Sumário Geografia ............................................................................................................................... 2 Os princípios da geografia .............................................................................................. 5 As categorias geográficas............................................................................................... 7 O planeta terra – o início...................................................................................................12 O sistema solar ...............................................................................................................14 A formação do planeta Terra........................................................................................17 O planeta terra – movimentos e relações Terra-Lua ...................................................22 Os movimentos do planeta Terra ....................................................................................25 As fases da lua ...................................................................................................................33 As marés .............................................................................................................................36 Os Eclipses .........................................................................................................................39 Coordenadas geográficas.................................................................................................44 Os fusos horários ...............................................................................................................57 A cartografia........................................................................................................................69 Projeções cartográficas .................................................................................................71 Escalas Cartográficas .......................................................................................................77 Qual a origem da Terra? ...................................................................................................83 Tabela do Tempo Geológico ............................................................................................86 A estrutura interna da Terra .............................................................................................90 A estrutura externa da Terra ............................................................................................93 A teoria da deriva continental...........................................................................................94 Placas Tectônicas ..............................................................................................................96 Rochas, minerais e o solo. ............................................................................................ 103 O ciclo das rochas....................................................................................................... 107 Nossa atmosfera ............................................................................................................. 110 Referências bibliográficas.............................................................................................. 119 1 Etapa 1 GEOGRAFIA A Geografia surgiu, enquanto saber oficial, no início do século XIX, quando vêm a público as obras dos alemães (prussianos) Alexander Von Humboldt (17691859) e Karl Ritter (1779-1859). Afirmar que a Geografia Científica surgiu no século XIX, em território alemão, não significa negar um saber geográfico anteriormente produzido. A geografia é um saber tão antigo quanto a própria história dos homens. Desde os primórdios da história humana, os povos já eram dotados de uma mobilidade espacial, decorrente tanto do exercício da curiosidade como da necessidade de reprodução da própria sociedade, que levou ao conhecimento de regiões diferentes daquelas da habitação inicial. Essas migrações permitiram a ampliação do conhecimento da superfície terrestre e propiciaram o registro e a transmissão desse saber geográfico. Os gregos foram os precursores na produção de um saber geográfico de forma sistematizada. Esse pioneirismo grego explica-se, pelo desenvolvimento do comércio. O comércio é a fonte principal de contato com o “desconhecido”, ele estimula a curiosidade e obriga à sistematização das informações e conhecimentos geográficos. As descrições dos lugares (aspectos sociais, culturais, políticos, econômicos, bem como características físico-naturais), tornamse uma necessidade prática, juntamente com a produção de mapas. Esse saber geográfico era produzido principalmente, principalmente, por mercadores, navegantes, militares, historiadores, filósofos e matemáticos. A Geografia encontrava-se diluída na filosofia grega. A produção do saber geográfico na Antiguidade deu-se, por duas formas de expressão: vertente histórico-descritiva (narrativas de viagens e descrições regionais); vertente matemático-cartográfico (estudos referentes à forma e à dimensão da Terra e representações cartográficas). Na vertente histórico-descritiva, destacam-se as contribuições de Heródoto, Hipócrates e Estrabão. 2 A Geografia é a ciência que estuda o planeta Terra. A Geografia estuda a superfície terrestre. A origem etimológica do termo é derivada dos radicais gregos geo = "Terra" + graphein = "escrever". Descreve as paisagens que resultaram da relação entre o homem e a natureza. Desde a mais alta antiguidade o homem se preocupava com o conhecimento do espaço em que vivia. Às vezes esse conhecimento era uma resposta desejada pela curiosidade. Outras vezes tais conhecimentos tinham objetivos econômicos ou políticos. O modo como é tratado sistematicamente o conhecimento da Terra é o objetivo específico da Geografia. A Geografia é uma disciplina que nasceu na própria origem humana. Mas apenas se tornou uma ciência depois que a civilização grega floresceu. A superfície terrestre é composta basicamente da atmosfera, da litosfera, da hidrosfera e da biosfera. É o habitat, ou meio ambiente. Nela vivem os seres humanos, os animais e as plantas. A área da superfície da Terra é habitável. Ela apresenta diversas características. Uma das principais é a complexidade interativa dos elementos físicos, biológicos e humanos. Dentre esses elementos podemos citar o relevo, o clima, a água, o solo, a vegetação, a agricultura e a urbanização. Outra característica é como o ambiente varia muito de um lugar para outro, conforme os lados antagônicos: de um lado os trópicos e, por outro as regiões polares frias, os desertos áridos ao contrário das florestas equatoriais úmidas, as vastas planícies rebaixadas em contraposição às montanhas íngremes e as superfícies geladas e despovoadas em oposição às grandes metrópoles que ultrapassam os milhões de habitantes. Outra característica ainda é a regularidade de determinados fenômenos já registrados. Trata-se dos climáticos. A regularidade dos fenômenos climáticos permite que se generalize sua distribuição no espaço geográfico. Os exemplos mais verdadeiros são as medidas térmicas e pluviométricas. As medidas 3 térmicas e pluviométricas são os principais elementos climáticos para a agropecuária e outras atividades feitas pelo homem. A geografia tem quatro preocupações particulares. Primeiro, a localização de seu objeto. Segundo, as inter-relações com os fenômenos (especialmente a relação entre a humanidade e o território, igualmente à ecologia). Terceiro, a regionalização. E, quarto, as áreas correlatas. Procura saber sobre os lugares onde há civilização, sua distribuição acima da superfície da Terra e os fatores de ambiente, cultura, economia e relativos à recursos da natureza. Esses fatores têm influência nessa distribuição. Trata-se de uma tentativa de respostas a perguntas sobre a possibilidade de reconhecimento populacional de uma região, modo de vida, cultura e sobre os movimentos e relações ocorridas nos lugares diferenciados. A geografia foi sistematizada como disciplina acadêmica em atribuição aos pesquisadores Alexander Von Humboldt e Carl Ritter, que viveram no Século XIX. O profissional desta disciplina é o geógrafo. O espaço geográfico No espaço terrestre, o homem cria um espaço para viver e garantir a sua existência. Constrói campos de cultivo (agricultura), cidades, estradas, indústrias, campos para a pastagem do gado, represa rios, extrai recursos minerais e vegetais da natureza. Ao fazer isso, ele modifica a natureza. Transforma a natureza, o espaço natural, segundo suas necessidades. Produz um novo espaço. Esse espaço produzido pelo homem recebe o nome de espaço geográfico. Assim, o homem, através de seu trabalho e ao longo da história, é um construtor ou produtor de espaços geográficos. Portanto, não podemos esquecer que o espaço geográfico inclui a natureza e os homens (sociedade). No espaço geográfico, está incluído o meio natural que é o substrato onde as atividades humanas respondem pela organização do espaço, conforme os padrões econômicos e culturais. A natureza resultante da pura combinação dos 4 fatores físicos, químicos e biológicos ao sofrer apropriação e transformação por parte do homem, através do trabalho, converte-se em natureza socializada ou “segunda natureza”, caracterizando as relações que incorporam as forças produtivas nos diferentes modos de produção. O modo como os homens se relacionam com a natureza depende do modo como os homens se relacionam entre si. Os fenômenos resultantes da relação homem-natureza encontram-se determinados pelas relações entre os próprios homens, em um determinado sistema social. Os princípios da geografia No século XIX, do surgimento da Geografia como ciência, fez-se necessária a fixação de princípios metodológicos, que lhe conferem o devido caráter científico. Os princípios formulados são os seguintes: • O princípio da extensão, concebido por Friedrich Ratzel (1844-1904). O princípio reza que é preciso delimitar o fato a ser estudado, localizando-o na superfície terrestre. • O princípio da analogia, também chamado Geografia Geral, exposto por Karl Ritter (1779-1859) e Paul Vidal de La Blache (1845-1918). Estes autores mostraram que é preciso comparar o fato ou área estudada com outros fatos ou áreas da superfície terrestre, em busca de semelhanças e diferenças. • O princípio da causalidade, formulado por Alexander von Humboldt (17691859), que diz respeito à necessidade de explicar o porquê dos fatos. • O princípio da conexidade ou interação, apresentado por Jean Brunhes (1869-1930). Segundo ele, os fatos não são isolados, e sim inseridos num sistema de relações, tanto locais quanto interlocais. 5 • O princípio da atividade, formulado também por Brunhes, que afirma ter os fatos um caráter dinâmico, mutável, o que demanda o conhecimento do passado para a compreensão do presente e previsão do futuro. O objeto material da Geografia é a Terra, a superfície terrestre, e seu objeto formal são as relações aí processadas. Com outras palavras, o objeto formal da Geografia é o estudo das relações locais (verticais) de fatores que diferenciam um lugar de outro, e das relações horizontais entre os lugares ou áreas. Das diferentes interpretações da relação homem x espaço surgiram duas concepções geográficas: A Escola Determinista, fundada por Ratzel, em 1822, que, como o nome indica, sugere que o espaço natural determina as formas de sua ocupação por parte do homem. Desta forma, os povos do litoral seriam necessariamente pescadores, os de planalto criadores e os de planície mais naturalmente agricultores. O fascismo italiano do período entre guerras atacou veementemente essa teoria, negando que a Itália estaria fadada a ser uma potência de terceira ordem em função da não disponibilidade de carvão em seu território. A Escola Possibilista, defendida primeiramente por La Blache e depois pela escola francesa que ele criara, não negava a influência que a natureza exercia sobre o homem, mas este pode escolher e modificar o espaço físico, conforme suas capacidades. Percebe-se claramente que as duas concepções não exprimem uma verdade geográfica absoluta, uma vez que se baseiam em momentos históricos diferentes, em que a ocupação do espaço pelo homem foi determinada por tal capacidade ou inabilidade. Ambas devem então ser tomadas como corretas, mas deve-se ter o cuidado de aplicá-las corretamente ao período ou localização estudada. 6 As categorias geográficas Para se estudar e entender a ciência geográfica, os teóricos a dividiram em cinco categorias de análises: o espaço, o lugar, a paisagem, a região e o território, que juntos formam o espaço geográfico. Espaço – na Geografia (em outras ciências é diferente), o espaço é concebido como uma porção especifica da superfície da Terra, cuja interação entre natureza e ser humano, reflete na reprodução social e na construção da paisagem. Paisagem natural – é a paisagem sem a ação modificadora do homem, ou seja, as bases geológicas e climáticas. Paisagem cultural – é modelada a partir de uma paisagem natural por meio de um grupo cultural. A cultura é o agente, a área natural é o meio e a paisagem cultural é o resultado. Lugar - base da reprodução da vida (vivência afetiva) e pode ser analisado pela tríade habitante-identidade-lugar. O “não lugar” são lugares de passagem, como aeroportos, estradas, supermercados, local de trabalho etc., não existindo uma relação ou mesmo uma identidade com o indivíduo. Região - o conceito de região esta correlacionado com continuidade e contiguidade (vizinhança), possuindo delimitação e características semelhantes. Varia conforme as escolas geográficas. Território - está ligado ao poder, dominação e conquista. O território é todo espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder, podendo ser contíguo ou fragmentado, variando de um quarteirão dominado por uma quadrilha de traficantes e/ou até um bloco constituído pelos países membros da OTAN. 7 Na internet: a) http://www.slideshare.net/markoabreu/geografia-e-categorias-de-anlise b) http://www.slideshare.net/brenoamarante/conceitos-geogrficos-6876922 c) http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/res/article/view/252/241 d) http://www.neysilva.com/2011/02/nocoes-basicas-das-categorias.html Aprofundamento: Local: relacionado a um determinado ponto de um lugar (coordenada geográfica) Região Determinista: (o meio sobre o homem) região natural, ambientalista, descritiva, sem evolução, idiográfica, que segue as características físicas, qualitativa da Escola Alemã. Região Possibilista: (o homem sobre o meio) não estática, possui evolução, interação entre os elementos da paisagem, positivista. Escola Francesa. Região Teorética: (a matemática) também chamada de ―Nova Geografia‖, uso de modelos matemáticos, visão globalizada e métodos quantitativos. Região Marxista: (o trabalho humano) também chamada de ―Geografia Critica‖, proposta com uma clara definição metodológica, fundamentada no materialismo histórico e dialético, baseado no marxismo. A delimitação da região na visão critica 8 se dá a partir do melhor meio para a reprodução do capital, sendo o Estado apenas mediador entre mercado, capital e força de trabalho. Região humanista: (tempo e cultura) utiliza-se do espaço vivido, numa revalorização da paisagem e uso da linha fenomenológica, não existindo a neutralidade. Na região humanista é considerada a consciência que o homem possui de diferentes espaços e padrões culturais, próprios de cada sociedade e tempo histórico. Região Nodal: (a rede urbana) refere-se ao ―nó‖ da circulação entre as cidades (equivale às modernas regiões metropolitanas) influência do centro urbano sobre as demais áreas. Região Histórica: (a história) é toda história da influência progressiva do homem sobre o espaço (formas de apropriação agrícola, rural e urbana) que constitui o fator principal de unidade de paisagem numa certa porção do espaço (região). Região Natural: (a natureza) refere-se à certas partes do espaço que o meio físico que marca mais nitidamente o conjunto da paisagem e, por consequência, delimitam a região. Região Econômica: (a economia) é quando a amplitude da atividade industrial marca por toda parte a paisagem. Fronteiras: são recursos utilizados para delimitar áreas de territórios. As fronteiras podem ser: naturais ou artificiais. Fronteiras Naturais: ocorrem quando são usados elementos naturais para demilitar os territórios, como um rio ou o topo de uma montanha. 9 Fronteiras Artificias: ocorrem quando são usados elementos construídos pelo homem para delimitar os territórios, como um muro ou um cercado. Para a compreensão de alguns aspectos da relação entre países é de suma importância dominar os conceitos de Estado, Nação e País. Somente a partir da percepção desses conceitos é que podem ficar claros as decisões tomadas por grandes líderes mundiais e ações referentes a política internacional. Estado: é a forma como a sociedade se organiza politicamente. É o conjunto das instituições governamentais que organizam e administram uma determinada sociedade. No Brasil esta organização política está dividida em três poderes que funcionam regulados pela Constituição Federal. São eles: a) Executivo; b) Legislativo e; c) Judiciário. Nação: é constituída por um ―coletivo humano‖ com características comuns (idioma, tradições, costumes, religião...) e ligados por laços históricos, étnicos e culturais. País: um território politicamente delimitado por fronteiras com unidade político-administrativa (Estado), habitado por uma comunidade (nação) com história própria. 10 Reflexão/Discussão Observe as imagens a seguir: a) Qual é uma paisagem natural e qual é uma paisagem humanizada? Explique. b) Você é capaz de observar um espaço geográfico? Discuta suas conclusões no plantão de geografia com o seu professor. 11 O PLANETA TERRA – O INÍCIO O início de tudo A busca pela compreensão sobre como foi desencadeado o processo que originou o universo atual, proporcionou – e ainda proporciona – vários debates, pesquisas e teorias que possam explicar tal fenômeno. É um tema que desperta grande curiosidade dos humanos desde os tempos mais remotos e gera grandes polêmicas, envolvendo conceitos religiosos, filosóficos e científicos. Até o momento, a explicação mais aceita sobre a origem do universo entre a comunidade cientifica é baseada na teoria da Grande Explosão, em inglês, Big Bang. Ela apoia-se, em parte, na teoria da relatividade do físico Albert Einstein (1879-1955) e nos estudos dos astrônomos Edwin Hubble (1889-1953) e Milton Humason (1891-1972), os quais demonstraram que o universo não é estático e se encontra em constante expansão, ou seja, as galáxias estão se afastando umas 12 das outras. Portanto, no passado elas deveriam estar mais próximas que hoje, e, até mesmo, formando um único ponto. A teoria do Big Bang foi anunciada em 1948 pelo cientista russo naturalizado estadunidense, George Gamow (1904-1968) e o padre e astrônomo belga Georges Lemaître (1894-1966). Segundo eles, o universo teria surgido após uma grande explosão cósmica, entre 10 e 20 bilhões de anos atrás. O termo explosão refere-se a uma grande liberação de energia, criando o espaço-tempo. Até então, havia uma mistura de partículas subatômicas (quarks, elétrons, neutrinos e suas partículas) que se moviam em todos os sentidos com velocidades próximas à da luz. As primeiras partículas pesadas, prótons e nêutrons, associaram-se para formarem os núcleos de átomos leves, como hidrogênio, hélio e lítio, que estão entre os principais elementos químicos do universo. Ao expandir-se, o universo também se resfriou, passando da cor violeta à amarela, depois laranja e vermelha. Cerca de 1 milhão de anos após o instante inicial, a matéria e a radiação luminosa se separaram e o Universo tornou-se transparente: com a união dos elétrons aos núcleos atômicos, a luz pode caminhar livremente. Cerca de 1 bilhão de anos depois do Big Bang, os elementos químicos começaram a se unir dando origem às galáxias. Essa é a explicação sistemática da origem do universo, conforme a teoria do Big Bang. Aceita pela maioria dos cientistas, entretanto, muito contestada por alguns pesquisadores. Portanto, a origem do universo é um tema que gera muitas opiniões divergentes, sendo necessária uma análise crítica de cada vertente que possa explicar esse acontecimento. 13 O sistema solar Segundo medições recentes, o sistema solar começou a se formar há 5 bilhões de anos. No entanto, durante a maior parte da história da humanidade, o sol, na verdade uma estrela dentre 750 bilhões presentes apenas na Galáxia da Via Láctea, não considerado o centro do sistema de astros que inclui o planeta Terra. A observação a olho nu dá a impressão que todos os astros giram em torno da Terra. Uma impressão confirmada teoricamente pelo filósofo, matemático e astrônomo grego Claudius Ptolomeu, no século II d.C., através da teoria do universo geocêntrico, também chamado geocentrismo. Embora o filósofo e astrônomo grego Aristarco de Samos, no século III a.C., tivesse proposta a teoria do sol como centro, com a Terra efetuando movimentos de translação ao redor da estrela e de rotação em seu próprio eixo, no sentido anti-horário. Na realidade, o geocentrismo acabou atendendo os interesses teológicos do cristianismo, ratificando que o homem era o centro da criação divina e que, portanto, sua morada, o planeta terra, seria o centro do universo. Assim, negar o geocentrismo, por séculos, passou a significar questionar a existência de Deus, já que iria contra as palavras da Bíblia. Somente nos século XVI o geocentrismo seria colocado em dúvida pela teoria heliocêntrica de Nicolau Copérnico, prussiano de nascimento, mas criado na Polônia e Itália. Segundo o heliocentrismo, o sol seria o centro de um sistema de astros, dentre inúmeros outros sistemas estelares. Uma teoria que na época foi aceita como possibilidade por grande parte do clero, mas que foi desacreditada pelos homens de ciência, já que Copérnico não tinha provas matemáticas ou astronômicas além de suas observações a olho nu. No século XVII, foi Galileu Galilei que provou a teoria heliocêntrica, através de cálculos e do uso do telescópio. Porém, ele foi processado pela Inquisição e forçado a negar suas 14 teorias para escapar da fogueira. Segundo consta, ao negar o heliocentrismo, teria pronunciado: “nego, contudo a terra se move”. O heliocentrismo só foi aceito após os estudos de Johannes Kepler no século XVII e Isaac Newton no século XVIII. Nosso sistema solar está composto pela nossa estrela, o Sol, pelos oito planetas com suas luas e anéis, pelos planetas anões, asteroides e pelos cometas. Os cinco planetas mais brilhantes, que são visíveis a olho nu, já eram conhecidos desde a antiguidade. A palavra planeta em grego quer dizer astro errante. Depois da invenção do telescópio, outros 2 planetas do Sistema Solar foram descobertos: Urano em 1781 por William Herschel (1738-1822), Netuno em 1846 por previsão de Urbain Jean Joseph Le Verrier (1811-1877) e John Couch Adams (1819-1892). Plutão foi descoberto em 1930 por Clyde William Tombaugh (1906-1997), e classificado até agosto de 2006 como o nono planeta do sistema solar. Desde então a União Astronômica Internacional reclassificou Plutão como planeta anão, constituindo uma nova categoria de corpos do sistema solar, na qual também foram encaixados Ceres, o maior objeto do cinturão de asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter, e Éris (2003UB313) o maior asteroide do cinturão de Kuiper. Os nomes dos planetas são associados a deuses romanos: Júpiter, deus 15 dos deuses; Marte, deus da guerra; Mercúrio, mensageiro dos deuses; Vênus, deusa do amor e da beleza; Saturno, pai de Júpiter, deus da agricultura; Urano, deus do céu e das estrelas, Netuno, deus do Mar e Plutão, deus do inferno. O "novo" sistema solar, com a adição da classe dos "planetas anões" pela União Astronômica Internacional, em 2006. Figura:Wikipedia Na ordem da imagem: Sol, Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Os planetas anões: Ceres, Plutão, Haumea, Makemake e Éris. Existem dois tipos básicos de planetas, os terrestres, que são do tipo da Terra, e os jovianos, que são do tipo de Júpiter. Os planetas terrestres compreendem os quatro planetas mais próximos do Sol: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. Os quatro planetas terrestres: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. 16 A formação do planeta Terra Estima-se que o planeta Terra surgiu há aproximadamente 4,6 bilhões de anos e que, durante muito tempo, permaneceu como um ambiente inóspito, constituído por aproximadamente 80% de gás carbônico, 10% de metano, 5% de monóxido de carbono, e 5% de gás nitrogênio. O gás oxigênio era ausente ou bastante escasso, já que sua presença causaria a oxidação e destruição dos primeiros compostos orgânicos – o que não ocorreu, propiciando mais tarde o surgimento da vida. Nosso planeta foi, durante muito tempo, extremamente quente em razão das atividades vulcânicas, jorrando gases e lava; ausência da camada de ozônio; raios ultravioletas, descargas elétricas e bombardeamento de corpos oriundos do espaço. Sobre isso, inclusive, sabe-se que a maioria do carbono e de moléculas de água existentes hoje foi parte constituinte de asteroides que chegaram até aqui. Foi esta água que permitiu, ao longo de muito tempo, o resfriamento da superfície terrestre, em processos cíclicos e sucessivos de evaporação, condensação e precipitação. Após seu esfriamento, estas moléculas se acumularam nas depressões mais profundas do planeta, formando oceanos primitivos. Acompanhando a evolução do planeta e da vida, existem teorias que defendem a hipótese de que a Terra teria passado por cinco extinções em massa, a última ocorrida há 65 milhões de anos, responsável pela extinção dos dinossauros devido ao impacto de um asteroide. A origem do termo Terra vem a partir dos gregos na antiguidade. Dominando a astronomia, identificaram os planetas então observáveis com deuses, tal como Hades ou Hermes. O nosso planeta representava para eles Gaia, deusa da fertilidade, nome transformado em terra pelos romanos, termo que em latim tinha o mesmo significado atual de solo. Os romanos foram os primeiros a registrar o 17 termo planeta terra em textos que versavam sobre astronomia, fazendo referência aos habitantes do planeta Terra. Herdeiros da cultura grega, eles também renomearam os outros planetas, latinizando os nomes em grego dos deuses, tal como Vênus e Marte. O único satélite natural da Terra, a lua, segundo algumas hipóteses, teria evitado outras extinções, funcionando como um escudo contra o impacto de corpos celestes. Aliás, segundo a teoria mais aceita, a lua foi formada quando um objeto do tamanho de Marte se chocou com a Terra. Segundo esta hipótese, parte deste objeto teria se fundido com a terra e parte se desprendido, formando a lua. A Lua tem fascinado a humanidade através dos séculos. Desde a metade do século 17 Galileu e outros astrônomos fizeram observações através do recéminventado telescópio, e notaram uma infinidade de crateras superpostas. Também já é do conhecimento da ciência (há mais de um século) que a Lua é menos densa que a Terra. Embora alguma informação a respeito da Lua tenha sido obtida antes da era espacial, esta nova era revelou muitos segredos que mal podíamos imaginar. O conhecimento atual da Lua é maior do que para qualquer outro objeto além da Terra. Este conhecimento levou a uma melhor compreensão e maior consideração à complexidade dos planetas terrestres. Aprofundamento: Em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong tornou-se o primeiro homem a pisar na superfície da Lua. Ele foi seguido por Edwin Aldrin, ambos da missão Apollo 11. Eles, e os astronautas que os seguiram, experimentaram a ausência de atmosfera; as comunicações usavam rádios, porque ondas sonoras precisam de ar como meio. O céu lunar é sempre escuro, porque a difração da luz, que torna o céu da Terra azul, também só ocorre em uma atmosfera. Os astronautas também estavam sujeitos às diferenças gravitacionais; a gravidade da lua é um -sexto da Terra; uma pessoa que pesa 82 kg na Terra pesa somente 14 kg na Lua. 18 A Lua está a 384.403 km da Terra. Seu diâmetro é de 3.476 km. Tanto a rotação da Lua quando sua revolução em volta da Terra leva 27 dias, 7 horas e 43 minutos. Esta rotação síncrona é causada pela distribuição não homogênea de massa na Lua, que fez com que a gravidade da Terra mantivesse sempre o mesmo hemisfério da Lua voltado para a Terra. Librações óticas têm sido observadas desde o século 17. Muito pequenas, mas reais (máximo de O°.O4), estas librações são causadas pelo efeito da gravidade do Sol e da excentricidade da órbita da Terra, perturbando a órbita da Lua e permitindo variações cíclicas no torque, tanto na direção Leste-Oeste quanto na norte-sul. Durante o projeto Apolo, quatro estações sismológicas alimentadas por energia nuclear foram instaladas na Lua, para coletar dados sobre seu interior. Existe somente atividade tectônica residual causada pelo esfriamento e forças de maré, mas outros lunamotos foram causados pelo impacto de meteoros e mesmo por métodos artificias, como o impacto proposital do módulo lunar na Lua. Estes resultados mostraram que a Lua tem uma crosta de 60 km de espessura no centro do lado voltado para a Terra. Se a crosta for uniforme, ela constitui cerca de 10% do volume da Lua, comparado com 1% na Terra. Os estudos sísmicos da crosta e manto na Lua indicam que nosso satélite tem camadas diferenciadas por processos ígneos. Não existe evidência de um núcleo ferroso, a não ser que seja muito pequeno. Informações sísmicas têm influenciado as teorias de formação e evolução da Lua. A Lua sofreu muitos impactos logo após sua formação, causando uma mistura completa da crosta original e das rochas primordiais, derretidas, enterradas e obliteradas. Impactos meteóricos trouxeram uma variedade "exótica" de rochas para a Lua, de modo que os exemplares coletados em 9 locais produziram rochas de muitas variedades para estudos. Os impactos também expuseram rochas lunares de alta profundidade e distribuíram os fragmentos lateralmente para longe de seu local de origem, tornando-os mais acessíveis. A crosta abaixo da superfície também se tornou mais fina e quebradiça, permitindo que o basalto derretido do interior alcançasse a superfície. Como a Lua não tem atmosfera nem água, os componentes do solo não erodem quimicamente como na Terra. Rochas com mais de 4 bilhões de anos são encontradas na superfície, fornecendo informação sobre a história primordial do sistema solar, inexistente na Terra. A atividade geológica na Lua consiste de grandes impactos ocasionais e a formação contínua do regolito. Desta forma, a Lua é considerada geologicamente morta. Com a história primordial de alta taxa de colisões de meteoroides e a 19 queda relativamente abrupta da alta taxa de impacto, a Lua é considerada fossilizada no tempo. Sem a Lua não haveria nenhum eclipse, embora isso não pareça ter implicações muito sérias; e, além disso, saberíamos do que se tratam, pois eclipses também ocorrem entre os satélites de Júpiter, por exemplo. Porém, sem a Lua as noites teriam uma iluminação uniforme, já que exceto pelas luzes das cidades é a luz do luar que faz a noite clara. Isso já traria algumas implicações na evolução das espécies. Predadores noturnos levam vantagem. Basta lembrar que o nosso medo natural do escuro vem do fato de não conseguirmos enxergar bem com pouca luz, ao contrário de certos animais predadores, que sem o luar teriam vantagem em suas caçadas noturnas. Sem a Lua, o ciclo das marés também seria diferente. Ainda existiria a alternância entre marés alta e baixa (as marés também são provocadas pela ação gravitacional do Sol), só que em menor intensidade – 70% menor. As aves migratórias também precisam da Lua. Com menores forças de maré, também seria menor a faixa de areia que é periodicamente coberta pela água do mar, durante a maré alta, e depois exposta ao Sol durante a maré baixa. Acontece que essa faixa de areia é habitada por uma grande diversidade de seres, importantes não somente para a vida marinha, mas também para diversas espécies de aves migratórias, que deles se alimentam. Sem a Lua, os dias na Terra seriam mais curtos – estima-se algo em torno de 18 horas, pois as forças de maré reduzem a rotação do planeta, alongando o dia. É fácil de entender: tais forças agem igualmente nas partes sólidas e fluídas do planeta, mas sua ação nos líquidos é mais evidente. Assim, ao "puxar" os oceanos friccionando-os contra a crosta sólida, duas vezes por dia e por bilhões de anos, pouco a pouco diminuiu a velocidade de rotação da Terra – aumentando a duração do dia. 20 Na Internet: a) http://www.if.ufrgs.br/fis02001/aulas/aulasisolar.htm b) http://www.planetario.ufrgs.br/sistemasolar.html c) http://www.brasilescola.com/biologia/terra-primitiva.htm d) http://www.brasilescola.com/biologia/origem-vida.htm e) http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/qual-a-origem-da-lua.html f) http://www.brasilescola.com/curiosidades/a-origem-da-lua.htm g) http://www.brasilescola.com/geografia/lua.htm h) http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/decimo/temaIIu6.2.html i) http://astronomia.forumeiros.com/t561-teorias-sobre-a-origem-da-lua-aolongo-do-tempo j) http://emarchiori.blogspot.com.br/2010/04/mapa-da-lua.html l) http://www.if.ufrgs.br/ast/solar/portug/moon.htm#intro 21 Observe a figura a seguir: O evento ilustrado teve qual importância para a vida na terra? Discuta em aula com o professor e seus colegas (5 minutos). Possíveis dúvidas após a aula podem ser levadas para o plantão. O PLANETA TERRA – MOVIMENTOS E RELAÇÕES TERRA-LUA O planeta Terra é o terceiro mais próximo do sol, com uma área de 510 milhões de quilômetros quadrados, temperatura que varia de -89 graus Celsius até 57 graus positivos. A maior parte do planeta é composta por água, (70%), dividida em cinco oceanos (Pacífico, Atlântico, Índico, Glacial Ártico e Glacial Antártico). A parte terrestre é dividida em quatro continentes físicos (Antártida, América, Austrália e Eurafrásia – União da Europa, África e Ásia); e seis continentes políticos (América, África, Ásia, Europa, Oceania e Antártida). No início da formação do planeta estes continentes estariam unidos em uma única massa de terra, chamada Pangeia (do grego pan = inteiro + gea que vem de gaia), 22 cercada por um único oceano, nomeado Pantalassa (do grego pan + talasso = mar). Uma teoria desenvolvida, no início do século XX, pelo meteorologista alemão Afred Wegener, embora somente confirmada dez anos após sua morte, em 1940. Esta massa teria começado a se afastar há cerca de 200 milhões de anos, devido ao efeito das placas tectônicas, blocos da superfície da crosta terrestre (atualmente são conhecidos 52), que se movimentam conforme a pressão interna do planeta, causando terremotos e erupções vulcânicas. Aliás, a liberação de vapor de água pelos vulcões foi responsável pela formação da atmosfera terrestre. A primeira atmosfera era composta, principalmente, por hélio e hidrogênio, quando o calor provinha da crosta em forma de plasma. Há 3 bilhões de anos a superfície do planeta esfriou, formando uma crosta endurecida repleta de vulcões que liberaram vapor de água, dióxido de carbono e amoníaco. Este ambiente criou a segunda atmosfera composta, sobretudo, por dióxido de carbono, vapor de água, amônia, metano e óxidos de enxofre. Estes componentes geraram um efeito estufa que impediu a Terra de esfriar durante 2 bilhões de anos. Posteriormente, o vapor de água condensou formando chuvas que compuseram os oceanos, dissolvendo o dióxido de carbono, transformado em combustíveis fósseis e rochas sedimentares. Foi somente então que surgiu a terceira atmosfera, a atual, composta, principalmente, por nitrogênio e oxigênio. Assim, a existência de vida na Terra se tornou finalmente possível, propiciando o aparecimento de animais e vegetais, inicialmente nos mares e depois na porção terrestre. Aprofundamento: Em nível espacial, a Terra tem uma característica bastante importante para que haja vida em seu interior: a existência de atmosfera. Esta atmosfera é composta por vários gases, sendo o nitrogênio, o oxigênio e o argônio os três principais gases da atmosfera. Ela serve para vários fins, entre eles, proteger a Terra de raios ultravioletas e prover oxigênio para a respiração dos seres vivos. A Terra realiza os movimentos de translação, que é o movimento em torno do Sol, 23 durando 365 dias (um ano) e o movimento de rotação, movimento em torno de seu próprio eixo, que dura cerca de um dia ( 24 horas). A Terra tem várias camadas para dentro. A crosta é a camada mais externa e onde vivemos. Ela, junto a uma camada acima do Manto, é chamada de Litosfera, que é totalmente sólida. Abaixo existe o Manto, uma camada composta de silício, ferro e magnésio. O mais interna é o núcleo, que tem uma parte líquida e outra sólida, mesmo estando à altíssimas temperaturas. Na região da Litosfera é que estão localizadas as placas tectônicas. Essas placas são pedaços de Litosfera que ocupam toda Terra. A Terra tem sete grandes placas tectônicas e muitas outras menores. Elas ficam umas ―encaixadas‖ nas outras e essa área que está entre uma placa e outra são os pontos de ocorrência de terremotos e de vulcões. Isso porque quando uma placa ―fricciona‖ a outra, os resultados podem ser vulcões ativos, terremotos, tsunami entre outros. A sua forma não é perfeitamente arredondada, mas sim um pouco achatada e inclinada, cerca de 23 graus. Essa inclinação, aliás, influencia, junto à translação, para determinar as estações do ano (inverno, verão, outono e primavera). Tem uma massa de, aproximadamente, 5,973.1024 e volume em torno de 1,083. 1012. É o maior dos planetas sólidos, já que os outros planetas maiores que a Terra, no sistema solar, são gasosos. Têm em si várias linhas imaginárias, como os trópicos de Capricórnio, de Câncer, a linha do Equador (linha que corta a terra ao meio dividindo-a em norte e sul) e o meridiano de Greenwich ( também cora a Terra ao meio, mas desta vez na vertical, dividi ndo em lados leste e oeste). Não são somente essas linhas, existem vários trópicos e meridianos, ajudando, por exemplo, a definir o fuso-horário nas diferentes cidades do mundo. Mas para que se chegasse ao planeta em que vivemos e para que ele adquirisse essa formação foram anos de formação. Segundo os evolucionistas foram mais 4,6 bilhões de anos. Para os criacionistas foram de 6 a 10 mil anos. As divergências entre essas duas correntes não param por aí: a forma como a Terra se formou, de como a vida surgiu e sobre como a vida possa, possivelmente acabar, também assuntos que as duas linhas de raciocínio não acharam ponto comum. 24 RESUMÃO PLANETA TERRA: http://www.centrodeensinounificado.com.br/wordpress/?p=118 OS MOVIMENTOS DO PLANETA TERRA Rotação é movimento onde a Terra gira em torno de seu próprio eixo. Esse movimento acontece no sentido anti-horário (para um referencial observando o planeta do espaço, sobre o polo Norte). O período de rotação, ou seja, o tempo que a Terra demora a executar uma volta completa sobre si mesma corresponde à duração de um dia e é de 23 horas 56 minutos 4 segundos e 9 centésimos. Quando um lado do planeta está para o lado do sol, é dia, e, consequentemente, do lado oposto é noite. Sem o movimento da Rotação não haveria vida na Terra, já que este movimento desempenha um papel fundamental no equilíbrio de temperatura e composição química da atmosfera. O movimento de rotação da Terra ocorre de oeste para leste, ou seja, a porção Leste vê o nascer do sol primeiro que o Oeste. É usual aproximar este valor às vinte e quatro horas. Este movimento da Terra em volta do seu eixo imaginário tem as suas consequências: A sucessão dos dias e das noites (se a Terra não girasse, era sempre de dia, na parte virada para o Sol, e sempre de noite, na parte escura). O movimento aparente do Sol, durante o dia (Nós falamos em nascer e pôr do Sol, observando o seu movimento ao longo do dia - movimento este que não existe, pois o Sol está fixo no centro do Sistema Solar e a Terra é que roda). O movimento aparente das estrelas, durante a noite (pela mesma razão do movimento aparente do sol). 25 A variação da obliquidade dos raios solares, num mesmo lugar, ao longo do dia (ao longo do dia, os raios solares apresentam diferentes inclinações, em relação à superfície da Terra). Vale lembrar que, durante o ano, a iluminação do SOL não é igual em todos os lugares da Terra, pois o eixo imaginário, em torno do qual a Terra faz a sua rotação, tem uma inclinação de 23o 27, em relação ao plano da órbita terrestre. O movimento aparente do Sol, ou seja, o deslocamento do disco solar tal como observado a partir da superfície ocorre do leste para o oeste. É por isso que, há milhares de anos, o Sol serve como referência de posição: a direção onde ele aparece pela manhã é o leste ou nascente e a direção onde ele desaparece no final da tarde é o oeste ou poente. A ROTAÇÃO DA TERRA SOBRE O SEU EIXO IMAGINÁRIO 26 Translação é o deslocamento da Terra ao redor do Sol (órbita). A execução do movimento é caracterizada por uma elipse (forma ligeiramente oval). Por isso, que a distância entre a Terra e o Sol varia de acordo com a época do ano sendo 147,1 milhões de Km no periélio (ponto da Terra mais próximo do Sol), enquanto que no afélio (ponto da Terra mais afastado do Sol) a distância é de 152,1 milhões de Km. Informações: Uma volta completa ao redor do sol dura 365 dias e 6 horas; A distância percorrida pela Terra com uma volta completa é de 930 milhões de quilômetros; A velocidade média da Terra nesse percurso é de 29,9 km/s; A Ocorrência das estações do ano. TRANSLAÇÃO DA TERRA AO REDOR DO SOL Aprofundamento: A revolução da Terra, também conhecida como translação da Terra, é o movimento elíptico que a Terra realiza ao redor do Sol. Esse movimento, juntamente com a inclinação do eixo de rotação da Terra, é responsável pelas estações do ano. O movimento demora 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 12 27 segundos para ser realizado. Como não há dias "quebrados", essas quase 6 horas são acumuladas ao longo de 4 anos até formar um dia, assim, o dia 29 de fevereiro ―surge‖ no chamado Ano Bissexto. São anos bissextos, por definição, os múltiplos de 4, desde que não sejam também múltiplos de 100, exceto se forem múltiplos de 400. ex. 1600, 2000, 2400. O sentido de translação da Terra é anti-horário se observado do espaço sideral do Norte para o Sul. Se observado do Sul para o Norte este movimento seria horário. Chamamos de ESTAÇÃO DO ANO cada uma das quatro subdivisões do ano baseadas em padrões climáticos. São elas: primavera, verão, outono e inverno. As estações do ano ocorrem devido a uma inclinação de 23°27’ em relação ao plano orbital. Podemos dizer então que as estações são ocasionadas pelo eixo de rotação da Terra, juntamente com o movimento da mesma em torno do sol, que dura um ano e recebe o nome de translação. Cada estação apresenta características sendo marcado peculiares, que o por verão dias é mais longos que as noites; e o inverno, por noites mais longas que os dias. No início do outono e durante a primavera, os dias e as noites têm a mesma duração. A diferenciação na radiação solar durante o ano influencia diretamente na reprodução dos animais, nos aspectos da cobertura vegetal, na temperatura, nas chuvas, na agricultura etc. Esse ciclo é de fundamental importância para a manutenção da vida na Terra, proporcionando uma variação dos elementos climáticos e belas paisagens. 28 Aprofundamento: Inicialmente o ano era dividido em duas partes: O período quente (em latim: "ver"): era dividido em três fases: a Prima Vera (literalmente "primeiro verão"), de temperatura e humidade moderadas, o Tempus Veranus (literalmente "tempo da frutificação"), de temperatura e humidade elevadas, e o Æstivum (em português traduzido como "estio"), de temperatura elevada e baixa humidade. O período frio (em latim: "hiems") era dividido em apenas duas fases: o Tempus Autumnus (literalmente "tempo do ocaso"), em que as temperaturas entram em declínio gradual, e o Tempus Hibernus, a época mais fria do ano, marcada pela neve e ausência de fertilidade. Posteriormente, para ajustar as estações à posição exata dos equinócios e solstícios, correlacionando-as com a influência do movimento de translação associado à inclinação do eixo da Terra, convencionou-se, no ocidente, dividir o ano em somente quatro estações. Em algumas culturas, ainda se divide o ano em cinco estações, como a China. Outros Países como a Índia dividem o ano em apenas três estações: uma estação quente, uma estação fria e uma estação chuvosa. SOLSTÍCIOS E EQUINÓCIOS O eixo de rotação da terra (movimento em torno dela mesma) possui uma posição fixa que está ligeiramente inclinada em 23,5 º em relação ao eixo de translação da terra (movimento da terra em torno do sol). Isto faz com que em determinada época do ano, a luz solar incida com maior intensidade sobre o hemisfério norte e, na outra parte do ano, incida com maior intensidade sobre o hemisfério sul, caracterizando o chamado solstício. Da mesma forma, ocorre que 29 em determinada época, a luz solar incide de maneira igual sobre os dois hemisférios, caracterizando o equinócio. Desta forma, diz-se que é solstício de verão no hemisfério sul quando a luz solar incide com maior intensidade sobre este hemisfério e, ao mesmo tempo, que é solstício de inverno no hemisfério norte, por causa da menor incidência de luz solar neste hemisfério. Podemos dizer que o equinócio é um estágio intermediário entre o solstício de verão e o de inverno em determinado hemisfério. Ou seja, o equinócio ocorre quando a incidência maior de luz solar se dá exatamente sobre a linha do Equador. Então, diz-se que é equinócio de outono para o hemisfério que está indo do verão para o inverno e equinócio de primavera para o hemisfério que está indo do inverno para o verão. SOLSTÍCIOS E EQUINÓCIOS 30 O solstício e o equinócio ocorrem duas vezes por ano, nos dias 22 de dezembro e 22 de junho, no caso do solstício, e nos dias 23 de setembro e 21 de março para o equinócio. O momento exato de um solstício é aquele em que o sol, visto da terra, encontra-se o mais distante possível do “equador celeste” (linha imaginária que marca o céu ao meio – como o equador com a terra), ou seja, quando ele se encontra a 23,5º para o norte ou para o sul dessa linha. Já o momento exato do equinócio é quando o sol passa exatamente sobre o equador celeste. Podemos dizer, também, que quando é solstício de verão no hemisfério sul, o sol estará “a pino” sobre o Trópico de Capricórnio, pois este se encontra exatamente a 23,5º da Linha do Equador e, portanto, receberá incidência direta da luz solar. Ou o contrário, quando for solstício de verão no hemisfério norte, o sol estará “a pino” sobre o Trópico de Câncer. No equinócio, o sol estará “a pino” sempre sobre as regiões localizadas próximas a linha do equador. Da mesma forma, podemos dizer que, nas regiões polares, o Círculo Polar Ártico delimita a região que não receberá sol durante o solstício de inverno no hemisfério norte. Da mesma forma que o Círculo Polar Antártico, delimita a região que não receberá sol durante o solstício de inverno no hemisfério sul. As relações Terra - Lua A Lua completa uma volta em torno da Terra em 27 dias, 7 horas, 43 minutos e 12 segundos. A velocidade da Lua em torno da Terra é de aproximadamente 1 km/s, ou seja, a cada segundo a Lua se desloca 1 km em torno da Terra. Como a Lua é um astro que não gera sua própria luz, vemos apenas as partes de Lua iluminadas pelo Sol. À medida que a Lua se movimenta, vemos diferentes partes iluminadas pelo Sol, ou seja, vemos diferentes fases da Lua. A cada 29 dias e meio, a Lua repete a mesma fase. A observação das repetições das fases da Lua deu origem, de forma aproximada, aos meses de 30 dias dos nossos calendários. 31 Aprofundamentos: A distância Terra-Lua foi medida por radar e por laser, colocados pelos astronautas na Lua (missões Apolo 11, 14 e 15). Seu valor médio é de 384 403 km e varia de 356 800 km a 406 400 km. Outro refletor francês também foi instalado pela missão russa não tripulada Lunakhod 2. A Lua tem três movimentos principais: rotação em torno de seu próprio eixo, revolução em torno da Terra e translação em torno do Sol junto com a Terra, mas existe também um pequeno movimento de libração. À medida que a Lua viaja ao redor da Terra ao longo do mês, ela passa por um ciclo de fases, durante o qual sua forma parece variar gradualmente. O ciclo completo dura aproximadamente 29,5 dias. Esse fenômeno é bem compreendido desde a Antiguidade. Acredita-se que o grego Anaxágoras (˜ 430 a.C.), já conhecia sua causa, e Aristóteles (384 - 322 a.C.) registrou a explicação correta do fenômeno: as fases da Lua resultam do fato de que ela não é um corpo luminoso, e sim um corpo iluminado pela luz do Sol. A face iluminada da Lua é aquela que está voltada para o Sol. A fase da lua representa o quanto dessa face iluminada pelo Sol está voltada também para a Terra. Durante metade do ciclo essa porção está aumentando (lua crescente) e durante a outra metade ela está diminuindo (lua minguante). Tradicionalmente apenas as quatro fases mais características do ciclo - Lua Nova, QuartoCrescente, Lua Cheia e Quarto-Minguante - recebem nomes, mas a porção que vemos iluminada da Lua, que é a sua fase, varia de dia para dia. Por essa razão os astrônomos definem a fase da Lua em termos de número de dias decorridos desde a Lua Nova (de 0 a 29,5) e em termos de fração iluminada da face visível (0% a 100%). Assim, a fase da lua representa o quanto da face iluminada pelo Sol está na direção da Terra. A Lua se move cerca de 13° para leste, por dia, em relação às estrelas. Esse movimento é um reflexo da translação da Lua em torno da Terra, completada em 27,32 dias (mês sideral). O Sol também se move cerca de 1° por dia para leste, refletindo a translação da Terra em torno do Sol, completada em 365,2564 dias (ano sideral). Portanto, a Lua se move cerca de 12° por dia em relação ao Sol, e a cada dia a Lua cruza o meridiano local aproximadamente 48 min mais tarde do que no dia anterior. O dia lunar, portanto, tem 24h48m. 32 À medida que a Lua orbita em torno da Terra, completando seu ciclo de fases, ela mantém sempre a mesma face voltada para a Terra. Isso indica que o seu período de translação é igual ao período de rotação em torno de seu próprio eixo. Portanto, a Lua tem rotação sincronizada com a translação. É muito improvável que essa sincronização seja casual. Acredita-se que ela tenha acontecido como resultado das grandes forças de maré exercidas pela Terra na Lua no tempo em que a Lua era jovem e mais elástica. As deformações tipo bojos causadas na superfície da Lua pelas marés teriam freiado a sua rotação até ela ficar com o bojo sempre voltado para a Terra e, portanto, com período de rotação igual ao de translação. Essa perda de rotação teria em consequência provocado o afastamento maior entre Lua. Atualmente a Lua continua afastandose da Terra, a uma taxa de 4 cm/ano. Note que como a Lua mantém a mesma face voltada para a Terra, um astronauta na Lua não vê a Terra nascer ou se pôr. Se ele está na face voltada para a Terra, a Terra estará sempre visível. Se ele estiver na face oculta da Lua, nunca verá a Terra. A Lua é muito grande, mede 38 milhões de quilômetros quadrados de área, e tem 3,474 quilômetros de diâmetro, mas é 13 vezes menor que a Terra. Com 1/4 do tamanho da Terra e 1/6 de sua gravidade, é o único corpo celeste visitado por seres humanos e onde a NASA (sigla em inglês de National Aeronautics and Space Administration) pretende implantar bases permanentes. A distância média da Lua a Terra é de aproximadamente 384.000 quilômetros. Se pudéssemos ir de avião até ela, nós levaríamos 16 dias para chegar. AS FASES DA LUA As quatro fases principais do ciclo são: Lua Nova: Lua e Sol, vistos da Terra, estão na mesma direção. 33 A Lua nasce aproximadamente às 6h e se põe aproximadamente às 18h. A Lua Nova acontece quando a face visível da Lua não recebe luz do Sol, pois os dois astros estão na mesma direção. Nessa fase, a Lua está no céu durante o dia, nascendo e se pondo aproximadamente junto com o Sol. Durante os dias subsequentes, a Lua vai ficando cada vez mais a leste do Sol e, portanto, a face visível vai ficando crescentemente mais iluminada a partir da borda que aponta para o oeste, até que aproximadamente 1 semana depois temos o QuartoCrescente, com 50% da face iluminada. Lua Quarto-Crescente: Lua e Sol, vistos da Terra, estão separados de 90°. A Lua está a leste do Sol e, portanto, sua parte iluminada tem a convexidade para o oeste. A Lua nasce aproximadamente ao meio-dia e se põe aproximadamente à meia-noite A Lua tem a forma de um semicírculo com a parte convexa voltada para o oeste. Lua e Sol, vistos da Terra, estão separados de aproximadamente 90°. A Lua nasce aproximadamente ao meio-dia e se põe aproximadamente à meianoite. Após esse dia, a fração iluminada da face visível continua a crescer pelo lado voltado para o oeste, até que atinge a fase Cheia. Lua Cheia: Lua e Sol, vistos da Terra, estão em direções opostas, separados de 180°, ou 12h. A Lua nasce aproximadamente 18h e se põe aproximadamente às 6h do dia seguinte. 34 Na fase cheia, 100% da face visível está iluminada. A Lua está no céu durante toda a noite, nasce quando o Sol se põe e se põe ao nascer do Sol. Lua e Sol, vistos da Terra, estão em direções opostas, separados de aproximadamente 180°, ou 12h. Nos dias subsequentes a porção da face iluminada passa a ficar cada vez menor à medida que a Lua fica cada vez mais a oeste do Sol; o disco lunar vai dia a dia perdendo um pedaço maior da sua borda voltada para o oeste. Aproximadamente 7 dias depois, a fração iluminada já se reduziu a 50%, e temos o Quarto-Minguante. Lua Quarto-Minguante: A Lua está a oeste do Sol, que ilumina seu lado voltado para o leste A Lua nasce aproximadamente a meia-noite e se põe aproximadamente ao meio-dia A Lua está aproximadamente 90° a oeste do Sol, e tem a forma de um semi-círculo com a convexidade apontando para o leste. A Lua nasce aproximadamente à meia-noite e se põe aproximadamente ao meio-dia. Nos dias subsequentes a Lua continua a minguar, até atingir o dia 0 do novo ciclo. FASES DA LUA 35 AS MARÉS Não há água na Lua, mas a mesma movimenta as águas da Terra, formando as marés. Maré é a atração gravitacional exercida pela Lua sobre a Terra e, em menor escala, da atração gravitacional exercida pelo Sol sobre a Terra. Estas forças fazem com que ocorram as marés. Enquanto a Terra gira no seu movimento diário, o bojo de água continua sempre apontando aproximadamente na direção da Lua. Em certo momento, um determinado ponto da Terra estará embaixo da Lua e terá maré alta (épocas de lua Cheia, e lua Nova, quando a Lua e a Terra estão alinhadas). Aproximadamente seis horas mais tarde (6h 12m), a rotação da Terra terá levado esse ponto a 90° da Lua, e ele terá maré baixa. Dali a mais seis horas e doze minutos, o mesmo ponto estará a 180° da Lua, e terá maré alta novamente. Portanto as marés acontecem duas vezes a cada 24h 48, que é a duração do dia lunar. Como a órbita (trajetória que um astro descreve ao redor de outro) da Lua ao redor da Terra é irregular, tem pontos em que a Lua está mais próxima da Terra e pontos em que está mais distante. No ponto em que a Terra está mais próxima da Lua as águas dos mares e dos rios sobem, formando as marés altas, e no ponto em que está mais distante as águas abaixam, formando as marés baixas. A ideia básica da maré provocada pela Lua, por exemplo, é que a atração gravitacional sentida por cada ponto da Terra devido à Lua depende da distância do ponto à Lua. Portanto a atração gravitacional sentida no lado da Terra que está mais próximo da Lua é maior do que a sentida no centro da Terra, e a atração gravitacional sentida no lado da Terra que está mais distante da Lua é menor do que a sentida no centro da Terra. Em relação ao centro da Terra, um lado está sendo puxado na direção da Lua e o outro lado está sendo puxado na direção contrária. A maré do lado oposto não é causada pela rotação da Terra. Como a 36 água flui muito facilmente, ela se "empilha" nos dois lados da Terra, que fica com um bojo de água na direção da Lua e outro na direção contrária. Se a Terra fosse totalmente coberta de água, a máxima altura da maré seria 1m. Como a Terra não é completamente coberta de água, vários aspectos resultantes da distribuição das massas continentais contribuem para que a altura e a hora da maré variem de lugar a outro. Em algumas baías e estuários as marés chegam a atingir 10m de altura. Resumindo Maré: movimento de fluxo e refluxo periódico das águas oceânicas resultante da influência gravitacional da Lua e do Sol sobre a Terra. Ao girar em torno da Terra, a Lua atrai as massas de água pela força da gravidade e faz o oceano subir e descer em relação às terras emersas. Ao mesmo tempo, a Terra roda em torno de si mesma, deixando sempre metade de sua superfície voltada para o satélite. Como resultado desses dois movimentos, as marés sobem e descem constantemente, em intervalos aproximados de seis horas para a alta ou para a baixa. A cada dia, o movimento do mar produz duas marés altas (quando o oceano está de frente para a Lua e em oposição a ela) e duas baixas (nos intervalos entre as altas). Existe ainda outro ciclo, de 29 dias, no qual se alternam períodos em que há grande diferença entre a maré alta e a baixa, no mesmo dia, e períodos em que essa variação é menor. O Sol também influencia as marés. Ele é 26 milhões de vezes maior do que a Lua, mas, por estar 400 vezes mais afastado da Terra, exerce apenas a metade de sua influência. 37 Efeitos das Marés Efeitos das Marés 38 OS ECLIPSES Um eclipse acontece sempre que um corpo entra na sombra de outro. Assim, quando a Lua entra na sombra da Terra, acontece um eclipse lunar. Quando a Terra é atingida pela sombra da Lua, acontece um eclipse solar. Os eclipses são fenômenos que ocorrem devido à posição entre a Lua, a Terra e o Sol. Às vezes, esses astros se alinham, bloqueando parte da luz solar que ilumina a Terra ou a Lua. Um eclipse acontece sempre que um corpo entra na sombra de outro. Assim, quando a Lua entra na sombra da Terra, acontece um eclipse lunar. Quando a Terra é atingida pela sombra da Lua, acontece um eclipse solar. Os eclipses podem ser lunares ou solares. Eclipse Lunar O eclipse lunar acontece na fase da Lua Cheia. Ocorre quando a Terra fica entre o Sol e a Lua, que passa pela região da sombra da Terra. A Terra, nessa ocasião, bloqueia os raios solares que iluminam a Lua. A sombra da Terra se projeta na Lua, cobrindo-a parcial (eclipse parcial) ou totalmente (eclipse total). Eclipse solar Ocorre quando a Lua fica entre o Sol e a Terra, ou seja, na fase de Lua Nova e todos ficam alinhados em uma reta só. Nessa ocasião, a Lua bloqueia os raios solares que iluminam parte da Terra. O eclipse solar pode ser parcial para 39 algumas regiões. Esse fenômeno ocorre pelo menos duas vezes ao ano; no entanto ocorre raramente num mesmo local da Terra. Na internet: http://zykonn.wordpress.com/2013/09/21/infograficos-coletados-pela-rede/ http://www.explicatorium.com/CFQ7-Movimentos-da-Terra.php http://www. suapesquisa.com/geografia/movimentos_terra.htm http://www.mundoeducacao.com/geografia/movimentos-terra.htm http://fisica.ufpr.br/grimm/aposmeteo/cap2/cap2-1.html http://www.escolakids.com/movimentos-da-terra.htm http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/movimentos-da-terra-rotacaotranslacao-e-estacoes-do-ano.htm http://www.explicatorium.com/CFQ7-Esta%E7oes-do-ano.php http://www.sogeografia.com.br/Conteudos/Astronomia/?pg=2 http://www.suapesquisa.com/geografia/estacoesdoano.htm http://www.brasilescola.com/geografia/estacoes-ano.htm http://astro.if.ufrgs.br/fordif/node3.htm http://www.brasilescola.com/fisica/newton-explicacao-das-mares.htm http://www.cdcc.usp.br/cda/aprendendo-basico/forcas-de-mares/forcas-demares.htm http://astro.if.ufrgs.br/eclipses/ http://www.suapesquisa.com/cienciastecnologia/eclipse.htm http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Universo/eclipse.php http://noticias.terra.com.br/educacao/vocesabia/noticias/0,,OI1860995EI8399,00-Como+ocorrem+os+eclipses+do+Sol+e+da+Lua.html 40 Para relembrar: 1. O movimento da Terra responsável pelas estações do ano é chamado de: a) Rotação b) Nutação c) Translação d) Precessão 2. A estação do ano caracterizada pelos dias mais longos que as noites é: a) Inverno b) Verão c) Primavera d) Outono 3. Marque a alternativa correta sobre as quatro estações do ano. a) As estações do ano são bem definidas em todo o planeta. b) O outono é a estação do ano que recebe maior quantidade de radiação solar. c) O verão é a estação do ano que começa com o término do outono e antecede a primavera. d) O movimento de translação, juntamente com a inclinação do eixo da Terra em relação ao plano orbital, é responsável pelas estações do ano. e) As estações do ano não alteram a dinâmica natural de um determinado local. 41 4. Qual o período de rotação e translação na Terra? 5. Quantos solstícios acontecem durante o ano? Em que datas, aproximadamente? O que caracteriza um solstício? 6. Quantos equinócios acontecem durante o ano? Em que datas, aproximadamente? O que caracteriza um equinócio? 7. Como se chama a trajetória aparente do Sol na esfera celeste ao longo do ano? Qual a sua inclinação em relação ao equador celeste? 42 Gabarito 1) C 2) B 3) D 4) rotação- 24 horas/translação- 365 dias, 5 horas e cerca de 48 minutos 5) Ocorrem no ano dois solstícios, momentos onde o Sol atinge suas máximas declinações Sul e Norte. Nestas datas ocorrem os dias mais longos e as noites mais curtas (solstícios de verão) e os dias mais curtos e as noites mais longas (solstícios de inverno). O solstício de inverno ocorre no Hemisfério Norte próximo ao dia 21 de Dezembro e o de verão próximo ao dia 20 de junho. Os solstício no Hemisfério Sul ocorrem inversamente aos do Hemisfério Norte, verão em 21 de dezembro e inverno em 20 de junho. 6) O equinócio é um termo latino que significa noites iguais, referindo-se às noites que são iguais aos dias, ou seja, onde o período de insolação é igual ao período sem iluminação solar. Ocorrem dois por ano, caracterizando civilmente o começo das estações primavera e outono, respectivamente próximo ao dia 20 de setembro e 21 de março no hemisfério Sul. No momento do equinócio o Sol cruza exatamente o Equador celeste. 7) A trajetória se chama eclíptica e a inclinação é em torno de 23 graus e 27 minutos. 43 COORDENADAS GEOGRÁFICAS Em geografia, a ideia de direção nos é dada pela orientação, baseada nos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais, representados na figura denominada rosa dos ventos. A localização de um lugar é definida pelas coordenadas geográficas (latitude e longitude) e pela altitude. Sua posição está ligada ao conjunto de relações que foram estabelecidas entre esse lugar e os outros lugares, dentro do espaço geográfico. Embora o conceito de espaço geográfico envolva elementos concretos e abstratos, para a localização de um lugar no espaço, precisamos trabalhar com algo concreto: um local onde podemos nos mover, levando em conta as direções e a altitude. Vale salientar também que existem também outras denominações para os pontos geográficos, a saber: Meridional ou austral significa dizer que está ao sul; Setentrional ou boreal significa dizer que está ao norte; Ocidente quer dizer que está ao oeste; Oriente quer dizer que está ao leste; Sul-oriental que dizer que está ao sudeste; Sul-ocidental quer dizer que está ao sudoeste; Norte-oriental quer dizer que está ao nordeste; Norte-ocidental quer dizer que está ao noroeste. 44 Aprofundamentos: O Meridiano de Greenwich Podemos traçar sobre o globo tantos meridianos quantos desejarmos e qualquer um deles, junto ao seu antemeridiano, estará dividindo o planeta em duas metades exatamente iguais. Essa característica tornou necessário determinar aquele que seria o meridiano de origem, com base no qual seriam definidas as posições relativas dos pontos sobre a superfície terrestre. Durante muito tempo, cada nação utilizou como meridiano-base aquele que atravessava a sua capital. O Brasil utilizava o meridiano do Observatório do Castelo, no Rio de Janeiro; a França utilizava o meridiano de Paris; os Estados Unidos, o meridiano de Washington; o Reino Unido, o de Greenwich, que passa pelo observatório de mesmo nome, em Londres; e assim acontecia em quase todos os outros países. Essa situação criava inúmeros embaraços nas relações internacionais, quer nas comunicações e no comércio, quer, em especial, na navegação marítima, na época (final do século XIX) o principal meio de transporte entre os continentes. Em 1884, os Estados Unidos e o Reino Unido assinaram o Acordo de Washington, pelo qual os norte americanos passariam a tomar Greenwich como seu meridiano referencial. Pesaram nessa decisão a hegemonia britânica no mundo, além da necessidade da precisão horária num país como os Estados Unidos, em que uma ferrovia transcontinental atravessa, de costa a costa, cerca de 4 mil quilômetros. Alguns países opuseram-se à definição de Greenwich como meridiano principal, entre eles a França. Foram realizadas várias negociações, até que foi encontrada uma solução: todos adotariam Greenwich, e o sistema métrico, cujo padrão é o metro, seria adotado como o sistema de medidas internacional. O Reino Unido, a partir de então, usaria esse sistema em substituição ao uso de medidas em polegadas. Assim, oficializou-se o meridiano de Greenwich como o meridiano inicial para a definição das posições dos pontos sobre a superfície terrestre no Congresso Internacional de Geografia realizado em Londres em 1895. Atualmente para o homem se localizar na superfície terrestre é muito simples basta ter um GPS (Sistema Global de Posicionamento). Mas nem sempre foi assim. A melhor opção é saber utilizar um mapa e junto com ele a Rosas do Vento. 45 Com as Rosas do Vento temos: Pontos Cardeais (NORTE, SUL, LESTE, OESTE); Pontos Colaterais (NORDESTE, NOROESTE, SUDESTE, SUDOESTE); Pontos Sub LESTE-SUDESTE, – Colaterais (NORTE-NORDESTE, LESTE-NORDESTE, SUL-SUDESTE, SUL-SUDOESTE, OESTE-SUDOESTE, OESTE-NOROESTE E NORTE-NOROESTE). ROSA DOS VENTOS As coordenadas geográficas são um sistema de linhas imaginárias traçadas sobre o globo terrestre ou um mapa. É através da interseção de um meridi ano com um paralelo que podemos localizar cada ponto da superfície da Terra. Suas coordenadas são a latitude e a longitude e o princípio utilizado é a graduação (graus, minutos e segundos). Os paralelos e os meridianos são indicados por graus de circunferências. Um grau (1°) equivale a uma das 360 partes iguais em que a circunferência pode ser dividida. Um grau por sua vez divide-se em 60 46 minutos (60') e cada minuto pode ser divido em 60 segundos (60"). Assim um grau é igual a 59 minutos e 60 segundos. Os paralelos são linhas paralelas ao Equador, sendo que a própria linha imaginária do Equador é um paralelo. O 0º corresponde ao equador, o 90º ao polo norte e o -90º ao polo sul. O paralelo de zero grau (0°) é a linha imaginária traçada na parte mais larga da Terra, é o paralelo de maior medida. Esse paralelo tem um nome especial. Ele foi chamado Equador e divide o planeta em duas metades. Acima do Equador está o hemisfério norte e abaixo do Equador está o hemisfério sul. EQUADOR E OS HEMISFÉRIOS NORTE E SUL FONTE: http://w w w .m entirasverissim as.com /2012/01/coordenadas -geograficas-localizando.htm l Os meridianos são linhas perpendiculares ao Equador que vão do Polo Norte ao Polo Sul e cruzam com os paralelos. Todos os meridianos possuem o mesmo tamanho e o ponto de partida para a numeração dos meridianos é o meridiano que passa pelo observatório de Greenwich, na Inglaterra. Logo, o meridiano de Greenwich é o meridiano principal (0°). A leste de Greenwich os meridianos são 47 medidos por valores crescentes até 180º e, a oeste, suas medidas são decrescentes até o limite de -180º. GREENWICH E OS HEMISFÉRIOS OCIDENTAL E ORIENTAL FONTE: http://w w w .m entirasverissim as.com /2012/01/coordenadas -geograficas-localizando.htm l PARALELOS E MERIDIANOS 48 Latitude: São as linhas que tracejam a Terra no sentido horizontal, também conhecidas como paralelas. O círculo máximo da esfera terrestre, na horizontal, é chamado de Equador. O Equador corresponde à latitude 0°, dividindo o planeta em hemisférios Norte e Sul. As latitudes variam de 0 a 90°, tanto ao Norte quanto ao Sul. A latitude, além de servir para localização geográfica, é uma variável importante para estudar os tipos de clima da Terra, pois a incidência de raios solares no planeta é maior nos lugares com latitudes menores, isto é, mais próximas à linha do Equador. LATITUDE FONTE: http://w w w .m entirasverissim as.com /2012/01/coordenadas -geograficas-localizando.htm l Longitude: São as coordenadas geográficas que cortam a Terra no sentido vertical, também conhecidas como Meridianos. A distância das longitudes varia de 0° a 180°, nos sentidos Leste e Oeste. Como padronização internacional, adotouse o Meridiano de Greenwich como ponto de partida, a longitude de 0°. Assim, tal meridiano divide a Terra em Ocidental (a Oeste) e Oriental (a leste). Foi a partir das longitudes que se criaram os fusos horários. Todos os meridianos se encontram e se cruzam nos polos Norte e Sul. 49 LONGITUDE FONTE: http://w w w .m entirasverissim as.com /2012/01/coordenadas -geograficas-localizando.htm l Aprofundamentos As zonas térmicas da Terra Você já sabe que os meridianos e os paralelos são indicados por graus de circunferências e que algumas dessas linhas recebem nomes especiais. É o caso da linha do Equador e do meridiano de Greenwich, que são as coordenadas iniciais, isto é, 0°. Além do Equador, há outros paralelos que recebem nomes próprios, pois são muito importantes. São eles: Trópico de Câncer – a 23° 27’ de latitude norte; Trópico de Capricórnio – a 23° 27’ de latitude sul; Círculo Polar Ártico – a 66° 33’ de latitude norte; Círculo Polar Antártico - a 66° 33’ de latitude sul. 50 Os trópicos e os círculos polares são importantes porque servem de limite para as zonas da Terra. Essas zonas são chamadas assim para destacar a influência da insolação ou luminosidade solar e porque há uma inclinação de aproximadamente 23°. Essa inclinação favorece, associada ao movimento de translação da Terra, o surgimento das estações do ano caracterizado pelos solstícios e equinócios. As zonas térmicas são as diferentes zonas de intensidade de luz e calor que a Terra recebe do sol. As zonas térmicas ou zonas de iluminação estão divididas em: Zona Polar Ártica, Zona Temperada do Norte, Zona Tropical ou Intertropical, Zona Temperada do Sul e Zona Polar Antártica. Por causa da inclinação do eixo e da forma arredondada da Terra, a luz e o calor do Sol, não chegam com a mesma intensidade a todos os lugares do planeta. Nos polos e nas regiões próximas a eles, os raios solares atingem a superfície da Terra de maneira muito inclinada e, por essa razão a quantidade de calor é menor, isso explica a formação de calotas de gelo nas proximidades dos polos Norte e Sul. A quantidade de luz que atinge a superfície da terra nas áreas próximas ao Equador, faz com que as mesmas recebam grande quantidade de calor e maior iluminação durante todo o ano. As Zonas Térmicas Temperada do Norte e a Zona Temperada do Sul são regiões intermediárias entre as regiões menos e mais iluminadas. A expressão zonas térmicas vem sendo atualmente denominada zonas de iluminação, pois existem outros fatores que influenciam a temperatura do ar atmosférico de um lugar. Por exemplo, grande parte da Cordilheira dos Andes, na América do Sul, encontra-se entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio, ou seja, na zona tropical ou intertropical. Entretanto, devido à altitude dessas montanhas e planaltos elevados, predominam ali baixas temperaturas. Zona tropical: é a faixa, das baixas latitudes, localizada entre os trópicos. Por isso, também chamada de zona intertropical. Caracteriza-se por receber mais intensamente a luz solar, pois nela os raios do Sol incidem verticalmente, ficando 51 ―a pino‖ ao meio-dia. Como o calor da superfície terrestre vem do Sol, é fácil concluir que esta é em média a zona mais quente do nosso planeta. Zonas temperadas: são zonas localizadas em latitudes médias, compreendidas entre o trópico e o círculo polar, tanto no hemisfério norte como no hemisfério sul. Nessas zonas, os raios do Sol nunca ficam realmente ―a pino‖, pois incidem de modo mais ou menos inclinado. Quando maior o afastamento em relação ao Equador, maior será a inclinação dos raios solares, o que reduz a quantidade de luz e calor recebidos do Sol. Assim, as zonas temperadas são menos quentes e iluminadas que a zona tropical. Zonas polares: são as zonas de altas latitudes, localizadas além dos círculos polares, tanto no hemisfério norte como no hemisfério sul. Essas zonas recebem os raios do Sol muito inclinados e, portanto, muito fracos. Por causa disso, são muito frias. Há períodos do ano em que o Sol nem aparece. A maior parte do território brasileiro, por exemplo, situa-se na zona intertropical. Daí porque no Brasil, em geral, predominam temperaturas elevadas. ZONAS TÉRMICAS DA TERRA 52 Aprofundamentos O sistema GPS GPS é a sigla da expressão Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global). A expressão refere-se ao sistema desenvolvido na década de 1960 pelo Departamento de Defesa dos EUA, com fins militares, e posteriormente disponibilizado para os civis. O GPS captura sinais de alguns dos satélites artificiais que foram colocados em órbita, segundo o projeto Navstar. A aparelho calcula a posição dos satélites por meio de sinais e determina com exatidão a posição de qualquer objeto na superfície da Terra, fornecendo para isso as coordenadas geográficas e a altitude do lugar. A União Europeia pretende colocar em funcionamento um concorrente do GPS, o Galileo Satellite System, que contará com 30 satélites. Saiba mais em http://deolhonageografiadaweb.blogspot.com.br/2013/02/como-funciona-ogps.html A importância da latitude A latitude é um fator importantíssimo para explicar as diferenças térmicas, isto é, as diferenças de temperatura na superfície terrestre. Geralmente as temperaturas diminuem do Equador para os polos. Assim, quanto menor a latitude, maior a temperatura, e vice-versa. As áreas de altas latitudes, ou seja, mais distantes do Equador, são mais frias que as de baixas latitudes. É importante saber que essas diferenças de temperatura são aproximadas, não absolutas. Em geral as áreas temperadas são mais frias que as equatoriais e mais quentes que as polares, mas há exceções. Existem áreas muito frias situadas dentro da zona tropical e áreas quentes, dentro da zona temperada. Porque além da latitude outros fatores influenciam na temperatura, como a altitude. 53 A influência da altitude De maneira geral, a temperatura diminui com a altitude. Essa diminuição é de cerca de 0,6°C a cada 100 m. Assim, considerando as características do relevo da superfície terrestre, com áreas baixas e áreas elevadas, regiões de latitudes semelhantes podem ter temperaturas bem diferentes. Por exemplo, o monte Quênia, com 5.211m de altitude localizado no país de mesmo nome (que é atravessado pela linha do equador), apresenta as chamadas neves eternas e clima frio de montanha. As demais áreas do país apresentam clima tropical, com duas estações bem definidas: uma de chuvas (no verão) e outra de seca (no inverno). Na internet http://www.brasilescola.com/geografia/coordenadas-geograficas.htm http://www.mundoeducacao.com/geografia/coorde nadas-geograficas.htm http://www.mundoeducacao.com/geografia/latitudes-longitudes.htm http://www.infoescola.com/geografia/coordenadas-geograficas/ http://cienciadaterra.blogspot.com.br/2009/03/coordenadas-geograficas.html http://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaFisica/coordenadas_geo/ http://www.mundoeducacao.com/geografia/zonas-termicas-terra.htm http://www.significados.com.br/zonas-termicas/ http://www.brasilescola.com/geografia/zonas-termicas-terra.htm http://viaxeaitaca.com/tag/zonas-termicas/ http://www.brasilescola.com/geografia/gpssistema-posicionamento-global.htm 54 Relembrando 1. Sobre as coordenadas geográficas, assinale a alternativa correta. a) A longitude é determinada pelo ângulo formado pela posição de um determinado ponto e plano meridional, podendo variar de zero a 90º. b) Coordenada geográfica é o ponto em que duas latitudes se cruzam. c) Tanto as latitudes quanto as longitudes são medidas em graus, minutos e segundos. d) Os principais paralelos e meridianos que cortam o território brasileiro são: Equador e Tordesilhas. e) O paralelo é uma circunferência imaginária, que pode ser traçado até 180 vezes sobre a superfície terrestre. 2. Paralelos e meridianos são linhas imaginárias que se intercruzam na superfície terrestre. No cruzamento de um paralelo com um meridiano, há um ponto específico que determina a latitude e a longitude, permitindo a sua localização. Sobre as referidas latitude e longitude, é correto afirmar: a) São medidas angulares entre dois pontos. b) São distâncias em graus entre dois pontos. c) São medidas em quilômetros entre a linha do Equador e o meridiano de Greenwich. d) A latitude varia de 0º a 180º para Leste ou para Oeste. e) A longitude varia de 0º a 90º para Norte ou para Sul. 55 Respostas: 1. C 2. A Forneça a posição dos locais marcados no mapa a seguir (em aula): A: B: C: D: 56 OS FUSOS HORÁRIOS Os fusos horários, também denominados zonas horárias, foram estabelecidos através de uma reunião composta por representantes de 25 países em Washington, capital estadunidense, em 1884. Nessa ocasião foi realizada uma divisão do mundo em 24 fusos horários distintos. A metodologia utilizada para essa divisão partiu do princípio de que são gastos, aproximadamente, 24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos) para que a Terra realize o movimento de rotação, ou seja, que gire em torno de seu próprio eixo, realizando um movimento de 360°. Portanto, em uma hora a Terra se desloca 15°. Esse dado é obtido através da divisão da circunferência terrestre (360°) pelo tempo gasto para que seja realizado o movimento de rotação (24 h). O fuso referencial para a determinação das horas é o Greenwich, cujo centro é 0°. Esse meridiano, também denominado inicial, atravessa a Grã-Bretanha, além de cortar o extremo oeste da Europa e da África. A hora determinada pelo fuso de Greenwich recebe o nome de GMT. A partir disso, são estabelecidos os outros limites de fusos horários. A Terra realiza seu movimento de rotação girando de oeste para leste em torno do seu próprio eixo, por esse motivo os fusos a leste de Greenwich (marco inicial) têm as horas adiantadas (+); já os fusos situados a oeste do meridiano inicial têm as horas atrasadas (-). Alguns países de grande extensão territorial no sentido Leste-Oeste apresentam mais de um fuso horário. A Rússia, por exemplo, possui 11 fusos horários distintos, consequência de sua grande área. O Brasil também apresenta mais de um fuso horário, pois o país apresenta extensão territorial 4.319,4 quilômetros no sentido Leste-Oeste, fato que proporciona a existência de quatro fusos horários distintos, no entanto, graças ao Decreto n° 11.662, publicado no Diário Oficial de 25 de abril de 2008, o país passou a adotar somente três.A 57 compreensão dos fusos horários é de extrema importância, principalmente para as pessoas que realizam viagens e têm contato com pessoas e relações comerciais com locais de fusos distintos dos seus, proporcionando, portanto, o conhecimento de horários em diferentes partes do globo. FUSOS HORÁRIOS DO MUNDO FUSO HORÁRIO NO BRASIL O território brasileiro está localizado à oeste do meridiano de Greenwich (longitude 0º) e, em virtude de sua grande extensão longitudinal, compreende quatro fusos horários, variando de duas a cinco horas a menos que a hora do meridiano de Greenwich (GMT). O primeiro fuso (30º O) tem duas horas a menos que a GMT. O segundo fuso (45º O), o horário oficial de Brasília, é três horas 58 atrasado em relação à GMT. O terceiro fuso (60º O) tem quatro horas a menos que a GMT. O quarto e último possui cinco horas a menos em relação à GMT. Segundo a Lei nº 11.662, de 24 de abril de 2008, a partir de zero hora de 24 de junho de 2008 passaram a vigorar no Brasil 3 (três) fusos horários. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem (24), sem vetos, a lei que reduz de quatro para três o número de fusos horários usados no Brasil. A mudança, que tem prazo de 60 dias para entrar em vigor, atingirá municípios nos Estados do Acre, Amazonas e Pará e será publicada no ―Diário Oficial‖ da União de hoje (25). Dentro desse prazo, os 22 municípios do Acre ficarão com diferença de uma hora em relação a Brasília — hoje são duas horas a menos. Municípios da parte oeste do Amazonas, na divisa com o Acre, sofrerão a mesma mudança, o que igualará o fuso dos Estados do Acre e do Amazonas. A mudança na lei também fará com que o Pará, que atualmente tem dois fusos horários, passe a ter apenas um. Os relógios da parte oeste do Estado serão adiantados em mais uma hora, fazendo com que todo o Pará fique com o mesmo horário de Brasília. O projeto, de autoria do senador Tião Viana (PT-AC), foi aprovado no Senado em 2007. Ao tramitar na Câmara, foi alvo de pressão de emissoras de televisão. O lobby foi por conta da entrada em vigor de portaria do Ministério da Justiça que determinou a exibição do horário de programas obedecendo à classificação indicativa. Portanto, os estados brasileiros seguem os seguintes horários de acordo com o novo fuso: Fernando de Noronha (PE): - 2 horas em relação ao Meridiano de Greenwich; Estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Amapá e Pará: - 3 horas em relação ao Meridiano de Greenwich; 59 Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Roraima e Acre: - 4 horas em relação ao Meridiano de Greenwich. MUDANÇA NO FUSO HORÁRIO BRASILEIRO Aprofundamento Jet Lag ou Doença do Fuso O Jet lag (em português: descompensação horária, ou em medicina, dissincronose) é uma fadiga de viagem, é uma condição fisiológica que é uma consequência de alterações no ritmo circadiano. As alterações podem provocar uma mudança do trabalho do organismo. O organismo de uma pessoa está acostumado com o tempo de rotação da Terra e quando uma pessoa viaja em um avião mudando de meridiano, pode ocorrer que o dia passe mais rápido e provoque o Jet lag. Acredita-se que a condição é o resultado do rompimento do ciclo " luz/escuridão". Pode ser provocado por fatores ambientais. O Jet Lag ocorre como consequência de viagem através de vários fusos horários, o que se tornou comum com as viagens a jato e daí o nome em Inglês (Jet, jato; Lag, diferença de horário). Desta maneira após uma viagem passando por vários fusos horários a pessoa se sente como se o relógio interno dela (relógio biológico) não estivesse no mesmo do horário do local. 60 Desta maneira logo após uma viagem cruzando fusos horários há um distúrbio do sono pois a pessoa quer dormir no horário que estava habituada e não no horário local - isto denomina-se Jet Lag. Este é um tipo de Insônia pois não consegue dormir no horário que deveria. Causa Quando uma pessoa viaja entre vários fusos horários, o relógio biológico não fica de acordo com o horário do destino, pois o ritmo dia/noite em que a pessoa estava acostumada: o padrão natural do corpo é mudado, como por exemplo, as horas de refeição, de repouso e regulação hormonal já não correspondem ao ambiente. Desde o momento da chegada no destino e adaptação ao horário local, a pessoa está sofrendo um jet lag. A rapidez em que o corpo se ajusta ao novo horário varia de pessoa para pessoa. Enquanto algumas pessoas demoram muitos dias para se adaptar ao novo horário, outras demoram poucas horas para fazê-lo. Não é considerado jetlag viajar por apenas uma ou duas zonas de fuso horário. A condição não é baseada no tamanho do vôo, mas pela distância transmeridiana viajada (Leste-Oeste). Um voo entre Frankfurt e Joanesburgo, a rota está marcada na mesma zona de fuso horário, não causa jet-lag, enquanto um vôo entre Nova Iorque e Los Angeles pode causar. Também, a Linha Internacional de Data não pode ser cogitada como contribuindo para o jet-lag, uma vez que o máximo possível é de + ou -12 horas de diferença. Uma diferença horária de 20 horas causa apenas 4 horas de jet-lag. Porém, paradas podem complicar esta aritmética. Outra causa para o jet lag pode também ser várias noites acordado consecutivamente, pois o organismo habitua-se a dormir a uma dada hora e demora-se a recuperar as horas de sono perdidas e o regresso ao estado normal. A linha internacional de data A ―linha internacional de data‖ é uma linha imaginária que, por convenção, é representada pelo meridiano oposto ao Meridiano de Greenwich e que atravessa o Oceano Pacífico separando o mundo em dois: a leste é um dia a menos do que a 61 oeste dela. Ou seja, quando nos países localizados a oeste (Japão por ex.) da linha internacional de data, for dia 4, nos países localizados a leste (Américas, por ex.) da linha internacional de data, será dia 3. O horário continuará o mesmo (respeitando-se os fusos). Embora a Linha Internacional de Data não obedeça nenhum padrão científico para sua localidade ou traçado (a linha está situada no meio do Pacífico por ser um dos locais menos habitado do planeta, causando menos transtornos, e seu traçado passa comodamente em volta de algumas ilhas, sendo, portanto, irregular), se faz necessária essa separação de dias diferentes por causa do tamanho da terra. Explicando, como todos sabemos o sol nasce do leste para o oeste. Desta forma, quando o dia está amanhecendo na China, por exemplo, no Mediterrâneo ainda é noite e ainda vai amanhecer. Assim, sempre haverá uma diferença de horário entre dois lugares localizados em pontos diferentes no planeta e, quanto mais afastados estes dois lugares, maior a diferença. Suponhamos dois lugares diametralmente opostos no globo, enquanto em um deles é dia, no outro já será noite, porque neste lugar onde é noite (mais a oeste da linha internacional de data) o sol ―nasceu primeiro‖ do que no lugar onde ainda é dia. É como na história de Júlio Verne, ―Volta ao Mundo em 80 Dias‖: Phileas Fogg, um aventureiro, resolve dar a volta ao mundo em 80 dias e, se utiliza dessa diferença de data para ganhar um dia na corrida. Ele viaja em sentido oeste-leste (saindo de Londres e indo em direção à Índia, e passando por outros lugares até chegar à Inglaterra vindo de Nova York pelo oeste), desta forma, ele ganha um dia durante a viagem. Por Caroline Faria Fonte: http://www.infoescola.com/cartografia/linha-internacional-de-data/ 62 LINHA INTERNACIONAL DA TROCA DE DATA NO PACÍFICO 63 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1.Descreva a metodologia utilizada para a elaboração dos fusos horários. 2.A linha imaginária considerada o marco 0° dos fusos horários é: a) Linha do Equador b) Trópico de Capricórnio c) Meridiano de Greenwich d) Trópico de Câncer 3.(PUC-MG) Ao dividir os 360 graus da esfera terrestre pelas 24 horas de duração do movimento de __________, o resultado é 15 graus. A cada 15 graus que a Terra gira, passa-se uma hora. Assim, cada uma das 24 divisões da Terra corresponde a um __________. Para que o texto fique adequadamente preenchido, as lacunas devem ser completadas, respectivamente, por: a) translação e meridiano. b) translação e paralelo. c) rotação e círculo. d) rotação e fuso horário. 64 4.Uma família embarca em uma viagem às 14:00 horas, do dia 03 de março, de um ponto A (localizado a 30° O) com destino a B (localizado a 45° L). O tempo de voo é de 10 horas. Qual o dia e o horário de chegada da família ao ponto B? 5.Um empresário necessita realizar duas reuniões, uma em A (45° L) e a outra em B (180°L). Ele embarca de C (60° O) às 13:00 horas do dia 25 de abril. Após 10 horas de viagem, o empresário desembarca em A. O tempo gasto na reunião é de 7 horas e logo em seguida ele já estava no avião com destino a B. Considerando que a viagem de A a B leva 15 horas, responda: a) Qual o horário e o dia de chegada do empresário em A? b) Qual o horário e o dia de chegada do empresário em B? Respostas Resposta Questão 1 Os fusos horários foram estabelecidos através da divisão da circunferência da Terra (360°) pelo tempo gasto durante o movimento de rotação, ou seja, que a Terra realiza um giro em torno do seu próprio eixo, sendo que são necessárias, aproximadamente, 24 horas (23 horas, 56 minutos e 4 segundos) para a realização desse movimento. Portanto, dividindo 360 por 24, temos o resultado de 15. Nesse sentido, dividiu-se a superfície do planeta em 24 fusos horários, cada um equivalendo a 15° da circunferência terrestre e tendo sua hora definida em relação ao meridiano de Greenwich, também chamado marco inicial (0°). 65 Resposta Questão 2 a) Falso – A Linha do Equador consiste numa linha imaginária responsável pela divisão do globo em norte e sul, através dessa linha é possível se estabelecer as latitudes. b) É uma linha geográfica imaginária que está localizada ao sul da linha do Equador. c) Verdadeiro – O meridiano de Greenwich é a linha imaginária responsável por dividir o globo terrestre em ocidente (oeste) e oriente (leste). A partir dele é possível medir as longitudes. Esse é considerado o marco inicial (0°) dos fusos horários e pelo fato da Terra girar no sentido de oeste para leste, os fusos a leste de Greenwich têm as horas adiantadas (+); já os fusos situados a oeste do meridiano inicial têm as horas atrasadas (-). d) Falso – O Trópico de Câncer é uma linha imaginária localizada ao norte da linha do Equador, portanto, não tem relação com os fusos horários. Resposta Questão 3 a) Falso – A translação é o movimento que a Terra realiza em torno do Sol, durante esse processo são gastos 365 dias e seis horas. Esse fenômeno é responsável pela alternância das estações do ano. O meridiano é uma linha geográfica imaginária. b) Falso – A translação é o movimento que a Terra realiza em torno do Sol, durante esse processo são gastos 365 dias e seis horas. O paralelo, por sua vez, consiste no círculo menor perpendicular ao eixo terrestre. 66 c) Falso – a rotação é o movimento que a Terra faz em torno de seu próprio eixo, sendo realizado em, aproximadamente, 24 horas. No entanto, círculo não tem relação com os fusos horários. d) Verdadeiro – Denomina-se rotação o movimento que a Terra faz em torno do seu próprio eixo (360°), esse movimento é realizado em aproximadamente 24 horas. Os fusos horários foram estabelecidos através da divisão do eixo da Terra (360°) pelo tempo de duração do movimento de rotação (24 horas), portanto, temos o resultado de 15°, responsável por um fuso horário. Resposta Questão 4 Considerando que cada fuso horário corresponde a 15° e que os fusos horários aumentam as horas no sentido oeste – leste, temos: 30° O 15° O 0° O 15° L 30° L 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 45°L 19:00 Embarque: 14:00 horas do dia 03 de março. Diferença de fuso entre 30° O e 45° L: 5 horas. Tempo de viagem: 10 horas Resolução: 5 horas + 10 horas = 15 horas. 14:00 do dia 03 de março + 15 horas = 05:00 horas do dia 04 de março. Portanto, há a diferença de 5 horas a mais entre 30° O e 45° L, considerando que a família desembarcou às 14:00 horas do dia 03 de março e o tempo de viagem é de 10 horas, ela chegou ao ponto B às 05:00 horas do dia 4 de março. 67 Resposta Questão 5 a) Qual o horário e o dia de chegada do empresário em A? O empresário partiu de C (60° O) às 13:00 horas com destino a A (45° L), visto que as horas são adiantadas no sentido oeste – leste, e que cada 15° representa um fuso horário, temos: 60° O 45° 30° 15° 0° 15° L 30° 45° 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h Portanto, quando for 13:00 em C (ponto de partida) será 20:00 horas em A (destino da viagem). Considerando que a viagem demore 10 horas, o empresário chegará a A às 06:00 horas do dia 26 de abril. b) Qual o horário e o dia de chegada do empresário em B? O empresário chegou a A às 06:00 do dia 26 de abril, e após 7 horas, embarcou com destino a B. Portanto, o empresário embarcou às 13:00 horas no avião com destino a B (180° O). 06:00 horas + 7 horas = 13:00 horas. 45° L 60° 75° 90° 105° 120° 135° 150° 165° 180° 13h 14h 15h 16h 17h 18h 19h 20h 21h 22h Portanto, quando o viajante embarcar às 13:00 horas no voo no ponto A (45°), já serão 22:00 horas no ponto B (180 °L). Considerando que a viagem demore 15 horas, o empresário desembarcará em B (180° L) às 13:00 do dia 27 de abril. 68 Na internet http://www.infoescola.com/geografia/fusos-horarios/ http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/fusos-horarios-entenda-comose-determina-a-hora-em-cada-pais.htm http://www.brasilescola.com/geografia/fuso -horario.htm http://www.mundoeducacao.com/geografia/fusos-horarios-2.htm http://www.mundoeducacao.com/geografia/fusos-horarios.htm http://www.guiageo-mapas.com/fuso-horario.htm http://www.brasilescola.com/brasil/fuso-horario-brasileiro.htm http://www.horadebrasilia.com/fuso-horario.php A CARTOGRAFIA A cartografia é a ciência da representação gráfica da superfície terrestre, tendo como produto final o mapa. Ou seja, é a ciência que trata da concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos mapas. Na cartografia, as representações de área podem ser acompanhadas de diversas informações, como símbolos, cores, entre outros elementos. A cartografia é essencial para o ensino da Geografia e tornou-se muito importante na educação contemporânea, tanto para as pessoas atenderem às necessidades do seu cotidiano quanto para estudarem o ambiente em que vivem. 69 Os primeiros mapas foram traçados no século VI a.C. pelos gregos que, em função de suas expedições militares e de navegação, criaram o principal centro de conhecimento geográfico do mundo ocidental. O mais antigo mapa já encontrado foi confeccionado na Suméria, em uma pequena tábua de argila, representando um Estado. A confecção de um mapa normalmente começa a partir da redução da superfície da Terra em seu tamanho. Em mapas que figuram a Terra por inteiro em pequena escala, o globo se apresenta como a única maneira de representação exata. A transformação de uma superfície esférica em uma superfície plana recebe a denominação de projeção cartográfica. Na pré-história, a Cartografia era usada para delimitar territórios de caça e pesca. Na Babilônia, os mapas do mundo eram impressos em madeira, mas foram Eratosthenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que construíram as bases da cartografia moderna, usando um globo como forma e um sistema de longitudes e latitudes. Ptolomeu desenhava os mapas em papel com o mundo dentro de um círculo. Com a era dos descobrimentos, os dados coletados durante as viagens tornaram os mapas mais exatos. Após a descoberta do novo mundo, a cartografia começou a trabalhar com projeções de superfícies curvas em impressões planas. Hoje, a cartografia é feita por meios modernos, como as fotografias aéreas (realizadas por aviões) e o sensoriamento remoto por satélite. Além disso, com os recursos dos computadores, os geógrafos podem obter maior precisão nos cálculos, criando mapas que chegam a ter precisão de até 1 metro. As fotografias aéreas são feitas de maneira que, sobrepondo-se duas imagens do mesmo lugar, obtém-se a impressão de uma só imagem em relevo. Assim, representam-se os detalhes da superfície do solo. Depois, o topógrafo completa o trabalho sobre o terreno, revelando os detalhes pouco visíveis nas fotografias. A outra técnica cartográfica, o sensoriamento remoto, consiste na transmissão, a partir de um satélite, de informações sobre a superfície do planeta ou da atmosfera. Quase toda coleta de dados físicos para os especialistas é feita por meio de sensoriamento remoto, com satélites especializados que tiram fotos da Terra em intervalos fixos. 70 Para a geração das imagens pelos satélites, escolhe-se o espectro de luz que se quer enxergar, sendo que alguns podem enviar sinais para captá-los em seu reflexo com a Terra, gerando milhares de possibilidades de informação sobre minerais, concentrações e tipos de vegetação, entre outros. Existem satélites que chegam a enxergar um objeto de até vinte centímetros na superfície da Terra, quando o normal são resoluções de vinte metros. O MAPA A localização de qualquer lugar na Terra pode ser mostrada em um mapa. Os mapas são normalmente desenhados em superfícies planas, em proporção reduzida do local da Terra escolhido. Nenhum mapa impresso consegue mostrar todos os aspectos de uma região. Mapas, em contraposição a foto aéreas e dados de satélite, podem mostrar concentração populacional e de renda, diferenças de desenvolvimento social, entre outras informações. Como os mapas possuem representação plana, eles não representam fielmente a forma geóide da Terra, o que levou cartógrafos a utilizarem globos para imitar essa forma. Os mapas mais comuns são os políticos e topográficos. Os políticos representam graficamente os continentes e as fronteiras entre os países, enquanto os topográficos representam o relevo em níveis de altura (normalmente inclui também os rios mais importantes). Para desenhar mapas cartográficos depende-se de um sistema de localização com longitudes e latitudes, uma escala, uma projeção e símbolos. Atualmente, boa parte do material que o cartógrafo necessita é obtido por sensoriamento remoto com foto de satélite ou fotografias aéreas. PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS Sabemos que a maneira mais adequada de representar a Terra como um todo é por meio de um globo. Porém, precisamos de mapas planos para estudar a superfície do planeta. Transformar uma esfera em uma área plana do mapa seria 71 impossível se os cartógrafos não utilizassem uma técnica matemática chamada projeção. No entanto, imagine como seria se abríssemos uma esfera e a achatássemos para a forma de um plano. Com isso, as partes da esfera original teriam que ser esticadas, principalmente nas áreas mais próximas aos os polos, criando grandes deformações de área. Então, para chegar a uma representação mais fiel possível, os cartógrafos desenvolveram vários métodos de projeções cartográficas, ou seja, maneiras de representar um corpo esférico sobre uma superfície plana. Como toda projeção resulta em deformações e incorreções, às vezes algumas características precisam ser distorcidas para representarmos corretamente as outras. As deformações podem acontecer em relação às distâncias, às áreas ou aos ângulos. Conforme o sistema de projeção utilizado, as maiores alterações da representação localizam-se em uma ou outra parte do globo: nas regiões polares, nas equatoriais ou nas latitudes médias. É o cartógrafo define qual é a projeção que vai atender aos objetivos do mapa. A projeção mais simples e conhecida é a de Mercator (nome do holandês que a criou). Outras técnicas foram evoluindo e muitas outras projeções tentaram desfazer as desigualdades de área perto dos polos com as de perto do equador, como por exemplo a projeção de Gall. Como não há como evitar as deformações, classifica-se cada tipo de projeção de acordo com a característica que permanece correta. Temos então: Projeções equidistantes = distâncias corretas Projeções conformes = igualdade dos ângulos e das formas dos continentes Projeções equivalentes = mostram corretamente a distância e a proporção entre as áreas 72 Principais projeções cartográficas Projeção Cilíndrica: O plano da projeção é um cilindro envolvendo a esfera terrestre. Após realizada a projeção dos paralelos e meridianos do globo para o cilindro, este é aberto ao longo de um meridiano, tornando-se um plano sobre o qual será desenhado o mapa. PROJEÇÃO CILÍNDRICA Projeção Cônica: O plano da projeção é um cone envolvendo a esfera terrestre. Os paralelos são círculos concêntricos e os meridianos retos convergem para o polo. PROJEÇÃO CÔNICA 73 Projeção Plana ou Azimutal: O plano da projeção é um plano tangente à esfera terrestre. Os paralelos são círculos concêntricos e os meridianos retos irradiam-se do polo. PROJEÇÃO PLANA Projeção de Mercator: Nesta projeção os meridianos e os paralelos são linhas retas que se cortam em ângulos retos. Corresponde a um tipo cilíndrico pouco modificado. Nela as regiões polares aparecem muito exageradas. PROJEÇÕES DE MERCATOR OU CILÍNDRICA EQUATORIAL. 74 Projeção de Peters: Outra projeção muito utilizada para planisférios é a de Arno Peters, que data de 1973. Sua base também é cilíndrica equivalente, e determina uma distribuição dos paralelos com intervalos decrescentes desde o Equador até os polos, como podemos observar no mapa a seguir. PROJEÇÃO CILÍNDRICA EQUIVALENTE DE PETERS As retas perpendiculares aos paralelos e as linhas meridianas têm intervalos menores, resultando na representação das massas continentais, um significativo achatamento no sentido Leste-Oeste e a deformação no sentido Norte-Sul, na faixa compreendida entre os paralelos 60º Norte e Sul, e acima destes até os polos, a impressão de alongamento da Terra. 75 Projeção Ortográfica: Ela nos apresenta um hemisfério como se o víssemos a grande distância. Os paralelos mantêm seu paralelismo e os meridianos passam pelos polos, como ocorre na esfera. As terras próximas ao Equador aparecem com forma e áreas corretas, mas os polos apresentam maior deformação. PROJEÇÃO ORTOGRÁFICA Projeção de Mollweide: Nesta projeção os paralelos são linhas retas e os meridianos, linhas curvas. Sua área é proporcional à da esfera terrestre, tendo a forma elíptica. As zonas centrais apresentam grande exatidão, tanto em área como em configuração, mas as extremidades apresentam grandes distorções. PROJEÇÃO DE MOLLWEIDE 76 Projeção de Goode, que modifica a de Moolweide: É uma projeção descontínua, pois tenta eliminar várias áreas oceânicas. Goode coloca os meridianos centrais da projeção correspondendo aos meridianos quase centrais dos continentes para lograr maior exatidão. PROJEÇÃO DE GOODE Projeção de Holzel: Projeção equivalente, seu contorno elipsoidal faz referência à forma aproximada da Terra que tem um ligeiro achatamento nos polos. PROJEÇÃO DE GOODE ESCALAS CARTOGRÁFICAS O mapa é uma imagem reduzida de uma determinada superfície. Essa redução - feita com o uso da escala - torna possível a manutenção da proporção do espaço representado. É fácil reconhecer o mapa do Brasil, por exemplo, 77 independente do tamanho em que ele é apresentado, pois a sua confecção obedeceu a determinada escala, que mantém a sua forma. A escala cartográfica estabelece, portanto, uma relação de proporcionalidade entre as distânci as lineares em um desenho (mapa) e as distâncias correspondentes na realidade. As escalas podem ser indicadas de duas maneiras: através de uma representação gráfica ou através de uma representação numérica. A escala gráfica A escala gráfica é representada por um pequeno segmento de reta graduado, sobre o qual está estabelecida diretamente a relação entre as distâncias no mapa, indicadas a cada trecho deste segmento, e a distância real de um território. Observe: De acordo com este exemplo cada segmento de 1 cm é equivalente a 3 km no terreno, 2 cm a 6 km, e assim sucessivamente. Caso a distância no mapa, entre duas localidades seja de 3,5 cm, a distância real entre elas será de 3,5 X 3, ou 10,5 km (dez quilômetros e meio). A escala gráfica apresenta a vantagem de estabelecer direta e visualmente a relação de proporção existente entre as distâncias do mapa e do território. A escala numérica A escala numérica é estabelecida através de uma relação matemática, normalmente representada por uma razão, por exemplo: 1: 300 000 (1 por 300 000). A primeira informação que ela fornece é a quantidade de vezes em que o espaço representado foi reduzido. Neste exemplo, o mapa é 300 000 vezes menor que o tamanho real da superfície que ele representa. 78 Na escala numérica as unidades, tanto do numerador como do denominador, são indicados em cm. O numerador é sempre 1 e indica o valor de 1cm no mapa. O denominador é a unidade variável e indica o valor em cm correspondente no território. No caso da escala exemplificada (1: 300 000), 1cm no mapa representa 300 000 cm no terreno, ou 3 km. Trata-se, portanto da representação numérica da mesma escala gráfica apresentada anteriormente. Caso o mapa seja confeccionado na escala 1:300, cada 1cm no mapa representa 300 cm ou 3 m. Para fazer estas transformações é necessário aplicar a escala métrica decimal: 79 As questões que envolvem o uso da escala estão geralmente relacionadas a três situações: 1. Calcular a distância real entre dois pontos, separados por 5 cm (d), em um mapa de escala (E) 1: 300 000. 2. Calcular a distância no mapa (d) de escala (E) 1: 300 000 entre dois pontos situados a 15 m de distância (D) um do outro. 3. Calcular a escala (E), sabendo-se que a distância entre dois pontos no mapa (d) de 5 cm representa a distância real (D) de 15 km. 80 Grande e pequena escala Para a elaboração de mapas de superfícies muito extensas é necessário que sejam utilizadas escalas que reduzam muito os elementos representados. Esses mapas não apresentam detalhes e são elaborados em pequena escala. Portanto, quanto maior o denominador da escala, maior é a redução aplicada para a sua elaboração e menor será a escala. As escalas grandes são aquelas que reduzem menos o espaço representado pelo mapa e, por essa razão, é possível um maior detalhamento dos elementos existentes. Por isso, são aquelas cujo denominador é menor. As escalas maiores normalmente são denominadas de plantas que podem ser utilizadas num projeto arquitetônico ou para representar uma cidade. De acordo com os exemplos já citados a escala 1: 300 é maior do que a escala 1: 300 000. A escolha da escala é fundamental ao propósito do mapa e ao tipo de informação que se pretende destacar. Numa pequena escala o mais importante é representar as estruturas básicas dos elementos representados e não a exatidão de seu posicionamento ou os detalhes que apresentam. Aliás, o detalhamento neste tipo de mapa compromete a sua qualidade e dificulta a sua leitura. Numa grande escala, como plantas de uma casa ou de uma cidade, existe uma maior preocupação com os detalhes, mas assim mesmo as informações devem ser selecionadas para atender apenas o objetivo pelo qual foram elaboradas. Cálculos com escalas (resolvidos) d = distância no mapa D = distância real E = Escala Fórmula Base 81 1. Para um rio que no mapa de 1:50.000 tem 50cm, qual será a distância real deste rio? d = 50cm D=? E = 50.000 jogando na fórmula (d / D = 1 / E) 50cm / D = 1 / 50.000 (fazer regra de três) 50cm x 50.000 = D x 1 2.500.000cm = D D = 25.000m D = 25km 2. Para uma estrada que no mapa mede 80cm e sua distância real é de 80km, qual é a escala do mapa? d = 80cm D = 80km E=? jogando na fórmula (d / D = 1 / E) 80cm / 80km = 1 / E (colocar na mesma medida de comprimento) 0,000.8km / 80km = 1 / E (fazer regra de três) 0,000.8km x E = 80km x 1 E = 80km / 0,000.8km E = 100.000 ou seja a escala numérica do mapa é de 1:100.000 82 Na internet http://www.brasilescola.com/geografia/cartografia.htm http://www.suapesquisa.com/geografia/cartografia.htm http://www.sogeografia.com.br/Conteudos/GeografiaFisica/Cartografia/?pg=3 http://www.mundoeducacao.com/geografia/projecoes-cartograficas.htm http://www.cursoobjetivo.br/vestibular/roteiro_estudos/projecoes_cartograficas.aspx http://www.brasilescola.com/geografia/projecoes-cartograficas.htm FALANDO GEOLOGICAMENTE DO PLANETA TERRA Qual a origem da terra? Muitos cientistas e físicos ao longo do tempo têm formado teorias para explicar a origem da Terra. Os mais notáveis físicos são de acordo com uma teoria, que é a que se segue: 1. Há cerca de 4,6 bilhões de anos, originou-se primeiro o sol através de uma densa nuvem de poeira e gás que se contraiu, formando não só o sol mas outros planetas. 83 2. Com a radioatividade das rochas algumas partes da Terra se derreteram. O níquel e o ferro se fundiram formando o núcleo, enquanto na superfície ficou um oceano de rochas incandescentes. 3. A Terra primitiva sofreu um resfriamento, os vulcões entraram em erupção emitindo gases que formaram a atmosfera, por sua vez originando matéria orgânica e água. 4. Há cerca de 3,5 bilhões de anos, grande parte da crosta terrestre já estava formada, mas bem diferente da atual. Para a formação atual, continentes e ilhas, levou-se milhões de anos, pois por volta de 3,5 bilhões de anos atrás a Terra estava dividida em um só continente. A Geologia é a ciência que estuda a evolução e a constituição da Terra, ela está dividida em dois ramos: Geologia Física: estuda o subsolo da Terra, e analisa as transformações provocadas pelos agentes internos e externos do relevo. Geologia Histórica: representada pela paleontologia estuda o desenvolvimento dos vegetais e animais através de fósseis, e a estratigrafia que analisa a sequência das rochas no tempo. Escala geológica do tempo (resumo) Para se entender a estrutura da Terra é necessário também, o conhecimento do tempo geológico. A escala geológica do Tempo está dividida em Eras, que se dividem em Períodos, e estes se dividem em Épocas. A primeira Era é a chamada Pré-cambriana, que se divide em três períodos: 84 - Azóica: por volta de 4,5 bilhões de anos atrás, esse período é marcado pela não existência de vida, esse período durou bilhões de anos. - Arqueozóica e Proterozóica: nesse período passaram a surgir os seres unicelulares e invertebrados (algas e bactérias). Formação das rochas magmáticas. Existência de dois continentes: Árqueo-ártico e Indo-afro-brasileiro. A Era Paleozóica está dividida nos períodos: Permiano, Carbonífero, Devoniano, Siluriano, Ordoviciano e Cambriano. Nestes períodos houve a existência de rochas sedimentares e metamórficas. Existência de cinco continentes: Indo, Afro, Brasileiro (Gondwana), Terra Canadense e Terra Siberiana. Surgiram os peixes e os primeiros répteis. A próxima Era foi a Mesozóica, dividida pelos períodos Cretáceo, Jurássico e Triássico. Surgiram mamíferos e aves; répteis gigantescos (dinossauros); grandes florestas; e rochas sedimentares e vulcânicas. Já na Era Cenozóica existem dois períodos, Quaternário e Terciário. Este último tem cinco épocas: Plioceno, Mioceno, Oligoceno, Eoceno e Paleoceno. Neste período houve o desenvolvimento dos mamíferos e fanerógamos. Os répteis gigantes foram extintos, formou-se as bacias sedimentares. No período do Quaternário existem duas épocas: Holoceno e Pleistoceno. Houve neste período a glaciação no hemisfério norte; delineamento dos atuais continentes; formação das bacias sedimentares recentes; aparecimento do homem. 85 ILUSTRAÇÃO QUE MOSTRA UM RESUMO DO TEMPO GEOLÓGICO Tabela do Tempo Geológico ERA PERÍODO / INÍCIO ÉPOCA - "Era do Homem". O homem Quaternário CENOZÓICA 1,8 milhões de anos PRINCIPAIS EVENTOS Holoceno torna-se a forma de vida (recente) dominante sobre a Terra. - Estabilização do clima. 86 - Glaciações mais recentes. Pleistoceno - Domínio dos mamíferos de grande porte. - Evolução do homo sapiens - Avanço das geleiras. - A vegetação é dominada pelos Plioceno campos e savanas. - Aparecimento de mamíferos ruminantes. - Formação de grandes campos. Mioceno Terciário - Mudanças climáticas levam a formação da calota polar Antártica. 65 milhões de anos - Aparecimento de elefantes e Oligoceno cavalos. - Aparecimento de vários tipos de gramíneas. Eoceno Paleoceno Cretáceo - Surgimentos da maior parte das ordens de mamíferos. - Domínio dos mamíferos de porte pequeno a médio. - Primeiras plantas com flores, 146 milhões grupos modernos de insetos, de anos pássaros e mamíferos. MESOZÓICA - Pterossauros e primeiros Jurássico pássaros. 208 milhões - Dinossauros vagueiam pela de anos Terra. 87 Triássico - Primeira aparição dos 245 milhões dinossauros. de anos - Primeiro grande evento de Permiano extinção em massa. 286 milhões - Formação do supercontinente de anos Pangea. - Formação das enormes florestas Carbonífero de pteridófitas (samambaias) e o 360 milhões registro das primeiras de anos gimnospermas (espécies com ementes). - Aparecimento dos primeiros vertebrados terrestres, primeiros PALEOZÓICA Devoniano artrópodes terrestres, incluindo os 410 milhões insetos e as aranhas; de anos - Expansão dos diversos tipos de corais; - Diversificação dos peixes. - Estabilização do clima. - Derretimento do gelo glacial, elevação dos níveis dos oceanos. - Evolução dos peixes. Siluriano Aparecimento dos peixes com 440 milhões mandíbulas; de anos - Primeiras evidências de vida no meio terrestre, incluindo alguns parentes das aranhas e das centopéias, além das primeiras 88 plantas vasculares. Ordoviciano - É conhecido pela ocorrência de 505 milhões invertebrados marinhos diversos. de anos - Segundo registros fósseis, este Cambriano período marca o aparecimento da 544 milhões maioria dos grupos principais de de anos animais. - A formação das terras continentais se estabiliza; PROTEROZÓICA 2,5 bilhões - Registro dos primeiros fósseis de de anos organismos unicelulares; - Primeira evidência de oxigênio na atmosfera. - Formação de 70% das massas dos continentes; ARQUEANA - Aparecimento dos primeiros 3,8 bilhões organismos vivos anaeróbicos, de anos isto é, utilizam metano ou hidrogênio no metabolismo, em vez de oxigênio. HADEANA Não é um período geológico. Não 4,5 bilhões existem rochas de anos - Formação do Sistema Solar. - Solidificação da crosta terrestre. na Terra, tão antigas. 89 Para saber mais sobre tempo geológico: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/geografia/ge ografia_geral/formacao_da_terra/eras_geologicas http://www.cprm.gov.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=109 4&sid=129 A ESTRUTURA INTERNA DA TERRA A estrutura interna da Terra é representada em modelos que se baseiam em dois critérios diferentes: a composição química e as propriedades físicas. No modelo da estrutura interna da Terra segundo a sua composição química, são consideradas três unidades estruturais concêntricas - crosta, manto e núcleo separadas por superfícies de descontinuidade. - A crosta, ou crusta, constitui a zona mais superficial do globo terrestre e pode ser dividida em crosta continental e em crosta oceânica. Encontra-se separada do manto pela descontinuidade de Mohorovicic. - O manto situa-se desde a base da crosta até à profundidade de 2900 km e pode ser dividido em manto superior e em manto inferior. Encontra-se separado do núcleo pela descontinuidade de Gutenberg. - O núcleo situa-se a partir dos 2900 km e pode ser dividido em núcleo externo e em núcleo interno. No modelo da estrutura interna da Terra segundo as suas propriedades físicas, o globo terrestre é constituído por quatro regiões - litosfera, astenosfera, mesosfera e endosfera. 90 - A litosfera, uma zona sólida e rígida, compreende a crosta e a parte mais externa do manto superior. - A astenosfera, uma zona de baixa rigidez e de comportamento plástico, situa-se desde a base da litosfera até à profundidade de 350 km. - A mesosfera, uma zona rígida, estende-se desde a base da astenosfera até à fronteira do manto com o núcleo. - A endosfera pode ser dividida em duas regiões: a endosfera externa, líquida, e a endosfera interna, sólida. O estudo da estrutura interna da Terra tem por base métodos muito diversificados, diretos ou indiretos. Para o estudo direto da estrutura interna da Terra contribuem métodos como a observação e o estudo direto da superfície visível, a exploração de jazigos minerais, as sondagens e a análise de magmas e xenólitos. No estudo indireto da estrutura da Terra são utilizados métodos indiretos que incluem a planetologia, a astrogeologia e a geofísica. ESTRUTURA DA TERRA FIGURA 01 91 ESTRUTURA DA TERRA FIGURA 02 ESTRUTURA DA TERRA FIGURA 03 92 A ESTRUTURA EXTERNA DA TERRA Estrutura externa da Terra é formada por: litosfera, hidrosfera e atmosfera. Litosfera A litosfera ou crosta terrestre, a parte consolidada da Terra, é formada por rochas e minerais. É todo estrato e substrato rochoso, que constitui o relevo submarino e os continentes e ilhas. Hidrosfera A hidrosfera é formada pelas águas oceânicas e águas continentais, incluindo os lençóis subterrâneos e o vapor aquoso da atmosfera. Atmosfera A atmosfera é a camada de ar ou envoltório gasoso que cobre a Terra. ESTRUTURAS INTERNAS E EXTERNAS DA TERRA 93 A TEORIA DA DERIVA CONTINENTAL Deriva continental é o nome de uma teoria, também conhecida como Teoria Tectônica de Placas que trata do movimento dos continentes pelo globo terrestre. Afirma tal teoria que as terras emersas do nosso planeta vêm se movimentando desde sua consolidação, e continuam tal deslocamento, em grande parte influência da ação no núcleo incandescente da Terra. Assim, as posições que os continentes e ilhas do planeta ocupam hoje no mapa eram e serão bem diferentes da configuração que apresentam hoje, ou seja, os continentes estão à deriva pelo oceano, em movimento sem direção determinada. A ideia da deriva continental é formalmente reconhecida quando o geógrafo Antonio Snider-Pellegrini publicou em 1858 um mapa unindo os litorais ocidental da África e o oriental da América do Sul, dando a entender que a América do Sul “descolou-se” do continente africano para seguir uma rota própria. Em 1910 o geólogo americano Taylor publica uma teoria sobre a formação das cadeias de montanhas ligando a sua ocorrência à mesma ideia de deriva dos continentes. Assim, como se fosse uma folha de papel amassada, o terreno em movimento, ao encontrar uma resistência qualquer, iria redobrar-se em inúmeras falhas causando protuberâncias destacáveis. Logo a seguir, em 1915, o meteorologista alemão Alfred Wegener publica seus estudos acerca da ideia de deriva continental, que tinha por base a justaposição dos continentes (observação dos “recortes” de cada litoral e os determinados locais onde estes combinam), magnetismo, paleoclimas (climas de eras anteriores) e evidências fósseis. Wegener mesclava assim conceitos e evidências de várias disciplinas, como a geologia, geofísica, paleoclimatologia, paleontologia e biogeografia. Infelizmente seus estudos permaneceriam desconhecidos do público em geral e do grosso da comunidade científica por quase 50 anos, sendo aceita somente na década de 60 94 devido ao sistemático mapeamento das águas profundas, descoberta das fossas abissais, paleomagnetismo das rochas oceânicas, entre outros progressos em áreas relacionadas. Vale mencionar que o aperfeiçoamento do submarino, dos sonares e do fatômetro à época da Segunda Guerra Mundial ajudaria no melhor conhecimento dos pisos oceânicos, comprovando vários pontos da teoria de Wegener. Enfim, com o progresso dos equipamentos de exploração e medição, elaborou-se uma teoria para a movimentação dos continentes, que relaciona o movimento das placas oceânicas e os geossinclismos, chamada de “Teoria de Expansão do Assoalho Oceânico” de 1961, formulada por Dietz, que estabelece que a medida em que uma placa tectônica desloca-se de seu ponto de origem, esta sofre esfriamento, tornando-se mais densa até encontrar-se com as placas continentais, formando as fendas, incorporando-se assim ao manto por ser mais densa, em um ciclo constante. Estas fendas recebem o nome de zonas de subducção. Os estudos de paleomagnetismo, ou seja, estudo da orientação de cristais de rochas através do tempo, sua formação e seus padrões, fez com que a teoria da deriva continental deixasse de ser uma teoria para tornar-se fato comprovado. TEORIA DA DERIVA CONTINENTAL 95 PLACAS TECTÔNICAS Placas tectônicas ou placas litosféricas são gigantescos blocos que compõem a camada sólida externa da Terra. Esses “blocos” estão em constante movimento, podendo formar zonas de convergência de placas (colisão de diferentes placas) ou zonas de divergência de placas (as placas se afastam umas das outras). Esses processos são responsáveis por fenômenos como, por exemplo, os terremotos e a expansão de oceanos. As principais placas tectônicas são: Placa do Pacífico – Com aproximadamente 70 milhões de quilômetros quadrados, essa é a maior placa oceânica, abrange a maior parte do oceano Pacífico. Ela é renovada em suas bordas, onde há separação das placas vizinhas e a expansão do assoalho marítimo. Placa de Nazca – Possui extensão de 10 milhões de quilômetros quadrados, e está localizada no leste do oceânico Pacífico, que fica 10 centímetros menor a cada ano, por chocar-se com a placa Sul-Americana. O choque entre essas duas placas originou a Cordilheira dos Andes. Placa Sul-Americana – É uma placa continental que possui 32 milhões de quilômetros quadrados. O território brasileiro está localizado no centro dela, onde a espessura é de 200 quilômetros, por esse motivo o país é pouco afetado por terremotos e vulcões. Placa Norte-Americana – Possui 70 milhões de quilômetros quadrados, e abrange a América do Norte, a América Central e a Groelândia, além de uma parte do oceano Atlântico. O deslocamento horizontal em relação à placa do Pacífico desencadeia vários terremotos, principalmente na Califórnia. 96 Placa Africana – Com 65 milhões de quilômetros quadrados, essa Placa engloba todo o continente africano. A sua colisão com a Placa Euroasiática originou o mar Mediterrâneo e o Vale Rift. A Placa Sul-Americana e a Placa Africana formam uma zona de divergência, ou seja, elas estão se afastando uma da outra, conforme monitoramentos realizados por satélites, elas se afastam cerca de 3 cm por ano. Placa Antártica – Consiste numa placa continental com 25 milhões de quilômetros quadrados. A parte leste da placa, que há 200 milhões de anos estava junto do que hoje é a Austrália, a África e a Índia, chocou-se com pelo menos cinco placas menores que formavam o lado oeste. Placa Indo-Australiana – É formada pela Placa Australiana e a Indiana, seus 45 milhões de quilômetros quadrados englobam a Índia, a Austrália, a Nova Zelândia e parte do oceano Índico. Forma uma zona de convergência com a Placa das Filipinas, fato que promove o surgimento de ilhas. Placa Euroasiática Ocidental – É um “bloco” que possui 60 milhões de quilômetros quadrados, nele estão o continente europeu e o extremo oeste da Ásia. Placa Euroasiática Oriental – Abriga o continente asiático. Sua extensão é de 40 milhões de quilômetros quadrados. Essa placa forma uma zona de convergência com as placas das Filipinas e do Pacífico, sendo uma das regiões com maior ocorrência de vulcões e terremotos do planeta. Placa das Filipinas – É uma placa oceânica, localizada no oceano Pacífico. Sua área é de 7 milhões de quilômetros quadrados, nela estão presentes quase a metade dos vulcões ativos da Terra. Forma uma área de convergência com a Placa Euroásiatica Oriental. 97 Aprofundamento Placas Tectônicas são porções da crosta terrestre (litosfera) limitadas por zonas de convergência ou divergência. Segundo a Teoria da ―Tectônica das Placas‖, a litosfera é constituída de placas que se movimentam interagindo entre si, o que ocasiona uma intensa atividade geológica, resultando em terremotos e vulcões nos limites das placas. Atualmente considera-se a existência de 12 placas principais que podem se subdividir em placas menores. Elas são: Placa Eurasiática, Placa Indo-Australiana, Placa Filipina, Placa dos Cocos, Placa do Pacífico, Placa Norte-Americana, Placa Arábica, Placa de Nazca, Placa Sul-Americana, Placa Africana, Placa Antártica e Placa Caribeana. Os movimentos das placas são devidos às ―correntes de convecção‖ que ocorrem na astenosfera (camada logo abaixo da litosfera): as correntes de convecção são causadas pelo movimento ascendente dos materiais mais quentes do manto (magma) em direção à litosfera, que, ao chegar à base da litosfera, tende a se movimentar lateralmente e perder calor por causa da resistência desta e depois descer novamente dando lugar à mais material aquecido. No meio dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico existem cordilheiras que chegam a atingir até 4000 mil metros acima do assoalho oceânico chamadas de Cordilheiras ―Meso-oceânicas‖. Estas cordilheiras se originam do afastamento das placas tectônicas nas chamadas ―zonas de divergência‖. São locais onde as correntes de convecção atuam em direções contrárias originando rupturas no assoalho oceânico pelas quais é expelido o magma da astenosfera. Dessa forma, ao esfriar, o magma (ou lava basáltica) causa a renovação do assoalho oceânico. Outro tipo de movimento das placas tectônicas acontece nas chamadas ―zonas de convergência‖ onde as placas se movimentam uma em direção à outra. Nesse caso, pode acontecer de uma placa afundar por sob a outra nas ―zonas de 98 subducção‖. Isso acontece entre uma placa oceânica e uma placa continental porque a placa oceânica tende a ser mais densa que a placa continental o que faz com que ela seja ―engolida‖ por esta última. Um exemplo é a zona de subducção da Placa de Nazca em colisão com a Placa continental Sul-Americana e responsável pela formação da Cordilheira Andina. Quando o movimento de convergência ocorre entre duas placas continentais, ou seja, de igual densidade, ocorre o soerguimento de cadeias montanhosas como o Himalaia, por exemplo, que está na zona de convergência das placas continentais Euroasiática e Arábica. ESQUEMA LOCALIZANDO NO MAPA MUNDIA AS PLACAS TECTÔNICAS Na internet http://www.colegioweb.com.br/trabalhos-escolares/geografia/relevo/nocoes-deestrutura-da-terra.html http://www.brasilescola.com/geografia/principais-placas-tectonicas.htm http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-sao-placas-tectonicas http://www.vejamais.org/a-estrutura-da-terra/ 99 Exercícios Resolvidos 1. O movimento ocasionado pelo choque entre as Placas Tectônicas de Nazca e Sul-Americana ocasionou o surgimento: a) do continente sul-americano. b) das cadeias de montanhas do México. c) da Cordilheira dos Andes. d) da Cordilheira do Himalaia. e) do Grand Canyon. 2. Sobre a falha Geológica de San Andreas, localizada na Califórnia (EUA), podemos afirmar que: a) ela é resultado dos intensos terremotos que assolam a região. b) sua origem está relacionada ao movimento de colisão e soerguimento entre duas placas tectônicas. c) sua formação não possui relação com a tectônica de placas, uma vez que ela se manifesta apenas na superfície terrestre. d) ela se formou graças ao movimento de deslocamento tangencial entre duas placas tectônicas. 100 3. Assinale a alternativa que movimentos das Placas Tectônicas: a) dobramentos montanhosas. modernos, apresenta falhas somente geológicas, consequências vulcanismo, dos cadeias b) escudos cristalinos, bacias sedimentares, terremotos, planaltos. c) planaltos, falhas geológicas, bacias sedimentares, cadeias montanhosas. d) falhas geológicas, vulcanismo, sedimentação, dobramentos modernos. e) vulcanismo, sedimentares. cadeias montanhosas, escudos cristalinos, bacias Respostas Questão 1 As placas tectônicas de Nazca e Sul-Americana encontram-se na porção oeste do continente sul-americano, provocando o soerguimento do relevo que ocasionou, durante alguns milhares de anos, a formação da Cordilheira dos Andes. Letra C. Questão 2 Falhas geológicas são formas de relevo que se originam graças ao tectonismo e formam zonas de grande instabilidade. Elas constituem-se com movimentos de afastamento entre duas placas tectônicas distintas, que ocasionam o distanciamento direto ou tangencial entre elas. No caso da falha geológica de San Andreas, a sua formação ocorreu em virtude do movimento de afastamento tangencial entre as placas Norte-americana e do Pacífico. Letra D. 101 Questão 3 Dos elementos citados na questão, são consequências do tectonismo: - dobramentos modernos – resultantes do choque entre placas no período geológico terciário; - terremotos – em razão da instabilidade das zonas de atrito entre diferentes placas; - vulcanismo – causado pelas rupturas nas zonas de encontro entre duas placas que propiciam o acesso do magma à superfície; - cadeias montanhosas – resultantes do soerguimento causado pelo atrito entre duas placas; - falhas geológicas – originam-se graças ao afastamento entre duas placas. Portanto, a alternativa que apresenta somente as consequências dos movimentos das placas tectônicas é a letra A. 102 ROCHAS, MINERAIS E O SOLO. A crosta terrestre possui várias camadas compostas por três tipos de rochas que são formadas pela mistura de diferentes materiais. Essas rochas podem ser magmáticas, também chamadas de ígneas, sedimentares ou metamórficas. Rochas magmáticas ou ígneas As rochas magmáticas ou ígneas (ígneo vem do latim e significa "fogo") são originadas do interior da Terra, onde são fundidas em altíssima temperatura. Nas erupções de vulcões, essas rochas são lançadas do interior da Terra, para a superfície. Sofrem, então, resfriamento rápido e se solidificam. Outras vezes, ficam nas proximidades da superfície, onde se resfriam lentamente e, também, se solidificam. O basalto é uma rocha escura muito utilizada na pavimentação de calçadas, ruas e estradas e são advindas do resfriamento rápido do magma. Exemplos: No Rio Grande do Sul, encontramos as falésias de Torres, formadas de basalto. As faixas escuras das famosas calçadas de Copacabana, no Rio de Janeiro, são formadas por basalto. A pedra-pomes, gerada após rápido resfriamento em contato com a água formando uma rocha cheia de poros ou buracos devido à saída de gases. Parece uma "espuma endurecida". A pedra-pomes é utilizada para polir objetos e amaciar a pele. 103 O granito (vem do latim granum, que significa "grão') se forma no interior da crosta terrestre por resfriamento lento e solidificação do magma. É muito utilizado em revestimento de pisos, paredes e pias. O granito é formado por grãos de várias cores e brilhos: são os minerais. Os minerais que formam o granito Uma rocha é formada de um ou mais minerais. A maioria das rochas compõese de vários tipos de minerais. Minerais são elementos ou compostos químicos, geralmente sólidos, encontrados naturalmente no planeta. Há mais de dois mil tipos diferentes de minerais. Eles são formados pela união de vários tipos de átomos, como silício, oxigênio, alumínio, cálcio e ferro. As diferenças entre os minerais devem-se aos diferentes tipos de átomos que os formam e também à maneira como os átomos estão "arranjados". O Granito é usado para fazer bancada de pias, pisos, etc. O granito é formado principalmente por três tipos de minerais: o quartzo, o feldspato e a mica. Os grãos que aparecem em cor cinza no granito correspondem a grãos de quartzo. O quartzo, como a maioria dos minerais, é formado por uma série de partes que lembram figuras geométricas. Dizemos então que o quartzo, como a maioria dos minerais, forma cristais. O outro tipo de mineral presente no granito é o feldspato, que pode apresentar diversas tonalidades: amarelo, branco, rosa, verde. A decomposição desse mineral pela água da chuva forma a argila que é usada para fazer tijolos, cimento, concreto e diversos objetos. A cor preta ou cinza-escura e brilhante presente no granito correspondem a pequenos grãos de mica. Existem também outros tipos de mica, de cores diferentes. A mica é um bom isolante de calor de eletricidade; por isso é utilizada no ferro elétrico de passar roupa. 104 Rochas Sedimentares A rocha sedimentar se forma a partir de mudanças ocorridas em outras rochas. Chuva vento, água dos rios, ondas do mar: tudo isso vai, aos poucos, fragmentando as rochas em grãos de minerais. Pouco a pouco, ao longo de milhares de anos, até o granito mais sólido se transforma em pequenos fragmentos. Esse processo é chamado de intemperismo. Os fragmentos de rochas são transportados pelos ventos ou pela água da chuva até os rios, que, por sua vez, os levam para o fundo de lagos e oceanos. Lá os fragmentos vão se depositando em camadas. É assim que se formam, por exemplo, terrenos cobertos de areia, como as praias. Esses fragmentos ou sedimentos vão se acumulando ao longo do tempo. As camadas de cima exercem pressão sobre as camadas de baixo, compactando-as. Essa pressão acaba por agrupar e cimentar os fragmentos e endurece a massa formada. É assim que surgem as rochas sedimentares. Tudo isso, não se esqueça, leva milhares de anos. Desse modo, a areia da praia transforma-se, lentamente, em uma rocha sedimentar chamada arenito. Sedimentos de argila transforma-se em argilito. As camadas vão cobrindo também restos de plantas e animais. Por isso é muito comum encontrar restos ou marcas de animais e plantas em rochas sedimentares: o animal ou planta morre e é coberto por milhares de grãos de minerais. Os restos ou marcas de organismos antigos são chamados de fósseis. Analisando os fósseis, os cientistas podem estudar como era a vida no passado em nosso planeta. 105 Formação Das Rochas Sedimentares A origem do arenito O arenito se forma quando rochas como o granito se desintegram aos poucos pela ação dos ventos e das chuvas. Os grãos de quartzo dessas rochas formam a areia. Areias e dunas de areia, porém não são rochas: são fragmentos de rochas. A areia pode se depositar no fundo do mar ou em depressões e ficar submetida a um aumento de pressão ou temperatura. Assim cimentada e endurecida, forma o arenito - um tipo de rocha sedimentar. O arenito é usado em pisos. O calcário O acúmulo de esqueletos, conchas e carapaças de animais aquáticos ricos em carbonato de cálcio, que é um tipo de sal, pode formar outra variedade de rocha sedimentar, o calcário. O calcário também se forma a partir de depósitos de sais de cálcio na água. O calcário é utilizado na fabricação de cimento e de cal. A cal serve para pintura de paredes ou para a fabricação de tintas. A cal ou o próprio calcário podem ser utilizados para neutralizar a acidez de solos. Rochas Metamórficas Você já viu pias, pisos ou esculturas de mármore? O mármore é uma rocha formada a partir de outra rocha, o calcário. É um exemplo de rocha metamórfica. As rochas metamórficas são assim chamadas porque se originam da transformação de rochas magmáticas ou sedimentares por processos que alteram a organização dos átomos de seus minerais. Surge, então, uma nova rocha, 106 com outras propriedades e, às vezes, com outros minerais. Muitas rochas metamórficas se formam quando rochas de outro tipo são submetidas a intensas pressões ou elevadas temperaturas. Quando, por exemplo, por mudanças ocorridas na crosta, uma rocha magmática é empurrada para regiões mais profundas e de maior pressão e temperatura, alterando a organização dos minerais. Outra rocha metamórfica é a ardósia, originada da argila e usada em pisos. Pias e pisos também podem ser feitos de gnaisse, uma rocha metamórfica originada geralmente do granito. O Corcovado e o Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro, e a maioria das rochas da serra do Mar também são de gnaisses. Gemas ou pedras preciosas As gemas são rochas muito duras. São riquezas existentes no subsolo, comumente conhecidas como pedras preciosas. As jazidas de esmeralda, rubi, diamante e outras são raras por isso essas pedras têm grande valor comercial. No subsolo, também são encontradas jazidas de metais, por exemplo, ouro, ferro, manganês, alumínio, zinco, cobre, chumbo. Há ainda as jazidas de material de origem orgânica, conhecidas como combustíveis fósseis - formadas a partir da transformação de restos de plantas e animais. O carvão-de-pedra (hulha) e o petróleo são exemplos desses combustíveis, recursos energéticos, ou seja, substâncias utilizadas na produção de energia. O CICLO DAS ROCHAS Você viu que as rochas magmáticas são formadas tanto pela cristalização do magma no interior da terra como pela lava liberada dos vulcões. Mas as rochas magmáticas - e também as metamórficas - podem ser quebradas em pequenos pedaços ou fragmentos que se acumulam em camadas de sedimentos e acabam se transformando, por compressão, em rochas sedimentares. Finalmente, você viu 107 também que as rochas sedimentares e também as magmáticas, sob a ação de altas temperaturas e pressão, podem se transformar em rochas metamórficas. Mas, se uma rocha metamórfica for derretida, ela pode novamente se tornar uma rocha magmática! Essas mudanças formam, portanto, um ciclo em que uma rocha, ao longo de muito tempo, pode se transformar em outra. É o ciclo das rochas. CICLO DAS ROCHAS 108 Na internet http://www.brasilescola.com/geografia/ciclo-das-rochas.htm http://www.igc.usp.br/replicasold/rochas/ciclo.htm http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo/ http://www.coladaweb.com/geografia/ciclo-das-rochas http://www.infopedia.pt/$ciclo-das-rochas http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/fundamentos/ciclo-rochas629644.shtml http://marianaplorenzo.com/2010/10/09/ciclo-das-rochas-ou-ciclo-petrologico/ Teste online sobre ciclo das rochas http://www.netxplica.com/manual.virtual/exercicios/geo10/10.GEO.ciclo.rochas .4.htm Exercícios com resposta para estudar sobre os ciclos das rochas: http://exercicios.brasilescola.com/geografia/exercicios-sobre-ciclo-dasrochas.htm http://www.prof2000.pt/users/ccaf/exercicios/ciclo_rochas/ciclo_rochas.htm 109 NOSSA ATMOSFERA Atmosfera é o nome dado à camada gasosa que envolve os planetas. No caso da atmosfera terrestre ela é composta por inúmeros gases que ficam retidos por causa da força da gravidade e do campo magnético que envolve a Terra. No início da formação do planeta Terra a atmosfera era composta basicamente por gases (Metano, amônia, nitrito, vapor de água e dióxido de carbono) resultantes das constantes erupções e colisões na superfície inóspita da terra primitiva, além dos que eram expelidos por rachaduras na crosta terrestre. Então, em uma segunda fase, surgem os primeiros organismos vivos que realizam fotossíntese (processo bioquímico que transforma dióxido de carbono em oxigênio com o auxílio da luz solar, realizado pelos vegetais e algumas algas), absorvendo o gás carbônico da atmosfera e transformando-o em oxigênio. Com isso acontece uma das maiores transformações causadas no planeta por algum organismo vivo: a atmosfera torna-se saturada de oxigênio. Ironicamente, os primeiros organismos a realizar a fotossíntese eram anaeróbios (organismo que vivem sem oxigênio e morrem na presença dele), e são extintos. Alguns organismos, entretanto, continuam evoluindo e se adaptam a nova atmosfera cheia de oxigênio. Atualmente, o nitrogênio e o oxigênio juntos, somam cerca de 99% dos gases que compõem a atmosfera terrestre. O oxigênio é consumido pelo seres vivos através do processo de respiração e transformado em dióxido de carbono e vapor de água que serão depois reabsorvidos pelos organismos. O dióxido de carbono será consumido no processo de fotossíntese, e o vapor de água, responsável, por redistribuir a energia na terra através da troca de energia de calor latente, produzir o efeito estufa e causar as chuvas, será novamente consumido pelos organismos vivos na sua forma líquida. Outros gases que compõem a atmosfera terrestre são: dióxido de carbono, argônio, metano, óxido nitroso, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, óxido e dióxido de nitrogênio, os clorofluorcarbonos, ozônio, e outros que integram o 1% 110 restante da atmosfera. Para fins de estudos a atmosfera terrestre é dividida em algumas camadas de acordo com a variação das transições de temperatura: A troposfera, que geralmente se estende a 12 km (entre 20 km no equador e 8 km nos pólos). É nesta camada que acontecem praticamente todos os fenômenos que influenciam o tempo. A estratosfera, estende-se até aproximadamente 50 km com temperaturas parecidas com as da troposfera até o limite de 20km. Esta camada é mais quente por causa do ozônio que se acumula e que absorve os raios ultravioletas. Na mesosfera, a temperatura novamente diminui. Esta camada vai até cerca de 80 km. A esta altura, a temperatura chega a -90ºC! E a termosfera, que não possui um limite inferior muito bem definido. Aqui as moléculas se agitam com uma velocidade enorme, o que significaria uma temperatura altíssima. Entretanto, a concentração dessas moléculas é muito baixa o que diminui drasticamente a quantidade de energia que essas moléculas poderiam transmitir para qualquer corpo que se encontrasse ali, anulando, de certa forma, a temperatura. A termosfera, por sua vez, compreende uma camada situada entre 80 a 900 km, chamada de ionosfera. A ionosfera, como o próprio nome já diz, é composta por uma infinidade de íons criados a partir da radiação solar que incide nas moléculas de oxigênio e nitrogênio, liberando elétrons. A ionosfera é composta por três camadas (da mais próxima a mais distante) D, E e F que possuem concentrações diferentes de íons. Durante a noite as camadas D e E praticamente desaparecem, porque não há incidência de raios solares e, conseqüentemente, não há formação de íons. Ou seja, durante a noite, os íons se recombinam formando novamente as moléculas de oxigênio e nitrogênio. Mas, à noite ainda há incidência de raios solares, mesmo 111 que de menor intensidade, o que explica porque a camada F não se extingue também. CAMADAS DA ATMOSFERA 112 Funções Da Atmosfera Filtro Uma das funções dos gases da atmosfera é a de impedir a passagem dos raios solares. Esses gases impedem cerca de dois terços das radiações solares, fazendo com que os raios em excesso e nocivos não cheguem à superfície terrestre, assim como consequência permita a vida no nosso planeta. Proteção No espaço há muitos fragmentos de astros que se desintegram, e constantemente os planetas são atingidos por esses fragmentos, a atmosfera é responsável por não deixar que eles cheguem até a superfície. Conservação Dentre as funções da atmosfera, a conservação é muito importante, pois ela é responsável por permitir a vida durante a noite. Todo o calor incidido no planeta durante o dia é conservado pela atmosfera, para que durante a noite o planeta continue aquecido. Efeito Estufa O efeito estufa pode ser dito como a principal função da atmosfera para haver qualquer tipo de vida que se conhece em nosso planeta. O efeito estufa é o nome dado à capacidade que a atmosfera tem de manter as temperaturas estáveis em nosso planeta. Sem este efeito as temperaturas teriam amplitudes térmicas enormes diárias e assim não haveria o desenvolvimento de qualquer tipo de vida em nosso planeta. O efeito estufa é muito importante, embora a sociedade tenha algum tipo de preconceito com este efeito por confundirem ele com o aquecimento 113 global, que é um fenômeno que ocorre um aumento continuo e a longo prazo da temperatura atmosférica mundial. Essas são as principais funções da atmosfera, mas ela possui outras como as de reflexão e de difusão. Fenômenos Atmosféricos Temperatura atmosférica Define-se temperatura atmosférica como a quantidade de calor existente no ar. Ela sofre influência de uma série de fatores, responsáveis pela sua variação: Altitude: nas maiores altitudes, as temperaturas são menores, porque o ar se apresenta mais rarefeito e, assim, absorve menor quantidade de calor. Latitude: quanto maior a latitude, menor é a temperatura, porque os raios solares incidem de forma perpendicular sobre a região equatorial. À medida que aumenta a latitude, vai aumentando a inclinação dos raios solares e, portanto, aquecendo menos a atmosfera. Chuvas: resfriam a troposfera, em função do aumento da umidade no ar. Vegetação: a transpiração dos vegetais aumenta a umidade do ar reduzindo, assim, as temperaturas. Ventos: podem aquecer ou resfriar a troposfera, dependendo do local de origem. Correntes marítimas: aquecem ou resfriam a atmosfera, dependendo do local onde se originam. Aglomerados urbanos: responsáveis pela criação de verdadeiras "ilhas de calor". Nas cidades, as temperaturas são maiores, como consequência da relação do calor com o asfalto e concreto, dos motores e fornos ligados, e a pequena quantidade de vegetação. 114 Pressão Atmosférica É a força que o ar exerce sobre a superfície terrestre, podendo variar de acordo com alguns fatores: Altitude: nas maiores altitudes a pressão é menor, por apresentarem uma menor coluna de ar sobre a superfície. Temperatura: quanto maior a temperatura atmosférica, menor será a pressão. O ar aquecido se torna menos denso e, assim, exerce menor pressão sobre a superfície. Ventos As diferentes pressões existentes em nosso planeta são responsáveis pela formação dos ventos. Vento é o ar em movimento, que ocorre de áreas de alta pressão (anticiclonais) para baixa pressão (ciclonais). A velocidade dos ventos está relacionada à diferença de pressão: quanto maior essa diferença, maior a velocidade dos ventos. Tipos de ventos Dependendo da direção, constância ou época em que sopram, os ventos podem ser: Constantes: sopram constantemente em uma mesma direção, como os ventos alísios e contra-alísios, que se dirigem dos trópicos para o equador e do equador para os trópicos, respectivamente. Periódicos: ventos que sopram, num período, numa direção e, noutro período, em direção contrária, como as brisas e monções. Brisas durante o dia, sopram do mar para o continente, denominandose brisas marítimas. À noite, dirigem-se do continente para o mar, brisas continentais. 115 Monções atingem o Sul e o Sudeste da Ásia. Variam de direção de acordo com as estações do ano. As monções de verão se deslocam do mar para o continente e as de inverno, tomam a direção contrária. Locais: são ventos que sopram em determinadas épocas, num mesmo local, como por exemplo, minuano, simum, mistral dentre outros. Massas de ar São grandes porções de ar que se costumam originar em áreas extensas e homogêneas, como nas planícies, nos oceanos, nos desertos, nas grandes florestas. Em seu processo de formação, as massas de ar adquirem as características de umidade e temperatura das áreas de origem quentes ou frias, úmidas ou secas. Ao se deslocarem, elas podem alterar suas características iniciais, dependendo das regiões por onde passam. O encontro de duas massas de ar com características diferentes originam uma frente. As frentes podem ser quentes ou frias, dependendo da massa que predominar. Umidade atmosférica É a quantidade de vapor de água existente no ar, como consequência do ciclo das águas, ou seja, como resultado da evaporação, condensação e precipitação. A forma mais comum de apresentação da umidade atmosférica é a chuva. Ela pode apresentar-se como: Chuva orográfica: provocada por um obstáculo do relevo, comum em regiões serranas. Também pode ser denominada chuva de relevo ou de orogênese. 116 Chuva ciclonal: resultado do encontro de duas massas de ar com características diferentes (frente). Sua ocorrência é comum em regiões temperadas. Chuva de convecção: frequente em zonas equatoriais, ocorre em dias quentes, com a ascensão rápida do ar sobre uma região. Conhecida como chuva de verão nos estados do sul. Além das chuvas, podemos destacar outras formas sob as quais a umidade se apresenta: Granizo também denominada chuva de pedras , resulta do congelamento das gotas de chuva ao serem transportadas para uma camada fria de ar (camada de inversão). Neve origina-se do congelamento do vapor de água existente no ar. Para sua ocorrência, é necessário que a umidade relativa se encontre muito alta enquanto a temperatura atmosférica, suficientemente baixa para evitar que os cristais de gelo entrem em fusão. Orvalho condensação do vapor de água existente no ar ao entrar em contato com a superfície, com temperatura inferior à da atmosfera. Geada resultado do congelamento do vapor de água ao entrar em contato com a superfície em ponto de congelamento. 117 Na internet http://www.dombosco.com.br/curso/estudemais/geografia/atmosfera.php http://www.if.ufrgs.br/oei/santiago/fis02014/atmosfera_1.pdf http://www.grupoescolar.com/pesquisa/os-fenomenos-atmosfericos.html http://www.if.ufrgs.br/oei/santiago/fis02014/atmosfera.htm http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-a-atmosfera-da-terra-seformou http://www.infoescola.com/geografia/funcoes-da-atmosfera/ http://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/atmosfera-camada-gasosa-efundamental- para-vida.htm Exercícios online sobre atmosfera http://exercicios.brasilescola.com/geografia/exercicios-sobre-dinamicaatmosferica.htm http://exercicios.brasilescola.com/geografia/exercicios-sobre-dinamicaatmosferica.htm 118 Referências bibliográficas Conexões - Estudos de Geografia Geral e do Brasil - Volume Único Autor: Terra, Lygia; Guimarães, Raul Borges; Araujo, Regina Editora: Moderna Geografia Geral e do Brasil - Espaço Geográfico e Globalização Autor: Sene, Eustaquio de; Moreira, Joao Carlos Editora: Scipione Território e Sociedade no Mundo Globalizado - Geografia Geral e do Brasil Autor: Mendonça, Cláudio; Lucci, Elian Alabi; Branco, Anselmo Lazaro Editora: Saraiva Geografia Geral e do Brasil - Volume Único - Coleção Delta Autor: Tamdjian, James Onnig; Mendes, Ivan Lazzari Editora: FTD Geografia Geral e do Brasil Autor: Moraes, Paulo Roberto Editora: Harbra Geografia Geral e do Brasil Autor: Coelho, Marcos de Amorim; Terra, Lygia Editora: Moderna Estudos de Geografia - O Espaço Geográfico do Brasil Autor: Mendes, Ivan Lazzari; Onnig, James Editora: FTD Fronteiras da Globalização - Geografia Geral e do Brasil Autor: Almeida, Lúcia Marina Alves de; Rigolin, Tercio Barbosa Editora: Ática Sociedade e Espaço - Geografia Geral e do Brasil Autor: Vesentini, Jose William Editora: Ática Geografia Global - Geral e do Brasil - Volume Único - Ensino Médio Autor: Almeida, Mauricio de 119 Editora: Escala Educacional O Espaço Geográfico - Geografia Geral e do Brasil Autor: Moreira, Igor Editora: Ática Geografia do Brasil e Geral - Povos e Territórios Volume Único Autor: Silva, Vagner Augusto da Editora: Escala Educacional A Geografia do Brasil - 5 Aspectos Fisicos e Econômicos Autor: Noronha, Carlos Henrique M. Editora: Brasil A Geografia do Brasil - 6 Aspectos Humanos e Regionais Autor: Noronha, Carlos Henrique M. Editora: Brasil Geografia do Brasil - Natureza e Sociedade Autor: Moraes, Maria Lucia Martins R. Editora: FTD 120