Boletim - FCM/Unicamp

Propaganda
colaterais
que
acarretam prejuízos para a saúde e bem estar dos pacientes
50,0
(incontinência urinária, impotência, distúrbios intestinais), às vezes
superiores
aos
benefícios
auferidos
pelo
tratamento,
50,0
43,3
e
principalmente devido à ausência de evidências de que o
rastreamento com PSA de fato reduza as taxas de mortalidade por
este câncer, o Ministério da Saúde do Brasil e o INCA não
0,0
0,0
<1
1-2
3+
Tem
PSA
Não tem
Toque retal
Fonte: ISACamp 2008.
recomendam exames de rastreamento para este tumor. Inquérito de
saúde de base populacional realizado em Campinas em 2008 pelo
O envelhecimento da população, as taxas elevadas do risco de
Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde (CCAS) do
morte por câncer de próstata, a detecção tardia do tumor (40% em
Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas
estágios avançados III ou IV segundo dados do INCA) e a persistência
da UNICAMP revelou que, mesmo na ausência de uma política de
de um padrão masculino de maior desatenção aos problemas de
Fonte: SIM/SMS-Campinas, 2008-2012; Estratos Sociosconômicos segundo Censo
rastreamento, 65,6% dos homens com 50 a 59 anos de idade
2000/SMS-Campinas; População Censo 2010 segundo áreas de abrangência dos
moradores de Campinas haviam feito ao menos um PSA na vida e
CS e DS: CCAS/DSC/FCM/UNICAMP; População/Datasus, 2008-20012.
* Padronização por idade. População padrão: Campinas,2010.
** CS segundo estratos socioeconômicos: ALTO: Aurélia, B Geraldo/Village,
Centro, Conceição/B Esperança, Eulina, F Lima, Paranapanema, Taquaral/C
Gomes, V União/CAIC; MÉDIO: 31 de Março, Anchieta/Rosália, B Vista, C Silva,
Esmeraldina, Figueira, Integração, Ipê, Itajaí, J Egídeo, V Rica, O Maia, P
Aquino, Perseu, S Bárbara, S Odila, S Quirino, Sousas, T Neves; BAIXO:
(Aeroporto, Capivari, C Moura, DIC I, DIC III, Florence/Rossin, Floresta/C
Grande, Ipaussurama/Satelite Íris I, Itatinga, S Antônio, S Cristóvão, S
Domingos/C Belo/Fernanda, S José/N América/Oziel, S Lúcia, S Marcos/CR
Amaral, S Mônica, S Vicente, U Bairros, V Alegre, Valença/S Rosa/Lisa.
Dados de outros municípios revelam Campinas com uma taxa
mais favorável, um pouco inferior à observada na capital do Estado,
e bem inferior às constatadas em municípios como Aracaju e Cuiabá
(tabela 2).
46,1% haviam feito ao menos uma vez toque retal.
Tabela 3 – Internações por neoplasia de próstata de residentes
de Campinas, em hospitais SUS ou conveniados em 2011.
Idade
Neopl.
Próstata
Todas as
neoplasias
(b)
% Neopl.
Próstata
(a/b)
150
2,0
40-49
(a)
3
50-59
24
288
8,3
60-69
53
366
14,5
70-79
32
225
14,2
80+
15
88
17,0
127
1117
11,4
Total
Fonte: SIH/Datasus, 2011.
saúde em comparação às mulheres, sinalizam a necessidade de
aprofundar o conhecimento e discussão sobre as estratégias de
diagnóstico precoce e de tratamento do tumor, de forma a assegurar
aos pacientes intervenções oportunas e corretas que propiciem
melhores índices de cura e oportunidades de maior sobrevida com
preservação da qualidade de vida e do bem estar.
Equipe responsável pelo Boletim:
Coordenadoria de Informação e
Informática/SMS/Campinas
[email protected]
Centro Colaborador em Análise de
Situação de Saúde/DSC/FCM/UNICAMP
[email protected]
Dra. Solange Mattos Almeida
Dra. Maria Cristina Restitutti
Prof. Dra. Marilisa Berti A. Barros
Dra. Leticia Marín-León
Ana Paula Belon
Consulte outros boletins nos sites: http://www.saude.campinas.sp.gov.br
http://www.fcm.unicamp.br/centros/ccas/
Secretaria Municipal de Saúde/Prefeitura Municipal de Campinas
Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde/DSC/FCM/UNICAMP
efeitos
Publicado em agosto/2013
em
61,2
100,0
%
MORTALIDADE POR CÂNCER DE PRÓSTATA
resultar
Plano de saúde
%
Boletim de Mortalidade nº. 50
100,0
Parda/Preta
Informe do Projeto de Monitorização dos Óbitos no município de Campinas
B
podem
42,8
Renda familiar per capita
(em salários-mínimos)
muito elevada, e as intervenções (biópsia, cirurgia, radioterapia,
hormonioterapia)
Branca
72,9
Figura 8– Coeficientes padronizados* de mortalidade por
neoplasia de próstata em homens com 40 anos de idade ou
mais, segundo distrito de saúde de residência (A) e estratos
socioeconômicos das áreas de abrangência dos centros de
saúde** (B). Campinas, 2008/12.
80+
MORTALIDADE EM CAMPINAS
Para a detecção precoce do câncer de próstata são utilizados o
(sensibilidade e especificidade) para o diagnóstico do câncer não é
0,0
40-49 50-59 60-69 70-79
teste de PSA e o toque retal. Como a acurácia desses exames
segmentos de maior vulnerabilidade social.
84,1
0,0
45,9
decorrentes de câncer de próstata (tabela 3).
50,0
30,8
município com pior nível socioeconômico, como constatado na figura
Raça/cor
%
31,6
neoplasias de pacientes residentes em Campinas, ocorridas em
hospitais públicos ou conveniados ao SUS, em 2011, 127 foram
A
50,0
100,0
66,4
Muitos pacientes com câncer necessitam ser hospitalizados em
algum momento da evolução da doença. Das 1.117 internações por
também na maior taxa de mortalidade nos moradores das áreas do
8B. É, portanto, uma neoplasia cuja mortalidade é maior nos
Idade
%
52,8
do município (figura 8A). Essa desigualdade social é constatada
100,0
72,0
Leste, cujos moradores apresentam o melhor nível socioeconômico
Fonte: SIM/Datasus, 2009-2010; SIM/SMS-Campinas, 2011; População/Datasus,
2010.
* Padronização pelo método direito. População padrão: Brasil, 2010.
56,9
de mortalidade por câncer de próstata foi verificada no distrito
Figura 9 – Realização PSA e de toque retal alguma vez na vida
segundo indicadores sociodemográficos. Campinas, 2008.
39,8
Considerando-se os distritos de saúde de Campinas, a menor taxa
(figura 9).
50,3
Fonte: SIM/SMS-Campinas, 2011-2012.
que têm plano de saúde e de cor de pele auto-referida como branca
77,2
70,7
39,3
mais realizados nos segmentos de homens com maior renda familiar,
46,1
32,4
exames apresentam desigualdade social na sua cobertura, sendo
77,1
40-49
50-59
60-69
70-79
80-89
90+
PSA foi superior à de toque retal em todas as idades e ambos os
CM
39,9
42,1
46,5
57,5
58,9
61,7
85,7
61,2
Cidades
Campinas (2009-11)
São Paulo
Rio de Janeiro
Porto Alegre
Salvador
Cuiabá
Aracaju
65,6
16,6
33,1
8,3
homens com 80 ou mais anos de idade (figura 9). A realização de
15,3
n = 145
0,7 2,8
Esses valores ascendem a 84,1% e 66,4%, respectivamente, nos
Tabela 2 – Coeficientes padronizados* de mortalidade por
neoplasia de próstata (por 100 mil homens de 40 anos ou mais)
em cidades selecionadas, 2010.
47,5
33,8
Figura 7 – Distribuição (%) dos óbitos por câncer de próstata
segundo faixa etária. Campinas, 2011-2012.
Mortalidade por câncer de próstata
Com o envelhecimento da população proporcionado pelo declínio
Figura 2 – Coeficientes padronizados* de mortalidade no sexo
masculino pelos principais grupos de causas de óbitos.
Campinas, 1990-2012.
300,0
das taxas de mortalidade e o decorrente aumento da esperança de
Considerando os valores dos triênios inicial e final do período de
Decréscimos mais acentuados foram observados para o câncer de
1990 e 2012, o risco de óbito pelo câncer de próstata apresentou
pulmão (52,6%) e de estômago (60,7%), enquanto aumento
pequeno declínio de 4,1%, verificado especialmente após o ano de
importante nesse período foi constatado para o câncer de colon e
2000 (figura 5).
reto (91,1%) (figura 5).
proeminência no perfil de causas de mortalidade da população.
Entre essas doenças destacam-se pela frequência as cardiovasculares
e o câncer. Em relação às neoplasias, importantes avanços nas
ób./100 mil homens
vida, as doenças que afetam os idosos ganharam ainda maior
200,0
com a idade; a taxa de 2,8 óbitos por 100.000 habitatntes da faixa
Próstata
nos idosos com 80 anos ou mais, em 2009-11 (tabela 1). Entre os
100,0
técnicas diagnósticas têm viabilizado detecções mais precoces dos
80,0
ß = -0,13
0,0
1990
Entretanto, garantir o acesso universal e apropriado aos recursos
Figura 1 – Grupos de causa básica de óbitos no sexo
masculino. Campinas, 2011-2012.
n = 10.518
2,9
3,8
10,6
18,3
15,3
2006
2008
2010
80+
24,3
60-69
26,3
50-59
24,0
40-49
25%
50%
75%
Ap. respiratório
Demais
02
04
06
08
2010
12
Coef. regressão
Idade
40-59
33,9
40,0
17,7
1999-2001
2009-2011
N.
CEM
N.
CEM
Variação
(%)
10
3,3
11
2,8
-13,5
60-69
30
42,1
32
32,5
-22,8
70-79
55
153,2
86
165,8
8,2
80+
54
452,6
89
446,7
-1,3
149
35,2
218
39,1
11,1
Total
1990
92
94
96
98
2000
Coef. Obs.
Fonte: SIM/SMS-Campinas, 2011-2012.
02
04
06
2010
12
neoplasias no sexo masculino, sendo o segundo mais frequente com
câncer de brônquios e pulmões (figura 4). Estas duas localizações de
ocorridos na população masculina de Campinas, posicionando-se
neoplasias, acrescidas dos cânceres de cólon, estômago, boca e
como a segunda causa de mortalidade (figura 1). Entre 1990 e 2004,
esôfago constituem cerca de metade das mortes por neoplasia dos
as neoplasias ocupavam o 3º. ou o 4º. lugar, superadas pelas doenças
moradores do sexo masculino em Campinas.
mortes por câncer em homens com menos de 50 anos de idade, mas
ß = -1,50
moradores de Campinas 145 óbitos por câncer de próstata, dos quais
40,0
37,8
1990
92
94
96
98
2000
Coef. Obs.
Brônquios e pulmões
12,2
Próstata
cardiovasculares, não aconteceu com as taxas de neoplasias, que
10,6
34,4
Cólon
40,7% em homens com 80 anos ou mais, 39,3% entre 70 e 80 anos e
20,1% em homens com menos de 70 anos de idade (figura 7).
0,0
02
04
06
08
2010
12
Coef. regressão
Estômago
100,0
ß = -1,03
Figura 6 – Percentual de óbitos por câncer de próstata entre
as mortes por todas as neoplasias em homens, segundo faixa
etária. Campinas, 2011-2012.
30,0
80,0
N= 1.368
responde por cerca de um quarto delas (24,2%) no segmento com 80
anos ou mais (figura 6). Nos anos de 2011 e 2012, ocorreram nos
60,0
20,0
Figura 4 – Mortes por neoplasias segundo localização no sexo
masculino. Campinas, 2011-2012.
Fonte: SIM/Datasus, 1999-2001 e 2009-2011; População/Datasus, 2000 e 2010.
A neoplasia maligna de próstata representa apenas 1,1% das
Brônquios e pulmões
79,7
O câncer de próstata responde por 10,6% das mortes por
nessa figura que o declínio intenso das taxas de morte por doenças
08
Coef. regressão
80,0
uma proporção apenas um pouco inferior que a verificada para o
%
58,3
24,2
60,0
20,0
40,0
15,0
Estômago
fazendo com que as taxas destes dois importantes grupos de óbitos
Boca
10,2
estejam muito mais próximas hoje do que estiveram em 1990 (figura
no grupo de 60 a 69 anos (figura 3).
2000
Cólon, reto e ânus
100,0
Em 2011-12, as neoplasias representaram 18,3% dos óbitos
óbitos, varia entre 13,6% na faixa de 40 a 49 anos de idade, e 26,3%
98
60,0
100%
Causas externas
2). A proporção das mortes por neoplasias, em relação ao total de
96
Coef. Obs.
Tabela 1 – Coeficientes de mortalidade por neoplasia de
próstata (por 100 mil homens) segundo grupos etários.
Campinas, 1999-2001 e 2009-2011.
0,0
0%
Ap. circulatório
vêm apresentando redução mais discreta e períodos de estabilidade,
94
13,6
Ap. digestivo
também pelas doenças respiratórias (figura 2). Importante observar
92
20,0
Neoplasias
cardiovasculares, pelos acidentes e violências, e em alguns anos
1990
80,0
D. Endóc, nutric e metab
Demais
35,2
ß = 0,56
70-79
triênios 1999-2001 e 2009-2011, as taxas declinaram em todos os
houve um aumento de 8,2% (tabela 1).
36,7
100,0
D. Infecto-parasitárias
Fonte: SIM/SMS-Campinas, 2011-2012.
40,0
20,0
14,7
Ap. Respiratório
Ap. Geniturinário
2012
Causas externas
Idade
Ap. Digestivo
6,0
2004
Figura 3 – Percentual de óbitos segundo causa básica e idade
em homens. Campinas, 2011-2012.
Causas Externas
4,1
2002
Ap. Respiratório
de 40 a 59 anos eleva-se para 446,7 óbitos por 100.000 habitantes
grupos de idade, com exceção da faixa etária de 70-79 anos em que
60,0
0,0
Neoplasias
28,5
2000
Fonte: SIM/Datasus, 1990-2010; SIM/SMS-Campinas, 2011-2012;
População/Datasus, 1990-2012.
* Padronização pelo método direito. População padrão: Campinas 2000.
Ap. Circulatório
10,5
1998
ób./100 mil homens
como enorme desafio aos gestores e profissionais da saúde.
1996
Ap. Circulatório
ób./100 mil homens
oportuna e de boa qualidade aos pacientes com neoplasias, persiste
1994
ób./100 mil homens
diagnósticos e terapêuticos, de forma a assegurar a atenção
1992
Neoplasias
ób./100 mil homens
tumores, e inovações em procedimentos terapêuticos têm ampliado
os percentuais de cura e o tempo de sobrevida dos pacientes.
O risco de morte por câncer de próstata cresce de forma intensa
Figura 5 – Tendência dos coeficientes padronizados* de
mortalidade por alguns tipos de neoplasias entre homens com
40 anos de idade ou mais. Campinas, 1990-2012.
Esôfago
Pâncreas
3,5
3,8
9,3
4,4
5,7
5,9
Fonte: SIM/SMS-Campinas, 2011-2012.
Laringe
Encéfalo
Demais
20,0
22,9
10,0
7,2
0,0
1990
92
94
96
98
Coef. Obs.
2000
02
04
06
08
2010
12
Coef. regressão
Fonte: SIM/Datasus, 1990-1999; SIM/SMS-Campinas, 2000-2012; População/
Datasus, 1990-2012.
* Padronização pelo método direito. População padrão: Campinas 2000.
1,1
1,5
40-49
50-59
0,0
Fonte: SIM/SMS-Campinas, 2011-2012.
60-69
Idade
70-79
80+
Download