VIII Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar PO PO - 292 GRUPO FAMÍLIA SABE-TUDO: EXPERIÊNCIA DE TRABALHO INTERDISCIPLINAR COM FAMÍLIAS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA Joayth Aline de M. Soares, Narjara Chaves São Luis, Hospital Universitário Materno Infantil O presente estudo visa relatar a experiência de trabalho de intervenção interdisciplinar com grupo de familiares e/ou acompanhantes, da Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica do Hospital Universitário Materno Infantil, no município de São Luis, Estado do Maranhão. Caracteriza-se uma proposta psicoeducativa de cunho informativo, reflexivo e de suporte as famílias, à respeito da enfermidade dos pacientes admitidos na UTI Pediátrica. No cotidiano da terapia intensiva, a família do paciente mostra-se ansiosa, vivencia o medo da perda e do desconhecido. Daí a necessidade de valorizar o processo de comunicação entre a equipe de saúde e as famílias e/ou acompanhantes, em uma assistência humanizada. Para a organização dos encontros grupais com acompanhantes foram seguidos os princípios e os fundamentos práticos do grupo de suporte ou apoio. O grupo de acompanhantes se constituiu como aberto, pois os participantes não eram fixos e, também, como homogêneo, pois estes estavam passando pela mesma situação, isto é, acompanhando crianças internadas. O trabalho iniciava-se a partir do convite feito pelo serviço de psicologia hospitalar, no momento do encontro, dizendo-se o motivo e o objetivo do grupo. O objetivo proposto aos acompanhantes era conversar sobre os sentimentos, dúvidas e pensamentos envolvidos na situação da doença e internação da criança, com livre participação. Os encontros, geralmente, seguiam a seguinte seqüência: apresentação da equipe participante do grupo; apresentação dos acompanhantes participantes, o nome da criança que acompanham, o grau de parentesco com a criança e uma breve verbalização do seu entendimento sobre a doença e motivo de internação. Eram esclarecidos novamente os objetivos do encontro e, dava-se um tempo para cada participante falar sobre as experiências pessoais relativas à internação e à doença da criança. Posteriormente, eram realizadas intervenções e orientações pela equipe médica e/ou de enfermagem, e/ou de fisioterapia, a fim de fornecer alívio, diminuir ansiedade, fantasias e esclarecer dúvidas sobre a condição clínica da criança, procedimentos realizados e programados e prognóstico. Os encontros ocorreram semanalmente, durante 14 meses. Como resultado avaliado do trabalho, observou-se um sentimento de satisfação da equipe, acolhimento dos participantes, uma maior facilidade na comunicação equipe e família, diminuição do nível de estresse, maior entendimento dos acompanhantes a respeito da doença e dos procedimentos adotados que possibilita um melhor enfrentamento da situação vivenciada e uma melhor adesão ao tratamento. Além disso, os grupos permitiram aos participantes saírem da condição de sujeitos passivos para sujeitos ativos que contribuem e trocam experiências para a recuperação de cada criança. O serviço de psicologia, sustentado na relação de vínculo positivo pré-existente com cada familiar, participa dos encontros como elemento de suporte para a família e/ou acompanhantes, em situações em que há ausência de recursos de enfrentamento do que é comunicado, identificando demandas de atendimento psicológico de apoio. Portanto, o grupo funciona como uma assistência humanizada e instrumento de apoio importante na diminuição do impacto da família sofrido com a doença e a internação em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica. Palavras-chave: psicologia intensiva, equipe interdisciplinar, grupo, humanização. Email de contato: [email protected] 246