MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA CENTRO DE EDUCAÇÃO – CEDUC CURSO DE PSICOLOGIA PÂMELA APARECIDA CÂNDIDO TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL: LUTANDO CONTRA O ESPELHO Boa Vista, RR 2014 PÂMELA APARECIDA CÂNDIDO TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL: LUTANDO CONTRA O ESPELHO Monografia apresentada como prérequisito para conclusão do Curso de Graduação em Psicologia do Centro de Educação-CEDUC da Universidade Federal de Roraima. Orientadora: Profª. Drª. Nilza Pereira Araujo. Boa Vista, RR 2014 PÂMELA APARECIDA CÂNDIDO TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL: LUTANDO CONTRA O ESPELHO Monografia apresentada como pré-requisito para conclusão do Curso de Graduação em Psicologia do Centro de Educação-CEDUC da Universidade Federal de Roraima. Defendida em 21 de janeiro de 2014 e avaliada pela seguinte banca examinadora: Profª. Drª. Nilza Pereira Araujo Orientadora/ Curso de Psicologia/ CEDUC- UFRR Profª. MSc. Soraya Ivon Ramirez Curso de Psicologia/ CEDUC- UFRR __________________________________________________________________ Profª. Drª. Pamela Alves Gil Curso de Psicologia/CEDUC-UFRR À minha amada família, por tudo. À Meus pais, Mauro e Maria Aparecida, Irmãs Patrícia e Paloma. E a minha 2º família, Sidney Marcelo, Théssia, Cilene, Thalles e Jorgea Danielle. AGRADECIMENTOS A Deus, por me dar forças, sabedoria e direcionamento ao longo desta jornada. Aos meus pais, Mauro e Maria Aparecida pelo amor, educação, carinho e apoio constante. Pelos conselhos e palavras de encorajamento, por sempre acreditarem em mim. Por abrir mão da minha companhia durante esses anos de estudo, o que não foi nada fácil, e juntamente comigo suportarem as saudades. As minhas irmãs, Patrícia e Paloma, pela torcida. Também ao meu cunhado Vicente Junior pelo apoio. A minha segunda família, Sidney Marcelo, Théssia, Cilene, Thalita e Thimóteo, que me acolheram como filha em sua casa e em seus corações, durante os últimos anos de curso. A minha amiga e confidente, Jorgea Danielle, por sua amizade, por sempre me ouvir, compartilhar dos momentos bons e ruins, pelos conselhos, sorrisos e brincadeiras. Ao meu amigo, Thalles Nascimento, por sua amizade, carinho, incentivo, auxílio, companheirismo, sinceridade e convivência que me ajudaram a amadurecer. Aos meus amigos e colegas que torceram e oraram por mim mesmo estando longe ou perto. Ao Pr. Joversi Ferreira Junior, por sua experiente ajuda na tradução do resumo para o inglês. A minha turma de Psicologia, Adenilda Favela, Camila Oliveira, Liliane Costa, Gabriela Cruz, Paulo Henrique, Priscila Delarmelina Nislândia Evangelista, Ingrid costa, Rafaela Teixeira, Idemar Dartora, Rodrigo Scalabrin, Sérgio Xavier, Marina Alvares, que juntamente comigo amadureceram ao longo desses anos. Em especial as amigas e guerreiras que tornarem os anos de estudos mais alegres, que compartilharam comigo suas lutas e conquistas, Valdirene Amorim, Gleyciane Eva, Jesucina Nascimento e Lia Salles. A orientadora, professora Nilza Pereira Araujo, pela dedicação, paciência e sabedoria durante as orientações. “A auto- imagem é a essência da personalidade e do comportamento humano. Mude a auto- imagem, e ambos serão transformados.” Maxwell Maltz RESUMO A mídia e a sociedade nas últimas décadas têm exercido grande influência crítica e observadora sobre o corpo, estabelecendo padrões estéticos, cultuando o belo. As pessoas que se encontram fora desses padrões acabam por sofrer um desconforto relacionado à sua imagem corporal. O interesse no descontentamento corporal vem crescendo, devido à importância da identificação de alterações da imagem corporal como essencial para o diagnóstico precoce do Transtorno Dismórfico Corporal (TDC). Diante disso, esta pesquisa teve por objetivo geral investigar e discutir sobre o TDC, verificando a insatisfação dos portadores deste transtorno com a própria imagem corporal e qual a eficácia segundo a Terapia Cognitivo-Comportamental. Para tanto, a coleta de dados foi iniciada com a adoção de critérios que delimitaram o universo do estudo, orientando a seleção do material, por meio de levantamento bibliográfico e classificação do material impresso e digitalizado. Para o acesso ao banco de dados elegeram-se as seguintes condições: trabalhos científicos segundo os objetivos propostos, investigação de aspectos psicológicos, psicoterápicos e medicamentosos do Transtorno Dismórfico Corporal, que sejam da área da Psicologia e Ciências da saúde, eliminando trabalhos de outras áreas. Quanto à disponibilidade na internet, foram selecionados trabalhos completos e eliminados trabalhos que permitiram a visualização apenas de resumos ou que se encontram bloqueados. Foi utilizado somente o idioma português, eliminando as pesquisas publicadas em outras línguas. E quanto ao período das publicações, foram delimitadas entre 1980 a 2013. A escolha por delimitar as publicações neste período deve-se ao fato de que os primeiros rumores e pesquisas sobre o transtorno iniciaram na década de 80. Optou-se por um estudo exploratório de caráter bibliográfico. A partir das leituras e análises, foram selecionadas doze (12) pesquisas nos seguintes bancos de dados, Scielo, Lilacs, BVS, Bireme, e bibliotecas digitais de universidades brasileiras, dividindo-se em: dois (2) relatos de caso, sete (7) artigos, duas (2) dissertações de mestrado e uma (1) tese de doutorado. O método adotado abrange análises quantitativas e qualitativas. O quantitativo foi utilizado para caracterização geral das pesquisas selecionadas, apresentadas de forma objetiva, utilizando recursos e técnicas de estatística, numéricos, tabelas e gráficos. O qualitativo envolveu a análise dos dados e as categorias temáticas. Os resultados revelam que os comportamentos envolvidos no TDC são: checagens no espelho, tentativa de camuflagem do suposto defeito, esquiva social, comportamentos obsessivo, depressivos, compulsivos e delirantes, nos casos mais graves ideação suicida. Práticas educativas aversivas, a mídia e cultura têm exercido grande influência na insatisfação da imagem corporal e no desenvolvimento deste transtorno. Os instrumentos mais utilizados para avaliação do transtorno são entrevistas, escalas e questionários validados cientificamente. Quanto ao tratamento farmacológico e psicoterápico, os antidepressivos, antipsicóticos e a Terapia Cognitivo-Comportamental aparecem como os mais indicados. Os trabalhos na literatura nacional sobre o tema ainda são escassos, necessitando de futuras pesquisas sobre a funcionalidade e caracterização dos comportamentos do TDC, principalmente pesquisas experimentais com representativo número de amostra. Palavras-chaves: Transtorno Dismórfico Corporal. Comportamental. Imagem Corporal. Tratamento. Terapia Cognitivo- ABSTRACT The media and society in recent decades have exercised great critical and observing influence on the body, setting aesthetic standards, worshiping the beautiful. People who are outside these patterns end up suffering discomfort related to their body image. The interest in body dissatisfaction has been growing because the importance of identifying changes in body image as vital for the early diagnosis of Body Dysmorphic Disorder (BDD). Therefore, this research had the main objective to investigate and discuss the BDD by checking the dissatisfaction of patients with this disorder with their own body image and what is the effectiveness according to Cognitive-Behavioral Therapy. Therefore, the data collection was initiated with the adoption of criteria that delimit the scope of the study, guiding the selection of material through a literature review and classification of printed and digital material. To database access it was elected the following conditions: scientific papers according to the proposed goals, investigation of psychological, psychotherapeutic and pharmacological aspects of Body Dysmorphic Disorder, from the area of psychology and health sciences, eliminating jobs in other areas. As to the availability on the Internet, complete jobs were selected and jobs that allow us to view only summaries or are blocked were eliminated. The Portuguese language was used, thus eliminating the research published in other languages. And as to the period of the publications, it were bounded between 1980-2013. The choice to delimit the publications in this period of time is due to the fact that the first rumors and research on the disorder began in the 80s. We opted for an exploratory study of a bibliographical character. From the readings and analysis, we selected twelve (12) studies in the following databases, Scielo, Lilacs, VHL, Bireme and digital libraries in Brazilian universities, divided into : two (2) case reports of seven (7) articles, two (2) dissertations and one (1) PhD thesis. The method adopted includes quantitative and qualitative analyzes. The quantity was used for general characterization of selected studies presented objectively, using resources and statistical techniques, numerical tables and graphs. The qualitative involved the analysis of the data and the thematic categories. The results reveal that the behaviors involved in the BDD are mirror checkings, trying to camouflage the alleged defect, social withdrawal, depressive, compulsive and delusional obsessive behaviors, and, in more severe cases, suicidal ideation. Aversive educational practices, the media and culture have exerted great influence on body image dissatisfaction and the development of this disorder. The most common tools for assessment of the disorder are interviews, scientifically validated scales and questionnaires. As to the pharmacological and psychotherapeutic treatment, antidepressants, antipsychotics and CognitiveBehavioral appear as the most suitable. The works in national literature on the subject are scarce and need further research on the functionality and characterize the behavior of the BDD, mainly experimental research with representative number of sample. Keywords: Body Dysmorphic Disorder. Cognitive-Behavioral Therapy. Body Image. Treatment. LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1- Objetivos apresentados nas fontes selecionadas................................27 LISTA DE TABELAS TABELA1- Critérios para construção da amostra................................................... 22 TABELA 2- Classificação, autor, ano, título, fonte e bases de dados de cada pesquisa selecionada............................................................................................ TABELA 3- Categorias selecionadas e respectivos autores que 23 a mencionaram.......................................................................................................... 25 TABELA 4- Instrumentos utilizados em cada pesquisa, bem como seus respectivos autores................................................................................................. 27 LISTA DE ABREVIATURAS BIREME – Biblioteca Regional de Medicina; BVS – Biblioteca Virtual em Saúde; LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde; PUC – CAMPINAS – Pontifícia Universidade Católica de Campinas; RBCP – Revista Brasileira de Cirurgia Plástica; SCIELO – Scientific Electronic Library Online; UEL – Universidade Estadual de Londrina; USP – Universidade de São Paulo. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12 2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 14 2.1 TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL ...................................................................... 14 2.2 IMAGEM CORPORAL ............................................................................................................ 16 2.3. ABORDAGENS TERAPÊUTICAS EM PACIENTES COM TDC ..................................... 18 3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ................................................................ 21 3.1. OBJETIVOS DA PESQUISA............................................................................................. 21 3.1.1. Objetivo Geral............................................................................................................ 21 3.1.2. Objetivos Específicos ............................................................................................. 21 3.2. METODOLOGIA ................................................................................................................. 21 3.2.1. Tipo de pesquisa .............................................................................................. 21 3.2.2. Método da pesquisa ......................................................................................... 21 3.2.3. Delimitação das fontes .................................................................................... 22 3.2.4. Locais e Procedimento das fontes................................................................. 23 3.2.5. Procedimento e Técnica de Analise de Dados ............................................. 26 3.2.6. Caracterização Geral das Pesquisas ............................................................. 27 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 30 4.1. COMPORTAMENTOS ENVOLVIDOS NO TDC ........................................................... 30 4.2. FATORES DE INSATISFAÇÃO COM A PRÓPRIA IMAGEM .................................... 31 4.3. AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO ...................................................................................... 32 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 35 6. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 36 12 1. INTRODUÇÃO Em uma sociedade em que os padrões de beleza e os motivos de felicidade são determinados pela estética. Tudo aquilo que foge desta beleza e destes padrões é severamente alvo de preconceitos e discriminações. As pessoas acreditam cada vez mais que a regra para ser feliz deve basear-se na imagem e na aparência (ROSOSTOLATO, 2013). Segundo Porto & Lins (2009) a mente humana incorpora distorções de conceitos e imagens, elevando para o imaginário, situações completamente fora da realidade, situação essa, que abrange os portadores do Transtorno Dismórfico Corporal fazendo, com que os indivíduos sintam-se insatisfeitos com sua imagem corporal. Também conhecido como, dismorfofobia, foi descrita em 1886 por Morselli como uma síndrome caracterizada por um descontentamento do paciente pelo seu próprio corpo, associado a um profundo sentimento de vergonha quando se percebia observado por outras pessoas, pois se julgava muito feio ou deformado. Os indivíduos com esse transtorno não tem noção da doença, o que os impulsionam a buscar ajuda nas clínicas de estética e dermatologia, em vez de buscarem ajuda psiquiátrica ou psicológica, uma vez que o incômodo é supostamente na aparência física. O objetivo da pesquisa foi de investigar e discutir sobre o Transtorno Dismórfico Corporal, verificando a insatisfação dos portadores deste transtorno com a própria imagem corporal. Para Di Pietro & Silveira (2009) o interesse no descontentamento corporal vem crescendo, motivado, na maioria das vezes, pelo reconhecimento da importância da identificação de alterações na imagem corporal como essencial para o diagnóstico precoce do Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), pois os sintomas isolados deste e de outros transtornos precedem sua manifestação completa. De acordo com o que foi exposto e buscando investigar o fenômeno proposto, o estudo apresentou a seguinte questão norteadora: Como fatores externos e internos influenciam a satisfação da imagem corporal no Transtorno Dismórfico Corporal? Segundo Porto & Lins (2009), a sociedade e a mídia nas últimas décadas têm exercido uma grande influência crítica e observadora sobre o corpo, estabelecendo padrões estéticos, rotulando e classificando pessoas de acordo com sua imagem corporal cultuando o belo e perfeito. Proporcionando um desconforto relacionado à 13 imagem corporal, sem indicar um caminho seguro e saudável para modificar essa percepção distorcida da auto- imagem, causando consequências biopsicossociais indesejáveis. Dessa forma, a proposta deste trabalho foi de investigar por meio de uma revisão bibliográfica o Transtorno Dismórfico Corporal e as percepções distorcidas da imagem corporal dentro desse transtorno. A fim de, enriquecer o campo da psicologia, procurando abordar de forma significativa um assunto que até então, tem sido pouco explorado e observa-se uma escassez de literatura, aumentando assim o acervo para profissionais e estudantes da área e outros interessados pelo tema. 14 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. TRANSTORNO DISMÓRFICO CORPORAL O Transtorno Dismórfico Corporal foi descrito pela primeira vez na classificação de diagnósticos psiquiátricos americano em 1980 no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 3º edição- DSM-III, como Transtornos somatoformes atípico: dismorfofobia. Em 1987 com poucas modificações no conceito o DSM-III-R (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 3º edição revisado) traz a descrição do Transtorno Dismórfico Corporal. Já em 1992 a Classificação de Transtornos Mentais e de comportamento (CID-10), classifica este transtorno dentro da categoria dos Transtornos somatoformes, como um transtorno hipocondríaco (TRATADO DE PSIQUIATRIA CLÍNICA, 2002). Para um diagnóstico definitivo, conforme a CID- 10, os dois critérios listados abaixo devem estar presentes: a) Crença constante na presença de pelo menos uma doença física séria originando o sintoma(s), ainda que investigações e exames repetidos não tenham identificado qualquer explicação física adequada, ou uma preocupação persistente com uma suposta deformidade ou desfiguramento; b) Recusa persistente de aceitar a informação ou confirmação de vários médicos diferentes de que não há doença ou anormalidade física causando os sintomas. É essencial a diferenciação com os transtornos de somatização, depressivos, delirantes e transtornos de ansiedade e de pânico. (CID- 10, 1993). Atualmente, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 4º edição com texto revisado- DSM-IV-TR™ (2002) traz três critérios diagnósticos para o quadro de Transtorno Dismórfico Corporal: a) Preocupação com um defeito imaginário na aparência. Se uma ligeira anomalia física está presente, a preocupação do indivíduo é acentuadamente excessiva. b) A preocupação causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 15 c) A preocupação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (por exemplo, insatisfação com a forma e o tamanho do corpo na Anorexia nervosa). Para Battini (2008), ao avaliar a categoria no qual o TDC está incluso na CID (hipocondria), assim como os três critérios para a classificação no DSM-IV, identifica-se que o Transtorno Dismórfico Corporal ainda é um transtorno pouco descrito, mesmo do ponto de vista topográfico. Já que não há identificação de frequencia, nem operacionalização do conceito “ preocupação excessiva”, ou especificações das condições em que pode ser considerado “fora dos padrões”. Tais indefinições e imprecisões produzem mais dúvidas que esclarecimentos. O TDC em geral inicia na adolescência ou na idade adulta, mas pode iniciar na infância. É uma condição crônica com uma intensidade crescente e decrescente, raramente com remissão total. Corover & Gleaves (2001) acreditam que a origem do Transtorno Dismórfico Corporal pode estar ligada ao início da menstruação no caso das meninas e a puberdade no caso dos meninos, quando ambos vivenciam o aparecimento de acnes e mudanças na pele. Porém, não há pesquisas empíricas que comprovem essa afirmação. As queixas dos pacientes com TDC comumente envolvem falhas imaginadas ou leves na cabeça, acne, rugas perda de cabelos, inchaço, palidez ou rubor, desproporção facial, assim como preocupações com o tamanho, a forma ou algum outro aspecto relacionado a nariz, olhos, pálpebras, sobrancelhas, orelhas, boca, lábios, dentes, mandíbula, queixo, bochechas ou cabeça. A parte do corpo na qual reside o foco da preocupação pode permanecer a mesma ou mudar. Alguns dos comportamentos típicos mais frequentes neste transtorno são checagens frente ao espelho e exames de defeito em objetos refletores, por exemplo, vitrines de lojas, para-brisas, dentre outros, podendo consumir horas por dia. Esses indivíduos podem tentar camuflar o suposto defeito, deixando a barba crescer, usando acessórios como chapéus, lenços, casacos ou blusas de manga comprida. O sofrimento e a disfunção associados com o TDC, embora variáreis podem ocasionar repetidas hospitalizações e ideação suicida, tentativas de suicídio ou suicídio consumado (DSM-IV-TR™, 2002). A causa deste transtorno ainda não é bem conhecida. Vários autores (PHILLIPS et al., 1995; AMÂNCIO et al., 2002; TORRES, FERRÃO & MIGUEL, 2005) discutem se o TDC deveria ser considerado como um subtipo do transtorno 16 obsessivo-compulsivo (TOC). Isso porque seus portadores apresentam uma obsessiva necessidade de avaliar seus defeitos, reais ou imaginários, gerando um comportamento que é característico do TOC. Uma hipótese biológica sugerida seria a causa orgânica do TDC, a desregulação do sistema serotoninérgico (FIGUEIRA et al., 1993; FIGUEIRA et al., 1999). Já segundo Mackley (2005), o TDC estaria relacionado com a imagem corporal psicológica, que é o modelo interno que a pessoa guarda de si mesma. Esta imagem é formada desde tenra idade e constantemente alterada por influências externas, durante o seu desenvolvimento. 2. 2. IMAGEM CORPORAL Ao longo das décadas os padrões de beleza têm oscilado consideravelmente entre a valorização de corpos roliços, gorduras em quadris, coxas, barriga e mamas, a ossos e costelas saltadas (SEGATTO; PADILLA; FRUTUOSO, 2006). Muitas mulheres, que se exibem de forma atraente, porém fora dos padrões de beleza apresentados na contemporaneidade, levam consigo uma sensação de baixa autoestima, fazendo com que se sintam rejeitadas, desvalorizadas e feias ( DUTRA, 2013). O conceito de imagem corporal como um fenômeno psicológico foi inicialmente formulado em 1935, pelo psiquiatra austríaco Paul Ferdinand Schilder (1886-1940), como sendo a imagem que o sujeito tem de seu próprio corpo em sua mente, o que pode explicar a forma com que o corpo é a ele apresentado. Segundo Paul, a imagem corporal que é formada na mente é estabelecida pelos sentidos, ideias e sentimentos, que na maioria das vezes, são inconscientes. Essa representação é construída e reconstruída ao longo da vida (SCHILDER, 1999). Outro estudioso de destaque internacional sobre a imagem corporal é Slade (1994) que argumenta que ela está composta por dois elementos principais: o componente perceptual e o componente subjetivo. O primeiro refere-se à exatidão com que o indivíduo estima o tamanho e a forma de seu corpo, enquanto o segundo diz respeito às atitudes, valores e aos sentimentos que o indivíduo tem em relação ao próprio corpo. Portanto, de acordo com Slade a Imagem Corporal corresponderia a uma “flutuante representação mental do tamanho, contorno e aparência do corpo que é influenciada por uma variedade de fatores históricos, culturais, sociais, 17 individuais e biológicos, que operam variavelmente ao longo do tempo” (SLADE, 1994). Ou seja, a imagem corporal é como o sujeito vê seu próprio corpo e age em relação a este. Esta imagem está constantemente se modificando devido à influência de vários fatores que atuam durante o ciclo de vida do indivíduo. Sendo assim, Russo afirma que: Nossos corpos são vitimizados por políticas de saberes/poderes que nos identificam, classificam, recalcam, estigmatizam, enfim, formam e deformam as imagens que temos de nós mesmos e dos outros. Desta forma, o homem vive o seu corpo não a sua maneira e vontade. Experimenta a todo o momento uma aprovação social de sua conduta. O corpo tem que aprender a comportar-se conforme regras e técnicas estabelecidas pela sociedade e a beleza corporal também é definida por modelo estético padronizado comercialmente. Sabemos que estes padrões de beleza são modificados a cada época (RUSSO, 2005, p. 83). “O culto ao corpo está diretamente associado à imagem de poder, beleza e mobilidade social, sendo crescente a insatisfação das pessoas com a própria aparência.” (BOSI et al., 2006). E são os meios de comunicação que se encarregam de criar gostos e reforçar imagens padronizadas de corpos. Os indivíduos que se veem fora das medidas sentem-se pressionados e desgostosos. O reforço dado pela mídia em mostrar corpos atraentes, faz com que parte da nossa sociedade se lance na busca de uma aparência física idealizada (RUSSO, 2005). Alves et al. (2009) afirmam que, para alcançar os ideais de beleza, tem crescido a busca por procedimentos radicais de transformação do corpo, denominado cirurgia estética. O avanço deste tipo de procedimento cirúrgico reflete a crença de que a cirurgia estética pode “curar” ou corrigir não só o problema corporal, mas também restabelecer o estado psicológico afetado pela estigmatização corporal. Para Ballone (2007) as pessoas acreditam que a beleza resolverá o problema da timidez e lhes dará segurança social. Entretanto, o que acontece é o início de uma obsessão que acaba por gerar uma patologia. A atitude mais habitual, apesar de inocente, é acreditar que a timidez e insegurança sociais seriam resolvidas caso a pessoa fosse bela, forte, um modelo de homem perfeito, um corpo escultural. Nasce aí a obsessão de beleza física e perfeição, os quais se convertem em autênticas doenças emocionais, acompanhadas de severa ansiedade, depressão, fobias, atitudes compulsivas e repetitivas (olhadas seguidas no espelho) e que conduzem ao chamado Transtorno Dismórfico Corporal (BALLONE, 2007). 18 Na pesquisa realizada por Alves et al. (2009), relacionada a cultura e imagem corporal, os autores concluem que para a prevenção das psicopatologias é necessário enfatizar aspectos e características do indivíduo que são dignos de valor, como esforço e competência, e romper com o ideal de magreza imposto pela sociedade. Já que a cultura desempenha um papel fundamental no modo como o indivíduo percebe e deseja a sua imagem corporal. A consciência de si baseada no reconhecimento da própria imagem, incluindo seus aspectos fisiológicos, sociais e afetivos, é um caminho promissor para a transformação do corpo-objeto em um corpo-sujeito no contexto de uma vida social significativa e prazerosa (RUSSO, 2005, p. 89). 2.3. ABORDAGENS TERAPÊUTICAS EM PACIENTES COM TDC Não há tratamento específico para o Transtorno Dismórfico Corporal. Estratégias de tratamento têm incluído tratamentos médicos não psiquiátricos (como cirurgias estéticas, farmacoterapia), Terapia Cognitivo-Comportamental e métodos combinados. Estudos obtidos por meio de relatos de caso único, linha de base múltipla com sujeito único e diversos estudos de caso apontaram que a Terapia Cognitivo-Comportamental parece ser o tratamento mais efetivo (VEALE, 2002; ROSEN, 2003; CARRACEDO et al., 2004). Terapia Cognitivo-Comportamental é um termo genérico que abrange uma variedade de mais de 20 abordagens dentro do modelo cognitivo e cognitivocomportamental, e que tem como características definidoras, três proposições fundamentais, primeira, que a atividade cognitiva influencia no comportamento; segunda, que a atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada; terceira, que o comportamento desejado pode ser influenciado mediante mudança cognitiva (KNAPP, 2004). A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma terapia ativa, a qual tem como objetivo ensinar o paciente a reconhecer pensamentos e crenças, principalmente às ideias distorcidas que geram seus problemas. A TCC indica a importância das conexões entre pensamento, afeto e comportamento, visa também, examinar as evidências a serviço de pensamentos que são automaticamente distorcidos, e instrui o indivíduo a substituir esses pensamentos por interpretações mais lógicas e orientadas para a realidade, determinando afeto e comportamento mais positivos. A finalidade da TCC é de diminuir a angústia que está relacionada 19 com a distorção cognitiva, ou seja, os erros de processamento de ideias e pensamentos referente a uma situação. Logo, a Terapia Cognitivo- Comportamental tende a alterar as interpretações errôneas que prejudicam a vida do indivíduo (COPETTI, S/A). Finalmente, Teorias cognitivas- comportamentais mostram que o TDC se trata de um transtorno no qual a percepção do indivíduo em relação a sua imagem corporal se encontra distorcida (BATTINI, 2008). Partindo deste pressuposto, os cognitivistas têm adotado frequentemente o procedimento de reestruturação cognitiva no tratamento do TDC. Esta abordagem de reestruturação cognitiva inicia-se pela identificação e registro dos pensamentos automáticos e crenças disfuncionais, e tem como objetivo desenvolver pensamentos mais realistas, que incluem a aceitação da beleza como sendo subjetiva e a compreensão da crença de que humanos são muito complexos para se basear unicamente na aparência (VEALE et al., 1996). Outras formas de intervenção são: treinamento de habilidades sociais, roleplay e intervenções psicoeducativas também têm sido utilizados. Em estágios iniciais do tratamento, esta última vem sendo reconhecida como um elemento importante (VEALE et al., 1996; CARRACEDO et. al, 2004). A psicoeducação tem por fim aumentar o conhecimento do paciente sobre o transtorno que é portador, sobre a origem dos sintomas, efeitos colaterais de medicamentos, procedimentos e etapas do tratamento para remoção dos sintomas, dentre outras informações (CORDIOLI et al., 2008). O role-play consiste no treino de respostas adequadas em procedimento de ensaio comportamental, no qual o terapeuta e paciente irão reproduzir situações da vida real que geram desconforto. O objetivo é treinar o paciente a interagir adequadamente em situações sociais (BARRETO, 2012). Outra forma de intervenção inclui a Exposição com Prevenção de Resposta (EPR), que consiste em expor o cliente a situações aversivas, como por exemplo, prevenir respostas de verificação frente ao espelho e se expor a situações públicas sem utilizar objetos para camuflar a suposta deformidade. Os exercícios de exposição seguem uma sequência hierárquica da situação evitada, da que causa menor para o maior grau de estresse (COROVER; GLEAVES, 2001; VEALE, 2002; ROSEN, 2003). Além disso, busca-se eliminar comparações excessivas com outras pessoas, assim como a aceitação de elogios. 20 Segundo Cordioli et al. (2008) o papel do terapeuta cognitivo-comportamental é auxiliar o paciente a adquirir senso de controle sobre efeitos da dor em sua vida, identificar, avaliar, modificar pensamentos e expectativas distorcidas. Em se tratando da prevenção de recaída e término do tratamento, O paciente é estimulado a antecipar e planejar como será o período após o término do tratamento, que ocorre de forma gradual. Expectativas em relação a futuros problemas são examinadas, atentando para o fato de que a terapia cognitivo-comportamental não significa imunidade a problemas, e sim um aprendizado de lidar de modo mais efetivo com eles (CORDIOLI et al., 2008, p. 607). Para Sadock & Sacock (2007) o tratamento de pacientes com Transtorno Dismórfico Corporal com procedimentos cirúrgicos, dermatológicos, dentários ou outras intervenções médicas é quase constantemente malsucedido por não resolverem o problema, pois este está na percepção errada que o paciente tem de si, não na aparência física. Entretanto, os medicamentos tricíclicos, os inibidores da monoaminoxidase e a pimozida (Orap ®), tem sido úteis em casos individuais, um número maior de dados indica que os medicamentos específicos para a serotonina- por exemplo, a clomipramina (Anafranil ®) e a fluoxetina (Prozac ®), reduzem os sintomas em pelo menos 50% dos casos. Em qualquer paciente com um transtorno mental coexistente, como um transtorno depressivo ou um transtorno de ansiedade deve-se adequar a farmacoterapia e a psicoterapia. Não está definido, o tempo que o tratamento deve durar após a remissão dos sintomas (SADOCK & SACOCK, 2007). 21 3. PROCEDIMENTO METODOLÓGICO 3.1. OBJETIVOS DA PESQUISA 3.1.1. Objetivo Geral Investigar e discutir o Transtorno Dismórfico Corporal, verificando a insatisfação dos portadores deste transtorno com a própria imagem corporal e qual a eficácia do tratamento segundo a Terapia Cognitivo- Comportamental. 3.1.2. Objetivos Específicos Caracterizar os comportamentos envolvidos no Transtorno Dismórfico Corporal; Identificar e descrever os principais fatores da insatisfação com a própria imagem; Discutir os principais procedimentos utilizados no tratamento do Transtorno Dismórfico Corporal. 3. 2. METODOLOGIA 3.2.1. Tipo de pesquisa Optou-se por um estudo exploratório, a fim de proporcionar maiores informações sobre a temática. Quanto a sua modalidade é uma pesquisa bibliográfica e segundo Prodanov e Freitas (2013) a pesquisa bibliográfica é formada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, revistas, publicações em periódicos e artigos, jornais, monografias, dissertações, teses, internet, dentre outros. 3.2.2. Método da pesquisa O método escolhido abarca análises quantitativas e qualitativas. O quantitativo foi utilizado para caracterização geral das pesquisas selecionadas, 22 apresentadas de forma objetiva, utilizando recursos e técnicas de estatística, numéricos, tabelas e gráficos, procurando traduzir em números os conhecimentos gerados pela pesquisadora. O qualitativo envolveu a análise dos dados e as categorias temáticas: comportamentos envolvidos no TDC, fatores de insatisfação com própria imagem e avaliação e intervenção. 3.2.3. Delimitação das fontes A coleta de dados é iniciada com a adoção de critérios que delimitam o universo de estudos, orientando a seleção do material (LIMA & MIOTO, 2007), concretizada nesta pesquisa por meio de levantamento bibliográfico e classificação do material coletado. Assim sendo, como mostra a tabela 1, foram escolhidos alguns critérios para acesso aos bancos de dados: Tabela 1: Critérios para a construção da amostra. TRABALHOS SELEÇÃO ELIMINAÇÃO CIENTÍFICOS Área de pesquisa Psicologia e Ciências da Saúde Ciências sociais, Direito, etc. Aspectos psicológicos, psicoterápico e Objetivos propostos medicamentoso do Transtorno Dismórfico Outros transtornos psiquiátricos que não esteja relacionado com o TDC, etc. Corporal-TDC Abordagem Terapêutica Disponibilidade na Terapia CognitivoComportamental Psicanalítica, Fenomenológica, Gestalt, etc. Trabalho completo Apenas resumos, bloqueados, etc. Idioma Português Período de Publicação 1980 – 2013 Inglês, espanhol, italiano, etc. (...) -1979 internet Trabalhos de conclusão de Tipo de publicação curso, artigos científicos, dissertações de mestrado e Resumos 23 teses de doutorado. Fonte: Dados da própria pesquisadora. A escolha por delimitar as publicações neste período deve-se ao fato de que os primeiros rumores e pesquisas sobre o Transtorno iniciaram na década de 80. Assim sendo, Lima & Mioto (2007) ressaltam a importância de definir e expor com transparência o método e os procedimentos metodológicos (tipo de pesquisa, universo delimitado, instrumento de coleta de dados) que envolverão a sua execução, detalhando as fontes, de modo a apresentar as bases que orientaram todo o processo de investigação e de análise deste trabalho. 3.2.4. Locais e Procedimento das fontes No término da busca, verificou-se a escassez de trabalhos nacionais sobre o tema e que se encaixavam nos critérios preestabelecidos. A tabela 2 mostra as fontes e as pesquisas que foram selecionadas, doze (12) no total, sendo: dois (2) relatos de caso, sete (7) artigos, duas (2) dissertações de mestrado e uma (1) tese de doutorado: Tabela 2: Classificação, autor, ano, título, fonte e bancos de dados de cada pesquisa selecionada. CLASSIFICAÇÃO AUTORES/ TÍTULO ANO FONTE BANCOS DE DADOS Jornal Brasileiro de Psiquiatria SCIELO LILACS Considerações sobre a clínica e Gebara & ARTIGOS: Relato Barros de caso Neto (2011) o tratamento de uma manifestação incomum transtorno dismórfico do 24 corporal: a síndrome de referência olfatória Tratamento do transtorno Amâncio et al. (2002) dismórfico corporal com Revista Brasileira de Psiquiatria SCIELO LILACS BVS Psicologia: Reflexão e Crítica SCIELO Temas em Psicologia SCIELO BVS Revista Brasileira Epidemiol BIREME LILACS venlafaxina: relato de caso Ramos e Yoshida (2012) Escala de Avaliação do Transtorno Dismórfico Corporal (EA- TDC): Propriedades Psicométricas. Transtorno SalinaBrandão et ARTIGOS al. (2011) dismórfico corporal: revisão uma da literatura Influência de fatores socioeconômicos, Costa & Vasconcelo s (2010) comportamentais e nutricionais na insatisfação com a corporal imagem de universitárias em Florianópolis, SC 25 Transtorno Moriyama & Amaral (2007) Dismórfico corporal sob a perspectiva da análise do Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva USP BVS Revista Brasileira de Cirurgia Plástica RBCP Revista Brasileira de Psiquiatria SCIELO Revista de Psiquiatria Clínica USP Dissertação de Mestrado em Análise do ComportamentoUniversidade Estadual de Londrina UEL comportamento D’ Dismorfofobia ou Assumpção Complexo (2007) de quasímodo Assunção Dismorfia (2002) muscular Diagnóstico diferencial Savoia fobia (2000) transtorno entre social e Dismórfico corporal Desenvolvimento de software para avaliação DISSERTAÇÕES Battini transtorno DE MESTRADO (2008) dismórfico corporal do sob o enfoque analíticocomportamental Transtorno Ramos (2004) dismórfico corporal: escala para profissionais da área de saúde TESES DE Conrado DOUTORADO (2008) Prevalência transtorno Dismórfico do Dissertação de Mestrado em Psicologia ClínicaPontifícia Universidade Católica de Campinas Tese de Doutorado em CiênciasDepartamento de Dermatologia da PUCCAMPIN AS USP 26 corporal em pacientes Universidade de São Paulo dermatológicos e avaliação da crítica sobre os sintomas nessa população Fonte: Dados da própria pesquisadora. 3.2.5. Procedimento e Técnica de Analise de Dados Nesta fase ocorreu a identificação, localização e reunião das categorias temáticas presentes nas fontes selecionadas. Utilizou-se análise de conteúdo para identificar o que está por trás de cada conteúdo manifesto (MINAYO, 2003). Primeiramente, através de leituras exploratórias, com o objetivo de verificar se as informações eram de fato interessantes para este estudo, foi possível determinar a existência de uma relação entre os conteúdos das fontes selecionadas e os objetivos que se pretendiam alcançar (LIMA & MIOTO, 2007). Em um segundo momento, partindo de um material bibliográfico amplo para um mais específico. Logrou-se um esboço das categorias temáticas, mediante a identificação de termos em comuns presentes nas fontes selecionadas. As categorias temáticas e os autores que fizeram menção a elas nos textos lidos e analisados são expostos na tabela abaixo: Tabela 3: Categorias selecionadas e respectivos autores que as mencionaram. CATEGORIAS Comportamentos envolvidos no TDC AUTORES Gebara & Barros Neto (2011); Amâncio et al. (2002); Moriyama & Amaral (2001); D’ Assumpção (2007); Assunção (2002); Savoia (2000); Conrado (2008); Ramos, (2004). Fatores de insatisfação com a própria Gebara & Barros Neto (2011); Moriyama imagem & Amaral (2001); Battini (2008); Costa & 27 Vasconcelos (2010); Avaliação e Intervenção Gebara & Barros Neto (2011); Amâncio et al. (2002); Ramos & Yoshida et al. (2012); Salina- Brandão et al. (2011); D’ Assumpção (2007); Assunção (2002); Savoia ( 2000); Conrado (2008); Ramos (2004). Enfim, os dados extraídos das fontes selecionadas foram examinados e interpretados de forma mais aprofundada, tendo como base o referencial teórico proposto na pesquisa, o que possibilitou uma maior percepção da composição estrutural qualitativa presente no fenômeno. 3.2.6. Caracterização Geral das Pesquisas Para uma melhor compreensão da caracterização geral das pesquisas selecionou-se alguns aspectos quantitativos relacionados aos objetivos, e os instrumentos, verificados nas fontes selecionadas. Como mostra no gráfico 1, observa-se que das 12 pesquisas selecionadas, 22% mencionaram ter como objetivo estratégias de tratamento para o Transtorno Dismórfico Corporal, 22% análise e desenvolvimento de instrumentos de avaliação, 14% tiveram como objetivo a caracterização diagnóstica do TDC e semelhança com outros transtornos, 14% a investigação sobre a insatisfação com a própria imagem, 14% a revisão da literatura sobre este tema, 7% tornar o transtorno conhecido na área da cirurgia plástica e 7% a investigação da prevalência do TDC em pacientes dermatológicos. 28 Gráfico1: Frequência de Objetivos apresentados nas fontes selecionadas. Objetivos apresentados nas fontes selecionadas Estratégias de tratamento 7% 22% Análise e desenvolvimento de instrumentos de avaliação 14% Caracterização diagnóstica do TDC e semelhança com outros transtornos Tornar o TDC conhecido na área da ciruigia plástica Revisar a literatura sobre o TDC 14% 22% 7% Investigar o comportamento e a insatisfação com a imagem corporal Investigar o TDC em pacientes dermatológicos 14% Fonte: Dados da própria pesquisadora. Conforme a tabela abaixo, as pesquisas selecionadas utilizaram os seguintes instrumentos: Tabela 4: Instrumentos utilizados em cada pesquisa, bem como seus respectivos tipos e autores. INSTRUMENTOS TIPOS Semi - estruturada AUTORES Costa & (2010); Vasconcelos Moriyama & Amaral (2007); Conrado Entrevista (2008). Estruturada Questionário Questionário auto- aplicável Conrado (2008) Costa & Vasconcelos (2010); Ramos Conrado (2008). (2004); 29 Escala de avaliação Escala de avaliação do Ramos & Yoshida (2012); transtorno Dismórfico corporal Ramos (2004); Conrado (EA-TDC); (2008). Software Avaliação psicoterápica Battini (2008). Antropométricos Índice de Massa corporal (IMC); Costa & Vasconcelos Circunferência da cintura (CC); (2010). Percentual de gordura corporal (%GC) Não mencionam o Gebara & Barros Neto instrumento (2011); Amâncio et al. (2002); Salina- Brandão et al. (2011); D’Assumpção (2007); Assunção (2002); Savoia (2000). Fonte: Dados da própria pesquisadora. De acordo com a tabela acima, observou-se que 50% dos pesquisadores, ou seja, seis (6) não mencionam o instrumento utilizado. Já os outros seis (6), um (1) utilizou como instrumento de pesquisa apenas entrevista semi- estruturada, um (1) entrevista semi- estruturada, questionário auto- aplicável e medidas antropométricas, um (1) entrevista estruturada e semi- estruturada, questionário auto- aplicável e escala de avaliação, um (1) utilizou um software de avaliação do TDC desenvolvido especificamente para aquela pesquisa, um (1) fez uso de escala de avaliação (EATDC), e um (1) questionários auto- aplicáveis e escala de avaliação. No total, quatro pesquisadores (4) fizeram uso de entrevistas, dentre estes três (3) semi- estruturadas; um (1) entrevista estruturada. A entrevista é um das técnicas mais utilizadas e flexíveis de coleta de dados de que se dispõem as ciências sociais, permitindo a obtenção de dados referentes aos mais variados aspectos a vida social (GIL, 2010). Verificou-se também que, três (3) utilizaram questionários auto- aplicáveis, tais como Body Shape Questionnarie (BSQ-34), Body Dysmorphic Disorder Examination, Body Dysmorphic Disorder Examination- Self Report (BDDE- SR), Body Dysmorphic Disorder Questionaire- Dermatology version; três (3) escalas de avaliação, dentre elas, a Yale- Brown Obsessive Compulsive Scale modified for Body Dysmorphic Disorder (BDD-YBOCS) e Escala de Avaliação 30 do Transtorno Dismórfico Coporal (EA-TDC); um (1) utilizou medidas antropométricas; e um (1) utilizou um software, que estava sendo desenvolvido pelo próprio autor, para avaliação do TDC sob o enfoque analítico comportamental. Vale ressaltar que as escalas e questionários que foram utilizados nas pesquisas, tiveram suas versões traduzidas para o português. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. COMPORTAMENTOS ENVOLVIDOS NO TDC Os comportamentos mais comuns envolvidos no TDC são checagens frente ao espelho, camuflagem com maquiagem, acessórios, roupas largas e compridas, etc (DSM-IV-TR™, 2002). Em seu trabalho intitulado “Considerações sobre a clínica e o tratamento de uma manifestação incomum do Transtorno Dismórfico Corporal: a síndrome de referência olfatória” Gebara & Barros Neto (2011) partindo do pressuposto que a síndrome de referência olfatória é um subtipo do Transtorno Dismórfico Corporal, relata o caso de um rapaz que acreditando exalar um odor desagradável, chegava a tomar quatro banhos por dia, experimentava vários cosméticos de marcar diferentes, abandonou os estudos e evitava sair de casa. Amâncio et al. (2002) descrevem o caso de uma paciente do sexo feminino diagnosticada com TDC segundo os critérios diagnósticos do DSM-IV-TR. Ela se olhava inúmeras vezes ao espelho em busca do defeito imaginário, picava a pele várias vezes e perguntava insistentemente aos familiares, à procura de confirmação para suas comprovações, sobre sua aparência. Fazia exercícios físicos faciais, alegando que a musculatura do rosto estava flácida. Moriyama & Amaral (2007) realizaram uma pesquisa com sete participantes diagnosticados com TDC, a fim de analisar este transtorno sob a perspectiva da análise comportamental. Encontraram comportamentos depressivos, obsessivos, compulsivos e delirantes, este último observado nas palavras dos entrevistados quando se referiam como sendo, “deformado” ou “monstro”; ainda comportamentos de esquiva social, que eram reforçados negativamente, pois evitavam exposição aos outros e as críticas sobre sua aparência; outros comportamentos observados foram: 31 checagem no espelho e rituais de camuflagem, com maquiagens, roupas, band-aid, e em três casos pensamentos suicida. Outros autores (D’ ASSUMPÇÃO, 2007; CONRADO, 2008) também fazem em seus estudos referência às ideias suicidas e comportamento depressivo dos portadores de TDC. O estudo de Assunção (2002) revela que a insatisfação com a imagem corporal também tem atingido os homens, levando-os a alterações nos padrões alimentares, atividade física excessiva, checagem exaustiva de ganhos musculares ocupando horas do por dia, presença de pensamentos de falsa fraqueza que pode aumentar o risco de uso de anabolizantes. Savoia (2000) relata a partir de uma perspectiva histórica, as características do Transtorno Dismórfico Corporal, suas semelhanças e distinções diagnósticas com a fobia social. Segundo a autora, dos transtornos psiquiátricos, a fobia social é o que mais se assemelha em critérios diagnósticos com o TDC, nos dois os pacientes apresentam ansiedade social elevada, isolamento social, esquiva de situações sociais e medo de crítica e comentários adversos sobre sua aparência. Battini (2008); Savoia (2000); Ramos (2004) descrevem comportamentos comuns aos pacientes com TDC: camuflagem, a fim de esconder ou mascarar o suposto defeito, tais como, deixar crescer a barba, arrumar o cabelo de maneira peculiar, usar maquiagem de forma ritualizada, usar roupas, como casaco e blusas de manga comprida; ou acessórios, como chapéus e lenços, além do típico comportamento de verificação no espelho ou em superfícies refletoras. Outros autores (AMÂNCIO et al., 2002; CONRADO, 2008; D’ ASSUMPÇÃO, 2007; GEBARA & BARROS NETO, 2011; SALINA-BRANDÃO et al., 2011) expõem as semelhanças e proximidade dos comportamentos de fobia social e TOC com o TDC, como por exemplo, o caráter ritualístico dos comportamentos e o isolamento social presente no Transtorno Dismórfico Corporal. 4.2. FATORES DE INSATISFAÇÃO COM A PRÓPRIA IMAGEM A forte influência cultural exercida sobre as pessoas em relação ao seu corpo pode aumentar a probabilidade da insatisfação da imagem corporal e com isso aumenta também a possibilidade de se originar transtornos ligados à forma física. Como aponta Battini (2008): 32 Enquanto as práticas culturais que valorizem a magreza e a perfeição das formas estiverem presentes, maior será a probabilidade, de que pessoas estejam insatisfeitas com seu corpo e maior a probabilidade de que venham a apresentar transtornos ligados a aparência (BATTINI, 2008, p. 40). Assunção (2002) concorda com a forte influência do fator ambiental para a insatisfação da aparência física, atualmente um problema que também afeta os homens, principalmente por conta da pressão crescente da mídia para que os homens tenham um corpo forte e musculoso. Os resultados da pesquisa de Costa & Vasconcelos (2010) mostram indicadores de uma elevada prevalência de rejeição da própria forma física entre as universitárias pesquisadas. E aponta a sociedade como uma das principais culpadas por preconizar o belo como bom e a magreza como sinônimo de beleza, sendo a mesma valorizada pela sociedade e seu oposto, a obesidade, seja profundamente rejeitada. Discute- se a provável relação entre práticas educativas aversivas de pais e do desenvolvimento do TDC (MORIYAMA & AMARAL, 2007; RAMOS, 2004; BATTINI, 2008), do mesmo modo, eventos críticos que envolvem aspectos da aparência, acidentes e brincadeiras familiares sobre a aparência surgiram como possível influenciador da insatisfação da imagem corporal (BATTINI, 2008). No relato de caso de Gebara & Barros Neto (2011) os sintomas surgiram após um pedido da mãe para que o filho que acabara de chegar da escola, suado, fosse tomar banho. 4.3. AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO Das fontes selecionadas duas fazem menção às escalas de avaliação para profissionais da saúde (RAMOS & YOSHIDA, 2012; RAMOS, 2004) A Escala de Avaliação do Transtorno Dismórfico Corporal (EA-TDC) que foi projetada para atender a necessidade de se avaliar este transtorno na área da saúde, sobretudo nas áreas de cirurgia plástica, dermatologia e odontologia, uma vez que, como citado, a maioria dos portadores de TDC procura em primeiro plano atendimento desses profissionais. 33 A EA-TDC é um instrumento válido para aferir “a intensidade da preocupação e o sofrimento com um defeito na aparência e prejuízo social, ocupacional e em outros campos importantes da vida do indivíduo.” (RAMOS & YOHIDA, 2012). Outros autores (COSTA & VASCONCELOS, 2010; RAMOS, 2004; CONRADO, 2008) citam como instrumentos de avaliação questionários autoaplicáveis, que avaliam as preocupações com a imagem corporal, auto- depreciação devido a aparência física e a sensação de estar gorda (BSQ- versão português). Outros instrumentos como: BDDQ, utilizado para identificar pacientes com o TDC na psiquiatria; Segundo Conrado (2008) o BDDQ não estabelece um diagnóstico definitivo, somente sugere que o TDC está presente. A escala BDD-YBOCS (Yale-Brown Obsessive Compulsive Scale modified by Body Dysmophic Disorder), serve para medir a gravidade dos sintomas relacionados à imagem corporal, dentre outros. Em sua pesquisa Ramos (2004) utilizou estes instrumentos como referência para a construção de uma escala auxiliar de diagnóstico do TDC. Cada exame escala ou questionário com o objetivo de identificar, medir, avaliar o Transtorno Dismórfico Corporal nas mais variadas áreas da saúde (psiquiatria, psicologia, dermatologia, etc). Além de entrevistas clínicas, estruturada e semi- estruturada, com intuito de avaliar características da capacidade crítica sobre as crenças do paciente. Conrado (2008) utilizou em sua pesquisa a entrevista clínica SCID (Structured Clinical Interwiew For DSM- IV) traduzida para o português e em versão adaptada. Com a finalidade de verificar os sintomas de transtornos de controle de impulso verificando a comorbidade com o TDC. Battini (2008) desenvolveu um software denominado Afrodite que consiste em dez (10) situações diferentes baseados na literatura sobre o TDC, que descreve os principais problemas dos portadores deste transtorno, como por exemplo, distorção da imagem corporal, preocupações com as partes do corpo de maneira exagerada, comportamentos de esquiva e fuga, alta frequência de checagem no espelho ou esquiva dele, sentimentos em relação ao problema e padrões de imagem idealizados; e espera-se com o programa que o profissional da saúde, consiga identificar a presença de sintomas de TDC em seus pacientes. Todos os autores citados nas fontes selecionadas utilizaram ferramentas de acordo com os critérios definidos e aceitos pela comunidade científica para fins de 34 diagnóstico e pesquisa, assim como os critérios diagnósticos dos manuais (CID-10 e DSM- IV- TR™). Com relação à intervenção, na farmacologia os antidepressivos, especialmente os inibidores seletivos de receptação da serotonina (ISRS) tem mostrado resultados promissores comparados a outros fármacos (D’ ASSUMPÇÃO, 2007; GEBARA E BARROS NETO, 2011; ASSUNÇÃO, 2002; SALINA-BRANDÃO et al., 2008). Embora os antipsicóticos também sejam citados, como na pesquisa de Gebara e Barros Neto (2011) que a melhora do paciente foi alcançada com o uso de amissulprida. Já no relato de caso de Amâncio et al. (2002) foi um antidepressivo que resultou em melhora dos sintomas do paciente, a venlafaxina. Lembrando que, os dados obtidos são de relato de caso com sujeito único, entretanto os resultados não deixam de ser relevantes para a continuidade das pesquisas. Ainda em se tratando da farmacologia observa- se que, neurolépticos, ansiolíticos e alguns antidepressivos não são utilizados ou tem seu uso descontinuado, por conta dos seus efeitos colaterais, náuseas, sonolência e agitação (AMÂNCIO et al., 2002; GEBARA & BARROS NETO, 2011). Quanto à intervenção terapêutica, de acordo com as pesquisas selecionadas, sugere-se que a Terapia Cognitivo-Comportamental é a mais eficaz. Com seus procedimentos de dessensibilização sistemática, exposição ao vivo das situações sociais evitadas, prevenção de resposta, procurando garantir que o paciente não manifeste comportamentos de esquiva, e identificação e modificação dos pensamentos negativos e distorcidos e de crenças irracionais sobre aparência física (SAVOIA, 2000; ASSUNÇÃO, 2002; BATTINI, 2008; CONRADO, 2008; GEBARA & BARROS NETO, 2011; D’ ASSUMPÇÃO, 2007; SALINA-BRANDÃO et al., 2011). 35 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O Transtorno Dismórfico Corporal é uma patologia psiquiátrica caracterizada pela preocupação com um defeito imaginário na aparência que causa prejuízo na vida social, ocupacional e em outras áreas da vida do indivíduo não sendo mais bem explicada por outro transtorno mental. A insatisfação com a imagem corporal, um dos principais sintomas do TDC, sofre grande influencia da mídia, sociedade e cultura em geral, que constantemente tem seus padrões de beleza modificados. Atualmente, o culto ao corpo afeta não só as mulheres como também os homens, bombardeando-os com imagens do ideal de magreza feminino e corpos musculosos para os homens como o ideal de beleza. A Terapia Cognitivo-Comportamental é apontada como a alternativa mais utilizada nos tratamentos, com sessões de exposição in vivo e reestruturação cognitiva. Os medicamentos mais utilizados são os antipsicóticos e antidepressivos, sobretudo os inibidores de recaptação de serotonina. O estudo apresentou algumas limitações, como o fato de que a maioria das pesquisas reproduzem as descrições sobre o TDC presentes nos manuais diagnósticos (CID-10; DSM-IV-TR). É escasso o número de pesquisas sobre o tema na literatura nacional, e quando surge, são de cunho topográfico, não especificando a funcionalidade do transtorno, com uma amostra populacional pequena e relatos de caso de sujeito único, que dificultam a generalização da pesquisa. Da mesma forma, faz-se necessário mais pesquisas nacionais sobre o tema, na área de psicologia e psiquiatria, além da criação e validação de instrumentos para o diagnóstico do referido transtorno. Apesar das limitações, acredita-se que os resultados sejam relevantes para a continuidade de pesquisas que visam aprofundar o conhecimento sobre a funcionalidade do transtorno, como também caracterizar os comportamentos do TDC, principalmente pesquisas experimentais, com um maior quantitativo da amostra. 36 6. 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