente termoneutro. Após 5 dias da última dose da vacina, os animais serão sacrificados e as amostras coletadas. Serão avaliados: níveis séricos de IgA, IgM, IgG e corticosterona; imunofenotipagem de linfócitos B e T; ensaio de proliferação linfocitária; e tamanho e características histopatológicas da bursa. RESULTADOS ESPERADOS: Como já observado nos trabalhos desenvolvidos pelo nosso grupo, espera-se que os animais do grupo experimental apresentem uma resposta vacinal diferenciada, podendo não permitir uma proteção adequada ao vírus em questão e uma não utilização de todo seu potencial genético e nutricional. HEALTHY EVALUATION OF FREE-LIVING CAPYBARAS (HYDROCHOERUS HYDROCHAERIS) IN SÃO PAULO STATE – BRAZIL Rosely Gioia-Di Chiacchio,(1)(2)(3) Mario Antonio Ferraro Rego,(4) Fábio Futema,(1) Ana Carla Aparicio,(1) Milton Kolber,(1) Fabrizia Aparecida Tavolari,(1) Monika Scheibel,(1) Aldo Francisco Alves Neto,(1) Enio Eduardo Bovino,(1) Elisa San Martin Mouriz Savani, (5) Rosane Correa de Oliveira,(6) Henri Donnarumma Levy Bentubo,(7) and Eliana Reiko Matushima,(2). (1) Veterinary Medicine School of Universidade Paulista UNIP, São Paulo, Brazil; (2) Departament of Patology – FMVZ-USP, São Paulo, Brazil ; (3) Veterinary Medicine School of Universidade Anhanguera, São Paulo, Brazil; (4) Alberto Löfgren State Park – Horto Florestal, São Paulo, Brazil; (5) Laboratory of Zoonosis and Vector-borne Diseases – CCZ, São Paulo, Brazil; (6) Laboratory of Identification and Research of Synanthropic Fauna – CCZ, São Paulo, Brazil; (7) Nucleus of Pathogenic Fungi – Laboratory of Preventive Veterinary Medicine – UnicSul, São Paulo, Brazil. E-mail : [email protected] BACKGROUND: Capybara (Hydrochoerus hydrochaeris), Caviidae family, is the largest living rodent in the world, widely distributed in Brazil and responsible for the transmission of macular fever (Rickettsia rickettsii) by the vector Amblyomma cajennense. In 1991, a couple of capybaras were found at Park Alberto Löfgren (PEAL). The population of these animals has risen to 63 in 2006. OBJECTIVE: Assess the health of the capybaras as well as the prevention of zoonotic and environmental impacts. METHODS AND MATERIALS: 23 capybaras under physical and chemistry restraint, identified for biometric registration and physiological parameters were submitted to collection of biological materials (stool, rectal swab, hair, ectoparasites and peripheral blood for: blood count, biochemical tests and serology for leishmaniosis, rabies, leptospirosis, Chagas disease and macular fever) and also preventative worming. RESULTS AND DISCUSSION: Parasitological tests results were positive for Protozoophaga sp (11/23), Strongyloides spp (2 / 23) and Vionella spp (6 / 23), considered normal microbiota. Amblyomma cajennense and Amblyomma dubitatum free of Rickettsia rickettsii were identified. Blood count showed anemia, leukopenia and marked eosinophilia in 100% of animals. Serological tests were negative. Dermatophyte fungi were not isolated but, just opportunistic molds (Cladosporidium sp (25%), Penicillium sp (30%), Acremonium sp (22%)) and yeasts (Candida spp. (20%) and Rodothorula sp (4%)). CONCLUSION: The animals proved to be free of zoonotic infections, but preventive measures should be adopted to prevent the proliferation of these animals, avoiding the emergence of diseases and devastation of the park plant. ACKNOWLEDGEMENTS: Dr. Ana Lúcia Arromba, head of Horto Florestal and the whole crew who helped us to conclude our research, especially Mr. Hugo da Fonseca Alves Pereira. REFERENCES 1. Costa., D.S.; Paula., T.A.R.; Fonseca., C.C.; Neves., M.T.D., 2002 Reprodução de Capivaras, Arq. ciên. Vet. Zool. UNIPAR, vol. 5, (1), p. 111-118. 2. Pereira., H.F.A.; Eston., M.R., 2007 Biologia e manejo de capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) no parque estadual Alberto Löfgren, São Paulo, Brasil, Ver. Inst. Flor., São Paulo, v. 19 (1), p. 55-64. PERFIL ANATOMOPATOLÓGICO DE CÃES DA RAÇA BEAGLE Castro, S.O. 1,2; Taricano, I.D.1; Maiorka, P. 2 Instituto de Educação para Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Royal - Instituto Royal, 2 Faculdade de Medicina Veterinária – FMVZ – VPT- Universidade de São Paulo E-E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A utilização dos cães em estudos toxicológicos deve acontecer de forma criteriosa tanto na quantidade como na qualidade da saúde, como preconiza da Lei Nº 11.794 de 08 de outuro de 2008, que estabelece procedimentos para o uso científico de animais [4] [1]. Os animais devem ser saudáves, ter peso e idades adequadas ao experimento [1][3]. Na maioria dos estudos de toxicidade pede-se avaliações hematológicas, bioquímicas e antomopatológicas, sendo que a padronizão dos principais parâmetros traz segurança aos resultados experimentais, redução do número de animais [5] e bem-estar animal[6]. O objetivo deste estudo será avaliar o perfil dos cães a partir do levantamento de dados referentes a exames laboratoriais bioquímicos, hematológicos e anatomopatológicos realizados no ano de 2009, no Laboratório de Análises Clínicas do Instituto de Educação para Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Royal - Labtox, e promover discussão sobre a necessidade de uma padronização de cães destinados a testes toxicológicos. MÉTODOS: Os dados foram coletados em 2009 no Labtox. Foram utilizados 38 cães Beagle com idades entre 4 e 14 meses objetivando experimentos científicos. Os dados da Patologia formam adquiridos de cães que foram utilizados como grupo controle de estudos em toxicologia. Foi realizada tabulação de dados obtidos para cálculos de média, desvio padrão, valor máximo e mínimo de cada determinação. RESULTADOS: Os resultados estão em fase de avaliação. CONCLUSÃO: Os resultados estão sendo avaliados. AGRADECIMENTOS: Agradeço a equipe do Instituto Royal, especialmente Dra. Ingrid Dragan Taricano, pela gentileza de ceder os dados para avaliação desta padronização. Ao meu orientador Prof.Dr. Paulo César Maoirka que deposita confiança em meu trabalho, e minha família que apoia meu ideais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1]ANVISA. Guia para condução de estudos não clínicos de segurança necessários ao desenvolvimento de medicamentos. 01/03/2010. [2]CCAC. Canadian Council on Animal Care. Annual Report. 2009-2010. Consulta em: 29/09/2010. http://www.ccac.ca/en/About_CCAC/About_CCAC_Main.htm. [3]KA.L.Environmental Enrichment of Nonhuman Primates, Dogs and Rabbits Used in Toxicology Studies. Toxicologic Pathology 31:1, 132-137.2003. 1 [4]Lei Nº 11.794. Inciso VII do§ 1º do art. 255 da Constitutição Federal. 08/10/ 2008. [5]RUSSEL, W.M.S.; BURCH, R.L. The principles of humane experimental technique. Consulta: 29/09/2010. http://altweb.jhsph.edu/pubs/books/humane_exp/het-toc [6]The Welfare of Dogs Animal Welfare. Volume 4, 161-177, DOI: 10.1007/978-1-4020-4362-8_9 Bayne.2006. IMUNOMARCAÇÃO DE METALOPROTEINASES E SEUS RESPECTIVOS INIBIDORES TECIDUAIS COMO POTENCIAIS INDICADORES PROGNÓSTICOS PARA MASTOCITOMAS CUTÂNEOS CANINOS Pulz, L.H.1; Kleeb, S.R.2; Xavier, J.G.2,3; Catão-Dias, J.L.1; Luvizotto, M.C.R.4; Fukumasu, H.5; Strefezzi, R.F.5 1 Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP; 2 Universidade Metodista de São Paulo; 3 Universidade Paulista; 4 Setor de Patologia, Curso de Medicina Veterinária da UNESP-Araçatuba; 5 Curso de Medicina Veterinária, Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Representando entre 11 e 27% de todas as neoplasias malignas cutâneas caninas, os mastocitomas são tumores de difícil tratamento e de prognóstico reservado a sombrio. Apresentam características macroscópicas diversas, o que dificulta previsões sobre seu comportamento. As Metaloproteinases de Matriz (MMPs) são enzimas proteolíticas envolvidas na remodelação do colágeno cicatricial e neovascularização durante a reparação tecidual. Seu envolvimento com a invasão tumoral e estabelecimento de metástases tem sido investigado e demonstrado em diversas neoplasias humanas. Também são considerados importantes os Inibidores Teciduais de Metaloproteinases (TIMPs). Dois deles, TIMP-1 e TIMP-2, interferem com as atividades das metaloproteinases 9 e 2, respectivamente, e têm sido relacionados à inibição de invasão e metástases. O objetivo deste trabalho consiste nas determinações imuno-histoquímicas das MMPs 2 e 9, bem como de seus respectivos inibidores (TIMP-2 e TIMP-1) em mastocitomas cutâneos caninos. Busca-se detectar possíveis relações entre as expressões destas proteínas, além de compará-las à graduação histopatológica e à evolução clínica dos casos verificando sua capacidade indicadores do comportamento biológico desta neoplasia. MÉTODOS: Serão utilizados casos de mastocitomas provenientes dos arquivos de histopatologia das Instituições colaboradoras. Novos casos desta neoplasia também poderão ser incluídos, sendo descartados os casos sob tratamento radio ou quimioterápico. Os mastocitomas serão classificados histologicamente [1] e as marcações imunohistoquímicas serão realizadas com os anticorpos primários para MMP-2 , MMP-9 , TIMP-1 e TIMP-2. As mesmas serão quantificadas determinando-se a porcentagem de células positivas para cada marcador, contadas em 5 campos de marcação intensa (“hot spots”) à objetiva de 40 aumentos. A análise estatística será realizada com auxílio do software GraphPad Prism® com α = 5%. RESULTADOS ESPERADOS: Considerando-se o envolvimento das enzimas estudadas na expansão e disseminação tumorais, espera-se encontrar correlação positiva entre as marcações para MMPs e os graus histopatológicos e mortalidade, e negativa para o tempo de sobrevida, bem como o inverso para as TIMPs. PNEUMOPATIAS EM NEONATOS DE SAGUIS MANTIDOS EM CATIVEIRO Maria Eugenia Carretero, Lilian Rose Marques de Sá Laboratório de Gastroenterologia Experimental e Comparada, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO e OBJETIVO: A venda de animais silvestres legalizados pelo IBAMA representam um mercado crescente. Em particular, a comercialização predominante é dos infantes cuja taxa de mortalidade varia entre 12 a 25% principalmente devido a pneumopatias. Assim, o objetivo deste trabalho é caracterizar as pneumopatias que acometem infantes I estágio 1 e estágio 2 pertencentes às espécies saguis-de-tufos-brancos ou STB (Callithrix jacchus), saguis-de-tufos-pretos ou STP (Callithrix penicillata) e sagüis híbridos ou SH (Callithrix spp.) nascidos em cativeiro. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram estudados 13 neonatos de STB (sete fêmeas, cinco machos e um indeterminado), 12 neonatos STP (oito fêmeas, três machos e um indeterminado) e 11 SH (sete fêmeas e quatro machos), com até 28 dias de vida, nascidos em criador comercial no período de outubro de 2007 a outubro de 2008. As necropsias e exame para microscopia de luz foram realizadas segundo a técnica de Rokitansky. RESULTADOS: Os 36 neonatos eram representativos da população total no criadouro (p = 0,1067) e, também das espécies estudadas STB (p =0,0531), STP (p =0,0501) e SH (p=0,1931), respectivamente. Os 36 animais foram divididos segundo os estágios 1 (um a 14 dias de vida) e o estágio 2 (15 a 28 dias de vida). Não houve amostras suficientes do estágio 2 para correlações estatísticas. As pneumopatias foram observadas em 12 casos dos 36 neonatos analisados. Houve diferença estatística para as causas de morte por pneumopatia dos SH em relação aos STB e STP, respectivamente p =0,0106 e p =0,0162. A idade média para óbito devido às pneumopatias foram de 14 dias e, no inverno houve maior frequência das pneumopatias. Macroscopicamente, os pulmões estão avermelhados com impressão negativa do gradil costal e fluido esbranquiçado seroso aerado nas vias aéreas. Microscopicamente, observou-se a pneumonia aspirativa por conteúdo alimentar, atelectasia adquirida e broncopneumonia. CONCLUSÕES: Os neonatos de STB, STP e SH nascidos em cativeiro nos meses de inverno são acometidos por pneumonia aspirativa, atelectasia e broncopneumonia que ocasionam colapso respiratório durante os primeiros 14 dias de idade. Acreditamos que falhas no manejo são os principais fatores para ocasionar as pneumopatias. AGRADECIMENTOS: Criadouro A.J.B.; FAPESP: 2008/03229-0 e 2006/56993-4. COLIBACILOSE EM FRANGOS DE CORTE- RELATO DE CASO Moraes, M. E; Pereira, G. B. A.; Santanter, S. H.; Silva, J. I. G.; Astolfi-Ferreira, C. S.; Ferreira, A. J. P Programa de Patologia Experimental e Comparada da FMVZ/ USP INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: Escherichia coli é importante em avicultura por causar queda de produtividade, danos à carcaça, redução de peso e por agravar algumas infecções primárias. O objetivo do trabalho foi descrever a ocorrência de colibacilose em pintinhos que foram alojados para um experimento e determinar o perfil aos antimicrobianos das amostras isoladas. MÉTODOS: Pintinhos de corte com um dia de idade, provenientes de incubatório comercial, foram alojados no aviário da FMVZ – USP, para a realização de um expeimento, em julho de 2011.Como as aves apresentaram mortalidade acima do esperado, realizou-se a necropsia de todas as aves mortas e o cultivo de fígado, pulmão, coração, cérebro ou saco da gema em BHI e posteriormente em ágar MacConkey. Quando havia colônias sugestivas de Escherichia coli esta era submetida a séria bioquímica para a identificação. Antimicrobianos (n=11) foram usados para testar as nove amostras de Escherichia coli. RESULTADOS: A mortalidade foi verificada desde o segundo dia de experimento. As aves apresentaram diarréia, onfalite, prostração e à necropsia havia perihepatite, pneumonia, pericardite e aerosaculite, esses sinais se tornaram mais intensos no decorrer dos dias. Isolou-se apenas E. coli de cinco amostras de fígado (F1, F2, F3, F4 e F5), uma de cérebro (Ce), uma de saco da gema (Sa), uma de pulmão (Pu) e uma de coração (Co). Todas as amostras foram sensíveis ao cloranfenicol, tetraciclina, doxiciclina, enrofloxacina, norfloxacina, ampicilina e ciprofloxacina. Houve suscetibilidade intermediária ao ceftiofur (Ce, F4, F5, Pu e Sa), estreptomicina (F3, F4, Pu, Co e Sa), amicacina (F5) e cefalexina (Sa). Determinou-se mortalidade de 22,35% (38/170) aos sete dias. Embora E.coli seja considerado um agente secundário a outras infecções, neste caso foi o agente primário capaz de causar lesões severas, inclusive sepse, e mortalidade significativa devido à alta patogenicidade desta cepa apresentou sensibilidade a maioria dos antibióticos testados. Assim, é sugerido que a patogenicidade bacteriana seja inversamente proporcional à resistência aos antimicrobianos. É importante ressaltar a importância do manejo sanitário no incubatório e de reprodutoras. CONCLUSÕES: Os pintinhos de corte apresentavam colibacilose e nenhuma amostra isolada apresentou resistência aos antimicrobianos testados. FIBROMA CUTÂNEO EM UMA TARTARUGA MORDEDORA (CHELYDRA SERPENTINA) EM CATIVEIRO Omar Gonzales-Viera1*, Gustavo Bauer1, Luciana S. Aguiar2, Luciana T. Brito2, José L. Catão-Dias1 1Laboratorio de Patologia Comparada de Animais Selvagens (LAPCOM), Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo; 2Laboratorio de Imuno-histoquímica, Divisão de Patologia, Instituto Adolfo Lutz E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Os fibromas são neoplasias mesenquimais benignas, conformado por tecido conjuntivo fibroso. Esta neoplasia é ocasionalmente observada em répteis e rara em tartarugas. O objetivo deste estudo foi relatar um fibroma cutâneo em uma tartaruga mordedora mantida em cativeiro. MATERIAL E MÉTODOS: O animal foi uma fêmea, adulta, a qual apresentava uma massa pedunculada com superfície descamada de aproximadamente 3.5 cm de comprimento e 1.5 cm de largura na região palmar do membro torácico direito. A massa foi completamente retirada mediante cirurgia e fixada em formol tamponado a 10%, depois o fragmento foi cortado longitudinalmente observando-se, na superfície de corte, um tecido esbranquiçado, brilhante, mole e pouco vascularizado. Os fragmentos foram incluídos em parafina, cortados a 3 µm e corados com Hematoxilina e Eosina (HE), Tricromico de Masson (TM) e Azul Alciano (AA). A Imuno-histoquímica foi realizada pela técnica do polímero conjugado com anticorpo secundário, a recuperação antigênica foi mediante calor úmido com tampão Tris-EDTA (pH 9.0), visualizado com 33´diaminobenzidina e contra-corados com Hematoxilina de Harris, os marcadores utilizados foram vimentina e desmina, em um título de 1:100 e 1:50 respectivamente. RESULTADOS E CONCLUSÃO: Microscopicamente foram observadas células fusiformes com dois ou três núcleos embebidos em uma matriz formada por abundante tecido conjuntivo, a qual foi positiva para colágeno (TM) e negativa para mucopolissacarídeos (AA). A imuno-histoquimica deu positividade citoplasmática das células fusiformes para vimentina, enquanto foi negativa para desmina. Segundo o estudo macroscópico, histológico, histoquímico e imuno-histoquímico a massa foi diagnosticada como fibroma cutâneo palmar no membro torácico direito. Para os autores este é o primeiro relato deste tipo de neoplasia em uma tartaruga mordedora em cativeiro. PRIMARY URINARY BLADDER HEMANGIOSARCOMA IN A CAPTIVE SADDLEBACK TAMARIN (Saguinus fuscicollis) Omar Gonzales-Viera1*, Tatiana Quevedo2, Alfonso Chavera3, Rosa Perales3, Cristina T Kanamura4 e José L Catão-Dias1 1Laboratório de Patologia Comparada de Animais Selvagens (LAPCOM), Departamento de Patologia (VPT), Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ), Universidade de São Paulo (USP) 2Patronato 3Facultad del Parque de las Leyendas (PATPAL), Lima, Perú de Medicina Veterinaria, Universidad Nacional Mayor de San Marcos (UNMSM), Lima, Perú 4Departamento de Patologia, Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, Brasil. E-mail: [email protected] INTRODUCTION: An adult male captive saddleback tamarin (Saguinus fuscicollis) was found dead without clinical signs before. RESULTS: At necropsy, the main finding was bloody urine, reddish mucosa and marked thickening of the folds and wall of urinary bladder. Additionally, there were observed multiple hemorrhagic areas in the kidneys and in the subepicardial myocardial tissue. Tissue samples were fixed in 10% formalin and then they were taken to the Laboratory for histological and immunohistochemical examination. Microscopically, transepithelial bleeding was seen in urinary bladder mucosa while the submucosa had multiple spindle cells with anisocytosis, anisokaryosis, two or three cores with multiple nucleoli, scant and in some cases foamy cytoplasm. Atypical mitotic figures were rarely seen. These spindle cells formed irregular vascular spaces that were filled and surrounded by several erythrocytes with a marked suppurative inflammatory infiltrate. No other tissues were affected by the neoplastic cells. Immunohistochemistry was performed and the endothelial cells did not have affinitive for Anti-CD31 or CD34; however, others antibodies as Factor VIII will be tested to get a positive reaction. Based in gross and histological examination, urinary bladder hemangiosarcoma was diagnosed. CONCLUSION: This neoplasm has not been previously reported in a nonhuman primate. AVALIAÇÃO DOS PRIMATAS NEOTROPICAIS DA GRANDE SÃO PAULO COMO BIOMONITORES DA POLUIÇÃO POR CHUMBO, MERCÚRIO E CÁDMIO: ESTUDO MULTIDISCIPLINAR Carretero, M. E.1,Nardi, A. F.1, Quináglia, G.2,Sá, L. R. M.1. 1Laboratorio de Gastroenterologia Experimental e Comparada, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo; 2Laboratório de Análises Toxicológicas, CETESB INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: A Grande São Paulo é a terceira maior aglomeração urbana do mundo com intensa atividade industrial e tráfego de veículos que contribuem para o acúmulo de poluentes no ambiente. Estudos têm demonstrado que a poluição ambiental é um fator de risco para a saúde humana. Assim, diversos países tentam adequar medidas de proteção à saúde humana e de sustentabilidade ambiental utilizando o biomonitoramento. Na Grande São Paulo há áreas remanescentes de Mata Atlântica que são habitats de primatas neotropicais, os quais podem ser utilizados como biomonitores pela proximidade filogenética com o homem e nos casos dos sagüis, por serem semi-domiciliados, refletem com maior realidade a exposição humana aos poluentes. O objetivo deste projeto é determinar os níveis de chumbo, mercúrio e cádmio no tecido hepático dos primatas neotropicais procedentes da Grande São Paulo e, correlacionar esses metais com as afecções que os acometem. MATERIAIS E MÉTODOS: Serão estudados machos e fêmeas de 20 saguis-de-tufosbrancos (Callithrix jacchus), 20 saguis-de-tufos-preto (Callithrix penicillata), de 10 saguis híbrido (Callithrixspp.) e de 20 bugios ruivos (Alouatta guariba clamitans) de vida livre encaminhados pelos Parque Ecológico do Tietê (PET) e Parque Ibirapuera (PI) durante o período de julho de 2011 a julho de 2012. Serão realizados estudos clinico e epidemiológico referentes a identificação individual e tempo médio de duração dos sinais clínicos observados; estudo anatomopatológico segundo técnica padrão para mamíferos não ruminantes; estudo para análise de danos em DNA pela técnica do Cometa; estudo de quantificação de chumbo, mercúrio e cádmio em tecido hepático e na água dos parques segundo normas da U.S. EPA a ser realizado pela CETESB. RESULTADOS: Foram necropsiados um C. jacchus (machos) e quatro Callithrix sp (fêmeas). A qualidade das águas doce de ambos os parques para o parâmetro de metais pesados é classe I. As demais análises estão em andamento. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos no projeto possibilitarão o levantamento de dados sobre a qualidade do meio ambiente a qual estamos inseridos, podendo futuramente contribuir no estabelecimento de políticas de melhoria ambiental que poderá beneficiar a todos. AGRADECIMENTOS: Aos médicos veterinários e biólogos do Parque Ibirapuera e Parque Ecológico do Tietê, e ao Cnpq. ESTUDO DAS ALTERAÇÕES ANATOMOPATOLÓGICAS DE CORUJAS-ORELHUDAS (RHINOPTYNX CLAMATOR) QUE HABITAM ECOSSISTEMA POLUÍDO POR CHUMBO DA GRANDE SÃO PAULO Lívia Chimati Fatini, Maria Eugenia Carretero, Lilian Rose Marques de Sá Laboratório de Gastroenterologia Experimental e Comparada, Departamento de Patologia, FMVZ-USP INTRODUÇÃO E OBJETIVOS: As aves de rapina, como a coruja-orelhuda (Rhinoptynx clamator), são ótimos biomonitores para os efeitos causados pelos metais como chumbo e mercúrio, por estarem no topo da cadeia trófica. A determinação das causas de morte e dos processos mórbidos de corujasorelhudas de vida livre geram informações importantes para a elaboração de protocolos zoossanitários e manutenção das espécies e, por fim, da sustentabilidade ambiental. Sendo assim, é relevante verificar a correlação entre os poluentes liberados pelas atividades do homem com potenciais danos teciduais, os metais pesados, que possam levar a manifestações mórbidas em animais de vida livre. O objetivo geral deste projeto é, portanto, determinar os níveis de chumbo no fígado de corujas-orelhudas (Rhinoptynx clamator) e correlacionar esse metal com o estresse oxidativo e com as afecções que acometem as corujas de vida livre em ecossistema poluído na Grande São Paulo. MÉTODOS: Serão estudadas corujasorelhudas (R. clamator), machos e fêmeas, jovens e adultos, provenientes do Parque Ecológico do Tietê (PET) que vieram à óbito natural durante o período de julho de 2011 a julho de 2012. As carcaças serão conservadas refrigeradas até o momento dos exames. Para a determinação e caracterização da causa de morte serão associados os dados clínicos e epidemiológicos; a avaliação macro e microscópicos; avaliação dos danos de DNA, através do teste Cometa; e a concentração do metal chumbo, pela leitura por espectometria de absorção atômica em forno de grafite. RESULTADOS: Já foram realizadas 8 necropsias, sendo que quatro delas apresentam trauma como moléstia principal e foi realizada a eutanásia em 7. Até o presente momento as demais análises estão em andamento. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos no projeto possibilitarão o levantamento de dados sobre a qualidade do meio ambiente a qual estamos inseridos, evidenciando se o ambiente está poluído e desequilibrado, o que pode gerar enfermidades nos animais que o habitam, para conscientizar a população e as autoridades competentes, que poderão futuramente gerar políticas de melhoria ambiental, beneficiando a todos. AGRADECIMENTOS: aos médicos veterinários e biólogos do Parques Ecológico do Tietê e ao CNPq. ESTUDO DA CORRELAÇÃO ENTRE POLUIÇÃO AMBIENTAL POR CHUMBO E AFECÇÕES PULMONARES EM PRIMATAS NEOTROPICAIS DE VIDA LIVRE NA GRANDE SÃO PAULO Nardi, A. F.1, Carretero, M. E.1, Sá, L. R. M.1. 1Laboratorio de Gastroenterologia Experimental e Comparada, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Nos centros urbano-industriais os estudos sobre a poluição ambiental evidenciam que é um fator de risco para a saúde humana. Devido à importância na saúde pública, diversos países tentam adequar medidas de proteção e de sustentabilidade ambiental utilizando o biomonitoramento. Especialmente em São Paulo há áreas remanescentes de Mata Atlântica que são habitats de primatas neotropicais, os quais podem ser utilizados como biomonitores pela proximidade filogenética com o homem e nos casos dos sagüis, por serem semi-domiciliados, refletem com maior realidade a exposição humana aos poluentes. O objetivo deste projeto é determinar os níveis de chumbo nos pulmões e estudar as afecções pulmonares que acometem primatas neotropicais que habitam o ecossistema poluído da grande São Paulo, podendo criar subsídios para aplicação de políticas públicas em benefício à saúde humana e a conservação do meio ambiente. MATERIAIS E MÉTODOS: Serão estudados machos e fêmeas de 20 saguis-de-tufos-brancos (Callithrix jacchus), 20 saguis-de-tufos-preto (Callithrix penicillata), de 10 saguis híbrido (Callithrix spp.) e de 20 bugios ruivos (Alouatta guariba clamitans) procedentes do Parque Ecológico do Tietê (PET) e Parque Ibirapuera (PI) na Grande São Paulo durante o período de julho de 2011 a julho de 2012. Serão realizados estudos clínico e epidemiológico a partir dos dados das fichas clínicas individualizadas; estudo anatomopatológico, sendo realizada a coleta de fragmentos de órgãos e fixados em formol 10% para posterior exame microscópico e, quantificação de chumbo em tecido pulmonar por espectroscopia por energia dispersiva dos raios-x (EDX) em parceria com o Laboratório de Poluição Atmosférica (LIM-05) da Faculdade de Medicina da USP. RESULTADOS: Foram necropsiados um C. jacchus (macho), quatro Callithrix sp (fêmeas) e coletado amostras para as demais análises que estão em andamento. CONCLUSÃO: Os resultados obtidos no projeto possibilitarão o levantamento de dados sobre a qualidade do meio ambiente a qual estamos inseridos, evidenciando se o ambiente está poluído e desequilibrado podendo futuramente conscientizar a população e as autoridades competentes para geração de políticas de melhoria ambiental, beneficiando a todos. AGRADECIMENTOS: Ao Parques Ibirapuera e Ecológico do Tietê e aos técnicos do Laboratório de Poluição Atmosférica (LIM-5) da FMUSP. VARIAÇÃO DE VALORES HEMATOLEUCOCITÁRIOS DE CYPRINUS CARPIO (LINEAUS, 1752), EM RELAÇÃO A DUAS RAÇÕES DIFERENTES E USO DE ÓLEO DE CRAVO COMO ANESTÉSICO, SÃO PAULO, SP, BRASIL Viadanna, P.H.O.1; Farias, T.V.2; Sakabe, R.2; Pilarski, F.2; Matushima, E.R.3 1Pós-graduando do Programa de Pós-Graduação em Patologia Experimental e Comparada, Laboratório de Patologia Comparada de Animais Silvestres, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, USP 2CAUNESP, 3 USP, Departamento de Ictiopatologia, Jaboticabal, SP. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Patologia, São Paulo, SP. Email [email protected] INTRODUÇÃO E OBJETIVO: O aquarismo é uma atividade mundialmente difundida, que, pela via legal gera segundo a FAO (1996-2005) renda direta de aproximadamente US $ 278 milhões e para a indústria aquarista, algo em torno de US$ 1.000 milhão (CATO e BROWN 2003). A necessidade relacionar a nutrição com os parâmetros hematológicos de carpa comum motivou essa pesquisa, onde duas rações contendo 40% de proteína bruta e outra com 28% de proteína bruta foram fornecidas aos peixes por três meses. Após administração das dietas, foram realizadas colheitas sanguíneas seriadas no período de maio a setembro de 2011, no Departamento de Patologia, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, para avaliar o nível de arraçoamento mais adequados para carpas adultas. Também foi realizado o mesmo procedimento após anestesia com eugenol. MATERIAL E MÉTODOS: Foram utilizadas cinco carpas adultas, mantidas em tanque de 500L. Foram feitas duas coletas de sangue , em julho e maio sem anestésico, e duas no mês de setembro, utilizando o eugenol, na diluição de 50mg/L. Outro fator analisado nesse trabalho, foi a relação nutrição-hematologia, onde as três primeiras coletas foram referentes à ração com 40% de proteína bruta (PB) e a quarta coleta a ração com 28% de PB. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados demonstraram que não houve diferença significativa com relação aos valores hematimétricos, quando comparou-se carpas com ou sem anestesia, e carpas alimentadas com ração contendo 40% PB e 28,05% PB. Contudo, foi observada diferença significativa em relação aos valores leucocitários, onde os peixes anestesiados apresentaram valores mais elevados, e os resultados foram: Maio, média de 20.500±3.500 leucócitos; Julho, média de 18.667±9.019; Setembro, média de 26.500 ± 7.882, e Setembro, média de 35.375±6.047. Carpas nutridas com ração contendo 28%PB e anestesiadas com óleo de cravo obtiveram uma média leucócitos maiores que os demais grupos testados (média de 35.375 leucócitos). CONCLUSÃO: Com relação ao nível de proteína bruta na dieta, concluímos que a ração com 28,05% é melhor para carpas adultas, do que a ração de 40%, tendo em vista o aumento de leucócitos circulantes, e que, em relação as dietas não foram encontras diferenças significativas no número de leucócitos, somente o óleo de cravo afetou este parâmetro. APRESENTAÇÕES ORAIS EXPOSIÇÃO PERINATAL AO GLIFOSATO-ROUNDUP® NO DESENVOLVIMENTO FÍSICO E COMPORTAMENTAL DA PROLE DE RATOS NA INFÂNCIA E EM PARÂMETROS SEXUAIS DA PROLE MASCULINA DE RATOS OBSERVADOS NA IDADE ADULTA Ricci, E.L.; Paiva, A.S.; Bernardi, M.M.; Spinosa, H.S. Universidade de São Paulo, Universidade Presbiteriana Mackenzie RESUMO O glifosato é um herbicida de amplo espectro, sistêmico pós-emergente e não seletivo largamente utilizado na produção agrícola. É considerado um dos maiores poluidores de rios e águas de superfície e sua presença na cadeia alimentar aponta para a possibilidade da contaminação não só de animais, como de seres humanos. Vários trabalhos recentes sugerem que este herbicida é um desregulador endócrino. Recentemente, estudo de nosso grupo mostrou que a exposição de ratos púberes a este herbicida alterou a morfologia testicular e reduziu os níveis de testosterona plasmática. Nossa hipótese é que a exposição perinatal ao herbicida no período de diferenciação sexual do cérebro de ratos possa alterar o desenvolvimento físico e comportamental da prole de ratos na infância e parâmetros sexuais na idade adulta. Para tanto, ratas prenhes receberam o herbicida na dose de 50mg/kg do 150 ao 210 dias da gestação e até o 70 dia da lactação. Foram estudados, as proles feminina e masculina de ratas, o seu desenvolvimento físico e comportamental na infância e o comportamento sexual de machos na idade adulta. Na dose de 50mg/kg não houve qualquer tipo de alteração no peso materno, no peso dos filhotes, no desenvolvimento físico, sexual e comportamental da prole , ou seja, nesta dose não houve efeito reprodutivo de longo prazo. INTRODUÇÃO Na atualidade a produção e disseminação de substâncias químicas no ambiente aumentam de maneira geométrica e tanto animais como os homens estão expostos diariamente a muitas destas substâncias e seus metabólitos. Estas substâncias químicas agem como misturas tendo efeitos compensatórios, sinergistas e multiplicativos. Entre estas substâncias está o glifosato [N(fosfonometil)glicina], um herbicida sistêmico,pós-emergente e não seletivo largamente utilizado na agricultura, representando cerca de 30% do mercado mundial de herbicidas não seletivos, registrado em mais de 130 países e considerado um dos maiores poluentes de rios e águas de superfície. O glifosato pertence ao grupo químico dos aminoácidos fosfonados e seu modo de ação consiste na alteração de processos bioquímicos vitais nas plantas, como a biosíntese de aminoácidos, proteínas e ácidos nucléicos. Este herbicida é absorvido pelo tecido vivo e translocado, via floema, através da planta para raízes e rizomas, e sua ação inibe enzimas específicas como a enolpiruvil shikimato-3-fosfato sintase (EPSP) suspendendo a síntese de aminoácidos aromáticos. As plantas tratadas com glifosato morrem lentamente, em poucos dias ou semanas, e devido ao transporte por todo o sistema, nenhuma parte da planta sobrevive. Em condições normais, a enzima EPSP catalisa, na planta, a reação que envolve a transferência do enolpiruvil do fosfoenolpiruvato (PEP) para o shikimato-3-fosfato (S3P), formando 5enolpiruvil shikimato-3-fosfato (EPSP) e fosfato inorgânico (Pi). O glifosato forma um complexo ternário estável com a enzima EPSP sintase e S3P (EPSPS3P-glifosato). Esse provável complexo ternário representa a forma atualmente aceita como responsável pela atividade do herbicida. O glifosato apresenta elevada eficiência na eliminação de ervas daninhas sendo é indicado no controle de ervas daninhas anuais e perenes, monocotiledôneas ou dicotiledôneas, em culturas de arroz irrigado, cana-de-açúcar, café, citros, maçã, milho, pastagens, soja (plantio direto ou indireto), fumo, uva e soqueira em cana-de-açúcar, nas culturas de ameixa, banana, cacau, nectarina, pêra, pêssego, seringueira e plantio direto do algodão. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (WHO), o DL50 oral em ratos do glifosato puro é de 4.230 mg/kg. Esta toxicidade baixa é atribuída ao mecanismo de ação tóxica do glifosato ser exclusivo de plantas, pois o caminho metabólico em que ele age (mecanismo do ácido "shikimico") só ocorre em plantas e em alguns microorganismos mais complexos. A dose diária aceitável por massa corpórea deste composto é relativamente baixa (ADI = 0,05 mg.Kg-1.d-1). Os estudos crônicos orais não mostraram perda de peso, efeitos ao sangue e pâncreas ou, ainda, evidência de carcinogenicidade nos seres humanos. No entanto, estudos feitos com ratos demonstraram perda de peso, descarga nasal e morte de matrizes grávidas, além de desordens digestivas [1] Frente aos efeitos desreguladores em endócrinos do glifosato e a ausência de estudos dos efeitos m longo prazo da exposição perinatal ao glifosato este trabalho teve como objetivo a investigação dos efeitos em longo prazo da exposição perinatal ao glifosato em parâmetros reprodutivos e bioquímicos da prole de ratos. MATERIAL E MÉTODOS Animais Foram utilizados ratos Wistar, fêmeas e machos adultos, obtidos do biotério do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária (FMVZ). Água e comida foram fornecidas ad libitum aos animais durante todo procedimento experimental. Drogas Foram utilizadas as seguintes drogas: 17 β – Estradiol (SIGMA); Progesterona (SIGMA); Roundup Transorb® (Monsanto Co., St. Louis, MO) cuja composição é de 648 g/L de sal de isopropilamina de glifosato, 480 g/L de equivalente ácido de N-fosfonometilglicina (glifosato) e 594 g/L de ingredientes inertes. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL As ratas prenhes receberam o herbicida dos 150 aos 210 dias da gestação e até o 70 dia da lactação. Este período de tratamento foi escolhido por abranger o período de determinação e organização sexual do cérebro em ratos[2,3,4]. As fêmeas prenhes foram pesadas no GD 0, GD 7, GD 14 e GD 21. Durante o período de gestão foi avaliado também o consumo de água e de ração. Após o nascimento dos filhotes, os mesmos foram pesados a cada dois dias e foram submetidos avaliação do desenvolvimento físico (peso, abertura dos olhos, erupção dos dentes incisivos e desdobramento da orelha, decida dos testículos, abertura vaginal), reflexológico (preensão palmar, endireitamento, sobressalto, geotaxia negativa e andar adulto) e comportamental (teste de campo aberto). A idade adulta os machos foram avaliado quanto ao seu comportamento sexual (latência para primeira monta, latência para primeira intromissão, latência para primeira ejaculação, número de montas, primeira ejaculação, número total de ejaculações em 40mim. RESULTADOS As figuras 1-2 apresentam os resultados para o desenvolvimentos reflexológico e sexual da prole de ratas expostas prenatalmente a 50 mg/Kg de glifosato. A análise estatística não indicou a existência de diferenças significantes entre os dados do grupo experimental em relação àqueles do grupo controle. Assim como o desenvolvimento físico, motor e peso materno também não apresentaram diferenças significantes. Fig.1. Avaliação do desenvolvimento reflexológico da prole de ratas tratadas com glifosato durante a gestação. Teste t de Student Latência para primeira monta Latência para primeira intromissão 40 200 segundos 30 segundos 250 Controle Experimental 20 150 100 10 50 0 0 Grupos Grupos Latência para primeira ejaculação Número de montas após a primeira ejaculação 40 50 40 Média ± SEM minutos 30 20 10 30 20 10 0 0 Grupos Grupos Número total de ejaculações em 40 minutos Média ± SEM 60 40 20 0 Grupos Fig.2. Avaliação do comportamento sexual dos filhotes machos de ratas tratadas prenatalmente com 50 mg/Kg de glifosato ou seu veículo. Teste t de Student. CONCLUSÃO Diante dos diversos trabalhos realizados com o herbicida, glifosato - Roundup Transorb e seus grandes efeitos a natureza e aos seres humanos, utilizamos o estudo perinatal de ratas expostas ao glifosato e pudemos determinar que na dose de 50mg/kg não houve qualquer tipo de alteração no peso materno, no peso dos filhotes, no desenvolvimento físico, sexual e comportamental da prole , ou seja, nesta dose não houve efeito reprodutivo de longo prazo. Sendo assim conforme Dallegrave [3] a devida dose, 50mg/kg em ratas prenhes não causaram efeitos nas mães, mas ao contrário do que o mesmo declara, também não demonstrou efeito na prole. REFERÊNCIAS [1] BERNARDI, M. M.;DE SOUZA, H.; PALERMO NETO, J. Effects of single and long-term haloperidol administration on open field behavior of rats. Psychopharmacology (Berl), v.73, n.2, p.171-5. 1981. [2] BATATINHA, M. J.;DE SOUZA-SPINOSA, H.; BERNARDI, M. M. Croton zehntneri: possible central nervous system effects of the essential oil in rodents. J Ethnopharmacol, v.45, n.1, Jan, p.53-7. 1995. [3] DALLEGRAVE E, MANTESE FD, OLIVEIRA RT, ANDRADE AJ, DALSENTER PR, LANGELOH A. Pre- and postnatal toxicity of the commercial glyphosate formulation in Wistar rat. Arch Toxicol. 2007 Sep;81(9):665-73. Epub 2007 Jul 19. [4] WALSH, R. N.; CUMMINS, R. A. The Open-Field Test: a critical review. Psychol Bull, v.83, n.3, May, p.482-504. 1976 [1] Bradberry et al., 2004). USO DA PROTEÍNA VP22 COMO FERRAMENTA PARA INTERNALIZAR PROTEÍNAS EM CÉLULAS TRONCO VISANDO SUA DIFERENCIAÇÃO EM CÉLULAS PRODUTORAS DE INSULINA Gabanyi I1,2, Lojudice F.H.1,2, Kossugue P. M.1,2, Rebelato E3, Demasi M.A.1,2, Sogayar M.C.1,2# 1Chemistry Institute, University of São Paulo, Biochemistry Department, São Paulo, Brazil. 2Cell and Molecular Therapy Center (NUCEL), University of São Paulo, São Paulo, Brazil. 3Biomedical Sciences Institute, University of São Paulo, Physiology Department, São Paulo, SP, Brazil RESUMO O Diabetes Mellitus tipo I (DM1) é causado pela destruição autoimune das células β pancreáticas, responsáveis pela produção e liberação de insulina. Uma das terapias utilizadas para o tratamento do DM1 é o transplante de ilhotas pancreáticas, porem este não pode ser mais amplamente utilizado dada, entre outros fatores, a falta de massa celular adequada para ser infundida no paciente. Uma possível solução é o desenvolvimento de fontes alternativas de células produtoras de insulina, a partir de células-tronco, que possuem a capacidade de se diferenciarem neste tipo celular. O Pax4 é um dos fatores de transcrição responsáveis pela diferenciação de células β, sendo essencial para o apropriado desenvolvimento e maturação destas, é capaz de induzir a diferenciação de células-tronco em células produtoras de insulina in vitro. Para introduzir o Pax4 nas células-tronco, sem provocar alterações no genoma das células diferenciadas, dados os potenciais efeitos indesejáveis de vetores que se integram ao genoma, recorreu-se às proteínas contendo domínio de transdução (PTDs), pequenas sequências peptídicas que permitem a translocação de proteínas através de membranas celulares e sua internalização em células-alvo. Uma das PTDs mais comumente estudadas é a VP22, produto do gene UL49 do Herpes Simplex vírus tipo I. Testamos a capacidade de translocação da VP22 em células tronco utilizando a proteína de fusão VP22.eGFP e construímos a proteína de fusão VP22.Pax4 permitindo a inserção do Pax4 em células-tronco, possibilitando que este ative a transcrição de certos genes que aumentariam a eficiência de diferenciação das células-tronco em células produtoras de insulina. INTRODUÇÃO O Diabetes Mellitus já afeta mais de 285 milhões de pessoas em todo o mundo. Dentre os tipos mais conhecidos de Diabetes, está o do tipo I (DM1), que é causado pela destruição autoimune das células β pancreáticas, prejudicando a liberação da insulina, levando à desregulação da glicemia sanguínea. Terapias utilizadas para tratar o DM1 são: reposição de insulina exógena, transplante de pâncreas e de ilhotas pancreáticas, mas, infelizmente, nenhuma delas tem obtido êxito completo, portanto, é de grande interesse pesquisas para o aprimoramento destas terapias. Um dos maiores problemas em relação ao transplante de ilhotas pancreáticas é a falta de massa celular adequada para ser infundida no paciente. Fontes alternativas de células produtoras de insulina estão sendo pesquisadas, a capacidade de células-tronco se diferenciarem em células produtoras de insulina, já foi demonstrada [3,6]. O gene Pax4, é um dos fatores de transcrição responsáveis pela diferenciação de células β, é essencial para o desenvolvimento e a maturação destas células [7]. Já foi comprovada a capacidade do Pax4 de induzir a diferenciação de células-tronco em células produtoras de insulina [3,5]. Trabalhos com terapia gênica visam à obtenção de um grande número de células diferenciadas, sem que o genoma destas seja alterado, dadas as possíveis consequências indesejáveis que alterações genômicas podem acarretar. Uma alternativa para a solução destes problemas é a incorporação de proteínas com domínio de transdução (PTDs), pequenas seqüências peptidicas que permitem a translocação de proteínas através de membranas celulares com sua internalização em células-alvo [4]. Umas das PTDs mais comumente estudadas é a VP22, descrita como translocadora entre células de mamíferos em cultura, ela é exportada para o meio de cultura e se insere nas células vizinhas. Sendo capaz de transportar proteínas de uma célula para outra, é muito útil nos estudos de processos celulares e moleculares [1]. Porém, a capacidade da VP22 de translocar proteínas em células tronco ainda não foi verificada. Portanto, o objetivo deste trabalho é verificar se a capacidade de translocação da VP22, verificada em diversos tipos celulares, também se aplica à células tronco. Com isso analisar se a adição da proteína de fusão VP22.Pax4 poderia trazer alguma melhora para protocolos de diferenciação de células tronco em células produtoras de insulina, visando o tratamento do DMI. MATERIAL E MÉTODOS Modelos celulares: USP4 células-tronco embrionárias de camundongo (mESC), célulastronco adultas de polpa dentaria (hDPSC) e linhagens celulares 293T e CHO. Construção dos plasmídeos: Para construção do vetor pVP22.Pax4 o cDNA correspondente ao Pax4 e o vetor pVP22 (Invitrogen) foram digeridos com as enzimas de restrição EcoRI e NotI. Para construção do vetor pVP22.eGFP o eGFP foi subclonado a partir do pLPCX.eGFP, clivado com HindIII assim como o pVP22. Após à digestão à 37˚C overnight, vetor e inserto foram purificados e ligados pela ação da enzima T4 DNA ligase. Transfecção transitória e estável: Utilizamos o kit LipofectAMINE 2000 (Invitrogen); os vetores pVP22, pVP22.Pax4, pVP22.eGFP foram transfectados em células CHO para seleção de clones estáveis e em 293T para obtenção de extratos proteicos. Tratamento das células-tronco hDPSC e mESC com VP22.eGFP: O extrato proteico de ~6.106 células 293T era obtido 48h após sua transfecção com pVP22.eGFP ou pLPCX.eGFP, com 300µl do High Salt buffer, de acordo com o protocolo da Invitrogen. Cada lamínula, contendo as célulastronco, era colocada em uma câmara de perfusão aberta e tratada com uma mistura de 150µl do extrato protéico e 150µl de Krebs sem NaCl e 11.2mM de glicose por 30min. A lamínula era lavada com Krebs e incubada com DAPI 1:10 em Krebs por 10min. Ao final ela era lavada novamente e mantida em Krebs 24mM de glicose para análise no microscópio confocal Zeiss LSM 510, (488nm para o eGFP e 350nm para o DAPI), em uma câmara de perfusão aberta. Diferenciação de mESC em células produtoras de insulina: O protocolo utilizado foi o proposto pela doutoranda Patrícia M. Kossugue e consiste de 8 estágios onde diferentes compostos indutores de diferenciação são adicionados. A co-cultura com células CHO expressando VP22.Pax4 ou VP22 era feita durante os estágios 4 a 6, totalizando 10 dias. As células CHO (~5.105) eram plaqueadas em um “Millicell” (cell culture insert with hanging geometry- Millipore) e transferidas para a placa contendo as células em diferenciação no dia seguinte. Ao final do protocolo de diferenciação, as células foram coradas com ditizona e Newport Green para análise do conteúdo de insulina. E a expressão genica foi analisada por q-RT-PCR. RESULTADOS Para testar a habilidade da VP22 internalizar diferentes pronteínas em células tronco construimos dois vetores VP22.eGFP e VP22.Pax4, a capacidade destes dois vetores produzirem as respectivas proteínas de interesse: VP22.eGFP e VP22.Pax4, foi confirmada através de RT-PCR, Western blot e microscopia de fluorescência (Fig 1). Após obter extratos proteicos contendo VP22.eGFP tratamos dois diferentes tipos de células tronco: mESCs e HDPSCs, e observamos através de microscopia confocal que a VP22 era capaz de trasnduzir o eGFP para dentro destas células(Fig 2). Selecionamos também clones de células CHO produtoras de VP22.Pax4 e utilizamos estas células para verificar se a VP22 seria capaz de transduzir o Pax4 nas células mESC durante um protocolo de diferenciação em células produtoras de insulina. A adição da proteína Pax4 levou a formação de um maior número de cluster produtores de insulina e a alterações de expressão em determinados genes relacionados com a diferenciação de células produtoras de insulina (Fig 3). FP eG . eG 22 P V FP 80kDa B C Fig 1: Confirmação da expressão das proteínas VP22; VP22.Pax4 e VP22.eGFP por Western blot do extrato proteíco (A, B). Expressão da proteína VP22.eGFP em células 293T visualizadas por microscopia confocal (C). B A Fig 2: Tratamento de células mESC (A) e HDPSC (B) com extratos proteicos contendo eGFP ou VP22.eGFP. * C BCLXL INS2 * * * * D ISL1 NES * * D NGN3 * Fig 3: Analise do número de agregados celulares formados ao final do protocolo diferenciação corados com ditizona (A) e com Newport Green (B) para confirmação da produção de insulina, e quantificação do número de agregados (C). Analise por qRT-PCR da expressão gênica de Bclxl; Ins2; Ngn3; Isl1; Nes durante o protocolo de diferenciação (D). CONCLUSÃO Dada a presença do eGFP dentro das células tronco em cultura e as respostas biológicas observadas nas mESC em diferenciação após a adição da VP22.Pax4, o presente trabalho demonstra que é possível utilizar a VP22 como ferramenta para internalizar proteínas de interesse em células tronco sem que o genoma destas seja afetado. Concluímos, então, que a utilização da VP22 como ferramenta para internalização de proteínas em células-tronco é viável e que a adição do Pax4 pode trazer melhorias para protocolos que busquem a produção de células produtoras de insulina. AGRADECIMENTOS Agradecemos o Dr. Stuart Perkins, pela gentil doação do anticorpo anti-VP22. Esse trabalho foi financiado pela FAPESP, FINEP, CNPq e PRP-USP. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Bennet, R. P.; Dalby, B.; Guy, P. M. Protein delivery using VP22. Nature Biotechnol. 20: 20. 2002. [2] Brewis N, Phelan A, Webb J, Drew J, Elliott G, O'Hare P. ; Evaluation of VP22 spread in tissue culture. J Virol. 2000 Jan;74(2):1051-6 [3] Blyszczuk, P. ; Czyz, J. ; Kania G. ; Wagner, M. ; Roll, U. ; St-Onge, L. ; Wobus, A. M. Expression of PAX4 in embryonic stem cells promotes differentiation of nestin- positive progenitor and insulin-producing cells. PNAS.100:9981003. 2003. [4] Joliot A, Prochiantz A. Transduction peptides: from technology to physiology. Nat Cell Biol. 2004 Mar;6(3):189-96. Review [5] Liew CG, Shah NN, Briston SJ, Shepherd RM, Khoo CP, Dunne MJ, Moore HD, Cosgrove KE, Andrews PW. ; PAX4 enhances beta-cell differentiation of human embryonic stem cells. PLoS ONE. 2008 Mar 12;3(3):e1783. [6] Segev H, Fishman B, Ziskind A, Shulman M, Itskovitz-Eldor J. Differentiation of human embryonic stem cells into insulin-producing clusters. Stem Cells. 2004;22(3):265-74. [7] Wang, J; Elghazi, L; Parker, S. E., Kizilocak, H; Asano, M; Sussel, L.;Sosa-pineda, B. The concerted activities of PAX4 and Nkx2.2 are essential to initiate pancreatic β-cell differentiation. Developmental Biology 266:178-189, 2004. RECEPTORES CANABINÓIDES CB1 NOS NÚCLEOS DA BASE: ABORDAGENS MORFOLÓGICAS E FARMACOLÓGICAS EM RATOS HEMIPARKINSONIANOS Chaves, G. P. ; Mazucanti, C. H. Y. ; Real, C. C. ; Britto, L. R. G. ; Torrão, A. S. Departamento de Fisiologia e Biofísica – ICB - USP RESUMO Apesar das evidências farmacológicas indicarem a ocorrência dos receptores CB1 nos núcleos da base, são necessários mais estudos sobre questões morfológicas e funcionais. Além disso, na Doença de Parkinson (DP) a função do CB1 e sua relação com outros neurotransmissores não está clara. Nós investigamos, por imunohistoquímica, possíveis co-localizações de CB1 com marcadores de células gliais, axônios, dendritos e neurônios dopaminérgicos. Também analisamos, em ratos DP-induzidos, alterações de diferentes proteínas nos núcleos da base em decurso temporal e o efeito do tratamento agudo com AM 404 (inibidor da recaptação de anandamida) e ACEA (agonista canabinóide). Resumidamente, nossos resultados mostraram aparente co-localização de CB1 com axônios e dendritos, principalmente na substância negra (SN) e Globo Pálido externo (GPe) e pouca colocalização com células gliais em geral. Em ratos DP-induzidos houve uma diminuição gradual de CB1 na SN. De maneira geral a ativação aguda do receptor CB1 foi prejudicial à lesão. INTRODUÇÃO O sistema canabinóide endógeno é constituído pelos neuromediadores canabinóides, seus receptores (CB1 e CB2) e suas enzimas de síntese e degradação [1,4]. Este sistema parece desempenhar uma função modulatória em vários processos neurobiológicos, incluindo processos de neuroproteção, neurodegeneração e plasticidade neuronal [3,6,8]. Por ser um processo neurodegenerativo, a DP também se tornou alvo dos estudos de neuroproteção possivelmente desempenhada pelo sistema canabinóide [5,7,9]. Muito embora evidências farmacológicas indiquem a ocorrência de CB1 nos núcleos da base [2], dados morfológicos e funcionais são escassos sobre esta questão. Além disso, a função do CB1 na DP e a sua relação com outros sistemas neurotransmissores (como o sistema gabaérgicos) são pouco claras. Os objetivos deste trabalho foram: (1) investigar possíveis colocalizações de CB1 com marcadores de células gliais, elementos estruturais de neurônios e tirosina hidroxilase (TH) nos núcleos da base de ratos intactos, e nos núcleos da base de ratos DP-induzidos por 6-hidroxi-dopamina (6-OHDA); (2) analisar os níveis de GAD (ácido glutâmico descarboxilase) e CB1 em diferentes sobrevidas; e (3) avaliar os efeitos do tratamento agudo com AM 404 e ACEA. MATERIAL E MÉTODOS Foi realizada imunocoloração dupla de CB1 com marcadores de astrócitos (GFAP), oligodendrócitos, microglia (OX-42), axônios (neurofilamentos), dendritos (MAP-2) e TH nos núcleos da base de ratos normais. Outros ratos receberam duas injeções de 6-OHDA (6µg em 0,5µl cada injeção) no estriado direito e o estriado esquerdo foi utilizado como controle. Os animais foram divididos em cinco grupos: (1) para avaliação temporal da DP com diferentes tempos de sobrevivência (1, 5, 10, 20 e 60 dias); (2) tratados de forma aguda com 2 mg/kg de AM 404; ou (3) DMSO (veículo) e sacrificados sete dias pós-lesão; (4) tratados de forma aguda com 0,5, 1, 2 e 4mg/kg de ACEA; ou (5) DMSO e sacrificados 16 dias pós-lesão. Cortes de encéfalos do grupo de avaliação temporal foram submetidos à imunohistoquímica para TH e CB1, e immunoblotting para GAD. Para o grupo tratado com AM 404 e seu controle, os cortes foram processados por imunohistoquímica para TH, GFAP e OX42, e os cortes do grupo ACEA e seu controle, para TH. Os resultados foram analisados por ANOVA ou teste t não pareado. RESULTADOS Nos estudos de imunocoloração (N =4) encontramos pouca co-localização de CB1 com marcadores de células gliais, aparente co-localização de CB1 com MAP-2, especialmente na SN e no GPe e co-localização de CB1 com marcador de axônios, principalmente na SN. Co-localização de CB1 com TH não foi claramente detectada nos núcleos da base. Já em ratos DP-induzidos, não houve diferenças na expressão de GAD nos núcleos da base em todas as sobrevidas analisadas (N = 5 p> 0,05), mas houve uma diminuição gradual de TH e CB1 na SN (Figura 1). No grupo tratado com AM 404 houve uma diminuição de 10% na expressão de TH (N = 5, p <0,05), e aumento de 20 e 26% na expressão de GFAP (N = 5, p <0,01) e OX 42 (N = 5 , p <0,05), respectivamente, na SN. A dose mais elevada da ACEA diminuiu em 30% os níveis de TH na SN quando comparada ao grupo DMSO (N = 5, p <0,01), enquanto as outras doses não produziram efeitos significativos (Figura 2). Nenhum efeito foi encontrado no estriado em ambos os grupos tratados. Figura 1: Expressão de TH (A) e CB1 (B) na Substância Negra após 1, 5, 10, 20 e 60 da injeção unilateral intraestriatal de 6-OHDA. Comparação entre as porcentagens dos lados experimentais calculadas em relação aos lados controles do mesmo grupo (linha tracejada). Análise estatística por ANOVA (uma via) com pós- teste de Tukey. * p< 0,05, ** p < 0,01 e *** p<0,001. Figura 2: Curva dose-resposta de ACEA com 0,5, 1, 2 e 4 mg/kg em animais submetidos à injeção unilateral intraestriatal de 6-OHDA. Expressão de TH expressa em porcentagem na Substância Negra, comparando o lado controle (linha tracejada) com lado experimental. Análise estatística por ANOVA (uma via) com pós- teste de Tukey. * p < 0,05 em relação ao DMSO e # p < 0,05 em relação ao grupo 1mg/kg. CONCLUSÃO Este estudo contribui para o conhecimento da localização celular de CB1 nos núcleos da base e ainda mostra que a expressão do receptor CB1 diminui em nosso modelo de DP por um evento que, aparentemente não está relacionado ao sistema gabaérgico. É possível que este evento esteja relacionado com algum efeito indireto da perda de neurônios dopaminérgicos. No entanto, a ativação aguda do CB1 parece ter efeitos deletérios em nosso modelo de DP. AGRADECIMENTOS FAPESP e CNPq. REFERÊNCIAS [1] AMERI, A. The effects of cannabinoids on the brain. Prog. Neurobiol., v. 58, p. 315-348, 1999. [2] BROTCHIE J.M. CB1 cannabinoid receptor signalling in Parkinson's disease. Curr Opin Pharmacol. v. 3, p.54-61, 2003. [3] CHAVES G.P.; NOGUEIRA T.C.; BRITTO L.R.; BORDIN S.; TORRÃO A.S. Retinal removal up-regulates cannabinoid CB(1) receptors in the chick optic tectum. J Neurosci Res. v.15, p.1626-34, 2008. [4] DE PETROCELLIS, L.; CASCIO, M.G.; DI MARZO, V. The endocannabinoid system: a general view and latest additions. Br. J. Pharmacol., v. 141, p. 765-774, 2004. [5] GARCÍA-ARENCIBIA M.; GARCÍA C.; FERNÁNDEZ-RUIZ J. Cannabinoids and Parkinson's disease. CNS Neurol Disord Drug Targets. v. 8, p.432-9, 2009. [6] LANDUCCI E., SCARTABELLI T., GERACE E., MORONI F., PELLEGRINI-GIAMPIETRO D. E. CB1 receptors and post-ischemic brain damage: studies on the toxic and neuroprotective effects of cannabinoids in rat organotypic hippocampal slices. Neuropharmacology. v. 60, p. 674-82, 2011. [7] LASTRES-BECKER I.; MOLINA-HOLGADO F.; RAMOS J.A.; MECHOULAM R.; FERNÁNDEZ-RUIZ J. Cannabinoids provide neuroprotection against 6-hydroxydopamine toxicity in vivo and in vitro: relevance to Parkinson's disease. Neurobiol Dis. v.19, p.96-107, 2005. [8] PANIKASHVILI, D.; SHEIN, N.A.; MECHOULAM, R.; TREMBOVLER, V.; KOHEN, R.; ALEXANDROVICH, A.; SHOHAMI, E. The endocannabinoid 2-AG protects the blood-brain barrier after closed head injury and inhibits mRNA expression of proinflammatory cytokines. Neurobiol. Dis., v. 22, p. 257-264, 2005. [9] PAPA SM. The cannabinoid system in Parkinson's disease: multiple targets to motor effects. Exp Neurol. v.211, p.3348, 2008. ESTUDO TOXICOCINÉTICO DO ALCALÓIDE INDOLIZIDÍNICO SUAINSONINA EM RATOS JOVENS E ADULTOS 1 Pípole F , Cunha L.C1, Lippi L.L1, Stegelmeier B2, Gardner D2 & Hueza I.M3 1Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, USP, São Paulo/SP – Brasil 2 Poisonous Plant Research Laboratory, United States Departament of Agriculture, Logan/Utah – USA 3 Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, UNIFESP, Diadema, SP, Brasil RESUMO O presente estudo visou avaliar os parâmetros toxicocinéticos do alcalóide indolizidínico suainsonina em ratos jovens e adultos.Para isso, uma dose de 7,0g/kg do extrato aquoso de Ipomoea carnea foi administrada aos animais e então, procedeu-se a coleta de sangue para determinação da suainsonina plasmática nos tempos: T0 (0min), T1 (30min), T2 (3h), T3 (6h), T4 (9h), T5 (12h) T6 (15h), T7 (18h), T8 (21h) e T9 (24h). Animais adultos apresentaram maior concentração plasmática e exposição à droga quando comparados com animais jovens. Com base nos resultados obtidos é possível sugerir que os altos níveis de suainsonina em ratos adultos ultrapassem os limites para exposição segura o que corrobora com os sinais clínicos da intoxicação observados apenas neste grupo de animais. INTRODUÇÃO A suainsonina (Su) é um alcalóide indolizidínico produzido por diversas plantas tóxicas amplamente distribuídas no mundo, como Canescens swainsona na Austrália [3], espécies pertencentes ao gênero Astragalus e Oxytropis na América do Norte [10] e algumas espécies de Ipomoea, como Ipomoea carnea (IC) encontrada em todo o Brasil e em outros países de clima tropical [2]. Além disso, alguns fungos como os do gênero Metarhizium [9] e Rhizoctonia podem também produzir este alcalóide como metabólito secundário [5]. A intoxicação natural ocorre quando diferentes espécies animais, tais como, bovinos, ovinos e caprinos ingerem cronicamente essas plantas, resultando em grandes perdas econômicas em todo o mundo[8]. O mecanismo de ação tóxico deste alcalóide ocorre por meio da inibição de duas enzimas: 1) αmanosidase (αM), resultando em acúmulo de oligossacarídeos nos lisossomos e vacuolização de diferentes células do organismo; 2) manosidase-II do Complexo de Golgi, cuja inibição interfere no metabolismo de glicoproteínas, como quimiocinas, citocinas, anticorpos etc., o que pode vir a resultar em imunossupressão[6]. De fato, estudos de imunotoxicidade anteriores realizados em nosso laboratório mostraram que a IC administrada a ratos adultos (70 dias) e ratos jovens (21 dias), por 14 dias, promoveu aumento do peso relativo do baço, diminuição da celularidade de medula óssea e do peso relativo do timo e ainda alterou as populações de linfócitos T e B[4]; porém, estas alterações foram observadas apenas naqueles animais adultos, o mesmo não tendo sido observado nos animais jovens. Teria a toxicocinética da Su particularidades diferentes entre as idades estudadas? Assim, o principal objetivo do presente estudo foi o de realizar um estudo toxicocinético do principal principio tóxico da IC, a Su, em ratos jovens e adultos. MATERIAL E MÉTODOS Para isso, foram utilizados 60 ratos, sendo 30 jovens (21 dias) e 30 adultos (70 dias), separados em 10 grupos iguais (n= 3 animais por período) denominados de acordo com o tempo de avaliação, a saber: T0 (0min), T1 (30min), T2 (3h), T3 (6h), T4 (9h), T5 (12h) T6 (15h), T7 (18h), T8 (21h) e T9 (24h). Todos os animais passaram por jejum alimentar de 12 horas e então, receberam 7,0g/kg do extrato aquoso de IC que correspondem exatamente a 5,0mg/kg de Su. Após a administração, os animais foram eutanasiados nos tempos descritos anteriormente para a determinação de Su no soro. Além disso, todos os animais foram submetidos à necropsia para aferição do pH do suco gástrico. Os seguintes parâmetros toxicocinéticos: meia vida biológica (T1/2), tempo e concentração máxima (Tmax e Cmax), Área sobre a curva (ASC) e Volume de distribuição (Vd) foram determinados por meio do Software Noncompartmental PharmacoKinetics Data Analysis PK Solutions 2.0. RESULTADOS A tabela 1 mostra e a figura 1 ilustra os dados do perfil toxicocinético da Su nos animais jovens e adultos. É possível observar que ratos adultos apresentaram maior concentração (Cmax) e exposição (ASC) ao xenobiótico quando comparados com ratos jovens. Tabela 1- Parâmetros toxicocinéticos da suainsonina e valores de pH do suco gástrico de ratos jovens e adultos. Adultos Jovens T1/2 (h) 2,3 2,2 ASC (ug-hr/mL) 3096 1811,5 Cmax (ug/mL) 671 400 Tmax (h) 1,4 0,5 Vd (mL) 5,3 8,6 pH 3,0 3,0 Figura 1 – Perfil toxicocinético da suainsonina em ratos adultos (A) e jovens (B) CONCLUSÕES Em farmacocinética utiliza-se com freqüência o conceito de janela terapêutica, quando o efeito farmacológico máximo (Emax) está diretamente relacionado com o Cmax. Concentrações plasmáticas acima do Cmax não aumentam o efeito; porém, aumentam significativamente a toxicidade [7]. Assim, uma possível explicação dos efeitos imunotóxicos anteriormente descritos em animais adultos seja decorrente do Cmax da Su neste grupo de animais ser maior do que aquele apresentado por animais jovens e portanto, superior aos limites de segurança à exposição. Entretanto, não é possível explicar, neste momento, o mecanismo responsável pela maior concentração plasmática da Su em ratos adultos, uma vez que não houve diferenças no pH do suco gástrico entre animais jovens e adultos , fato que poderia interferir na absorção do agente tóxico e ainda, uma busca na literatura revelou não haver diferenças nas concentrações de glicoproteína p em ratos wistar jovens e adultos [1], que é sabidamente uma bomba de efluxo, ou seja promove de forma ativa a saída de substâncias do interior da célula. Muitos são os trabalhos que são realizados com uma mesma substância, cujos resultados muitas vezes não são compatíveis com outros estudos semelhantes realizados em outros laboratórios. O presente trabalho claramente mostra a necessidade da realização de estudos toxicocinéticos de um xenobiótico antes de se iniciar uma experimentação, para, além de determinar os períodos mais adequados para a re-exposição da substância, que estão diretamente relacionados à sua T1/2, também detectar diferenças existentes no perfil toxicocinético deste xenobiótico, não só na espécie estudada, como também no gênero, na idade, ou seja, nos fatores que possam interferir neste parâmetro toxicológico que poderá vir a interferir nos resultados esperados, colaborando assim para uma melhor fidelidade dos resultados alcançados. AGRADECIMENTOS CAPES REFERÊNCIAS [1] Amrita, V.K., Marilyn, E.M. 1997. Functional Expression of p-glycoprotein in the hepatic canalicular membrane of developing rats. Journal of Pharmaceutical Sciences, 87(3): 300-305. [2] Austin, D. F., Huaman, Z. A. 1996.Synopsis of Ipomea (Convolvulaceae) in the Americas. Taxon. 45: 3-38. [3] Dorling, P. R., Huxtable, C. R., Voguel, P. 1978. Lysossomal storage in Swainsona spp. toxicosis: an induced mannosidosis. Neuropathology Applied neurobiology. 4: 285-295, [4] Pípole, F. 2010 Avaliação dos possíveis efeitos imunotóxicos da Ipomoea carnea e de seu princípio ativo tóxico, a suainsonina, em ratos jovens e adultos. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia , Universidade de São Paulo. [5] Schneider, M. J., Ungmach, F. S., Broquist, H. P., Harris, T. M. 1983 (1S2R8R8aR)-1,2,8-trihydroxyoctahidroindolizidine (swainsonine), an α-mannosidase inhibitor from rhizoctonia lebuminicola. Tetrahedron. 39: 29-32. [6] Stegelmeier, B. L., James, L. F., Panter, K. E., Gardner, D. R., Ralphs, M., Pfister, J.A. 1998. Tissue swainsonine clearence in sheep chronically poisoned with locoweed (Oxytropis sericea). Journal of Animal Science 76:1 140-1144. [7] Storpirtis, S., Gai, M.N., Campos, D.R., Gonçalves, J.E. 2011. Farmacocinética: Conceitos, Definições e Relação com a Farmacodinâmica e a Biofarmácia (Biofarmacotécnica). In: Storpirtis, S., Gai, M.N., Campos, D.R., Gonçalves, J.E. Farmacocinética Básica e Aplicada. [8] Tokarnia, C. H., Dobereiner, J., Canella, C. F. C. 1960.Estudo experimental sobre a toxidez do “canudo” (Ipomoea carnea Mart.) em ruminantes. Arquivos do Instituto de Biologia Animal, 3: 59-71. [9] Tulloch, M. 1976. The genus Metarhizium. Transaction British Mycology Society. 66: 407-411. [10] Van Kampen, K. R., James, L. F. 1970. Sequencial development of cytoplasmatic vacuolation in tissues. Pathology Veterinary, 7: 503-508. PNEUMONIA POR VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO (RSV) EM MURIQUI DO SUL (Brachyteles arachnoides) Stéfanie Vanessa Santos1, Ricardo De Francisco Strefezzi2, Alcides Pissinatti3, Cleusa Fumika Hirata Takakura4, Cristina Kanamura5, Maria Irma Seixas Duarte6, José Luiz Catão-Dias7 1. Doutoranda, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP), São Paulo, SP, Brasil. 2. Professor, Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (FZEA-USP), Pirassununga, SP, Brasil - Campus de Pirassununga, Brasil. 3. Diretor, Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ), Guapimirim, RJ, Brasil. 4. Técnica de microscopia eletrônica, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), São Paulo, SP, Brasil. 5. Diretora, Laboratório de Imuno-histoquímica do Instituto Adolfo Lutz (IAL), São Paulo, SP, Brasil 6. Professora, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), São Paulo, SP, Brasil. 7. Professor, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP), São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] RESUMO O vírus sincicial respiratório (RSV) foi diagnosticado em fragmento pulmonar representado por pneumonia sincicial difusa moderada a grave em Muriqui do sul (Brachyteles arachnoides). Através de estudo retrospectivo envolvendo histórico clínico, necroscopia, histopatologia, imuno-histoquímica e microscopia eletrônica se considerou o agente como envolvido na causa de morte de um espécimen de muriqui do Sul cativo do CPRJ, sem sinal clínico respiratório evidente. O relato alerta clínicos e criadores conservacionaistas que o RSV pode acometer primatas do novo mundo (RSV), sobretudo este atelídeo. Como se trata de um vírus com potencial zoonótico, manejos profiláticos como adoção de medidas de biossegurança evitando o contato entre humanos e PNH se faz necessário, garantindo a sanidade, manutenção, reprodução e conseqüente conservação dos Brachyteles arachnoides. INTRODUÇÃO O gênero Brachyteles, endêmico do Brasil, é constituído por duas espécies de muriquis, o B. arachnoides e B. hypoxanthus [7]. Estudos recentes demonstraram que suas populações selvagens podem estar seriamente reduzidas. Na tentativa de reverter a situação atual, esforços têm sito realizados visando a conservação dos muriquis. No entanto, dados relativos à condição sanitária de Brachyteles spp. são extremamente escassos. O vírus respiratório sincicial (RSV) é um vírus RNA envelopado, inicialmente isolado de chimpanzés com coriza em 1956 e, atualmente, é considerado causa importante de doença respiratória, moderada a severa e altamente contagiosa em criança [3,5]. Em um estudo molecular sobre a incidência de afecções respiratórias causadas por RSV em humanos recém nascidos apontaram que 11,1% (36/316) da população apresentava infecção (REIS, 2006). Acredita-se que primatas não-humanos (PNH) tenham sido infectados por meio do contato com o homem, visto que anticorpos anti-RSV foram detectados em humanos e PNH [6]. Em PNH, a doença é caracterizada por sinais respiratórios moderados a intensos como tosses, espirros, descarga óculo-nasal mucopurulenta [2]. Nos casos graves demonstrou-se a ocorrência de bronquiolite e broncopneumonia necrotizante, com células sinciciais multinucleadas e corpúsculo de inclusão intracitoplasmático. A letalidade dos casos está associada com lesões alveolares e tromboses microvasculares, caracterizando a síndrome de angústia respiratória aguda [1]. Estudos de imunoprofilaxia para o RSV são frequentemente realizados em PNH [3]. Medidas profiláticas devem ser estabelecidas no sentido de minimizar o contato desses animais com seres humanos, já que os mesmos podem facilitar a transmissão do vírus. O presente relato de caso descreve a ocorrência de pneumonia sincicial associada à infecção por RSV em muriqui do sul, primata atualmente considerado em perigo de extinção. DESCRIÇÃO DO CASO Um primata da espécie Brachyteles arachnoides, macho, 16 anos de idade, cativo no Centro de Primatologia do Rio de Janeiro desde 1990, manifestou os seguintes sinais clínicos: hiporexia, apatia, edema testicular e ferimentos causados por conflitos de disputa hierárquica com outro macho. Não foram relatados sinais clínicos relacionados ao sistema respiratório. Em 2006 o animal veio a óbito, ainda assintomático. À necrópsia a carcaça apresentava bom estado nutricional, pesando 10,5 kg, e comprimento total de 1185 mm. Foram observados: exsudato catarral em intestino delgado, principalmente em duodeno; vesícula seminal aumentada; rim direito apresentando fibrose capsular e abcessos que substituíam cerca de 80% do parênquima do órgão; fígado de volume aumentado, acinzentado e friável; pulmão: broncopneumonia bilateral severa com congestão e consolidação pulmonares (Fig. 1). Fragmentos de órgãos foram preservados em solução de formalina a 10% e processados para histopatologia nos Laboratórios de Histologia do Departamento de Patologia da FMVZ-USP e da Faculdade de Medicina da USP. Os cortes histológicos foram corados pelo método da hematoxilina e eosina. RESULTADOS A análise histopatológica revelou pneumonia sincicial crônica difusa, moderada a grave, com células gigantes distribuídas difusamente, além de trombose e congestão pulmonar moderada. Os cortes corados pelas técnicas de Ziehl Neelsen e Gram apresentaram resultados negativos para presença de bactérias. Foram detectados também microtrombos em vasos cardíacos, além de necrose de coagulação difusa moderada e fibrose. O baço apresentava linfocitólise em centros germinativos e degeneração folicular acompanhada de calcificação. Outras alterações foram extensos infartos renais e glomerulonefrite membranosa intersticial; duodenite moderada com infiltrado misto, acompanhada de linfangiectasia marcante; peritonite crônica com células gigantes; depleção linfóide com histiocitose e necrose vascular fibrinóide em linfonodo; hepatite necrótica multifocal e hemossiderose moderada. A análise por imuno-histoquímica pelo método da fosfatase utilizando-se o anticorpo antiRSV (código Ab22501, da Albcam®) revelou imunomarcação positiva para RSV em células sinciciais no parênquima pulmonar (Fig.2). A avaliação ultraestrutural por microscopia eletrônica de transmissão das amostras de fragmentos pulmonares revelou diversas partículas virais esféricas a pleomórficas, com diâmetro aproximado de 200 nm, contendo projeções de superfície que variavam de 8 a 12 nm de comprimento, no interior de macrófagos (Fig.3). A presença de células sinciciais, aliada à comprovação por imuno-histoquímica e microscopia eletrônica de infecção por RSV, permitem o diagnóstico de pneumonia sincicial por RSV. Sabe-se que o vírus sincicial é considerado causa importante de doença respiratória, altamente contagiosa em crianças [3,5]. No presente relato, descrevemos a ocorrência deste pneumovírus em PNH acometendo animal senil, que levou a lesões alveolares e trombose da microvasculatura, caracterizando a síndrome de angústia respiratória aguda. Além disso, os resultados histopatológicos revelaram lesões renais provavelmente decorrentes da trombose microvascular sistêmica, típica de infecções por RSV. Notouse também, que o atelídeo não manifestou sinal clínico respiratório contrariando os relatos em outros primatas não-humanos, em que a doença é caracterizada por sinais respiratórios moderados a severos, como tosse, espirros e descarga óculo-nasal muco-purulenta [2]. Fig.1 Fig.2 CONCLUSÃO Os muriquis são suscetíveis ao RSV e podem apresentar episódios de pneumonias sinciciais seguidas de síndrome de angústia respiratória. O presente relato contribui para melhorias no manejo, manutenção e conservação deste atelídeo. Além disso, por tratar-se de um vírus potencialmente zoonótico, o presente relato alerta para a necessidade de adoção de medidas de biossegurança. Fig.3 AGRADECIMENTOS CAPES, CNPq, FAPESP (Proc. no 2010/51801-5), FM-USP, IAL, CPRJ, IBAMA, FAPERJ, FINEP, American Society of Primatologists, Conservation International, Greater Los Angeles Zoo Association. REFERÊNCIAS [1] BENNETT, B. T.; HENRICKSON, R.; ABEE, C. R. Nonhuman primates in biomedical research diseases. 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Tese (Doutorado em Ciências)- Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 2006. [6] RICHARDSON-WYATT; L. S.; BELSHE, L. B.; LONDON, W. T.; SLY, D. L; CAMARGO, E.; CHANOCK, R. M. Respiratory syncytial virus antibodies in nonhuman primates and domestic animals. Laboratory Animal Science, v. 31, n. 4, p. 413-415, 1981. [7] TALEBI M, BASTOS A, LEE PC: Diet of southern muriquis in continuous Brazilian Atlantic forest. Int J Primatol , 26:1175–87, 2005. INFECÇÃO EM CAMUNDONGOS PELO HERPESVÍRUS EQÜINO TIPO I INDUZ A RESPOSTA SISTÊMICA E PULMONAR DE CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS Mori C.M.C.1, Mori E.1, Ribeiro A.1, de Paula V.F.1, Miyashiro S.I.1, Zanuzzi C.N.2, Galosi C.M.2, Brandão P.E.1 , Richtzenhain L.J.1 , Maiorka P.C.2 1. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. 2. Facultad de Ciencias Veterinarias, Universidad Nacional de La Plata, La Plata, Bs As, Argentina. RESUMO Camundongos infectados com as estirpes A4/72 e A9/92 do EHV-1 desenvolveram infecção aguda dos pulmões, seguida pela disseminação do vírus para os órgãos viscerais e cérebro. Embora os mecanismos que regulam a quimiotaxia de leucócitos durante a infecção pelo EHV-1 ainda não tenham sido explorados em grande detalhe, estudos recentes têm demonstrado a importância das citocinas na inflamação e nos mecanismos imunopatológicos envolvidos na evolução da doença. O objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil de citocinas produzidas na resposta imune local (pulmonar) e sistêmica em camundongos BALB/c infectados com duas estirpes brasileiras (A4/72 e A9/92) e uma argentina (AR4) do EHV-1. As concentrações de IL-6, IL-10, IFN-γ, TNF-α, IL-12p70 e MCP-1 foram mensuradas no plasma e no fluido do lavado broncoalveolar (LBA) utilizando um kit de ELISA. Os camundongos infectados com a estirpe AR4 apresentaram maior número de células no LBA (p <0,05), e maior concentração de TNF-α, IL-6 e MCP-1 no LBA (p <0,01), indicando infecção pulmonar pelo EHV-1 A concentração plasmática de IL-6 também foi maior nos camundongos infectados com a estirpe AR4 (p <0,05). Já a concentração de MCP-1 foi maior no plasma dos camundongos infectados com as estirpes A4/72 e A9/92, e no LBA dos camundongos infectados com a estirpe A9/92 (p <0,01). Os camundongos infectados com a estirpe A9/92 apresentaram também maior concentração de IFN-γ no plasma (p <0,05). Estes achados sugerem que as estirpes A4/72 e A9/92 foram capazes de causar uma infecção sistêmica em camundongos. INTRODUÇÃO Idealmente, as citocinas coordenam a resposta inflamatória com o intuito de eliminar patógenos com o mínimo de injúria tecidual. As citocinas tipo CD(4)(+) T helper 1 (Th1) tendem a produzir uma resposta pró-inflamatória responsável pela morte de parasitas intracelulares. As principais citocinas tipo Th1 são o interferon-gama (IFN-γ) e o fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α). A reposta pró- inflamatória excessiva pode levar a um incontrolado dano tissular, que necessita de um mecanismo controlador que neutralize essa ação. As citocinas tipo CD(4)(+) T helper 2 (Th2) por sua vez, como por exemplo, a interleucina-10 (IL-10) apresenta uma resposta antiinflamatória predominante. Em excesso, a resposta Th2 poderá inibir a ação antimicrobiana mediada pela resposta Th1. Portanto, um cenário ideal seria uma resposta balanceada entre as respostas Th1 e Th2 frente a um desafio imune. O herpesvírus eqüino tipo 1 (EHV-1) é o agente responsável por diferentes formas de doença em cavalos dentre as quais se destacam a doença respiratória, o abortamento e doença neurológica. O modelo murino por meio da infecção intranasal mimetiza todas essas formas clínicas da doença [1,2]. Mori et al. (2011) demonstraram diferenças de tropismo tecidual e virulência nas diferentes estirpes virais do EHV-1, com predominância de manifestações neurológicas em camundongos infectados pelas estirpes brasileiras A4/72 e A9/92. Estudos recentes avaliaram a resposta imune após a infecção pelo EHV-1, tanto no modelo murino [4] quanto in vitro utilizando leucócitos de cavalo [5,6], demonstrando a importância das quimiocinas e/ou citocinas em orquestrar os eventos envolvidos na inflamação após a infecção viral. Para melhor compreensão da resposta inflamatória sistêmica e pulmonar após a infecção experimental pelo EHV-1, o perfil de diferentes citocinas/quimiocinas foi investigado no plasma e no lavado broncoalveolar (LBA) de camundongos BALB/c inoculados por via intranasal com as estirpes A4/72 e A9/92 que causam meningoencefalite fatal no modelo murino e a estirpe AR4 que causa somente infecção local pulmonar. MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados 16 camundongos BALB/c, fêmeas, com oito semanas de idade, provenientes do Biotério do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. Os camundongos foram alojados em micro-isoladores de policarbonato no biotério do Instituto Biológico de São Paulo a temperatura de 22–24 ºC, umidade relativa do ar entre 40 e 60% e ciclo de 12 horas de claro e 12 horas de escuro, permanecendo em aclimatação por uma semana antes do início dos experimentos. Água filtrada e autoclavada e ração comercial foram fornecidas ad libitum. As condições de alojamento e manejo, bem como os procedimentos experimentais adotados, foram aprovados pela Comissão de Bioética do Instituto Biológico de São Paulo (protocolo 70/08 CETEA-IB) e estão de acordo com a as recomendações internacionais [3]. Após anestesia inalatória com isofluorano, grupos de quatro camundongos foram desafiados por via intranasal com a dose infectante de 104 DICT50/25µL das estirpes brasileiras A4/72 e A9/92 e da estirpe argentina AR4 do EHV-1. Quatro camundongos do grupo controle foram submetidos aos mesmos procedimentos e receberam 25 µL do meio de cultura MEM de Eagle estéril. No 2º dia pósinoculação (dpi) os camundongos foram anestesiados com isofluorano e o sangue foi colhido com ETDA por punção cardíaca terminal. As amostras de sangue foram centrifugadas para separação do plasma que foi estocado a -80ºC. Os pulmões foram lavados duas vezes com alíquotas de 0,75 mL de PBS contendo 3mM de EDTA por meio de uma cânula inserida na traquéia para obter o fluido do lavado broncoalveolar (LBA). A contagem total de células do LBA foi realizada em câmara de Neubauer utilizando o corante azul de tripan. Posteriormente, o fluido do LBA foi centrifugado (2.450 x g, 7 min) e o sobrenadante estocado a -80ºC. Um kit ELISA para quantificação de citocinas murinas (Cytometric Bead Array – CBA, BD Biosciences, San Jose, CA, USA) foi utilizado para dosagem de IL6, IL-10, MCP-1, IFN-γ, TNF-α e IL-12p70 no plasma e fluido do LBA. Para a avaliação histopatológica fragmentos de pulmão foram fixados em formol a 10% e confeccionou-se de lâminas coradas por HE. A reação de imuno-histoquímica foi realizada segundo protocolo descrito por Mori et al. (2011). RESULTADOS Os camundongos inoculados com a estirpe argentina AR4 apresentaram sintomas respiratórios como dispnéia e taquipnéia, pêlos arrepiados e discreta perda de peso no 2º dpi. Conforme descrito na literatura, no 2º dpi não foi possível observar sinais clínicos evidentes nos camundongos infectados com as estirpes neuropatogênicas brasileiras A4/72 e A9/92 do EHV-1, os quais apresentavam sintomas respiratórios e neurológicos severos com 100% de mortalidade no 3º dpi [2]. Observou-se aumento na contagem total de células do LBA somente no grupo desafiado com a estirpe argentina AR4 (p<0,05) no 2º dpi. Não houve diferença estatística nas concentrações de IL-10 e IL-12p70 tanto no plasma quanto no fluido do LBA. No fluido do LBA dos camundongos inoculados com a estirpe AR4 houve aumento significante nas concentrações de TNF-α e IL-6 quando comparados aos grupos controle e inoculados com as estirpes A4/72 e A9/92 (p<0,01). Observou-se aumento da proteína quimiotática de monócitos-1 (MCP-1) no fluido do LBA dos camundongos inoculados com a estirpe argentina AR4 e com a estirpe brasileira A9/92 (p<0,01). Em relação à dosagem de citocinas no plasma observou-se aumento significativo na concentração de IFN-γ nos camundongos inoculados com a estirpe A9/92 e de IL-6 nos camundongos inoculados com a estirpe AR4 no 2º dpi (p<0,05). A MCP-1 aumentou significativamente nos camundongos inoculados com as estirpes neuropatogênicas A4/72 e A9/92 (p<0,01) (Fig.1). No exame histopatológico observou-se presença de infiltrado inflamatório nos pulmões, espessamento da parede dos alvéolos pulmonares, áreas de hemorragia, peribronquiolite e zonas de erosão com restos celulares na luz dos brônquios. A marcação imuno-histoquímica revelou a presença de grande quantidade de células infectadas pelo EHV-1 na luz dos brônquios e bronquíolos. Figura 1. Concentrações de IFN-γ, TNF-α, IL-6 e MCP-1 (pg/ml) no fluído do lavado broncoalveolar (LBA) e no plasma de camundongos BALB/c inoculados por via intranasal com as estirpes brasileiras A9/92 e A4/72 e a estirpe argentina AR4 do EHV1, no 2º dpi. *(p<0,01), **(p<0,05) CONCLUSÃO Os resultados indicam que a infecção foi restrita aos pulmões dos camundongos inoculados com a estirpe AR4 do EHV-1, induzindo uma resposta inflamatória localizada. Por outro lado, as infecção com as estirpes brasileiras A4/72 e A9/92 induziu uma resposta sistêmica nos camundongos. Esses dados sugerem que as citocinas pró-inflamatórias IFN-γ, TNF-α, IL-6 e MCP-1 são fatores determinantes tanto dos mecanismos envolvidos no desenvolvimento dos sintomas, como na defesa do hospedeiro contra a infecção EHV-1. AGRADECIMENTOS Este trabalho foi financiado pela Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), números dos processos 2009/51886-3 e 2007/58861-0 e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – número do processo 473735/2008-3. REFERÊNCIAS [1] Galosi CM, Barbeito CG, Vila Roza MV, Cid de la Paz V, Ayala MA, Corva SG, Etcheverrigaray ME, Gimeno EJ. Argentine strain of equine herpesvirus 1 isolated from an aborted foetus shows low virulence in mouse respiratory and abortion models. Vet Microbiol. 2004 Oct 5; 103(1-2):1-12. [2] Mori, C. M. C.; Mori, E.; Favaro, L. L.; Santos, C. R.; Lara, M. C. C. S. H.; Villalobos, E. M. C.; Cunha, E. M. S.; Brandao, P. E.; Richtzenhain, L. J.; Maiorka, P. C. Equid Herpesvirus Type-1 Exhibits Neurotropism and Neurovirulence in a Mouse Model. J. Comp. Path. 2011, doi:10.1016/j.jcpa.2011.04.003 [3] National Research Council (NRC). 2010. Guide for the Care and Use of Laboratory Animals. 8th ed. 248p. NRC ed. National academy Press, Washington D.C. [4] Van de Walle GR, Sakamoto K, Osterrieder N. CCL3 and viral chemokine-binding protein gg modulate pulmonary inflammation and virus replication during equine herpesvirus 1 infection. J Virol. 2008 Feb;82(4):1714-22. [5] Wagner B, Wimer C, Freer H, Osterrieder N, Erb HN. Infection of peripheral blood mononuclear cells with neuropathogenic equine herpesvirus type-1 strain Ab4 reveals intact interferon-α induction and induces suppression of anti-inflammatory interleukin-10 responses in comparison to other viral strains. Vet Immunol Immunopathol. 2011 Sep 15;143(1-2):116-24. [6] Wimer CL, Damiani A, Osterrieder N, Wagner B. Equine herpesvirus type-1 modulates CCL2, CCL3, CCL5, CXCL9, and CXCL10 chemokine expression. Vet Immunol Immunopathol. 2011 Apr 15;140(3-4):266-74. ESTUDO DO PROCESSO DE DIFERENCIAÇÃO DE OSTEOSSARCOMA CANINO EM CULTURA CELULAR EM TRÊS DIMENSÕES Sanches, DS.,1 Chaible, LM.,1 Mennecier, G.,1 Nagamine, MK.1, Latorre, AO.,1 Dagli, MLZ.1 1. Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP), São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] RESUMO A diferenciação de osteoblastos se caracteriza por um processo dividido em três principais etapas: proliferação, maturação de matriz extracelular e mineralização. Recentemente, tem sido mostrado que perfis de expressão gênica obtidos de cultura celular em três dimensões têm refletido com mais precisão respostas clínicas quando comparados com cultura celular em duas dimensões. Esferóides são uteis em testes de citotoxicidade a diferentes drogas, não somente devido à redistribuição das fases de crescimento celular e microambientes heterogêneos, mas também devido à barreira à penetração existente em regiões pobremente vascularizadas dos tumores que podem em parte ser estimuladas. Aqui nós reportamos o desenvolvimento e estabelecimento de uma linhagem celular de osteossarcoma canino e a resposta destas células em cultura em três dimensões, quando expostos a três diferentes agentes: Arctigenina (ARC), Genisteína (GEN), e Tricostatina A (TSA). Uma resposta dose dependente em termos de viabilidade celular e proliferação foi observada após o tratamento com os diferentes princípios ativos. Foi também verificado a indução à diferenciação dos osteoblastos em cultura celular em três dimensões. Nós concluímos até o presente momento que os três princípios ativos interferem nos processos de proliferação, viabilidade celular e principalmente em direção a diferenciação de osteoblastos neoplásicos caninos. INTRODUÇAO Tumores ósseos primários do esqueleto são comuns em cães e humanos, tendo como principal tipo o osteossarcoma (OSA). Em cães tem-se uma incidência de aproximadamente 65 a 85% para OSAs e 15% para condrossarcomas. Os OSAs acometem 4% de todas as moléstias neoplásicas, e 98% dos tumores ósseos primários do esqueleto apendicular [1,2]. Possui alto potencial metastático, e 90% morrem ou são eutanasiados devido a complicações associadas às metástases pulmonares [3,4]. Os programas de diferenciação de osteoblastos normais foram bem estudados e atualmente bem entendidos. Em contraste a base molecular da perda de diferenciação associada a carcinogênese ainda não é bem entendida e possivelmente variam entre os tipos de câncer e entre os tecidos. Com significante impacto, a terapia através da diferenciação tem sido introduzida em estudos pré-clínicos e clínicos, com benefícios, trazendo esperança de que as relações entre diferenciação e carcinogênese possam ser usadas no tratamento de pacientes com câncer. O foco do corrente estudo é o de caracterizar os aspectos ligados ao processo de diferenciação induzida por diferentes agentes tais como ARC, GEN e TSA em cultura celular tridimensional de OSAs caninos. MATERIAIS E MÉTODOS Um animal canino da raça fila, 7anos, fêmea, foi diagnosticado através de exame radiográfico com suspeita de tumor ósseo, em úmero proximal direito, sendo então submetido a cirurgia de amputação. Parte do tumor foi dividido fragmentos os quais foram então encaminhados ao exame histopatológico de rotina através de cortes de 5um laminados e corados em Hematoxilina e Eosina. Outros fragmentos foram coletados logo apos a cirurgia para o estabelecimento de linhagem celular de osteoblastos neoplásicos e colocados em cultura em três dimensões. As células foram submetidas a tratamentos com ARC, GEN, e TSA, por diferentes períodos de tempo, para avaliação dos processos de diferenciação através de laminas corada com tricômico de Masson e expressão de marcadores ósseos (OC e OP) através de imunoistoquímica. Processos de proliferação foi avaliado através de ensaios de MTT e cristal violeta. Foi verificada também a ploidia da linhagem estabelecida a distribuição nas fases do ciclo celular através de ensaios de incorporação de iodeto de propídeo e Brdu analisados por citometria de fluxo. RESULTADOS Após a cirurgia de retirada foi realizado o exame histopatológico de rotina do tumor, o qual teve como diagnostico OSA osteoblástico produtivo. Após o estabelecimento de linhagem neoplásica de OSA canino, o qual se mostrou estabelecida apos 21 passagens com células hipodiploides. As células foram então colocadas em garrafas especiais de baixa adesão celular permitindo a formação dos esferóides. No estudo morfológico através do tricômico de Masson verificou-se deposição precoce e em quantidade maior de matriz extracelular dos grupos tratados comparados aos controles. Resultado semelhante foi observado quando avaliados a expressão de marcadores ósseos, nos quais se verificou a presença de marcação positiva em cinco dias para os grupos tratados comparados aos 10 dias dos grupos controles. Nos ensaios de proliferação celular pelo MTT e Cristal violeta pode se verificar diminuição da viabilidade e da multiplicação celular em função do tempo com resposta dose dependente. CONCLUSÃO Até o presente momento podemos concluir que a cultura celular em três dimensões se faz em um ótimo modelo para o estudo de novos candidatos a terapia antitumoral, assim como para estudo de processos de diferenciação e proliferação celular. Também concluímos que os agentes utilizados possuem atividade antitumoral através da indução de diferenciação e diminuição da atividade proliferativa e viabilidade celular de osteoblastos neoplásicos de cães. AGRADECIMENTOS A FAPESP e a Capes pelo suporte financeiro. REFERÊNCIAS [1] WOLKE RE, NIELSEN SW: 1966.Site incidence of canine osteosarcoma. J Small Anim Pract 7: 489-492. [2] POOL RR, THOMPSON KG: 2002. Tumors of bones, In : Tumors in domestic animals, 1th ed., pp. 245-318. State press, Iwoa, EUA. [3] BRODEY RS, RISER WH: 1969. Canine osteosarcoma. A clinic pathologic study of 194 cases. Clin Orthop Relat Res 62: 54-64. [4] LUCROY MD, PECK JN, BERRY CR: 2001. Osteosarcoma of the patella with pulmonary metastases in a dog. Vet Radiol Ultrasound 42: 218-220. [5] AUBIN, J.E., LIU, F., MALAVAL, L., GUPTA, A.K. 1995. Osteoblast and chondroblast differentiation. Bone 17 (Suppl. 2), S77–S83. ESTUDO QUÍMICO DOS COMPONENSTES TÓXICOS DA MALPIGHIACEAE Mascagnia rigida Cunha L.C1, Pípole F1, Carvalho L.R2, Lago J.H.G3, Gorniak S.L1 1Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, USP, São Paulo/SP; 2Núcleo 3 Departamento de Pesquisa em Ficologia, Instituto de Botânica, São Paulo/SP; de Ciências Exatas e da Terra, Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas, UNIFESP/ São Paulo RESUMO O monofluoracetato de sódio (FAS) identificado como o princípio ativo de Dichapetalum cymosum, planta sul africana causadora de intoxicações e mortes de bovinos, caprinos e ovinos, passou a ser sintetizado para uso como rodenticida, na década de 1940. Nos anos seguintes, outras espécies de plantas como Acacia georginae, Gastrolobium spp, Oxylobium spp, Palicourea marcgravii e Arrabidea bilabiata também mostraram conter essa toxina, causadora de “morte súbita”. Esse evento pode ser explicado pela transformação do FAS em fluorocitrato, através da “Sintese Letal”, o qual bloqueia a ação da aconitase, interrompendo diretamente o ciclo de Krebs e a produção de ATP no organismo intoxicado. Existem ainda plantas tóxicas que causam “morte súbita”, com quadro clínico semelhante ao decorrente da ingestão de FAS, mas cujos princípios ativos não foram identificados caso da Mascagnia rígida, a planta mais frequente na região Nordeste do país. Devido às perdas econômicas que ocasiona, nosso objetivo foi identificar a substância tóxica nela presente. Para tanto, a planta seca e moída foi submetida à extração com água deionizada, a quente; o extrato aquoso foi concentrado a vácuo e submetido a diversos processos cromatográficos (planar e em coluna), com diferentes fases estacionárias e móveis, até que se conseguisse o isolamento do princípio ativo. O estudo deste material purificado, por espectrometria de Infravermelho, mostrou a presença de mais uma carboxila, indicando a presença de mono, di e trifluoracetato de sódio, na amostra. Anteriormente, estudos químicos em Dichapetalum toxicarium mostraram também, como resultado, a mesma mistura de sais. INTRODUÇÃO O fluoroacetato de sódio (FAS) foi identificado por Marais, em 1944, como sendo o princípio tóxico da planta Dichapetalum cymosum (“gifblaar”), causadora de intoxicações em ovelhas, na África do Sul [12]. Por sua toxicidade, foi sintetizado e amplamente utilizado como raticida da década de 1940 até a de 1980. Por ser de difícil detecção química e não contar com tratamento eficiente para os casos de intoxicação acidental, teve seu uso proibido em diversos países, e restringido em outros [9] [5]. Outras plantas, dispersas por diversas regiões do mundo, também produzem essa substância: Acacia georginae, na América do Sul [6], Gastrolobium spp e Oxylobium spp, na Austrália [1] e Palicourea marcgravii [7] e Arrabidea bilabiata [2], no Brasil. Estas duas últimas plantas causam prejuízos financeiros de grande monta, para a pecuária brasileira, por provocarem a “morte súbita” nos rebanhos bovinos e ovinos [9]. A toxicidade do FAS ocorre pela ação do fluorocitrato, seu metabólito ativo, formado no organismo por meio da denominada “Sintese Letal” [10]. O FAS é incorporado à acetil coenzima A formando a fluoroacetil coenzima A. Esta, por sua vez, conjuga-se ao oxaloacetato no ciclo de Krebs, formando o fluorocitrato que age competitivamente, bloqueando a ação da aconitase. Com o bloqueio desta enzima, deixa de ocorrer a conversão de citrato em isocitrato, interrompendo diretamente o ciclo e a produção de ATP no organismo intoxicado com consequente acúmulo de citrato em vários tecidos [8]. Existem ainda outras plantas tóxicas que pertencem ao grupo das que causam “morte súbita”, com quadro clínico semelhante, mas cujos princípios ativos não foram identificados. Entre elas está a Mascagnia rigida (“tingui”, “timbó”), a mais difundida e importante da região Nordeste do país, que promove intoxicação em bovinos e caprinos e causa expressivas perdas [4] [11], merecendo particular atenção por parte dos veterinários, pesquisadores e criadores. Tomando por base esses dados, desenvolvemos estudos cujo objetivo foi determinar a identidade do princípio ativo produzido pela planta tóxica Mascagnia rigida. MATERIAL E MÉTODOS Caracterização da natureza química do princípio ativo de Mascagnia rigida, por cromatografia Planar. Preparo do extrato aquoso: 200 g de folhas verdes e secas foram submetidos a extração a quente, com água deionizada. Esse extrato foi concentrado a pressão reduzida, em rotoevaporador e submetido a cromatografia em camada delgada para detecção de monofluoracetato de sódio, utilizandose como fase estacionária, cromatofolhas de celulose e como fase móvel, a solução composta pelos solventes etanol/hidróxido de amônio/piridina/água (95:3:1:1, v/v/v/v) e como agente derivatizante, azul do Nilo [13]. Como contraprova, utilizou-se extrato aquoso de Palicourea marcgravii. Isolamento da substância contida na Mascagnia rigida. Com base nesses resultados, foram delineados ensaios cromatográficos em placa e em coluna, para o isolamento da substância detectada por cromatografia planar. Foram utilizadas como fase estacionária: celulose, sílica octadecilsilanizada (fase reversa), XAD2, Oasis HLB, Oasis MAX; e como fases móveis as seguintes misturas de solventes: a) etanol/hidróxido de amônio/piridina/água (95:3:1:1, v/v/v/v); 2) clorofórmio/metanol/água (64:36:8, v/v/v), metanol/água, em diferentes proporções. Os ensaios por cromatografia em coluna foram realizados a pressão ambiente, a vácuo e sob pressão positiva. Determinação da estrutura da substância tóxica. Para a determinação da estrutura da substância isolada por métodos cromatográficos, foram empregados os seguintes processos: espectrometria de infravermelho (IV), ressonância nuclear de carbono e de flúor (RMN 13C e de F) e Cromatografia de Alta Eficiência/espectrometria de massas. RESULTADOS Caracterização da natureza química do princípio ativo de Mascagnia rigida, por cromatografia Planar. O resultado da cromatografia planar comprovando a presença de FAS, no extrato aquoso de P. marcgravii, está mostrado na figura1. Figura 1. Cromatograma em celulose de: a, b, c – padrão de fluoracetato de sódio; d, e, f – extrato aquoso de M. rigida; g, h, i – extrato aquoso de P. marcgravii. Fase móvel: etanol/hidróxido de amônio/piridina/água (95:3:1:1, v/v/v/v); agente derivatizante: azul do Nilo. Para isolar o FAS, substância de massa molecular pequena (100 Da) e de polaridade alta, foram realizadas séries de experimentos cromatográficos e a partir dos resultados apresentados, foi elaborado um protocolo que será devidamente registrado. Na comprovação da identidade do FAS isolado, o emprego das técnicas espectrofotométricas (RMN 13C e de F) foi dificultado pelo tempo e custo da análise e também pela inexperiência do operador, em espectrometria de Flúor. O IV apresentou bons resultados e foi possível inferir, pela comparação dos espectros do padrão de FAS com o do material purificado obtido a partir do extrato aquoso da M. rígida, que a planta contém mistura de mono, di e trifluoracetato de sódio, pois seu espectro IV mostrou a presença de mais de um grupo carboxílico (Figura 2) 1 2 Figura 2. Espectros de IV de 1) amostra de material purificado de M. rígida; 2) padrão de FAS. Os dados obtidos nos espectros estão compilados na Tabela 1. Tabela 1–Vibrações do grupo carboxílico para os sais halogenados (tri, di monofluorácetico) FAS 3433 1623 1440 882 ---------- 3422 1633 1454; 1406, 1384 1111; 831 e 1073; 669,696 padrão Amostra 901 Vickery e colaboradores (1973) também obtiveram indicações da presença de di e trifluoracetato, além do monofluoracetato, em Dichapetalum toxicarium. Os resultados dos estudos por Cromatografia de Alta Eficiência/espectrometria de massas não serão apresentados neste trabalho. CONCLUSÃO À semelhança com plantas como Dichapetalum toxicarium, M. rígida contém mistura de mono, di e trifluoracetatos, ao invés de um único sal halogenado. AGRADECIMENTOS CAPES REFERÊNCIAS [1] APLIN, T. E. H. Poison plants of Western Australia. Toxic species of genera Gastrolobium and Oxylobium. Journal of Agriculture, Western Australia, v. 8, p. 42-52, 200-206, 241-243, 408, 414, 1968. [2] KREBS, H.C., KEMMERLING, W., HABERMEHL, G. Qualitative and quantitative determination of fluoroacetic acid in Arrabidea bilabiata and Palicourea marcgravii by F-NMR spectroscopy. Toxicon, v.32, p. 909-13, 1994. [3] MARAIS, J. S. C. Monofluoroacetic acid, the toxic principle of Gifblaar, Dichapetalum cymosun . Onderstepoort Journal of Veterinary Science and Animal Industry, v. 20, n. 1, p. 67-73, 1944. [4] MEDEIROS, R. M. T.; NETO, S. A. G.; BARBOSA, R. C.; LIMA, E. F.; RIETE-CORREA, F. Sudden bovine death from Mascagnia rigida in Northeastern Brazil. 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Após uma semana, foram colhidas amostras do sêmen epididimário pós-orquiectomia. As amostras foram avaliadas quanto a motilidade e vigor espermático em análise subjetiva e computadorizada e quanto ao perfil de catalase, glutationa e superóxido dismutase (SOD). O sêmen da cauda do epidídimo apresentou características semelhantes ao ejaculado quanto à motilidade, vigor e permeabilidade de membrana espermática. Houve diferença significativa de tais amostras com aquelas obtidas da cabeça e corpo do epidídimo, sendo justificado pela imaturidade espermática nestes segmentos. Os valores de catalase foram reduzidos em todas as amostras analisadas, já a SOD foi detectada sem diferenças estatísticas em todos os segmentos. Ocorreu maior produção de glutationa na cauda do epidídimo em relação aos outros segmentos, justificado por ser o segmento mais ativo na síntese de proteínas. INTRODUÇÃO A recuperação do sêmen diretamente do epidídimo permite a obtenção de material genético após castração ou post mortem, alternativa para a reprodução de animais de alto valor zootécnico ou animais silvestres em risco de extinção. Entre as limitações existentes nesta técnica, pode-se destacar a perda da qualidade espermática, possivelmente, relacionada à maior concentração de espécies reativas de oxigênio (ROS), também chamada de estresse oxidativo[6]. As ROS podem causar danos estruturais diretamente ao espermatozóide, tais como no DNA, lipídeos, carboidratos e proteínas, podendo induzir a apoptose e morte celular. Assim, prejudica-se os índices de motilidade, vigor e morfologia espermática, também podendo diminuir a defesa enzimática[6]. Os antioxidantes são substâncias que, em baixas concentrações, retardam ou previnem significantemente a oxidação de determinado substrato. O organismo produz antioxidantes que minimizam os efeitos das ROS em condições naturais[3]. Dentre os antioxidantes enzimáticos encontrados no plasma seminal, destacam-se a superóxido dismutase (SOD), glutationa peroxidade/glutationa redutase e catalase[6]. Na espécie canina, o perfil das enzimas antioxidantes ainda não foi precisamente determinado, bem como a ausência de padronização para o processamento do sêmen epididimário. Em face do exposto, o objetivo deste estudo foi comparar o perfil espermático e enzimas antioxidantes do ejaculado com amostras oriundas dos distintos segmentos epididimários (cabeça, corpo e cauda) de cães. MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados cinco cães de raças distintas, entre 1 a 6 anos. Do mesmo animal, foram obtidas, por manipulação digital do pênis, amostras das três frações do ejaculado (frações prostáticas e seminal). Após o período de uma semana, foram colhidas amostras do sêmen epididimário pósorquiectomia. Os epidídimos foram acondicionados a 5°C por até 19 horas e, em seguida, o sêmen foi colhido através de pequenas incisões (<1mm) individuais da cauda, corpo e cabeça do epidídimo, com o auxílio de um bisturi, e aspirado por pipeta automática e depositado em 100µL do diluidor TALP. As amostras seminais foram avaliadas quanto à motilidade e vigor em análise subjetiva ao microscópio óptico (40X) e quanto à análise computadorizada do sêmen (Computer Assisted Sperm Analysis - CASA; Hamilton-Thorne Ceros 12.1). Para a avaliação da permeabilidade da membrana plasmática dos espermatozóides, realizou-se esfregaço seminal corado pela eosina/nigrosina e contagem da porcentagem de espermatozóide vivos e mortos em microscopia óptica (1000X). As enzimas catalase, SOD e glutationa foram determinadas em todas as amostras de líquido prostático (fração I e fração III do ejaculado), fração rica do ejaculado (fração II), sêmen da cabeça, corpo e cauda do epidídimo. As quantificações foram realizadas em espectofotômetro, com comprimento de onda e temperatura descritas para cada enzima: SOD[2], glutationa[5] e catalase[1]. Os resultados foram testados utilizando a análise de variância para medidas repetidas (ANOVA). O Teste de LSD foi utilizado para identificação da origem das diferenças no nível de significância de 5%, isto é, para um p<0,05 considerou-se que houve diferença estatística. RESULTADO Na avaliação subjetiva, o sêmen proveniente do ejaculado (fração II) demonstrou valor de motilidade espermática superior aos segmentos epididimários, seguido das amostras da cauda, corpo e cabeça, com diferenças estatísticas entre elas (Tabela 1). Quanto ao vigor espermático, não houve diferença entre o ejaculado e o sêmen da cauda do epidídimo, os quais diferiram em relação ao corpo do epidídimo, sendo o sêmen proveniente da cabeça o de menor vigor (Tabela 1). As amostras provenientes da cabeça e corpo do epidídimo apresentaram maior permeabilidade de membrana em relação ao ejaculado (Tabela 1). Desta forma, pode-se sugerir maior maturidade espermática das amostras da cauda epididimária, diferentemente das amostras de corpo e cabeça. Estas últimas apresentaram alterações possivelmente relacionadas à imaturidade espermática, já que tais segmentos estão relacionados à aquisição da motilidade progressiva dos espermatozóides[7]. Tabela 1. Valores médios e desvios padrão das avaliações subjetivas do sêmen do ejaculado (fração II) e dos três segmentos epididimários. São Paulo, 2011. Ejaculado (Fração II) Cauda Corpo Cabeça Motilidade Espermática (%) 82,0±6,04A 63±5,12B 37±3,96C 0,2±0,13D Vigor Espermático (1-5) 3,6±0,24A 3,3±0,26A 2,5±0,27B 0±0C Membrana Íntegra (%) 90,2±5,88A 69,3±4,74B 59,4±6,83B 55,5±7,61B A-D na mesma linha indicam diferença estatística (p≤0,05) Na avaliação pelo CASA, foi observada maior motilidade no sêmen ejaculado e da cauda do epidídimo, bem como maior porcentagem de espermatozóides rápidos em relação ao corpo e cabeça (Tabela 2). A motilidade progressiva foi significativamente maior no sêmen ejaculado, apresentando queda progressiva entre cauda, corpo e cabeça. As amostras do corpo e cabeça do epidídimo apresentaram maior porcentagem de espermatozóides estáticos, diferindo significativamente do sêmen ejaculado e da cauda (Tabela 2). Tabela 2. Valores médios e desvios padrão da análise computadorizada (CASA) do sêmen ejaculado (fração II) e dos três segmentos epididimários. São Paulo, 2011. Ejaculado (Fração II) Cauda Corpo Cabeça Motilidade (%) 78±7,58A 68,7±3,55A 35,4±5,01B 0,6±0,26C Motilidade Progressiva (%) 55,6±5,27A 33,7±2,10B 8,7±1,26C 0±0D Espermatozóides Rápidos (%) 65,8±7,55A 54,3±4,55A 22,4±3,90B 0,1±0,10C Espermatozóides Estáticos (%) 10,0±5,51D 23,2±2,29C 56,7±4,85B 94,8±2,61A A-D na mesma linha indicam diferença estatística (p≤0,05) Quanto à dosagem de antioxidantes, a concentração de superóxido dismutase não apresentou diferenças estatísticas quando comparada as três frações do ejaculado (Tabela 3) ou mesmo entre os segmentos epididimários (Tabela 4), resultado que corrobora com estudos realizados em humanos e roedores[6]. Relata-se a expressão da superóxido dismutase em diversos tecidos do trato reprodutivo masculino, dentre eles os testículos, a próstata, vesículas seminais e os epidídimos[6]. Tabela 3. Médias e desvios padrão das enzimas antioxidantes nas frações do ejaculado (fração I, II e III). São Paulo, 2011. A.B SOD (UI/mL) GPx (UI/mL) Catalase (UI/mL) Fração I 80,02±35,64A 15,54±2,24A,B 0,75±0,44A Fração II 116,1±16,96A 46,56±1,74A 0,35±0,35A Fração III 91,25±10,32A 8,75±1,74B 1,17±0,91A na mesma coluna indicam diferença estatística (p≤0,05) Para a dosagem de catalase, foram obtidos valores reduzidos em todas as amostras analisadas, reforçando os resultados de estudos em homens e ratos (Tabela 3; Tabela 4). Em tais espécies, a catalase foi detectada no trato reprodutivo em níveis baixos, porém atribui-se à contaminação das amostras, como por exemplo, por neutrófilos[8]. Assim, recomenda-se a purificação das amostras com o intuito de eliminar a possibilidade de contaminação do sêmen. Não houve diferenças estatísticas entre as três frações do ejaculado (Tabela 3), entretanto, quando comparados os segmentos epididimários, encontrou-se maior concentração deste antioxidante na cauda (Tabela 4). Tabela 4. Médias dos valores de antioxidantes nas frações do ejaculado (fração I, II e III). São Paulo, 2011. A.B SOD (UI/mL) GPx (UI/mL) Catalase (UI/mL) Cabeça 109,78±12,49A 36,43±9,05A 0,09±0,05A Corpo 121,83±11,52A 47,45±9,65A 0±0A Cauda 136,15±11,68A 85,94±12,04B 0,41±0,16B na mesma coluna indicam diferença estatística (p≤0,05) Na análise da glutationa, observou-se diferença estatística nos valores da fração II, quando comparada às frações I e III (Tabela 3). De forma semelhante, houve diferença entre a cauda e cabeça e o corpo do epidídimo (Tabela 4). Entretanto, quando comparada a dosagem da glutationa da fração II com a dos demais segmentos epididimários, notou-se variação estatística apenas da cauda do epidídimo, apresentando valores mais elevados. Tal resultado é semelhante ao obtido com epidídimos de ratos, para os quais observou-se maior produção de glutationa na cauda do epidídimo, justificada por ser o segmento mais ativo na síntese de proteínas, em função do térmico do ciclo de maturação espermático[4]. É interessante ressaltar que a fração II do ejaculado apresentou concentrações de glutationa inferiores à cauda do epidídimo, o que pode ser explicado pela diluição do sêmen em fluidos prostáticos, fato que não ocorre durante a colheita direta da cauda do epidídimo. CONCLUSÃO Diante dos resultados obtidos, evidencia-se que o sêmen da cauda do epidídimo, tanto na análise subjetiva como na avaliação computadorizada, apresentou características semelhantes ao ejaculado em relação à motilidade, vigor e permeabilidade de membrana. Portanto, o sêmen oriundo da cauda do epidídimo pode ser empregado para as biotécnicas do sêmen, diferentemente do segmento do corpo e cabeça do epidídimo. Quanto à dosagem de antioxidantes, verificou-se que a SOD está sendo produzida na mesma quantidade em todos os segmentos epididimários e nas três frações do ejaculado. Ainda, o corpo do epidídimo não apresentou a enzima catalase. Entretanto, ao analisar a dosagem de glutationa, nota-se maior produção na cauda do epidídimo, em comparação ao corpo e cabeça do epidídimo e às três frações do ejaculado. Ainda, é possível concluir que a refrigeração dos epidídimos por até 19 horas em 5ºC não altera as características seminais das amostras obtidas a partir da cauda do epidídimo. REFERÊNCIAS [1] BEUTLER, E., 1975. Red Cell Metabolism. 2.ed. Greene & Straton, pp. 89-90. [2] FLOHÉ, L.; ÖTTING, F., 1984. Formation or removal of oxygen radicals. Methods in Enzimology. 105, 92-104. [3] GANAN, N.; GOMEDIO,M.;ROLDAN,E.R.S., 2009. Effect of storage of domestic cat (Felis catus) epididymides at 5ºC on sperm quality and cryopreservation. Theriogenology. 72, 1268-1277. [4] JERVIS, K.M.; ROBAIRE, B., 2001. Dynamic changes in gene expression along the rat epididymis. Biology of Reproduction. 65, 696-703. [5] NEAGU, V. R.; GARCÍA, B. M.; RODRIGUES, A. M.; FERRUSOLA, C. O.; BOLAÑOS, J. M. G.; FERNANDEZ, L. G.; TAPIA, J. A.; PEÑA, F. 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B.1; Da Silva, L. C. L. C.1; Hagen, S. C. F.1; Unruh, S. M.1; Miglino, M. A.1; Seitz, D.2; Beltrão-Braga, P. C. B.1,3 1Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (USP). 2Friedrich 3 Baur Forchungsinstitu - Universität Bayreuth, Alemanha. Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, Brasil. RESUMO A terapia celular com células-tronco (CT) surgiu nos últimos anos como uma esperança para o tratamento de doenças, sem tratamento efetivo, como a osteoartrite (OA) em joelho. Nesse trabalho utilizamos células-tronco imaturas de polpa dentária humana (CTPD), cultivadas ou não em associação com biomateriais para o tratamento de lesões osteoarticulares em joelhos de ovinos. As CTPD humanas foram transduzidas com o gene repórter, EGFP, facilitando o monitoramento das mesmas in vitro e in vivo. A capacidade de adesão e acomodação das células de polpa dentária no biomaterial foi observada in vitro 24 horas e um mês após sua aplicação no mesmo, sendo que ocorreu uma maior dispersão celular no período mais longo, segundo as análises realizadas por técnicas de microscopia eletrônica de varredura e histologia. Exames radiográficos, ultrassonográficos e artroscópicos foram feitos para acompanhar a evolução dos tratamentos. Os resultados revelaram que o biomaterial encontrava-se devidamente inseridos na articulação, sem sinais de rejeição. Além disso, as CTPD humanas aderem bem ao biomaterial e que em associação possuem uma excelente capacidade aparente de reconstituição do tecido lesado. Com a realização deste trabalho, concluímos que o protocolo de terapia utilizado é um bom modelo para o estudo de OA e serve para futuras aplicações clínicas. INTRODUÇÃO A osteoartrite (OA) é uma doença articular degenerativa que se caracteriza principalmente por eventos que desestabilizam a ligação normal de degradação e síntese dos condrócitos da cartilagem articular, matriz extracelular e osso subcondral [1,2]. O processo patológico da doença ativa afeta todos os tecidos da articulação, levando a uma alteração metabólica local, alterando o processo de reparo tecidual e culminando com uma insuficiência articular [2]. Atualmente, com os avanços dos conhecimentos e das técnicas moleculares, a ciência conseguiu gerar informações importantes para o diagnóstico e tratamento de uma série de doenças outrora sem tratamento, como as doenças ósseas [6]. Sendo assim, a terapia celular surgiu como uma alternativa, utilizando as células-tronco (CT) para o tratamento dessas enfermidades. As CT possuem o potencial de auto-renovação, proliferação, capacidade de responder a estímulos externos e de originar linhagens celulares com diferentes funções [5]. As células-tronco oriundas da polpa dentária humana dos dentes decíduos (CTPD) são uma fonte de células-tronco mesenquimais (MSC) de fácil obtenção, possuem facilidade no cultivo celular, alta habilidade de proliferação e diferenciação in vitro em várias linhagens celulares [4]. Junto à terapia celular, temos a engenharia de biomateriais, que tem se mostrado ativa no auxílio da mesma, pois funcionam como suporte às células, aumentando a sobrevivência após o transplante e ainda podem permitir que a diferenciação seja mais eficiente [7]. Desta maneira, utilizamos um biomaterial desenvolvido pela Friedrich-Baur-Institute, na Alemanha constituído por implantes cerâmicos de hidroxiapatita (HA) e quitosana. Este biomaterial é reabsorvível e altamente biocompatível unindo um implante cartilaginoso sólido e fornecendo substrato para a construção de osso subjacente [3]. Além disso, o material é poroso, o que permite a passagem de células, e pode ser aplicado mimetizando a zona de transição da cartilagem com a superfície óssea [3]. O presente trabalho propõe uma nova abordagem para terapia de lesões orteoarticulares em ovinos utilizando biomaterial associado ou não a CTPD visando à restauração tanto do tecido ósseo como cartilaginoso. MATERIAL E MÉTODOS As células CTPD humanas foram transduzidas com retrovírus recombinantes carregando o gene repórter, EGFP. Depois as CTPDs transduzidas com EGFP foram cultivadas em meio Dulbecco’s Modified Eagle’s Medium/F12 (DMEM/F12 – LGC Biotecnologia) contendo 15% de soro fetal bovino definitivo (SFB – Hyclone, LGC Biotecnologia), 1% de Penicilina/Estreptomicina (LGC Biotecnologia), 1% de L-glutamina (Life Technologies) e 1% de aminoácidos não essenciais (MEM NEAA – Life Technologies) e mantidas em estufa a 37o C com atmosfera úmida contendo 5% de gás carbônico (CO2). O biomaterial utilizado neste projeto foi desenvolvido pelo Friedrich-Baur-Forschungsinstitut für Biomaterilien/ Universitat Bayreuth e Biocer Entwicklungs – GMBH, na Alemanha. Análise do Biomaterial e da adesão das CTPD ao biomaterial O biomaterial foi colocado sobre o poço de uma placa de 12 orifícios e embebido por aproximadamente 3 horas em meio de cultura para CTPD, sendo o meio trocado a cada 30 minutos, por três vezes. As CTPD humanas foram lavadas duas vezes com tampão salina fostato (PBS), tripsinizadas, homogeneizadas suavemente e centrifugadas a 1000 rpm por 5 minutos. O precipitado celular obtido foi ressuspendido em meio de cultura e submetido a contagem, sendo 1,5x106 células aplicadas na superfície do biomaterial que contém a matriz cartilaginosa. Após 30 minutos, meio de cultura foi acrescentado para cobrir todo o biomaterial. A análise de adesão celular ao biomaterial foi feita após incubação a 37oC em atmosfera úmida de 5% de CO2 por 24, 48 horas e um mês, sendo que nesse ultimo caso o meio de cultura era trocado a cada três dias. Para tanto, realizamos a contagem das células que sobraram no orifício da placa e processamos o biomaterial histologicamente. Para a MEV, novamente 1,5x106 células foram colocadas no biomaterial e cultivadas em placas de Petri de 35mm de diâmetro. Em seguida, o meio de cultivo foi retirado e uma lavagem com PBS foi realizada para posterior fixação com glutaraldeído (3%). Após 2 horas, o fixador foi retirado e as placas contendo os biomateriais foram lavadas em água destilada e pós-fixadas em tetróxido de ósmio 1% por 1 hora, seguida de lavagens em água destilada e série crescente de álcoois (50% a 100%). As placas com o cultivo celular e o biomaterial foram secas em estufa 37°. Na seqüência, foram submetidas a um revestimento metálico sputting com ouro no aparelho metalizador EMITECH K550, sendo analisadas e fotografadas em microscópio eletrônico de varredura (LEO 435VP - Zeiss, Germany). Procedimento Cirúrgico Após pré-medicação e anestesia adequada, o ovino foi submetido a um procedimento cirúrgico de artrotomia parapatelar medial, na articulação femorotibiopatelar esquerda. Em seguida, dois pontos na pele foram feitos para melhor visualização da patela e a mesma foi deslocada lateralmente através de pressão manual e o membro do animal foi flexionado para melhor visualização dos côndilos femoral medial e lateral. Com o auxílio de um punch para biópsia de pele de 5 mm foram delimitados os quatros defeitos osteocondrais, sendo dois na porção proximal do sulco femoral e outros dois na parte distal. Os defeitos subcondrais com profundidade de 6 mm foram criados com auxílio de furadeira e broca cirúrgica de 4,5 mm em baixa rotação. A profundidade dos defeitos ósseos foi medida com o auxílio de um medidor de profundidade cortical, com o intuito de padronizar os defeitos osteocondrais criados e também para o encaixe perfeito do biomaterial em estudo. Nestes defeitos foram adicionados os seguintes tratamentos: inserção do biomaterial, das CTPD associadas ao biomaterial, somente as CTPD e o controle, sem tratamento para a lesão. Em seguida, o animal foi provido de analgésico pósoperatório, mantido em baias e assistido clinicamente. Para monitorar a evolução clínica do animal e dos devidos tratamentos após procedimento cirúrgico foram realizados os seguintes exames diagnósticos de imagem: exame radiográfico, ultrassonográfico e de artroscopia em diferentes momentos. RESULTADOS O cultivo das CTPD foi satisfatório observando células e com morfologia fibroblastóides, alongadas, fusiformes, pontiagudas. Após a transdução com o gene repórter, a morfologia das CTPD não foi alterada e as mesmas expressaram este gene quando visualizada por microscopia de epifluorescência. No ensaio de potencial de adesão das CTPD ao biomaterial observamos após 48h que a porcentagem de adesão das células ao biomaterial foi alta, em torno de 75% e que apenas 25% do número total de células encontravam-se aderida no orifício da placa. Ainda com o objetivo de analisar o potencial de adesão dessas células, os biomateriais foram mantidos com ou sem células durante 24 horas e um mês. Neste caso pudemos observar que as estruturas do quitosana foram mantidas quando não houve inserção das células, após 24h de associação, as CTPDs, encontravam-se mais próximas uma das outras e em um mês mais afastadas, porém, nas duas condições as células aparentemente estavam aderidas à porção de quitosana do biomaterial, resultados comprovados por HE e MEV. Após a caracterização in vitro, as CTPDs aderidas ao biomaterial foram aplicadas na articulação femorotibiopatelar do ovino através do procedimento cirúrgico mencionado. Exames radiográficos após 36, 87, 159, 231 e 300 dias do procedimento cirúrgico monstram ao final do período uma diminuição do espaçamento radiotransparente. Esses exames mostraram que o biomaterial foi biocompatível com o animal e que os mesmos ficaram perfeitamente inseridos nas lesões. Exames ultrassonográficos 66, 87, 122 dias após cirurgia revelaram que os quatro tratamentos apresentaram um abaulamento de todas as lesões apresentando um aspecto irregular da linha base. Nos exames realizados após 245 e 311 dias da cirurgia observamos em todas as lesões uma acentuada diminuição do diâmetro e da profundidade com aspecto regular da linha base, principalmente na lesão proximal do côndilo lateral. Além disso podemos dizer que no tratamento com CTPD associado ao biomaterial houve um nivelamentocom o osso subcondral adjacenteNas artroscopias realizadas 93, 174, 280 dias do pós-cirúgico foi observadano orifício proximal medial da articulação femorotibiopatelar esquerda, local onde foi implantado o biomaterial, uma invaginação do tecido cicatricial com a presença de alguns pontos hemorrágicos. No local onde foi inserido o biomaterial associado à CTPD, orifício proximal lateral da articulação, uma área cicatricial no plano da superfície articular, discretamente irregular com uma coloração esbranquiçada similar a cartilagem adjacente foi observada. Já, no orifício distal medial local onde foi aplicado apenas células, observamos uma área cicatricial de superfície irregular e retraída em relação ao plano articular, com coloração esbranquiçada e apresentando proliferações de aspecto viloso. Entretanto, no orifício distal lateral utilizado como controle, observamos uma área cicatricial de superfície irregular, retraída em relação ao plano articular, apresentando áreas hemorrágicas centrais e proliferação de aspecto viloso. CONCLUSÕES Os resultados comprovam que as o biomaterial foi compatível e não tóxico as CTPDs in vitro, permitindo o fluxo de cultura e mantendo assim, a viabilidade das células. Os resultados in vivo obtidos através dos exames de imagem revelaram que aparentemente o tratamento das lesões utilizando o biomaterial e o biomaterial associados às CTPDs foram mais eficientes que os demais. Sendo assim, podemos dizer que este trabalho pode ser uma alternativa para o tratamento de lesões osteocondrais em um modelo animal. Além disso, o exame artroscópico foi mais eficiente e adequado ao nosso estudo, permitindo uma boa visualização do tratamento, sendo que os demais exames apenas permitiram um acompanhamento dos tratamentos. AGRADECIMENTOS A FAPESP, INCTC, CNPq pelo suporte financeiro. REFERÊNCIAS [1] BERTRAND, J.; CROMME, C. UMLAUF, D.; FRANK, S.; PAP, T., 2010.Molecular mechanisms of cartilage remodelling in osteoarthritis. The International Journal of Biochemistry & Cell Biology. 42, 1594–1601. [2] FELLET, A.; FELLET, A. J.; FELLET, L., 2007.Osteoartrose: uma revisão. Revista Brasileira de Medicina. 64, 55-61. [3] HOFFMANN, B.; SEITZ, E. D.; MENCKE, E. A.; KOKOTT, A.; ZIEGLER, G., 2009. Glutaraldehyde and oxidised dextran as crosslinker reagents for chitosan-based scaffolds for cartilage tissue engineering. Journal of Materials Science. [4] HUANG, A. H. C.; CHEN, Y. K.; LIN, L. M.; SHIEH, T. Y.; CHAN, A. W. S., 2008. Isolation and characterization of dental pulp stem cells from supernumerary tooth. Journal of Oral Pathology & Medicine. 37, 9, 571-574. [5] LEITE SEGUNDO, A. V.; VASCONCELOS, E. C. E., 2007. Células-tronco e engenharia tecidual: perspectivas de aplicação em odontologia.. Revista Ciências Médicas. 16, 1, 23-30. [6] NOLAN, K.; MILLET, Y.; RICORDI, C.; STABLER, C., 2008. Tissue engineering and biomaterials in regenerative medicine. Cell Transplantation, 16, 241-243. [7] WILLIAMS, D. F., 2008. On the mechanisms of biocompatibility. Biomaterials, 29, 20, 2941-2953. HIERARQUIA E GÊNERO MODULAM RESPOSTA IMUNOLÓGICA DE CÃES A. T. Akamine1, M. L. Pinheiro1, A. Ribeiro1, V. Ferraz-de-Paula1, V. I. Almeida1, I. D. Taricano2 e F. A. Costa-Pinto1 1Departamento 2Instituto de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia / USP, de Educação, Pesquisa e Desenvolvimento Tecnologico Royal RESUMO A posição no ranking hierárquico (dominante – subordinado) dentro de uma matilha influencia a vulnerabilidade de cães a diversas doenças. Submetemos os animais a um estresse agudo (transporte – T1) e outro prolongado (reorganização hierárquica imposta – T2) e observamos seus efeitos no sistema imune de cães Beagles, de 4 meses de idade de ambos os sexos. Avaliamos hemograma, contagem diferencial de leucócitos circulantes, fenotipagem de linfócitos e atividade de neutrófilos. A posição hierárquica influenciou a atividade de neutrófilos, e os diferentes estímulos estressores estudados induziram alterações na imunidade inata e adquirida dos animais, variando entre machos e fêmeas. Resultados foram considerados quando (p<.05). INTRODUÇÃO A relação entre higidez e estresse é evidente e influenciável por diversos fatores ambientais, sendo que a capacidade individual em lidar com estes fatores é variável e produz alterações significantes nas respostas orgânicas [1]. Cães alojados em canis são submetidos a situações de estresse devido à alterações contínuas em seu ambiente, relações sociais e estado emocional podendo levar o animal a uma condição de maior vulnerabilidade frente a desafios imunológicos aos quais ele é exposto [2]. Neste sentido, compreender as relações entre diferentes padrões comportamentais, referidos aqui como personalidade dos animais, e seu perfil imunológico, determinante na resistência ou vulnerabilidade ao desenvolvimento de enfermidades, torna-se crucial [3]. Parâmetros comportamentais, como nível hierárquico, podem ser correlacionados a determinados perfis imunológicos. É consensual que a reação individual ao estresse é um importante fator relacionado à vulnerabilidade de doenças [4]. Natoli e colaboradores verificaram que gatos bold são mais vulneráveis ao vírus da imunodeficiência felina [5], porém não foi avaliado se essa vulnerabilidade se deve somente ao fato de que esses animais se expõem mais ao vírus ou se é devido a maneira como seu sistema imune responde frente à exposição ao patógeno. Neste contexto, a neuroimunomodulação que é a ciência que estuda a relação entre Sistema Nervoso Central e Sistema Imune [6] demonstrando a importância entre estas relações tanto em processos fisiológicos como patológicos [7]. Esta interação é mediada sobremaneira por uma série de substâncias comuns ao sistema nervoso central, imune e endócrino, incluindo citocinas, hormônios, neurotransmissores bem como seus receptores [8]. Pesquisas na área de Neuroimunomodulação têm sido realizadas há decadas com roedores, mas com cães ainda são escassos. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da personalidade de cães, alojados em canis comerciais, sobre alterações imune-neuroendócrinas induzidas por desafios ambientais (transporte e rearranjo hierárquico) e estabelecer possíveis correlações de comportamento e perfil imunológico, caracterizando a personalidade de cães (não-invasivo) como valor preditivo do perfil imunológico (invasivo). MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados 30 cães (Canis familiaris) jovens (4 a 6 meses), da raça Beagle, de ambos os sexos, pesando de 3 a 3,5kg, provenientes de canil comercial (Instituto de Educação, Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico Royal). A avaliação clínica foi realizada sempre por dois médicos veterinários e qualquer alteração descartaria o indivíduo do experimento. Os animais foram utilizados segundo as normas e procedimentos éticos relativos ao uso de animais de laboratório do Comitê de Ética da FMVZ – USP (nº1799/2009). Análise comportamental Todos os animais foram filmados nas baias (filmadora JVC mod. GZ-MG630SUB fixada ao teto, de modo a filmar cada baia por completo) na presença de seus companheiros habituais durante cinco horas, para caracterização do etograma de suas ações independentes e da interação com seus companheiros, empregando-se uma análise focal (Altmann, 1974) por meio do método animal-focal (Boinski, Swing et al., 1999). As observações foram analisadas empregando-se uma listagem de comportamentos que aborda todas as ocorrências em cada animal por vez (ou seja, análise focal) com base em 110 classes de comportamentos que foram incluídas no etograma (De Palma, Viggiano et al., 2005) divididos em 12 categorias e analisadas de acordo com a duração e frequência do padrão avaliado para a determinação da personalidade. A coleta e análise dos dados comportamentais dos cães foram realizadas por meio do programa Observer® XT 10.1 (Noldus Information Technology, Holanda). Análise imunológica Os animais foram submetidos a coleta de sangue pela veia jugular, seguindo protocolo de rotina do Instituto Royal, ao qual foram previamente habituados. Todas as coletas foram realizadas entre 7 e 9h da manhã para que as variáveis analisadas não fossem influenciadas pelo ritmo circadiano. O hemograma e a contagem diferencial de leucócitos circulantes foram feitos de acordo com técnicas padronizadas no Laboratório de Hematologia desta faculdade. A fenotipagem de linfócitos foi realizada através da incubação de amostras de sangue de cada animal com os seguintes anticorpos marcados com fluorocromos (AbDSerotec) em 3 tubos distintos: Tubo A (anti-CD3-FITC/anti-CD4-PE), Tubo B (anti-CD3-FITC/anti-CD8-PE) e Tubo C (antiCD21-PE). Para avaliar o burst oxidativo e a fagocitose realizada por neutrófilos as amostras de sangue de cada animal foram preparadas segundo método preconizado por Hasui e colaboradores (Hasui, Hirabayashi et al., 1989) e todas as soluções, reagentes e estímulos foram preparados conforme descrito por Alves, 2005 (Alves, Vismari et al., 2006). A fenotipagem e a atividade de neutrófilos foram analisadas utilizado-se um citômetro de fluxo (FACScalibur Becton Dickinson Immunocytometry Sistem, San Jose, Ca, USA). Para todas as análises foram utilizados 10.000 eventos. RESULTADOS Experimento 1: Efeitos do transporte sobre parâmetros imunológicos de cães com diferentes temperamentos - Os animais foram filmados e a personalidade de cada um foi definido por meio da análise dos vídeos. Amostras de sangue destes animais foram coletadas e as técnicas descritas em Materiais e método foram empregadas. Vinte dias após a primeira coleta, os cães foram transportados em duplas dentro de caixas de transporte pelo veículo Volkswagen Kombi do Instituto Royal do canil 1 (São Roque) para o canil 2 (São Paulo), em viagem com duração de 2h. Foram coletadas novas amostras de sangue no prazo máximo de 1h após o transporte e repetimos as técnicas citadas. A personalidade dos animais foi confrontada com as variáveis imune-neuroendócrinas para verificarmos possíveis correlações entre diferentes perfis comportamentais e as alterações imunológicas induzidas pelo desafio ambiental (transporte). Observamos que em seu ambiente habitual, sem a introdução de fatores estressantes, animais subordinados apresentaram aumento na porcentagem (%NF) e intensidade de fagocitose (IF) (Fig.1). Após serem submetidos ao transporte, o número de leucócitos circulantes aumentou tanto em animais subordinados quanto nos dominantes sem alterar a porcentagem de seus subtipos (Fig.2). Além disso, observamos um aumento na %NF e IF, sendo que a IF foi maior em machos (Fig. 3). O burst oxidativo basal (BOxB) e o burst oxidativo induzido por Staphylococcus aureus (BOxSa) foi aumentado para ambos os sexos, sendo duas vezes maior em fêmeas (Fig.4). O transporte aumentou a porcentagem de células CD3+CD4+ (linfócitos T helper) e diminui CD3+CD8+ (T citotóxico), embora a proporção CD4+/CD8+tenha aumentado somente para fêmeas (Fig.5), e a porcentagem de células CD21+(linfócitos B) foi diminuída (Fig.6). Deste modo, o estímulo de transporte mostrou-se capaz de alterar parâmetros imunológicos dos animais subordinados quanto dos dominantes, diferentemente para machos e fêmeas. Em seguida avaliamos se o reagrupamento hierárquico apresentaria o mesmo efeito que o estresse por transporte, visto que a hierarquia é um fator importante para a atividade de neutrófilos e o reagrupamento teria um efeito de estressor mais prolongado sobre os animais. Experimento 2: Efeitos do estresse por reagrupamento hierárquico sobre parâmetros imunológicos de cães - Os animais oriundos do experimento anterior foram submetidos a um novo agrupamento (animais conhecidos mas que não foram companheiros de baia) por 15 dias, tempo para que nova hierarquia social fosse estabelecida. Após esse período foram coletadas amostras de sangue e realizamos os mesmos ensaios do experimento anterior. As filmagens foram repetidas e serão analisadas com os mesmos critérios. A personalidade dos animais e as alterações decorrentes do rearranjo hierárquico serão confrontados com as análises das variáveis imune-neuroendócrinas para verificarmos possíveis correlações entre as alterações no ranking hierárquico (dominante passando a ser subordinado ou subordinado passando a ser dominante) e as possíveis alterações imunológicas induzidas por este desafio ambiental. O reagrupamento reduziu o número de leucócitos circulantes em machos e aumentou em fêmeas (Fig. 7). A %NF aumentou em machos e diminuiu em fêmeas; e a intensidade de fagocitose foi aumentada sendo maior em machos do que em fêmeas (Fig. 8). O BOxB foi aumentado independente de gênero mas o BOxSa foi aumentado somente em machos (Fig. 9). Em relação aos linfócitos, não houve diferença significativa entre as subpopulações devido ao reagrupamento. Os resultados deste experimento confirmam o primeiro resultado obtido de que a hierarquia é importante principalmente com relação a atividade de neutrófilos. Fig. 1 - %NF e IF maiores em animais subordinados no T0. Fig.2 – Aumento de leucócitos após transporte, maior em machos em T0. Fig. 3 – Aumento da %NF e IF após transporte, sendo o aumento de IF maior em machos. Fig. 4 – Aumento do BOxB e BOxSa após transporte em ambos os sexos, porém significativamente maior em fêmeas. Fig.5 – Após o transporte, aumento na porcentagem de células CD3+CD4+, diminuição de CD3+CD8+. Aumento da proporção CD4+/CD8+ somente nas fêmeas. Fig. 6 – Porcentagem de células CD21-like diminuída após o transporte. Fig.7 – Reagrupamento reduz leucócitos em machos e aumenta em fêmeas Fig.8 – Após reagrupamento, aumento de %NF em machos, redução em fêmeas. Aumento da IF estatisticamente maior em machos. Fig.9 – Aumento de BOxB após reagrupamento. Aumento de BOxSa somente em machos. Lista de abreviaturas: %NF – Porcentagem de neutrófilos fagocóticos; IF – Intensidade de fagocitose; BOxB – Burst oxidativo Basal; BoxSa – Burst oxidativo induzido por Staphylococcus aureus CONCLUSÃO Estímulos estressores agudos ou prolongados afetam o sistema imunológico de cães, e o fato de serem dominantes ou subordinados está relacionado com as alterações encontradas no sistema imune inato. O gênero também mostrou-se importante nesta questão, e observamos que influencia tanto o sistema imune inato quanto o adaptativo. Estamos analisando comportamento (hierarquia) dos animais no T2 pois nos parece claro que a alteração do status social produzirá efeitos maiores no sistema imune diferentemente em relação ao animal que continua no seu status de T0. AGRADECIMENTOS Gostaríamos de agradecer às Agências que financiaram esta pesquisa: FAPESP, CAPES e CNPq. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] STERNBERG, E. M., 1997. Neural-immune interactions in health and disease. J Clin Invest. 100,11, 1,.2641-2647. [2] BEAVER, B. V., 2008. Canine behavior: insights and answers W.B. Saunders Company. pp. 315. [3] BERCZI, I., 1998. The stress concept and neuroimmunoregulation in modern biology. Ann N Y Acad Sci.851, 30, 3-12. [4] MARSLAND, A. L., BACHEN, E. A., et al. , 2002. Stress, immune reactivity and susceptibility to infectious disease. Physiol Behav.77, 4-5, 711-716. [5] NATOLI, E.; SAY, L., et al., 2005Bold attitude makes male urban feral domestic cats more vulnerable to Feline Immunodeficiency Virus. Neuroscience and Biobehavioral Reviews. 29, 1, 151-157. [6] ELENKOV, I. J.; WILDER, R. L., et al., 2000. The sympathetic nerve - An integrative interface between two supersystems: The brain and the immune system. Pharmacological Reviews, 52, 4, 595-638. [7] WRONA, D., 2006. Neural-immune interactions: An integrative view of the bidirectional relationship between the brain and immune systems. Journal of Neuroimmunology. 172, 1-2, 38-58. AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA TÉCNICA DE CITOLOGIA VAGINAL COMO MÉTODO ISOLADO PARA DETERMINAÇÃO DA FASE DO CICLO ESTRAL EM CADELAS Lopes, P. R.; Gonçalves, J. S. A.; Regazzi, F. M.; Dias, L. M. K.; Furtado, P. V.; Oliveira, C. A. Departamento de Reprodução Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo RESUMO As fases do ciclo estral da cadela podem ser diferenciadas por exames de citologia vaginal e dosagens hormonais. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia da técnica de citologia vaginal como método isolado para determinar a fase do ciclo. Amostras de sangue foram colhidas e citologias vaginais foram realizadas paralelamente em 6 cadelas. Concentrações de progesterona foram determinadas por radioimunoensaio. As lâminas de citologia vaginal foram numeradas ao acaso. Oito médicos veterinários analisaram as lâminas e atribuíram a cada uma a fase do ciclo estral. Foi avaliada a correlação entre os laudos e os níveis séricos de progesterona e contabilizou-se o número de acertos. Os veterinários conseguiram determinar em apenas 45% das lâminas a fase correta do ciclo estral. A utilização da citologia vaginal como ferramenta única é um método pouco eficaz para determinação da fase do ciclo estral em cadelas. INTRODUÇÃO A cadela é uma espécie monoéstrica, predominantemente não sazonal, que apresenta quatro fases bem estabelecidas em seu ciclo estral: proestro, estro, diestro e anestro [4]. Estas fases podem ser diferenciadas por exames de dosagens hormonais ou citológicos [2]. Estabelecer critérios para a identificação dos estádios do ciclo estral é essencial para se determinar o momento ideal para cobertura ou inseminação artificial [7]. Para o acompanhamento do ciclo estral na cadela, a forma mais prática e usual é através de seu comportamento sexual, associado à citologia vaginal [8]. O exame de citologia vaginal constitui uma das ferramentas mais utilizadas no manejo do cruzamento em cães [5]. A colpocitologia baseia-se no estádio de maturação que as células do epitélio vaginal apresentam através do processo esfoliativo. O epitélio da mucosa vaginal é bastante sensível aos hormônios ovarianos, cujo estímulo desencadeia um processo cíclico de diferenciação, proliferação e maturação celular [6], ou seja, o perfil citológico da cadela sofre mudanças bem características de acordo com as fases do ciclo estral [8]. Para a distinção das diferentes fases do ciclo é importante que se conheçam os tipos celulares predominantes. Durante o proestro, há um aumento no número de camadas do epitélio vaginal e posterior descamação celular. No início do proestro há predomínio de células parabasais e intermediárias, poucas células superficiais. Há hemácias, neutrófilos e ocasionalmente bactérias e muco. Na medida em que a cadela se aproxima do final do proestro, há aumento na quantidade de células superficiais nucleadas e anucleadas e diminuição das células parabasais e intermediárias. Neutrófilos e hemácias tendem a desaparecer [5]. O estro se caracteriza pela presença de 80 a 100% de células superficiais [5]. A mudança abrupta dos tipos celulares indica o primeiro dia de diestro [3]. No diestro voltam a aparecer na lâmina células parabasais e intermediárias e neutrófilos normalmente estão presentes [5]. A dosagem de LH nas cadelas não é realizada rotineiramente, pois é dispendiosa e consome tempo, o que explica o fato de muitos pesquisadores e clínicos optarem pela mensuração das concentrações de progesterona sérica para estimar a ocorrência da ovulação [3]. A relação entre as concentrações séricas de progesterona e a evolução da fase folicular na cadela é a seguinte: < 1ng/mL no anestro ou proestro; 1,0 a 1,9 ng/mL no dia anterior ao pico de LH; 2,0 a 2,9ng/mL no dia do pico de LH; 3,0 a 3,9ng/mL no dia anterior a ovulação; 4,0 a 10,0 ng/mL no dia da ovulação; >10ng/mL após a ovulação [1]. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia da técnica de citologia vaginal como método isolado para determinar a fase do ciclo estral em cadelas. MATERIAIS E MÉTODOS Para a composição do grupo experimental, foram utilizadas seis cadelas da raça buldogue inglês, de um a nove anos de idade, hígidas, provenientes de um canil particular. Amostras de sangue foram colhidas e citologias vaginais foram realizadas paralelamente em todos os animais a partir dos primeiros sinais de proestro, como edema vulvar e descarga vaginal sanguinolenta, por 8-20 dias, a cada 2-5 dias, totalizando 31 amostras sanguíneas e 31 lâminas de citologia vaginal. As concentrações de progesterona das amostras séricas foram determinadas pela técnica de radioimunoensaio em fase sólida por meio de conjunto diagnóstico comercial desenvolvido para a avaliação quantitativa de progesterona no soro humano e já validado para a espécie canina. As lâminas de citologia vaginal foram numeradas, ao acaso, de 1 a 31. Oito observadores (médicos veterinários) analisaram as lâminas em microscópio óptico e atribuíram a cada lâmina a fase do ciclo estral em que achavam que os animais se encontravam (proestro, estro, diestro ou anestro). A fase do ciclo estral de cada animal foi caracterizada de acordo com as concentrações de progesterona. Foi considerado animais em proestro aqueles que apresentaram valores de progesterona < 2,0 ng/mL; animais em estro entre 2,0 e 10,0 ng/mL e animais em diestro > 10,0 ng/mL. Não havia animais em anestro. RESULTADOS Haviam no total 31 lâminas, sendo 7 lâminas de proestro, 11 de estro e 13 de diestro, de acordo com as dosagens de progesterona sérica correspondente a cada lâmina. As porcentagens de acertos de cada observador na leitura das 31 lâminas, bem como média e desvio padrão por fase do ciclo estral e pelo total de lâminas encontram-se registrados na Tabela 1. Na média, os observadores conseguiram determinar em apenas 45% das lâminas a fase correta do ciclo. Nenhum observador acertou a fase do ciclo estral em cinco lâminas. Observa-se que não há problemas de coloração nestas lâminas. Sugere-se que a possível causa desta baixa acurácia no exame seja a não correlação dos tipos celulares predominantes apresentados nas lâminas com aqueles usualmente encontrados em cada fase. Todos os observadores acertam a fase do ciclo em quatro lâminas. Tabela 1 – Porcentagem de acertos de cada observador e médias e desvios padrão de acertos por fase do ciclo estral e total de lâminas. Observador % acertos Proestro Estro Diestro Total 1 42,86 9,10 61,54 38,70 2 57,14 9,10 61,54 41,93 3 28,57 54,55 30,77 38,70 4 42,86 72,73 38,46 51,61 5 85,71 63,64 30,77 54,84 6 71,43 36,36 38,46 48,39 7 42,86 36,36 38,46 38,70 8 57,14 54,55 30,77 45,16 Média±DP 53,57±17,13 A 42,05±22,24 A 41,35±12,13 A 44,75±5,92 * Médias com letras iguais não diferem significativamente pelo teste de Tukey (p> 0,05). CONCLUSÃO De acordo com os dados deste trabalho, recomenda-se a associação da colpocitologia com a dosagem sérica de progesterona para determinação da fase do ciclo estral de cadelas. A colpocitologia é uma ferramenta pouco eficaz para determinar a fase do ciclo estral em que a cadela se encontra e deve ser utilizada com muita cautela pelos médicos veterinários que a utilizam para este fim. AGRADECIMENTOS À agência FAPESP pelo financiamento do projeto. Aos médicos veterinários Andressa Dalmazzo, Cristina F. Lúcio, Daniel Angrimani, Jana T. Clemente e Mariana Semião Francisco pela colaboração na pesquisa. REFERÊNCIAS [1] ALVES, I.; MATEUS, M.; LOPES DA COSTA, L. Monitorização do ciclo éstrico da cadela para inseminação artificial ou cruzamento. In: Congresso de Ciências Veterinárias, Proceedings of the Veterinary Sciences Congress, 2002, Ed: Sociedade Portuguesa de Ciências Veterinárias, pp. 177-182. [2] COSTA, E. C. F.; LÉGA, E.; NEVES, L., 2009. Estimativa da fase do ciclo estral por citologia vaginal em cadelas (Canis familiaris, LINNAEUS, 1758) da região de Ituverava-SP. Nucleus Animalium. 1, 2. [3] DERUSSI, A. A. P.; LOPES, M. D., 2009. Fisiologia da ovulação, da fertilização e do desenvolvimento embrionário inicial na cadela. Rev. Bras. Reprod. Animal. 33, 4, 231-237. [4] JÖCHLE, W.; ANDERSEN, A. C., 1977. The estrous cycle in the dog: a review. Theriogenology. 7, 3, 113-140. [5] LUZ, M. R. Manejo del apareamiento em la especie canina. In: Gobello, C. (Org.). 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FORMAÇÃO DE CORPÚSCULOS LIPÍDICOS INDUZIDA POR UMA FOSFOLIPASE A2 (CB), ISOLADA DO VENENO DA SERPENTE Caudisona durissa terrificus, EM MACRÓFAGOS E OS SEGUNDOS MENSAGEIROS ENVOLVIDOS Giannotti,K.C.1; Leiguez, E.1; Fortes-Dias, C.L.2; Nascimento, N.G.1; Hage, R.1; Teixeira, C.1 1Laboratório de Farmacologia, Instituto Butantan, São Paulo, Brasil; 2Laboratório de Biologia Molecular e Bioinformática, Fundação Ezequiel Dias, Belo Horizonte, Brasil. RESUMO Corpúsculos lipídicos (CLs) são inclusões citoplasmáticas presentes em número elevado em leucócitos associados a síndromes metabólicas, como aterosclerose. Nessas síndromes, são encontrados níveis elevados de fosfolipases A2 (FLA2), enzimas lipolíticas que induzem a síntese de mediadores lipídicos. Do veneno da serpente Caudisona durissa terrificus foi isolada a CB, uma FLA2 que inibe funções de macrófagos (MΦ), mas estimula a produção de mediadores inflamatórios, como PGE2 e PGD2. No entanto, o efeito da CB na formação de CLs, em MΦ, é desconhecida. Neste trabalho foram avaliados os efeitos da CB, em MΦ isolados, quanto à: i) formação de CLs e segundos mensageiros; ii) alterações ultraestruturais e iii) distribuição e expressão da proteína ADRP. A CB foi capaz de induzir a formação de CLs e o recrutamento e aumento da ADRP. Esta proteína co-localizou nos CLs e teve aumento de expressão em períodos coincidentes com o aumento do número de CLs. Ainda, foi observada a ativação das vias da PKC, PI3K, MEK1/2, ERK1/2, JNK e 5-LO, mas não da p38MAPK, PTK, COX-1, 12-LO e do receptor de lipoxina para a formação de CLs, estimulada pela CB. A biogênese de CLs, induzida pela CB, depende da iFLA2, mas não da cFLA2. Ademais, foram evidenciadas a dilatação do retículo endoplasmático e a associação deste com os CLs. Estes dados poderão contribuir para o conhecimento das ações de sFLA2s na funcionalidade de MΦs, além de fornecer subsídios para utilização de toxinas, com estrutura e função de FLA2, como ferramentas para o estudo de distúrbios lipídicos. INTRODUÇÃO Os corpúsculos lipídicos (CLs) são inclusões citoplasmáticas presentes na maioria das células eucarióticas, importantes para o metabolismo lipídico, armazenamento e transporte de lipídeos neutros. Essas organelas contêm concentrações elevadas de lipídeos neutros em seu interior e são envoltas por uma monocamada de fosfolipídeos de membrana, na qual estão ancoradas proteínas específicas, como a ADRP (adipose differentiation-related protein) [1]. Esta proteína está relacionada à captação de ácidos graxos para o interior dos corpúsculos, sendo considerada um marcador dessas inclusões lipídicas. O aumento da formação dos CLs é verificado em condições em que há aumento das concentrações intracelulares de ácidos graxos, em leucócitos ativados por patógenos, em leucócitos associados processos inflamatórios e/ou a doenças humanas inflamatórias e/ou relacionadas a distúrbios lipídicos, como é o caso da aterosclerose [2] e do diabetes [3]. Desse modo, atribui-se um papel importante a essas organelas na desintoxicação celular e em doenças de natureza inflamatória ou infecciosa. Além disso, a formação dos CLs está relacionada à síntese de mediadores lipídicos, pois compartimentalizam enzimas dos sistemas ciclooxigenase (COX) e 5-lipoxigenase (5-LO), prostaglandinas e ácido araquidônico (AA), além de proteínas de transdução de sinal [4]. A partir do veneno da serpente Caudisona durissa terrificus foi isolada a CB, uma FLA2 secretada. Esta enzima é encontrada no veneno total, complexada à crotapotina, constitutindo a crotoxina, o componente majoritário do veneno e também sob a forma livre. A CB é neurotóxica e miotóxica. Em macrófagos, esta enzima inibe funções de defesa, como o espraiamento e a fagocitose, mas estimula a produção de H202 e NO e de mediadores inflamatórios, como a PGE2 e PGD2 além do AA, o precursor destes mediadores [5; 6]. No entanto, o efeito da CB na formação de corpúsculos lipídicos, em macrófagos, não é conhecida. Desse modo, os objetivos deste trabalho foram avaliar os efeitos da CB, em macrófagos murinos, em cultura, quanto: i) à formação de CLs e aos segundos mensageiros envolvidos neste efeito; ii) às alterações ultraestruturais dessas células e iii) à distribuição e a expressão da proteína ADRP. MATERIAL E MÉTODOS Os macrófagos foram obtidos da cavidade peritoneal de camundongos Swiss machos, após 96 horas da injeção de tioglicolato a 3%. A viabilidade celular, sob a ação da CB, foi avaliada pelo teste do MTT. A formação dos CLs foi mensurada por marcação com tetróxido de ósmio a 1% e contagem sob microscopia de contraste de fase. As alterações ultraestruturais, induzidas pela CB, em macrófagos, foram avaliadas por microscopia eletrônica de transmissão 1 hora após incubação das células com a toxina, seguida de fixação e processo específico de contrastação. Para determinar a relação concentração-efeito da toxina, os macrófagos (2x105 células) foram incubados com diferentes concentrações da CB (0,1; 0,2; 0,4 e 0,8 µM) ou RPMI (controle), por 1 hora. A cinética deste efeito foi avaliada em macrófagos incubados com a CB (0,4 µM) ou RPMI, por 1, 3, 6 e 12 horas. Para avaliar a distribuição da proteína ADRP, após 3 horas de incubação com a CB, foi realizada a técnica de imunofluorescência e a análise por microscopia confocal. Para avaliar a participação dos segundos mensageiros envolvidos na formação de CLs, induzida pela CB, foram efetuadas interferências farmacológicas com inibidores específicos de diferentes proteínas de transdução de sinal. O teor protéico da ADRP foi mensurado por Western Blotting em macrófagos incubados com a CB ou RPMI, por 1, 3, 6 e 12 horas. Os dados obtidos foram analisados por ANOVA, seguido do teste de Tukey. Foram considerados significativos valores de p< 0,05. RESULTADOS Os resultados mostraram que a CB não modificou a viabilidade celular dos macrófagos em nenhuma das concentrações (0,1 a 0,8 µM) ou tempos de incubação testados (1-12h). A incubação dos macrófagos com a CB, nas concentrações de 0,2 a 0,8 µM, mas não a concentração de 0,1 µM, resultou em um aumento significativo do número de CLs em relação ao controle. Este efeito foi observado a partir da 1ª hora e manteve-se até a 12ª hora. A análise ultraestrutural confirmou esses resultados e demonstrou a presença de CLs fracamente eletrondensos, em macrófagos estimulados com a CB, mas não em células controles, com alguns CLs em estreita associação com o retículo endoplasmático (RE). Ainda, foram observadas dilatações do RE, em células estimuladas com a CB. Além disso, a CB induziu o recrutamento da ADRP para os CLs e causou aumento do teor protéico da mesma nos macrófagos, após 1, 3 e 12 horas de incubação. O pré-tratamento dos macrófagos com os compostos H-7 (6 µM), inibidor da PKC ou LY294002 (1 µM), inibidor da PI3K ou com o inibidor da JNK (JNKi II, 2 µM) ou PD98059 (25 M), inibidor da ERK1/2, ou U0126 (25 M) inibidor da MEK1/2, reduziram significativamente a formação de CLs induzida pela CB. Da mesma forma, o composto BEL (2 µM), inibidor da fosfolipase A2 independente de cálcio e o composto MK-886 (1 µM), inibidor da 5-LO, reduziram significativamente a formação de CLs induzida pela CB (0,4 µM). No entanto, o prétratamento das células com os compostos SB202190 (5 µM), inibidor da p38MAPK ou BOC-2 (10 µM), antagonista do receptor de lipoxina ou herbimicina A (5 M), inibidor da PTK ou valeril salicilato (30 µM), inibidor da COX-1 ou baicaleina (10 µM), inibidor da 12-LO ou pirrolidina-2α (1 µM), inibidor da fosfolipase A2 citosólica, não alterou a formação de CLs estimulada pela CB. CONCLUSÃO A CB é capaz de induzir a formação de corpúsculos lipídicos em macrófagos peritoneais murinos em cultura. Além disso, a CB induz o recrutamento e aumento do teor protéico da ADRP nessas células. Uma vez que houve a co-localização da ADRP com os CLs, bem como o aumento do seu teor protéico em períodos coincidentes com o aumento do número de CLs, sugere-se que esta proteína tenha um papel fundamental na formação destas inclusões, induzida pela CB. Em relação aos segundos mensageiros envolvidos na formação de CLs, estimulada pela CB, foi observado que este efeito é mediado pela ativação das vias da PKC, PI3K, MEK1/2, ERK1/2, JNK e 5-LO, mas não da p38MAPK, PTK, COX-1 ou 12-LO. Da mesma forma, a utilização do antagonista do receptor de lipoxina não alterou a formação de CLs induzida pela CB, sugerindo que este mediador não esteja envolvido na formação destas inclusões. Ainda, a biogênese de CLs, induzida pela CB, depende da iFLA2, mas não da cFLA2, indicando uma interação entre fosfolipases A2 secretadas e as independentes de cálcio para a formação de CLs. As alterações ultraestruturais do RE e as evidências de associação dos CLs com esta organela sugerem que o RE seja um sítio relevante para a síntese dos CLs, sob o efeito da CB. Em conjunto, estes dados poderão contribuir para o conhecimento das ações desencadeadas por sFLA2s, do grupo IIA, na funcionalidade de macrófagos, que são elementos centrais na resposta imune inata, além de fornecer subsídios para a utilização de toxinas com estrutura e função de fosfolipases A2 como ferramentas para o estudo de distúrbios ligados a homeostasia lipídica. Ainda, este estudo poderá contribuir para o melhor entendimento dos efeitos desencadeados pelo veneno de Caudisona durissa terrificus, uma vez que os CLs são sítios intracelulares para a síntese de mediadores envolvidos na resposta imune inata. AGRADECIMENTOS À CAPES, pela bolsa de mestrado concedida; ao CNPq e INCTTOX, pelo apoio à pesquisa; e ao Alexander (Instituto Butantan), por viabilizar o uso do microscópio confocal. REFERÊNCIAS [1] BRASAEMLE, D.L., DOLIOS, G., SHAPIRO, L., WANG R., 2004. Proteomic analysis of proteins associated with lipid droplets of basal and lipolytically stimulated 3T3-L1 adipocytes. J Biol. Chem. 279, 45, 46835-46942. [2] WANG, X.; REAPE, T. J.; LI, X.; RAYNER, K.; WEBB, C. L.; BURNAND, K. G.; LYSKO, P. G. Induced expression of adipophilin mRNA in human macrophages stimulated with oxidized low-density lipoprotein and in atherosclerotic lesions. FEBS Lett. 462, 1-2, 145-150, 1999. [3] VAN HERPEN, N.A.; SCHRAUWEN-HINDERLING, V.B., 2008. Lipid accumulation in non-adipose tissue and lipotoxicity.Physiol Behav. 94, 2, 231-41. [4] BOZZA, P. T.; PAYNE, J. L.; GOULET, J. L.; WELLER, P. F., 1996. Mechanisms of platelet-activating factor-induced lipid body formation: requisite roles for 5-lipoxygenase and de novo protein synthesis in the compartmentalization of neutrophil lipids. J. Exp. Med.183, 4, 1515-1525. [5] SAMPAIO, S. C.; RANGEL-SANTOS, A. C.; PERES, C. M.; CURI, R.; CURY, Y., 2005. Inhibitory effect of phospholipase A(2) isolated from Crotalus durissus terrificus venom on macrophage function. Toxicon. 45, 5, 671-676. [6] MOREIRA, V.; GUTIÉRREZ, J.M.; SOARES, A.M.; ZAMUNÉR, S.R.; PURGATTO, E.; TEIXEIRA, C., 2008. Secretory phospholipases A2 isolated from Bothrops asper and from Crotalus durissus terrificus snake venoms induce distinct mechanisms for biosynthesis of prostaglandins E2 and D2 and expression of cyclooxygenases. Toxicon. 52, 3, 428-39. EFEITOS TRANSGERACIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PRÉ-NATAL DO LIPOPOLISSÁCARIDEO (LPS) EM CAMUNDONGOS COM DEPRESSÃO-SIMILE OU NÃO, SELECIONADOS PELO MODELO DE SUSPENSÃO NA CAUDA 1, 2 Reis-Silva, Thiago Marinho; 1, 3 Bernardi, Maria Martha 1-Grupo de Pesquisa em Neuroimunomodulação, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, 2-Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, 3-Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Paulista, São Paulo, SP, Brasil. RESUMO Dados da literatura sugerem que a depressão, doença que afeta milhões de pessoas, poderia estar ligada a alterações no sistema imune durante a gestação. O aumento da compreensão das bases biológicas e comportamentais desse transtorno são de grande importância. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar o comportamento e sistema imune de camundongos submetidos a modelos experimentais de depressão. Para isso, camundongos machos e fêmeas foram separados em diferentes grupos após seleção de um comportamento depressivo-simile e saudável pelo teste da suspensão da cauda (TSC). Após formação dos grupos, animais de mesmo comportamento foram cruzados. As fêmeas de cada grupo receberam no 15° dia da prenhês 100µg/kg de LPS intraperitoneal ou solução salina à 0,9%. A prole destas fêmeas (geração F1) foi avaliada na idade adulta pelo TSC e cruzadas com machos de comportamento similar também avaliados pelo TSC. Procedeu-se da mesma forma para se obter as gerações F2 e F3. O objetivo deste procedimento foi verificar se a ativação do sistema imune por uma endotoxina na geração parental selecionada com um comportamento depressivo-simile ou não, influenciaria as respostas dos animais das gerações F1, F2 e F3. Os resultados revelaram que os animais submetidos ao TSC e classificados como depressivos e saudáveis tiverem mais descendentes com o mesmo comportamento durante as 3 gerações avaliadas. Notou-se ainda que a exposição da endotoxina na geração parental influenciou as respostas no TSC na dependência da geração e sexo. INTRODUÇÃO A depressão afeta hoje mais de 121 milhões de pessoas em todo mundo e estimá-se que em aproximadamente uma década se tornará a 2° doença mais responsável pela perda prematura de vida entre todas as idades e sexos [6]. Esse transtorno possui uma alta comorbidade, contribuindo para uma sobrecarga do sistema de saúde em diversos paises [3], no qual o Brasil está incluso. Atualmente, cerca de 25% das pessoas afetadas por esse transtorno não tem acesso a tratamentos efetivos [6]. Dessa forma estudos que busquem um aumento da compreensão das bases biologicas e comportamentais desse transtorno são de grande valia. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar o comportamento e sistema imune de camundongos submetidos a modelos experimentais de depressão. MÉTODOS Camundongos da linhagem swiss, machos e fêmeas, foram submetidos ao teste de suspensão da cauda (TSC) [4] e dividos em 4 grupos experimentais (depressivo-veículo (DV), depressivo-lps (DL), saudável-veículo (SV) e saudável-lps (SL)) de acordo com o seu resultado. Esse teste consiste na suspensão do camundongo pela cauda a cerca de 50cm do solo durante o período de 6 minutos, nos quais o tempo de imobilidade do animal é avaliado. Esse teste teve como objetivo avaliar o comportamento depressivo-simile e saudável do animal. Com os grupos estabelecidos, as fêmeas foram cruzadas com machos de comportamento semelhante também avaliados pelo TSC e após a confirmação da prenhes, foram administrados 100µg/kg de LPS intraperitoneal (IP) no 15° dia ou solução salina à 0,9%. Com o nascimento dos filhotes, foram realizados testes de comportamento materno [2] no 5° dia de lactação e após a maturação dos mesmos (aproximadamente 60 dias), foi realizado o teste de suspensão da cauda para avaliar o comportamento depressivo-simile e saudável dessa geração, seguido da avaliação motora em Campo Aberto [1]. Esses procedimentos foram realizados até a obtenção das 3 gerações filiais usadas no trabalho. Além disso, após o desmame dos filhotes de cada geração, os camundongos da geração anterior (machos e fêmeas) foram eutanasiadas para coleta de sangue e estruturas cerebrais para futuras análises. RESULTADOS Os resultados reveleram que os animais submetidos ao teste de suspensão da cauda e classificados como depressivo-simile (DV e DL) e saudáveis (SV e SL ) tiverem mais descendentes com o mesmo comportamento durante 3 gerações filias (GF) avaliadas. Abaixo segue a tabela com a proporção e porcentagem dos comportamentos avaliados. Geração Filial 1 Grupo DV DL SV SL Tabela 1. machos. Fêmeas Machos Total de Comportamento Comportamento Total de Comportamento Comportamento % % Grupo % Animais Depressivo Saudável Animais Depressivo Saudável 24 17 70,83 7 29,17 DV 19 15 78,94 4 27 18 66,66 9 33,33 DL 31 29 93,54 2 19 7 36,84 12 63,15 SV 24 9 37,5 15 18 6 33,33 12 66,66 SL 23 8 34,78 15 Proporção do comportamento tipo-depressivo e saudável da geração filial 1 de % 21,05 6,45 62,5 65,21 fêmeas e Geração Filial 2 Grupo DV DL SV SL Tabela 2. Fêmeas Machos Total de Comportamento Comportamento Total de Comportamento Comportamento % % Grupo % Animais Depressivo Saudável Animais Depressivo Saudável 34 23 67,64 11 32,35 DV 22 20 90,9 2 28 20 71,42 8 28,57 DL 20 16 80 4 25 9 36 15 64 SV 19 8 42,1 11 23 8 34,78 15 65,21 SL 17 4 23,52 13 Proporção do comportamento tipo-depressivo e saudável da geração filial 2 de % 9,1 20 57,9 76,47 fêmeas e machos. Geração Filial 3 Fêmeas Machos Total de Comportamento Comportamento Total de Comportamento Comportamento Grupo % % Grupo % % Animais Depressivo Saudável Animais Depressivo Saudável DV 20 18 90 2 10 DV 20 14 70 6 30 DL 25 17 68 8 32 DL 24 20 83,33 4 16,66 SV 11 3 27,27 8 72,72 SV 14 2 14,28 12 85,71 SL 3 0 0 3 100 SL 11 0 0 11 100 Tabela 3. Proporção do comportamento tipo-depressivo e saudável da geração filial 3 de fêmeas e machos. Verificou-se que, na geração F1, F2 e F3, as fêmeas do grupo DV obtiveram um maior tempo de imobilidade quando comparadas com as do grupo SV no TSC, contudo, só foi encontrada diferença significante na geração F1. As fêmeas do grupo DL e SL não apresentaram diferenças significantes estatisticamente, exceto na geração F2. No entanto, nota-se uma tendência na distinção do tempo de imobilidade entre os grupos DV e DL vs SV e SL. Nos machos, foi encontrada diferença estastística nos tempos de imobilidade dos grupos DV e SV como DL e SL nas 3 gerações filiais avaliadas pelo TSC. Notou-se uma relação com o uso da ndotoxina, sendo esse sexualmente dimórfico. Segue abaixo os gráficos comparativos das 3 gerações de fêmeas e machos. Para análise estatistica foi realizado ANOVA de uma via para dados paramétricos assumindo P < 0.05. Foi utilizado o Teste de Bartlett para igualdade de variâncias e, caso significante, o teste de Kruskal-Wallis. Os gráficos são apresentado em média e desvio padrão. Geração F1 - Fêmeas Avaliadas 100 Geração F2 - Fêmeas Avaliadas Geração F3 - Fêmeas Avaliadas 150 * 100 80 60 40 *** 100 Segundos Segundos Segundos 80 50 20 60 40 20 0 0 DV DL SV SL 0 DV DL SV SL DV DL SV SL Gráfico 1. Fêmeas avaliadas pelo Teste de Suspensão da Cauda – Geração filial 1 (DV n=24, DL n=27, SV n=19, SL n=18), 2 (DV n=34, DL n=28, SV n=25, SL n=23) e 3 (DV n=20, DL n=25, SV n=11, SL n=3) Geração F1 - Machos Avaliados Geração F3 - Macho s Avaliado s Geração F2 - Machos Avaliados 150 100 80 ** *** * *** 50 60 40 DL SV SL DV DL 40 0 0 DV *** 20 20 0 ** 60 Segundos 100 Segundos Segundos 80 DV DL SV SL SV SL Gráfico 2. Machos avaliados pelo Teste de Suspensão da Cauda – Geração filial 1 (DV n=19, DL n=31, SV n=24, SL n=23), 2 (DV n=22, DL n=20, SV n=19, SL n=17) e 3 (DV n=20, DL n=24, SV n=14, SL n=11) CONCLUSÃO Foi possível notar que a administração da endotoxina (LPS) influiu no comportamento depressivo-simile e saudável, sendo sexualmente dimórfico. Além da relação com o uso da endotoxina, é possível pensar que a transmissão do comportamento poderia estar relacionada com a interação com o ambiente [5] (no caso a relação materna). Contudo, ainda é cedo para afirmar quais as relações que esse comportamento tem, de fato, com o comportamento materno, uma vez que diversos testes desse trabalho ainda se encontram sob análise. Pode-se concluir que o Teste de Suspensão da Cauda foi capaz de selecionar um comportamento que se manteve durante as 3 gerações avaliadas nesse trabalho, e que esse comportamento teve relação com o uso da endotoxina. Assim, os objetivos desse trabalho foram alcançados parcialmente, uma vez que já foram obtidos resultados através de um modelo comportamental de depressão [4]. Cabe agora continuar com futuros experimentos e à análise dos já realizados para que novos dados possam ser discutidos. AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia por me permitir realizar os experimentos em seus laboratórios de comportamento, a minha orientadora Maria Martha Bernardi pela orientação e amizade, ao grupo de neuroimunomodulação pelo constante aprendizado e por último, mas não menos importante, ao CAPES, que me permitiu através do auxilio financeiro a dedicação a esse trabalho. REFERÊNCIAS [1] ARCHER, J. Tests for emotionality in rats and mice: A review. Animal Behaviour. v. 21, p. 205–235, 1973. [2] CHAMPAGNE, F. A., FRANCIS, D. D., MAR, A., & MEANEY, M. J. Variations in maternal care in the rat as a mediating influence for the effects of environment on development. Physiology and Behavior.. 79, 359–371, 2003. [3] COX, B. M.; ALSAWAH, F.; MCNEILL, P. C.; GALLOWAY, M. P. & PERRINE, S. A., 2011. Neurochemical, hormonal, and behavioral effects of chronic unpredictable stress in the rat. Behavioural brain research. 220, 1, 106-111. [4] STERU, L., 1985. The tail suspension test: a new method for screening antidepressants in mice. Psychopharmacology. 85, 367-370. [5] TANG, W.; HO, S., 2007. Epigentic reprogramming and imprinting in origins of disease. Rev. Endocr Metab. Disord. 8, 173-182. [6] World Health Organization. Depression URL:http://www.who.int/mental_health/management/depression/definition/en/ Acesso: -Jan-2010. PESQUISA DE ISOFORMAS DA FIBRONECTINA EM CULTURAS DE LONGA DURAÇÃO DE ESTROMA MEDULAR DE CAMUNDONGOS SUBMETIDOS À DESNUTRIÇÃO PROTÉICA 1 Graziela Batista da Silva, 1Jackeline Oliveira Soares Beltran, 2Iana Suly Santos Katz, 1Karina Nakajima, 1 Amanda Rabello Crisma, 2Orlando Garcia Ribeiro, 1Primavera Borelli 1Departamento 2Laboratório de Análises Clínicas e Toxicológicas, FCF-USP São Paulo de Imunogenética, Instituto Butantan, USP São Paulo INTRODUÇÃO A fibronectina (FN) esta presente na matriz extracelular (MEC) dos tecidos, exercendo várias funções tais como manutenção da integridade do tecido, adesão, proliferação, diferenciação e migração celular. No entanto estes processos dependem da interação entre célula/MEC e esta interação ocorre por meio dos domínios presentes na FN [3, 7, 8]. Porém alguns destes domínios, denominados EDA, EDB e IIICS podem estar excluídos, incluídos ou parcialmente incluídos na FN em virtude do splicing alternativo, podendo assim ocorrer variantes de FN, denominadas de isoformas e estas podem exercer diferentes funções [1, 2, 7] Dados já publicados do grupo evidenciaram alterações quantitativas de FN in vivo [5, 6] e no ciclo celular de células tronco/progenitoras hematopoéticas (Lin ) na medula óssea (MO) de camundongos desnutridos, ocasionando hipoplasia [4, 6]. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a produção e a pesquisa de isoformas, ex vivo, de FN no estroma medular obtido por meio de cultura de longa duração (CLD) de células da MO de animais desnutridos. MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados camundongos da linhagem C57BI/6J, machos, 3 meses de idade, separados em 2 grupos. O grupo controle (C) recebeu uma ração com 12% de caseína e o grupo desnutrido (D) com 2% de caseína, por 5 semanas. Após este período os animais foram sacrificados para a obtenção das células totais da MO para a realização das CLD onde foram utilizadas com 3x106 células totais cultivadas a 33°C, 5% CO2 por 28 e 35 dias em meio Iscove's com 25% de soro eqüino. Foram realizados, nas CLD, western blotting (WB) para a quantificação da FN e região EDA e RT-PCR para pesquisa de isoformas de FN. RESULTADOS No estroma medular do 28° dia o grupo D apresentou aumento significativo na quantidade de FN em relação ao grupo C (figura 1). No entanto no 35° dia o grupo D apresentou uma menor quantidade de FN em relação ao grupo C (figura 1). Também foi observado que o grupo D do 35° dia apresentou menor quantidade de FN em relação ao grupo D do 28 ° dia. Em relação à região EDA o grupo D tanto do 28° dia quanto no 35° dia apresentou menor quantidade da região EDA quando comparados ao grupo C do 28° e 35° dia (figura 2). Foi observado por meio do RT-PCR no estroma medular do 28° dia, tanto o grupo C quanto do grupo D, apresentam RNAm para FN, no entanto ambos os grupos apresentam RNAm para FN com a ausência e a presença das regiões EDA, EDB e as três subunidades da IIICS, regiões estas suscetíveis ao splicing alternativo (figura 3). Fibronectina Total * ** 100 ** * 80 u.a 60 40 20 di as 35 di as 35 id o le D es nu tr nt ro Co Co D es nu tr nt ro le id o 28 28 di as di as 0 Grupos controle de 28 dias (n=7) e 35 dias (n= Figura 1: Quantificação da fibronectina total do grupo 7), o grupo desnutrido de 28 dias (n=9) e 35 dias (n=8). Os resultados estão expressos por média ± desvio padrão. O n indica o número de animais utilizados no experimento. *p < 0, 05 quando comparado o grupo desnutrido ao grupo controle; **p<0,01 quando comparado o grupo desnutrido com o grupo controle Região EDA ** * 100 * u.a 80 60 40 20 di as 35 di as D es nu tr id o 35 Co nt ro le 28 D es nu tr id o Co nt ro le 28 di as di as 0 Grupos Figura 2: Quantificação da região EDA do grupo controle de 28 e 35 dias (n=4) e o grupo desnutrido de 28 e 35 dias (n=4). Os resultados estão expressos por média ± desvio padrão. O n indica o número de animais utilizados no experimento. *p < 0, 05 quando comparado o grupo desnutrido ao grupo controle; **p<0,01 quando comparado o grupo desnutrido com o grupo controle FibronectinaTotal A C C C D D RegiãoEDA D B D C C C D D D D bp 500 400 bp 500 400 300 250 200 FN 150 EDA(+) 300 250 200 150 EDA(-) 100 100 50 Região EDB IIICS C C C C D D D D D bp (120) 500 (95) 400 300 250 200 (0) 150 100 bp 600 500 400 300 250 200 150 C C C D D D D EDB(+) EDB(-) 50 100 50 Figura 3: Pesquisa de isoformas da fibronectina pelo RT-PCR das culturas de longa duração do 28° dia. (A): RNAm da fibronectina total. (B) RNAm da região EDA, onde EDA (+) refere-se a presença da região e EDA (-) a ausência da região. (C) Variantes da região IIICS, onde (120) refere-se a presença completa da região, (95) a inclusão parcial da região e (0) a exclusão total da região. (D) RNAm da região EDB, onde EDB (+) refere-se a presença da região e EDB (-) a ausência da região. (C) animais controle, (D) animais desnutridos. O número de animais utilizados para este experimento foi de n=3 para o grupo controle e n=4 para o grupo desnutrido. CONCLUSÃO O aumento de FN no grupo D no estroma medular do 28º dia reproduziu os dados obtidos in vivo. A diminuição da FN no 35º dia do grupo D poderia ser devido à menor produção de FN e ou a degradação por metalaproteinases e outras proteases. A menor quantidade da região EDA no grupo D tanto 28º e 35º dia, pode ser resultante de splicing alternativo na molécula da FN. O estroma medular do grupo D possui diferentes isoformas de FN, e estas refletem em alterações na interação célula/MEC, conseqüentemente levando a alterações observadas no ciclo celular das células Lin- nos animais desnutrido. AGRADECIMENTOS Fapesp e CAPES REFERÊNCIAS [1] BRENMOEHL, J.; LANG, M., HAUSMANN, M.; LEEB, S. N.; FALK, W.; SCHÖLMERICH, J.;GÖKE, M.; ROGLER, G., 2007. Evidence for a differential expression of fibronectin splice forms ED-A and ED-B in Crohn’s disease (CD) mucosa. Int. J. Colorectal. Dis. 22, 611-623. [2] FRENCH-CONSTANT C., 1995. Alternative splicing of fibronectin-many different proteins but few different functions. Exp. Cell Res., 22, 261- 271. [3] LEISS, M; BECKMANN, K; GIRÓS, A; COSTELL, M; FASSLER, R., 2008. The role of integrin binding sites in fibronectin matrix assembly in vivo. Cur. Opin. Cell Biol. 20, 502-507. [4] NAKAJIMA, K., 2010. Avaliação do ciclo celular de células tronco/Progenitoras hemopoéticas da medula óssea de camundongos submetidos á desnutrição protéica. São Paulo, 170 p. 616.15 CDD (N163a). [5] VITURI, C. L.; BORELLI, P. ALVAREZ-SILVA, M.; TRETIN, A. Z., 2000. Alteration of the bone marrow in extracelullar matrix in mice undernourished. Braz. J. Med. Biol. Res. 33, 889-95. [6] XAVIER, J.G., FAVERO, M.E., VINOLO, M.A.R., ROGERO, M.M., DAGLI, M.L.Z., ARANA-CHAVEZ, V.E., BOROJEVIC, R.; BORELLI, P., 2007. Protein-energy malnutrition alters histological and ultrastructural characteristics of the bone marrow and decreases haematopoiesis in adult mice. HistolHistopathol. 22, 6, 651-60. [7] WHITE, E. S; BARALLE, F. E; MURO, A. F., 2008. New insights into form and function of fibronectin splice variants. J. Pathol, 216, 1-14. [8] YANG, R. S; TANG, C. H; LING, Q. D; LIU, S. H; FU, W. M., 2002. Regulation of fibronectin fibrillogenesis by protein kinases in cultured rat osteoblasts. Mol Pharmacol, 61, 1163 – 1173. STATUS DE FERRO EM RATOS ALIMENTADOS COM RAÇÕES HIPERLIPÍDICAS Eduardo Henrique Szpak Gaievski1, Alexandre Rodrigues Lobo1, Lilian Rose Marques de Sá2, Ana Lina de Carvalho Cunha Sales1, Célia Colli1 1 Laboratório de Minerais em Alimentos e Nutrição, Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo 2 Laboratório de Gastroenterologia Experimental e Comparada, Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo RESUMO O presente estudo piloto foi delineado com o objetivo de avaliar os efeitos do consumo de uma ração hiperlipídica (HL) (60% de energia proveniente dos de lipídeos [óleo de soja e banha suína]; Harlan Teklad Laboratories, WI, USA) no status de ferro em ratos Wistar em crescimento. O consumo de ração e o ganho de peso corporal foram monitorados diariamente. No 18º dia, realizou-se um teste intraperitoneal de tolerância à insulina nos animais em jejum de 12h. Fezes foram coletadas para avaliação do índice de absorção aparente de minerais (entre os dias 20 e 24). No momento da eutanásia, tecidos foram coletados para determinação da adiposidade (peso dos depósitos de gordura, concentração de lipídeos na carcaça, histologia) e para determinação do conteúdo de minerais por EAA. Não foram observadas diferenças no peso corporal, na adiposidade, na concentração de Hb e no conteúdo hepático de Fe após 24 dias de ensaio. No entanto, observou-se moderada esteatose hepática e infiltração de macrófagos no tecido adiposo branco epididimal e aumento no conteúdo de Fe no baço dos animais hiperlipídicos. Além disso, observou-se maior excreção fecal de lipídeos e menor absorção aparente de Fe no grupo HL, condição que pode ter sido influenciada por interações entre os nutrientes no lúmen intestinal. Por outro lado, a redistribuição compartimental do Fe, observada nos animais alimentados com a ração HL, pode ser uma tentativa de manter a homeostase desse mineral em condições de estresse (como é o caso de situações de consumo excessivo de lipídeos). INTRODUÇÃO A obesidade é condição influenciada por fatores genéticos e ambientais e caracteriza-se pela expansão do tecido adiposo (TA) (hipertrofia e hiperplasia dos adipócitos) como resultado de um desequilíbrio energético positivo [1]. Na obesidade, o aumento de macrófagos ativados no TA é precedido pela síntese de moléculas de adesão nas células endoteliais e pela migração de monócitos do sangue para o TA [4]. A ativação de macrófagos em estados pró-inflamatórios resulta em alterações morfológicas e funcionais que intensificam a resistência do hospedeiro à infecção. Além disso, o aumento na produção de citocinas (IL-1, TNF-α, IL-6) por essas células afeta a atividade biossintética do hepatócito, resultando em alterações associadas com a resposta de fase aguda [2]. Estudos têm demonstrado que citocinas (TNF-α, IL-6) e hormônios (hormônio tireoidiano, insulina e estrógeno) influenciam os níveis de ferritina (uma proteína de fase aguda), como uma estratégia de defesa do organismo de reduzir a disponibilidade de Fe para agentes patogênicos [2]. Esse quadro é acompanhado por hipoferremia e alterações hematológicas frequentemente observadas em situações de anemia de doença crônica (ou anemia da inflamação) [5]. Deste modo, o presente estudo piloto apresenta como proposta investigar o status e biodisponibilidade de Fe em ratos alimentados com rações hiperlipídicas, modelo sistematicamente utilizado em estudos de obesidade experimental. MATERIAL E MÉTODOS O projeto foi aprovado em 2009 pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal da FCF/USP (Protocolo No. 250). Ratos (Rattus novergicus, var. albinus) machos, recém-desmamados, da linhagem Wistar Hannover, provenientes do Biotério de Produção e Experimentação da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e do Instituto de Química da USP, foram mantidos em gaiolas semimetabólicas individuais, de aço inoxidável, em ambiente com temperatura e umidade controladas (22°C; 55%, respectivamente), com ciclos de claro/escuro de 12 h. Rações experimentais, semipurificadas e peletizadas, baseadas na formulação descrita pela empresa Harlan Teklab Laboratories (Madison, WI, EUA) para ratos em crescimento, foram adquiridas por importação e acondicionadas na câmara fria (~4°C) da FCF da USP. As rações do grupo controle (CON) foram elaboradas com aproximadamente 2% de óleo de soja e 2% de gordura suína (banha), de acordo com a formulação TD.06416 (aproximadamente 10% de calorias provenientes de lipídeos). A ração hiperlipídica (TD.06414) foi elaborada com 30 g/kg de lipídeos na forma de óleo de soja, suplementada com 310 g/kg na forma de banha (aproximadamente 60% de calorias provenientes de lipídeos). Após 7 dias de adaptação, os animais foram distribuídos em dois grupos experimentais (CON e HL). Ração e água (desmineralizada) foram oferecidas ad libitum. O consumo foi registrado e calculado diariamente considerando a oferta e a sobra de ração; o peso corporal foi verificado e registrado a cada dois dias. Com a finalidade de analisar a capacidade de o animal converter a energia consumida em peso corporal, foi calculada a eficiência alimentar (EA), dividindo-se o ganho total de peso corporal dos animais (g) pela energia total ingerida (Kcal). Os animais sofreram eutanásia após anestesia por injeção intraperitoneal com solução de anestésicos (xilazina, 25 mg/kg; quetamina, 10 mg/kg; 1:2). Os depósitos de tecido adiposo (TA) (epididimal e retroperitonial) foram coletados, e os pesos utilizados para calcular o índice de adiposidade (%): (TA epididimal + TA retroperitonial) × 100/peso corporal. A concentração de Fe foi determinada, nas fezes, fígado e baço, por espectrofotometria de absorção atômica (EAA; AAnalyst 100, Perkin Elmer, Norwalk, CT, EUA) após digestão úmida (HNO3:H2O2, 5:1; v/v) em amostras previamente secas (105°C, 12 h) utilizando uma lâmpada de catodo oco a 248,3 nm e fenda de 0,2 mm. A absorção aparente de ferro e de lipídeos (totais) foi calculada como: ingestão – excreção fecal) × 100/ingestão. A hemoglobina foi analisada nas amostras de sangue usando-se o reagente de Drabkin e a leitura realizada em espectrofotômetro à 545 nm [2]. Após a eutanásia, os ratos foram necropsiados para exame macroscópico de órgãos, e fragmentos do fígado e do tecido adiposo epididimal e retroperitoneal foram coletados e fixados em solução tamponada de formalina 10%. Após fixação de 24 h, os fragmentos foram processados segundo técnica padrão e incluídos em parafina. Os blocos de parafina foram seccionados em cortes de 5 µm. O exame histológico das lâminas foi realizado em microscopia de luz, com aumentos de 40, 100 e 400x. RESULTADOS Não foram observadas diferenças no peso corporal, na adiposidade, na concentração de Hb e no conteúdo hepático de Fe após 24 dias de ensaio. No entanto, observou-se moderada esteatose hepática e infiltração de macrófagos no tecido adiposo branco epididimal (Figura 1) e aumento no conteúdo de Fe no baço dos animais hiperlipídicos (Figura 2). Além disso, observou-se maior excreção fecal de lipídeos (30,5 ± 3,5 e 126,2 ± 34,3 mg/dia para os grupos CON e HL, respectivamente) e menor absorção aparente de Fe no grupo HL (Figura 2), condição que pode ter sido influenciada por interações entre os nutrientes no lúmen intestinal. Figura 1: Consumo de ração (A,B), ganho de peso (C) e índice de adiposidade (D) de ratos alimentados com rações controle e hiperlipídicas por 24 dias. Resultados expressos como média ± desvio padrão (n = 6). Valores considerados significativamente diferentes quando P < 0,05 (Teste t Student). Cortes histológicos do tecido adiposo epididimal. Em CON, adipócitos de tamanho regular com um único vacúolo no citoplasma. Em HL, adipócitos com múltiplos vacúolos no citoplasma (seta) e macrófago (seta menor). Hematoxilina e eosina, 400x. VCL = veia centro lobular. Figura 2: Concentração de hemoglobina (A), Fe no fígado (B) e baço (C) e absorção aparente de Fe (D) de ratos alimentados com rações controle e hiperlipídicas por 24 dias. Resultados expressos como média ± desvio padrão (n = 6). Valores considerados significativamente diferentes quando P < 0,05 (Teste t Student). CONCLUSÃO A redistribuição compartimental do Fe, observada nos animais alimentados com a ração HL, pode ser uma tentativa de manter a homeostase desse mineral em condições de estresse (como é o caso de situações de consumo excessivo de lipídeos). AGRADECIMENTOS FAPESP REFERÊNCIAS [1] ALBEIRT, K.G.; ZIMMET, P.; SHAW, J., 2005. The metabolic syndrome – a new worldwide definition. Lancet. 366, 1059-1062. [2] DRABKIN, D.L., AUSTIN, J.H., 1935. Spectrophotometric studies. II. Preparations from washed blood cells: nitric oxide hemoglobin and sulphemoglobin. J. Biol. Chem. 112, 51-65. [3] RASO, G.M.; IRACE, C.; ESPOSITO, E., et al., 2009. Ovariectomy and estrogen treatment modulate iron metabolism in rat adipose tissue. Biochem. Pharmacol. doi: 10.1016/j.bcp.2009.05.034. [4] SHOELSON, S.E.; HERRERO, L.; NAAZ, A., 2007. Obesity, inflammation, and insulin resistance. Gastroenterology. 132, 2169-2180. [5] WEISS, G., 2009. Iron metabolism in the anemia of chronic disease. Biochim. Biophys. Acta. 1790, 682-693. O PAPEL DO GUARANÁ E DE SEUS PRINCIPAIS PRINCÍPIOS ATIVOS NA RESPOSTA IMUNE ADAPTATIVA Caniceiro, B.D.1; Latorre, A.O.1; Carvalho, L.R.2; Górniak, S.L.1 1Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – USP; 2Instituto de Botânica de São Paulo RESUMO Paullinia cupana, popularmente conhecida como guaraná, é uma planta medicinal que apresenta, entre outros efeitos, propriedades quimiopreventiva e antitumoral. Entretanto, não existem relatos na literatura sobre seus efeitos no sistema imune. Assim, neste estudo foram avaliadas as respostas celular e humoral de camundongos tratados com guaraná e seus principais princípios ativos, cafeína e catequina, sendo observada a diminuição de ambas as respostas nos animais tratados com a planta, catequina e a associação dos princípios ativos. Portanto, os resultados aqui expostos demonstram, pela primeira vez, que a ingestão de guaraná, devido a ação da catequina, reduz a imunidade adaptativa, através da diminuição das respostas celular e humoral. Além disso, sugere-se a utilização desta planta no tratamento de doenças inflamatórias e autoimunes, caracterizadas por uma resposta exacerbada do sistema imune. INTRODUÇÃO Paullinia cupana, popularmente conhecida como guaraná, é uma planta medicinal brasileira que apresenta como principais constituintes químicos a cafeína e a catequina [3]. Apresenta efeitos quimiopreventivo e antitumoral agindo, principalmente, na redução da proliferação celular do tumor [4]. No entanto, ainda são desconhecidos os efeitos do guaraná e de seus principais princípios ativos sobre o sistema imune. O sistema imune, por sua vez, apresenta importante papel não só no combate ao câncer, mas também no controle de infecções [1]. Desta forma, qualquer alteração nas células que compõem este sistema prejudica sua habilidade de reconhecimento e desenvolvimento de uma resposta protetora eficaz, tornando assim o indivíduo suscetível às doenças oportunistas e tumores [2]. Portanto, o objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da administração do pó das sementes de guaraná (chamado agora somente de guaraná) e seus principais princípios ativos, cafeína e catequina, sobre o sistema imune de camundongos adultos. MATERIAL E MÉTODOS Animais e tratamentos Foram utilizados camundongos machos da linhagem C57BL/6 separados em 5 grupos: Co, G, CF, CT e FT e tratados por gavage durante 15 dias com 2000 mg/kg de guaraná (G), 134,4 mg/kg de cafeína (CF), 93,2 mg/kg catequina (CT) ou a associação de ambos os princípios ativos (grupo FT). Já os camundongos do grupo Co receberam apenas água pelo mesmo período e via de administração. Ao término do tratamento procederam-se os experimentos abaixo descritos para avaliação do sistema imune. Avaliação da hipersensibilidade do tipo tardia (DTH) Os camundongos foram sensibilizados com 60 µL contendo 1x108 eritrócitos de carneiro (SRBC) suspensos na proporção de 1:1 de PBS e Adjuvante completo de Freund (FCA), por via subcutânea (sc), na base da cauda. Sete dias após a sensibilização foi mensurado o diâmetro da pata esquerda de todos os camundongos, sendo considerado como tempo zero e, em seguida, foram desafiados na mesma pata com 20 µL contendo 1x108 SRBC em PBS. Após 24, 48 e 72 horas foi medido o aumento de volume, através de nova mensuração da pata esquerda destes camundongos. O cálculo do aumento absoluto foi feito subtraindo-se o diâmetro da pata medido nos intervalos acima citados do valor do diâmetro medido a 0h, e o resultado foi expresso em mm. Avaliação da proliferação de linfócitos T antígeno-específica Para avaliação da proliferação de linfócitos T antígeno-específica foi utilizado o protocolo proposto por [5]. Primeiramente foi induzida a resposta imune celular através da imunização dos camundongos com 100 µL de anatoxina tetânica (AT) [50 LF/mL] diluída 1:1 em PBS e FCA, por via sc. Sete dias após a imunização, estes camundongos foram eutanasiados para coleta do baço e formação de uma suspensão celular. As hemácias presentes nesta suspensão foram lisadas com solução de lise e os esplenócitos foram mantidos por duas horas em estufa (37ºC, 5% CO2 e atmosfera humidificada) para separação das células não-aderentes (NA) e aderentes (AD). Em seguida, as células foram cocultivadas na proporção de 30:1 (NA:AD), ou seja 1,93x105 NA para 6,5x103 AD, na presença ou não de AT (20LF/poço). Por fim, as placas foram mantidas em estufa por 72 horas, sendo realizada a aquisição das células por citômetria de fluxo (FACS Calibur). O resultado foi expresso através do índice de proliferação que é determinado pela relação entre a % de linfócitos estimulados e a % de linfócitos basais. Titulação de anticorpos pela técnica de Hemaglutinação Os camundongos foram imunizados com 5x108 SRBC em 200 µL de PBS, por via intraperitoneal (ip), e após sete dias procedeu-se a entánasia para coleta do soro que foi utilizado para análise da hemaglutinação. Para tal, realizou-se uma diluição seriada de 1:2 com o soro de um camundongo não imunizado com SRBC em placas de 96 wells de fundo em U previamente acrescidas de salina, que foi utilizado como controle negativo. Em seguida, diluiu-se o soro dos camundongos imunizados nos poços seguintes e então, foi acrescentado 25 µL de SRBC [9x108 hemácias/mL] em cada poço. Por fim, as placas foram incubadas em estufa (37º, 5% CO2 e atmosfera humidificada) por 1h, sendo o título de anticorpos determinado como aquele em que a hemaglutinação foi semelhante ao do controle negativo e também às diluições subseqüentes. RESULTADOS Para avaliarmos a resposta imune celular em camundongos tratados com o guaraná e seus princípios ativos foram empregados os testes de DTH e proliferação de linfócitos T antígenoespecífica. Em relação à reação de DTH, pode-se observar que, após 48 horas do desafio com os SRBC, os camundongos tratados com a catequina apresentaram diminuição do edema da pata que foi mantida até 72 horas após a aplicação do mesmo. Neste tempo, também foi observada a redução deste parâmetro nos animais tratados com guaraná (Tabela 1). Tabela 1 – Avaliação da resposta de DTH de camundongos tratados com guaraná - G - (2000 mg/kg), cafeína - CF - (134,4 mg/kg), catequina - CT - (93,2 mg/kg) e cafeína + catequina - FT - (134,4 mg/kg + 93,2 mg/kg), por via oral, durante 15 dias Co G CF CT FT 24 horas 0,29 ± 0,07 0,30 ± 0,08 0,34 ± 0,06 0,30 ± 0,07 0,32 ± 0,08 48 horas 0,24 ± 0,08 0,24 ± 0,10 0,27 ± 0,13 0,19 ± 0,11 0,27 ± 0,11 72 horas 0,14 ± 0,06 0,11 ± 0,08 0,15 ± 0,08 0,12 ± 0,11 0,15 ± 0,13 Tempo Grupos Quanto à proliferação de linfócitos T antígeno-específica, verificou-se que camundongos tratados com guaraná, catequina e a associação dos princípios ativos apresentaram redução significante deste parâmetro, conforme figura 1. índice de proliferação 2.0 1.5 * * * 1.0 0.5 0.0 Co G CF CT FT Figura 1 – Avaliação da proliferação de linfócitos T antígeno- específica de camundongos tratados com guaraná - G - (2000 mg/kg), cafeína - CF - (134,4 mg/kg), catequina - CT - (93,2 mg/kg) e cafeína + catequina - FT - (134,4 mg/kg + 93,2 mg/kg), por via oral, durante 15 dias. *p<0,01 pós-teste Dunnett Por fim, foi avaliada a resposta imune humoral através da técnica de hemaglutinação que mede o nível de anticorpos presente no soro de camundongos previamente imunizados com um antígeno específico (neste caso os SRBC), sendo observada redução significante deste parâmetro nos camundongos pertencentes aos grupos CT e FT (Figura 2). 15 * * CT FT log2 10 5 0 Co G CF Figura 2 – Avaliação do título de anticorpos de camundongos tratados com guaraná - G - (2000 mg/kg), cafeína - CF - (134,4 mg/kg), catequina - CT - (93,2 mg/kg) e cafeína + catequina - FT - (134,4 mg/kg + 93,2 mg/kg), por via oral, durante 15 dias. *p<0,01 pós-teste Dunnett CONCLUSÃO Estes resultados mostram pela primeira vez que o guaraná, devido à catequina, diminui a resposta imune celular e humoral em camundongos sadios. Por este motivo, sugere-se a utilização desta planta no tratamento de doenças inflamatórias e autoimunes, caracterizadas por uma resposta exacerbada do sistema imune, principalmente dos linfócitos T. AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus amigos da pós-graduação: Thaísa, Marcos e Sheila que de alguma forma contribuíram com este trabalho e à FAPESP (processo: 09/12117-4) pelo financiamento deste estudo. REFERÊNCIAS [1] Abbas, A.K., Litchman, A.H., Pillai, S., 2007. Cellular and Molecular Immunology. Saunders Elsevier, Philadelphia. [2] Coico, R., Sunshine, G., and Benjamini, E., 2003. Immunology: A Short Course. Wiley & Sons, New York. [3] Espinola, E.B.; Dias, R.F.; Mattei, R.; Carlini, E.A., 1997. Pharmacological activity of Guaraná (Paullinia cupana Mart.) in laboratory animals. Journal of Ethnopharmacology, 55, 223-229. [4] Fukumasu, H., 2008. Sobre os efeitos quimiopreventivos e antitumorais do guaraná, Paullinia cupana Mart var. sorbilis, em modelos experimentais in vivo e in vitro. Tese (Doutorado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo. [5] Latorre, A.O; Furlan, M.S; Sakai, M.; Fukumasu, H.; Hueza, I.M.; Haraguchi, M.; Górniak, S.L., 2009. Immunomodulatory Effects of Pteridium aquilinum on Natural Killer Cell Activity and Select Parts of the Cellular Immune Response of Mice. Journal of Immunotoxicology, 6, 104-114. PROTOCOLO PARA AVALIAÇÃO DE ANTI-HELMÍNTICOS: PARÂMETROS HEMATOLÓGICOS EM POEDEIRAS COMERCIAIS Laís Damasio dos Santos1, Silvana Lima Gorniak2, Andreia Mauruto Chernaki Leffer2 1Faculdade 2Faculdade de Engenharia de Alimentos e Zootecnia (FZEA/USP); de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Patologia (FMVZ/USP) RESUMO Com a crescente demanda por alimentos seguros (sem contaminantes), o emprego de antihelmínticos e outros medicamentos em avicultura tem se tornado cada vez mais restrito. Desta forma, para registro de novos produtos ou revalidação daqueles já registrados, se faz necessário a avaliação de diferentes parâmetros de qualidade e segurança, que inclui a avaliação da inocuidade desses fármacos. A inocuidade de medicamentos pode ser estimada em testes clínico-patológicos de hematologia, bioquímica e urinálise. Apesar do uso corrente de anti-helmínticos em avicultura, não há protocolos específicos para avaliação da inocuidade desses medicamentos em galinhas poedeiras. Esses protocolos, uma vez desenvolvidos, serão de extrema utilidade para a indústria farmacêutica quando do desenvolvimento de novos produtos, bem como a órgãos governamentais, no tocante a registro de novos produtos. O presente trabalho tem por finalidade apresentar a utilização da patologia clinica (hematologia) para auxilio na avaliação e monitoramento dos efeitos do albendazole em poedeiras comerciais. INTRODUÇÃO O desempenho zootécnico de poedeiras comerciais pode ser afetado por uma série de fatores que podem estar relacionados ao insuficiente manejo sanitário dos animais. De fato, devido à necessidade de normatização de ações sanitárias relacionadas ao setor avícola, no ano de 1994 o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) instituiu o Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA), face à importância da produção avícola no cenário nacional e internacional. O Brasil está entre os cinco maiores produtores de ovos do mundo, cuja produtividade é inferior apenas à China, EUA, Índia e Japão [6]. No ano de 2005, foram produzidos 58,8 milhões de toneladas de ovos e estima-se que em 2015 esta produção possa chegar a 70,9 milhões de toneladas [1]. As endoparasitoses representam sérios riscos sanitários em aviários de postura comercial, onde as galinhas são criadas em regimes de confinamento, e que é agravado pelo longo período de vida produtiva desses animais (até 70 semanas). O grau e severidade da infestação por helmintos pode causar queda na postura, anemia e até morte dos animais. Os endoparasitos que comumente causam infestações em poedeiras são: Ascaris spp., Capillaria spp., Heterakis spp., e Syngamus trachea (Nematoda), além dos cestódeos Davainea proglotina e Raillietina tetragona [2]. A intervenção de anti-helmínticos em aves é comumente realizada com piperazina, levamisol ou oxifendazol, via água de bebida. Os benzimidazóis são os anti-helmínticos mais utilizados para controle de nematódeos intestinais em aves, sendo os imidotiazóis indicados em caso de resistência cruzada neste grupo de medicamentos [2]. O objetivo do presente estudo foi verificar a inocuidade do albendazol em poedeiras comerciais, mediante avaliação dos parâmetros hematológicos. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado no Centro de Pesquisa em Toxicologia Veterinária (CEPTOX) do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, Campus de Pirassununga, SP. Poedeiras da linhagem Dekalb White , com aproximadamente um ano de idade, obtidas de criações comerciais foram alojadas em gaiolas de 100 x 45 x 45 cm, divididas em quatro partes de 23 x 45 x 45 cm, providas de comedouros tipo calha e bebedouros nipple, abastecidos de água e ração comercial ad libitum. As aves foram pesadas imediatamente antes do tratamento. Foram utilizados três tratamentos com 15 aves por grupo. Os grupos foram tratados com albendazol (Ricobendazole 10), administrado por gavagem, nas doses de 0 (grupo controle), 10,0 e 20 mg/kg/PV. A escolha das doses foi feita com base em prévios estudos, onde os autores relatam ser a eficácia superior a 90% [5]. Vinte e quatro horas após a administração do medicamento, foi realizada a colheita de sangue mediante punção da veia ulnar superficial, na quantidade de 2 mL para realização do hemograma completo (contagem total de eritrócitos e leucócitos em câmara de câmara de Neubauer) e determinação do hematócrito, dosagem da concentração de hemoglobina, além da confecção de esfregaços sanguíneos para contagem diferencial de leucócitos [3]. As amostras de sangue foram acondicionadas em tubos contendo anticoagulante ácido etilenodiaminotetracético (EDTA), homogeneizadas, refrigeradas e processadas em no máximo 24 horas. Os esfregaços sanguíneos foram realizados no momento da colheita de sangue. Os resultados foram submetidos à análise de variância, com comparação entre tratamentos pelo teste t de Student utilizando o programa GraphPad Prism 3 (GraphPad Software, San Diego, CA, EUA). RESULTADOS Não foram observadas diferenças significantes (p<0,05) nos parâmetros hematológicos entre os dados dos animais provenientes dos grupos tratados e controle. Foi observado, em todas as aves dos diferentes grupos, um discreto aumento nos valores de hematócrito, bem como nos níveis de heterófilos, eosinófilos, basófilos e monócitos, além no decréscimo no número de linfócitos (Tabela 1). As alterações observadas parecem não estar relacionadas ao emprego do albendazol, e sim ao grau de parasitismo das aves em estudo. As aves apresentavam infestações mistas por ectoparasitas (Dermanyssus spp., Ornithonyssus sylviarum e Menacanthus spp.) e endoparasitas (Heterakis spp.) (dados não publicados). De fato, valores de hematócrito inferiores a 35% podem indicar anemia a qual pode ocorrer pelo parasitismo por ácaros hematófagos, assim como o aumento no número de basófilos acompanhado de eosinofilia está associado a estresse e parasitismo interno e externo [4]. Tabela 1. Valores hematológicos (média ± DP) para poedeiras comerciais tratadas com albendazol (Ricobendazol). Parâmetros VR 0.0 (controle) 1.0 2.0 Eritrócitos (x106/µL) 2,5 – 3,5 2,6 ± 0,6 2,5 ± 0,3 2,8 ± 0,2 Hematócrito (%) 35 – 55 29,2 ± 3,6 30,3 ± 1,8 29,4 ± 2,3 Hemoglobina (g/dL) 8,6 – 15,2 8,3 ± 2,2 8,3 ± 0,6 7,8 ± 0,7 VCM (fl ou x10-15) 90 – 140 112,4 ± 15,6 122,6 ± 16,9 117,9 ± 26,1 CHCM (%) 26 – 35 29,2 ± 6,9 27,2 ± 2,5 26,7 ± 3,2 Leucócitos (x103/µL) 7,9 – 24,3 16,0 ±61,9 13,0 ± 65,3 12,9±71,0 Heterófilos 25,5 – 38,0 37,6 ± 10,7 40,5 ± 7,9 38,7 ± 10,6 Linfócitos 56,8 – 69,5 48 ± 9,5 46,3 ± 9,8 42,9 ± 10,6 Eosinófilos 0 – 0,8 2,1 ± 1,8 1,9 ± 1,4 3,3 ± 2,3 Basófilos 0 – 0,6 5,4 ± 2,0 5,1 ± 3,4 5,8 ± 2,6 Monócitos 3,2 – 5,0 6,8 ± 4,8 6,1 ± 4,9 9,3 ± 7,1 VR= Valores de referência para Gallus gallus domesticus; VCM= Volume corpuscular médio; CHCM= Hemoglobina corpuscular média; fL= fentolitros; dL= decilitros. CONCLUSÃO A partir dos resultados é possível inferir que o albendazol foi inócuo às aves nas doses estudadas. AGRADECIMENTOS Ao Programa de Iniciação Científica da USP, RUSP (Institucional) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). À Leonila Ester Raspantini e Paulo Cesar Raspantini, pelo suporte técnico. REFERÊNCIAS [1] APAVI. Associação Paranaense de Avicultura. URL:http://www.apavi.com.br. Acesso: 24-Mar-2011. [2] Costa, C.A.F., 2005. Anti-helmínticos. In: Palermo-Neto, J., Spinosa, H.S., Górniak, S.L (Eds). Farmacologia aplicada à avicultura. 1ª. Ed. Rocca, São Paulo, pp. 201-212. [3] Jain, N.C., 1986. Schalm’s Veterinary Hematology. 4.ed. Lea & Febiger, Philadelphia. [4] Latimer, K.S., Bienzle, D., 2000. Determination and Interpretation of the Avian Leukogram. In: Feldman, B.F., Zinkl, J.G., Jain, N.C. Schalm’s Veterinary Hematology, 5th ed., Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, pp. 417-432. [5] Tucker, C.A., Reynolds, L., Johnson, Z., Keating, M., 2007. Determination of the anthelmintic efficacy of albendozole in the treatment of chickens naturally infected with gastrointestinal helmints. J. Appl. Poult. Res. 16, 392–396. [6] USDA, 2008. Oilseed worldmarket and trade. URL:http://www.fas.usda.gov/oilseeds/circular/2008/January/oilseeds0108.pdf. Acesso: 24-Mar-2011. AVALIAÇÃO COMPARATIVA DO NÚMERO DE CÉLULAS NUCLEADAS DO INFILTRADO OSTEOGÊNICO CENTRIFUGADO E NÃO CENTRIFUGADO RETIRADAS DA MEDULA ÓSSEA DA CRISTA ILÍACA CANINA Gomes, J. S.1; Ferrigno, C. R. A.2; Lopes, R. S.1; Cunha, O.1 1 Laboratório 2 de Ortopedia e Traumatologia Comparada da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP Prof. Dr. do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP INTRODUÇÃO Apesar do desenvolvimento da tecnologia médica e do melhor manejo ortopédico das fraturas nos últimos anos, algumas destas ainda consolidam irregularmente, outras demoram muito para consolidar e algumas resultam em pseudo-artroses [7]. Embora atualmente o emprego de enxerto ósseo autólogo seja considerado a técnica padrão para se estimular a consolidação óssea, várias complicações estão associadas a este procedimento, incluindo danos ao sítio doador, cicatrizes dolorosas, hematomas, infecção, claudicação e suprimento limitado [10;14;20]. Estes problemas deram origem a várias linhas de pesquisa utilizando técnicas de engenharia tecidual que têm apresentado resultados promissores. No âmbito da ortopedia veterinária, as opções de engenharia tecidual incluem métodos para captura e transplante de células indiferenciadas precursoras de osteoblastos, de plasma rico em plaquetas, de proteína morfogenética óssea e introdução local ou sistêmica de hormônios peptídeos e fatores de crescimento [6;8;9;15;18]. Apesar de eficaz, a cultura e o transplante de células indiferenciadas de medula óssea são procedimentos complexos, caros e que envolvem uma metodologia dividida em três etapas: obtenção das células, desenvolvimento da cultura e implantação [11]. Como alternativa, a administração direta de aspirados de medula óssea no local de interesse tem sido pesquisada clínica e experimentalmente na medicina veterinária, buscando estimular a consolidação de fraturas, tratar pseudo-artroses e preencher defeitos ósseos adquiridos por trauma ou ressecções ósseas cirúrgicas [1;2;3;5;12;13;16;17]. Entretanto a quantidade relativamente pequena em relação às células nucleadas da medula (1:100000) tem direcionado as pesquisas para seu isolamento, purificação e concentração, uma vez que a formação óssea está diretamente relacionada ao número de células tronco no foco de lesão óssea [2;4]. Visando a viabilidade econômica na rotina clínica e o aumento do número de células mesenquimais indiferenciadas no foco de lesão óssea, o objetivo deste estudo foi comparar a concentração de células nucleadas do infiltrado osteogênico centrifugado e não-centrifugado da medula óssea da crista ilíaca canina. Além de comprovar que o método da centrifugação não reduzia a viabilidade celular do infiltrado da medula óssea. Para tais objetivos utilizou-se o método de centrifugação descrito por Connolly et al (1995). MATERIAL E MÉTODOS Este estudo envolveu a utilização de vinte cães, pesando entre 10 e 30 kg, com faixa etária de 2 a 5 anos. Os animais foram distribuídos aleatoriamente em dois grupos, um grupo denominado de centrifugado onde o aspirado de medula óssea foi centrifugado e o outro de controle onde o aspirado da medula óssea não foi centrifugado. Para ambos os grupos foram coletados 5 ml de medula óssea da crista ilíaca de cada animal com agulha do tipo Illinois® e seringa previamente embebidos em solução de heparina a 1:1000. Após a coleta, o material foi enviado ao laboratório em banho de gelo para análise. No caso do grupo centrifugado, foi utilizado para análise somente o material sedimentado no tubo após a centrifugação (1500 rpm a 20ºC, durante 10 minutos), o “buffy-coat”, enquanto que para o grupo controle utilizou-se o aspirado em sua forma original. Amostras de 50 microlitros do concentrado de células tronco, dos grupos centrifugado e controle, foram diluídas em PBS 0,1 molar, pH 7,4 na proporção de 1:20 cada. Na seqüência foi feita a diluição com azul de tripano 0,1% a 1:20 cada, para a contagem das células e realização do teste de viabilidade celular. O preparo de cada grupo foi colocado na câmara de Neubauer, preenchendo-a completamente e deixando-a em repouso por 5 minutos em câmara úmida. O número de células nucleadas, do grupo centrifugado e controle, foi então contado nos quatro quadrados laterais, separando-se a contagem em células viáveis e inviáveis, ou seja, células mortas. O cálculo do número de células e da viabilidade celular foi realizado de acordo com seguintes fórmulas: Nº de células por ml = (nº de cél. viáveis + nº de cél. mortas) x 1.000.000 Viabilidade celular (%) = células viáveis x 100 / (células viáveis + células mortas) Os resultados do presente projeto foram analisados estatisticamente através do teste T não pareado, também conhecido como teste “T-Student” utilizado para amostras independentes. Para todas as categorias analisadas considerou-se um intervalo de confiança de 95% e, conseqüentemente, um índice de confiança de 0,05. RESULTADOS Através do método de centrifugação descrito por Conolly et al (1995) foi possível constatar uma maior concentração de células nucleadas no centrifugado osteogênico do que no aspirado na sua forma original. O número médio de células nucleadas nos aspirados de medula óssea foi de 1,44 x 107 células por mililitro, enquanto que os aspirados após centrifugação apresentaram um número médio de 15,4 x 107 células nucleadas por mililitro. Em seu estudo com coelhos, Connolly et al (1995) obtiveram um número médio de 0,2 x 107 células por mililitro no aspirado não centrifugado e 0,36 x 107 células por mililitro após centrifugação simples. Já Vaz (2006) obteve em seu estudo, também com coelhos, uma concentração de células nucleadas em média três vezes maior no centrifugado osteogênico do que no aspirado em sua forma original. Estes autores [2;19] tiveram um aumento médio de 2,4 vezes a concentração de células nucleadas após centrifugação, enquanto que o presente estudo alcançou um aumento de 10,69 vezes. Concordamos que essas diferenças encontradas se devem mais ao modelo experimental utilizado em nosso estudo, do que a outros fatores. Pelo teste de viabilidade celular, confirmamos que as células permaneciam viáveis após a centrifugação, excluindo a possibilidade de lesão ou morte celular causada pelo método utilizado. A média de viabilidade celular que encontramos foi de 91,5% no grupo controle e de 95,38% no grupo centrifugado. Apesar da proximidade desses valores, nos levando a crer que a diferença desses grupos não era importante, a análise estatística demonstrou que havia diferença significativa entre os dois grupos, assim como Connolly (1995) e Vaz (2006) relataram em seus estudos. Mostrando-nos a influência da centrifugação no aumento do número de células nucleadas viáveis do aspirado de medula óssea. Os resultados demonstram que além das vantagens na utilização de células tronco mesenquimais em transplantes autólogos [3], acreditamos que este método é um processo rápido, de baixa complexidade e fácil reprodução que não demanda equipamentos caros e mão de obra especializada, além de possuir um baixo preço de custo. CONCLUSÃO A concentração de células nucleadas do infiltrado osteogênico centrifugado é maior do que a concentração do infiltrado osteogênico não-centrifugado da medula óssea da crista ilíaca canina. E o método da centrifugação não reduz a viabilidade celular. AGRADECIMENTOS Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo suporte financeiro, à Profa. Dra. Alice Maria Melville Paiva Della Libera por disponibilizar o Laboratório de Imunodiagnóstico para análise das amostras, à Cláudia Regina Stricagnolo pela ajuda ao longo das análises e ao Prof. Dr. Cassio Ricardo Auada Ferrigno pela orientação. REFERÊNCIAS 1. Barros, S. V. S. G.; Del Carlo, R. J.; Vargas, M. I.; Galvão, S. R.; Filho, A. M. Auto-enxerto percutâneo em coelhos. Coleta, preparo e aplicação. Ciência rural 2001; 31/6: 1013-1018. 2. Connolly, J. F. Injectable bone marrow preparations to stimulate osteogenic repair. Clin Orthop Relat Res 1995; 313: 8-18. 3. Connolly, J. F. Clinical use of marrow osteoprogenitor cells to stimulate osteogeneses. Clin Orthop Relat Res 1998; 355: 257-266. 4. Connolly, J. F.; Guse, R.; Lippiello, L. Development of an osteogenic bone marrow preparation, Journal of bone joint surgery 1989; 71A/5: 684-691. 5. Connolly, J. F.; Guse, R.; Tiedeman, J. Autologous marrow injection as a substitute for operative grafting of tibial nonunions. Clinical orthopedics 1991; 266: 270-289. 6. Della Nina, M. I.; Ferrigno, C. R. A.; Baccarin, D. C. B.; Fantoni, D. T. Avaliação de osteossíntese de rádio-ulna em cães utilizando-se ou não enxertos de BMP. In: VII Congresso do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária, 2006, Santos. Arquivo brasileiro de medicina e zootecnia 2006; 58: 10-10. 7. Einhom, T. The cell and molecular biology or fracture healing. Clin Orthop Relat Res 1998; 355: 7-21. 8. Ferraz, V. C. M.; Ferrigno, C. R. A.; Schmaedecke, A. Concentração plaquetária no plasma rico em plaquetas de cães, obtida por três velocidades de centrifugação. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science 2007; 44: 435-440. 9. Ferrigno, C. R. A.; Della Nina, M. I.; Fantoni, D. T. Estudo comparativo entre as osteossínteses com placas e osteossínteses com placas associadas a enxertos de proteína morfogenetica óssea. Pesquisa Veterinária Brasileira 2007; 27: 65-69. 10. Gersumi, D. H.; Pinsker, R. 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Percutaneus bone marrow grafting on fratures and bone defects and experimental study in rabbits. Clin Orthop Rel Res 1988; 208: 300-312. 17. Sharma, S.; Garg, N. K. Percutaneous bone marrow grafting of osteotomies and bony defects in rabbtis. Acta Orthop Scand 1992; 63: 166-169 18. Silva, S. B.; Ferrigno, C. R. A.; Sterman, F. A.; Baccarin, D. C. B.; Yasbek, K.; Muramoto, C.; Amaku, M. Plasma rico em plaquetas combinado a hidroxiapatita na formação do calo ósseo em fraturas induzidas experimentalmente no rádio de cães. Ciência Rural 2007; 34: 1045-1051. 19. Vaz, C. E. S. Avaliação do centrifugado osteogênico no processo de consolidação: estudo experimental em coelhos. Tese de doutorado 2006. Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo. 20. Younger, E. M.; Chapman, M.V. Morbity at bone graft donor sites. J Orthop Trauma 1989; 3: 192. AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DE CÃES COM RUPTURA DE LIGAMENTO CRUZADO CRANIAL SUBMETIDOS À TÉCNICA CIRÚRGICA DE AVANÇO DA TUBEROSIDADE TIBIAL (TTA) ASSOCIADA OU NÃO À ENXERTO ESPONJOSO AUTÓGENO Gomes, J. S.1; Ferrigno, C. R. A.2; Ferreira, M. P.1; Cunha, O.1 1 Laboratório de Ortopedia e Traumatologia Comparada da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. 2 Prof. Dr. do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. INTRODUÇÃO A ruptura do ligamento cruzado cranial (RLCCr) é uma das principais causas de claudicação em cães [14] principalmente nas raças de porte grande ou gigante e em cães obesos [18;20], sendo a maior responsável pela doença articular degenerativa na articulação fêmorotíbiopatelar [19]. A insuficiência do ligamento cruzado cranial pode ter origem traumática ou degenerativa, estando normalmente associada ao envelhecimento, às anormalidades de conformação e às artropatias imunomediadas [16]. A maioria dos cães com RLCCr tem indicação de tratamento cirúrgico objetivando promover a estabilidade do joelho, retardar a osteoartrose secundária e prevenir lesão meniscal [18]. Múltiplas técnicas foram descritas com objetivo de mimetizar a função do ligamento [16], sendo divididas em intraarticulares e extraarticulares [17], porém estas técnicas apresentam alta incidência de complicações [7;12]. Nas últimas décadas foram desenvolvidas técnicas que evitam a movimentação anormal do joelho por conseguir estabilidade dinâmica através da alteração da geometria óssea, denominadas osteotomias corretivas [14]. Dentre as técnicas de osteotomia utilizadas em cães encontram-se a osteotomia de nivelamento do platô tibial, osteotomia tibial em cunha, ostectomia tibial proximal, osteotomia tibial tripla e a osteotomia para avanço da tuberosidade tibial (TTA), sendo esta última a técnica mais recente a ser descrita [14]. As principais complicações observadas após a TTA são luxação de patela, infecção, fratura da tuberosidade tibial e falha do implante [1;3;6;8;10;11;13]. Para diminuir a chance de ocorrer falha do implante e quebra da tuberosidade tibial, pode-se colocar enxerto ósseo esponjoso no intervalo resultante da osteotomia, acelerando a consolidação [15]. Em contrapartida, a coleta do enxerto aumenta a morbidade cirúrgica, com maior tempo de cirurgia e fragiliza a tíbia, predispondo à fraturas [4]. Estes fatos motivaram a elaboração deste projeto, com a finalidade de avaliar radiograficamente o tempo para a consolidação óssea de cães da rotina da clínica cirúrgica do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (HOVET - FMVZ - USP) com ruptura de ligamento cruzado cranial submetidos à técnica cirúrgica de avanço da tuberosidade tíbia associada ou não à enxerto esponjoso autógeno. MATERIAL E MÉTODOS Este estudo envolve a avaliação de 30 cães provenientes da rotina clínico cirúrgica do HOVET - FMVZ - USP com ruptura de ligamento cruzado cranial unilateral ou bilateral comprovada em exame clínico (teste de gaveta e compressão tibial positivos) com peso mínimo de 20kg, machos ou fêmeas e com idades variadas submetidos à técnica cirúrgica de TTA associada (15 cães) ou não (15 cães) à enxerto esponjoso autógeno coletado da própria tíbia. Está sendo realizada avaliação radiográfica aos 30, 60 e 90 dias de pós-operatório, ou até o tempo necessário para a consolidação da osteotomia (120, 150, 180 dias ou mais), em duas projeções (crânio-caudal e médio-lateral) e classificando o grau de consolidação em 0, 25, 50, 75 ou 100%. Após constatação clínica da ruptura de ligamento cruzado cranial o cão é submetido a avaliação radiográfica do membro acometido na projeção médio-lateral em duas posições, primeiro com as articulações femoro-tibio-patelar e tíbio-tarsal flexionadas em ângulo de 90º e a segunda com 134º de angulação entre o fêmur e a tíbia e 90º entre a tíbia e o tarso, onde é possível avaliar o ângulo de inclinação do platô tibial (APT). Apenas aqueles animais com APT de até 25º foram incluídos no projeto. A seguir o proprietário é informado da necessidade de intervenção cirúrgica, sendo exposto à ele a técnica de TTA e a possibilidade de inclusão no projeto, esclarecendo os benefícios, riscos e responsabilidades desta inclusão. Após consentimento escrito do proprietário, o animal é encaminhado para procedimento cirúrgico de TTA, podendo, por sorteio, ser incluído no grupo A, no qual os animais são submetidos à cirurgia de TTA associada à enxerto esponjoso autógeno ou no grupo B, no qual os animais são submetidos à cirurgia de TTA sem utilização de enxerto esponjoso autógeno. Uma análise do tempo necessário para consolidação da crista da tíbia em dias é obtida através da avaliação cega dos exames radiográficos mensais, realizada por Médico Veterinário Ortopedista desconhecedor à qual grupo e animal pertence cada exame radiográfico. RESULTADOS Até o presente momento, o estudo avaliou 28 cães de raças variadas, sendo 7 machos e 21 fêmeas, com idade média de 5,2 anos e média de peso de 33,7 Kg. Dezesseis cães apresentavam RLCCr no membro direito e 12 no esquerdo, com tempo médio de ruptura de 5,5 meses. Em 15 desses animais a tuberosidade tibial avançou 12mm e em 13 deles avançou 9mm. Na avaliação radiográfica de 15 cães com RLCCr submetidos à TTA associada à enxerto esponjoso autógeno, com 30 dias de pós-operatório, 20% dos cães apresentaram 100% de consolidação, com 60 dias foram 93,33% e com 90 dias de pós-operatório 100% apresentaram consolidação total da osteotomia corroborando com os resultados de Bisgard et al. (2011) que também encontraram consolidação precoce da crista da tíbia em TTA após colocação de enxerto esponjoso autógeno. Na avaliação radiográfica de 13 cães com RLCCr submetidos à TTA sem a associação de enxerto esponjoso autógeno, com 30 dias de pós-operatório, 0% dos cães apresentaram 100% de consolidação, com 60 dias foram 30,75%, com 90 dias, 53,84%, com 120 dias, 69,23%, com 150 dias, 84,61%, com 180 dias, 92,30% e somente com 210 dias de pós-operatório 100% apresentaram consolidação total da osteotomia. Embora tenha sido afirmado não haver diferença na consolidação em cirurgias de TTA com e sem enxerto autógeno [9], esta firmação foi contestada de forma veemente por experiência pessoal [5], em estudo prospectivo [2] e pelos resultados observados até o momento neste estudo clínico cirúrgico, no qual a consolidação óssea ocorre em menor tempo no grupo com enxerto esponjoso. A divergência de resultados se deve em parte pelo sistema subjetivo de classificação da consolidação óssea, uma limitação comum quando do uso de avaliação radiográfica [2;5;9]. Acreditamos que a utilização de métodos que pudessem quantificar a cicatrização óssea, ou seja, a quantidade de osso formado no intervalo da osteotomia, eliminariam esse viés. A técnica de TTA é originalmente descrita envolvendo a colocação de enxerto esponjoso autógeno no intervalo da osteotomia [15]. Apesar das potenciais limitações, desvantagens e complicações associadas à sua obtenção e utilização [1;3;6;8;10;11;13], a técnica é considerada como o "padrão ouro" devido às suas propriedades de osteogênese, osteoindução e osteocondução [13], sendo capaz de acelar a cicatrização óssea como demonstrado nos casos avaliados deste estudo. CONCLUSÃO Com os dados obtidos até o momento é possível concluir que o tempo para a consolidação óssea de cães com ruptura de ligamento cruzado cranial (RLCCr) submetidos à técnica cirúrgica de avanço da tuberosidade tibial (TTA) é menor quando se associa enxerto esponjoso autógeno. AGRADECIMENTOS À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pelo suporte financeiro e ao Prof. Dr. Cassio Ricardo Auada Ferrigno pela orientação. REFERÊNCIAS 1. Apelt D., Kowaleski M.P. & Boudrieau R.J. 2007. Effect of tibial tuberosity advancement on cranial tibial subluxation in canine cranial cruciate-deficient stifle joints: an vn Vitro experimental study. Veterinary Surgery. 36:170-177. 2. Bisgard S. K., Barnhart M. D., Shiroma J. T., Kennedy S. C. & Schertel E. R. 2011. The effect of cancellous autograft and novel plate design on radiographic healing and postoperative complications in tibial tuberosity advancement for cranial cruciate-deficient canine stifles. Veterinary Surgery. 40:402-407. 3. Boudrieau R.J. 2005. Tibial tuberosity advancement (TTA): clinical results. Proceedings of The 15th annual american college of veterinary surgeons symposium, San Diego, ca, pp 443-445 (abstract). 4. Boudrieau R.J. 2006. Use of bmp in small animal orthopedics, 13th esvot congress, Munich. 5. Boudrieau R.J. 2011. Bone Grafting and Tibial Tuberosity Advancement. Veterinary Surgery. 40:641-643. 6. Damur D.M. 2005. Tibial tuberosity advancement: clinical results. Proceedings of the 15th Annual American College of Veterinary Surgeons Symposium. San Diego. CA. p.443-445. 7. Dulish M.L. 1981. Suture reaction following extra articular stifle stabilization in dog: part I. A retrospective study of 161 stifles. Journal of American Veterinary Medical Association. 17:569-571. 8. Fitch R., Kerwin S., Newman-Gage H., et al. 1997. Bone autografts and allografts in dogs. Compend Contin Educ Pract Vet. 19:558-575. 9. Guerrero T.G., Makara M.A., Katiofsky K., et al. 2011. Comparision of healing of the osteotomy gap after tibial tuberosity advancement with and without use of an autogenous cancellous bone graft. Veterinary Surgery. 40:27-33. 10. Hoffer M., Griffon D., Schaeffer D., et al. 2008. 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ESTUDO DA TOXICIDADE REPRODUTIVA DA IPOMOEA CARNEA EM CAPRINOS MACHOS ADULTOS Pavanelli, E. L.1 ;Gotardo, A.T.1; Arruda, R. P2. Carvalho, H. F.2; Lemes, K. M.2; Gorniak, S. L.1 1Centro de Pesquisa em Toxicologia Veterinária (CEPTOX), Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, Pirassununga, Brasil. 2Departamento de Reprodução, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. RESUMO A Ipomoea carnea (IC) é uma planta tóxica encontrada no Brasil [1] e tem como princípio ativo tóxico a suainsonina. Sabe-se que esta age sobre diferentes órgãos e sistemas inclusive promovendo alterações endócrinas [2]. Neste sentido, a presente pesquisa tem como objetivo avaliar toxicidade reprodutiva da IC em machos adultos e estabelecer um protocolo para avaliação de diferentes desreguladores endócrinos em ruminantes. Caprinos machos adultos foram divididos em 3 grupos: IC (n=6), receberam a planta na dose de 5g/kg/dia; BPA (n=6) receberam Bisfenol A na dose de 25 mg/kg/dia; C (n=5) controle. A cada mês, foi coletado sêmen dos animais para avaliação andrológica. Quinzenalmente todos os animais foram pesados para controle do ganho de peso e ajuste das doses. Não houve alterações estatisticamente significantes nas variáveis: consistência testicular, concentração espermática, defeitos menores e peso. Já, a análise estatística empregada permitiu detectar alterações na variável perímetro escrotal, ao longo do tempo, em todos os animais, porém sem efeito de tratamento. Por outro lado, foi observado aumento estatisticamente significante (P<0,05) na freqüência de defeitos maiores nos espermatozóides do grupo de animais que ingeriram a planta aos 60 dias de tratamento. O BPA tem demonstrado em vários experimentos in vivo e in vitro agir como uma substância desreguladora endócrina. No entanto, o grupo BPA não demonstrou diferença significante nos parâmetros andrológicos avaliados. Sabe-se que defeitos maiores são aqueles relacionados com espermatogênese anormal, portanto, um aumento da freqüência destes defeitos, conseqüentemente levará a diminuição da fertilidade. O modelo aqui proposto permitiu visualizar alterações sutis na esfera reprodutiva dos machos. Sendo esta, traduzida por um aumento da contagem de defeitos maiores. Portanto, a presente metodologia para avaliação de desreguladores endócrinos foi eficiente, já que a mesma constatou alterações importantes no trato reprodutivo masculino, permitindo tomadas de decisão melhores direcionadas quanto a exposição dos animais a essas e outras possíveis plantas ou/e substâncias prejudicias ao trato reprodutor masculino. INTRODUÇÃO A Ipomoea carnea (IC) é uma planta tóxica de grande importância na criação animal, encontrada em vários países tropicais, incluindo-se o Brasil [1]. O fato da IC conservar-se verde durante a seca a torna extremamente importante do ponto de vista toxicológico, uma vez que esta passa a ser fonte de matéria verde para bovinos, ovinos e, particularmente, caprinos quando há escassez de alimento [3]. Esta planta tem como principal componente tóxico um alcalóide indolizidínico, a suainsonina (SW), um potente inibidor da α-manosidase lisossomal, sendo que tal efeito produz o acúmulo lisossômico de oligossacarídeos não processados completamente, perda de função celular e morte celular. Além desta alteração, a SW também inibe a manosidase II do complexo de Golgi, levando a alterações na síntese, no processamento e no transporte de glicoproteínas, resultando em disfunção na adesão celular às moléculas, hormônios e vários receptores de membrana; portanto a toxicidade da SW compromete a fisiologia de diferentes órgãos e sistemas, inclusive promovendo alterações endócrinas [4]. Assim, o presente estudo tem como objetivo propor um protocolo para avaliação de diferentes desreguladores endócrinos (DE) em ruminantes, avaliando os efeitos da IC sobre a fertilidade de bodes adultos jovens. Para tal, também foi introduzido neste estudo um grupo “controle positivo” o qual recebeu o BisfenolA, uma substância sabidamente DE [5]. MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados caprinos machos adultos, da raça Pardo Alpina, divididos em três grupos, nos quais os animais receberam, por via oral, a planta na dose de 5g/kg/dia - IC (n=6); Bisfenol A na dose de 25 mg/kg/dia BPA (n=6), e os caprinos do grupo controle, que receberam somente ração e forrageira (Saccharum officinarum) - CO (n=5), durante o período experimental que foi de 120 dias. Quinzenalmente, todos os animais foram pesados e clinicamente avaliados. Mensalmente, foram mensurados o perímetro escrotal, a consistência testicular e foi coletado o sêmen dos animais pelo método de eletroejaculação para monitoramento dos seus perfis espermáticos através da avaliação volume, concentração, motilidade, vigor e turbilhonamento, avaliação de funcionalidade de membrana espermática (HOST) utilizando o teste de resistência osmótico descrito por Fonseca et al. (2001) [6], morfologia espermática e avaliação computadorizada da motilidade espermática (CASA). Nesta última, analisaram-se os seguintes parâmetros: motilidade total (MT), motilidade progressiva (MP), velocidade curvilínea (VCL), velocidade linear progressiva (VSL), velocidade média da trajetória (VAP), amplitude de deslocamento lateral da cabeça (ALH), freqüência de batimento flagelar cruzado (BCF), retilinearidade (STR) e linearidade (LIN). RESULTADOS Não houve alterações estatisticamente significantes nas variáveis: consistência testicular, concentração espermática e defeitos menores. Por outro lado, foi observado aumento estatisticamente significante (P<0,05) na freqüência de defeitos maiores nos espermatozóides do grupo de animais que ingeriram a planta aos 60 dias de tratamento. CONCLUSÃO Atualmente, os estudos concentram-se na avaliação da interferência dos desreguladores endócrinos durante o período pré-natal e pós-natal inicial em roedores. Porém, uma busca na literatura revela não haver pesquisas envolvendo avaliação de desreguladores endócrinos em herbívoros ruminantes, os quais muito provavelmente são expostos constantemente a substâncias que potencialmente podem promover tal efeito, especialmente aqueles utilizados em larga escala na agricultura que acabam se tornando contaminantes ambientais como, por exemplo, os herbicidas [7]. Desta forma é de fundamental importância estudos que elucidem os efeitos e potenciais tóxicos reprodutivos de tais agentes nestas espécies animais. Até o presente momento, os resultados obtidos aqui neste estudo, mostram claramente que a I. carnea promove alterações reprodutivas em machos, sendo esta alteração traduzida principalmente pelo aumento no número de alterações espermáticas. Da mesma forma, os resultados apontam uma possível tendência de diminuição do potencial reprodutivo de machos expostos ao BPA, neste sentido, pode-se levantar a hipótese de que exposições durante um período de tempo maior resultariam em alterações ainda maiores. Desta forma pode-se sugerir que o protocolo aqui proposto para a avaliação de DE em ruminantes é bastante sensível para detectar alterações espermáticas, e que a I. carnea promove alterações de morfologia espermática de caprinos em fase de crescimento, fazendo com estes animais possam vir a desenvolver grandes transtornos na esfera reprodutiva tornem-se. No entanto, ao contrário do que vem sendo descrito para roedores, o BPA não promoveu alterações nos caprinos, quanto aos parâmetros andrológicos avaliados. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Paulo Cesar Fabricio Raspantini, Leonila Ester Reinert Raspantini, Estevão Belloni, Marco Antonio Faustino dos Santos e Adilson Baladore pelo auxílio e cuidado com os animais. Este trabalho teve o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa- FAPESP- (Processo nº 2010/12378-0). REFERÊNCIAS [1] Austin, D.F.; Huaman, Z. A synopsis of Ipomoea (Convolvulaceae) in the Americas. Táxon, v. 45, p. 3-38, 1996. [2] Taylor, J. B,; Strickland, J. R. In vitro effect of swainsonine on bovine and ovine lymphoblastostogenesis. Journal of Animal Science, v.76, p. 2857-2862, 1998. [3] Tokarnia, C.H., Dobereiner, J., Peixoto, P.V., 2000. Plantas Toxicas do Brasil, Editoria Helianthus, Rio de Janeiro. [4] STEGELMEIER, B. L.; RALPHS, M. H.; GARDNER, D. R.; MOLYNEUX, R. J.; JAMES, L. F. Serum αmannosidase and the clinicopathologic alterations of locoweed (Astragalus mollissimus) intoxication in range cattle. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, v. 6, p. 473-479, 1994. [5] Staples C. A., Dome P. B., Klecka G.M., Oblock S. T., Harrys L. R. A review of the environmental fate, effects, and exposures of bisphenol A. Chemosphere. 36 (10) : 2149-73, 1998. [6] Fonseca, J.F.; Torres, C.A.A.; Rovay, H.; Borges, A.M.; Barbosa, L.P.; Maffili, V.V.; Fraga, D.B.M. Hypoosmotic swelling test in goat spermatozoa. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.25, p.436-457, 2001. [7] Massaad C, Entezami F, Massade L, Benahmed M, Olivennes F,Barouki R, Hamamah S: How can chemical compounds alter human fertility? Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol, 100:127-137. 2002. NEUROTRANSMISSÃO GABAÉRGICA E AUSÊNCIA DOS EFEITOS DO FIPRONIL NA EREÇÃO PENIANA DE RATOS INDUZIDA POR APOMORFINA Carone, F.R.1; Spinosa, H.S.2 1Bolsista de Iniciação Científica da FAPESP 2Departamento de Patologia - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo RESUMO O fipronil é um praguicida que possui como mecanismo de ação o bloqueio do receptor do ácido gama-aminobutírico (GABA), neurotransmissor presente tanto em insetos como em vertebrados. Uma das inúmeras funções do GABA é a regulação do comportamento sexual de mamíferos. No presente estudo avaliaram-se os efeitos desse praguicida na ereção peniana de ratos. A fim de excluir um possível comprometimento motor prejudicando o comportamento sexual, avaliou-se também a coordenação motora dos ratos. Os ratos foram distribuídos em grupo um controle e três experimentais; aqueles do grupo controle receberam, por gavage, 1 ml/kg de água e os dos grupos experimentais receberam pela mesma via 0,1; 1,0 e 10 mg/kg de fipronil, uma hora antes das observações. Os resultados mostraram que essas doses de fipronil não interferem na coordenação motora dos animais e também não foram capazes de alterar a latência para a primeira ereção e no número de ereções. Considerando que receptores GABAB parecem ter papel mais relevante no controle da ereção peniana, sugere-se que o fipronil tenha pouca atuação nesses receptores. INTRODUÇÃO No Brasil o fipronil é encontrado em produtos veterinários para o controle de pulgas e carrapatos de cães e gatos (Fiprolex®, Frontline®), e como inseticida e acaricida para bovinos (Topline por-on®); na agricultura é empregado como inseticida, formicida e cupinicida em várias culturas e também em pastagens (Blitz®, Klap®, Regent®, Standak®). Acredita-se que o fipronil bloqueie, de forma não competitiva, o receptor do ácido gama-aminobutírico (GABA) ao fixar-se no interior do canal de cloro deste receptor, inibindo o fluxo celular de íons e, assim, causando a morte do parasito por hiperexcitação [1]. No Sistema Nervoso Central (SNC) dos vertebrados os receptores do GABA são de três tipos: GABAA, GABAB e GABAC; suas distinções são baseadas nas diferenças em suas subunidades, propriedades e perfis farmacológicos [2]. Alguns estudos têm sugerido que tanto os receptores GABAA quanto os receptores GABAB estão envolvidos como o controle do comportamento sexual [3, 4]. Considerando que o fipronil bloqueia os canais de cloreto ligados ao GABA e que a neurotransmissão GABAérgica está envolvida com o comportamento sexual dos machos, neste trabalho avaliaram-se os efeitos desse praguicida na ereção peniana induzida por apomorfina, em ratos. Avaliou-se também a coordenação motora dos animais, visto que uma interferência na função motora pode levar ao prejuízo no comportamento sexual. MATERIAL E MÉTODOS Foram utilizados ratos machos Wistar, os quais foram distribuídos em quatro grupos iguais (N=10): um controle e três experimentais. Os animais do grupo controle receberam, por gavage, 1 ml/kg de água; os animais dos grupos experimentais receberam pela mesma via 0,1; 1,0 e 10 mg/kg de fipronil, todos administrados uma hora antes das observações comportamentais. A coordenação motora foi avaliada na trave elevada, conforme descrito por Rodrigues Alves et al. [5]. Sucintamente, cada rato foi treinado diariamente por no mínimo 17 dias ininterruptos, a caminhar sobre a trave elevada (suspensa a 20 cm do chão, feita de madeira medindo 18 mm de largura, 18 mm de espessura e 2 m de comprimento, com uma plataforma de 10 cm2 em cada uma de suas extremidades). Foi empregado, como reforço positivo para a cada travessia realizada, um grão de milho colocado em cada uma das plataformas. A coordenação motora na trave foi avaliada pela observação da posição da pata do membro pélvico do animal, atribuindo-se um escore para cada passo dado ao longo de cada travessia, conforme apresentado na Tabela 1. Os passos foram avaliados somente quando o animal percorria o trecho central de 1 metro da trave. Foi permitido que cada rato fizesse 4 travessias, sendo atribuído como escore o valor da mediana dos passos dados durante este percurso. Tabela 1. Escores para avaliação da coordenação motora. O desempenho sexual foi avaliado conforme descrito por Rodrigues-Alves [6], em uma caixa de vidro (30 x 30 x 30 cm), com auxílio de espelhos, visando favorecer a observação do animal. A indução da ereção peniana foi feita pela administração de 80 g/kg apomorfina, por via subcutânea, dez minutos antes da observação. Como a apomorfina nessa dose induz bocejo, foi avaliado também o número de bocejos. Foram anotados, durante 60 minutos, além do número de bocejos, a latência para primeira ereção (em segundos) e o número de ereções penianas. Foi utilizado o programa estatístico GraphPad Prism 5.00® (GraphPad Software, Inc., San Diego, CA, USA) para a análise dos dados. As diferenças foram consideradas significantes quando p<0,05. RESULTADOS A Tabela 2 mostra os efeitos do fipronil na coordenação motora dos ratos. O teste de Kruskal Wallys mostrou não haver diferenças significantes nas medianas dos animais dos diferentes grupos (p = 0,5029), indicando que o fipronil não interferiu na coordenação motora dos animais observados na trave elevada. Tabela 2 - Medianas, com os respectivos limites, dos escores da coordenação motora avaliada na trave elevada em ratos tratados com diferentes doses de fipronil; p > 0,05, teste de Kruskal Wallys. (N=10 por grupo). A Figura 1 ilustra o número de passos de ratos tratados com diferentes doses de fipronil, uma hora antes da observação. A ANOVA mostrou haver diferença entre as médias dos grupos (p= 0,0134) e o teste de múltiplas comparações de Bonferroni mostrou aumento no números de passos dos ratos do grupo tratado com 10 mg/kg de fipronil, em relação aos animais do grupo controle. Nº de passos 40 * 30 20 10 10 1 0, 1 C on tr ol e 0 Dose Figura 1 - Médias e respectivos desvios padrões do número de passos na trave levada de ratos tratados com diferentes doses de fipronil; *p < 0,05, ANOVA seguida pelo teste de comparações múltiplas de Bonferroni. (N=10 por grupo) A Figura 2 mostra a latência para a primeira ereção e o número de ereções de ratos do grupo controle e daqueles tratados com diferentes doses de fipronil, uma hora antes da observação. A ANOVA mostrou não haver diferenças significantes entre os grupos, tanto em relação à latência para a primeira ereção (p = 0,1774), quanto em relação ao número de ereções (p = 0,5933); esses dados indicam que o fipronil não interferiu em parâmetros da ereção peniana dos animais. Figura 2 – Latência para a 1ª ereção (em segundos) e número de ereções induzida por apomorfina em ratos tratados com diferentes doses de doses de fipronil. São apresentadas as médias e respectivos desvios padrões; p > 0,05, ANOVA. (N=10 por grupo). A Figura 3 mostra o número de bocejos induzidos pela administração de apomorfina em ratos do grupo controle e daqueles tratados com diferentes doses de fipronil, uma hora antes da observação. A ANOVA mostrou não haver diferenças significantes entre as médias dos animais dos diferentes grupos (p = 0,9451), indicando que o fipronil não interferiu no número de bocejos dos animais. Figura 3 – Número de bocejos induzidos por apomorfina em ratos tratados com diferentes doses de doses de fipronil. São apresentadas as médias e respectivos desvios padrões; p > 0,05, ANOVA. (N=10 por grupo) CONCLUSÃO No presente trabalho observou-se que as diferentes doses de fipronil não promovem alterações na coordenação motora dos animais e apenas a maior dose foi capaz de aumentar o número de passos na trave elevada. Esses achados corroboram aqueles obtidos por Martins [7] que observou que 1 e 10 mg/kg de fipronil não causaram alterações na atividade motora medida no campo aberto, enquanto as doses de 30 e 100 mg/kg reduziram a velocidade média e a distância percorrida nesse aparelho. Excluída interferência na atividade motora causada pela administração do fipronil, o que poderia prejudicar o desempenho sexual, foi avaliada a ereção peniana dos ratos tratados com fipronil. Observou-se a ausência de diferenças significantes entre os grupos, tanto na latência e no número de ereções induzidas pela apomorfina, como no número de bocejos, o qual reflete a ação da apomorfina em receptores dopaminérgicos centrais [8]. Leipheimer e Sachs [9] demonstraram que a administração sistêmica de baclofen (agonista do receptor GABAB) promoveu diminuição dose-dependente da proporção de ratos exibindo ereções no teste do reflexo peniano, enquanto a administração sistêmica de THIP ou bicuculina (antagonista do receptor GABAA) não afetaram o reflexo peniano. Estes resultados podem ser resultado de uma maior influência dos receptores GABAB na ereção peniana. Meisel e Sachs (1994) [10 apud 6] descreveram o comportamento sexual de machos de diferentes espécies, tais como macaco, cão, gato e homem, relatando que os reflexos de ereção peniana são inibidos pela estimulação de receptores GABAB, enquanto que os receptores GABAA não apresentam influência neste reflexo. Desta forma, no presente trabalho, a ausência de efeitos do fipronil na ereção peniana pode indicar pouca atuação em receptores GABAB. AGRADECIMENTOS À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP pela bolsa de Iniciação Científica (processo Nº: 2011/00047-1). REFERÊNCIAS [1] SARTOR, I.F; SAKAE, M.; SANTARÉM, V.A. Agentes empregados no controle de ectoparasitos. In: SPINOSA, H.S.; GÓRNIAK, S.L.; BERNARDI, M.M. Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária. 5. ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, p. 549-558, 2011. [2] BORMANN, J. The ‘ABC’ of GABA receptors. Trends Pharmacol Sci, v. 21, p. 16-19, 2000. [3] AGMO, A.; PAREDES, R.; SIERRA, L. GARCÉS, I. The inhibitory effects on sexual behavior and ambulatory activity of the mixed GABA(A)/GABA(B) agonist progabide are differentially blocked by GABA receptor antagonists. Psychopharmacology, v.129, n.1, p.27-34, 1997. [4] BITRAN, D.; HULL, E.M. Pharmacological analysis of male rat sexual behavior. 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Os efeitos adversos são atribuídos principalmente à mimosina (MI) que é um agente antimitótico, análogo ao aminoácido tirosina, e devido a estas características, tem sido estudadas as suas propriedades antiproliferativas em células cancerosas. O objetivo desse trabalho foi o de avaliar a hematotoxicidade da MI em ratos machos adultos (Wistar). Métodos: Ratos machos adultos (Wistar) foram divididos em quatro grupos e tratados durante vinte e oito dias: CO (controle, n=6); MI15(15mg/kg de mimosina, n=7); MI25 (25mg/kg de mimosina, n=7); MI45 (45mg/kg de mimosina, n=6). O estado clínico dos animais, o consumo de ração total e o ganho de peso total foram avaliados a cada três dias. No vigésimo nono dia foram avaliados: o hemograma, o peso relativo de timo e baço e a celularidade do baço. Resultados: A ANOVA seguida do teste de Dunnet mostrou que o consumo de ração, o ganho de peso e os números de eritrócitos, leucócitos e plaquetas não foram estatisticamente diferentes nos grupos tratados com MI quando comparados com o grupo CO, no entanto houve uma redução de 29% e 19%, respectivamente, no número de leucócitos naqueles animais pertencentes ao grupo MI25 (3,55 x103 leucócitos/mm3) e MI45 (4,10 x103 leucócitos/mm3) em relação ao grupo CO (5,03 x103 leucócitos/mm3). Conclusão: Embora tenha sido verificada redução no número de leucócitos, pode-se sugerir, pelos dados aqui apresentados, que a MI não possui efeito hematotóxico. INTRODUÇÃO Plantas da família Leguminosae, como as dos gêneros Mimosa e Leucaena, muitas vezes, são utilizadas para alimentação de ruminantes, principalmente na estação seca. Leucaena leucocephala é uma espécie originária da América Central, porém atualmente encontra-se difundida por todo o mundo. Esta planta é altamente nutritiva, apresentando boa palatabilidade e digestibilidade para ruminantes [6]. No entanto, essa planta pode causar intoxicação em ruminantes e não ruminantes [2][6][8]. Os efeitos adversos são atribuídos principalmente à mimosina (MI), um aminoácido não protéico, análogo ao aminoácido tirosina, antimitótico, depilatório [1] e inibe o ciclo celular na fase G1 [3]. Devido a estas características, tem sido estudadas as suas propriedades antiproliferativas por meio, principalmente, de estudos in vitro que mostraram o efeito antimitótico da MI em células tumorais uterinas de humanos [9], bem como o bloqueio da replicação do DNA em células cancerosas do ovário de hamster [4]. Assim, há uma perspectiva para o uso da MI como antitumoral, porém existe a necessidade de realização de testes que melhor avaliam a sua toxicidade, em vista de um uso terapêutico seguro. Dessa forma, o objetivo desse trabalho foi o de avaliar a hematotoxicidade da MI em ratos machos adultos (Wistar). MATERIAL E MÉTODOS A mimosina, obtida da Sigma Chemical Co. (St. Louis, MO) foi dissolvida em tampão Tris, pH 8,9, então o pH foi ajustado para 7,2 com HCl 1 N. Antes da administração, esta solução foi diluída em solução salina para atingir a concentração necessária. Ratos machos adultos (Wistar) foram colocados em gaiolas individuais e divididos em quatro grupos sendo um grupo CO (controle, n=6) que recebeu solução salina tamponada 0,9%, com o pH ajustado para 7,2 e os demais grupos que receberam as diferentes doses de mimosina diariamente durante 28 dias, por via oral pela técnica de gavage. Os grupos que receberam mimosina foram denominados: MI15(15mg/kg de mimosina, n=7); MI25 (25mg/kg de mimosina, n=7); MI45 (45mg/kg de mimosina, n=6). Os animais foram avaliados clinicamente e pesados a cada três dias. No 29º dia de experimento, os ratos foram anestesiados com xilazina/quetamina (5,0mg/kg e 50mg/kg, respectivamente) para a coleta de sangue da veia hepática e retirada de timo e baço. Foram avaliados o consumo de ração total, ganho de peso total, número de eritrócitos, leucócitos e plaquetas do sangue, o peso relativo de timo e baço e a celularidade do baço. As avaliações hematológicas, bem como a celularidade do baço foram realizadas através do aparelho Animal Blood Counter (Horiba®). RESULTADOS A avaliação clínica dos ratos não revelou qualquer alteração em relação a alopecia nos animais tratados com a MI em relação aos animais do grupo CO. A ANOVA seguida do teste de Dunnet (p<0,05) mostrou que o consumo de ração total (tabela 1), o ganho de peso total (figura 2) e os números de eritrócitos (figura 3), leucócitos (figura 1) e plaquetas, bem como os pesos relativos de timo e baço e a celularidade de baço, não foram estatisticamente diferentes nos grupos tratados com MI quando comparados com o grupo CO, no entanto houve uma redução de 29% e 19%, respectivamente, no número de leucócitos naqueles animais pertencentes ao grupo MI25 (3,55 x103 leucócitos/mm3) e MI45 (4,1 x103 leucócitos/mm3) em relação ao grupo CO (5,03 x103 leucócitos/mm3), porém dentro do padrão da normalidade para a espécie. (n=6) 657,33 Consumo de ração total (g) (n=7) (n=7) 651,43 653,00 (n=6) 661,50 ± ± ± 31,57 47,93 32,16 ± p<0,05 versus grupo controle; ANOVA seguida do teste19,38 6 Leucócitos x 10 3 /mm 3 Tabela 1: Consumo de ração total (g) dos animais que foram submetidos aos diferentes tratamentos. São mostrados a média e os respectivos desvios CO padrões. MI 15 MI 25 MI 45 n=6 n=7 n=7 4 n=7 2 Figura0 1: Número de leucócitos dos CO MI 15 MI 25 MI 45 animais que foram submetidos aos diferentes tratamentos. p<0,05 versus grupo controle; ANOVA seguida do teste de Dunnett. 10 80 n=6 n=7 60 n=7 n=7 40 20 0 CO MI 15 MI 25 MI 45 Figura 2: Ganho de peso dos animais que foram submetidos aos diferentes tratamentos. p<0,05 versus grupo controle; ANOVA seguida do teste de Dunnett. Hemáciasx 10 3 /mm 3 Ganho de Peso total (g) de Dunnett. 8 n=6 n=7 n=7 n=7 CO MI 15 MI 25 MI 45 6 4 2 0 Figura3: Número de hemácias dos animais que foram submetidos aos diferentes tratamentos. p<0,05 versus grupo controle; ANOVA seguida do teste de Dunnett. CONCLUSÕES A MI é um agente antimitótico [7] e essa característica poderia inibir a proliferação das células troncos multipotenciais da medula óssea o que levaria a uma diminuição nas linhagens linfóide e eritróide [5], porém a contagem dos eritrócitos não revelou qualquer alteração nesse parâmetro e mesmo que tenha havido uma diminuição no número de leucócitos, estes estavam dentro do padrão de normalidade para ratos. Sabe-se que doses tóxicas de MI causam alopecia, diminuição no consumo de ração e no ganho de peso dos animais [6], o que não foi verificado nesse estudo. Portanto, os dados aqui apresentados permitem sugerir que as doses de MI testadas não possuem efeitos hematotóxicos, porém outros protocolos serão realizados para verificar se, de fato, a MI pode ser bem tolerada, com vistas à sua utilização como antitumoral. AGRADECIMENTOS À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e ao Conselho Nacional de Pesquisa (CNPQ) pelo apoio financeiro. 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Fate of mimosine administered orally to sheep and its effectiveness as a defleecing agent. Aust. J. Biol. Sci. 28, 495. [8] TOKARNIA C.H, DÖBEREINER J., PEIXOTO P.V., 2000. Plantas Tóxicas do Brasil. Helianthus, Rio de Janeiro. [9] ZALATNAI, A., 2005. P-glycoporotein expression is induced in human pancreatic xenografts during treatment with a cell cyclo regulator, mimosine. Pathology Oncology Research. 11, 164-169. DETECÇÃO DE GFAP E VIMENTINA NA ENCEFALITE INDUZIDA PELA INFEÇÃO POR HERPESVIRUS EQUINO TIPO 1 EM ENCÉFALOS DE CAMUNDONGOS. Baskerville, E. B.; Mori, C.M.C.; Siqueira, A.; Maiorka, P. C. Departamento de Patologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia – USP. E-mail: [email protected] INTRODUÇÃO O herpes vírus eqüino é um patógeno de suma importância, sendo capaz de causar danos significativos aos plantéis, o que o torna uma ameaça potencial, sob o ponto de vista econômico, à criação mundial de cavalos uma vez que sua distribuição é cosmopolita. Animais infectados apresentam sintomatologia aguda, manifestada por, entre outros sintomas, febre e encefalite. A enfermidade é extremamente contagiosa e sabe-se que o sistema nervoso central possui características morfológicas únicas e, além disso, a injúria a esse tecido gera padrões de resposta específicos. A expressão de vimentina e de GFAP vem sendo utilizada para detecção da reatividade e possível participação de astrócitos nos processos degenerativos e inflamatórios do SNC. Sabe-se que o aumento na expressão de vimentina pode ser interpretado como ativação ou degeneração de astrócitos. Ademais, a proteína GFAP é um marcador específico de astrócitos e sua evidenciação indica ativação dos mesmos, podendo ser mensurada através de imunohistoquímica. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a resposta do SNC à infecção pelas diferentes estirpes de herpes vírus eqüino através da expressão das proteínas GFAP e vimentina. MATERIAIS E MÉTODOS Foram utilizados camundongos, fêmeas de aproximadamente 8 semanas de idade, das linhagens BALB/c e C57BL/6.. Durante todo o experimento os animais foram mantidos em mini-isoladores medindo 20x32x21 cm (422 cm2), com cama de maravalha de pinus autoclavada, trocadas semanalmente. Água filtrada e autoclavada e ração comercial foram oferecidas ad libitum. As condições de alojamento e manejo, bem como os procedimentos experimentais adotados estão de acordo com a as recomendações internacionais (NRC, 2010). Esses animais foram o divididos em 4 grupos que continham 9 animais de cada linhagem. Dois subgrupos de cada grupo foram inoculados com estirpes diferentes do herpes vírus eqüino conforme ilustrado na tabela abaixo. As necropsias foram feitas no segundo dia pós-inoculação (DPI) e outros animais foram eutanasiados no terceiro dia pós-inoculação quando os mesmos já apresentavam sintomas neurológicos bem evidentes. Número de animais Estirpe Dias pós- por linhagem inoculação A9/92 A4/72 A3/97 Controle 3º DPI 5 animais 2º DPI 4 animais 3º DPI 5 animais 2º DPI 4 animais 3º DPI 5 animais 2º DPI 4 animais 5 animais BALB/c, 4 animais C57BL/6 Tabela 1. Número de animais por grupo e os dias pós-inoculação da realização das necropsias. Os animais foram inoculados por via intranasal com 25µl de meio MEM de Eagle contendo a suspensão de vírus com as estirpes A4/72, A9/92 e A3/97, respectivamente. Os animais do grupo controle foram inoculados apenas com o meio de cultura. Para este procedimento, utilizou-se anestesia inalatória com isofluorano. Fragmentos dos órgãos internos (encéfalo, fígado, pulmão, baço, e timo) foram colhidos e fixados em metacarn para posterior confecção de lâminas coradas por hematoxilina e eosina (HE). Cortes na espessura de 3 a 4 mm foram fixados em lâminas previamente tratadas com silano e, posteriormente, desparafinizados. RESULTADOS: Conforme descrito por Mori et. al (2011)1,os animais inoculados com as estirpes de A9/92 e A4/72 apresentaram sinais clínicos de encefalopatia. Os sinais envolviam perda de peso, pelos eriçados, postura curvada, dispnéia, desidratação e letargia majoritariamente apresentados entre o segundo e o terceiro dia pós-inoculação. Posteriormente os animais apresentaram hipersensibilidade, andar em círculos, convulsões, perda de equilíbrio e hiper salivação. Os animais C57BL/6 apresentaram sintomas neurológicos mais exacerbados e ainda mostraram paralisia espástica da cauda. A necropsia dos camundongos inoculados com as estirpes A4/72 e A9/92 do EHV-1, que apresentaram manifestações clínicas no 3º d.p.i., revelou alterações macroscópicas em diferentes órgãos, tais como: edema pulmonar, esplenomegalia, aumento dos linfonodos submandibulares e mesentérico e hemorragia em meninges. Nos camundongos inoculados com a estirpe A3/97, bem como em todos os animais sacrificados no 2º dpi não foram observadas alterações macroscópicas nos órgãos internos. Além dos sintomas, a patogenia do vírus também foi avaliada através da degeneração astrocitária que é comumente vista em regiões onde há tecido danificado2. A ativação de astrócitos ou astrogliose é um componente evidente da resposta inflamatória e um indicador de injúria no sistema nervoso. Astrócitos marcados para GFAP eram facilmente identificados nos tecidos de animais infectados com o Herpes Vírus Equino. Os astrócitos foram caracterizados principalmente por terem núcleos grandes, nucléolos e citoplasma evidentes e o corpo celular intensamente corado. As marcações para Vimentina nos mesmos camundongos com encefalite no terceiro dia pós-inoculação foram menos evidentes quando comparado com marcações de GFAP. Essas células marcadas eram mais facilmente encontradas na região de bulbo olfatório estendendo-se até a superfície ventral do encéfalo. Figura 1: A) Marcação de vimentina em encéfalo de camundongo C57-BL inoculado com o vírus A4/72 no 3oDPI.B) Marcação de vimentina em encéfalo de camundongo C57-BL inoculado com o vírus A9/92 no 3oDPI C) Marcação de GFAP em encéfalo de camundongo BALB/c inoculado com vírus A3/97 no 3oDPI. D) Marcação de GFAP em encéfalo de camundongo C57/BL inoculado com vírus A3/97 no 3oDPI. CONCLUSÃO: Conclui-se que há diferença nas manifestações clinicas dos animais inoculados com as estirpes brasileiras de Herpes Vírus Equino do tipo 1 e que dentre elas, a A3/97 é a mais atenuada apresentando mais sintomas no sistema respiratório. Encontrou-se marcação para GFAP e Vimentina nos encéfalos de todo os animais inoculados com estirpes do Herpes Vírus Equino do tipo 1 Sendo que as marcações para Vimentina eram menos freqüente quando comparada com o GFAP em região de bulbo olfatório. AGRADECIMENTOS À Fapesp, pelo processo 2010/11896-7. E ao Grupo de Pesquisa em Neuropatologia da FMVZ-USP, coordenado pelo Prof. Dr. Paulo César Maiorka. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] Mori C, Mori E, Favaro L, et al. Equid Herpesvirus Type-1 Exhibits Neurotropism and Neurovirulence in a Mouse Model. Journal of Comparative Pathology 2011. [2] Panickar KS, Norenberg MD. Astrocytes in cerebral ischemic injury: morphological and general considerations. Glia 2005; 50:287-298. AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TERAPEUTICO DO CANABIDIOL EM UM MODELO MURINO DE INFLAMAÇÃO AGUDA PULMONAR INDUZIDA POR LPS Almeida, V. I1, Ribeiro, A. 1, Ferraz-de-Paula, V. 1, Pinheiro, M.L. 1, Akamine, A. T. 1, Quinteiro-Filho, W. M. 1, Gomes, P. F. 1, Costola-de-Souza, C. 1, Hallak, J.E. 2, Zuardi, A.W. 2, Crippa, J.A. 2, Palermo-Neto, J. 1 1Grupo de Pesquisa em Neuroimunomodulação, Depertamento de Patologia, Faculdade de Zootecnia e Medicina Veterinária, Universidade de São Paulo; 2Departamento de Neurociência e Comportamento, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo RESUMO O Sistema Endocanabinóide, responsável pela resposta aos canabinóides, vem sendo descrito como capaz de regular uma série de processos fisiológicos, em especial aqueles ligados ao comportamento, à atividade neuro-endócrina e à resposta imune. De fato, analisaram-se muitos aspectos da ação dos canabinóides sobre o comportamento e sobre a modificação da resposta imune inata ou adquirida. No entanto, a leitura dos trabalhos que têm sido publicados sobre este assunto desde a descoberta do sistema endocanabinóide mostra uma tendência a uma visão setorizada das abordagens experimentais que se fazem dos efeitos dessas substâncias, seja no SNC ou no SI. O canabidiol (CBD) apresenta um imenso potencial terapêutico, seja pelos efeitos que produz no SNC como pelos que desencadeia no SI, especialmente na chamada imunidade inata. Assim, diversos trabalhos têm demonstrado um potencial terapêutico do canabidiol no tratamento de doenças neurodegenerativas, esquizofrenia e distúrbios de ansiedade. Ainda, vem sendo demonstrado que o canabidiol apresenta um potente efeito anti-inflamatório, por diminuir diversos parâmetros da atividade imune inata. Desta forma, levando-se em conta as evidências de ações do CBD tanto no SNC como no SI, pareceu-nos relevante avaliar, dentro de uma perspectiva neuroimune, o potencial efeito terapêutico deste fármaco em um modelo de inflamação aguda pulmonar induzida pela instilação intra-nasal de lipopolissacarideo (LPS). INTRODUÇÃO O objetivo do trabalho é avaliar o potencial efeito terapêutico do canabidiol em um modelo murino de inflamação aguda pulmonar, induzido pela administração intranasal de LPS. Utilizando um modelo de inflamação aguda pulmonar: Avaliar os efeitos do canabidiol sobre a distribuição celular no LBA, no sangue e na medula óssea 1 e 2 dias apos a indução da inflamação. MATERIAIS E MÉTODOS Cerca de trinta camundongos foram divididos aleatoriamente em 4 grupos: 2 grupos controles (PBS+veiculo e LPS+veiculo) e 2 grupos experimentais (LPS+ CBD 20mg/kg e LPS+ CBD 80mg/kg), para cada avaliação (24h ou 48h após a indução da inflamação), sendo tratados conforme ilustrado na representação esquemática abaixo: Um e dois dias após a instilação intranasal de LPS os animais foram anestesiados, sendo coletados o LBA, o sangue e a medula óssea. A contagem total do LBA e do sangue, e a contagem total de células da medula. RESULTADOS Os resultados obtidos estão ilustrados nas figuras abaixo: LBA 24h LBA 48h 15 *p<0.05 em relação aos demais grupos **p<0.05 em relação aos demais grupos e não diferem entre si 0 B D 80 20 LP S+ C 80 C B D 20 LP S+ C B D LP S+ LP S+ Ve ic Sa l+ Ve ic 0 5 B D ** 10 LP S+ C ** ei c 20 * 10 LP S+ V 30 Sa l+ Ve ic * nº de células x 105 nº de células x 105 40 *p<0.05 em relação aos demais grupos Figura 1 - Número de células contados do lavado broncoalveolar de camundongos instilados com salina ou LPS por via intranasal, nos diferentes grupos citados WBC 48h 6 Nº de células x 103 mm3 4 2 5 4 3 2 1 B D 20 LP S+ C B D LP S+ C Sa l ei c c +V ei 80 B D 20 LP S+ C BD LP S+ C LP S+ Ve ic Sa l+ Ve ic 80 0 0 LP S+ V Nº de células x 103 mm3 WBC 24h Figura 2 - Número de leucócitos no sangue de camundongos instilados com salina ou LPS por via intranasal, nos diferentes grupos citados Medula 24h Medula 48h 50 20 10 D BD 20 80 0 LP S+ C B 80 BD 20 LP S+ C D B LP S+ C LP S+ Ve ic Sa l+ Ve ic 0 30 LP S+ C 20 40 LP S+ Ve ic 40 Sa l+ Ve ic nº de células x 106 nº de células x 106 60 Figura 3 - Número de células da medula óssea de camundongos instilados com salina ou LPS por via intranasal, nos diferentes grupos citados DISCUSSÃO Os resultados do tratamento terapêutico com o canabidiol em um modelo murino de inflamação aguda pulmonar revelaram um potencial efeito anti-inflamatório para o fármaco. Foram observados valores estatisticamente menores do número de células inflamatórias totais no LBA, nos grupos tratados com as doses de 20mg/kg e 80mg/kg de CBD, em relação ao grupo controle inflamado (LPS + veículo), 24 horas e 48 horas após a indução da inflamação. 201 Foi possível observar migração de células da medula para o foco inflamatório como mostram os dados da figura 1. Observou-se nesta figura um aumento do número de células caracterizando-se a inflamação induzida pelo LPS. No grupo LPS+veículo observou-se uma tendência de redução do número total de células em relação ao grupo salina+veículo, sugerindo este fato possível migração de células da medula óssea para o sangue e deste para o pulmão, isto é, parece ter ocorrido um aumento da demanda de células para o foco inflamatório (pulmão). O tratamento com canabidiol (LPS+CBD 20 e LPS+CBD 80) reverteu parcialmente este efeito, pois ocorreu uma diminuição do número total de células inflamatórias no pulmão, e houve uma pequena tendência para aumento do número total de células na medula dos animais tratados em relação ao LPS+veículo, assim, parece que a migração de células para o foco inflamatório foi de alguma forma inibida pelo tratamento. Dados de literatura apontam mecanismos relacionados a atividade anti-inflamatória do CBD. Em nosso laboratório o aluno de doutorado do departamento de patologia (VPT) Alison Ribeiro demonstrou em seu projeto que o tratamento profilático, isto é, animais tratados primeiramente com CBD antes da indução do LPS, no mesmo modelo murino de inflamação aguda pulmonar, diminuiu a distribuição celular para LBA em animais tratados com a dose de 20mg/kg de CBD, assim como produziu diminuição da atividade dos leucócitos avaliados pela mieloperoxidase (MPO). Também observou menor concentração de citocinas IL-6 e TNF, e quimiocinas MIP-2 e MCP-1. Por fim, demonstrou-se que o mecanismo anti-inflamatório do CBD, nesse modelo, estão relacionados ao receptor de adenosina A2A. Embora ainda não tenhamos demonstrado, é bastante razoável sugerir que em nosso delineamento experimental também venhamos a observar diminuição na atividade de MPO e da produção de citocinas/quimiocinas (amostras coletadas, ainda a serem analisadas); ainda, acreditamos que esses efeitos por nós descritos estejam relacionados à ativação do receptor de adenosina A2A. O CBD é um inibidor competitivo do transportador de nucleotídio ENT1, essa inibição aumenta a oferta de adenosina, gerando uma diminuição da atividade dos leucócitos. Esse efeito do composto ativo é revertido quando os animais são tratados com antagonistas do A2A, ou quando camundongos são nocaute para o gene desse receptor [1]. O mecanismo relacionado à diminuição da migração de leucócitos ao tecido inflamado pode estar relacionado à diminuição de produção de moléculas de adesão e diminuição da vasodilatação de micro vasos, no foco inflamatório. Esses resultados foram obtidos em um modelo de encefalite ocasionado por sepse induzido por LPS intravascular em camundongos [2]. AGRADECIMENTOS 202 Agradeço, ao Profº Dr. João Palermo Neto, por ter me acolhido e oferecido a oportunidade de fazer Iniciação Científica no grupo de Neuroimunomodulação. Aos que hoje são mais que colegas de trabalho, Alison Ribeiro, Viviane Ferraz, Milena Lobão, desde quando entrei no grupo me ensinaram muito além das técnicas de laboratório, serão meus eternos professores. Wanderley Quinteiro Filho, Poliana Ferrreira e Carolina Costola, pela colaboração no trabalho realizado, sem o apoio dessas pessoas nenhum resultado seria obtido. E Adriana Tiemi, pelo ombro amigo que esteve sempre disponível em todos os momentos durante essa jornada. A FAPESP (09/51886-3) pelo suporte financeiro. REFERÊNCIAS [1] Carrier, E. J., Auchampach, J. A., Hillard, C. J. Inhibition of an equilibrative nucleoside transporter by cannabidiol: A mechanism of cannabinoid immunosuppression. PNAS, v. 103, May, p. 7895-7900. 2005. [2] Ruiz-Valdepeñas., L., Martínez-Orgado, J. A., Benito, C., Millán, Á., Tolón, M. A., Romero, J. Cannabidiol reduces lipopolysaccharide-induced vascular changes and inflammation in the mouse brain: an intravital microscopy study. Journal of Neuroinflammation, Jan, p. 1-9. 2011. APLICAÇÃO DA INTERAÇÃO HUMANO-COMPUTADOR NO DESENVOLVIMENTO DE INTERFACES GRÁFICAS DESTINADAS A DALTÔNICOS Garcia, F. E. A. S. ¹ Luque, L.¹ Pereira, E. S.¹ Cunha, G. J.¹ ¹ Faculdade de Tecnologia de Mogi das Cruzes E-mail: [email protected] RESUMO A presente pesquisa surgiu da dificuldade encontrada por portadores de daltonismo no uso de meios computacionais em seu cotidiano. O indivíduo daltônico é incapaz de distinguir uma ou mais cores do espectro visível e em um mundo no qual a Internet vem ganhando cada vez mais espaço. Por esta razão, é de vital importância que os desenvolvedores de software (designers) projetem interfaces gráficas que garantam a satisfação de um usuário em potencial. A cor, sendo um dos elementos mais importante de uma aplicação, merece uma atenção especial. Uma combinação imprópria de cores pode gerar frustração por parte do usuário, ainda mais se tal indivíduo for daltônico. É nesse momento que conceitos como usabilidade e acessibilidade se tornam “ferramentas poderosas”, podendo ser aplicadas no desenvolvimento de uma boa interface. Através da aplicação de um questionário e tratamento estatístico, conseguiu-se quantificar as melhores cores que devem ser utilizadas no desenvolvimento de uma interface gráfica que atenda às necessidades dos daltônicos, sem dificultar aquelas de usuários de 203 visão normal. O trabalho também propõe a utilização de um Farol das Cores, contribuindo com a identificação das cores que os daltônicos têm mais dificuldades em distinguir. INTRODUÇÃO A popularização dos computadores e da Internet começou a partir da década de 90 e, desde então, as interfaces vêm ganhando cada vez mais espaço nessa nova era digital. Para um software ser bem aceito em uma comunidade, a sua interface deve ser bem projetada, atender todas as suas necessidades, garantindo sempre a satisfação do usuário [4]. As cores escolhidas irão influenciar em suas ações e produtividade, porém, quando o tal usuário for daltônico sua produtividade pode ser afetada, dependendo da combinação escolhida. Acredita-se que cerca de 10% da população mundial masculina sofra de daltonismo, doença que impede seu portador de distinguir uma ou mais cores. De todos os casos diagnosticados, 98% dos portadores são homens, enquanto os outros 2% são representados pelas mulheres [5]. Já no Brasil o daltonismo está presente em cerca de 10% dos homens e 1% das mulheres [6]. O daltonismo afeta as células cone localizadas na retina, sendo assim, não possui graus, mas sim tipos que podem ser definidos como: Monocromatismo (ausência total na percepção das cores); Dicromatismo (ausência de um tipo de cone) e Tricomatisto Anômalo (mutação nos pigmentos dos fotorreceptores) [1]. Esta temática é pouco abordada no meio acadêmico e os estudos e soluções na área são escassos. Neste contexto, este trabalho propõe uma solução alternativa para a implementação de interfaces agradáveis aos daltônicos. MATERIAL E MÉTODOS Levantamentos de Dados Estatísticos Referentes aos Portadores de Daltonismo O levantamento inicial de dados para a fundamentação teórica foi desenvolvida com a ajuda de ferramentas como o Google Acadêmico e o Scielo. Um levantamento para complementar os dados já adquiridos será desenvolvido em Novembro no Instituto de Psicologia da USP (IP/USP) e no Núcleo de Oftalmologia da Faculdade de Medicina da USP (Oftalmologia/ USP). Desenvolvimento e Aplicação do Questionário O objetivo do questionário é identificar quais são as cores que os daltônicos têm mais dificuldade em distinguir e comparar a utilização de cores em duas interfaces gráficas (Facebook e Orkut), quantificando as sensações que essa combinação desperta em seus usuários. Por fim o 204 entrevistado irá listar, em sua opinião, a melhor combinação de cores para a elaboração de uma interface. A primeira versão do questionário, chamada de Questionário Piloto, foi desenvolvida e aplicada em uma amostra de 30 usuários, focando informações como escolha e identificação de cores, sensações transmitidas pelas cores. Especificamente para daltônicos verificou-se a dificuldade de identificação de cores e como essa dificuldade afeta seu dia a dia. A segunda versão do questionário, adaptado de Neiva [5], será aplicada em três grupos distintos: comunidade de daltônicos na Espanha, a Associación Daltónicos No Anónimos; grupo de daltônicos no Brasil e grupo de indivíduos com visão normal no Brasil. Amostragem e Análise Estatística A pesquisa utilizou o método de Amostras Aleatórias Simples dando preferência por uma análise baseada nas medidas de tendência central utilizando média aritmética, mediana, variância, desvio padrão e o coeficiente de variação [2]. Criação do Farol das Cores A partir do Questionário Piloto foi concebida a primeira versão do Farol das cores, adaptado da técnica de Traffic Light Labelling [3]. Baseado na utilização de um semáforo para classificar as cores que os daltônicos têm mais dificuldade para distinguir, o sinal vermelho indica as cores que o indivíduo tem mais dificuldade, o sinal amarelo dificuldade razoável e o verde pouca ou nenhuma dificuldade. RESULTADOS Com a aplicação do Questionário Piloto em um grupo de trinta usuários, dos quais quatro eram daltônicos, foram coletados os dados apresentados nas Figuras 01, 02, 03, 04 e 05. Figura 01. Porcentagem de homens e mulheres entrevistados. 205 Figura 02. Cores que os daltônicos têm mais dificuldade em identificar. Figura 03. Farol das Cores (Versão Piloto). Figura 04. Sensações transmitidas pela combinação de cores utilizadas nas interfaces selecionadas para o estudo. 206 Figura 05. Melhores combinações de cores. CONCLUSÕES Através da aplicação do Questionário Piloto, tratamento estatístico e concepção do Farol das Cores, concluiu-se que os daltônicos têm mais dificuldade em identificar o vermelho e o verde, seguido pelo azul, roxo e lilás. Com relação às cores utilizadas nas interfaces selecionadas para o estudo (Facebook e Orkut), foi constatado que as combinações de cores utilizadas nessas interfaces transmitem a seus usuários sensações de calma, tranqüilidade e satisfação. Para desenvolver uma interface agradável tanto para daltônicos quanto para os usuários de visão normal deve ser utilizada preferencialmente a combinação branco, azul e preto. Esta pesquisa será ampliada pela aplicação de novo questionário em três grupos de indivíduos: comunidade de daltônicos na Espanha, grupo de daltônicos no Brasil e grupo de indivíduos com visão normal no Brasil. Além de ampliar a amostragem de estudo, esse questionário visa também quantificar as limitações enfrentadas pelos daltônicos e como essas limitações afetam em seu psicológico e relações interpessoais. REFERÊNCIAS [1] Lee, J., 2008. Uma Ferramenta Adaptativa Para Facilitar a Visualização de Imagens Para Pessoas Portadoras de Daltonismo. Universidade de Pernambuco. [2] Leveni, D. M. et al., 2008. Estatística: Teoria e Aplicações. 5a. edição. LTC. Rio de Janeiro, 752p. 207 [3] Longo-Silva, G., Toloni M. H. A., Taddei J. A. A. Carrazedo. 2010. Traffic light labelling: traduzindo a rotulagem de alimentos. Rev. Nutr. [serial on the Internet]. [4] Martins, A.C., 2007. Projeto de Interfaces Gráficas para Web. Universidade Federal de Juiz de Fora, Minas Gerias. [5] Neiva, M., 2008. Sistema de Identificação da Cor Para Indivíduos Daltônicos: Aplicação aos Produtos de Vestuário. Universidade do Minho, Portugal. [6] Vespucci, K., 2009. Daltônicos ao Volante. ASSOCIAÇÃO NUTRIGENÉTICA DO RECEPTOR NR1I3 COM A EFICIÊNCIA ALIMENTAR EM BOVINOS MACHOS DA RAÇA NELORE Pâmela A. Alexandre1, Soraya Silva1, Miguel H. A. Santana1, Rodrigo C. Gomes1, Saulo L. Silva2, Paulo R. Leme2, Flavio V. Meirelles1; José B. S. Ferraz1, Heidge Fukumasu1 1Departamento de Ciências Básicas; Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, USP 2Departamento de Zootecnia; Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, USP RESUMO Diversas vias metabólicas são reguladas por fatores de transcrição específicos que mediam as interações nutrientes X genes em mamíferos. Dentre estes, o receptor NR1I3 foi recentemente caracterizado como um regulador central do metabolismo energético, regulando gliconeogênese, cetogênese e lipogênese. Desta forma, objetivou-se avaliar a presença de polimorfismos de nucleotídeo único (SNP) no gene NR1I3 em bovinos Nelore e suas possíveis associações com a eficiência alimentar. Do total de 168 animais avaliados para eficiência alimentar, os 24 mais eficientes e os 25 menos eficientes foram selecionados para extração de DNA. Amplificou-se o gene NR1I3 por PCR, os produtos foram sequenciados e os SNPs encontrados foram avaliados quanto à sua localização e associação com características fenotípicas. Foram encontrados 23 SNPs sendo 1 na região anterior ao primeiro éxon, 8 em éxons, 12 em íntrons e 2 após o último éxon. Os SNPs exônicos estavam distribuídos em regiões distintas do mRNA do receptor NR1I3. Foi detectada a presença de um SNP na região 5’UTR, 2 SNPs sinônimos na região proteica entre o domínio de ligação ao DNA e a região do domínio ligação de ligantes (LBD) e 5 SNPs, sendo 4 sinônimos e 1 não-sinônimo, na região do LBD. Quando relacionados ao consumo alimentar residual, sete SNPs associaram com a característica (p<0,05). A avaliação nutrigenética do receptor NR1I3 demonstrou ser de grande relevância para o melhoramento genético de animais de produção, bem como para o estudo das vias metabólicas e desvios patológicos, envolvidos nos fenômenos de apetite e lipogênese de animais. 208