UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL ADUBAÇÃO VERDE E ADUBAÇÃO MINERAL NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO NA VÁRZEA DO TOCANTINS ANDRÉ FRÓES DE BORJA REIS GURUPI-TO DEZEMBRO DE 2012 ANDRÉ FRÓES DE BORJA REIS ADUBAÇÃO VERDE E ADUBAÇÃO MINERAL NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO NA VÁRZEA DO TOCANTINS Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Produção Vegetal da Universidade Federal do Tocantins, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Fitotecnia. GURUPI-TO DEZEMBRO DE 2012 2 Trabalho realizado junto ao curso de Mestrado em Produção Vegetal da Universidade Federal do Tocantins, sob a orientação do Profº Dr. Aloísio Freitas Chagas Júnior, com o apoio financeiro do Conselho Nacional de Pesquisa Científica (CNPq). Banca examinadora: ________________________________________ Prof. Dr. Aloísio Freitas Chagas Júnior Universidade Federal do Tocantins (Orientador) _________________________________________ Dr. Nand Kumar Fageria - Embrapa Arroz e Feijão (Co-orientador) _________________________________________ Prof. Dr. Gil Rodrigues dos Santos Universidade Federal do Tocantins (Examinador) _________________________________________ Prof. Dr. Saulo de Oliveira Lima - Universidade Federal do Tocantins (Examinador) 3 À Luiz Vicente de Souza Queiróz, e a todos aqueles que sob seu nome construíram o legado, e que me ensinaram a minha mais importante missão... OFEREÇO Aos meus pais Théo de Borja Reis Jr. e Maria Regina Briza Fróes. A minha irmã Cristina Fróes de Borja Reis e meu sobrinho Alexandre. Com todo o meu amor e agradecimento por uma vida de realizações. DEDICO 4 AGRADECIMENTOS: Ao programa de pós-graduação em produção vegetal da Universidade Federal do Tocantins pela oportunidade. Aos meus orientadores: professor Dr. Aloísio Freitas Chagas Júnior pela autonomia, amizade, confiança e orientação. Ao Dr. Nand Kumar Fageria, da Embrapa Arroz Feijão, pela co-orientação, ensinamentos e exemplo de pesquisa. A Impar Consultoria no Agronegócio na pessoa de meu amigo e gestor Raphael Gregolin Abe pelos ensinamentos e liderança durante os últimos cinco anos de trabalho. O apoio da Impar foi imprescindível para a realização do curso de mestrado. Agradeço por terem permitido minha dedicação e ausência das atividades profissionais, mesmo sabendo que seria um caminho sem volta. E ao final dessa etapa e com olhar adiante, tenho comigo que a formação de engenheiro agrônomo consultor que adquiri através do trabalho e convívio com as pessoas dessa empresa, seguirá comigo durante o restante da minha carreira. A Fazenda Dois Rios Ltda. nas pessoas de Auke Dijkstra, Josnei Spinardi da Rosa e Anilton Bardini de Souza. Agradeço pelo suporte e apoio financeiro das pesquisas desenvolvidas, e mais do que isso, pelo reconhecimento e confiança no meu trabalho como engenheiro agrônomo. As alterações no sistema de produção de arroz irrigado em várzea tropical que realizamos com sucesso nos últimos anos são frutos do dia-a-dia comprometido com as atividades de campo, e mais do que isso, de uma relação de trabalho e amizade. Obrigado a todos. A Cristina Fróes de Borja Reis, minha querida irmã, pelo incentivo. Suas atitudes, realizações acadêmicas e pessoais foram e sempre serão, exemplos a serem seguidos. Aos meus pais, Théo de Borja Reis Jr. e Maria Regina Briza Fróes, pelo amor incondicional. Vocês são as pessoas mais importantes e que estão sempre no centro das minhas decisões. Aos colegas de trabalho da Impar Tocantins: Solano Colodel e Valdir Pires da Costa, cujas ajudas foram essenciais na condução dos experimentos, coleta e processamento das amostras. Obrigado pelo comprometimento e companheirismo. 5 Aos amigos da turma de pós-graduação Aline Torquato Tavares, André Henrique Gonçalves, Luis Paulo Figueredo Benício e Anielli Souza Pereira. O convívio, amizade e ajuda acadêmica foram de grande importância. Aos amigos graduandos em engenharia agronômica da UFT – Gurupi: Renato Jales e Paulo Henrique Lopes pela ajuda na coleta de dados. Ao Dr. João Kluthcouski pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão por ter sido o primeiro o me incentivar a ingressar na vida acadêmica. Aos professores da ESALQ / USP: Dr. José Laércio Favarin, Dr. Durval Dourado Neto e Dr. Geraldo Dario, pelo incentivo e ensinamentos durante e após o período de graduação. A vida em república, cujas amizades e o intenso convívio contrapõem e enriquecem a formação acadêmica. Obrigado república Arado da ESALQ / USP e república Tapera Véia da UFT / Gurupi. E por fim o agradecimento mais importante é para Aquele que criou na mais completa perfeição e complexidade, todos os processos químicos, físicos e biológicos que compõe as relações da natureza e que tanto me encantam. Deus está presente na germinação de uma semente, na chuva caindo sobre as plantas, e no sol aquecendo o solo e desprendendo maravilhosas térmicas para um voo a vela. Agradeço a Ele por permitir que eu viva em conjugação com a natureza e fazer da minha vida uma constante oração. Obrigado a todos. 6 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ vi LISTA DE TABELAS.............................................................................................. viii HIPÓTESES E OBJETIVOS ................................................................................... 13 RESUMO GERAL ................................................................................................... .15 GENERAL ABSTRACT .......................................................................................... 17 INTRODUÇÃO GERAL .......................................................................................... 19 CAPÍTULO I – Adaptabilidade de diferentes espécies de adubação verde e as alterações químicas e físicas no solo de várzea tropical no estado do Tocantins. RESUMO .................................................................................................................. 23 ABSTRACT .............................................................................................................. 24 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 25 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 26 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................31 CONCLUSÕES ......................................................................................................... 45 CAPÍTULO II – Efeitos nos teores foliares e parâmetros produtivos da cultura do arroz irrigado cultivado em sucessão a diferentes espécies de adubo verde e manejo. RESUMO .................................................................................................................. 47 ABSTRACT .............................................................................................................. 48 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 49 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 51 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 53 CONCLUSÕES ......................................................................................................... 65 7 CAPÍTULO III – Resposta à doses de nitrogênio, fósforo e potássio na produtividade e nos teores foliares de macro e micro nutrientes do arroz irrigado em várzea tropical RESUMO .................................................................................................................. 67 ABSTRACT .............................................................................................................. 68 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 69 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 70 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 73 CONCLUSÕES ......................................................................................................... 85 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................... 86 8 LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO I Figura 1. Temperatura Mínima, Média e Máxima durante os meses de junho a outubro de 2011, Lagoa da Confusão - TO. .............................................................................. 27 Figura 2: Precipitação e comprimento de dia por decêndio em 2011, Lagoa da Confusão - TO. ........................................................................................................... 27 Figura 3: Valores médios da resistência a Penetração (Mpa) de plintossolo háplico cultivado sob diferentes espécies de espécie de adubação verde em sistema de plantio direto e convencional, Lagoa da Confusão 2011... ....................................................... 44 CAPÍTULO III Figura 4: Influência da adubação de nitrogênio no estande inicial (plantas m-1), perfilhamento (perfilho planta-1), altura (cm), material seca da parte aérea (MSPA kg ha-1), massa de panícula (g) e rendimento de grãos (kg ha -1), Lagoa da Confusão, 2012. . .................................................................................................................................. 76 Figura 5: Influência da adubação de fósforo e potássio em área de fertilidade corrigida na altura de plantas (cm), perfilhamento (perfilho planta -1), massa de panícula (g) e rendimento de grãos (kg ha-1) do arroz irrigado, Lagoa da Confusão, 2012. ........... 80 Figura 6: Influência da adubação de fósforo e potássio em área de baixa fertilidade na altura de plantas (cm), perfilhamento (perfilho planta -1), massa de panícula (g) e rendimento de grãos (kg ha-1) do arroz irrigado, Lagoa da Confusão, 2012. 9 ........... 84 LISTA DE TABELAS CAPÍTULO I Tabela 1. Orientação de plantio das espécies de adubo verdes plantas na época seca na Lagoa da Confusão, Tocantins 2011. ........................................................................... 27 Tabela 2. Produção de matéria seca da parte aérea (MSPA), matéria seca da raiz (MSR), matéria seca total (MST), dias para o florescimento e rendimento de grãos de espécies de adubo verde, Lagoa da Confusão 2011. ..................................................... 32 Tabela 3. Teores de Nitrogênio Total (N total), Nitrogênio Amoniacal (N NH4 +) e Nitrogênio Nitrato (N NO3-) no solo em função de espécies de adubo verde e manejo de solo, Lagoa da Confusão 2011. ................................................................................... 36 Tabela 4. Teores de nutrientes do solo na análise de rotina em função da espécie de adubo verde utilizada, Lagoa da Confusão 2011. ......................................................... 38 Tabela 5. Densidade (DS), Macroporosidade (MAC), Microporosidade (MIC) e Porosidade Total (PT) de um plintossolo háplico cultivados com diferentes espécies de adubação verde e preparo convencional para o cultivo do arroz em sucessão, Lagoa da Confusão 2011. ........................................................................................................... 39 Tabela 6. Correlação de Pearson entre Densidade (DS), Macroporosidade (MAC), Microporosidade (MIC) e Porosidade Total (PT). ....................................................... 42 CAPÍTULO II Tabela 7. Quadro da análise de variância de teor de nutriente foliar de arroz irrigado em função da espécie de adubação verde cultivada em antecessão, tipo de manejo adotado e 10 nível de adubação nitrogenada dispostos em parcelas sub-subdividada, Lagoa da confusão 2012. ............................................................................................................ 54 Tabela 8. Teores de macronutrientes foliares de plantas de arroz em função das espécies de adubação verde cultivadas em antesseção, tipo de manejo e nível de nitrogênio, Lagoa da Confusão 2012. ............................................................................................ 55 Tabela 9. Correlação entre nitrogênio no solo e teores de nutrientes foliares em função das espécies de coberturas utilizada em antecessão ao cultivo do arroz.. ...................... 57 Tabela 10. Desdobramento das interações dos teores de macronutrientes foliares do arroz em função do tipo de manejo e nível de nitrogênio, Lagoa da Confusão 2012.. ... 58 Tabela 11. Contagem de estande inicial aos 15 dias após o plantio do arroz irrigado em função das espécies de adubos verdes utilizadas em antecessão e tipo de manejo, Lagoa da Confusão 2012. ...................................................................................................... 59 Tabela 12. Parâmetros morfológicos e rendimento de grão na colheita do arroz irrigado em função das espécies de adubação de cobertura utilizadas em antesseção, Lagoa da Confusão 2012. ........................................................................................................... 60 Tabela 13. Correlação entre os componentes da produção e os teores de nutrientes foliares em função das espécies de coberturas utilizada em antecessão ao cultivo do arroz.. ......................................................................................................................... 62 Tabela 14. Desdobramento das interações dos parâmetros morfológicos e rendimento de grão na colheita cultura do arroz em função do tipo de manejo e nível de nitrogênio, Lagoa da Confusão 2012. ............................................................................................ 63 CAPÍTULO III 11 Tabela 15. Análise de solo das áreas antes da instalação dos ensaios de P x K, Lagoa da Confusão, 2011, Lagoa da Confusão 2012................................................................... 72 Tabela 16. Concentração de N, P, K, Ca, Mg e S (g kg -1) e B, Cu, Fe, Mn e Zn (mg kg 1 ) em folhas de arroz irrigado influenciados pelas doses de adubação de N (kg ha -1), Lagoa da Confusão, 2011, Lagoa da Confusão 2012. .................................................. 74 Tabela 17. Relação entre dose de nitrogênio e concentração de nutrientes foliares na cultura do arroz (n=6). Lagoa da Confusão 2012. ........................................................ 75 Tabela 18. Concentração de N, P, K, Ca, Mg e S (g kg -1) e B, Cu, Fe, Mn e Zn (mg kg 1 ) em folhas de arroz irrigado influenciados pelas doses de adubação de P e K (kg ha - 1 ), em área de fertilidade corrigida, Lagoa da Confusão 2012. ..................................... 77 Tabela 19. Relação entre doses de fósforo e potássio e concentração de nutrientes foliares do arroz em área de fertilidade corrigida (n=6). Lagoa da Confusão 2012. ...... 78 Tabela 20. Concentração de N, P, K, Ca, Mg e S (g kg -1) e B, Cu, Fe, Mn e Zn (mg kg 1 ) em folhas de arroz irrigado influenciados pelas doses de adubação de P e K (kg ha - 1 ), em área de baixa fertilidade, Lagoa da Confusão 2012. ........................................... 81 Tabela 21. Relação entre doses de fósforo e potássio e concentração de nutrientes foliares do arroz em área de baixa fertilidade (n =6). Lagoa da Confusão 2012............ 82 12 HIPÓTESE 1: A utilização de espécies de adubação verde durante o cultivo da época seca em várzea tropical, e diferentes forma de manejo do resíduo de cobertura trazem benefícios agronômicos para o sistema de produção e o cultivo do arroz irrigado em sucessão. Objetivo geral: Determinar e mensurar quais são as alterações proporcionadas pelo uso de espécies de adubo verde, manejadas em plantio direto ou plantio convencional, e seus benefícios ao solo e na cultura do arroz em sucessão. Objetivos específicos: Capítulo: 1 Observar quais espécies de adubação verde são possíveis de serem plantadas na condição de várzea durante a época seca, medir a alteração química decorrente do uso destas espécies em relação ao resíduo de nitrogênio deixado no solo, bem como os demais macro nutrientes e atributos da análise de solo de rotina. Determinar se existe alteração física nos parâmetros de porosidade total, macro e micro porosidade, densidade do solo e resistência a penetração. Capítulo: 2 Avaliar alterações no estado nutricional do arroz cultivado em sucessão, em função das espécies de adubação verde cultivada em antecessão e do manejo utilizado, através de análise do tecido das folhas de arroz Estabelecer as alterações morfológicas da cultura do arroz e definir qual espécie de adubo verde, e sistema de manejo, propiciam melhor perfilhamento, crescimento, e rendimento de grãos. 13 HIPÓTESE 2: Existem respostas diferenciadas a aplicação de adubação de nitrogênio, fósforo e potássio no estado nutricional, parâmetros morfológicos e no rendimento de grão quando o arroz é cultivada em diferentes níveis de fertilidades em solos de várzea. Objetivo geral: Determinar o comportamento de resposta do arroz irrigado em função da aplicação de nitrogênio, fósforo e potássio e definir melhores doses de adubação em diferentes níveis de fertilidade de solo. Objetivos específicos: Capítulo: 3 Avaliar as curvas de resposta do arroz irrigado ao nitrogênio, fósforo e potássio, e suas alterações no estado nutricional através de análise de teores foliares de macro e micro nutrientes. Observar os aspectos morfológicos dos componentes de produtividade como altura de plantas, perfilhamento, comprimento de ciclo, peso de panícula e produtividade. 14 ADUBAÇÃO VERDE E ADUBAÇÃO MINERAL NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO NA VÁRZEA DO TOCANTINS RESUMO A presente dissertação teve como objetivo estudar o uso e manejo da adubação verde e adubação mineral na cultura do arroz irrigado em solos de várzea no estado do Tocantins. Foram realizados dois experimentos distintos. O primeiro se referiu na utilização de adubação verde com as espécies Crotalaria juncea, Crotalaria spectabilis, mucuna Preta (Mucuna aterrina), feijão de porco (Canavalia ensiformis), feijão guandú (Cajanus cajan), nabo forrageiro (Raphanus sativus) e feijão caupí (Vigna unguiculata) cultivados durante a época seca de junho a setembro de 2011 irrigados na condição de sub-irrigação. As avaliações de adaptabilidade consistiram na produção de fitomassa seca de parte aérea, fitomassa seca de raiz, ciclo de florescimento e rendimento de grãos. Após o encerramento do ciclo foi medido as alterações proporcionadas nos atributos químicos e físicos do solo em manejo convencional e de plantio direto. Houve alteração no teor de nitrogênio total, nitrogênio nítrico e nitrogênio amoniacal, bem como nos teores de cálcio, magnésio, potássio, matéria orgânica e V% na análise de solo de rotina. Não houve relevantes alterações nos atributos físicos, a não ser na macroporosidade quando adotado o plantio convencional. O arroz cultivado em sucessão foi implantado no inicio da estação chuvosa da safra de 2011/2012 em manejo de plantio direto e plantio convencional e submetido a adubação de cobertura com alto e baixo nitrogênio. O uso da adubação verde em antecessão bem como o tipo de manejo também proporcionaram diferenças nos teores foliares de N, P, K, Ca e S, além de diferenças nos paramentos morfológicos de altura de plantas, perfilhamento, número de panículas e rendimento de grãos. O segundo experimento consistiu na elaboração de curva de resposta do arroz irrigado a adubação de N, P e K durante a safra 2011/12. O ensaio de nitrogênio foi instalado em somente um local e utilizadas as doses de 0, 40, 80, 120, 160 e 200 kg ha -1 de N aplicados em pré plantio incorporado. Para fósforo e potássio os ensaios foram instalados em dois locais distintos sendo o primeiro em área de primeiro ano de cultivo em várzea recém sistematizada, e o segundo em área com histórico de quatro safras e nível de fertilidade considerados adequados. Foram utilizadas 0, 30, 60, 90, 120 e 150 kg ha-1 de P205 e K20 em esquema fatorial 6 x 6. 15 Foram realizadas as análises foliares de macro e micronutrientes bem como avaliação dos parâmetros morfológicos de altura de plantas, perfilhamento, peso de panículas e rendimento de grão. Foram observadas alterações nos teores foliares em função das doses de N, P e K além de respostas quadráticas dos parâmetros produtivos para aplicação de N. A dose máxima de N foi de 159 kg ha-1 que proporcionou rendimento de grãos de 8640 kg ha-1. Para fósforo e potássio os parâmetros produtivos se comportaram diferentemente nas áreas de alta e baixa fertilidade sendo a resposta ao K mais significante de fertilidade corrigida e com resposta de rendimento de grãos com comportamento linear e diretamente proporcional a dose de K aplicada. e a resposta ao P mais significante na área de baixa fertilidade com dose máxima de 160 kg ha-1. 16 GREEN MANURING AND MINERAL FERTILIZATION ON LOWLAND RICE CROP AT TOCANTINS ABSTRACT The objective of this study was to use and management of green and mineral fertilizer on irrigated rice in soils of floodplain in Tocantins State, Brazil. Two separate experiments were conducted. In the first experiment the usage of green fertilizer constituted by the species sunhemp (Crotalaria juncea), Crotalaria spectabilis, velvet bean (mucuna aterrina), jackbean (Canavalia ensiformis), pigeon bean (Cajanus cajan), japanese radish (Raphanus sativus) and cowpea bean (Vigna unguiculata) grown during the dry season in June/September 2011, irrigated sub surface irrigation. The adaptability of the green manuring cover crop were evaluated, taking into account the production of dried aboveground phytomass, dried root phytomass, cycle of flowering and grain yield. At physiological maturity were measured changes in the chemical and physical attributes of the soil in till and no-tillage systems. The results shows changes in the contents of total nitrogen, nitrogen oxide and ammonia, as well as in calcium, magnesium, potassium, organic matter and bases saturations (V%) in routine soil analysis. There were no relevant changes in physical attributes, except in the macroporosity adopted in the conventional tillage. The rice grown in succession was shown at the beginning of the rainy season in 2011/2012 in no-tillage and conventional planting system. In this experiment low and high rates of nitrogen was used. The use of green manure in no till e tillage cropping system was observed by differences in foliar concentrations of N, P, K, Ca, and S, as well as differences in morphological parameters as plant height, tillering, number of panicles and grain yields. Second experiment was conducted with objective to determine the irrigated rice's response curve to fertilization of N, P and K during the 2011/12 season. The nitrogen experiment was conducted at one local and N rates used were 0, 40, 80, 120, 160 and 200 kg ha -1 applied in preplanting incorporated. For phosphorus and potassium experiments were conducted of two different places. One area was the first year of cultivation in newly systematized lowland, and the second in an area where there were adequate fertility levels for 4 consecutive years. The P rates used were 0, 30, 60, 90, 120 and 150 kg ha -1 of P205 and K20 in factorial 6 x 6. Plant tissues analyses were done of macro and micronutrients, as 17 well as evaluation of morphological parameters of plants such as heights, tillering, weight of panicles and grain yield. Changes were observed in plant tissues analyses depending on treatments of N, P and K as well as quadratic responses of productive parameters for the application of N. The maximum yield of 8640 kg ha-1 was achieved with N rate of 159 kg ha-1. For phosphorus and potassium production, parameters behaved differently in the areas of high and low fertility levels being the response to K the most significant in the old area with positive linear behavior and the response to P was more significant in new areas with maximum yield achieved at rate of 160 kg ha-1. 18 INTRODUÇÃO GERAL O estado do Tocantins possui uma área potencial de irrigação da ordem de 4400 km 2 abrange 30,4% da região norte e 15% do total do Brasil (Christofidis, 2002). Estudos recentes apontam, somente no vale do Araguaia, mas especificamente à margem leste do rio Javáes, braço menor do rio Araguaia, a existência de 1 200 000 ha de várzeas tropicais planas, com alto teor de matéria orgânica e em condições de serem usadas para a irrigação (Tocantins, 2008). Uma vez sistematizadas, por apresentarem inverno seco e com baixa umidade relativa do ar, estas áreas podem ser intensivamente cultivadas durante os doze meses do ano, com a utilização dos distintos métodos de irrigação. O principal cultivo da época chuvosa é o arroz irrigado, por apresentar adaptação a ambientes alagados, e que durante essa estação ocorre a formação de lâmina de água natural devido ao elevado regime de pluviosidade. E durante o inverno são cultivados espécies como a soja, feijão, milho, algodão e curcubitáceas através de irrigação por capilaridade. Atualmente essa região possui aproximadamente 80000 ha de áreas sistematizadas, compreendendo os municípios de Cristalândia, Dueré, Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão e Pium (IBGE, 2011). A planície de inundação do rio Araguaia consiste em mais de 90 % por sedimentos consolidados e inconsolidados, enquanto as áreas de cerrado alto ao redor são constituídas por rochas pertencentes ao Grupo Tocantins, na forma de quartzos ferruginosos, muscovita, quartzitos, clorita, xistos, filitos, calcários e mármores. Este grupo é composto por rochas sedimentares e quanto metamórficas com baixo grau de metamorfismo, de idade pré cambriana (FARACO, et al., 2004) Já a área de várzea em si é caracterizada por uma planície fluviolacustre, com inúmeras lagoas e canais intermitentes que apresentam padrão de drenagem anastomosado, e sujeitos e inundação na estação chuvosa. Seus sedimentos são mais antigos e menos sujeitos a retrabalhamentos que os aluviões holocênicos formadores de planícies aluviais de outros rios da região (ARAÚJO & CARNEIRO, 1977). A planície do Araguaia é uma unidade geomorfológica que se constitui em uma ampla faixa disposta em relação ao curso do rio Araguaia e seus afluentes. Os sedimentos que recobrem esta unidade apresentam uma distribuição espacial em forma 19 afunilada para o norte, com uma porção mais larga voltada para o sul (ARAÚJO & CARNEIRO, 1977; BRASIL, 1981). São dois os elementos característicos dessa formação: 1) Planície fluvial – corresponde a faixa de sedimentos marginais nas principais drenagens da área (rios, lagos de barragens, lagos de meandros, e diques fluviais); 2) Área de acumulação inundáveis – correspondem as porções mais rebaixadas do terreno sujeito a inundações periódicas, que assume o aspecto peculiar de não possuir rede de drenagem e pouca ou nenhuma declividade. Os solos predominantes na Planície do Araguaia são os Plintossolos e Gleissolos. Os Plintossolos: são solos que apresentam horizonte diagnóstico B plíntico, e que tem como característica terem sido formados em terrenos com lençol freático alto ou que pelo menos apresente restrição temporária à percolação da água. Regiões de clima quente e úmido, com relevo plano a suave ondulado, de áreas baixas como depressões, baixadas, terços inferiores de encostas e áreas de surgente das regiões quente e úmidas favorecem o desenvolvimento de horizonte plíntico, por permitir que o terreno permaneça saturado com água, pelo menos, uma parte do ano e sujeito a flutuações do lençol freático (EMBRAPA, 2005). O horizonte B plíntico caracteriza-se pela presença de plintita em quantidade igual ou superior a 15% (por volume) e espessura de pelo menos 15 cm. A plintita são conglomerados de óxidos de ferro e alumínio de coloração avermelhadas e brunoavermelhadas. São macias e plásticas quando úmidas, porém duras e indeformáveis quando secas. Destacam-se da matriz do solo e possuem distribuição variegada (EMBRAPA, 1999). Compreendem os solos de textura franco arenosa ou mais fina, moderadamente ácidos e com argila de baixa atividade Ta. Caracterizam por apresentar cores de redução devido a oscilação do lençol freático (EMBRAPA, 1999). Apresentam seqüência de horizontes A, E e B, sendo o horizonte A comumente de cor escura devido ao acúmulo de matéria orgânica. O horizonte E é albico com cromas inferiores a 3. Apresenta perda de argila, com migração para o horizonte B plintico e sua textura normalmente consistem em uma proporção de areia e silte (EMBRAPA, 1999). Gleissolos são caracterizados por redução de ferro e a prevalência do estado reduzido, no todo ou em parte, devido principalmente à água estagnada, como evidenciado por cores neutras ou próximas de neutras na matriz do horizonte, com ou 20 sem mosqueados de cores mais vivas. Trata-se de horizonte fortemente influenciado pelo lençol freático e regime de umidade redutor, virtualmente livre de oxigênio dissolvido em razão da saturação por água durante todo o ano, ou pelo menos por um longo período, associado à demanda de oxigênio pela atividade biológica. EMBRAPA, 2005). Na região da planície do bananal sua ocorrência é nos diques marginais e áreas adjacentes a corpo d’água, assim como a formação planície aluvial. No estado do Tocantins o clima está condicionado a ampla extensão latitudinal, abrangendo no extremo norte latitude de S 5° e ao sul S 13°, sendo influenciado por movimentos atmosféricos oriundos da região amazônica e também da região sudeste. Por essas características, essa região é chamada de zona de convergência intertropical, e confere uma maior variabilidade de pluviometria e temperatura ao longo dos anos. O estado apresenta predominantemente clima tropical, com duas estações bem definidas, sendo uma chuvosa de outubro a abril, e outra seca de maio a setembro. A precipitação pluvial no estado do Tocantins é caracterizada por ser crescente do sul para o norte e de leste para oeste (SEPLAN, 2005). Especificamente o Vale do Araguaia apresenta classificação segundo Koppen Awi – megatérmico (tropical úmido) com temperatura média do mês mais frio acima de 18 °c. Denominado clima de savanas, com inverno seco e chuvas máximas no verão, e isotérmico – diferença entre temperaturas médias do mês mais quente e mais frio inferior a 5 °c. O clima nessa região está condicionado fundamentalmente pelas baixas altitudes (cerca de 200m) e latitude aproximadamente de S 12°. As temperaturas médias diurnas e noturnas são altas tanto na estação seca quanto na estação úmida, sendo os meses mais quentes agosto e setembro e os mais amenos junho e julho (SEPLAN, 2005). 21 Capítulo I Adaptabilidade de diferentes espécies de adubação verde e as alterações químicas e físicas no solo de várzea tropical no estado do Tocantins 22 ADAPTABILIDADE DE DIFERENTES ESPÉCIES DE ADUBAÇÃO VERDE E AS ALTERAÇÕES QUÍMICAS E FÍSICAS NO SOLO DE VÁRZEA TROPICAL NO ESTADO DO TOCANTINS RESUMO O presente trabalho teve como objetivo avaliar a adaptabilidade e utilização de espécies de adubação verde na rotação de culturas e nas alterações químicas do solo na condição de várzea tropical. As espécies utilizadas foram Crotalaria juncea, Crotalaria spectabilis, mucuna preta (mucuna aterrina), feijão de porco (Canavalia ensiformis), feijão guandú (Cajanus cajan), nabo forrageiro (Raphanus sativus) e feijão caupí (Vigna unguiculata) durante a época seca cultivadas na condição de sub-irrigação. Foram avaliadas a produção de fitomassa seca de parte aérea, fitomassa seca de raiz, ciclo de florescimento e rendimento de grãos. Após o encerramento do ciclo das espécies foi procedido a incorporação dos resíduos ou dessecação, e avaliadas as alterações proporcionadas nos atributos químicos e físicos do solo em manejo convencional e de plantio direto. Dentre as espécies de adubação verde a maioria apresentou redução de ciclo e nem todas terminaram o ciclo de desenvolvimento. Houve alteração no teor de nitrogênio total, nitrogênio nítrico e nitrogênio amoniacal no solo, bem como nos teores de cálcio, magnésio, potássio, matéria orgânica e V% na análise de solo de rotina. As alterações nos atributos físicos ocorreram na macroporosidade quando adotado o plantio convencional e em diferentes resistências a penetração. Palavras Chaves: Nitrogênio no solo, Análise de rotina, Macroporosidade, Resistência a penetração. 23 ADAPTABILITY OF DIFFERENT SPECIES OF GREEN MANURING AND CHEMICAL AND PHYSICAL CHANGES ON LOWLAND TROPICAL SOIL IN TOCANTINS STATE. ABSTRACT This paper has as an objective to assess the adaptability and usage of some green fertilizer in in crop rotation in tropical lowland conditions. Species tested were sunhemp (Crotalaria juncea), Crotalaria spectabilis, velvet bean (Mucuna aterrina), jackbean (Canavalia ensiformis), pigeon bean (Cajanus cajan), japanese radish (Raphanus sativus) and cowpea bean (Vigna unguiculata) during the dry season in June/September 2011, grown in sub-irrigation conditions. It were assessed the production of dried aboveground phytomass, dried root phytomass, cycle of flowering and grain yield. After the closure of the cycle of the species, residues or desiccation were processed. There was an evaluation of the changes in chemical and physical attributes of the soil in conventional tillage and no-till. Among the species of green manure, most had a decrease in its cycle and not all completed the cycle its development. There was change in the contents of total nitrogen, nitric nitrogen and ammonia in the soil, as well as in the levels of calcium, magnesium, potassium, and organic matter V% in soil analysis routine. Changes in physical attributes occurred in the macroporosity when conventional planting was adopted and in different resistances to penetration. Keywords: Nitrogen in soil, Chemical analysis, Macroporosity, Penetration resistance. 24 INTRODUÇÃO A várzea tropical do Rio Araguaia possui 500.000 hectares de extensão e é considerada a maior área contínua passível de irrigação por inundação do mundo (COELHO et al., 2006). Nesse ambiente predominam solos hidromórficos, com horizonte subsuperfical raso ou com elevação temporária do lençol freático, que restringem a percolação da água e estão sujeitos ao excesso de umidade (EMBRAPA 1999). Em decorrência da maior instabilidade do ecossistema várzea, o uso de tecnologias inadequadas pode acarretar maiores riscos para os produtores. Informações disponíveis em alguns projetos de arroz irrigado, como o antigo Jari – PA, e Rio Formoso – TO, mostram que com o tempo de cultivo a produtividade de arroz cai significativamente. Um dos principais fatores que contribui para este fato é a degradação física e química do solo, principalmente a qualidade da matéria orgânica. Portanto, é fundamental o conhecimento sobre a classificação destes solos e suas propriedades físicas e químicas para que se imprima um manejo apropriado da fertilidade (FAGERIA, AIDAR & BARBOSA FILHO, 2002). A adubação verde é definida como prática conservacionista pelas quais certas espécies de plantas são cultivadas, e posteriormente incorporadas ou mantidas na superfície do terreno, em determinado estádio fenológico, com a finalidade de assegurar ou aumentar a capacidade produtiva do solo (CALEGARI et al., 1993). Quando essas plantas são incorporadas ao sistema de produção, elas atuam como condicionadores físicos, químicos e biológicos. A adubação verde também é consonante com o Sistema de Plantio Direto, já que a produção de palhada e a sua manutenção na superfície do solo são prerrogativas para a proteção e conservação contra erosão e degradação física. Espécies de adubação verde podem ser do tipo leguminosas, cereais, gramíneas e brassicas, entretanto elas devem apresentar algumas características desejáveis como efeitos benéficos a cultura de sucessão e que se reverta em viabilidade econômica (FAGERIA et al., 2005) O uso de leguminosas é uma prática para o desenvolvimento de uma agricultura sustentável. O uso dessas espécies na rotação de cultura tem como beneficio principal a adição de nitrogênio ao sistema de produção, além de colaborarem no manejo integrado de pragas, doenças e ervas daninhas (FAGERIA et al, 2005). Leguminosas também podem influenciar a capacidade de armazenamento de água no solo e diminuir as perdas de carbono e nitrogênio de sistemas intensificados (DRINKWATER, et al. 1998). As principais características desejáveis a espécie de 25 adubação verde são: baixo custo de implantação, facilidade de manejo, ciclo de crescimento curto com elevada produção de fitomassa, eficiência ao uso da água, supressão de ervas daninhas entre outros (BALIGAR & FAGERIA, 2007). No entanto os benefícios da utilização da adubação verde podem variar conforme o tipo de manejo que se é empregado. Em várias outras condições edafoclimáticas a adubação verde tem sido relatado associada a incorporação dos resíduos em preparo convencional (HERRERA et al., 1996; SODRÉ FILHO et al., 2004; FAGERIA & SOUZA, 1995; CARVALHO et al., 2004). No entanto o não revolvimento do solo é descrito como prática conservacionista e que associado a rotação de culturas e manutenção da palha na superfície do solo se estabelece o sistema de plantio direto com inúmeros benefícios para o desenvolvimento dos cultivos. (FANCELLI & FAVARIN, 1989) O objetivo desse trabalho foi avaliar quais espécies de adubação verde são adaptáveis ao cultivo na condição de várzea tropical, e quais são os benefícios químicos e físicos proporcionados ao solo quando utilizado o preparo convencional ou plantio direto. MATERIAL E MÉTODOS: A instalação das espécies de adubo verde: O trabalho foi realizado na Fazenda Dois Rios, no município da Lagoa da Confusão – TO, sob as coordenadas geográficas 10°49'34.78"S e 49°54'0.33"O e 180 m de altitude. O clima na região é classificado de acordo com Koppen (1948) como Awi, tropical úmido de savana com as médias da temperatura dos meses mais frios acima de 18°C e a diferença de temperatura entre o mês mais frio e o mês mais quente inferior a 5°C, sendo a precipitação máxima no verão e inverno seco. As espécies de adubo verde foram instaladas em 10 de julho de 2011 em PLINTOSSOLO HAPLICO de 5 anos de cultivo de sucessão arroz irrigado / soja em plantio convencional. As espécies de adubos verdes escolhidas foram a Crotalaria juncea, Crotalaria spectabilis, mucuna Preta (Mucuna aterrina), feijão de porco (Canavalia ensiformis), feijão guandú (Cajanus cajan), nabo forrageiro (Raphanus sativus) e feijão caupí (Vigna unguiculata). Os materiais foram plantados de acordo com as populações da Tabela 1. Cada espécie de cobertura consistiu em um tratamento, além da testemunha que foi mantida em pousio. O experimento foi instalado através do 26 delineamento de blocos ao acaso com 8 tratamentos e 3 repetições. Cada parcela era composta por uma área total de 400 m2. Antes do plantio, devido a desuniformidade da superfície do solo decorrente da colheita do arroz, o terreno foi preparado convencionalmente com 2 operações de grade niveladora de 22” e rolo compactador com intuito de deixar a superfície do solo nivelada. O plantio foi realizado mecanicamente através de semeadora, depositando as sementes das espécies em uma profundidade média de dois a quatro centímetros e as cobrindo com uma camada homogenia de solo. Após o plantio e antes da emergência das plântulas foi realizado dessecação química com herbicida glifosato na dose de 720 g ha-1 para garantir uma menor competição inicial com ervas daninhas. Tabela 1. Orientação de plantio das espécies de adubo verdes plantas na época seca na Lagoa da Confusão, Tocantins 2011. Espécies Nome Comum Nome Científico Densidade de Plantio Estande Sementes ha-1 Espaçamento Semente m-1 kg ha -1 C. juncea Crotalaria juncea 500000 45 cm 23 25 C. spectabilis Crotalaria spectabilis 650000 45 cm 29 12 feijão de porco Canavalia ensiformis 100000 45 cm 5 100 feijão guandú Cajanus cajan 390000 45 cm 18 30 mucuna Preta mucuna aterrina 80000 45 cm 4 60 1000000 17 cm 17 12 24000 45 cm 12 40 nabo forrageiro Raphanus sativus feijão caupí vigna unguiculata Durante o ciclo de desenvolvimento das espécies de adubo verde, a demanda hídrica das culturas foi suprida através de irrigação por elevação de lençol freático, já que durante essa época do ano, não há precipitação pluviométrica suficiente para garantir o desenvolvimento das plantas. O inverno seco da região propicia temperaturas adequadas para o desenvolvimento de espécies tropicais conforme Figuras 1 e 2. A irrigação foi conduzida através de controle de cota do canal controlada por régua de 27 nível, onde manteve-se o solo saturado do horizonte B plintico até 15 cm de profundidade, e na capacidade de campo na camada de 0 – 15 cm. Figura 1. Temperatura Mínima, Média e Máxima durante os meses de junho a outubro de 2011, Lagoa da Confusão - TO. Figura 2. Precipitação e comprimento de dia por decêndio em 2011, Lagoa da Confusão - TO. Foram realizadas aplicações de inseticida cipermetrina 3 g i.a. ha-1 aos 30 e 50 dias após a emergência das espécies, sempre que constatado ataque de Cerotoma sp 28 apresentando dano de desfolha acima de 10%. Nenhum outro trato cultural foi realizado em pós-emergência nas espécies de adubação verde durante seu desenvolvimento. Analises dos Componentes da Produção: Aos 60 dias após o plantio foram determinadas fitomassa seca da parte aérea e matéria seca da raiz e matéria seca total das espécies. Foram colhidos material fresco correspondente a 2 m2 por parcela, e secados em estufa de circulação forçada de ar com temperatura de 65 °C durante 72 horas até atingirem massa constante. Nessa ocasião também foram definidos o número de dias para o florescimento, cujo parâmetro considerado foi 50 % das gemas reprodutivas com flores abertas. A matéria seca da raiz foi determinada através da coleta de 10 plantas inteiras em duas linhas de dois metros com auxilio do enxadão. As raízes foram lavadas para retirada do solo e secadas até atingirem massa constante. Para determinação de rendimento de grãos das espécies de adubação verde, as parcelas foram conduzidas com irrigação suficiente até os 110 dias após o plantio quando tiveram suas estruturas reprodutivas colhidas. A amostragem aconteceu com duas subamostras para cada repetição, as quais foram consideradas as médias para compor o valor de um tratamento. Cada parcela foi composta de dois pontos de amostragem de 1 m de largura x 2 m de comprimento, perfazendo um total de 2 m2. As estruturas foram secas em estufa de circulação de ar forçada com temperatura de 65°C por 50 horas até estarem estáveis para o armazenamento. Os materiais foram trilhados e a massa medida com balança de amostra e a umidade corrigida para 13%. Após o encerramento do ciclo da maioria das espécies de cobertura, foram realizadas operação de manejo visando o plantio da cultura do arroz irrigado em sucessão. As parcelas de cada uma das espécies que correspondiam a um tratamento foram divididas em outras duas subparcelas, cada qual recebeu uma segunda fonte de variação. A primeira, que corresponderia ao plantio convencional., recebeu duas operações de grade média de 28’’ com o objetivo de incorporar a palhada produzida pelas espécies de cobertura, e a segunda, que corresponderia ao plantio direto, procedeu-se a dessecação com 960 g ia ha -1 de glifosato e posterior tombamento da palhada e sua manutenção na superfície do solo. Análises Físicas: 29 As avaliações das alterações dos atributos físicos do solo foram realizadas 25 dias após o manejo da palhada com o intuito de medir a macroporosidade, microporosidade, porosidade total e resistência do solo a penetração. O delineamento experimental foi o de parcelas subdivididas, em duas profundidades (0-10 e 10-20 cm) com cinco repetições. Os tratamentos das parcelas foram as espécies de adubo verde em plantio direto e o tratamento plantio convencional., e as subparcelas as duas profundidades, totalizando 90 unidades experimentais. Para a avaliação da densidade utilizou-se amostragem através de anéis volumétricos de 50 cm³ e de peso conhecido, onde foram obtidas amostras indeformadas do solo. As amostras foram pesadas no momento da coleta para que não ocorresse perda da umidade, e em seguida telas de nylon foram presas ao fundo de cada anel. Os anéis foram colocados em uma bandeja contendo 1 cm de lâmina d’agua, até que atingissem a saturação. O solo saturado foi submetido à uma mesa de tensão com pressão correspondente a 60 cm de lâmina de água (6 Kpa), seguindo metodologia descrita por Embrapa (2007). Depois da mesa de tensão, os anéis foram encaminhados para estufa de circulação de ar forçada em temperatura de 105 °C durante 24h, onde foi determinada a umidade por diferença de peso seco e úmido, e a densidade através da relação massa/volume. Para a determinação da resistência a penetração foi utilizado um Penetrômetro de impacto modelo IAA / Planalsucar-Stolf. Foram realizadas 5 repetições por unidade experimental até a profundidade de 30 cm, seguindo metodologia descrita por Stolf (1991). Análises Químicas: As amostras de solo para análise de Nitrogênio foram coletadas dia 15 de novembro de 2011, vinte dias após o preparo do solo nos tratamentos de plantio convencional ou dessecação para os tratamentos de plantio direto. As coletas foram realizadas na profundidade de 0-10 cm, e mantidas em temperaturas abaixo de 0°C e enviadas ao laboratório de análise de solo do Departamento de Ciência do Solo da ESalQ / USP. O Nitrogênio total foi determinado a partir de digestão com ácido sulfúrico e água oxigenada, seguida de destilação de Kjeldahl, conforme método descrito por Tedesco et al. (1995), sendo o N-NO3- quantificado por colorimetria, de acordo com Yang et al. (1998). O N-NH4+ foi quantificado por colorimetria, pelo método descrito por Kempers & Zweers (1986). 30 Também foram coletadas e encaminhadas amostras para análises dos atributos químicos de rotina. As análises foram realizadas no laboratório de solos do campus universitário de Gurupi da Universidade Federal do Tocantins – UFT. Os métodos de extração e determinação foram: pH em H2O na relação 1:2,5 (solo:água) e os teores de Al trocável (extraído com KCl 1 mol L -1 e analisado por titulometria com NaOH 0,025 mol L-1), Ca e Mg trocáveis (extraídos com KCl 1 mol L -1 e determinados por titulometria com EDTA 0,0125 mol L -1) conforme metodologia descrita em EMBRAPA (1997) Todos os resultados foram submetidos a analise de variância pelo teste F, através do software ASSISTAT, versão 7.6 beta (SILVA & AZEVEDO, 2002), e as médias submetidas ao teste de Scott-Knot a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram observadas diferenças significativas na análise de variância entre produção de fitomassa seca da parte aérea, fitomassa seca de raiz, fitomassa seca total, rendimento de grãos e dias para o florescimento das espécies avaliadas, o que significa diferentes potencialidades de uso dessas espécies quando implantados na condição de várzea tropical, (Tabela 1). A maior fitomassa da parte aérea produzida foi no tratamento Crotalaria spectabilis com 3814 kg ha-1, seguida de Crotalaria juncea 2861 kg ha-1, que significa rendimento 25% inferior. feijão de porco, feijão caupi e feijão guandú tiveram rendimentos equivalentes entre si de acordo com o teste de Scott-knott, mas com desempenho inferior a Crotalaria juncea. A mucuna preta e nabo forrageiro tiveram a menor produção de fitomassa seca da parte aérea, com produção equivalente a 45% e 34% da Crotalaria spectabilis, respectivamente (Tabela 2). Outros trabalhos trazem informações a respeito da produção de fitomassa em função das espécies de adubo verde, e os resultados variam de acordo com as condições ambientais de cada experimento. Amabile et al., (2000) demonstraram que C. juncea, guandú e mucuna preta apresentaram fitomassas diferentes entre si inclusive quando plantadas em épocas de semeadura e espaçamentos diferentes, sendo a C. juncea mais produtiva do que a mucuna preta em todas as épocas avaliadas. Alvarenga et al., (1995) concluíram que o feijão guandú, C. juncea, mucuna preta, feijão de porco e feijão caupi produziram 17, 16, 9, 5 e 4 t ha -1 respectivamente, de fitomassa seca da parte aérea 31 quando plantados em novembro em Viçosa, MG. No entanto, as espécies de adubação verde quando plantadas fora do inicio da safra tradicional (outubro a dezembro) apresentam produção de fitomassa seca mais próximas dessas observadas no presente trabalho. Sodré Filho et al., (2004) observaram 2,5; 2,28; 1,8 t ha -1 de mucuna, C. juncea, e feijão guandú quando as espécies foram instaladas em safrinha no mês de abril. Para o nabo forrageiro, é descrito na literatura produtividades médias de 2,9 t ha -1 (CRUSCIOL et al., 2005), podendo variar de 2,0 t ha-1 a 6 t ha-1 (DERPSCH & CALEGARI, 1992; CALEGARI, 1998). A C. spectabilis e C. juncea foram aquelas que apresentaram maior fitomassa seca de raiz com 751 e 706 kg ha -1, respectivamente. O feijão guandú e o nabo forrageiro foram inferiores as espécies de crotalária, porém superiores aos demais tratamentos, apresentando respectivamente 613 e 582 kg ha-1 . A mucuna preta e feijão de porco foram os que apresentaram menor desenvolvimento radicular sendo que ambos não ultrapassaram 220 kg ha -1 de matéria seca de raiz (Tabela 2). Maiores índices de desenvolvimento radicular podem ser encontrados em outros trabalhos quando as espécies são cultivas em condição de solo profundo. A C. juncea pode apresentar de 1800 kg ha -1 a 3750 kg ha-1 de matéria seca de raiz em um Latossolo argiloso (GARCIA & ROSOLEM, 2011). No caso de solo de várzea desse estudo, nenhuma espécie seguiu o padrão normal de crescimento, tendo a raiz pivotante limitada aos primeiros 10 cm de solo. Tal comportamento corrobora com observação de Alvarenga (1995) que observou desvios de crescimento na raiz principal e excesso de produção de raízes laterais quando mucuna Preta, Crotalária, feijão de porco e feijão caupí foram cultivados em solos com horizonte B textural argiloso. A saturação do solo com água é relatado como estresse fisiológico e condição de restrição de crescimento radicular para espécies não adaptadas. A diminuição no teor de O2 provoca desordens metabólicas na planta pela diminuição, ou até parada total da atividade respiratória das raízes. Menores taxas metabólicas diminuem a eficiência de utilização de carbono, aumentando a produção de etanol e lactato (MARSCHNER, 1995). A deficiência de O2 também prejudica a síntese de fito-hormônios como giberelinas e citocininas (SMIT et al., 1990). E além desse efeito direto, pode ser observado a produção compostos tóxicos por bactérias e outros micro-organismos do solo em condição anaerobiose (JACKSON, 1985). A fitomassa seca das raízes representaram em média 17,5% da matéria seca total das plantas. No caso do nabo forrageiro, foi o tratamento que maior apresentou 32 participação da fitomassa seca da raiz, correspondendo 30% da fitomassa seca total., Em condições sem impedimento físico e químico, o nabo forrageiro a participação da raiz representa no máximo 20 % da fitomassa seca total (MULLER et al.,2001). Considerando a fitomassa seca total das espécies a C. spectabilis foi superior as demais espécies com 4565 kg ha -1. E o nabo forrageiro, feijão de porco e mucuna Preta apresentaram-se equivalentes entre si e inferiores aos demais tratamentos (Tabela 2). Tabela 2. Produção de matéria seca da parte aérea (MSPA), matéria seca da raiz (MSR), matéria seca total (MST), dias para o florescimento e rendimento de grãos de espécies de adubo verde, Lagoa da Confusão 2011. Espécie MS Parte Aérea MS Raiz MS Total --------------------- Kg ha-1---------------- Florescimento Rendimento --- nº dias --- Kg ha-1 C. juncea 2861 b 706 a 3567 b 66 c 793,2 a C. spectabilis 3814 a 751 a 4565 a 67 c 719,0 a Mucuna preta 1728 d 119 d 1848 d 104 a 0,000 c Feijão de porco 2080 c 218 d 2298 d 91 b 441,7 b Feijão guandú 2330 c 613 b 2944 c 68 c 552,1 b Nabo forrageiro 1314 d 582 b 1897 d 38 d 510,1 b Feijão Caupí 1867 c 454 c 2322 d 64 c 740,0 a Testemunha - - - - - C.V. (%) 13.95 17,49 11,74 21,00 3,64 F 27.152 ** 31,570 ** 37,127 ** 23,071 ** 268,17 ** Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si para o teste Scott-Knott (P<0,05). *,** e ns: significativo (P<0,05);(P<0,01) e não significativo para o teste F. O ciclo de desenvolvimento das espécies até o florescimento também apresentou diferenças significativas de acordo com o teste F. O nabo forrageiro apresentou comportamento de maior precocidade atingindo 50% do florescimento aos 38 dias de emergido. O feijão guandú, feijão caupí, C. juncea e C. spectabilis floresceram todos próximo aos 65 dias. O feijão de porco floresceu aos 91 dias, e a mucuna preta apresentou o ciclo mais tardio do experimento, florescendo aos 104 dias (Tabela 2). 33 Durante o período do experimento, o comprimento do dia não foi superior a 11,8 horas de luz por dia (Figura 2). A C. juncea é sensível ao fotoperíodo e comporta-se como planta de dias curtos (PURSEGLOVE, 1968). O feijão guandú possui acessos sensíveis ou não ao fotoperíodo, e quando sensíveis também são estimulados ao florescimento com o fotoperíodo do ambiente inferior ao seu fotoperíodo crítico (SUMMERFILED & ROBERTS, 1985). A mucuna Preta é relatada como espécie insensível ao comprimento do dia (SABADIN, 1984). O nabo forrageiro tem sido relatado com desenvolvimento em ambas as condições de dias longos e dias curtos (ERWIN et al., 2002; NEIL & BIBLE, 2006) e também observado seu florescimento quando cultivado em safrinha no cerrado (SAMINÊZ, 2007; SPEHAR & TRECENTI, 2011). As espécies sensíveis ao fotoperiodo foram aquelas que tiveram maio redução de ciclo em comparação a resultados de trabalhos plantados no período tradicional de safra (de outubro a maio). Amabile et al., (2000) relataram a diminuição do ciclo e consequentemente da produtividade quando as espécies C. juncea e feijão guandú foram plantados em novembro, janeiro e março, sendo que em março a C. juncea teve um ciclo de 67 dias até o florescimento e de 118 quando plantada em novembro. A produção de fitomassa seca da parte aérea também está correlacionada, tendo o plantio de novembro produção 3 vezes superior que o plantio de março. Saminez (2007) observou aproximadamente 120 dias para o florescimento de mucuna Preta e 38 dias para o nabo forrageiro quando plantados no inverno e em condição de irrigação por aspersão no Distrito Federal, ciclos esses parecidos com os observados nesse experimento. Para o rendimento de grãos ao final do ciclo das espécies de adubo verde a C. juncea, feijão caupí e C. spectabilis foram as que atingiram maior produtividade com 793, 740 e 719 kg ha-1 de massa de grãos. Feijão de porco, feijão guandú e nabo forrageiro foram equivalentes entre si, porém com médias abaixo das crotalárias e do feijão caupí. A mucuna preta não completou o ciclo até a data da coleta das produtividades, demonstrando ciclo acima de 140 dias conforme descrito na literatura. (PEREIRA, 1982; PEREIRA, 1988). Os rendimentos de grãos observados demonstram diferentes viabilidades de utilização dessas espécies em produção de semente na condição de várzea tropical., e que o fator de maior influencia na adaptação desses materiais é principalmente a reação ao fotoperíodo de cada espécie / acesso. Aquelas que demonstraram redução de 34 produção de fitomassa e redução de ciclo em decorrência do plantio nessa época do ano, a exemplo das crotalárias, também demonstraram redução na produtividade de grãos, quando comparadas a resultados obtidos em outras regiões e plantadas no período tradicional de safra (de outubro a maio) (PEREIRA, et al., 2005; AMABILE et al., 2000; SAMINEZ, 2007; ALVARENGA et al., 1995 ; SODRÉ FILHO et al., 2004). No entanto o rendimento de grãos obtidos para todas espécies, com exceção da mucuna preta, seriam suficientes para atingir a viabilidade de produção, caso os grãos sejam comercializados como sementes (Tabela 2). Alterações Químicas Os tratamentos nas parcelas (espécies de adubos verdes) tiveram diferença estatística nos teores de nitrogênio total., nitrogênio amoniacal e nitrogênio nítrico de acordo com a análise de variância e diferiram nas subparcelas (manejo da palhada) para nitrogênio total e nitrogênio amoniacal (Tabela 3). O nitrogênio total foi superior em todas as espécies de leguminosas e inferior e equivalente entre si para os tratamentos testemunha e nabo forrageiro. A fixação biológica do nitrogênio proporcionada pela relação simbiótica das leguminosas com bactérias proporciona o incremento de nitrogênio ao solo assim como descrito por Miyasaka et al., (1983); Suhet et al., (1985); Boodey et al., (2007) e Fageria & Santos (2007). A disponibilização do N no solo é realizada, principalmente através da mineralização da matéria orgânica através da atividade microbiana do solo, que converte N orgânico em íon amônio (NH 4+) com posterior oxidação para nitrato (NO3-) (MARY et al., 1996; GIL & FICK, 2001). Portanto o incremento dos teores de Nitrogênio do solo apresentado pelas espécies de leguminosas na condição de várzea tropical corrobora com resultados obtidos em outras condições edáficas. Quando separamos o nitrogênio total das formas minerais (amoniacal e nítrica) é possível observar participações diferenciadas em cada uma das formas. Primeiramente é notável que os teores de nitrogênio total do solo são muito superiores do que as formas minerais. Tal fato foi descrito por Mclaren & Cameron (1996) que estimaram que mais de 94% do nitrogênio do solo está nas formas orgânicas em restos vegetais, massa microbiana e húmus do solo. O teor de nitrogênio amoniacal foi superior em ambas as crotalárias, mucuna preta e feijão caupi, e inferiores no feijão de porco, feijão guandú, nabo forrageiro e testemunha. Para nitrogênio nítrico o comportamento foi semelhante ao teor de 35 nitrogênio total, sendo as leguminosas superiores nos teores, e o nabo forrageiro e a testemunha apresentando os valores mais baixos (Tabela 3). Em todos os tratamentos os níveis de amônio foram superiores ao nível de nitrato no solo. Tal observação pode ser explicada pelo fato que as bactérias do gênero Nitrossomas e Nitrobacter, que são as responsáveis pelo processo de oxidação de amônia em nitrito e posteriormente em nitrato, são favorecidas pela correção do pH do solo e aeração (POUDEL et al., 2002; THONISSEN et al., 2000). Solos com pH abaixo de 5,0 apresentam o processo de transformação de amônio em nitrato em níveis reduzidos (SILVA et al., 2004). No tratamento atribuído nas subparcelas, o manejo de plantio direto ou plantio convencional influenciaram estatisticamente os teores de nitrogênio total e nitrogênio amoniacal, porém não foram significativos para o teor de nitrato, Tabela 3. Em ambos os casos de nitrogênio total e nitrogênio amoniacal o tratamento de plantio direto apresentou valor superior ao tratamento plantio convencional. O preparo convencional com a incorporação dos resíduos acelera substancialmente a decomposição da matéria orgânica (BRODER & WAGNER; 1988; VARCO et al., 1989; THONNISSEN et al., 2000). Como resultado, a maior parte do N é liberada durante o início da decomposição, o que pode coincidir com a baixa demanda em N pela cultura em desenvolvimento. Se o N mineral estiver disponível precocemente, poderão ocorrer perdas do nutriente por lixiviação de NO3- (ROSECRANCE et al., 2000). Tabela 3. Teores de Nitrogênio Total (N total), Nitrogênio Amoniacal (N NH 4+) e Nitrogênio Nitrato (N NO3-) no solo em função de espécies de adubo verde e manejo de solo, Lagoa da Confusão 2011. Espécie N NH4+ N total N NO3- ----------------------------- mg / kg ----------------------------Crotalária juncea 4535 a 32,5 a 16,0 a Crotalária spectabilis 4446 a 30,8 a 15,6 a Mucuna preta 4522 a 31,2 a 15,3 a Feijão de porco 3927 a 27,2 b 13,5 a Feijão guandú 3820 a 26,0 b 13,0 a Testemunha 2983 b 20,5 b 9,6 b Nabo forrageiro 2944 b 23,2 b 10,6 b Feijão caupí 4156 a 29,8 a 14,8 a C.V. (%) 15,89 16,93 19,36 F 6,445 ** 4,887 ** 4,833 ** 36 ----------------------------- mg / kg ----------------------------Plantio Direto 4123 a 29,29 a 14,12 Plantio Convencional 3710 b 26,00 b 13,01 9,37 12,77 13,27 15,220 ** 10,4365 ** 4,333 ns 2,386 ns 1,228 ns 1,271 ns C.V. (%) F F int (esp)x(manejo) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si para o teste Scott-Knott (P<0,05). *,** e ns: significativo (P<0,05);(P<0,01) e não significativo para o teste F. A análise química de rotina demonstrou que houve alteração significativa para os níveis de Cálcio, Potássio, Soma de Bases, CTC, Matéria Orgânica e saturação de bases em função do tratamento espécies de adubo verde, e alteração significativa somente para saturação de bases no tratamento de subparcela tipo de manejo. A interação espécie de cobertura e tipo de manejo não foi significativa para nenhuma combinação (Tabela, 4). Os teores de cálcio e potássio foram superiores quando cultivados com nabo forrageiro em relação a todos os outros tratamentos, e que foram equivalentes entre si. De acordo com Crusciol, (2005), o nabo é capaz de acumular na parte aérea 57,2, 15,3, 85,7, 37,4, 12,5 e 14,0 kg ha-1, respectivamente, de N, P, K, Ca, Mg e S. E aos 30 dias após o manejo da fitomassa o Ca já liberou 80% e K do acumulado na palhada (CRUSCIOL, 2005). O nabo possui baixa relação C/N e portanto uma palhada de rápida decomposição. É descrito na literatura relação C/N de 11,0 quando cultivado em condições de cerrado (CARNEIRO et al., 2008) As demais espécies dos tratamentos, possuí relações C/N de 20,2; 23,0; 28; 25,9, 21; 13,9 , respectivamente para C. juncea, C. spectabilis, mucuna Preta, feijão de porco, feijão guandú, feijão caupí (CLEMENT et al., 2008; CARNEIRO, et Al, 2008). Como o nabo forrageiro foi dentre as espécies de cobertura aquela que teve o ciclo mais precoce (Tabela 4) é possível concluir que mesmo antes do manejo, as plantas já estavam em senescência e, portanto com grande parte de sua fitomassa já em processo de decomposição. Assim, os nutrientes absorvidos pela fitomassa retornaram ao solo antes dos demais tratamentos. No entanto a CTC do solo no tratamento nabo foi significativamente superior aos demais tratamentos, apresentando em média CTC 32 % acima dos demais. 37 Tabela 4. Teores de nutrientes do solo na análise de rotina em função da espécie de adubo verde utilizada, Lagoa da Confusão 2011. Espécie Ca Mg Al K CTC P MO -----------------------cmolc dm3--------------- ----- mg / kg ---- V% pH -- % - CaCl2 C. juncea 3,61 b 1,1 0 0,12 b 8,4 b 90,0 6,48 a 55 a 4,72 C. spectabilis 3,16 b 1,6 0 0,09 b 8,5 b 40,2 7,06 a 57 a 4,76 Mucuna preta 2,93 b 1,61 0 0,10 b 8,7 b 76,1 6,78 a 52 a 4,63 Feijão de porco 2,63 b 1,22 0 0,09 b 8,1 b 65,5 6,81 a 53 a 4,89 Feijão guandú 4,01 b 1,75 0 0,14 b 9,5 b 21,1 6,40 a 61 a 4,88 Testemunha 3,74 b 1,51 0 0,13 b 9,1 b 23,7 5,46 b 59 a 4,94 Nabo forrageiro 6,14 a 1,55 0 0,22 a 11,5 a 30,5 7,20 a 68 a 4,71 Feijão caupí 3,3 b 1,48 0 0,13 b 8,8 b 26,8 6,73 a 55 a 4,88 C.V. (%) 28,32 28,14 303,17 41,12 9,97 80,89 9.97 12,82 3,89 7,471 0,832 ns 1,202 * 1,840 ns 4,55 ** 3,129 * 2,196 ns 3,767 * 11,901 ** Plantio Direto 3,95 1,623 0 0,14 9,1 68,6 6,49 61 a 4,76 Plantio Conv. 3,45 1,442 0 0,12 9,0 41,03 6,78 55 b 4,86 C.V. (%) 24,79 33,55 303,17 39,26 17,2 81,06 17,51 13,78 3,34 3,034 1,303 ns 4,569 3,071ns 0,070 ns 4,033 ns 0,685 5,631 * 4,440 F F ns ns ns ns ns F int (esp x 2,029 1,202 0,344 1,376 1,257 ns 1,099 ns 0,687 ns 0,723 ns 2,644ns ns ns ns ns man) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si para o teste Scott-Knott (P<0,05). *,** e ns: significativo (P<0,05);(P<0,01) e não significativo para o teste F. O teor de matéria orgânica do solo foi alterado igualmente por todas as espécies de cobertura utilizadas e que foram superiores à testemunha. A melhoria desse atributo na analise de rotina normalmente é difícil de observar em curto prazo, como o período de um ciclo de desenvolvimento, e que outros indicadores são mais facilmente sensíveis para inferir sobre alteração na matéria orgânica (CARTER, 2002; RASMUSSEN & COLLINS; 1991). Kitamura et al., (2008) não observaram diferença estatística na matéria orgânica quando utilizou de feijão de porco em LATOSSOLO VERMELHO DISTRÓFICO no cerrado. No referido trabalho a produção de fitomassa do feijão de porco foi inferior aquela observada na condição de várzea. Assim como Nascimento et al. (2003), em um Luvissolo na região do semi-árido utilizando as espécies feijão guandú, mucuna preta, C. juncea, feijão de porco, entre outras. No entanto, Mandal et al. (2003) em solo mal drenado na Índia, cultivado no sistema arroz-trigo por longo 38 período, observaram alteração no nível de matéria orgânica quando inseridos resíduos de leguminosas Sesbania rostrata e Sesbania aculeata, principalmente no período inicial de desenvolvimento do arroz cultivado em sucessão. A provável resposta do incremento de matéria orgânica observado nesse trabalho é que a metodologia de determinação de matéria orgânica das amostras consiste na oxidação total da matéria orgânica do solo, seja ela material macro-orgânico de baixa densidade derivada de tecidos vegetais, biomassa microbiana, (CARTER, 2002) ou elementos estabilizados como ácidos húmicos ou fúlvicos. A porcentagem de matéria orgânica é calculada multiplicando-se o resultado do carbono orgânico por 1,724. Este fator é utilizado em virtude de se admitir que, na composição média do húmus, o carbono participa com 58% (EMBRAPA, 1997). Nos tratamentos submetidos as subparcelas, o saturação de bases foi 10,5% superior no plantio direto do que no plantio convencional, Apesar de não haver diferença estatística nos teores de Ca, Mg e K, os resultados numéricos para esses parâmetros foram maiores no plantio direto, e por serem os componentes de formação do V% (EMBRAPA, 1997), quando somados produziram diferenças suficientes para validar o teste F. De acordo com Tomé Júnior (1997) este parâmetro fornece informações sobre o total de cargas negativas existentes no solo e também apresenta uma referência da proporção ocupada pelos cátions Ca++, Mg++ e K+, servindo como base para a avaliação da fertilidade do solo. Vários são os trabalhos que descrevem os benefícios químicos ao solo da adoção do sistema de plantio direto em relação ao plantio convencional (TESTA et al., 1992; CALEGARI et al., 1993; RIBEIRO, 1996; NASCIMENTO et al., 2003). De acordo com Alcantara (2000), a manutenção da palhada de adubação verde sobre o solo, ao invés da incorporação, proporciona aumento de CTC efetiva, V% e teores de Mg, Ca e K até 120 dias depois do manejo, na camada de 0-10 cm do solo, resultando na mesma observação realizada no presente trabalho em condição de várzea. Alterações Físicas Na Tabela 5 encontram-se os atributos físicos do solo DS, MAC, MIC e PT após o cultivo das plantas de cobertura em duas profundidades. Para a densidade do solo a espécie que proporcionou menor densidade do solo após seu cultivo foi a mucuna preta, porém esta não diferiu das demais espécies cultivadas. Estes resultados mostram que o cultivo de destas espécies tendem a reduzir a DS, deixando-o em boas condições para o 39 cultivo. Reichert et al., (2003) propuseram densidade do solo crítica para algumas classes texturais: 1,30 a 1,40 Mg m-3 para solos argilosos, 1,40 a 1,50 Mg m-3 para os franco-argilosos e de 1,70 a 1,80 Mg m-3 para os franco-arenosos. Já Argenton et al., (2005) e Klein (2006) propuseram e que os limites de densidade são aceitáveis até a faixa de 1,30 Mg m-³. Os valores obtidos estão bem abaixo dos limites encontrados na literatura, o que reforça a teoria que a utilização destas espécies podem trazer melhorias em atributos físicos do solo. Já para as profundidades a DS apresentou efeito significativo (P<0,01), onde a camada 0-15 cm apresentou uma menor DS o que era esperado. Tal observação ocorre pelo fato da zona radicular dos cultivos explorar a camada mais superficial e dessa forma diminuir a densidade do solo pelos canais deixados no desenvolvimento do sistema radicular (REINERT et al., 2008). Para a MAC os tratamentos apresentaram efeito significativo (P<0,01) onde o cultivo de feijão caupí proporcionou a maior macroporosidade, seguido pelo nabo forrageiro, mucuna preta e pelo plantio convencional., Os demais tratamentos apresentaram um volume de macroporos bem inferior aos tratamentos superiores. Esses resultados são diferentes dos encontrados por Borges & Souza (2011), onde o cultivo de feijão caupí foi o que proporcionou uma maior redução na quantidade de MAC. Ainda segundo os mesmos autores os valores aceitáveis de MAC para que não haja limitação no desenvolvimento das plantas estão acima de 10%. Diante disto somente o feijão caupí apresentaram resultados satisfatórios. Quanto as profundidades avaliadas, não houve diferenças entre elas. 40 Tabela 5. Densidade (DS), Macroporosidade (MAC), Microporosidade (MIC) e Porosidade Total (PT) de um PLINTOSSOLO HÁPLICO cultivados com diferentes espécies de adubação verde e preparo convencional para o cultivo do arroz em sucessão, Lagoa da Confusão 2011. DS Mg cm -3 MAC MIC PT ---------------------cm3 cm-3 -------------------- Crotalária juncea 1,017 6,12 b 44,094 50,21 Crotalária spectabilis 0,939 6,49 b 46,365 52,85 Mucuna preta 0,923 7,67 a 45,605 53,27 Feijão de porco 1,071 5,49 b 42,811 48,31 Feijão guandú 1,037 4,78 b 44,615 49,39 Testemunha 0,995 4,21 b 44,414 48,63 Nabo forrageiro 0,978 8,36 a 41,025 49,38 Feijão caupí 0,997 13,19 a 41,06 54,25 Plantio convencional 0,965 7,63 b 42,231 49,86 CV (%) 10,11 55,6 13,29 9,85 2,166 ns 4,55 ** 1,0871 ns 1,9197 ns Camada 0-15 cm 0,96 b 6,6 44,06 50,67 a Camada de 15-30 cm 1,02 a 7,6 43,09 50,70 a 8,61 67,83 12,56 10,53 F 12,21 ** 0,967 ns 0,7060 ns 0,0007 * F int (espécie x camada) 2,032 ns 1,448 ns 1,53 ns 0,6387 ns F CV (%) Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si para o teste Scott-Knott (P<0,05). *,** e ns: significativo (P<0,05);(P<0,01) e não significativo para o teste F. Para a MIC e PT, os tratamentos não apresentaram diferenças significativas entre si, indicando que para estes atributos o tipo de espécie de adubação verde utilizada não interfere nos parâmetros. Nestes dois atributos também não houve diferenças entre as profundidades avaliadas. A correlação de Pearson apresentada na Tabela 6, mostra que todos os atributos físicos avaliados tem uma correlação significativa entre si. A DS tem correlação negativa (P<0,05) com a MAC e (P<0,01) com MIC e PT, comprovando o que já é esperado, onde o aumento da DS reduz o espaço poroso do solo, o que dependendo do tamanho dessa redução do espaço poroso, ocorre uma limitação no desenvolvimento das plantas cultivadas nesta área. A pressão mecânica exercida sobre os agregados pela 41 compactação provoca a sua ruptura, facilitando a aproximação das partículas, cuja conseqüência imediata é redução da porosidade total., pela diminuição dos poros maiores (STONE et al., 2002). Trabalhos têm mostrado que, quando a macroporosidade do solo é reduzida o crescimento das raízes é prejudicado (Meredith & Patrick Jr., 1961; Cintra et al., 1983). Tabela 6. Correlação de Pearson entre Densidade (DS), Macroporosidade (MAC), Microporosidade (MIC) e Porosidade Total (PT). DENSIDADE MAC MIC PT DENSIDADE --- --- --- --- MAC -0,225* --- --- --- MIC -0,351** -0,536** --- --- PT -0,602** 0,370** 0,585** --- *Significativo a 5% pelo teste t ** Significativo a 1% pelo teste t A MAC apresentou correlação negativa (P<0,01) com a MIC, e positiva (P<0,01) com a porosidade total. Mais uma vez estes resultados apresentados são os esperados, o aumento da MAC ocasiona a redução da MIC, e o aumento dos poros maiores proporciona um aumento na porosidade total dos solo. Esses resultados em parte estão de acordo com os encontrados por Lima et al., (2011) em diferentes sistemas de manejo. Segundo Dias Jr. & Pierce (1996), a macroporosidade é o atributo que sofre maiores alterações em função do manejo ou cultura utilizadas. A PT apresentou correlação com todos os outros atributos, sendo elas negativa para a DS e positivas para MIC e MAC, ambos os três (P<0,01). Isso é um comportamento esperado, já que como citado anteriormente o aumento da DS ocorre em função da diminuição do espaço poroso do solo. E o aumento da porosidade reflete diretamente no aumento dos poros maiores e menores. Na Figura 3, encontram se os resultados dos testes de resistência a penetração (RP). Nele pode-se observar que os tratamentos com feijão caupi, nabo forrageiro e a testemunha foram às áreas que apresentaram maiores RP até aproximadamente 20 cm, onde a partir desta profundidade reduziram sua RP aproximando-se dos demais tratamentos. A camada adensada encontrada nestes tratamentos pode ser gerada por 42 diferentes causas, o adensamento pode ser causado pelo tráfego de maquinas, ou este aumento na densidade pode ser uma característica pedogenética. Tormena et al., (1998), encontraram um aumento de 10% em média na microporosidade do solo em áreas com tráfego e sem trafego de máquinas, mostrando que o adensamento natural foi equivalente. A densidade do solo diminui com o revolvimento do solo, ou operação de escarificação, porém esta propriedade tende a voltar a situação original com o passar do tempo, em razão do adensamento natural das partículas (Marcolan et al., 2007). Em todos os tratamentos exceto mucuna nota-se que ha presença de uma camada adensada na faixa de 10 a 20 cm de profundidade. A provável causa do tratamento com mucuna ter apresentado uma menor resistência a penetração nesta faixa pode estar relacionada com seu sistema radicular. Reinert et al., (2008), cultivando mucuna, crotalária, feijão guandú e feijão de porco, verificaram que a mucuna foi a cobertura que proporcionou uma menor RP na faixa de 25 a 40 cm de profundidade. De acordo com os autores o crescimento do sistema radicular exerce uma pressão sobre os poros do solo, aumentando assim sua RP. Os mesmos autores ainda relatam que mucuna possui um crescimento radicular superficial., assim os poros na camada mais profunda estariam com menor efeito da resistência oferecida pelas raízes. O tratamento plantio convencional na faixa de 15 a 30 cm sofre um grande aumento em sua RP. A presença desta camada adensada em áreas de plantio convencional são comuns em virtude do efeito causado pelo arado de disco. Segundo Bauder et al., (1981) e Tormena & Roloff (1996), os efeitos do constante trabalho do solo no sistema convencional provocaram o aparecimento de camadas mais compactadas (“pé de grade”) em torno de 0,20 m de profundidade. Segundo Reinert et al., (2008) valores de RP acima de 1,75 Mpa em solos arenosos são considerados críticos para o desenvolvimento radicular das plantas. Neste trabalho pode-se observar que apenas nas áreas cultivadas com feijão caupi, nabo forrageiro e na testemunha estes valores foram excedidos na camada superficial., provavelmente pelo grande volume radicular dessas plantas nessa camada, o que pode aumentar a RP como citado anteriormente. 43 RESITÊNCIA (MPa) 0 1 2 3 4 5 6 7 0 2 4 PROFUNDIDADE (cm) 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 PLANTIO CONVENCIONAL FEIJÃO CAUPI NABO FORRAGEIRO TESTEMUNHA FEIJÃO DE PORCO CROTALÁRIA SPECTABILIS FEIJÃO GUANDU CROTALÁRIA JUNCEA MUCUNA Figura 3. Valores médios da resistência a Penetração (Mpa) de plintossolo háplico cultivado sob diferentes espécies de espécie de adubação verde em sistema de plantio direto e convencional, Lagoa da Confusão 2011. 44 CONCLUSÕES Todas as espécies de adubos verdes avaliadas, com exceção da mucuna preta, apresentam adaptabilidade e potencial de produção de grãos na condição de várzea do Tocantins. A Crotalaria. Juncea, Crotalaria spectabilis e o feijão caupí são as espécies que mais se destacam quando considerado os desempenhos de produção de matéria, ciclo e rendimento de grãos. O uso das espécies de adubos verde proporciona positivas alterações químicas no solo. O nitrogênio total é superior em todas as leguminosas e não sofre alteração com o nabo forrageiro e testemunha. O nitrogênio amoniacal aumentou pelas espécies de leguminosas a C. Juncea, C. spectabilis e mucuna preta e feijão caupí, e o nitrogênio nítrico aumentou por todas as espécies, com exceção do nabo forrageiro. O plantio direto proporciona maiores índices de nitrogênio total e nitrogênio amoniacal do que o plantio convencional. A análise de rotina demonstra que a utilização de adubos verdes não altera os níveis no solo de Mg2+, Al3+, Fósforo e pH. Porém Ca2+, K+ e CTC são influenciados positivamente pelo nabo forrageiro. A matéria Orgânica é superior em todos os tratamentos em relação à testemunha. O plantio direto proporciona maior V% do que o plantio convencional. Não há alterações físicas significativas pela adoção da adubação verde, e somente a macroporosidade foi alterada em plantio convencional. A densidade do solo é superior na camada de 15-30 cm. A resistência penetração é maior nos tratamentos feijão caupi, nabo forrageiro e a testemunha. 45 Capítulo II Efeitos nos teores foliares e parâmetros produtivos da cultura do arroz irrigado cultivado em sucessão a diferentes espécies de adubo verde e manejo. 46 EFEITOS NOS TEORES FOLIARES E PARAMETROS PRODUTIVOS DA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO CULTIVADO EM SUCESSÃO A DIFERENTES ESPECIES DE ADUBO VERDE E MANEJO. RESUMO O presente trabalho teve como objetivo avaliar as alterações nutricionais, parâmetros morfológicos e componentes de produtividade do arroz irrigado em várzea tropical cultivado em sucessão as espécies Crotalaria juncea, Crotalaria spectabilis, mucuna preta (Mucuna aterrina), feijão de porco (Canavalia ensiformis), feijão guandú (Cajanus cajan), nabo forrageiro (Raphanus sativus) e feijão caupí (Vigna unguiculata), associados ao preparo convencional ou plantio direto e dose diferenciada de nitrogênio em cobertura. As espécies de cobertura foram cultivadas na época seca irrigadas por sub-superfície e o arroz irrigado durante a estação chuvosa e irrigado por inundação. Foram avaliados os teores foliares de nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre, bem como altura das plantas de arroz, perfilhamento, massa de panícula e rendimento de grãos. O uso da adubação verde em antecessão bem como o manejo diferenciado entre plantio direto e convencional, e dose de nitrogênio mineral proporcionaram diferenças nos teores foliares de N,P,K,Ca e S, além de diferenças nos paramentos morfológicos de altura de plantas, perfilhamento, número de panículas e rendimento de grãos. Palavras Chaves: Nitrogênio, plantio direto, várzea tropical. 47 EFFECTS IN FOLIAR LEVELS AND YIELD PARAMETERS OF LOWLAND RICE CROPPED AFTER DIFFERENT SPECIES OF GREEN MANURING AND MANAGEMENT. ABSTRACT This study was to assess the nutritional variations, morphological parameters and productivity indexes in irrigated rice in tropical lowland. The following species were cultivated in sucession: sunhemp (Crotalaria juncea), Crotalaria spectabilis, velvet bean (Mucuna aterrina), jackbean (Canavalia ensiformis), pigeon bean (Cajanus cajan), japanese radish (Raphanus sativus) and cowpea bean (Vigna unguiculata), associated with conventional tillage or no till and different covering nitrogen rates. The species of green manuring were grown in irrigated dry season by sub-surface and irrigated rice during the rainy season and irrigated by flooding. It were evaluated foliar levels of nitrogen, phosphorus, potassium, calcium, magnesium and sulfur, as well as the height of rice plants, tilling, panicle and grain yield. The use of green manure in before rice crop as well as the differentiated management of no-till and till, and rate of mineral covering nitrogen changed foliar content of us differences were N, P, K, Ca, and S, as well as differences in morphological plant height vestments, tillering, number of panicles and grain yield Keywords: Nitrogen, No till, tropical lowland. 48 INTRODUÇÃO O arroz no Brasil é cultivado em dois ambientes distintos: em condição de várzea e na condição de sequeiro em terras altas, e que pelas particularidades edáfoclimática de cada um dos ambientes possuem sistemas de produção diferentes. São aproximadamente 15 milhões de hectares aptos para produção agrícola em ambiente de várzea (SANTOS, 1999). A várzea tropical do Rio Araguaia possui 500.000 hectares de extensão e é considerada a maior área contínua passível de irrigação por inundação do mundo (COELHO et al., 2006). Nesse ambiente predominam solos hidromórficos, com horizonte subsuperfical raso ou com elevação temporária do lençol freático, que restringem a percolação da água e estão sujeitos ao excesso de umidade (EMBRAPA 1999). Dessa forma, essa região apresenta potencial para o cultivo do arroz irrigado por inundação na estação chuvosa, e vem sendo explorada através dessa atividade desde meados da década de 1970. A adubação verde é uma prática antiga de manejo de solo assim como aplicação de compostos orgânicos, rotação de culturas e cultivo intercalar, técnicas essas que eram largamente usadas no período que antecedeu a revolução verde. Porém nos últimos 30 anos, com o avanço de tecnologias de irrigação, fertilizantes, mecanização e intensificação de cultivos, entre outras, a adubação verde foi cada vez menos utilizadas em detrimento de outras tecnologias (FAGERIA, 2002). Porém nos últimos anos, esse cenário tem demonstrado sinais de mudança em função dos altos custos energéticos necessários para a utilização de fertilizantes químicos e também pela preocupação dos impactos ecológicos e ambientais da população que procura consumir alimentos produzidos de forma mais racional (AYOUB, 1999; FAGERIA, 2002 ; RAIJ, 1991). Vários são os benefícios relatados com o uso da adubação verde. A incorporação de adubo verde promove, ao longo dos anos, aumento no conteúdo de matéria orgânica do solo (VENTURA & WATANABE, 1993). Também tem benefícios na conservação do solo e da água, promovendo, principalmente, a melhoria da estrutura que favorece a aeração e a infiltração de água no solo, permitindo uma maior penetração das raízes (LAL, 1986). Além disso, propicia melhor aproveitamento de adubos químicos e redução nos custos com adubação mineral, uma vez que promove aumento da atividade biológica do solo (HERNANI et al., 1995). No entanto um dos benefícios mais relevantes é o incremento de nitrogênio no sistema de produção através do uso de espécies de leguminosas. A fixação simbiótica de 49 nitrogênio em leguminosas é decorrente da formação de nódulos eficientes nas raízes das plantas. A fixação biológica do nitrogênio varia da capacidade da planta de estimular e manter a relação simbiótica, das condições ambientais, práticas de manejo e das espécies em questão (STUTE & POSNER, 1993; FAGERIA & BALIGAR, 2005). O nitrogênio é componente de compostos estruturais e funcionais em diversos processos metabólicos nas plantas e sua disponibilidade está correlacionada com o aumento da área foliar da planta, a qual aumenta a eficiência na interceptação da radiação solar e a taxa fotossintética e, consequentemente, a produtividade de grãos (FAGERIA & STONE, 2003). O nitrogênio é relatado como o principal fator limitante à produtividade, e o custo do fertilizante nitrogenado constitui relevante fração do custo total de produção (DE DATTA et al., 1991). Desta forma, o uso racional da adubação nitrogenada é fundamental, não só para aumentar a produtividade da cultura e diminuir o custo de produção, mas também minimizar os riscos de poluição ambiental (FAGERIA & STONE, 2003). O uso da ferramenta análise foliar como critério de diagnóstico e baseia-se no princípio de existir relação entre o suprimento de nutrientes pelo solo e os seus teores na planta e que aumentos ou decréscimos nas concentrações dos nutrientes se relacionam com produções mais altas ou mais baixas, respectivamente (EVENHUIS & WAARD, 1980). Na análise do material vegetal são quantificados os teores totais dos nutrientes absorvidos pelas plantas, os quais dependem de vários fatores como teor no solo, umidade do solo, acidez do solo, desenvolvimento do sistema radicular, antagonismo entre nutrientes, variedade cultivada, condições climáticas, tipo de fertilizante empregado, atividade microbiana, mineralização da matéria orgânica, tratos culturais, incidência de pragas e doenças (OLIVEIRA, 2004). O objetivo do trabalho foi mensurar as alterações nutricionais, através da análise foliar, e as alterações nos parâmetros morfológicos e componentes da produtividade na cultura do arroz irrigado em função da utilização de espécies de adubos verdes em antecessão. 50 MATERIAL E MÉTODOS O presente trabalho foi realizado na Fazenda Dois Rios, no município da Lagoa da Confusão – TO, sob as coordenadas geográficas 10°49'34.78"S e 49°54'0.33"O e 180 m de altitude. O clima na região é classificado de acordo com Koppen como Awi, tropical úmido de savana com as médias da temperatura dos meses mais frios acima de 18°C e a diferença de temperatura entre o mês mais frio e o mês mais quente inferior a 5°C, sendo a precipitação máxima no verão e inverno seco. O regime pluviométrico e médias de temperatura do local estão ilustradas nas Figuras 1 e 2 do capítulo 1. A instalação da cultura do arroz aconteceu em 02/11/2011 através de plantio mecanizado com semeadora de plantio direto com espaçamento entre linhas de 17 cm. Foi utilizado material genético Irga 424 de ciclo estimando de 117 dias. A quantidade de sementes usada foi de 85 kg / ha o que significou a distribuição de 45 sementes por metro. As sementes foram tratadas com fungicida carboxina na dose de 40 g de i.a. 100 kg de semente-1 e thiram 40 g de i.a.100 kg de semente -1. A área foi dessecada 15 dias antes da semeadura do arroz com herbicidas glifosato 960 g de i.a. ha-1 e 2,4-D amina 640 g de i.a. ha-1 Após a semeadura foi realizada a operação de rolo compactador para conferir germinação e emergência uniforme das sementes de arroz, além de proporcionar um micro relevo plano para facilitar o manejo da irrigação. Após dois dias da semeadura foram aplicados herbicidas pré-emergentes clomazone 250 g de i.a. ha -1 e Oxifluorfem 240 g de i.a. ha -1 com objetivo de permitir uma emergência e estabelecimento inicial da cultura sem competição com ervas daninhas. O delineamento experimental consistiu em blocos casualizados em esquema de parcelas sub-subdividas com 4 repetições. A fonte de variação atribuída as parcelas foi a espécie de adubação verde cultivada durante o período da época seca, em antecessão ao estabelecimento da cultura do arroz. As espécies utilizadas foram Crotalaria juncea, Crotalaria spectabilis, Mucuna preta (Mucuna aterrina), Feijão de porco (Canavalia ensiformis), Feijão guandú (Cajanus cajan), Nabo forrageiro (Raphanus sativus), Feijão Caupi (Vigna unguiculata) e testemunha. Os tratamentos de subparcela foram o tipo de manejo para a implantação da cultura do arroz, sendo eles em modalidade de plantio direto e plantio convencional, sendo cada subparcela constituída de 160 m2. E finalmente, os tratamentos de sub-subparcela constituíram-se na aplicação de duas doses 51 de nitrogênio na cultura do arroz, alto N com 40 kg ha-1 e baixo N com 10 kg ha-1, sendo as sub-subparcelas de tamanho der 80 m2. A adubação de plantio seguiu a recomendação de Embrapa, (2006) com aplicação de 90 kg ha-1 de P2O5 na linha de plantio e 70 kg ha-1 de K2O sendo um terço na linha de plantio e o restante em cobertura aos 40 dias após a emergência. Também foram realizados manejo químico de ervas na pós-emergência com aplicação de fenoxapropeP-etílico 70 g de i.a. ha-1, bentazon 650 g de i.a. ha -1 e bispiribaque-sódico 42 g de i.a. ha-1 aos 25 após a emergência. Além da aplicação para o controle de Pyricularia grisea e Bipolaris oryzae através de triciclazol 190 g de i.a. ha -1 e Tebuconazole 160 g de i.a. ha-1, aos 70 e 85 dias respectivamente. A instalação das espécies de adubação verde cultivados em antecessão ocorreu no dia 10 de julho de 2011, e os parâmetros de instalação e condução estão descritos na Tabela 1 do capítulo 1. Para subparcelas o tratamento plantio convencional foi realizado dia 22/11/2011, 11 dias antes da instalação da cultura. Foi utilizada grade niveladora com discos de 22’’ que incorporou os resíduos orgânicos até 10 cm de profundidade no perfil do solo. Para o tratamento plantio direto não foi realizado nenhum revolvimento do solo até o momento da semeadura. Após o plantio ambos tratamentos receberam o rolo compactador. O cultivo das espécies da adubação verde resultaram em alterações químicas no solo de nitrogênio (N-total, N-amoniacal e N-nítrico) cálcio, potássio, CTC, matéria orgânica e V% conforme descritos nas Tabelas 3 e 4 do capítulo 1. Para as sub-subparcelas os tratamentos alto e baixo nitrogênio consistiram em doses diferenciadas de nitrogênio na cobertura. O plantio para ambos tratamentos conteve 10 kg ha-1, sendo essa a dose total do tratamento baixo nitrogênio. O tratamento alto nitrogênio recebeu cobertura de 30 kg ha-1, através de ureia, aos 40 dias após a emergência da cultura na fase de diferenciação do primórdio floral. Aos 15 dias após a emergência foi realizada contagem de estande inicial levando em consideração 3 metros em 5 linhas de plantio para cada sub-parcelas. Aos 80 dias após a emergência foi coletado as amostras para realização das analises de teor de nutrientes foliares. A amostragem consistiu na coleta de 50 folhasbandeira (última folha expandida adjacente a panícula) de cada repetição. O material fo i seco em estufa de circulação de ar forçada a 75°C até atingir massa constante, e após processados em moinho de wiley. A material foi submetido a digestão nitroperclórica (SARRUGE & HAAG, 1974) e o fósforo determinado por colorimetria, cálcio e 52 magnésio por espectrofotometria de absorção atômica, potássio fotometria de emissão de chama e enxofre por turbidimetria. Aos 115 dias na ocasião da maturação fisiológica foi medida a altura de plantas do solo até o ultimo nó da panícula e o número de perfilho por planta (IRRI, 1996). Foram determinadas também a densidade de panículas m2 através de contagem. A colheita consistiu no corte de 3m2 centrais de cada sub-subparcela e as plantas trilhadas em caixa de trilha manual e abanadas para retirada de impurezas. O material recolhido foi pesado em balança eletrônica e amostras retiradas para medir o teor de umidade, sendo a massa corrigida para 13%. Os dados dos parâmetros morfológicos e rendimento de grãos foram submetidos a análise de variância pelo teste F, através do software ASSISTAT, versão 7,6 beta (SILVA & AZEVEDO, 2002), e as médias submetidas ao teste de ScottKnot a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A análise de teor de nutriente foliar demonstrou significância nos tratamentos das parcelas, cuja a fonte de variação tratava-se das espécies de adubação verde cultivadas em antecessão, para os nutrientes nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, e enxofre, sendo somente não significativo para o magnésio. O tratamento de subparcelas “tipo de manejo” influenciou significativamente os teores foliares de nitrogênio, fósforo, potássio. Na avaliação das sub-subparcela referente ao “nível de nitrogênio” demonstrou-se significância somente para o teor de nitrogênio, fósforo, e enxofre (Tabela 7). Também foram observadas algumas interações significativas entre os tratamentos, sendo que para interação entre espécie de cobertura vs. tipo de manejo (AxB) foi observado significância somente para o teor de nitrogênio. Entre espécies de cobertura vs. nível de nitrogênio (AxC) houve diferença para nitrogênio e fósforo. A interação manejo vs. nível de nitrogênio (BxC) apresentou significância para os teores de nitrogênio, fósforo, cálcio e enxofre. E finalmente houve a interação de todos os tratamentos (AxBxC) nitrogênio e fósforo, conforme descrito no quadro da análise de variância na Tabela 7. 53 Tabela 7. Quadro da análise de variância de teor de nutriente foliar de arroz irrigado em função da espécie de adubação verde cultivada em antecessão, tipo de manejo adotado e nível de adubação nitrogenada dispostos em parcelas sub-subdividada, Lagoa da confusão 2012. Fonte de Variação Espécie (A) Resíduo A Nitrogênio G.L. QM F Fósforo QM F Potássio QM F Calcio QM F Magnésio QM F Enxofre QM F * ** ** ** ns ** 7 42,47 18,86 0,084 6,035 4,551 3,535 1,200 6,020 0,057 2,020 0,062 6,115 16 2,251 0,014 1,287 0,199 0,028 0,010 Preparo (B) ** 1 110,2 50,19 ** 0,191 10,15 ** 21,22 15,41 0,036 0,050 ns 0,167 3,764 ns 0,025 2,211 ns Inter. A x B 7 8,055 3,669 * 0,039 2,094 ns 1,932 1,242 ns 1,328 1,831 ns 0,057 1,290 ns 0,005 0,409 ns Resíduo B 16 2,195 0,019 1,377 0,725 0,044 0,012 Nitrogênio (C) 1 14,53 4,510 * 0,284 17,80 ** 3,683 2,606 ns 0,089 0,192 ns 0,027 0,961 ns 0,080 8,603 ** Inter. A x C ** ** ns ns ns ns 7 34,43 10,68 0,063 3,952 0,709 0,502 0,640 1,380 0,380 1,937 0,019 2,042 Inter. B x C 1 29,80 9,253 ** 0,075 4,711 * 0,114 0,081 ns 4,739 10,21 ** 0,000 0,019 ns 0,042 4,543 * * * ns ns ns ns Inter. A x B x C 7 9,205 2,858 0,038 2,361 0,547 0,387 0,838 1,806 0,446 2,275 0,010 1,080 Resíduo C 32 3,220 0,016 1,413 0,464 0,028 0,009 * significativo a 1%, ** significativo a 5% e ns não significativo; No que se refere à parcela, o nível de nitrogênio nas folhas foi influenciado pelas espécies de adubação verde cultivadas em antecessão. Os maiores teores foliares desse nutriente foi encontrado nas parcelas cuja as espécies de cobertura foram C. spectabilis, mucuna preta e feijão guandú com teores de 20,41, 19,61, 18,86 g kg-1 respectivamente. C. Juncea, feijão caupí e nabo foram equivalentes entre si, porém com menor teor foliar do que a C. spectabilis, mucuna preta e feijão guandú. A testemunha foi inferior a todos os tratamentos apresentando nível aproximadamente 25% inferior a C. spectabilis (Tabela 8). 54 Tabela 8. Teores de macronutrientes foliares na cultura do arroz em função das espécies de adubação verde cultivadas em antesseção, tipo de manejo e nível de nitrogênio, Lagoa da Confusão 2012. Nitrogênio Fósforo Potássio Cálcio Magnésio Enxofre -------------------------------------- g kg-1-----------------------------------------------C. Juncea 17,58 b 1,01 b 8,16 a 5,69 b 1,16 0,61 a C. spectabilis 20,41 a 1,15 a 9,03 a 5,97 b 1,21 0,68 a Mucuna preta 19,61 a 1,12 a 8,28 a 5,82 b 1,05 0,53 b Feijão de porco 17,31 b 0,96 b 8,05 a 6,29 a 1,22 0,52 b Feijão guandú 18,86 a 1,09 a 7,79 a 6,46 a 1,18 0,54 b Testemunha 14,79 c 0,92 b 8,22 a 6,18 a 1,29 0,45 b Nabo Forrageiro 16,43 b 0,97 b 7,65 a 6,63 a 1,12 0,6 a Feijão Caupi 16,23 b 0,99 b 6,87 a 6,23 a 1,16 0,64 a P. Convencional 16,58 b 0,98 b 7,49 b 6,18 1,13 0,55 P. Direto 18,72 a 1,07 a 8,42 a 6,14 1,21 0,59 Baixo N 17,26 b 0,97 b 7,81 a 6,19 1,19 0,54 b Alto N 18,04 a 1,086 a 8,11 a 6,13 1,16 0,6 a Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente pelo teste de ScottKnott a 0,01 ≤ p < 0,05. O fósforo, potássio, cálcio e enxofre também apresentaram significância na parcela. O teor de fósforo nas folhas foi de 1,15, 1,12 e 1,09 g kg-1 nas parcelas cultivadas com C. spectabilis, mucuna preta e feijão guandú, respectivamente, sendo esses resultados equivalentes entre si e superiores aos demais tratamentos. C. juncea, feijão caupí, nabo, feijão de porco e testemunha apresentaram teor de fósforo inferior, sendo a aquela com menor valor de fósforo com aproximadamente 15 % a menos que a C. spectabilis. O teor de potássio apesar de apresentar significância pelo teste F as médias foram classificados como sendo todas de mesmo nível de acordo com o teste de Scott-Knott, não divergindo entre si. O maior valor numérico foi encontrado na C. spectabilis com 9,06 g kg-1 de potássio no tecido e o menor valor no Feijão Caupi com 6,23 g kg -1 (Tabela 8). O teor de cálcio no tecido do arroz foi maior nos tratamentos nabo forrageiro 6,63 g kg-1, feijão guandu 6,46 g kg-1, feijão de porco 6,29 g kg-1, feijão caupi 6,23 g kg-1 e 55 testemunha 6,18 g kg -1. Os demais tratamentos apresentaram teores inferiores variando entre C. spectabilis 5,97 g kg-1, mucuna preta 5,82 g kg-1, e C. juncea 5,69 g kg-1. De acordo com Oliveira, (2004) citando Malavolta, et al., (1997); Malavolta (1992); Raij et al., (1996) os níveis críticos de macronutrientes para a cultura do arroz estão na faixa entre 27-35 g kg-1 para N, 1,8-30 g kg-1 para P, 13-30 g kg-1 para K, 2,510 g kg-1 para Ca, 1,0-5,0 g kg-1 para Mg e 1,5 a 3,0 g kg -1 para S em folhas coletadas na fase de emborrachamento ou pré-exerção da panícula, valores que corroborão com Zanão Junior (2009). No caso específico de arroz irrigado de várzea através de análise do Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) que leva e consideração o balanço proporcional entre os teores na planta, o ponto de equilíbrio do nutriente na folha é de 26 g kg-1 para N, 2,0 g kg -1 para P, 12,5 g kg-1 para K, 2,9 g kg-1 para Ca, 1,5 para Mg e 1,8 g kg-1 para S (Guindani et al., 2009), e portanto que corroboram, no presente trabalho, somente para os teores de Ca e Mg. O nitrogênio, fósforo, potássio e enxofre são nutrientes móveis na planta (Malavolta, 1980) e os compostos fotossintéticos são translocados para os grãos de arroz entre a floração e maturação fisiológica (Fageria & Stone, 2003). O Ca e Mg são menos móveis e portanto tendem a apresentar valores menos dinâmicos durante coletas de tecidos em diferentes fase desenvolvimento da cultura. A ordem decrescente de teor foliar observada na analise de tecido foi N > K > Ca > Mg > S g kg-1 diferindo de Fageria & Baligar (1996) e Fageria & Santos (2007) somente na posição do potássio, que para esses autores o potássio é o nutriente que se apresenta em maior concentração na parte aérea da cultura do arroz. Outro aspecto a se destacar é que o nabo forrageiro mesmo não sendo uma espécie de leguminosa teve o teor de nitrogênio no arroz cultivado superior do que na testemunha. Na Tabela 3 do capitulo 1, o teor de nitrogênio no solo não foi alterado pelo cultivo de nabo forrageiro apresentando teores equivalente a testemunha e inferior as todas demais espécies. Entretanto espécies de adubos verdes como as crucíferas, embora não tragam contribuição adicional de N no solo atuam na ciclagem do N mineral do solo, reduzindo os riscos de lixiviação (AMADO et al., 2002; AITA et al., 2004). De acordo com a Tabela 3 do capitulo 1, houve incremento significativo do nitrogênio total no solo em função das espécies de adubos verdes utilizadas, e comparado com a correlação entre os teores de nutrientes foliares da Tabela 8 pode-se afirmar que o aumento de nitrogênio total do solo foi o responsável pelo aumento do 56 teor de nitrogênio na folha, bem como incremento do teor de fósforo, e enxofre. Os teores de cálcio e magnésio também tiveram correlação, porém com incremento inversamente proporcional ao incremento de nitrogênio no solo (Tabela 9). Tabela 9. Correlação entre nitrogênio no solo e teores de nutrientes foliares em função das espécies de coberturas utilizada em antecessão ao cultivo do arroz. 1 1 - N Total (Solo) - 2 - N foliar 2 0,4909** 0,3578** - 3 - P foliar 3 4 ns 0,7514** 0,3492** - 4 - K foliar 5 - Ca foliar 6 - Mg foliar 5 6 7 - 0,2775* - 0,1559* 0,2784 * ns ns 0,4792** 0,4389 ** ns ns 0,4538** - ns 0,5373** Ns - 0,3997** Ns - Ns 7 - S foliar - *,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste t. É interessante notar que na análise de nitrogênio total no solo (Tabela 3, capítulo 1) o nabo forrageiro foi aquele que apresentou menor teor de nitrogenio, sendo equivalente somente a testemunha. E na análise de rotina (Tabela 4 capítulo 1) a parcela cultivada com nabo foi o tratamento que apresentou maior teor de cálcio no solo, diferenciando-se dos demais tratamentos. Portanto a correlação negativa apresentada entre Ca vs. N total na Tabela 9 está coerente com ambos os resultados. Para o macronutriente enxofre os maiores teores foram encontrados nas parcelas de C. spectabilis (0,68 g kg-1), feijão caupi (0,6 g kg-1), C. Juncea (0,61 g kg-1) e nabo forrageiro (0,60 g kg-1). Os demais tratamentos apresentaram teores abaixo sendo feijão guandú (0,54 g kg-1), mucuna preta 0,53 g kg-1, feijão de porco (0,52 g kg-1) e testemunha (0,45 g kg-1). Para fonte variação da subparcela o tipo de manejo influenciou significativamente o teor foliar de todos os macronutrientes primários, apresentando em plantio direto teor 12,9 % superior para nitrogênio, 9,1 % para fósforo e 12,4 % para potássio (Tabela 8). Os macronutrientes secundários cálcio, magnésio e enxofre não tiveram diferença significativa. Para a fonte de variação da sub-subparcela o nível de adubação nitrogenada em cobertura também demonstrou alteração nos macronutrientes primários e enxofre, sendo todos os valores superiores quando aplicado maior dose de nitrogênio. 57 O teor de nitrogênio foliar foi 4,5 %, fósforo 11,9 %, potássio 3,8 % e enxofre 11% superiores nos tratamentos de Alto N. Os tratamentos de subparcela e sub-subparcela demonstraram interação significativa nos nutrientes nitrogênio, fósforo, cálcio e enxofre nos diferentes combinações entre manejo e aplicação de nitrogênio (Tabela 7). O teor de nitrogênio foliar foi significativamente inferior as demais combinações no arranjo plantio convencional e baixo N. Porém o aporte de N proporcionado pelo plantio direto não permitiu que houvesse diferença significativa nas sub-subparcelas alto N e baixo N, e dessa forma conclui-se que o aporte de N proporcionado pelo tratamento plantio direto foi suficiente para suprimir a resposta a adubação mineral no experimento. A interação também suprimiu os efeitos da sub-subparcela Alto N no plantio direto para o fósforo e enxofre, comportamento semelhante ao nitrogênio, sendo assim diferindo os teores somente em plantio convencional. O teor foliar de cálcio apresentou comportamento singular, não apresentando resposta em plantio convencional no tratamento de subsubparcela alto e baixo N e tendo efeito de diminuição de teor da cálcio na folha no plantio direto e alto N (Tabela 10). Tabela 10. Desdobramento das interações dos teores de macronutrientes foliares na cultura do arroz em função do tipo de manejo e nível de nitrogênio, Lagoa da Confusão 2012. Nitrogênio Fósforo Cálcio Enxofre Baixo N Alto N Baixo N Alto N Baixo N Alto N Baixo N Alto N ------------------------------------------- g kg-1----------------------------------------P. Convencional 15,6 bB 17,5 aA 0,9 bB 1,1 aA 6,0 bA 6,4 aA 0,5 bB 0,6 aA P. Direto 18,8 aA 18,5 aA 1,1 aA 1,1 aA 6,4 aA 5,9 bB 0,6 aA 0,6 aA Médias maiúsculas na linha e minúsculas na coluna seguidas da mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Scott-Knott a 0,01 ≤ p < 0,05. No estabelecimento inicial da cultura do arroz, o estande avaliado aos 15 DAE, também foi demonstrado diferença estatística em função das espécies de adubação verdes usadas em antecessão, o tipo de manejo de plantio e a interação entre eles. Quando se tratou da sub-parcela plantio convencional os tratamentos feijão de porco, C. juncea, C. spectabilis e mucuna preta apresentaram 35,0 ; 34,1 ; 32,7 ; e 30,1 sementes metro-1, respectivamente, sendo equivalente entre si e inferiores a feijão guandú, testemunha, nabo forrageiro e feijão caupí que apresentaram respectivamente 43,2; 58 41,2; 40,8; 39,5 sementes metro -1. Na subparcela plantio direto a testemunha e o nabo forrageiro proporcionaram os maiores estandes com 45,7 e 45,5 sementes metro -1, respectivamente, sendo superiores aos demais tratamentos, e seguido de feijão guandú 40 sementes metro -1. O feijão de porco apresentou estande com 25,1 sementes metro -1 sendo inferior aos demais tratamentos. Em relação as parcelas o plantio direto foi superior ao plantio convencional nos tratamentos de C. juncea, feijão de porco e feijão caupí e equivalentes nos tratamentos C. spectabilis, mucuna preta, feijão guandú, e testemunha. O plantio direto só foi superior ao plantio convencional no tratamento com nabo forrageiro, Tabela 11. TABELA 11. Contagem de estande inicial aos 15 dias após o plantio da cultura do arroz irrigado em função das espécies de adubos verdes utilizadas em antecessão e tipo de manejo, Lagoa da Confusão 2012. Espécie Plantio Convencional Plantio Direto --------- sementes metro -1 --------Crotalária juncea 34,1 bA 25,0 dB Crotalária spectabilis 32,7 bA 33,6 cA Mucuna preta 30,1 bA 33,6 cA Feijão de porco 35,0 bA 25,1 dB Feijão guandú 43,2 aA 40,0 bA Testemunha 41,2 aA 45,7 aA Nabo forrageiro 39,5 aB 45,5 aA Feijão caupí 40,8 aA 34,4 cB C.V. espécie (%) 10,9 F espécie 14,04** C.V. Manejo (%) 7,41 F manejo 4,80 * Int. esp x man 8,25 ** Médias maiúsculas na linha e minúsculas na coluna seguidas da mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Scott-Knott a 0,01 ≤ p < 0,05. Com os resultados do estande inicial, pode-se concluir que a diferença entre os tratamentos de espécie em antecessão é menor em plantio convencional e maior em plantio direto, já que o teste de média classificou os valores em somente 2 níveis no plantio convencional e 4 níveis no plantio direto, além de demonstrar uma tendência dos melhores estandes em plantio convencional serem aqueles que a adubação verde 59 acumulou menor volume de massa seca, Tabela 3 cap1. Wu et al., (1998) colocam que cada genótipo tem determinada capacidade de perfilhamento sendo esta associada à plasticidade de resposta ao espaçamento entre linhas e à densidade de semeadura interferindo na relação entre população de plantas e rendimento de grãos. Outro fator capaz de alterar o perfilhamento das plantas e conseqüentemente a produtividade da cultura é a disponibilidade de nutrientes, principalmente o nitrogênio (GHOBRIAL, 1983). De acordo com Borja Reis, et al., (2011) o arroz de variedade Irga 424 na condição de várzea do Tocantins apresenta caráter compensatório e estabilidade de produtividade em ampla faixa de densidade de semeadura entre 30 a 150 kg de semente ha-1, sendo assim a diferença de estande inicial não influenciará o resultado final de rendimento de grão. Os parâmetros morfológicos e os componentes da produtividade estão apresentados na Tabela 12. Na análise de variância constataram-se diferenças significativas para os tratamentos em altura de plantas, perfilhamento, massa de panícula e rendimento de grãos, e interação significativa somente para os tratamentos de subparcela manejo vs Adubação nitrogenada na variável altura de plantas. Tabela 12. Parâmetros morfológicos e rendimento de grão na colheita da cultura do arroz irrigado em função das espécies de adubação de cobertura utilizadas em antesseção, Lagoa da Confusão 2012. Espécie C. juncea C. spectabilis Mucuna preta Feijão de porco Feijão guandú Testemunha Nabo forrageiro Feijão Caupi Altura de Plantas Perfilhamento Massa de Panícula Rendimento de Grãos ----- cm ----64,25 a 65,37 a 63,00 a 61,00 b 64,81 a 60,87 b nº de perfilhos 4,9 a 5,2 a 4,2 c 3,9 c 4,2 c 3,3 d ----- g ----190 a 190 a 184 a 183 a 177 a 145 b - kg ha -1 7397 a 7381 a 7167 a 6898 a 7137 a 6559 b 62,56 b 4,6 b 169 a 5654 b 63,37 a 5,0 a 192 a 7476 a C.V. (%) 5.94 10,79 13,14 16,09 F 3,1072 * 28,6753** 7,05 ** 4,699** Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente pelo teste de ScottKnott a 0,01 ≤ p < 0,05. 60 Entre os parâmetros morfológicos, a altura de plantas foi influenciada significativamente pela espécie de adubação verde cultivada em antecessão. C. spectabilis apresentou altura do arroz aproximadamente 7% superior do que a testemunha, e foi equivalente aos tratamentos feijão guandu, C. juncea, feijão caupí e mucuna preta. O feijão de porco e nabo forrageiro apresentaram altura 4,5 % e 6% inferior a c. spectabilis, respectivamente, e foram equivalentes a testemunha. Cazetta et al., (2008) relata aumento na estatura do arroz em função do plantio das espécies adubos verdes em antecessão quando utilizado mucuna preta, c. juncea, e feijão guandu. O aumento da disponibilidade de nitrogênio a planta influencia positivamente a altura de plantas (ARF,1993; LOPES, 1996). O maior perfilhamento foi observado quando o arroz foi antecedido pelas espécies de C. juncea, feijão caupi, e C. spectabilis com 5,2, 5,0 e 4,9 perfilhos, respectivamente. A testemunha foi o tratamento com menor perfilhamento com número médio de 3,3 perfilhos por planta. O perfilhamento é um dos principais componentes da produtividade quando não há estresse ambiental (MILLER et al,. 1996; ZENG & SHANON, 2000) e o nitrogênio é relatado com o principal nutriente capaz de influencia-lo, apresentando correlação com a produtividade (FAGERIA & BALIGAR, 2001). Entretanto Borja Reis, et al. (2012) observaram resposta do perfilhamento do arroz em função do incremento da disponibilidade de fósforo, porém em menor nível daquelas observadas ao nitrogênio. O componente da produtividade massa de panícula também foi influenciado pelos adubos verdes sendo o feijão caupi o que o obteve a maior média, com 192g, seguido pelas C. juncea 190g, C. spectabilis 190g, mucuna preta 184g, feijão de porco 183g, feijão guandú 177g e nabo forrageiro 169g. Apesar da diferença entre feijão cupi e do nabo ser da ordem 12 % todos eles são equivalentes entre si. Somente a testemunha teve a média diferida dos demais tratamentos. O rendimento de grãos também foi influenciado pelas espécies de adubação verde. O tratamento com feijão caupi alcançou 7476 kg ha-1, seguido de C. juncea 7397 kg ha1 , C. spectabilis 7381 kg ha-1, mucuna preta 7167 kg ha-1, feijão guandú 7137 kg ha -1, feijão de porco 6898 kg ha-1, todos eles equivalentes entre si. A testemunha 6559 kg ha -1 e o nabo forrageiro com 5654 kg ha-1 foram inferiores aos demais tratamentos. Observações de melhoria no rendimento de espécies de gramíneas em função da adubação verde também são observadas por outros autores na cultura do trigo (MIRANDA, 1994; ARF et al., 1999) e na cultura do milho (CERETTA, 1994; CARVALHO et al., 2004a), porém não significativas para a cultura do algodão e soja 61 (CARVALHO et al., 2004b CARVALHO et al., 2004c). Para a cultura do arroz irrigado na mesma condição de várzea. Fageria & Santos (2007) observaram que a adubação verde associada a adubação química proporcionam incrementos nos componentes da produção quando utilizada mucuna cinza. De acordo com analise de correlação o rendimento de grãos e a massa de panículas tem relação direta com o teor de N, P e S foliar. O perfilhamento responde positivamente somente ao incremento de nitrogênio, e negativamente ao cálcio. O rendimento de grãos está diretamente associado ao perfilhamento e a massa de panícula asssim com descrito por Fageria & Baligar (1996); Fageria et al., (2003), (Tabela 13). Tabela 13. Correlação entre os componentes da produção e os teores de nutrientes foliares em função das espécies de coberturas utilizada em antecessão ao cultivo do arroz. 1 1-Rendimento 2-Perfilhamento 3-Massa de pan. 4-N folha - 2 3 4 5 0,259* 0,281* 0,332** 0,447** - ns - 0,409** ns 0,303** 0,358** - 6 7 8 9 ns ns ns 0,355** ns -0,046* ns ns ns ns ns 0,367** ns ns 0,479** 0,439 ** ns ns 0,453** - ns 0,537** ns - 0,399** ns - ns 0,751** 0,349** 5-P folha - 6-K folha 7-Ca folha 8-Mg folha 9-S folha - *,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste t. O tipo de manejo e aplicação de nitrogênio também influenciaram os parâmetros morfológicos e o rendimento de grãos, sendo que apresentaram interação significativa somente para a altura de plantas. O plantio direto proporcionou altura de plantas 6,6 % superior do que o plantio convencional na condição de baixo N e não apresentou diferença estatística na condição de alto N apesar de numericamente o plantio convencional ser 1 cm superior. O tratamento de sub-subparcela alto N apresentou altura 8,6 % superior do que o baixo N na condição de plantio convencional e alturas estatisticamente iguais na condição de plantio direto (Tabela 14). 62 Os demais componentes também sofreram influência em função do tipo de manejo e/ou dose de N, porém sem interação significativa. O perfilhamento não apresentou significância em função do tipo de manejo, porém observaram-se na média 1,0 perfilho a mais por planta no tratamento alto N em relação ao baixo N. A massa de panículas foi 40 e 20 gramas superior no plantio direto do que no convencional na condição de baixo N e alto N, respectivamente, e 30 e 10 gramas superior em alto N do que em baixo N na condição de plantio convencional e direto, respectivamente (Tabela 14). Tabela 14. Desdobramento das interações dos parâmetros morfológicos e rendimento de grão na colheita cultura do arroz em função do tipo de manejo e nível de nitrogênio, Lagoa da Confusão 2012. Altura de Plantas -- (cm)-- Perfilhamento nº de perfilhos Massa de Panícula ----- g ----- Rendimento de Grãos ------ kg ha -1 ------- Baixo N Alto N Baixo N Alto N Baixo N Alto N Baixo N Alto N Plantio Convenc. 59,5 bB 65,1 aA 4,0 B 4,9 A 150 bB 180 bA 5940 bB 6981 bA Plantio Direto 63,7 aA 64,1 aA 3,8 B 4,8 A 190 aB 200 aA 7298 aB 7617 aA C.V. manejo (%) 5,34 17,06 15,19 15,86 F manejo 7,706 1,9636 ns 28,42** 26,066 ** C.V. dose N(%) 4,96 20,38 15,26 17,35 F dose N 29,351 ** 36,72 ** 13,14** 10,151 ** Int. man x nitro 21,939 ** 0,3439 ns ns 2,866 ns Médias maiúsculas na linha e minúsculas na coluna seguidas da mesma letra não diferem significativamente pelo teste de Scott-Knott a 0,01 ≤ p < 0,05. O rendimento de grãos também foi influenciado pelo tipo de manejo e dose de N e sem interação significância. A maior produtividade foi alcançada na combinação plantio direto e alto N com 7617 kg ha -1 estatisticamente superior as demais combinações. O plantio direto em baixo N atingiu 7298 kg ha -1, ou 4,3 % superior do que o plantio convencional com alto N. O plantio convencional e baixo N apresentou média de 5940 7617 kg ha-1 e foi a menor média dentre as combinações. O melhor desempenho dos parâmetros morfológicos e da produtividade em plantio direto do que em plantio convencional não corrobora com Kluthcouski et al. (2000); Carvalho et al.,( 2004a), 63 Carvalho et al, (2004c) que observaram menor produtividade do milho e feijão, milho, e soja, respectivamente, em plantio direto do que convencional. O arroz é reportado como uma cultura altamente sensível às condições de porosidade do solo (SEGUY et al., 1989; SEGUY & BOUZINAC, 1992) e Kluthcouski e al (2000) na condição de terras altas definiu o arroz como uma cultura pouco adaptada ao plantio direto. No entanto a condição de alagamento conferido ao arroz na condição de várzea pode mudar a resposta a adaptação ao plantio direto já que a lâmina de água e a condição anaeróbica alteram a estrutura e permeabilidade do solo (FAGERIA & SANTOS, 2003). 64 CONCLUSÕES A utilização de adubação verde no sistema de produção de arroz irrigado na condição de várzea tropical do estado do Tocantins traz alterações nos teores foliares de nutrientes no arroz cultivado em sucessão bem como nas características morfológicas e componentes da produtividade. As espécies C. spectabilis, mucuna preta e feijão guandú são aquelas que proporcionam maiores teores foliares de nitrogênio e fósforo ao arroz, e o sistema de plantio direto proporciona melhores teores de nitrogênio, fósforo e potássio. O maior teor de N-total no solo propiciado pelas espécies de adubação verde é diretamente proporcional aos teores de nitrogênio, fósforo, e enxofre na analise de tecido do arroz, e inversamente proporcional aos teores de cálcio e magnésio. O manejo plantio direto é superior ao manejo plantio convencional em conferir ao arroz maiores teores de nitrogênio, fósforo e enxofre e igualmente eficiente a adubação de cobertura de nitrogênio mineral. O estabelecimento da cultura do arroz, através de semeadora mecanizada, apresenta em plantio convencional estandes superiores ou equivalentes daqueles observados em plantio direto, porém dentro de uma faixa de compensação da cultura do arroz. As plantas de arroz apresentam maior altura, perfilhamento, massa de panícula e rendimento de grãos quando cultivadas em sucessão a feijão caupí, C. juncea e C. spectabilis apresentando produtividade, em média, 859 kg ha -1 superior do que a testemunha. O rendimento de grãos é superior em plantio direto do que em plantio convencional, bem como a adubação com alto nitrogênio em relação a baixo nitrogênio mineral. 65 Capítulo III Resposta à doses de nitrogênio, fósforo e potássio na produtividade e nos teores foliares de macro e micro nutrientes em arroz irrigado em várzea tropical 66 RESPOSTA À DOSES DE NITROGÊNIO, FÓSFORO E POTÁSSIO NA PRODUTIVIDADE E NOS TEORES FOLIARES DE MACRO E MICRO NUTRIENTES EM ARROZ IRRIGADO EM VÁRZEA TROPICAL RESUMO Foram conduzidos três experimentos distintos para ajuste de curva de resposta a adubação de N, P e K, na cultura do arroz irrigado em condição de várzea tropical no Tocantins. O nitrogênio foi conduzido em somente um local, enquanto que o P e K foram estabelecidas em dois locais distintos de fertilidade considerada alta e baixa. As doses utilizados foram de 0, 40, 80 120,160 e 200 kg ha-1 de nitrogênio em esquema de blocos casualizados e 4 repetições e 0, 30, 60, 90, 120 e 150 kg ha -1 de K2O, e 0, 30, 60, 90, 120 e 150 kg ha-1 de P205, em esquema fatorial 6 x 6 em blocos casualizados de 3 repetições. Foram avaliados os teores foliares na análise de tecido, além de estande inicial, altura de plantas, perfilhamento, fitomassa seca da parte aérea, massa de panícula e rendimento de grãos. Foram observadas alterações nos teores foliares em função das doses de N, P e K além de respostas quadráticas dos parâmetros produtivos para aplicação de N. A dose máxima de N foi de 159 kg ha -1 que proporcionou rendimento de grãos de 8640 kg ha -1. Para fósforo e potássio os parâmetros produtivos se comportaram diferentemente nas áreas de alta e baixa fertilidade sendo a resposta ao K mais significante de fertilidade corrigida e com resposta de rendimento de grãos com comportamento linear e diretamente proporcional a dose de K aplicada. e a resposta ao P mais significante na área de baixa fertilidade com dose máxima de 160 kg ha-1. Palavras-Chave: Rendimento de grãos; Fertilidade; Adubação. 67 RESPONSE OF NITROGEN, PHOSPHORUS AND POTASSIUM RATES IN YIELD AND FOLIAR MACRO AND MICRO NUTRIENT LEVELS ON TROPICAL LOWLAND RICE CROP ABSTRACT Three separate experiments were conducted to adjust the response curve of fertilizer N, P and K, in irrigated rice cultivation in tropical lowland condition in Tocantins. The nitrogen test was installed in only one place and used doses of 0, 40, 80, 120, 160 and 200 kg ha-1 of N applied in pre-planting incorporated. For phosphorus and potassium rehearsals were installed in two different places. One area was the first year of cultivation in newly systematized lowland, and the second in an area where there were adequate fertility levels for 4 consecutive years. It were used 0, 30, 60, 90, 120 and 150 kg ha-1 of P205 and k20 in factorial 6 x 6. Foliar analyses were undertaken of macro and micronutrients, as well as evaluation of morphological parameters of plants’ heights, tillering, weight of panicles and grain yield. Changes were observed in plant tissues analyses depending on treatments of N, P and K as well as quadratic responses of productive parameters for the application of N. The maximum yield of 8640 kg ha-1 was achieved with N rate of 159 kg ha-1. For phosphorus and potassium production, parameters behaved differently in the areas of high and low fertility levels being the response to K the most significant in the old area with positive linear behavior and the response to P was more significant in new areas with maximum yield achieved at rate of 160 kg ha-1. Keywords: Grain yield; Fertility; Fertilization. 68 INTRODUÇÃO A adubação mineral é um dos insumos mais utilizados, e com grande participação no custo da produção, em sistemas agrícolas desenvolvidos na região dos cerrados brasileiros. Tal fato é ocasionado pela baixa fertilidade natural dos solos da região que necessitam de adequada correção química e aportes anuais de N, P e K para atingirem patamares de produtividade economicamente viáveis (SILVA et al. 2001.; SOUZA et al. 2006; VILELA et al. 2006; . No entanto a utilização da adubação mineral dever ser feita de forma criteriosa, com doses, épocas de aplicação ajustadas, afim de proporcionar menores riscos ambientais de contaminação de solo e água e inviabilidade do sistema produtivo (BERTON, 1992). O cultivo de arroz irrigado em várzea tropical na região da bacia do Araguaia abrange aproximadamente 70 000 ha na safra 2011 (IBGE, 2011) e está inserida num ecossistema complexo que apresenta solos hidromórficos com restrição temporária a percolação de água, intensa pluviosidade na estação chuvosa, formação natural de lamina de água e drenagem superficial em abundância (EMBRAPA, 2006). E que, devido as particularidades desse ambiente de produção necessita de profundo entendimento para o estabelecimento de uma agricultura de baixo impacto ambiental. O arroz inundado apresenta eficiência de recuperação de N em torno de 40%, em solo de várzea (FAGERIA & BALIGAR, 2001). Sendo assim, o comportamento da adubação nitrogenada tona-se um fator de necessário entendimento, não somente para aumentar a eficiência de recuperação, mas também para aumentar a produtividade da cultura, e minimizar os riscos de poluição ambiental, bem como ajustar o custo de produção. A eficiência de utilização de N pode ser melhorada com o uso de dose adequada, tipo de fonte e época de aplicação apropriada (FAGERIA et al., 2003). Para a utilização de fósforo, resultados apresentados por Fageria et al. (1997) demonstram que a dose depende do teor do nutriente no solo, e a recomendação varia de 150 kg ha-1 para solos com níveis baixos (até 2,6 mg dm-3 de P) até 50 kg ha-1 de P205 em solos com níveis considerados altos (acima de 150 mg dm-3 de P). Para o potássio, dados experimentais de Fageria et al. (1990) em experimento conduzido em Gleissolo pouco húmico, os autores determinaram uma relação quadrática, em que a dose adequada para produção máxima foi, em média, 110 kg ha-1 de K2O em 4 anos de ensaio numa mesma condição. Porém para Borja Reis et al. (2011) não foram observadas respostas significativas a aplicação de potássio na condição de várzea. A 69 eficiência agronômica do uso de fósforo e potássio varia entre as diferentes cultivares de arroz, devido ao potencial produtivo de cada cultivar (Fageria, 2000) e também ao nível de fertilidade do solo. Dobermann et al. (1998) realizaram estudos sobre utilização de P e K em 10 locais diferentes na Ásia, entre eles Filipinas, China, Índia, Vietnã e observaram que em apenas 7 locais houveram respostas superiores a 5 % de produtividade para aplicação de fósforo e em 3 locais resposta superior a 5% à aplicação de potássio. Ainda, neste estudo o intervalo de resposta ficou entre 5 a 35 kg ha-1 de P205 e entre 30 a 250 kg ha-1 de K2O. Com a elevação da produtividade de arroz e a necessidade de sua manutenção, resultado do nível de tecnologia adotado pelos produtores e o elevado custo dos fertilizantes, demandas sobre o conhecimento da nutrição mineral dessa cultura passaram a ser evidenciadas. Assim, técnicas de avaliação do estado nutricional das mesmas passaram a constituir ferramentas potenciais para o monitoramento da oferta e do equilíbrio entre nutrientes (GUINDANI, 2008). O uso da análise foliar como critério de diagnóstico baseia-se na premissa de existir relação entre o suprimento de nutrientes pelo solo e os seus níveis na planta e que aumentos ou decréscimos nas concentrações dos nutrientes se relacionam com produções mais altas ou mais baixas, respectivamente (EVENHUIS & WAARD, 1980). Considerando que os resultados obtidos são diversos, deve-se assumir a premissa que a orientação técnica sobre o manejo de adubação no arroz, nas condições edafoclimáticas regionais, demanda conhecimentos em relação ao potencial produtivo material genético, bem como a capacidade de resposta em função do nível de fertilidade do solo. Portanto presente estudo teve como objetivo determinar a curva de resposta para a dose de nitrogênio, e as curvas de fósforo e potássio em solos em condições de alta e baixa fertilidade, além de verificar o comportamento de macro e micronutrientes na análise foliar na cultura do arroz irrigado em várzea tropical do Tocantins. MATERIAL E MÉTODOS Os experimentos foram realizados na Fazenda Dois Rios, no município da Lagoa da Confusão – TO sob as coordenadas geográficas 10°49'34.78"S e 49°54'0.33"O e 180 m de altitude durante a safra de 2011-2012. O clima na região é classificado de acordo 70 com Koppen como Awi, tropical úmido de savana com as médias da temperatura dos meses mais frios acima de 18°C e a diferença de temperatura entre o mês mais frio e o mês mais quente inferior a 5°C, sendo a precipitação máxima no verão e inverno seco. O regime pluviométrico e as médias de temperatura do local estão ilustras nas Figuras 1 e 2 do capítulo 1. O solo é classificado como PLINTOSSOLO HÁPLICO (EMBRAPA 1999) com históricos de utilização distintos. Experimento Nitrogênio: O ensaio consistiu na utilização de 6 doses de nitrogênio 0, 40, 80, 120, 160 e 200 kg ha-1 aplicados via uréia e incorporada com grade niveladora na profundidade de 5 cm na véspera de plantio. O experimento foi instalado em blocos inteiramente casualizados e quatro repetições, totalizando 24 unidades experimentais de 68 m2 cada uma. O cultivar de arroz BRS.SCS Piracema foi plantado no dia 09/12/2011 através de semeadora mecanizada com espaçamento entre linhas de 17 cm, e consumo de semente de 80 kg ha-1. As sementes foram tratadas com fungicida carboxina na dose de 40 g de i.a. 100 kg de semente-1 e thiram 40 g de i.a.100 kg de semente -1. Na adubação de base foram utilizados 90 e 80 kg ha -1, de P205 e K2O, respectivamente, conforme recomendação Embrapa (2006). Aos 45 dias após o plantio foi estabelecida a lâmina de água e o solo mantido saturado até a colheita. As aplicações para manejo de ervas daninhas e doenças seguiram recomendação conforme descrito no capítulo 2. As avaliações consistiram ma contagem de estande inicial aos 15 dias após a emergência em 4 linhas e 4 metros em cada parcela. Aos 60 dias após a emergência fo i realizada coleta de matéria seca da parte aérea através da coleta plantas em 1 m 2. O material fresco colhido foi encaminhado para e secagem em estufa de circulação forçada de ar com temperatura de 65 °C durante 72 horas até atingirem massa constante. Aos 80 dias após a emergência foram coletadas as amostras para realização das análises de teor de nutrientes foliares. A amostragem consistiu na coleta de 50 folhasbandeira (última folha expandida adjacente a panícula) de cada parcela. O material foi seco em estufa de circulação de ar forçada a 75°C até atingir massa constante, e após processados em moinho de wiley. A metodologia de análise está descrita no capitulo 2. Aos 115 dias na ocasião da maturação fisiológica foi medida a altura de plantas do solo até o ultimo nó da panícula e número de perfilho por planta (IRRI, 1996). Foram determinadas também a densidade de panículas m2 . A colheita consistiu no corte de 3m2 71 centrais de cada sub-subparcela e as plantas trilhadas em caixa de trilha manual e abanadas para retirada de impurezas. O material recolhido foi pesado em balança eletrônica e amostras retiradas para medir o teor de umidade, sendo a massa corrigida para 13%. Experimento Fósforo e Potássio: Foram considerados dois locais distintos para a instalação dos experimentos. A primeira área consistiu-se de uma parcela de quatro anos de cultivo com 2 safras anuais em sucessão arroz / soja irrigada e com nível de fertilidade corrigido (SOUZA, 2004). A segunda área tratava-se uma área recém convertida de pastagem natural para tabuleiro sistematizado, e que após a aplicações de 4 Mg ha -1 de calcário dolomítico, 3 meses antes do plantio, apresentava os seguintes teores de nutrientes: (Tabela 15). Tabela 15. Análise de solo das áreas antes da instalação dos ensaios de P x K, Lagoa da Confusão 2011. Ca Mg Al K CTC ------------------cmolc dm3------------- P MO V% pH ----- mg / kg ---- -- % -- CaCl2 Fertilidade corrigida 4,49 3,36 0,1 0,22 11,77 13 6,2 68,6 6,1 Fertilidade baixa 0,88 0,45 0,48 0,01 5,14 3,1 6,1 5,14 5 Os experimentos foram instalados em cada uma das áreas com aplicação de seis doses de K2O (0, 30, 60, 90, 120 e 150 kg ha -1) e seis doses de P2O5 (0, 30 60, 90, 120 e 150 kg ha-1) utilizando-se delineamento experimental em blocos ao acaso em esquema fatorial 6x6 e três repetições, totalizando 108 unidades experimentais de 4m2. Para o suprimento de P e K foram utilizadas as fontes de superfosfato triplo e cloreto de potássio, respectivamente. O potássio foi aplicado incorporado um dia antes da semeadura e o fósforo aplicado no sulco de plantio na ocasião da semeadura transversalmente a aplicação do potássio. O cultivar de arroz Irga 424 foi plantado nos dias 06 e 12/12/2011, na área de fertilidade corrigida e de fertilidade baixa respectivamente, através de semeadora 72 mecanizada com espaçamento entre linhas de 17 cm, e consumo de semente de 80 kg ha-1. As sementes foram tratadas com fungicida carboxina na dose de 40 g de i.a. 100 kg de semente-1 e thiram 40 g de i.a.100 kg de semente -1. A adubação nitrogenada de cobertura consistiu na aplicação de 90 kg ha -1 de N parcelado aos 20 e 35 dias após a emergência para todos os tratamentos. Aos 45 dias após o plantio foi estabelecida a lâmina de água a mantido o solo saturado até a colheita. As aplicações para manejo de ervas daninhas e doenças seguiram recomendação conforme descrição no capítulo 2. Aos 80 dias após a emergência foi coletado as amostras para realização das analises de teor de nutrientes foliares. A amostragem consistiu na coleta de 50 folhasbandeira (última folha expandida adjacente a panícula) de cada parcela. O material foi seco em estufa de circulação de ar forçada a 75°C até atingir massa constante, e após processados em moinho de wiley. A metodologia de análise está descrita no cápitulo 2. Aos 115 dias na ocasião da maturação fisiológica foi medida a altura de plantas do solo até o ultimo nó da panícula e número de perfilho por planta (IRRI, 1996). Foram determinadas também a densidade de panículas m2 . A colheita consistiu no corte de 3m2 centrais de cada parcela e as plantas trilhadas em caixa de trilha manual e abanadas para retirada de impurezas. O material recolhido foi pesado em balança eletrônica e amostras retiradas para medir o teor de umidade, sendo a massa corrigida para 13%. Os dados referentes a todos os ensaios foram submetidos à análise de variância a pelo teste F p < 0,1 e a determinadas as equações de regressão, através do software ASSISTAT, versão 7,6 beta (SILVA & AZEVEDO, 2002). RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise de concentração de nutrientes no tecido demonstrou que as doses de nitrogênio aplicadas ao solo influenciaram significativamente, pelo teste f, os níveis de nitrogênio e fósforo e magnésio nas folhas (Tabela 16). 73 Tabela 16. Concentração de N, P, K, Ca, Mg e S (g kg-1) e B, Cu, Fe, Mn e Zn (mg kg 1 ) em folhas de arroz irrigado influenciados pelas doses de adubação de N (kg ha -1), Lagoa da Confusão, 2012. N (kg ha-1) N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn 0 10,1 0,77 8,80 6,34 1,08 0,52 13,9 1,63 65,3 609 58,4 40 11,3 0,82 9,18 6,01 1,00 0,55 12,8 1,38 56,6 433 42,7 80 11,4 0,89 10,4 6,29 1,13 0,63 14,0 1,95 72,0 428 83,6 120 11,6 0,82 8,80 6,25 1,15 0,58 12,2 1,73 63,8 453 64,8 160 12,1 0,81 8,80 6,84 1,63 0,63 14,5 1,80 64,8 445 68,9 200 10,1 0,72 8,61 6,34 1,53 0,53 16,5 1,93 70,9 473 66,0 F teste (linear) 6.48 * 3,20 * 0,56 0,57 0,80 0,82 1,70 2.24 2.04 ns 6,3 ** 2,1 ns ns ns ns ns ns ns *,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste f. No entanto as equações de regressão foram mais ajustadas e demonstraram significância no modelo linear para o Mg e Mn, e no modelo quadrático para nitrogênio fósforo e enxofre. As concentrações de magnésio foliar aumentaram conforme aumentou-se a dose de nitrogênio sem atingir ponto de inflexão nas doses testadas, e a relação do Mn foi de concentração inversamente proporcional, sendo menor quanto maior a dose de N aplicada. Os teores de N, P e S, que tiveram comportamento quadrático, apresentaram teores máximos nas folhas de N (11,32), P (0,87); S (0,60) g kg-1 nas doses de 85, 89 e 82 kg ha -1 de N, respectivamente. Os nutrientes K, Ca, B, Cu, Fe e Zn não sofreram alterações (TABELA 17). 74 Tabela 17. Relação entre dose de nitrogênio e concentração de nutrientes foliares na cultura do arroz (n=6). Lagoa da Confusão, 2012. Variável Equação de Regressão R2 Dose de N vs teor de N Y = 10,02 + 0,034X - 0,0002X2 77,6 ** Dose de N vs teor de P Y = 0,7662 + 0,0021X -0,00001X2 89,5 ** Dose de N vs teor de. K Y = 8,9 + 0,0125X - 0,00007X2 44,3 ns Dose de N vs teor de Ca Y = 6,192 + 0,0009X + 0,000004X2 23,7 ns Dose de N vs teor de Mg Y = 0,9661 + 0,00283X 69,1 * Dose de N vs teor de S Y = 0,5101 + 0,0018X - 0,000008X2 68,1 * Dose de N vs teor de B Y = 14,024 - 0,0328X + 0,0002X2 76,1 ns Dose de N vs teor de Cu Y = 1,5438 + 0,0021X -0,0000016X2 40,8 ns Dose de N vs teor de Fe Y = 63,376 - 0,0047X + 0,0002X2 20,1 ns Dose de N vs teor de Mn Y = 586,27 - 0,8037X 47,3 * Dose de N vs teor de Zn Y = 52,117 + 0,2561X - 0,0009X2 24,4 ns *,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste f. Os parâmetros morfológicos de perfilhamento, altura de plantas, matéria seca da parte aérea e rendimento de grãos sofreram influencia significante em função das doses de nitrogênio aplicadas sendo de comportamento linear para perfilhamento e matéria seca da parte aérea e de comportamento quadrático para alturas de plantas e rendimentos de grãos. Estande inicial e massa de panículas não sofreram alterações significantes (FIGURA 4). A altura de plantas máxima determinada através da equação foi de 69 cm, e rendimento de grãos máximo de 8640 kg ha -1 quando utilizadas a dose de 159 kg ha-1 de nitrogênio. 75 DOSE DE N (Kg ha-1) Figura 4. Influência da adubação de nitrogênio no estande inicial (plantas m-1), perfilhamento (perfilho planta-1), altura (cm), fitomassa seca da parte aérea (MSPA kg ha-1), massa de panícula (g) e rendimento de grãos (kg ha-1), Lagoa da Confusão, 2012. Vários são os trabalhos que relatam resposta da cultura do arroz a adubação de N (FAGERIA et al., 2007; FAGERIA & BALIGAR, 2001; DE DATTA et al., 1988; SINGH et al., 1998; KINIRY et al., 2001; FAGERIA et al., 2003; FAGERIA & BALIGAR, 2005). Os resultados aqui apresentados corroboram com outros resultados estabelecidos na condição de várzea como Fageria et al., (2007) que encontraram comportamento quadrático na dose máxima de 151 kg ha-1 e produtividade de 5077 kg ha-1 na média de 12 cultivares diferentes. Fageria e Baligar, 2001 determinaram faixa de resposta com comportamento quadrático entre 0 a 210 kg ha -1, em três anos de 76 experimento, e Dobermann et al. (2000) conduzindo ensaios no IRRI (Filipinas) relataram incremento de produtividade em com doses de até 150 kg ha -1 de N. Em relação aos ensaios de P x K na área de fertilidade corrigida houve resposta significativa a somente ao teor P foliar em função dos 36 tratamentos de acordo com o teste F (TABELA 18), porém as curvas de regressão demonstraram significância de resposta as doses crescentes de P nos teores de P, Ca, Mg, Fe e Mn. Os teores de P, Ca e Mg tiverem a equação de regressão melhor ajustadas no comportamento linear sendo diretamente proporcionais ao acréscimo das doses de P. E o teor de Mn demonstraram comportamento quadrático apresentando as maiores concentrações no tecido de 468 mg kg-1 na dose de fósforo de 101 kg ha-1. Já em função das doses de potássio, os teores foliares de N, P e Zn demonstraram significância na regressão e assumindo modelo linear sendo diretamente proporcionais para N e P e inversamente proporcionais no caso do Zn. (TABELA 19). Tabela 18. Concentração de N, P, K, Ca, Mg e S (g kg-1) e B, Cu, Fe, Mn e Zn (mg kg 1 ) em folhas de arroz irrigado influenciados pelas doses de adubação de P e K (kg ha -1) em área de fertilidade corrigida, Lagoa da Confusão, 2012. P (kg ha-1) N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn 0 19 1,1 7,4 5,8 0,9 0,6 9,1 4,8 51 357 23 30 18 1,0 8,0 5,9 0,9 0,5 8,8 4,7 42 417 26 60 19 1,0 6,8 5,5 0,9 0,5 8,5 4,8 47 489 25 90 18 1,1 7,4 6,0 1,0 0,6 8,8 4,8 43 461 24 120 20 1,2 6,7 6,1 1,0 0,6 8,9 4,8 46 479 26 20 1,1 7,2 6,1 1,1 0,6 8,5 4,8 55 466 25 0 17,8 1,0 7,4 5,9 0,9 0,5 8,7 4,7 47,3 430 27,4 30 18,6 1,1 7,5 6,2 1,0 0,5 9,1 5,1 51,0 458 25,6 60 19,1 1,1 6,9 5,8 0,9 0,6 8,5 4,9 53,3 461 25,5 90 19,2 1,1 6,9 5,8 1,0 0,6 9,2 4,4 42,3 460 26,0 120 20,2 1,1 7,3 5,8 1,0 0,6 8,6 4,7 43,5 445 25,3 150 -1 K (kg ha ) 150 20,7 1,2 7,4 5,9 1,0 0,6 8,4 4,9 48,7 415 22,8 n * F teste 1.17 2.87 0.88n 1,21n 0.94n 1.29n 0,75n 1,20n 1.18n 1.53n 1.10n s * s s s s s s s s s (linear) *,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste f. 77 Tabela 19. Relação entre doses de fósforo e potássio e concentração de nutrientes foliares na cultura do arroz em área de fertilidade corrigida (n=6). Lagoa da Confusão, 2012. Variável Equação de Regressão R2 Dose de P vs teor de N Y = 18,733 + 0,0015X + 0,00005X2 51,5 ns Dose de P vs teor de P Y = 1,0258 + 0,0008X 31,0 * Dose de P vs teor de. K Y = 7,6326 - 0,0081X + 0,00003X2 26,8 ns Dose de P vs teor de Ca Y = 5,6901 + 0,0027X 37, 8 ** Dose de P vs teor de Mg Y = 0,9183 + 0,0008X 75,8 * Dose de P vs teor de S Y = 0,5351 + 0,0003X + 0,0000003X2 21,0 ns Dose de P vs teor de B Y = 9,0469 - 0,0075X + 0,00003X2 45,6 ns Dose de P vs teor de Cu Y = 4,7936 - 0,0011X + 0,000008X2 17,3 ns Dose de P vs teor de Fe Y = 45,4476 - 0,0295X 11,3 ns Dose de P vs teor de Mn Y = 360,7 + 2,3956X - 0,0115X2 90,0 ** Dose de P vs teor de Zn Y = 24,548 + 0,0265X - 0,0001X2 22,3 ns Dose de K vs teor de N Y = 17,89 + 0,0184X 96,3 ** Dose de K vs teor de P Y = 1,0118 + 0,001X 84,5 ** Dose de K vs teor de. K Y = 7,4936 - 0,0124X + 0,00008X2 61,2 ns Dose de K vs teor de Ca Y = 6,0202 - 0,0034X + 0,00002X2 17,1 ns Dose de K vs teor de Mg Y = 0,9657 - 0,0006X + 0,000006X2 29,3 ns Dose de K vs teor de S Y = 0,522 + 0,0007X - 0,000002X2 72,8 ns Dose de K vs teor de B Y = 8,7538 + 0,0065X - 0.00006X2 33,7 ns Dose de K vs teor de Cu Y = 4,8974 - 0,0048X + 0,00003X2 11,9 ns Dose de K vs teor de Fe Y = 49,78 - 0,0353X + 0,00006X2 11,6 ns Dose de K vs teor de Mn Y = 432,57 + 0,9474X -0,0071X2 98,4 ns Dose de K vs teor de Zn Y = 27,114 - 0,022X 70,3 * *,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste f. Os parâmetros morfológicos de perfilhamento, altura de plantas, massa de panícula e rendimento de grãos não sofreram influencia significante em função das doses de fósforo utilizadas. Entretanto as aplicações de potássio demonstrarão equações de regressão ajustadas linearmente e sendo diretamente proporcionais as doses de potássio aplicadas. No entanto o perfilhamento 78 apresentou comportamento inversamente proporcional, sendo menor quanto maior foi a dose de potássio aplicada (FIGURA 5). Fageria (2000), trabalhando com arroz de terras altas em Latossolo no cerrado, observou que a reposta a aplicação de potássio foi significativa em alguns cultivares e não significativa em outros. Ele observou influencia do potássio no rendimento de grãos, altura da planta e número de panículas, e que a eficiência de utilização depende do material genético. A reposta da adubação ao potássio não é tão significante quanto aquelas obtidas a outros nutrientes, e não existe resposta da cultura do arroz a adubação em situações com teores a partir de 50 mg dm-3 de potássio na análise de solo (FAGERIA 2006). Entretanto o teor de potássio do solo correspondente a área de alta fertilidade é superior a 50 mg dm-3 e foram observadas respostas nesse trabalho, e da mesma forma que Zaratin et al,. (2004) observaram influência da adubação potássica nos componentes da produtividade e rendimento de grãos em solo de cerrado com teor de K no solo de 0,21 cmolc dm-3. 79 DOSE DE P2O5 (Kg ha-1) DOSE DE K2O (Kg ha-1) Figura 5. Influência da adubação de fósforo e potássio em área de fertilidade corrigida na altura de plantas (cm), perfilhamento (perfilho planta -1), massa de panícula (g) e rendimento de grãos (kg ha-1) na cultura do arroz irrigado, Lagoa da Confusão, 2012. Em relação às de P x K na área de baixa fertilidade em área recém sistematizada houve resposta significativa aos teores de N, P, Ca, Mg, S, Cu, Fe, Mn e Zn foliar em função dos 36 tratamentos de acordo com o teste F (TABELA 20). 80 Tabela 20. Concentração de N, P, K, Ca, Mg e S (g kg-1) e B, Cu, Fe, Mn e Zn (mg kg 1 ) em folhas de arroz irrigado influenciados pelas doses de adubação de P e K (kg ha -1) em área de baixa fertilidade, Lagoa da Confusão, 2012. P (kg ha-1) N P K Ca Mg S B Cu Fe Mn Zn 0 21 0,9 8,9 2,8 0,7 0,7 19,0 6,6 45 110 20 30 22 1,2 9,6 4,2 1,0 0,7 23,5 7,4 51 270 19 60 24 1,4 9,7 4,5 1,4 0,8 24,8 7,9 50 397 22 90 24 1,4 7,9 4,7 1,3 0,7 20,2 7,6 59 400 19 120 25 1,6 8,1 4,9 1,5 0,7 24,1 7,3 57 496 21 150 K (kg ha-1) 0 30 25 1,7 7,8 5,4 1,5 0,7 22,2 7,3 59 501 21 24 24 1,3 1,3 9,0 8,8 4,4 4,3 1,3 1,2 0,7 0,7 23,2 22,6 7,4 7,4 54 54 316 366 20 20 60 23 1,3 7,9 4,5 1,3 0,7 23,5 7,5 53 376 21 90 24 1,4 8,6 4,5 1,2 0,7 21,0 7,3 56 384 20 120 24 1,3 8,8 4,3 1,2 0,7 21,5 7,2 51 382 20 150 23 1,4 8,1 4,5 1,3 0,7 22,0 7,4 54 350 21 F teste 2,99* 13,5* 13,7* 8.62* 2.20* 2.38* 1.51 2.33 1,47ns 0.90ns 7.47** ns * * * * * * ** (linear) *,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste f. As equações de regressão somente demonstraram significância para as doses de fósforo, demonstrando comportamento linear e diretamente proporcional pra os teores foliares de nitrogênio e comportamento quadrático positivo para P, Ca, Mg, Cu, Fe e Mn. Os teores de nenhum nutriente demonstram resposta para as doses de potássio. A concentração máxima de P, Ca, Mg, Cu, Fe, e Mn foram de 1,84, 5,31, 1,58 g kg -1 8,3, 58,8 e 498 mg kg-1 respectivamente, quando aplicadas as doses de 215, 152, 146, 125, 166, 146 kg ha-1 de fósforo (TABELA 21). 81 Tabela 21. Relação entre doses de fósforo e potássio e concentração de nutrientes foliares na cultura do arroz em área de baixa fertilidade (n=6). Lagoa da Confusão, 2012. R2 Variável Equação de Regressão Dose de P vs teor de N Y = 21,596 + 0,0246X 92,1** Dose de P vs teor de P Y = 0,9194 + 0,0086X - 0,00002X2 95,7** Dose de P vs teor de. K Y = 9,2537 + 0,002X - 0,00009X2 59,5ns Dose de P vs teor de Ca Y = 2,9865 + 0,0305X - 0,0001X2 92,7** Dose de P vs teor de Mg Y = 0,7275 + 0,0117X - 0,00004X2 92,2** Dose de P vs teor de S Y = 0,6702 + 0,0009X - 0,000004X2 21,2ns Dose de P vs teor de B Y = 20,117 + 0,0752X - 0,0004X2 29,8ns Dose de P vs teor de Cu Y = 6,6851 + 0,0252X - 0,0001X2 80,9** Dose de P vs teor de Fe Y = 45,093 + 0,1659X - 0,0005X2 88,1** Dose de P vs teor de Mn Y = 120,95 + 5,1719X - 0,0177X2 97,3** Dose de P vs teor de Zn Y = 19,226 + 0,0174X - 0,00005X2 16,7 ns Dose de K vs teor de N Y = 23,531 + 0,001X - 0,00002X2 19,2ns Dose de K vs teor de P Y = 1,3251 - 0,0001X + 0,000005X2 72,8ns Dose de K vs teor de. K Y = 8,8778 - 0,0089X + 0,00004X2 24,8ns Dose de K vs teor de Ca Y = 4,3375 + 0,0016X – 0,000007X2 13,8ns Dose de K vs teor de Mg Y = 1,2932 - 0,0012X + 0,000006X2 60,1ns Dose de K vs teor de S Y = 0,7412 - 0,0008X + 0,000004X2 73,8ns Dose de K vs teor de B Y = 23,349 - 0,0228X + 0,00008X2 43,7ns Dose de K vs teor de Cu Y = 7,3915 - 0,001X + 0,000004X2 6,32ns Dose de K vs teor de Fe Y = 54,03 - 0,0013X - 0,00005X2 10,3ns Dose de K vs teor de Mn Y = 318,81 + 1,5942X - 0,0092X2 Dose de K vs teor de Zn Y = 19,997 + 0,0014X + 0,0000004X 96,2* 2 *,** e ns. Significativo a 1%, 5% de probabilidade e não significativo pelo teste f. 82 2,95ns Os parâmetros morfológicos de perfilhamento, altura de plantas, massa de panícula e rendimento de grão sofreram influencia significativa em função das doses de fósforo utilizadas, entretanto não demonstraram nenhuma relação significante em função das doses de potássio. Para todos os parâmetros avaliados as regressões se ajustaram com maior adequação nos modelos quadráticos. A altura de plantas atingiu altura máxima de 64 cm quando na dose de 146 kg ha -1, o perfilhamento foi máximo 2,12 perfilhos planta-1 na dose de 172 kg ha-1 de fósforo, a massa de panícula 2 g na dose de 121 kg ha-1 e o rendimento de grãos máximo foi de 6757 kg ha -1 na dose de 162 kg ha-1 de fósforo. A resposta do arroz a adubação de fósforo em condição de várzea é amplamente descrita na literatura. (PATELLA, 1976; FAGERIA (1980; 1989; 1999); FAGERIA & BALIGAR, 1996; FAGERIA & ZIMMERMANN, 1996, FAGERIA et al., 2000, BORJA REIS et. al, 2011). A produtividade relativa do arroz é de 90% do potencial produtivo quando o nível crítico de fósforo no solo é de 15 mg dm-3 e não há resposta a aplicação de adubação de fosfatada (BEEGLE et al, 1998). Para Fagera & Baligar 1997, na condição de várzea o arroz não apresenta incremento de produtividade quando o nível de P no solo é superior a 13 15 mg dm-3. Ambos os trabalhos corroboram com os resultados aqui apresentados já que a resposta a aplicação adubação fosfatada não foi significativa em solo com nível de P de 13 mg dm-3 e foi significativa em solo com P de 6 mg dm-3. 83 DOSE DE P2O5 (Kg ha-1) DOSE DE K2O (Kg ha-1) FIGURA 6. Influência da adubação de fósforo e potássio em área de baixa fertilidade na altura de plantas (cm), perfilhamento (perfilho planta -1), massa de panícula (g) e rendimento de grãos (kg ha-1) na cultura do arroz irrigado, Lagoa da Confusão, 2012. 84 CONCLUSÕES O fornecimento de nitrogênio em pré-plantio proporciona incremento nos parâmetros morfológicos de perfilhamento, matéria seca da parte aérea, altura de plantas e rendimentos de grãos. A melhor dose de N ajustada na equação de regressão é de 159 kg ha-1 que proporcionou rendimento máximo de 8640 kg ha-1. A adubação nitrogenada interfere nos teores foliares de nitrogênio, fósforo, magnésio, enxofre, e manganês. A adubação de fósforo obtém respostas significativas somente em área de fertilidade baixa, havendo resposta nos teores foliares de N, P. Ca, Mg, Cu, Fe, Mn, e incremento na altura de plantas, perfilhamento, e rendimento de grãos. A melhor dose de P ajustada na regressão é de 160 kg ha-1 que proporcionou rendimento máximo 6757 kg ha-1. Não há resposta significativa a adubação de fósforo na área de fertilidade corrigida. A adubação de potássio proporciona respostas somente nas áreas de fertilidade corrigida, com influência nos teores foliares de N, P e Zn. Há incremento na massa de panícula e rendimento de grãos em comportamento linear e diretamente proporcional a dose aplicada. 85 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: AITA, C.; GIACOMINI, S. J.; HÜBNER, A. 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