TCC final

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL
DHE - DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
LUANA RITA CREMONESE
PROCEDIMENTO ADOTADO NAS ACADEMIAS EM
RELAÇÃO AO BENEFICIÁRIO CARDIOPATA
HORIZONTINA RS
2014
PROCEDIMENTO ADOTADO NAS ACADEMIAS EM RELAÇÃO AO
BENEFICIÁRIO CARDIOPATA
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Curso de Bacharelado
em Educação Física, da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul, como requisito parcial
para a obtenção do Grau de
Bacharelado em Educação Física.
Orientador: Prof. Luiz Serafim de Mello Loi
HORIZONTINA RS
2014
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família que
me deu o apoio necessário durante essa jornada e
também à todos que acreditaram em mim de
alguma forma possibilitando a realização desse
sonho.
EPÍGRAFE:
Ninguém vai bater mais forte do que a
vida. Não importa como você bate e sim o quanto
aguenta apanhar e continuar lutando, o quanto
pode suportar e seguir em frente. É assim que se
ganha!”(Rocky Balboa)
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço à Deus que me deu coragem e forças para chegar
até aqui, apesar de todos os obstáculos...
A minha família, que nunca me deixaram faltar nada, me deram apoio, me
incentivaram e me ajudaram nessa caminhada, suportando muitas vezes as
dificuldades encontradas durante o meu percurso...
Ao grande mestre e querido prof. Loi, pela paciência de muitos desabafos,
dedicação e suporte, orientando-me na realização deste trabalho...
Ao grande mestre prof. Tesche pelas orientações e conselhos em todo meu
percurso acadêmico, pela amizade e carinho...
Agradeço aos meus amigos e colegas de profissão que dispuseram um
pouco do seu tempo para que eu pudesse realizar minha pesquisa...
Aos amigos verdadeiros, por compartilhar emoções, dúvidas, experiências,
enfim, compartilhar amizade...
Muito obrigada à todos vocês de coração!!!
RESUMO
A modernidade, a tecnologia, a concorrência no mercado de trabalho, a vida
acelerada, está levando o ser humano à aquisição de doenças cardiovasculares,
pelos vários fatores de risco, facilitando a um evento cardíaco. Com isso, as pessoas
estão cada vez mais conscientes de que precisam melhorar sua qualidade de vida,
através da prática de exercícios físicos. Com o aumento de cardiopatas nos últimos
anos devido a todos esses fatores, as academias estão recebendo os mesmos para
a prática de atividade física adaptados à eles, e a procura dos cardiopatas por um
estilo de vida melhor está crescendo. O presente trabalho descritivo teve por objetivo
verificar o conhecimento dos profissionais de Educação Física nas academias em
relação a cardiopatia e saber se os mesmos possuem conhecimento suficiente para
programar um plano de atividades físicas adequadas ao indivíduo cardiopata.
Participaram 6 profissionais de ambos os sexos que trabalham em academias da
região. A coleta de dados se deu através de um questionário com perguntas abertas.
Os dados coletados foram analisados e discutidos através de uma análise descritiva.
A partir dos resultados é possível perceber que há uma carência ainda da parte dos
profissionais em relação à cardiopatia e à prescrição de exercícios para os
cardiopatas.
Palavras chave: Estilo de vida - Atividade Física – Cardiopatia –
Profissionais de Educação Física.
ABSTRACT
The modernity, technology, competition in the labor market,
accelerated life, are leading the human being to the acquisition of
cardiovascular disease, the various risk factors, facilitating a cardiac
event. With this, people are increasingly conscious that they need to
improve their quality of life. With the increase of heart disease in recent
years due to all these factors, the gyms are getting people to practice
physical exercises adapted to them, and the search for specialists
doctor for a better lifestyle is growing. To meet this demand is
necessary qualified professionals to provide a structured plan. The
descriptive present work had as objective to verify the knowledge from
physical education professionals in the gyms related heart disease and
understand if they have sufficient knowledge to develop an adequate
plan with physical activity to the individual cardiac. Participated 6
professional that work in gyms in the region. The collected data were
analyzed and discussed through the descriptive analyses. Based on the
results is possible to see that still have a deficiency from professionals
related heart disease and provide adequate activities to the patient.
Keywords: Lifestyle- Physical Activity- Heart disease- Professional
PhysicalEducation.
SUMÁRIO
1.
REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................ 13
1.1
CARDIOPATIAS: ........................................................................................................... 13
1.2
FATORES DE RISCO: .................................................................................................. 14
1.3
EXERCÍCIO FÍSICO PARA CARDIOPATAS:............................................................... 17
1.4 DIVISÃO DOS PROGRAMAS DE EXERCICIOS FISICOS: ............................................. 19
1.5
TREINAMENTO DE FORÇA:........................................................................................ 20
1.5.1 Efeitos do treinamento de força em cardiopatas: ........................................................... 22
1.6 EXERCÍCIOS ISOMÉTRICOS: .......................................................................................... 24
1.7 PRESCRIÇÃO DE UM PROGRAMA PARA CARDIOPATAS: ......................................... 25
2
METODOLOGIA ............................................................................................................... 27
2.1 TIPO DE PESQUISA .......................................................................................................... 27
2.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA............................................................................................... 27
2.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ....................................................................... 27
2.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS .................................................................... 28
2.5 ANÁLISE DOS DADOS...................................................................................................... 28
3. ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................... 29
3.1 ANÁLISE DA QUESTÃO NUMERO 1: O QUE VOCÊ ENTENDE POR CARDIOPATIA?
.................................................................................................................................................. 29
3.2 ANÁLISE DA QUESTÃO NUMERO 2: ONDE VOCÊ TRABALHA TEM ALGUMA
PESSOA CARDIOPATA QUE FAZ ATIVIDADE FÍSICA? ...................................................... 30
3.3 ANÁLISE DA QUESTÃO NÚMERO 3: QUANTAS PESSOAS CARDIOPATAS FAZEM
EXERCÍCIOS FÍSICOS ORIENTADOS NA ACADEMIA ONDE VOCÊ TRABALHA? ........... 30
3.4 ANÁLISE DA QUESTÃO NÚMERO 4: AO CHEGAR UMA PESSOA CARDIOPATA NA
ACADEMIA, VOCÊ SABE QUAIS OS PROCEDIMENTOS A REALIZAR? ........................... 31
3.5 ANÁLISE DA QUESTÃO 5:VOCÊ ACOMPANHA O CARDIOPATA DA MESMA FORMA
QUE ACOMPANHA OUTROS CLIENTES? ............................................................................ 32
3.6 ANÁLISE DA QUESTÃO 6: JÁ ACONTECEU DE UM CARDIOPATA CHEGAR NA
ACADEMIA ONDE VOCÊ TRABALHA PARA SE EXERCITAR E A ACADEMIA MANDA-LO
PROCURAR UM LOCAL ESPECÍFICO À ELE? ..................................................................... 34
3.7 ANÁLISE DA QUESTÃO 7: VOCÊ SABE QUAIS OS TIPOS DE EXERCÍCIOS PODEM
SER APLICADOS A UMA PESSOA CARDIOPATA? ............................................................. 35
3.8 ANÁLISE DA QUESTÃO 8: VOCÊ SE SENTA CAPACITADO O SUFICIENTE PARA
PRESCREVER UM PLANO DE ATIVIDADE FÍSICA PARA UM CARDIOPATA? ................. 36
9
3.9 ANÁLISE DA QUESTÃO 9: EM SUA OPINIÃO, QUAIS OS CUIDADOS QUE O
PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DEVE TER COM UM INDIVÍDUO CARDIOPATA?
.................................................................................................................................................. 37
3.10 ANÁLISE DA QUESTÃO 10: SABERIA EM QUAL INTENSIDADE DEVE-SE
TRABALHAR COM UM CARDIOPATA? ................................................................................. 38
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................................................. 40
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 42
ANEXOS ................................................................................................................................... 45
ANEXO A – ENTREVISTA APLICADA AOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA..... 46
INTRODUÇÃO
As doenças relacionadas ao coração afetam a qualidade de vida de muitas
pessoas, impossibilitando-as na realização de muitas atividades do cotidiano,
dificultando assim o seu modo de viver e seu estilo de vida. A prática regular do
exercício físico é benéfico na prevenção de um futuro evento cardíaco, a procura da
melhoria da saúde pelos cardiopatas está cada vez mais concreta. O profissional de
Educação Física tem como função primordial, ajudar esses indivíduos a terem uma
qualidade de vida melhor através de um programa de exercícios físicos adaptados à
eles.
A prática de atividade física se tornou um evento cotidiano na vida das
pessoas, aumentando também a procura dessa pelos cardiopatas. Na atualidade a
quantidade de academias tem aumentado consideravelmente para atender ao
público em geral, tanto indivíduos considerados saudáveis, quanto pessoas com
alguma patologia.
Com a evolução, as pessoas estão cada vez mais envolvidas com as tarefas
do dia-a-dia, sem tempo para outras atividades como o lazer e cuidar do seu bem
estar, com isso, o estresse vem aumentando influenciando negativamente na saúde
das pessoas, promovendo um aumento das doenças relacionadas ao coração.
Devido a modernidade, os afazeres do dia-a-dia estão sendo substituídos
gradativamente pela maquina, ocasionando mudanças nos padrões de movimento,
levando o ser humano ao sedentarismo, também os níveis de estresse estão
aumentados, acarretando varias doenças, inclusive doenças relacionadas ao
coração, surgem ao longo da vida levando indivíduos à morte.
11
O ser humano vive acelerando tudo o que faz devido a muitas tarefas e
pouco tempo, isso aumenta gradativamente com o passar dos anos. O mundo
instiga o indivíduo a realizar seus afazeres no menor tempo possível, levando-o a
condições fisiológicas para o desenvolvimento dessas doenças promovidas pelo
estresse e outros fatores de risco.
Consequentemente, o número de cardiopatas cresceu notavelmente, com
isso, a procura pela prevenção e reabilitação também aumentou. Existem muitas
academias na atualidade, mas academias e profissionais qualificados para atender a
esse público são poucos. Praticamente todos os dias surgem pacientes acometidos
de infarto do miocárdio como também pessoas com outras doenças relacionadas ao
coração, que procuram a prática de atividade física para a prevenção e reabilitação
nas academias
por indicação do medico, a fim de reconquistar seu lugar na
comunidade, podendo realizar os afazeres do cotidiano com seu próprio esforço.
O presente trabalho obteve-se pela experiência que tive em relação ao
assunto, quando um indivíduo cardiopata chegou na academia para a realização de
exercícios físicos estruturados conforme suas necessidades, na busca da melhora
da sua saúde, deparando-me com a dificuldade de conhecimento sobre a patologia
e consequentemente, as dúvidas em relação à prescrição de exercícios físicos para
esse indivíduo.
A pesquisa que se segue tem por objetivo analisar o conhecimento dos
profissionais de Educação Física sobre a prescrição de exercícios físicos para
indivíduos cardiopatas, bem como, verificar o conhecimento dos mesmos sobre essa
patologia que vem afetando a saúde da população. Analisar se os programas estão
sendo aplicados corretamente, bem como a importância do profissional para os
cardiopatas e como programar um programa eficiente para esse tipo de patologia.
12
No primeiro capítulo apresenta-se a revisão de literatura, o conceito de
cardiopatia, fatores de risco, efeitos agudos da atividade física em cardiopatas, tipos
de exercícios para a prescrição de um plano à eles e os cuidados que é preciso ter
durante a prática de atividade física pelos cardiopatas. No segundo capítulo está a
metodologia e no terceiro capítulo a análise dos dados e resultados.
1.
REVISÃO DA LITERATURA
1.1
CARDIOPATIAS:
As cardiopatias são doenças relacionadas com os prejuízos da função
cardíaca pelo fluxo sanguíneo inadequado para as necessidades do coração, que é
causada por alterações obstrutivas na circulação coronária. Cardiopatias são
patologias no sistema cardiovascular, ou seja, nas artérias, veias e capilares que
tem a função de distribuir os nutrientes para o organismo, irrigar e remover
substancias que não são necessárias para o corpo, em resumos são as doenças
acometidas ao coração. Conforme a literatura médica existe vários tipos de
patologias que prejudicam o funcionamento do sistema cardiovascular se dividindo
em quatro tipos: do miocárdio, congênitas, das válvulas e infecciosas.
Segundo estudos da Incor (Instituto do Coração, 2013), as cardiopatias
congênitas são aquelas que persistem desde o nascimento, ou seja, quando o feto
ainda está se formando no ventre de sua mãe, pode ser uma falha na válvula, um
orifício no coração ou qualquer anormalidade no desenvolvimento desse órgão, em
muitos casos ela se manifesta com o passar dos anos. As que afetam as válvulas
cardíacas podem ser de dois tipos: anatômico ou funcional impedindo o seu
encerramento completo durante a sístole ventricular. As cardiopatias do miocárdio
afetam a capacidade do coração bombear sangue para todo o corpo em função de
uma redução do tônus muscular, a pressão de saída é menor.
Enfim, cardiopatia infecciosa, ou endocardite infecciosa, é aquela que se
desenvolve devido a invasão de microorganismos, ou seja, bactérias e fungos, no
14
tecido endocárdio ou material protético do coração. Esse tipo de cardiopatia é
considerada muito grave e quando é descoberta, o paciente necessita de internação
prolongada e os riscos de complicações são grandes e em 35% dos casos tem
necessidade de cirurgia, apontam estudos.
Os pacientes coronarianos dividem-se em dois grupos: os que desenvolvem
a doença pela hereditariedade e os que desenvolvem a mesma por outros fatores.
Os indivíduos do grupo da hereditariedade podem desenvolver a doença mais cedo,
ou seja, antes dos trinta e cinco anos, aqueles que desenvolvem por outros fatores
como o estresse, o tabagismo, sedentarismo que envolve maus hábitos alimentares,
com isso, levando a pessoa à obesidade, diabetes, colesterol, enfim, afetando a
saúde, e consequentemente, adquirindo doenças relacionadas ao coração, quanto
menos forem expostas a esses fatores de risco mais tarde a doença irá se
manifestar.
1.2 FATORES DE RISCO:
São
muitos
os fatores que podem levar ao indivíduo à doenças
cardiovasculares. Conforme Duarte et al. (2003),
alguns fatores de risco que
contribuem para o desenvolvimento das doenças do coração são: sedentarismo,
tabagismo, intolerância
à
glicose, hipertensão, indivíduos com irritabilidade,
impacientes e impulsivos, estresse, também a idade, sexo e hereditariedade que são
fatores predisponentes, ou seja, que não pode ser modificado, podem levar ao
infarto do miocárdio.
Nahas (2006, p. 49), salienta que “cerca de 300 mil pessoas morrem por ano
por doenças relacionadas ao coração”, o infarto do miocárdio é a causa da maioria
15
das mortes. Ele afirma que a prevenção é ainda o meio mais eficaz para evitar essas
doenças, como mudança de hábitos alimentares, a prática de atividade física e
também exames rotineiros e preventivos.
A hereditariedade tem fundamental importância no surgimento de doenças
do coração em jovens adultos, ou seja, quando alguém da família é cardiopata a
propensão de desenvolver a doença é maior. As condições hereditárias como
alterações nas artérias coronárias e identificação com familiares cardíacos
influenciam terminantemente
o
surgimento
da
enfermidade
vascular nesses
indivíduos.
Outro fator de risco é o tabagismo, o consumo elevado de cigarros pode ter
um aumento de até três vezes na existência de arteriosclerose coronariana grave,
que são acúmulos de gordura e outras substâncias nas artérias, levando a óbito. De
acordo com Soares (apud OLIVEIRA), “o tabagismo é considerado o maior
multitóxico inalado pelo homem, pois o cigarro possui 4.720 substancias citotóxicas,
gerando prejuízos vitais às funções orgânicas.” O uso do cigarro leva ao infarto do
miocárdio devido a redução do fluxo sanguíneo nas artérias, aumento do trabalho do
coração e, interfere na oxigenação cardíaca, pela presença de monóxido de carbono
no sangue.
A obesidade é outro fator de risco de extrema importância, ela exige um
esforço maior do coração além de estar relacionada à outras doenças como a
diabetes, hipertensão arterial e o colesterol elevado que também podem levar ao
infarto do miocárdio, consequentemente a diminuição de exercícios físicos com a
grande ingestão de glicose levam a um aumento da glicose e gorduras no sangue
desses indivíduos.
16
O portador de doenças coronarianas geralmente é portador de hipertensão
arterial, outro elemento relevante a ser notado, que pode também levar ao enfarte,
conforme Kamel (1996) “estima-se que 50% dos homens e 75% das mulheres com
enfarte tem hipertensão”. Por apresentar fatores de aceleração da aterosclerose, a
hipertensão arterial é considerada uma das maiores responsáveis pelo aumento do
índice de mortalidade por doença arterial cardíaca (DAC). Apesar de ser um fator de
risco considerável, a hipertensão arterial pode ser controlada com a prática de
atividades físicas, dietas e medicamentos.
O diabetes também pode levar o individuo ao enfarte, afirma Soares, (2005)
que:
O diabetes é um sério fator de risco para doença cardíaca, Pois a
intolerância à glicose, ou a presença de glicose na urina e no sangue tem
ação preponderante como fator de risco clássico em virtude de sua relação
com a obesidade, a hipertensão arterial,e a hipertrigliceridemia .
Fatores como a hiperlipidemia (colesterol e triglicerídeos), também devem
ser analisados, o aumento nos níveis de lipídeos no sangue pode levar a doenças
do coração. Soares, (2005, p. 53), afirma que “o aumento de lipídeos no sangue está
relacionado com a ingestão excessiva de gorduras saturadas, açúcar e calorias
totais, e também ao sedentarismo, este ainda pode ser agravado devido a idade,
sexo e pela dieta”.
Os
níveis de estresse elevados contribuem significativamente para
evolução da DAC ( Doença Arterial Cardíaca). Segundo Nahas (2006, p. 197):
Em 1936, o fisiologista canadense Hans Selye, utilizou o termo
stress pela primeira vez com a conotação que se conhece hoje em dia:
stress é a maneira como o organismo responde a qualquer estímulo- bom,
ruim real ou imaginário- que altere seu estado de equilíbrio.
17
Afirma Kamel, (1996, p.80) que hormônios como a cortisona e a adrenalina
são liberados pelo organismo em situações de estresse, em constantes situações de
estresse, esses hormônios tendem a condicionar um aumento da glicose e gorduras
no sangue na obesidade, relacionando a tensão emocional com a obesidade.
Conforme Nahas (2006, p. 203), “o corpo humano foi feito para estar em
constante movimento”, com a modernidade isso foi modificando-se aos poucos, com
o intuito de produzir mais conforto e poupar esforços, as mudanças nos padrões de
movimento levaram ao sedentarismo, que é mais um fator que devemos dar
importância, pois ele também auxilia no desenvolvimento de doenças coronarianas
levando ao enfarte do miocárdio.
1.3
EXERCÍCIO FÍSICO PARA CARDIOPATAS:
A falta de atividades físicas podem levar o indivíduo ao aumento de peso,
consequentemente levando à outros fatores de risco. O exercício físico auxilia na
manutenção do peso, no controle e melhora da diabetes e também hipertensão
arterial levando à uma vida mais saudável com menos propensão de adquirir
doenças relacionadas ao miocárdio.
Estudos afirmam que atividades físicas realizadas regularmente diminui os
fatores de risco que levam às doenças coronarianas, evitando e reduzindo as
chances de desenvolve-las. Segundo Espelho e Garcia (2008), os programas são
para pacientes coronarianos, mas também para indivíduos que possuem algum fator
de risco, e é benéfico pois: melhora a capacidade funcional, melhora a circulação
sanguínea
aumentando
sua
eficiência
vascular,
reduz
colesterol,
diabetes,
obesidade e outros fatores de risco, melhora a qualidade de vida em todos os
18
sentidos como também aumenta o nível de bem-estar, impede eventos coronarianos
etc.
Fernandez (1999 p. 53 e 54) diz que:
O exercício realizado de forma programada e com a intensidade
adequada produz as seguintes modificações: Aumenta o tamanho das
artérias epicárdicas, a circulação colateral, a eficiência miocárdica, o retorno
venoso, a capacidade fibrinolítica do plasma, os níveis de fibrilógeno, o
HDL-colesterol, da ciência do exercício a função tireóidea, a produção de
hormônios somatotrófico, a tolerância ao stress .
De acordo com Duarte e Lima (apud ACSM 2000), a prescrição de
exercícios para cardiopatas se resume “na integração bem-sucedida da ciência do
exercício com técnicas comportamentais que resultam em um programa de longo
termo que atende aos objetivos do individuo”. As atividades físicas devem ser
prescritas de forma individualizada, conforme as limitações dos pacientes, trazendo
benefícios para prevenção, diminuindo os riscos e até mesmo para reabilitação do
cardiopata, podendo então ter uma vida mais ativa sem a dependência de outras
pessoas.
Para elaborar um plano de exercícios físicos para um cardiopata alguns
requisitos são necessários como: “a liberação do médico e um laudo, testes
laboratoriais, alguns tipos de exames se necessário como ecocardiografia e
angiografia coronariana e testes de esforço supervisionado” (DUARTE et al., 2003,
p. 54). Cabe ressaltar ainda que Duarte et al.(apud FROELICHER, 2000) afirma que
“ as variáveis do treinamento que constituem ingredientes básicos para a prescrição
de exercícios físicos são a frequência, intensidade, duração e tipo de atividade e
velocidade de progressão”. Estas variações irão depender do estado clinico do
paciente, de sua disponibilidade, seus objetivos e necessidades.
19
1.4 DIVISÃO DOS PROGRAMAS DE EXERCICIOS FISICOS:
Os programas de atividades físicas são divididos em três sessões: o
aquecimento, a parte principal e a volta a calma, cada um com seus objetivos e
funções. Para Duarte e Lima (apud Franklin et al. 2000 p.54), é na fase de
aquecimento e volta à calma que a maioria das complicações cardiovasculares
ocorrem no cardiopata durante a atividade física. Essas duas fases são o período
onde é ajustado o metabolismo cardiorrespiratório, na transição do repouso para o
exercício e vice versa. O objetivo de cada sessão, segundo Duarte e Lima é:
- AQUECIMENTO: Tem por objetivo preparar o sistema cardiorrespiratório
para o exercício, saindo da fase de repouso para a atividade, aumentando o fluxo
sanguíneo e elevando a temperatura corporal. Para o individuo cardiopata o
aquecimento serve para reduzir situações de risco para algum evento isquêmico,
além de prevenir lesões musculoesqueléticas. Na opinião de Silveira Junior et al.
(1999), a fase de aquecimento deve ter duração entre oito a dez minutos elevando a
frequência cardíaca.
- PARTE PRINCIPAL: Essa fase constitui a parte central do programa,
depois do aquecimento e antes da volta à calma, é nessa fase onde são aplicados
os principais exercícios para o individuo, seja ele cardiopata ou não. Todo programa
de atividade física precisa ter esses três complementos, aquecimento, parte principal
e volta à calma.
Ainda Duarte e Lima ( apud Castro et al. 2000) afirmam que: “A atividade
aeróbica é priorizada em função de sua atuação na modificação de fatores de risco
coronarianos. O treinamento de força e flexibilidade são trabalhados visando,
principalmente, melhora da qualidade de vida”.
20
Todo exercícios físico visa a melhora da qualidade de vida das pessoas, no
caso do cardiopata, a atividade física ajuda no desempenho das tarefas do dia-a-dia
sem a dependência de outras pessoas, facilitando nos afazeres que antes não
podiam
realizar,
melhorando
toda
sua
capacidade
cardiovascular
e
cardiorrespiratório, reduzindo os fatores de risco.
Além do treinamento de força, na fase principal, pode-se realizar atividades
como natação, caminhada, hidroginástica, dança etc., sempre respeitando as
individualidades de cada cardiopata (DUARTE e LIMA, 2003).
- VOLTA À CALMA: também conhecida como esfriamento, deve-se uma
extrema importância nessa fase do treinamento, pois como diz Duarte e Lima (2003
p.55), “nesse período, a demanda de energia é menor, porém o consumo de
oxigênio mantém-se em níveis relativamente altos”, ou seja, o corpo procura voltar
ao seu estado inicial, por isso é necessário uma volta à calma gradativa, sendo
atividades de baixa intensidade, retornando a sua frequência cardíaca e pressão
arterial próximas ao estado inicial.
Nesse período, afirma Duarte et al. (2003, p. 57), que deve-se constante
atenção, não realizando a volta à calma de forma adequada, o cardiopata pode
apresentar características negativas como, angina no peito (dor), sinais de isquemia
e arritmias, pois, logo após ao exercício intenso (parte principal), o retorno venoso
diminui fazendo com que o fluxo sanguíneo de oxigênio para o coração seja menor.
Conforme Silveira Junior et al. (1999), ainda afirma que: “essa fase mantem o
retorno venoso ao coração, diminui o potencial para a hipertensão, tonteiras,
arritmias pós-exercicio, e facilita a dissipação do calor e a remoção do acido lático”.
1.5
TREINAMENTO DE FORÇA:
21
A força, é determinante para a realização das tarefas do dia-a-dia, por isso é
importante prescrever exercícios que trabalham a força muscular do cardiopata, eles
também auxiliam na diminuição dos riscos que levam o individuo ao enfarte do
miocárdio. A pouco tempo os exercícios resistidos foram incrementados nos planos
de atividade física para os cardiopatas, mas é importante saber que carga usar,
quais os pacientes que podem participar desse programa, que tipo de treinamento
de força usar para um cardiopata entre outros.
Conforme Kumai et. al (2008 p.90):
A maioria dos estudos recentes tem demonstrado que os
programas de força, usando cargas leves, moderada ou alta são seguros e
efetivos para o desenvolvimento da força em pacientes com doença da
artéria coronária, ou quem tenha tido enfarto do miocárdio anteriormente .
Os exercícios de força realizados de forma adequada e com monitoramento
conforme a necessidade do paciente trazem benefícios para sua saúde, é uma
forma segura de treinamento para o cardiopata, até mesmo para sua reabilitação
depois de um evento cardíaco. Ainda Soares afirma que,
[...] Investigações recentes que examinaram as adaptações fisiológicas
agudas e crônicas no treinamento de força de intensidade moderada a alta
em populações cardíacas e geriátricas demonstram também que esse
treinamento não é perigoso, como se acreditavam previamente .
De acordo com Duarte e Lima (2003, p. 69), o treinamento de força auxilia
no ganho de força muscular e ajuda no desenvolvimento de algumas tarefas do
cotidiano, como carregar crianças no colo, sacolas de mercado etc., mas deve-se ter
um cuidado na realização desses exercícios evitando que o cardiopata faça a
apnéia, pois isso pode elevar a resposta pressórica.
22
1.5.1 Efeitos do treinamento de força em cardiopatas:
Umpierre e Stein (2007), afirmam que o treinamento de força nos últimos
anos tem sido adaptada em programas de exercícios físicos para cardiopatas como
uma estratégia para a prevenção de diversas cardiopatias, além disso, pesquisas
também indicam os exercícios resistidos para indivíduos cardiopatas, desde que
esses sejam bem estruturados e supervisionados, contribuindo em diferentes
aspectos da saúde.
- FORÇA MUSCULAR: Na concepção de Simão ( 2008), o treinamento de
força promove um aumento na força muscular em indivíduos cardiopatas nos
exercícios de intensidade baixa a moderada, dinâmico, isoscinético e em circuitos.
Ainda Soares afirma:
Baseados em recomendações da ACSM, pacientes cardíacos
deverão desempenhar o exercício resistivo num mínimo de dois
dias/semana para incrementos adequados na força e não mais do que três
dias/semana para permitir restabelecimento adequado .
- CONSUMO MÁXIMO DE OXIGENIO (VO2 MÁX): Estudos afirmam que o
treinamento de força beneficia para um aumento suave a moderado no VO2 máx.
em pessoas com doença coronariana. Segundo Simão (2008), em um estudo
similar, observou-se que o treinamento de força junto com o treinamento aeróbio
tiveram um resultado com maior aumento de força e desempenho aeróbio do que o
treinamento aeróbio sozinho em indivíduos com doenças cardiovasculares.
- COMPONENTES DO SANGUE: Na visão de Simão (2008), afirma que o
treinamento de força pode reduzir os fatores de risco para o desenvolvimento de
23
doenças coronarianas. Pode também beneficiar a química do sangue, produzindo
mudanças positivas nos soros de lipídeos.
- COMPOSIÇÃO CORPORAL: Exercícios de força, para Simão (2008),
aumentam o peso sem aumentar a gordura, isso acontece devido ao ganho de
massa muscular, entretanto ele afirma que o treinamento com pesos pode, ou não
ter uma mudança significativa no peso do individuo cardiopata, ou seja, o conteúdo
de gordura corporal pode não baixar, ou ter um decréscimo pequeno. Em contra
partida, ainda Simão (apud Keleman), em estudos feitos afirmam que “registraram
um decréscimo pequeno mas significativo nos valores médios de gordura corporal”,
com treinamento em circuito durante um período de 10 semanas, mas não perderam
peso corporal.
Nahas (2003), ainda afirma que devemos saber diferenciar gordura corporal
e massa corporal, pois na maioria dos casos o peso pode não diminuir, mas a
gordura corporal diminui, em contra partida o peso da massa muscular aumenta.
- FREQUENCIA CARDÍACA: Segundo Brum et al.(2004), “nos exercícios
dinâmicos, como as contrações são seguidas de movimentos articulares, não existe
obstrução mecânica do fluxo sanguíneo” pois, a produção de metabólitos
musculares fazem com que aconteça uma vasodilatação na musculatura ativa,
reduzindo a resistência vascular periférica, diferente dos exercícios de contração
isométrica onde, há um aumento da resistência vascular periférica que resulta no
aumento exagerado da pressão arterial, ao contrário dos exercícios dinâmicos, os
isométricos promovem a obstrução mecânica do fluxo sanguíneo.
De acordo com a Diretriz de Reabilitação Cardíaca, a frequência cardíaca,
tanto no repouso quanto na realização da atividade física aeróbica, é reduzida,
mesmo quando as cargas de treinamento são submáximas. A diretriz ainda afima
24
que “esses efeitos parecem ser devidos à redução de hiperatividade simpática,
aumento da atividade parassimpática, mudança no marca-passo cardíaco ou mesmo
melhora da função sistólica”.
Polito et al. (2003), afirma que o exercício físico provoca respostas agudas
na pulsação e essas respostas dependem de alguns fatores como a posição
corporal, o estado clinico, a volemia e as condições ambientais.
- PRESSÃO ARTERIAL: Soares, observou em estudos de pesquisadores
que, são necessárias maiores investigações em relação às respostas da pressão
arterial nos exercícios resistidos. “Poucos pesquisadores investigaram sobre as
adaptações do treinamento de longo tempo em populações cardíacas e de alto
risco”( Soares). Sabe-se porém, que os exercícios resistidos promovem a melhora
do
desempenho
cardiovascular,
alterando
beneficamente
os
riscos
de
desenvolvimento de doenças do coração.
Na concepção de Brum et al.(2004, p. 57), em estudos de pesquisadores
observa-se que: “após os exercícios localizados, tanto de baixa, quanto de alta
intensidade, ocorre redução da pressão arterial sistólica, porém apenas os
exercícios de baixa intensidade reduz a pressão diastólica”.
Umpierre e Stein (2007, p. 48), salientam que: “ O exercício físico regular
auxilia no controle da pressão arterial em curto e longo prazo, e em vista disso, é
indicado como intervenção adjunta no manejo da hipertensão”.
1.6 EXERCÍCIOS ISOMÉTRICOS:
O exercício isométrico está relacionado à diversas tarefas do cotidiano, ele
envolve a contração constante do músculo que está envolvido. Como destaca
Soares, a contração isométrica é considerado uma atividade anaeróbia “desde que o
25
fluxo do sangue do músculo e fornecimento de oxigênio sejam associadas à
compressão sustentada dos vasos arteriais durante a contração”.
Exercícios isométricos são contra-indicados para indivíduos com doenças
cardiovasculares devido à pressão excessiva que o miocárdio precisa fazer durante
a contração muscular. Afirma Soares (2005), que:
As elevadas PA(pressão arterial) diastólicas, o retorno venoso
decrescido e a tensão da parede, observados durante o exercício
isométrico, podem aumentar a pressão da perfusão coronária e incrementar
o fluxo do sangue nas áreas estenóticas coronárias e colaterais durante a
diástole, reduzindo o desenvolvimento da isquemia no miocárdio .
Ainda estão sendo feitos estudos sobre exercícios isométricos em relação às
pessoas cardiopatas, entretanto até que as pesquisas sobre o assunto não
comprovem o contrário, os pacientes deverão continuar a ser instruídos a evitar os
exercícios isométricos.
1.7 PRESCRIÇÃO DE UM PROGRAMA PARA CARDIOPATAS:
A prescrição de exercícios para o cardiopata deve ser feita pelo profissional
de Educação Física uma vez que ele tenha conhecimento da capacidade funcional
do paciente e seu quadro clínico. Devem ser programados e aplicados exercícios
que facilite o cotidiano do cardiopata, de acordo com Soares, “os exercícios deverão
ser desempenhados através de uma extensão de movimento para o máximo
benefício e não impedir a respiração normal”. O planejamento de um treinamento
para pessoas com doenças do miocárdio devem seguir a um padrão adequado de
26
um programa de atividades físicas, onde são divididas por sessões, ou seja,
aquecimento, parte principal e volta à calma.
Muitas são as recomendações ao prescrever e aplicar um programa de
exercícios para uma pessoa com doenças cardiovasculares, são sugeridas através
de pesquisas, ainda na concepção de Simão (2008 p.101), durante a realização do
treinamento do paciente/aluno algumas instruções como:
- Devem ser muito bem orientados, de forma que, sua execução seja correta
para não provocar riscos durante o movimento realizado;
- Uma descrição correta do movimento no aparelho;
- Correção postural;
- Deverão ser instruídos a realizar o exercício evitando a contração
isométrica;
- A explicação e demonstração da respiração durante o exercício e os
perigos da manobra de Valsalva durante a execução;
- Exercitar grupos musculares grandes antes e os pequenos depois;
- Verificar a PA antes e durante a prática dos exercícios;
- Verificar a frequência cardíaca antes e durante os exercícios;
- Realizar testes individuais;
- Observar cuidadosamente a adição de peso nos exercícios, entre outros.
Esses e outros cuidados o profissional de educação física deve ter no
momento da prescrição e aplicação de um treinamento físico para uma pessoa com
doenças do coração, evitando e minimizando riscos que podem levar o individuo ao
enfarte do miocárdio. Com um profissional competente, e com exercícios bem
planejados, o cardiopata passa a ter benefícios diminuindo os riscos e melhorando
sua saúde, evitando futuros eventos cardíacos.
2
METODOLOGIA
Nesse capítulo será desenvolvido o método de trabalho utilizado na
realização da presente pesquisa de campo, fazendo parte deste, o tipo de pesquisa,
amostra, instrumento e procedimento de coleta de dados e a forma de análise dos
dados.
2.1 TIPO DE PESQUISA
Embasado na proposta de Gil (2002, p.57), a pesquisa de campo
caracteriza-se como um estudo descritivo, que segundo ele “tem como objetivo
básico descrever as características de populações e fenômenos”, com abordagem
qualitativa.
2.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A amostra foi composta por 06 indivíduos, profissionais de Educação Física,
de ambos os sexos, residentes dos municípios de Horizontina, Três de Maio, Dr.
Mauricio Cardoso e Santa Rosa.
2.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
As informações da pesquisa que se segue referente ao conhecimento dos
profissionais de Educação Física sobre cardiopatias foram coletadas através de uma
28
entrevista com perguntas abertas (anexo A), que segundo Chagas (2000 p.6), “nas
questões abertas, os respondentes ficam livres para responderem com suas
próprias palavras, sem se limitarem a escolha entre um rol de alternativas”. Dentre
elas, salientam-se as que estudam as características de um grupo: distribuição por
idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, etc.
2.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS
Os dados foram coletados pela própria pesquisadora, onde buscou-se
marcar um horário com os profissionais, para a visita nos ambientes de trabalho dos
mesmos, a partir de uma entrevista, foram respondendo conforme o conhecimento
de cada entrevistado.
2.5 ANÁLISE DOS DADOS
Para análise dos dados buscou-se interpretar as respostas dos entrevistados
e a partir disso descreveu-se e discutiu-se com a literatura referente ao tema
estudado.
3. ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste capítulo serão analisados e discutidos os dados referentes à
entrevista aplicada aos profissionais de Educação Física formados que trabalham
em academias com indivíduos cardiopatas, contendo questões referentes ao tema
cardiopatias.
3.1 ANÁLISE DA QUESTÃO NUMERO 1: O QUE VOCÊ ENTENDE POR
CARDIOPATIA?
Ao analisar as respostas referente ao que o profissional entende por
cardiopatia, observou-se que os entrevistados responderam semelhantemente,
referindo-se a cardiopatia como “doença relacionada ao coração”, mostrando que
seus conhecimentos sobre a doença não condizem com a literatura médica que
refere-se a cardiopatia como
“doenças relacionadas com os prejuízos da função
cardíaca pelo fluxo sanguíneo inadequado para as necessidades do coração, que é
causada por alterações obstrutivas na circulação coronária, são doenças no sistema
cardiovascular, ou seja, todas as doenças acometidas ao miocárdio, que podem
levar ao
enfarto”, com essas
respostas
percebe-se
que
os
profissionais
entrevistados sabem o conceito de cardiopatia, porém não tem o conhecimento
aprofundado sobre essas doenças, visto que isso pode influenciar na prescrição de
exercícios físicos para os indivíduos cardiopatas.
30
3.2 ANÁLISE DA QUESTÃO NUMERO 2: ONDE VOCÊ TRABALHA TEM ALGUMA
PESSOA CARDIOPATA QUE FAZ ATIVIDADE FÍSICA?
Verificou-se que os entrevistados 1,2,3,4 e 5 confirmaram que em seus
locais de trabalho tem indivíduos cardiopatas que fazem algum tipo de atividade
física, já o entrevistado 6, não atende nenhuma pessoa cardiopata.
Na atualidade, o cotidiano das pessoas está cada vez mais acelerado, sem
tempo
para
seus
afazeres,
levando-o
a
condições
fisiológicas
para
o
desenvolvimento de doenças relacionadas ao coração pelos vários fatores de risco.
Sabendo que é preciso cuidar da saúde, os cardiopatas estão procurando as
academias, e isso vem aumentando gradativamente, buscando uma melhora no
estilo e qualidade de vida, que Nahas (2006) afirma que: “ Qualidade de vida pode
ser uma medida da própria dignidade humana, pois pressupõe o atendimento das
necessidades humanas fundamentais”.
Visto que o fator do stress está cada vez mais presente, gerando outras
patologias e outros fatores de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares,
ou até mesmo, gerando eventos cardíacos em indivíduos que tenham uma prédisposição de doenças cardíacas, as pessoas com alguma patologia relacionada ao
coração buscam uma estabilidade e até uma melhora em sua saúde, diminuindo
esses fatores que possam levar a um evento cardíaco.
3.3 ANÁLISE DA QUESTÃO NÚMERO 3: QUANTAS PESSOAS CARDIOPATAS
FAZEM EXERCÍCIOS FÍSICOS ORIENTADOS NA ACADEMIA ONDE VOCÊ
TRABALHA?
A maioria dos entrevistados respondeu que trabalha com um numero
reduzido de indivíduos cardiopatas, em contra partida, o entrevistado 5,
31
respondeu que atende seis indivíduos com essa patologia, o que é um número
significativo, com isso, verifica-se a importância do profissional de Educação
Física ter conhecimento para atender portadores dessa patologia, fazendo a
diferença na vida do cardiopata, Daher (2005), afirma que “os profissionais de
Educação Física devem ter o conhecimento essencial para orientar os indivíduos
cardiopatas com a necessidade de uma atenção primordial e cuidados”.
O entrevistado 4 não soube informar quantos alunos cardiopatas
frequentam a academia onde trabalha, e o entrevistado 6 confirmou que não
atende nenhum indivíduo com esse tipo de patologia.
3.4 ANÁLISE DA QUESTÃO NÚMERO 4: AO CHEGAR UMA PESSOA
CARDIOPATA NA ACADEMIA, VOCÊ SABE QUAIS OS PROCEDIMENTOS A
REALIZAR?
Dos profissionais entrevistados, a resposta dos participantes 2, 3 e 5 foram
condizentes, confirmando que sabem e afirmando que deve-se realizar uma
anamnese para conhecer o aluno, saber de suas restrições e individualidades,
juntamente com um laudo médico e avaliação física, com o uso do frequencímetro
durante as atividades realizadas. Os demais entrevistados, 1, 4 e 6, responderam
que sabem quais procedimentos seguir quando chega um indivíduo cardiopata na
academia para realizar exercícios físicos, mas não especificaram quais são esses
procedimentos necessários para que o cardiopata tenha um bom acompanhamento
suprindo suas necessidades.
Segundo Godoy (1997), “o professor precisa conhecer seu aluno e saber de
suas restrições, além dos resultados dos exames e do laudo médico para a
prescrição dos exercícios a ser realizado pelo cardiopata”. É obrigação dos
educadores físicos avaliar o aluno cardiopata antes de qualquer prescrição de
32
exercícios físicos para certificar-se que o treinamento seja eficaz para a sua saúde
sem coloca-lo em riscos. Entretanto Vanzelli et. al (2005) afirma que: “ avaliações
pré-teste de esforço, como a anamnese, são imprescindíveis, pois permitem avaliar
o histórico familiar e doenças pregressas”.
Na concepção de Kraemer e Tairova (2011, p. 05), “o histórico do médico
devem conter informações tais como: qualquer tipo de problema clínico, sintomas,
medicamentos
utilizados
ou
informações
referentes
à
testes
realizados
anteriormente”.
Ghorayeb et. al (2005, p.87) afirma que:
A anamnese permanece como a fonte mais rica de informação, devendo
ser completa e detalhada, com ênfase para os antecedentes
cardiovasculares familiares, sintomas sugestivos de doença cardiológica e
história cronológica da vida esportiva.
Com isso, a prescrição do treinamento físico para o cardiopata será eficaz,
promovendo a melhora da saúde desses indivíduos reduzindo os riscos de possíveis
eventos cardíacos.
3.5 ANÁLISE DA QUESTÃO 5:VOCÊ ACOMPANHA O CARDIOPATA DA MESMA
FORMA QUE ACOMPANHA OUTROS CLIENTES?
Quando analisou-se essa questão, verificou-se que os entrevistados 1, 2, 5 e
6 responderam que o atendimento aos cardiopatas é diferenciado, pois é um público
com a necessidade de maior cuidado e atenção, com aplicação de atividades
aeróbias e anaeróbias de intensidade baixa à moderada.
O profissional de Educação Física deve se possível, também fazer o uso de
um frequencímetro durante a realização dos exercícios físicos pelo individuo com
33
doenças cardiovasculares, salienta o entrevistado 1, para o controle da frequência
cardíaca, evitando uma frequência acima da estimada.
Já, os profissionais entrevistados 3 e 4 afirmaram que atendem seus alunos
cardiopatas da mesma forma que atendem um aluno sem
patologias, o que
percebe-se que há um erro significativo, podendo levar à uma regressão no lugar de
uma progressão na saúde desses indivíduos, expondo-os à grandes riscos.
O
entrevistado
3
ainda
confirma
que
faz
o
uso
de
programas
computadorizados para os indivíduos cardiopatas, assim como faz para os demais
alunos frequentadores da academia, não prescrevendo um treinamento diferenciado
à essas pessoas portadoras de doenças coronarianas. Segundo Dias, Silva e Elicker
(2010), “é imperativa a especificidade em qualquer tipo e nível de treinamento, essa
necessidade está de acordo com o que realmente os cardiopatas precisam,
treinamento específico centrado em sua patologia”.
Isso afirma que os profissionais de Educação Física devem atender seus
alunos cardiopatas com especificidade, respeitando a individualidade biológica,
prescrevendo exercícios condizentes à eles, enfatizando nas atividades que lhe
tragam prazer e envolvimento, para assim cativar esses indivíduos incentivando-os à
prática de atividade física melhorando sua qualidade de vida.
Outro cuidado que os profissionais de Educação Física devem ter é em
relação as variáveis do treinamento físico. Como destaca Kraemer e Tairova (2011),
“alguns cuidados devem ser tomados em relação às variáveis que compõem o
treinamento físico, tais como: intensidade, duração e frequência”. Para a prescrição
de exercícios à esses indivíduos, é preponderante o cuidado que os profissionais
devem ter com essas variáveis, a fim de proporcionar uma vida mais saudável com
menos riscos aos indivíduos com doenças coronarianas.
34
3.6 ANÁLISE DA QUESTÃO 6: JÁ ACONTECEU DE UM CARDIOPATA CHEGAR
NA ACADEMIA ONDE VOCÊ TRABALHA PARA SE EXERCITAR E A ACADEMIA
MANDA-LO PROCURAR UM LOCAL ESPECÍFICO À ELE?
De acordo com a análise da questão que segue, verificou-se que todos os
entrevistados tiveram a mesma resposta, nunca encaminharam esses indivíduos
para algum local que seja específico à eles, pois, salientaram que é preciso atender
de forma positiva à todos os alunos que procuram as academias pelo fator de
prevenção promovendo a melhora da saúde e bem estar conforme a necessidade de
cada indivíduo, respeitando suas restrições.
O entrevistado 2 ainda reforça que ao chegar um indivíduo cardiopata na
academia, procura seguir os procedimentos necessários para atende-lo da melhor
forma possível de acordo com seus objetivos, e o profissional entrevistado 5 afirma
que já realizou vários cursos nessa área, e que também possui vasta experiência
com esses indivíduos, pois atende a um público grande portadores dessa patologia.
Conforme estudos recentes, a quantidade de indivíduos cardiopatas que
estão procurando as academias para cuidar de sua saúde está crescendo de um
modo significativo, isso mostra que as pessoas estão preocupadas com seu estilo de
vida. Nahas afirma que “Pesquisas em diversos países, inclusive no Brasil, tem
mostrado que o estilo de vida, mais do que nunca, passou a ser um dos mais
importantes determinantes da saúde de indivíduos, grupos e comunidades”.
Com um estilo de vida melhor, o ser humano consegue ter uma vida mais
saudável, inclusive os cardiopatas, com a prática de atividades físicas regularmente,
pode-se reduzir os fatores de risco para doenças do miocárdio, evitando um evento
cardíaco.
É nesse contexto que Nahas (2003, p. 09) afirma que:
35
[...] uma das responsabilidades fundamentais dos profissionais de saúde,
principalmente os da Educação Física, deveria ser bem informar as pessoas
sobre fatores como associação entre atividade física, aptidão física e saúde,
os princípios para uma alimentação saudável, as formas de prevenção de
doenças cardiovasculares ou o papel das atividades físicas no controle do
stress .
3.7 ANÁLISE DA QUESTÃO 7: VOCÊ SABE QUAIS OS TIPOS DE EXERCÍCIOS
PODEM SER APLICADOS A UMA PESSOA CARDIOPATA?
Dos entrevistados, os profissionais 4 e 5 somente relataram que sabem
quais os tipos de exercícios podem ser aplicados à uma pessoa cardiopata, sem
especificar suas respostas o que pode-se entender que existe dúvidas da parte
desses profissionais em relação à prescrição de um plano de exercícios físicos para
indivíduos cardiopatas.
Em contra partida, os entrevistados 1, 2, 3 e 6, responderam que deve-se
aplicar exercícios aeróbios e anaeróbios de baixa intensidade como caminhada,
hidroginástica, exercícios resistidos com pouco peso e com algumas restrições,
desenvolvendo um plano estruturado juntamente com um cardiologista, como afi rma
o entrevistado 2.
A partir desse aspecto, Forjaz et al.(202, p.35) afirma que:
Os exercícios aeróbios, ou seja, as atividades realizadas com
grandes grupos musculares movimentados de forma cíclica com baixa a
moderada intensidade e longa duração, feitas de três a cinco vezes por
semana, são as mais recomendadas para a prevenção cardiovascular
primária e secundária.
Desse modo, Kraemer e Tairova (2011, p. 215), afirmam que a intensidade
que devem ser aplicados os exercícios em pessoas cardiopatas é de 55% à 65%,
dessa
forma,
é
de
plena
importância
saber que
indivíduos
com riscos
cardiovasculares moderado à alto, precisam de total supervisão pelo profissional de
36
Educação Física como também, do médico, nutricionista e psicólogo, para que
tenham benefícios.
3.8 ANÁLISE DA QUESTÃO 8: VOCÊ SE SENTA CAPACITADO O SUFICIENTE
PARA PRESCREVER UM PLANO DE ATIVIDADE FÍSICA PARA UM
CARDIOPATA?
Após a análise dos profissionais referente à prescrição de atividade física
para indivíduos com cardiopatias, os entrevistados tiveram respostas semelhantes,
porém o entrevistado 1 ainda afirma que sente-se capacitado pois já participou de
vários cursos relacionados a prescrição e atendimento à esses indivíduos com
doenças relacionadas ao coração.
Segundo Colberg (2003, p. 53), uma maneira de verificar a intensidade dos
exercícios, além da frequência cardíaca, e depois da anamnese e dos testes, seria a
escala de Borg. Esse método permite observar a dificuldade na realização dos
exercícios pelos indivíduos e assim ajustar a intensidade ideal.
Em contra partida, o entrevistado 3 confirma que é capacitado para a
prescrição de um plano de exercícios físicos para seus clientes cardiopatas, mas
confessa que sente uma certa insegurança ao aplicar os exercícios prescritos para
esse indivíduo, isso nos mostra que ainda existe uma carência de informações que
faça com que esse profissional se sinta capacitado o suficiente para a realização dos
planos prescritos a um cardiopata, sentindo-se inseguro ao atender esses
indivíduos.
Na resposta do entrevistado 2, percebe-se que está correto a afirmação de
que o procedimento que deve ser feito antes de qualquer prática de atividade física
pelo cardiopata são os exames e laudo médico para que o profissional de Educação
Física possa ter segurança na aplicação dos exercícios prescritos por ele, pois com
37
esses exames e o laudo médico, é possível conhecer o indivíduo que será atendido,
suas limitações e restrições.
3.9 ANÁLISE DA QUESTÃO 9: EM SUA OPINIÃO, QUAIS OS CUIDADOS QUE O
PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DEVE TER COM UM INDIVÍDUO
CARDIOPATA?
Ao analisar as respostas dessa questão, percebe-se que os entrevistados 1,
3 e 5 responderam semelhantemente, onde, deve-se primeiramente aplicar uma
anamnese para conhecer esse indivíduo, exigir um laudo do seu médico
cardiologista para saber o diagnóstico desse cardiopata para então proceder com o
treinamento.
Para Kraemer e Tairova (2011, p.02):
Esses indivíduos na maior parte das vezes, apresentam
capacidade funcional reduzida e anormalidades eletrocardiográficas, o que
os torna mais suscetíveis à intercorrências cardiovasculares durante a
realização de exercício físico. Por isso, avaliações pré-teste de esforço,
como a anamnese, são imprescindíveis, pois permitem avaliar o histórico
familiar e doenças pregressas .
Conhecendo bem o cardiopata é possível ter grandes resultados, tanto na
prevenção de possíveis eventos cardíacos como também na reabilitação em
indivíduos infartados, com a devida prescrição, atendendo cada um de acordo com
seu objetivo e individualidades, como afirma o entrevistado 5.
Já os respondentes 2, 4 e 6, salientaram que é importante ter cuidados com
a intensidade do treinamento para esses indivíduos não excedendo à 65% da
frequência cardíaca máxima, sempre com orientação e acompanhamento médico,
conscientizando-os ao uso da medicação correta prescrito pelo seu cardiologista.
38
3.10 ANÁLISE DA QUESTÃO 10: SABERIA EM QUAL INTENSIDADE DEVE-SE
TRABALHAR COM UM CARDIOPATA?
Quando analisou-se essa questão, percebeu-se que as respostas dos
profissionais entrevistados foram semelhante, porém diferenciam-se pela forma em
que responderam. O entrevistado 1, ressalta que a intensidade dos exercícios
devem ser entre 65% à 70%, o entrevistado 3 argumentou que deve-se trabalhar
com exercícios de baixa intensidade, porém não deixou claro que intensidade é
essa.
Já os entrevistados 2 e 4 tiveram a mesma resposta, que o profissional
precisa fazer testes com o beneficiário para saber a sua frequência máxima e
mínima para poder ter o conhecimento da intensidade a ser trabalhada e poder
manter o seu treino.
Na concepção de Kraemer e Tairova (2011, p. 09), a intensidade dos
exercícios que serão prescritos pelo profissional irá depender da frequência cardíaca
máxima do indivíduo cardiopata, para proporcionar benefícios á saúde, e enfatiza a
importância de o médico cardiologista saber se o indivíduo toma algum
medicamento que possa alterar sua frequência cardíaca tanto em repouso como na
realização dos exercícios físicos, esses medicamentos mudam a prescrição do plano
de treinamento.
O entrevistado 5 afirmou que sabe em qual intensidade trabalhar com o
cardiopata e enfatizou que isso vai depender de cada indivíduo, a sua cardiopatia
e sua gravidade. Isso está de acordo com a concepção dos autores citados
acima, onde é medida a intensidade de acordo com a frequência cardíaca de
cada cardiopata e sua patologia, ou seja, seu histórico.
39
Enfim, o entrevistado 6 respondeu que deve-se prescrever exercícios com
uma intensidade entre 55% à 65% da frequência cardíaca do beneficiário cardiopata.
Verifica-se que esses percentuais estão dentro dos parâmetros de intensidade
indicados que encontra-se na literatura, mas é de suma importância respeitar as
individualidades de cada beneficiário e saber qual a intensidade mais adequada para
cada um deles, suprindo as necessidades de cada indivíduo.
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A partir do referencial teórico desse estudo, percebeu-se a importância da
prática de atividade física para os beneficiários cardiopatas e a significância do
profissional de Educação Física na vida desses indivíduos. O exercício físico é um
aliado na prevenção e no combate às doenças relacionadas ao coração, bem como,
reduz os fatores de risco que levam à condições para o surgimento dessas
patologias.
Visto a suma importância da atividade física para a melhora da saúde dos
cardiopatas, e as respostas que o exercício físico causa nas capacidades desses
indivíduos, verifica-se a plena importância do conhecimento que o profissional de
Educação Física deve ter em relação à prescrição de um plano estruturado de
exercícios físicos para os indivíduos portadores de doenças coronarianas.
Após analisar os dados obtidos nessa pesquisa, concluiu-se que os
profissionais de Educação Física que foram entrevistados ainda possuem uma
carência de informações e conhecimento sobre patologias relacionadas ao coração,
dificultando na elaboração de um plano de exercícios para estes, o que causa
insegurança da parte dos profissionais na prescrição de exercícios físicos para os
cardiopatas.
Verificou-se através da literatura que tanto exercícios aeróbios quanto
exercícios anaeróbios podem ser aplicados no plano de exercícios para um indivíduo
com doenças coronarianas, mas deve-se ressaltar que o profissional precisa
conhecer esse indivíduo, sua individualidade biológica e seu histórico patológico.
Com a aplicação de testes e a anamnese feita pelo profissional, bem como o
laudo do médico cardiologista, pode-se conhecer o cardiopata e assim fazer a
41
prescrição das atividades a serem realizadas por ele de acordo com suas
necessidades, trazendo benefícios para a sua qualidade de vida.
O profissional de Educação Física precisa estar sempre em busca de
conhecimento através de cursos específicos para cada tipo de patologia e a
prescrição de exercícios, deve-se buscar aperfeiçoamento sobre tudo que abrange a
área da saúde para poder ter segurança e certeza quando irá fazer a prescrição de
um plano estruturado de acordo com os objetivos que é proposto ao indivíduo em
que será aplicado esse treinamento, para poder beneficiar a todos que procuram
melhorar seu estilo e qualidade de vida.
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ANEXOS
46
ANEXO A – ENTREVISTA APLICADA AOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA
CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA EM RELAÇÃO
À CARDIOPATIA
Esta pesquisa tem por objetivo investigar o conhecimento dos profissionais
de Educação Física sobre cardiopatias e a prescrição de exercícios físicos para os
cardiopatas.
O questionário abaixo faz parte de uma monografia acadêmica sobre o
procedimento adotado nas academias em relação ao beneficiário cardiopata.
1.
O que você entende por cardiopatia?
2.
Onde você trabalha tem alguma pessoa cardiopata que faz atividade física?
3.
Quantas pessoas cardiopatas fazem exercícios físicos orientados na
academia em que você trabalha?
4.
Ao chegar uma pessoa cardiopata na academia, você sabe quais os
procedimentos a realizar?
5.
Você acompanha o cardiopata da mesma forma que acompanha outros
clientes?
6.
Já aconteceu de um cardiopata chegar na academia onde você trabalha
para se exercitar e a academia manda-lo procurar um local especifico à ele?
47
7.
Você sabe quais os tipos de exercícios podem ser aplicados a uma pessoa
cardiopata?
8.
Você se sente capacitado(a) o suficiente para prescrever um plano de
atividade física para cardiopatas?
9.
Em sua opinião, quais os cuidados que o profissional de educação física
deve ter com um individuo cardiopata?
10.
Saberia em qual intensidade deve-se trabalhar com um cardiopata?
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