UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PERIODONTIA LETICIA JÄGER PROTEÍNAS MORFOGENÉTICAS ÓSSEAS E PERIODONTIA: REVISÃO DE LITERATURA PASSO FUNDO 2009 1 LETICIA JÄGER PROTEÍNAS MORFOGENÉTICAS ÓSSEAS E PERIODONTIA: REVISÃO DE LITERATURA Monografia apresentada à unidade de Pósgraduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo Fundo-RS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Periodontia. Orientador: Profa. Ms. Paula Branco. PASSO FUNDO 2009 2 LETICIA JÄGER PROTEÍNAS MORFOGENÉTICAS ÓSSEAS E PERIODONTIA: REVISÃO DE LITERATURA Monografia apresentada à comissão julgadora da Unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo FundoRS como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Periodontia. Aprovada em ___/___/______. BANCA EXAMINADORA: ___________________________________________ Profa. Ms. Paula Branco - Orientadora ____________________________________________ Profa. Ms. Marisa Dal Zot Flôres ____________________________________________ Prof. Cristiano Magagnin 3 AGRADECIMENTO Agradeço primeiramente a minha família que sempre me apoiou, não somente no período da minha especialização, mas em toda a minha vida. Agradeço aos professores deste curso, Marisa, Dayse e Paula, que se dedicaram em dividir comigo o seu conhecimento. Agradeço aos meus colegas, Evandro, Henrique, Grasiela e Rejane, com os quais passei um ano e meio dividindo conhecimentos, compartilhando momentos bons e dando muitas risadas. Agradeço também a Deus, que sem Ele não seria possível sequer estar aqui, hoje. 4 “A pessoa de sucesso é que viveu bem, riu muitas vezes e amou bastante, que conquistou o respeito das pessoas inteligentes e o amor das crianças; que galgou uma posição respeitada e cumpriu suas tarefas; que deixou este mundo melhor do que encontrou, ao contribuir com uma flor mais bonita, um poema perfeito ou uma alma resgatada; que jamais deixou de apreciar a beleza do mundo ou falhou em expressá-la; que buscou o melhor nos outros e deu o melhor de si.” Robert Louis Stevenson 5 RESUMO Várias proteínas morfogenéticas ósseas já foram identificadas, as mais pesquisadas na área odontológica são as 2, 4, 7 e 12. O objetivo desta monografia é realizar uma revisão da literatura abrangendo estudos sobre o papel das proteínas morfogenéticas ósseas na regeneração periodontal. As proteínas morfogenéticas ósseas fazem parte do grupo dos fatores de crescimento e estimulam a formação óssea. São principalmente encontradas na matriz extracelular do ligamento periodontal. Desempenham sua função promovendo excelentes resultados em relação à formação óssea, moderada formação cementária e uma mínima formação do ligamento periodontal. Pode-se observar que essas proteínas têm uma excelente função na formação óssea, mas na regeneração periodontal ainda se mostram ineficazes. Palavras Chave: Periodontia, proteína morfogenética óssea, regeneração óssea. 6 ABSTRACT Several bone morphogenetic proteins had already been identified and the most searched in Dentistry are 2, 4, 7 and 12. The aim of this literature review is to get through about studies that involve the important role of bone morphogenetic proteins in periodontal regeneration. The bone morphogenetic proteins are a part of growth factors group and stimulate the bone formation. They are mainly found in the extracellular matrix of the periodontal ligament. They enact their function by promoting excellent results in bone formation, moderate cement formation and a minimum periodontal ligament formation. It can be observed that these proteins have a great role in bone formation, but in periodontal regeneration are still ineffective. Key works: Periodontics, Bone morphogenetic protein, bone regeneration. 7 LISTA DE ABREVIATURAS ACS – esponja de colágeno BMP – proteína morfogenética óssea BMP-2 – proteína morfogenética óssea-2 BMP-4 – proteína morfogenética óssea-4 BMP-7 – proteína morfogenética óssea-7 BMPf – proteína morfogenética óssea associada à gelatina de rápida degradação BMPs – proteína morfogenética óssea associada à gelatina de lenta degradação CONf – grupo controle com gelatina de rápida degradação CONs – grupo controle com gelatina de lenta degradação ePTFE – membrana de polipropileno macroporosa reforçada FFSS – feixe de fibrina g - grama HA – hidroxiapatita hOP-1 – proteína humana osteogênica-1 MB – matriz óssea bovina desmineralizada e liofilizada mg – miligramas pg – picograma (10-12gramas) PGS – esponja de gelatina rhBMP-2 – proteína morfogenética óssea recombinante humana-2 rhBMP-4 – proteína morfogenética óssea recombinante humana-4 rhBMP-7 – proteína morfogenética óssea recombinante humana-7 rhBMP-12 – proteína morfogenética óssea recombinante humana-12 8 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 09 2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................. 12 3 CONCLUSÃO.................................................................................... 23 REFERÊNCIAS............................................................................................... 24 ANEXOS ......................................................................................................... 27 9 1 INTRODUÇÃO Após a finalização de um tratamento adequado para as doenças do periodonto, a regeneração subseqüente das estruturas periodontais perdidas ou afetadas pela doença ocorre de modo muito variável. No caso da perda óssea, comumente presente nas patologias que atingem o periodonto, observa-se que não ocorre neoformação óssea em todos os sítios que são tratados e, a sanidade, muitas vezes é acompanhada pela formação de um epitélio juncional longo, o qual substitui àquele danificado ou perdido durante a evolução da patologia periodontal (LINDHE; KARRING; LANG, 2005). Devido a esses fatores, na maioria das vezes torna-se impossível devolver a estética gengival ao paciente, principalmente após uma doença periodontal já em estágio avançado, com múltiplas e/ou extensas perdas ósseas e de inserção; nesses casos, pode-se apenas garantir o controle da doença gengival e a saúde bucal. Por isso, na tentativa de solucionar essa lacuna inerente aos tratamentos periodontais, sugere-se a utilização de diversos tipos de enxerto, sendo os enxertos ósseos os mais pesquisados (LINDHE; KARRING; LANG, 2005). O uso desses enxertos ósseos na terapia periodontal regenerativa está baseado na suposição de que a neoformação óssea pode, também, induzir a formação de uma nova camada de cemento, contendo fibras colágenas inseridas. No entanto, os estudos têm demonstrado que procedimentos de enxerto ósseo normalmente resultam em cicatrização caracterizada pela formação de um epitélio juncional longo (semelhante àquele obtido após uma terapia periodontal convencional, com raspagem supra e subgengival), ao invés de uma cicatrização com formação de uma nova inserção conjuntiva, a qual caracterizaria a verdadeira regeneração periodontal (LINDHE; KARRING; LANG, 2005). Mesmo assim, as pesquisas a respeito da formação óssea continuam em andamento, e nesse âmbito, as chamadas proteínas morfogenéticas ósseas (também conhecidas simplesmente como BMP) apresentam-se em destaque. As BMPs constituem-se em fatores de crescimento osteoindutores, ou seja, são fatores presentes na composição óssea humana ou animal, que podem estimular células mesenquimais a se diferenciarem em células capazes de formar osso. As proteínas 10 morfogenéticas são consideradas membros da família de fatores de crescimento (TGF)-β, devido a suas características em sua seqüência de aminoácidos (WOZNEY et al.,1988 apud HYUN et al., 2005). Relata-se também que as BMPs são os únicos fatores de crescimento capazes de induzir a formação óssea em sítios fora do esqueleto, aparentemente causando diferenciação das células derivadas do tecido mole, produzindo células do tecido ósseo, independentemente da presença ou não de estrutura óssea prévia (REDDI, 1981 apud COCHRAN; WOZNEY , 1999). Em algumas pesquisas, considera-se que essas proteínas não só são capazes de formar novo osso, como também estão envolvidas na regeneração considerável de cemento e ligamento periodontal em sítios tratados com enxertos de BMPs (LINDHE; KARRING; LANG, 2005). Apesar de haver boas perspectivas de aplicação clínica das BMPs, uma das maiores dificuldades na sua utilização seria encontrar um meio de transporte para estas proteínas. Este meio de transporte deveria ser biocompativel, reabsorvível, transportar as BMPs até o local de sua ação e permitir sua liberação controlada, contudo sem interferir na ação de formação óssea, além de ser de fácil aplicação (SEEHERMAN; WOZNEY; LI, 2002 apud HAN et al., 2005). Uma pesquisa que exemplifica bem as perspectivas de utilização das BMPs na regeneração das estruturas periodontais é a de Ivanovski et al. (2001).Nesse estudo realizado em cadáver, comparou-se a concentração de diferentes indutores de formação óssea com as proteínas morfogenéticas 2 e 4, no interior do periodonto humano. Nele, um dos indutores (Osteopontin) apresentou-se fraco na matriz extracelular da gengiva, com forte concentração na matriz extracelular do ligamento periodontal e no cemento, e moderada concentração no osso. O outro indutor (Osteocalcina) apresentou concentração muito fraca na matriz extracelular dos tecidos da gengiva, forte concentração nas estruturas do ligamento periodontal e moderada no osso e no cemento. O terceiro indutor (Sialo-proteína óssea) não foi observado nas estruturas gengivais e no ligamento periodontal, mas teve presença moderada no osso e cemento. J á a s BMP-2 e -4, apesar de apresentarem-se fracamente concentradas nas estruturas gengivais, estavam fortemente 11 concentradas nas estruturas do ligamento periodontal, mesmo que sua presença não pôde ser detectada no osso e cemento. Sendo assim, pode-se observar que as proteínas morfogenéticas podem ser utilizadas para identificar células com potencial de facilitar a formação dos tecidos duros e, assim, regeneração periodontal. Visto o que foi exposto acima, os estudos realizados com as proteínas morfogenéticas ósseas revelaram que elas são capazes de induzir regeneração dos diferentes componentes do periodonto, ou seja, osso alveolar, cemento e ligamento periodontal (LINDHE; KARRING; LANG, 2005). Portanto, esta pesquisa de revisão bibliográfica, tem como objetivo avaliar a ação das proteínas morfogenéticas ósseas na terapia periodontal. 12 2 REVISÃO DE LITERATURA Estudos que envolvem a utilização de BMPs geralmente envolvem análises in vitro e em animais, visto que as pesquisas em humanos são inviáveis e antiéticas, em sua maioria, devido à necessidade de reproduzir doença periodontal e conseqüente regeneração. No anexo desta monografia há um quadro com os resumos dos trabalhos utilizados nesta revisão. As proteínas morfogenéticas ósseas foram descobertas por Urist e Strates em 1971. As BMPs representam um produto do metabolismo dos osteoblastos, odontoblastos e de várias células tumorais. Por isso, são encontradas armazenadas de forma mais concentrada no tecido ósseo, na dentina e em alguns tumores de células ósseas (RIPAMONTI e REDDI, 1994). Wozney et al. (1988), aperfeiçoaram a capacidade dessas proteínas em formar osso, clonando os genes das BMPs. Isso foi realizado no intuito de obter-se uma produção maior dessas proteínas, uma vez que é necessária uma quantidade extremamente grande de osso para obter-se apenas o equivalente a 1g de BMP (WOZNEY, 1995). Desde então, as rhBMPs (obtidas através dessa clonagem e denominadas Proteínas Morfogenéticas Ósseas Recombinantes Humanas) têm sido estudadas na tentativa de neoformação óssea, uma vez que possuem alta capacidade osteoindutora (BARBOSA et al., 2000). As BMPs formam um grupo de glicoproteínas classificadas em 8 grupos. Essas proteínas podem ter origem bovina e humana, pertencendo a uma grande família chamada de Fator de Crescimento Beta (TGF), uma vez que possuem em suas fórmulas uma seqüência muito similar de aminoácidos entre elas. As proteínas que foram isoladas (ou purificadas) até então são: BMP-1 ; B M P -2 ; B M P -3 (Osteogenina); BMP-4; BMP-5; BMP-6, BMP-7 e BMP-8; cada uma dessas proteínas possui uma capacidade osteoindutora diferente (RIPAMONTI e REDDI, 1994). A BMP-2, por exemplo, possui a maior capacidade osteoindutora dentre todas as BMPs (WOZNEY, 2005), e as BMPS recombinantes 2, 4 e 7 induzem formação 13 óssea, sendo as mais testadas clinicamente (TUOMINEN et al. 2000). Um dos estudos mais importantes acerca das proteínas morfogenéticas é o de Ripamonti et al. em 1994, que avaliaram o potencial de regeneração óssea em lesões de furca de babuínos. Grandes defeitos de furca, de 10 a 12mm de profundidade, foram criados cirurgicamente nos primeiros e segundos molares mandibulares. Em um dos lados foi implantado matriz de colágeno contendo BMP, enquanto que, no outro lado, os defeitos foram preenchidos apenas com matriz colágena (grupo controle). Em análise histométrica e histomorfométrica observou-se um volume maior de mineralização óssea nas furcas tratadas com a matriz colágena somada à BMP, quando comparados ao grupo controle. Já em 1996, Ripamonti et al, testaram a eficácia de uma aplicação de proteína humana osteogênica (hOP-1/BMP-7) agregada a uma matriz de colágeno na regeneração periodontal em lesões de furca, também em babuínos. Defeitos de furca classe II nos molares destes animais foram tratados com hOP-1 em duas concentrações: 100 e 500 pg por g de matriz de colágeno. Cada defeito recebeu em torno de 200 mg de matriz com hOP-1. Também foi estabelecido o grupo controle que recebeu como tratamento apenas a matriz de colágeno. As análises mostraram que a hOP-1 induziu cementogênese, nas duas concentrações. Focos de remineralização foram observados dentro do cemento recém depositado. Dentro das furcas foi encontrada neoformação óssea e cementária separadas por um tecido fibrovascular que se assemelha ao ligamento periodontal. Já o grupo controle apresentou uma limitada regeneração óssea com migração do epitélio juncional para apical, como ocorre normalmente durante a cicatrização de uma lesão periodontal. Muitas pesquisas envolvem o uso de implantes osseointegrados ao invés de elementos dentários, como no caso de Cochran et al. (1999), Tatakis (2002) e de Jung et al. (2003). No primeiro estudo citado, os autores procuraram determinar a quantidade de formação óssea, promovida por proteína morfogenética óssea recombinante humana-2 (rhBMP-2) aglutinada à uma matriz de colágeno, em torno de implantes de titânio, colocados em defeitos padronizados de cães. Os grupos compreenderam: A) aplicação de rhBMP-2 recoberta com membrana de colágeno, B) aplicação de rhBMP-2 sem membrana de colágeno recobrindo, C) sem aplicação de rhBMP-2, com recobrimento de membrana de colágeno e D) sem aplicação de 14 rhBMP-2 e sem membrana de colágeno. No grupo sem rhBMP-2, após 4 semanas, algumas áreas de novo osso formaram-se em contato com a base do defeito e em torno dos implantes. Quando o rhBMP-2 estava presente, uma grande quantidade de osso formou-se em torno do implante. Na avaliação realizada após quatro semanas, ocorreram as seguintes modificações: o grupo A obteve um aumento de 3,14mm², o grupo B obteve um aumento de 10,83mm², o grupo C obteve um aumento de 1,76mm² e o grupo B obteve um aumento de 2,54mm². Já com doze semanas foi observado um aumento de 6,69mm² no grupo A, 8,29mm² no grupo B, 4,58mm² no grupo C e 4,91mm² no grupo D. Analisando os resultados pode-se observar que a ausência de membrana mostrou melhores resultados na regeneração óssea e, na presença da proteína, obteve-se um resultado mais satisfatório na formação óssea em torno dos implantes. Por sua vez, em 2002, Tatakis et al. observaram o efeito da proteína morfogenética recombinante humana 2 (rhBMP-2) em diferentes doses utilizadas na osseointegração de implantes. Seis cães foram utilizados nesta pesquisa. Os dentes foram extraídos e 3 implantes de titânio foram colocados deixando para fora do osso alveolar 5 mm do parafuso, criando um defeito peri-implantar. Em seguida foi colocado sobre o implante camadas de rhBMP-2/ACS em diferentes concentrações para cada sítio (0,05, 0,1 ou 0,2mg/ml). Nos exames radiográficos, os implantes não apresentaram radiopacidade circundante logo após o procedimento. Uma fraca radiopacidade foi notada duas semanas após a cirurgia; na quarta semana, tanto a densidade quanto a extensão apresentaram estrutura semelhante ao osso trabecular. Até a sexta semana foi possível observar aumento da densidade óssea. Os achados histológicos mostraram que a indução óssea foi limitada em todos os grupos. Osso recém formado, adaptado ao longo dos implantes, exibiu amplos espaços de osso medular. A analise histométrica mostra uma limitada formação óssea sem diferenças notáveis entre as doses testadas de rhBMP-2. Em 2003, Jung et al, avaliaram o efeito da adição de rhBMP-2 a um substituto ósseo mineral (Bio-Oss) na regeneração tecidual guiada. Onze pacientes que necessitavam de dois implantes em diferentes áreas da boca com defeitos ósseos foram incluídos neste estudo. Os implantes foram realizados e a região dos defeitos teve a cortical óssea perfurada para provocar sangramento, o Bio-Oss com ou sem rhBMP-2 (grupo teste e grupo controle respectivamente) foi enxertado nestes 15 defeitos e uma membrana foi utilizada para recobrir os sítios. Seis meses mais tarde observaram-se partículas de Bio-Oss embutidas no osso; no grupo teste 96% do defeito foi preenchido e, no grupo controle, 91% do defeito foi preenchido. A densidade óssea também foi maior no grupo teste, 37% contra 30% do grupo controle. Em 2000, Barboza et al., os autores avaliaram o potencial de formação óssea em cães, quando se utiliza proteína morfogenética aglomerada a matriz colágena (rhBMP-2/ACS), com ou sem reforço de hidroxiapatita (HA), sob compressão do retalho. O grupo que recebeu rhBMP-2/ACS obteve um aumento de 0,7±0,6mm; já o grupo que recebeu rhBMP-2/ACS/HA obteve um aumento de 5,5±0,6mm. Os resultados observados mostraram que com a compressão do retalho a formação óssea foi limitada e que o grupo que teve reforço de hidroxiapatita obteve um resultado mais satisfatório. Como citado anteriormente na introdução dessa revisão de literatura, o estudo de Ivanovski et al. (2001) é um dos poucos exemplos a respeito da ação das BMPs quando se trata de regeneração de estruturas periodontais. Essa pesquisa teve como objetivo determinar a distribuição de sialo-proteína óssea, osteopontin, osteocalcina e proteínas morfogenéticas ósseas 2 e 4 no interior do periodonto humano. O tecido examinado foi proveniente de um homem de 50 anos de idade, após sua morte. O o steopontin apresentou uma fraca concentração na matriz extracelular da gengiva, porém, uma forte concentração na matriz extracelular do ligamento periodontal e no cemento, com moderada concentração no osso. A osteocalcina apresentou uma concentração muito fraca na matriz extracelular dos tecidos da gengiva, m a s u m a forte concentração nas estruturas do ligamento periodontal; no osso e no cemento mostrou-se moderadamente presente. A s ialoproteína óssea não foi observada nas estruturas gengivais e no ligamento periodontal; no osso e no cemento, apareceu moderadamente. Por sua vez, as BMP-2 e -4 apareceram fracamente concentradas nas estruturas gengivais, mas fortemente concentradas nas estruturas do ligamento periodontal. No entanto, sua presença não foi detectada no osso e no cemento. Estas substâncias podem ser utilizadas para identificar células com potencial de facilitar a formação dos tecidos duros e, assim, a regeneração periodontal. 16 King e Hughes avaliaram, em 2001, a hipótese de que, após o ferimento periodontal, a rhBMP-2 estimula o recrutamento de células adjacentes para promoverem a regeneração periodontal, aumentando a formação de cemento. Sessenta e quatro ratos tiveram defeitos tratados em sua metade por uma membrana de colágeno impregnada de rhBMP-2 (32 sítios), e a outra metade recebeu apenas uma membrana de colágeno sobre a raiz exposta (32 sítios). As feridas foram fechadas e os animais foram sacrificados nos dias 2, 4, 7 e 10 após a cirurgia. As analises foram realizadas e os resultados mostraram que o rhBMP-2 não afetou a proliferação celular inicial no dia 2. No dia 4, não foram observadas diferenças entre os dois grupos. Já no dia 7, o coágulo deixa de existir, as células inflamatórias não foram mais encontradas e a formação de novo ligamento periodontal se tornou mais evidente no grupo que recebeu rhBMP-2. No dia 10 os resultados mostraram que houve um efetivo aumento da proliferação e da migração de células adjacentes no grupo que foi tratado com rhBMP-2, assim como de cemento. Nenhum caso de anquilose ou reabsorção radicular foi encontrado. A regeneração periodontal induzida por hOP-1 e rhBMP-2 aplicados isoladamente ou combinadas foi analisada neste estudo. Defeitos de furca classe II foram preparados cirurgicamente nos 1º e 2º molares de três babuínos. O hOP-1 e rhBMP-2, isoladamente ou em combinação, foram adicionadas a matriz colágena óssea xenogenética bovina insolúvel. O implante das proteínas combinadas resultou numa formação óssea menor do que a hOP-1 isoladamente e o rhBMP-2 induziu a formação da maior quantidade de osso. A cementogênese foi induzida principalmente por hOP-1; por sua vez, a rhBMP-2 mostrou reforço da regeneração e remodelação óssea alveolar (RIPAMONTI et al, 2001). A comparação dos efeitos da liberação lenta ou rápida de rhBMP-2 pela esponja de gelatina induzindo cicatrização periodontal foi realizada por Talwar et al, em 2001. Defeitos periodontais foram criados cirurgicamente em 36 ratos. Os grupos testes foram tratados com rhBMP-2 adicionada à gelatina enquanto o grupo controle recebeu apenas gelatina. Quatro grupos de nove ratos foram tratados com rhBMP-2 em uma gelatina de lenta ou de rápida degradação (BMPs e BMPf, respectivamente), ou foram tratados apenas com gelatina de lenta ou rápida degradação (CONs e CONf, respectivamente). Dez dias após este procedimento os ratos foram sacrificados e as analises realizadas. A BMPf aumentou a formação 17 óssea em comparação com o controle CONf, mas não foram encontradas diferenças entre a formação óssea promovida pelas BMPs, BMPf ou CONs. A formação cementária foi maior nos grupos que receberam rhBMP-2 principalmente no grupo BMPs. Choi et al, em 2002, avaliaram a regeneração do osso alveolar e do cemento, ocorrência de anquilose e reabsorção radicular após implante cirúrgico de rhBMP-2 adicionado a uma esponja de colágeno (ACS) em oito cães. Foram criados defeitos de três paredes nas regiões dos dentes extraídos. Como tratamentos destes defeitos foram utilizados três condições experimentais: rhBMP-2 aglutinada a uma esponja de colágeno (rhBMP-2/ACS), ACS (grupo controle) e controle cirúrgico (sem adição de material). Após oito ou 24 semanas os animais foram sacrificados e os resultados observados. O implante cirúrgico resultou em aceleração e reforço da formação óssea, mas com insignificante influencia sobre a regeneração do cemento. O rhBMP-2 não parece estar associado à reabsorção radicular nem a anquilose. Neste estudo foram caracterizadas as reações teciduais após implante cirúrgico de proteína morfogenética óssea recombinante humana aglomerada à uma esponja de colágeno (rhBMP-2/ACS) em defeitos periodontais de quatro cães. Todos os defeitos receberam como tratamento rhBMP-2/ACS. Todas as amostras mostraram um grande volume de osso recém formado. Tecido duro depositado na superfície da dentina apresentava características ósseas a aparecia misturado com uma extensa rede de tecido ósseo; somente em áreas localizadas este tecido duro tinha características de cemento, isto é, exibia uma matriz contendo fibras de colágeno. Com estes resultados foi possível concluir que a rhBMP-2/ACS mostrouse uma ótima indutora da formação óssea. Infelizmente um típico conjunto cemento, ligamento periodontal e osso alveolar raramente foi observado (SELVIG et al, 2002). Wikesjö et al, em 2003a, avaliaram a influência de rhBMP-2 na regeneração do osso alveolar quando utilizado em conjunto uma membrana de polipropileno, reforçada, macroporosa (ePTFE). Quatro cães foram submetidos a um procedimento cirúrgico para a confecção de defeitos periodontais. Estes defeitos foram tratados com rhBMP-2/ACS ou apenas ACS (grupo controle) e todos os sítios foram recobertos com ePTFE. Os resultados foram analisados com quatro ou oito após o procedimento. Radiograficamente foi observado que o grupo que recebeu rhBMP- 18 2/ACS obteve um total preenchimento do espaço proporcionado pela membrana, com novo osso. Já o grupo que recebeu apenas ACS obteve 30-50% de preenchimento do espaço, mas em contrapartida apresentou formação de cortical óssea em torno dos dentes, o que não foi observado nos sítios tratados com rhBMP2/ACS. A anquilose foi notada freqüentemente em locais que receberam essa mesma substância. Não foram encontradas diferenças significativas na regeneração cementária entre os grupos de tratamento. Wikesjö et al, em 2003b, avaliaram a eficácia da utilização de uma membrana de polipropileno, reforçada, macroporosa (ePTFE) sobre o implante de rhBMP2/ACS na regeneração do osso alveolar de um defeito periodontal em quatro cães. Nas observações clínicas, notou-se que, em ambos os tratamentos, houve uma rápida cicatrização. Radiograficamente a formação óssea e cementária foi semelhante nos dois grupos, mas o grupo que recebeu o ePTFE mostrou uma arquitetura mais definida. As áreas de regeneração óssea que receberam o ePTFE se mostraram reforçadas quando comparadas as áreas que não receberam este dispositivo. Assim sendo, os resultados sugeriram que a melhor forma de aplicação do rhBMP-2/ACS seria utilizando um dispositivo para recobrir este implante. Saito, Saito e Kawanami, em 2003, avaliaram a influência da utilização de uma membrana colocada entre a superfície radicular e a rhBMP-2 associada a um polímero revestido de esponja de gelatina (PGS) na regeneração periodontal em cães. Os defeitos ósseos foram tratados com a implantação de rhBMP-2/PGS com ou sem a interposição de uma membrana (grupo PB e grupo B respectivamente) e o grupo controle (grupo P) foi estabelecido utilizando-se apenas do PGS sobre a superfície radicular. Após doze semanas o g rupo P apresentou a migração do epitélio juncional para a porção apical da superfície radicular envolvida na lesão. No grupo B, a migração do epitélio juncional ficou limitada a 1 mm para apical da junção cemento-esmalte; a maior parte da superfície radicular foi recoberta por cemento e um tecido organizado semelhante ao ligamento periodontal foi observado. Somente um caso de anquilose foi encontrado. O padrão de regeneração óssea foi idêntico nos dois grupos, mas o grupo PB obteve uma maior quantidade de osso formado que o grupo B. Mas em consideração não foi encontrado nenhum caso de anquilose neste grupo. Assim podemos concluir que a utilização de uma membrana interposta, 19 com implante de rhBMP-2/PGS, reduz a formação óssea e a incidência de anquilose. O estudo realizado por Guimarães et al, em 2004, teve como finalidade avaliar a eficácia da utilização de proteínas morfogenéticas (BMP) (GENPRO – Baumer SA) associado à hidroxiapatita (HA), com adição de matriz óssea bovina desmineralizada e liofilizada (MB) (PB-GEN-OX – Baumer SA) na resolução de defeitos ósseos periodontais de duas ou três paredes em quinze pacientes, selecionados levando-se em consideração que os pacientes necessitavam ter evidências radiográficas de pelo menos um par de defeitos interproximais, sem envolvimento de furca. Estes sítios receberam os materiais BMP+HA+MB (grupo teste) ou HA+MB (grupo controle) e foram recobertos com uma membrana reabsorvível (GENDERME – Baumer AS). Após a realização dos tratamentos foram realizadas avaliações aos três e seis meses. Os achados clínicos deste estudo demonstraram que a utilização de BMP não gerou benefícios adicionais no tratamento destes defeitos. Os resultados encontrados nos grupos teste e controle foram semelhantes, assim sendo puderam considerar que a aplicação de MB e HA por si só demonstram resultados satisfatórios na resolução destes casos. Em 2004, Barboza et al, avaliaram o efeito da utilização de biomateriais em conjunto com rhBMP-2 na regeneração do osso alveolar em seis cães. Oito semanas, após a produção do defeito ósseo nesses animais, foi realizada a reintervenção onde foi utilizado rhBMP-2 associada à matriz óssea desmineralizada (DMB), ou associada a vidro bioativo (Bioglass) (BG). Dois desses animais receberam como tratamento a aplicação de rhBMP-2/ACS ou cirurgia controle, sem a i mplantação de nenhum material. Foi observada uma limitada regeneração do osso alveolar, em média, de 0,1mm no grupo controle. A implantação de rhBMP2/ACS resultou em um aumento de altura do osso alveolar (em média de 2,2mm). Nos sítios que receberam implantação de rhBMP-2/ACS/DMB houve um aumento na altura do osso alveolar (em média de 4,4mm). Já nos sítios que receberam rhBMP2/ACS/BG, observou-se aumento ósseo de, em média, 4,6mm. Nesta avaliação não foi possível notar diferença na taxa de formação óssea entre os implantes de rhBMP-2/ACS/DMB e rhBMP-2/ACS/BG. Uma rápida formação óssea foi observada independentemente do espaço promovido pelo biomaterial utilizado. 20 Um estudo piloto foi desenvolvido em 2004 por Sorensen et al, para avaliar o efeito de rhBMP-12 sobre a regeneração do ligamento periodontal em casos de reimplante dentário. Seis cães tiveram seus incisivos e pré-molares extraídos e reimplantados a seguir. Os biomateriais comparados foram o rhBMP-12 ou uma solução chamada de MFR 00842-tampão (sacarose, glicina, ácido L-glutamatico, NaCl e polisorbato, com pH de 4,5). As radiografias mostraram diferentes graus de reabsorção óssea dos dentes reimplantados após oito semanas, sem diferenças entre as condições experimentais. Todos os espécimes apresentaram presença de fibras do ligamento periodontal dispersas. A maior parte dessas fibras apareceu orientada perpendicularmente em relação a superfície radicular. Limitadas áreas de reabsorção da superfície radicular foram observadas em todos os espécimes. As observações deste estudo não indicam a utilização tópica de rhBMP-12 para auxiliar o restabelecimento do ligamento periodontal nos casos de reimplante dentário. Fiorellini et al, 2005, em um estudo duplo-cego randomizado controlado por placebo, avaliaram a eficácia da regeneração óssea induzida por duas concentrações de proteína morfogenética óssea recombinante humana – 2 (rhBMP2) aglutinada à uma esponja de colágeno reabsorvível (ACS), a utilização apenas de ACS para correção de defeitos ósseos nos alvéolos, após extração, com finalidade de implantes dentários. Oitenta pacientes (quarenta e três homens e trinta e sete mulheres) foram incluídos neste estudo. Um total de noventa e cinco sítios para tratamento. Dois grupos de quarenta pacientes foram distribuídos aleatoriamente de maneira a receberem como tratamento: rhBMP-2 adicionada à ACS (concentrações de 0,75mg/ml e 1,5mg/ml), apenas ACS (placebo), ou nenhum tratamento. As esponjas de colágeno com ou sem rhBMP-2 foram colocadas para preencher os defeitos ósseos confeccionados cirurgicamente e a eficácia do rhBMP-2/ACS foi avaliada através de tomografia computadorizada. A avaliação da altura alveolar indicou que os indivíduos que receberam rhBMP-2/ACS 1,5mg/ml mantiveram a parede palatina intacta enquanto que os outros grupos obtiveram reduções. A largura óssea no terço apical aumentou em todos os grupos exceto naquele sem tratamento. O aumento foi significativamente maior (p < 0,05) para os grupos tratados com rhBMP-2/ACS no terço médio da raiz. O grupo que recebeu 1,5mg/ml rhBMP mostrou-se com melhores resultados mesmo quando comparado ao grupo que recebeu 0,75mg/ml. No terço cervical, o grupo que recebeu 1,5mg/ml também 21 obteve uma espessura maior. Os resultados mostraram que os pacientes tratados com 1,5mg/ml de rhBMP-2/ACS possuíam estrutura óssea suficiente para colocação de implante dentário sem a necessidade de uma reintervenção. Ainda, neste estudo, 68 biópsias foram realizadas nos indivíduos que se submeteram a cirurgia de implantes. A estrutura óssea encontrada na reparação foi essencialmente trabecular e havia um número moderado de osteoblastos ativos. Hyun et al, em 2005, avaliaram e compararam o potencial osteogênico das proteínas morfogenéticas ósseas 2, 4 e 7 aglutinadas à uma esponja de colágeno reabsorvível (rhBMP-2/ACS, rhBMP-4/ACS e rhBMP-7/ACS). Trinta ratos foram utilizados neste estudo. Após oito semanas independentemente do tipo de rhBMP utilizada, todos os defeitos apresentaram um padrão de formação óssea semelhante e praticamente eliminaram os defeitos com neoformação óssea. A densidade do osso recém formado também se mostrou semelhante nos 3 grupos analisados. Portanto, os tipos de rhBMP utilizados neste estudo exerceram uma ação semelhante sobre a regeneração óssea sem diferenças significantes entre si. Em 2005, Han et al, avaliaram o efeito osteocondutor de um feixe de fibrina (FFSS) e sua potencialidade como material transportador de proteína morfogenética recombinante humana (rhBMP-4) em trinta ratos. Um dos grupos sofreu apenas a cirurgia controle, sem implante de nenhum material. Outro grupo recebeu como tratamento um implante de FFSS e o terceiro rhBMP-4/FFSS. Nos resultados da cirurgia controle observou-se uma mínima formação óssea proveniente das margens do defeito. No grupo FFSS, em duas semanas foi possível notar que o defeito estava preenchido com o material e tecido conjuntivo frouxo, com raras áreas de formação óssea nas margens do defeito; já em oito semanas houve uma maior formação óssea e o FFSS foi completamente reabsorvido. Os sítios que foram tratados com rhBMP-4/FFSS mostraram formação óssea evidente já em duas semanas, principalmente na periferia do defeito; em oito semanas a quantidade de osso formado foi maior e as amostras apresentaram uma fase mais avançada de remodelação e consolidação óssea. Não foram detectados vestígios de rhBMP4/FFSS. Os resultados deste estudo mostraram que o FFSS tem potencial osteocondutor e pode ser utilizado como transportador de rhBMP-4. 22 Wikesjö et al, em 2005, avaliaram o efeito da proteína morfogenética óssea recombinante humana 12 (rhBMP-12) na regeneração do osso alveolar, cemento e formação de ligamento periodontal. Defeitos periodontais circunferenciais foram criados cirurgicamente em torno dos terceiros e quartos pré-molares mandibulares de seis cães. Três animais receberam como tratamento rhBMP-12 (0,04mg/ml) aglutinada à esponja de colágeno (ACS) em um dos lados e rhBMP-12 (0,2mg/ml) /ACS no outro lado. Os outros três animais receberam como tratamento rhBMP-12 (1,0mg/ml) /ACS em um dos lados e no outro lado, rhBMP-2 (0,2mg/ml) /ACS. Oito semanas após a formação óssea em sítios que receberam rhBMP-2 (70% da altura do defeito) foi mais extensa do que nos locais que receberam rhBMP-12 (52% da altura do defeito nos sítios que receberam 0,04mg/ml, 56% da altura do defeito nos sítios que receberam 0,2mg/ml e 58% da altura do defeito nos sítios que receberam 1,0mg/ml). Não houve significativa diferença na formação óssea entre as diferentes concentrações de rhBMP-12, e regeneração cementária não se mostrou diferente nas distintas modalidades de tratamento. Os sítios que receberam rhBMP-12/ACS apresentaram uma formação do ligamento periodontal com fibras densas e com sua inserção orientada funcionalmente, semelhante ao ligamento periodontal original. Já nos sítios que receberam a rhBMP-2/ACS as fibras do ligamento periodontal desenvolveram-se com uma densidade baixa e orientadas paralelamente ao longo eixo do dente, tendo suas funções limitados por esse motivo. Não foi observada diferença entre as concentrações utilizadas. 23 3 CONCLUSÃO Com esta pesquisa pode-se concluir que as proteínas morfogenéticas ósseas podem ser consideradas uma excelente promessa na terapia periodontal em caráter experimental, mas com ressalva na regeneração dos tecidos periodontais perdidos por conseqüência do avanço da doença periodontal. As diferentes proteínas morfogenéticas ósseas têm semelhante resultado na formação óssea e diferem-se nos resultados de regeneração cementária e do ligamento periodontal. A principal dificuldade em aplicar clinicamente essas proteínas é encontrar o material ideal para transportá-las até o sitio receptor. Todos os artigos estudados sugeriram novas pesquisas para confirmar os resultados até hoje encontrados. 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOZA, E. P. et al. Ridge augmentation following implantation of recombinant human bone morphogenetic protein-2 in the dog. Journal of Periodontology, Indianapolis, v. 71, n. 3, p. 488-496, mar. 2000. BARBOZA, E. P. et al. Effect of recombinant human bone morphogenetic protein-2 in an absorbable collagen sponge with space-providing biomaterials on the augmentation of chronic alveolar ridge defects. Journal of Periodontology, Indianapolis, v. 75, n. 5, p. 702-708, may. 2004. CHOI, S. et al. Effect of recombinant human bone morphogenetic protein2/absorbable collagen sponge (rhBMP-2/ACS) on healing in 3 – wall intrabony defects in dogs. Journal of Periodontology, Indianapolis, v. 73, n. 1, p. 63-72, jan. 2002. COCHRAN, D. L.; WOZNEY, J. M. Biological mediators for periodontal regeneration. Periodontology 2000, Copenhagen, v. 19, p. 40-58, 1999. 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COCHRAN et al, 1999 Determinar a quantidade de Seis homens, total de quarenta e A adição de rhBMP-2 resultou formação óssea que ocorreu nos oito implantes. Vinte e quatro em uma porcentagem maior de defeitos torno dos implantes destes receberam rhBMP-2/ACS, regeneração óssea. A presença Doze lesões de furca nos molares de babuínos foram criadas cirurgicamente e tratados com matriz de colágeno insolúvel (controle), 100 ou 500 ig de HOP-1 por g de matriz. Após sessenta dias de cura foi observada cementogênese sobre a exposição da dentina nos grupos tratados com HOP-1, também foram observados focos de mineralização incipiente. Dentro da furca foi encontrado colágeno residual. Formação e inserção de fibras de Sharpey foram observadas. 29 tratados ou não com rhBMP-2. para tratamento dos defeitos em torno dos implantes, o restante recebeu apenas ACS. Metade dos sítios de cada modelo foi recoberto com membrana e a outra metade não. da membrana adiantou a regeneração óssea, mas num prazo maior não apresentou significância. BARBOZA et al, 2000 Compreender os mecanismos que afetam a indução óssea por rhBMP-2/ACS ou rhBMP-2/ACS combinada à hidroxiapatita (HA) na presença de compressão do tecido mole. Quatro cães foram submetidos à extração dentária e redução do rebordo para submeterem-s e a o estudo. Após oito semanas de cura, rhBMP-2/ACS ou rhBMP2/ACS+HA implantados contralaterais. Nos sítios onde foram i m p l a n t a d o s r h B M P -2/ACS obteve limitado aumento horizontal. Já nos sítios que r e c e b e r a m r h B M P-2/ACS+HA encontrou-se relevante aumento horizontal. IVANOVSKI et al, 2001 Determinar a distribuição de sialoproteína óssea, osteopontin, osteocalcina, BMP-2 e BMP-4 no interior do periodonto humano. O tecido periodontal de um humano (gengiva, osso alveolar, ligamento periodontal e cemento) foi analisado, após a sua morte. Osteopontin foi encontrado no ligamento periodontal, osteocalcina foi encontrada no ligamento periodontal, sialoproteína óssea foi encontrada, em pouca quantidade, no osso e no cemento e as BMPs foram encontradas no ligamento periodontal. 30 KING e HUGHES, 2001 Determinar se rhBMP-2 estimula o recrutamento de células para regeneração periodontal e observar a subseqüente migração de suas descendentes durante a cicatrização da ferida. A raiz distal do primeiro molar foi desnuda de seu ligamento periodontal, cemento e dentina através de uma janela óssea criada na mandíbula de sessenta e quatro ratos. A metade foi tratada com rhBMP-2/ACS e a outra metade foi tratada com ACS. Todos os animais receberam uma injeção de timidina analógica para marcação. Os resultados mostraram que rhBMP-2 tiveram profundo efeito sobre a proliferação e migração de células adjacentes. RIPAMONTI et al, 2001 Avaliar a regeneração periodontal Defeitos de furca classe II nos 1º e induzida por hOP-1 e rhBMP-2. 2º molares de 3 babuínos foram tratados com hOP-1 e rhBMP-2 isoladamente ou em conjunto. O r h B M P -2 induziu a maior formação óssea. O hOP-1 induziu a maior regeneração cementária. As duas proteínas aplicadas conjuntamente obtiveram os piores resultados. Comparar os efeitos da degradação lenta ou rápida da gelatina usada como transportadora de rhBMP-2 n a Na formação óssea não foi notada diferença entre os dois tipos de gelatina. M a s a presença de rhBMP-2 TALWAR et al, 2001 Defeitos ósseos, em 36 ratos, foram tratados com gelatina de lenta e rápida degradação associada ou não com rhBMP-2. 31 cicatrização periodontal. CHOI et al, 2002 Avaliar a regeneração do osso alveolar e cemento, anquilose e reabsorção radicular associadas ao implante cirúrgico de rhBMP2/ACS. proporciona uma maior formação óssea e cementária. Defeitos periodontais de t r ê s paredes foram criados na região de pré-molar de oito cães. Os defeitos receberam rhBMP-2/ACS ou ACS ou apenas controle, sem tratamento. Os sítios tratados com rhBMP2/ACS tiveram cicatrização acelerada e reforçada formação óssea, mas não apresenta ação sobre a formação cementaria. rhBMP-2/ACS não pareça estar associada à anquilose e reabsorção radicular. SELVING et al, 2002 Caracterizar as reações teciduais Os defeitos ósseos de 4 cães Foi observada uma excelente após a aplicação de rhBMP-2 em foram tratados com rhBMP-2/ACS. formação óssea. Infelizmente o defeitos periodontais. conjunto cemento, ligamento periodontal e osso alveolar não foi observado. TATAKIS et al, 2002 Observar o efeito da rhBMP-2 em Três implantes, com 5mm do diferentes doses na parafuso para fora do osso, foram osseointegração de implantes. instalados em cada um dos seis cães. Os defeitos foram tratados com rhBMP-2/ACS em diferentes A indução óssea foi limitada em todos os grupos, sem diferenças notáveis entre as concentrações utilizadas. 32 concentações ( 0,05, 0,1 e 0,2). JUNG et al, 2003 Testar se a adição ou não de rhBMP-2 a um substituto ósseo Bio-Oss ira melhorar o regeneração óssea guiada. Onze pacientes receberam implantes dentários e tiveram defeitos ósseos corrigidos com Bio-Oss ou Bio-Oss revestido com rhBMP-2. A altura inicial do defeito era de 7,0 mm. Nos sítios que receberam apenas Bio-O s s a profundidade diminuiu para 0,4 mm e nos sítios que receberam Bio-Oss+rhBMP-2 a profundidade diminuiu para 0,2 mm. SAITO, SAITO e KAWANAMI; 2003 Avaliar a influencia de uma membrana de colágeno colocada entre uma esponja de colágeno (PGS) contendo rhBMP-2 e a raiz do dente na regeneração periodontal. Setenta e dois defeitos periodontais foram criados cirurgicamente. Foram divididos em três grupos. O grupo B recebeu rhBMP-2/PGS, o grupo PB recebeu rhBMP-2/PGS com membrana de colágeno entreposta e o grupo P recebeu apenas PGS. Os grupos B e PB apresentaram maior nível de formação óssea e de tecido conjuntivo anexo à regeneração cementária. O grupo B apresentou maior grau de formação óssea do que o grupo PB embora este não tenha apresentado anquilose. WIKESJÖ et al; 2003 Avaliar a influência de rhBMP-2 na Defeitos periodontais foram Regeneração óssea e também regeneração do osso alveolar e criados cirurgicamente em quatro a n q u i l o s e f o r a m periodontal com a utilizaçã o d e cães labradores. rhBMP-2/ACS foi significativamente maiores nos 33 uma membrana como cobertura. implantado aleatoriamente na sítios tratados metade dos sítios e recoberto com 2/ACS. uma membrana (ePTFE). Nos outros sítios foi implantado ACS e recoberto com ePTFE. com rhBMP- WIKESJÖ et al; 2003 Avaliar a eficiência de uma membrana (ePTFE) colocada sobre o implante de rhBMP2/ACS. D e f e i t o s p e r i o d o nt a i s f o r a m criados cirurgicamente em quatro cães labradores. rhBMP-2/ACS foi implantado em todos os sítios. A metade, destes sítios, foi recoberto com ePTFE, a outra metade não recebeu tratamento adicional. A regeneração óssea foi significativamente reforçada nos sítios com a utilização de ePTFE. BARBOZA et al, 2004 Avaliar a eficácia de dois biomateriais, vidro bioativo e desmineralizado (BG) / matriz óssea mineralizada (DMB) em combinação com rhBMP-2/ACS em defeito de rebordo alveolar. Seis cães, quatro receberam as combinações BG+rhBMP-2/ACS e DMB+rhBMP-2/ACS em implantes contralaterais e dois cães r e c e b e r a m r h B M P -2 / A C S e cirurgia sem tratamento, como controle. A cirurgia controle obteve um limitado aumento horizontal. Os sítios que receberam BG+rhBMP-2 / A C S e DMB+rhBMP-2/ACS obtiveram aumento duas vezes maior que os sítios que receberam rhBMP2. O DMB foi encontrado substituído por osso recém formado. O BG foi encontrado 34 incorporado ao osso. GUIMARÃES et al, 2004 Avaliar o efeito do pool de BMPs Dez pacientes com pares de bovinas no tratamento de defeitos lesões de duas ou três paredes, intraósseos. localizados em pré-molares ou molares. O grupo teste foi tratado com pool de BMP e hidroxiapatita (BMP-HA), matriz bovina desmineralizada (MB) e recoberto com membrana de colágeno. O grupo controle foi tratado com MBHA e recoberto com membrana de colágeno. Os resultados não mostraram diferenças significativas entre os grupos teste e controle. Isso significa que o pool de BMP não fornece acréscimo no tratamento de defeitos intraósseos com regeneração tecidual guiada. SORENSEN et al, 2004 Avaliar o efeito de rhBMP-12 sobre Dentes de seis cães foram a regeneração do ligamento extraídos, receberam o tratamento periodontal no reimplante dentário. das raízes com rhBMP-12 ou uma solução tampão e foram reimplantados. Os resultados foram semelhantes nos dois grupos apresentando focos de reabsorção dentária. FIORELLINI et al, 2005 Avaliar a eficácia da indução Oitenta pacientes divididos em Os pacientes tratados com óssea para colocação de grupos de quarenta foram 1 , 5 m g / m l r h B M P -2/ACS implantes dentários por duas randomizados em um duplo- obtiveram resultados melhores 35 concentrações de rhBMP-2/ACS mascarado de modo a receber em todos em comparação com placebo e 0,75mg/ml ou 1,5mg/ml rhBMP- analisados. sem tratamento. 2/ACS, placebo ou nenhum tratamento. os aspectos HYUN et al, 2005 Avaliar e comparar o potencial osteogênico de rhBMP-2, -4 e -7 adicionados à ACS com cicatrização precoce (2 semanas) e cicatrização completa (8semanas). Defeitos de 8 mm foram criados no crânio de trinta ratos. Estes animais foram divididos em três ggrupos de dez cada. Os grupos foram tratados com rhBMP-2/ACS, rhBMP-4/ACS ou rhBMP-7/ACS. Os resultados dos tratamentos nos três grupos, independendo se a avaliação foi com cicatrização precoce ou tardia, foram semelhantes. HAN et al, 2005 Avaliar a eficácia de um feixe de fibrina (FFSS) como meio de transporte para rhBMP-4 e avaliar o real poder osteocondutor do FFSS. Defeitos de 8 mm foram criados no crânio de trinta ratos. Estes foram divididos em três grupos, com dez ratos cada, que receberam rhBMP-4/FFSS, apenas FFSS ou cirurgia controle, sem implante. O implante de rhBMP-4/FFSS resultou no reforço de formação óssea. Novo osso também foi formado no grupo que recebeu FFSS mas não tão evidente quanto no grupo que recebeu rhBMP-4/FFSS. E uma formação muito limitada foi observada no grupo controle. 36 WIKESJÖ et al; 2005 Avaliar a eficácia da utilização de Defeitos periodontais foram rhPMP-12 na regeneração confeccionados cirurgicamente em periodontal. seis cães labradores. Alguns sítios foram tratados com rhBMP12/ACS enquanto que outros foram tratados com rhBMP-2/ACS. Quadro I – resumo dos textos utilizados na pesquisa. Os sítios tratados com rhBMP2/ACS obtiveram melhor regeneração óssea, a regeneração cementária foi semelhante em todos os sítios, mas nos sítios tratados com rhBMP-12/ACS foi observado melhor formação de ligamento periodontal.