Epidemia de dengue faz faltar plaqueta para tipo hemorrágico Por Talita Figueiredo, especial para a AE (NEWS) Rio, 21 (AE) - O número de mortes por dengue no Rio pode aumentar, caso o HemoRio (Instituto Estadual de Hematologia) não consiga superar em quase 50% o número de doadores de sangue. Na segunda-feira passada, a diretora do instituto, Clarice Lobo, viu chegar a 50 o número de bolsas de plaquetas - quantidade suficiente para suprir apenas cinco ou seis pacientes adultos. "O estoque ficou muito, muito, muito baixo. Não deixamos de atender, mas ficamos bastante preocupados. Se tivéssemos sete pessoas precisando de plaquetas, nosso estoque não seria suficiente", afirmou Clarice. No Estado do Rio foram confirmados 48 óbitos pela doença, dos quais 20 pelo tipo hemorrágico. Hoje, uma menina de sete meses morreu num hospital da capital com suspeita de dengue. As plaquetas são responsáveis por conter os sangramentos, comuns na forma hemorrágica da dengue. Normalmente, uma pessoa tem entre 150 mil e 400 mil plaquetas por mm³ de sangue. Mas a doença provoca queda brusca desse número e a transfusão de plaquetas pode ser a única solução. Diariamente, o HemoRio recebe cerca de 400 doadores por dia e esse número precisa subir para pelo menos 600 pessoas. Até quinta-feira, foram confirmados no Estado 35.901, dos quais 23.555 na capital. "Não caiu o número de doadores, mas a demanda de plaquetas subiu entre 30% e 50%. Temos dois problemas. Em primeiro lugar não podemos fazer um estoque estratégico da plaquetas, porque ao contrário das hemácias, que duram 42 dias, elas não podem ser estocadas por um período maior que cinco dias. Em segundo lugar, um adulto precisa de sete a nove bolsas de plaqueta em cada transfusão. Por isso estamos conclamando a população do Rio a doar sangue", afirmou Clarice. Segundo ela, apesar de em caso de emergência máxima ser possível trazer plaquetas de outro Estado, o principal é focar na cultura da doação. "Temos que mobilizar as pessoas", afirmou. A partir da semana que vem, um ônibus vai rodar a cidade para chegar mais perto dos doadores. Hoje, Jorge Luiz dos Santos Brito, de 26 anos, tirou um tempo para doar sangue para uma vizinha. Ela está internada no Hospital Juscelino Kubitschek, em Nilópolis, com dengue hemorrágica. "Vim por um apelo do pai da Aline, minha amiga e vizinha. Só tinha doado sangue em 2000, quando servia no Exército. Esse é um momento que a gente tem que ajudar, estamos vivendo uma epidemia. Eu mesmo tenho dois outros amigos que estão com dengue", disse Brito. Segundo Clarice, apesar de em caso de emergência máxima ser possível trazer plaquetas de outro estado, o principal é focar na cultura da doação. "Temos que mobilizar as pessoas", afirmou. Lindalva Tomás de Freitas, de 35 anos, esperava na fila do Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio, para descobrir se estava com dengue. Com dores no corpo, febre e enjôo, ela mal conseguia falar. O marido, Cleovaldo Joaquim, de 37 anos, estava revoltado. "Estamos aqui há mais de quatro horas e nos informaram que há apenas um médico. Ontem, o secretário Estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, pediu desculpas à população pelas filas e afirmou que elas acontecem porque o Rio vive uma epidemia. Ele recomendou que as pessoas tenham paciência. MORTE - Um bebê morreu na quarta-feira com suspeita de dengue no Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio. O boletim médico indica que a causa da morte de Ana Clara Gonçalves, de apenas 7 meses, foi dengue, segundo a diretoria do hospital, mas o caso ainda não foi confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde. Das 48 mortes confirmadas, 24 são de crianças menores de 12 anos. “O deputado federal Clodovil Hernandes (PTC-SP), de 70 anos, deve ser internado nesta quarta-feira (28) na Clínica Santé, em Moema, na Zona Sul de São Paulo. Ele apresenta febre e fortes dores no corpo desde a tarde de terça-feira (27) e foi aconselhado pelos paramédicos da Câmara dos Deputados que o atenderam no Hotel Nacional, em Brasília, a procurar atendimento especializado. A mesma equipe recomendou que ele fique afastado do trabalho por três dias. De acordo com sua assessoria, o parlamentar está com suspeita de dengue.” (PUBLICITY) FAÇA O MESMO COM LATAS, GARRAFAS E BALDES VAZIOS. (ADVERTISING) a solução para chamar a atenção foi a mais criativa possível, master ponto para as meninas! (NEWS) Casos de dengue passam de 65 mil em MS Só em Campo Grande foram 42.419 notificações desde o início deste ano. No Pará, Belém também confirmou que enfrenta uma epidemia da doença. Do G1, em São Paulo O número de notificações de casos de dengue em Mato Grosso do Sul chegou a 65.389, segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira (13) pela Secretaria Estadual de Saúde. Em relação aos últimos dados divulgados sobre a doença no estado, na terçafeira (10), houve um aumento de 1.101 casos. A quantidade de novas notificações no levantamento desta sexta mostra que, apesar de aumentar em ritmo menor do que no início do ano, quando eram registrados cerca de mil casos por dia, a epidemia continua avançando. Campo Grande é a cidade com mais casos: foram 42.419 desde o início do ano. No interior, Três Lagoas tem o maior número de notificações (3.339), seguido de Dourados (3.084), Aquidauana (1.373) e Ponta Porã (1.343). Epidemia em Belém A Secretaria Executiva de Saúde do Pará informou, nesta sexta-feira (13), que Belém passa por uma epidemia de dengue. De acordo com a secretaria, a situação na Região Metropolitana de Belém é preocupante, pois foram notificados 2.628 casos de dengue e confirmados 1.386. Maiores epidemias da doença (advertising?) A presença do vírus da dengue nas Américas já foi relatada há mais de 200 anos. Na década de 50, epidemias da doença foram relatadas também nas Filipinas e na Tailândia. Foi na década de 60 que a doença se espalhou pelas Américas. As maiores epidemias aconteceram no Brasil, em 1982 e entre 1986 e 1996, na Bolívia, em 1987, no Paraguai, em 1988, no Equador, em 1988, no Peru, em 1990, e em Cuba, entre 1977 e 1981. Temporão quer diminuir publicidade de remédio usado contra dengue (news) Uso de antitérmicos não é seguro para doentes com a doença Rio - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pediu que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa) diminua a publicidade do Paracetamol, genérico do Tylenol. O ministro afirmou que não se trata da proibição do uso do medicamento, mas que está preocupado com a propaganda na mídia. O problema, segundo ele, é que médicos e pessoas com suspeita de dengue precisam saber que, neste momento, não devem usar a droga. O alerta é devido à opinião de alguns especialistas que não recomendam o uso de nenhum antitérmico como tratamento para a doença, já que não existem estudos que garantam sua segurança e eficácia. Algumas mortes foram causadas por insuficiência hepática, quadro que pode ser agravado pelo uso indiscriminado do Paracetamol. O comentário do ministro surgiu durante a inauguração de mais uma tenda de hidratação para pacientes com dengue, na zona norte do Rio. Temporão estava acompanhado do governador Sérgio Cabral Filho(PMDB) e de Sérgio Côrtes, secretário estadual de saúde. (O Dia 04/04/2008) Aeroporto terá campanha de prevenção à dengue (news) A partir da próxima segunda-feira (14), iniciará um trabalho de sensibilização sobre os riscos da dengue no aeroporto Afonso Pena. A atividade, que acontecerá das 9h às 18h, nos setores de embarque e de desembarque, é promovida pela secretaria Municipal de Saúde. Do mesmo modo como está sendo feita a atividade na Rodoferroviária, iniciada no meio da semana, técnicos distribuirão folhetos aos viajantes e esclarecerão dúvidas. Entre as recomendações do folheto estão a necessidade de proteção em áreas de risco - por meio de roupas que cubram a maior extensão possível do corpo, uso de repelente e hospedagem em locais que possuam telas nas janelas. A estratégia é útil para evitar o contato com a fêmea do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus causador da doença pela picada. Outra dica é a observação dos sintomas - comuns a outras doenças infecciosas -, entre elas febre alta, dor no corpo e no fundo dos olhos e mal-estar geral. Nesse caso, o melhor a fazer é procurar o serviço de saúde mais próximo, relatar o que está sentindo e se esteve em locais de risco, e jamais se automedicar. Saúde pública Lula foge da responsabilidade pela dengue 14 de Abril de 2008 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva transfere aos municípios a responsabilidade pelo combate à dengue, evitando falar sobre a atuação do Ministério da Saúde -alvo de críticas pela ineficácia no suporte às prefeituras. Em pronunciamento em seu programa semanal de rádio, nesta segunda-feira, Lula fez "um chamamento aos prefeitos no combate à dengue". "Cada prefeito precisa assumir a responsabilidade de cuidar com muito carinho da sua rua, do seu bairro, da sua vila e da sua cidade", disse ele. O problema é o grande assunto da segunda maior cidade do país, o Rio de Janeiro. Mas foi tema secundário no programa de rádio. Lula falou sobre as ações do PAC, projeto de inclusão digital de jovens e sobre a necessidade de aumentar o comércio com a República Checa -- sobre esse último tema, falou muito mais do que sobre a dengue. Lula esteve naquele país no sábado (na foto acima, ele caminha em Praga ao lado do presidente checo, Vaclav Klaus). O que é a dengue hemorrágica? Quando alguém se contamina com o vírus da dengue, desenvolve a doença, que dura uma semana sem outras complicações. Mas, se a pessoa se contaminar outra vez com um outro tipo de vírus da dengue, ela pode desenvolver a forma hemorrágica da doença. Por exemplo, uma pessoa pode se contaminar com o vírus da dengue tipo 1 e depois de um tempo se contaminar pelo vírus tipo 2. Nesse caso, ela pode desenvolver uma forma grave da doença - é a chamada dengue hemorrágica, em que a pessoa doente pode ter sangramentos com choque e morte. Na dengue hemorrágica, as plaquetas caem muito e a pessoa pode morrer em conseqüência dos sangramentos. Com a disseminação do mosquito, há um risco maior da pessoa se infectar por mais de um vírus e desenvolver a dengue hemorrágica. Imagem cedida pelo Ministério da Saúde Larvas do mosquito O tratamento da dengue é somente de suporte, ou seja, não há um medicamento específico para tratar a doença. O tratamento consiste em deixar o paciente em repouso, hidratado, sem febre e sem dor. Se o paciente apresenta um sangramento grave, ele deve receber tratamento específico em um hospital. Não se deve usar ácido acetilsalicílico (presente em medicamentos como a Aspirina) para diminuir a febre ou a dor em pacientes com suspeita de dengue. O ácido acetilsalicílico age sobre as plaquetas, diminuindo a capacidade do corpo de formar coágulos. Por isso, ele deve ser evitado na suspeita de dengue. O Ministério da Saúde recomenda o uso de acetaminofen para o controle da febre e da dor na suspeita de dengue, nunca ultrapassando o limite de 3 g por dia. Se você acha que pode estar com dengue, procure logo um serviço de saúde. O diagnóstico é feito por exame de sangue. É importante que se confirme que foi realmente um caso de dengue, pois isso serve como um termômetro que vai nos dizer como está o controle da doença no país. Borra de café pode matar transmissor da dengue (news ) Pesquisa realizada pela bióloga Alessandra Laranja e pela professora Hermione Bicudo, do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), aponta que a borra de café (o pó que fica após a passagem da água fervente) pode matar o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. A pesquisa teve início a partir da descoberta de que a cafeína, uma das substâncias tóxicas encontradas no café, causa problemas na reprodução da mosca drosófila, mais conhecida como "mosca da fruta". Os pesquisadores decidiram, então, fazer o teste em larvas do Aedes Aegypti. E a experiência deu certo. Hermione Bicudo explica: "A cafeína não deixa a larva prosseguir no desenvolvimento, porque o Aedes aegypti é um inseto holometábolo, como a gente diz. Ele tem as fases do ovo, de larva, de pulpa e adulto. Se a larva não se desenvolve até a pulpa, ela nunca vai dar um adulto. Então, o que a borra do café faz é um bloqueio do desenvolvimento da larva". A vantagem de usar a borra de café como alternativa, segundo a professora, é que o produto não mata a planta e pode ser usado como adubo, ao contrário de substâncias como cloro, sal e inseticidas. Para preparar o inseticida alternativo, basta colocar quatro colheres de sopa cheias de borra de café em um copo com água. A professora Hermione Bicudo ensina ainda que "é preciso trocar a borra de café a cada sete dias, pois após este período, a cafeína perde seu efeito". Dados do Ministério da Saúde apontam que a estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que entre 50 e 100 milhões de pessoas sejam infectadas pela doença anualmente, em mais de 100 países, exceto os da Europa. Aproximadamente 20 mil morrem em conseqüência da dengue e cerca de 550 mil doentes precisam de hospitalização. No Brasil, o Programa Nacional de Controle da Dengue, implantado em 2002, prevê a elaboração de programas permanentes, "uma vez que não existe nenhuma evidência técnica de que a erradicação do mosquito seja possível, a curto prazo". Segundo o ministério, no primeiro semestre de 2004 verificou-se no país uma redução de 73,3% nos casos da doença, em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde do ministério. Foram notificados 84.535 casos, contra os 299.764 de igual período em 2003.