A sociologia é contraditória por excelência, pois visa traduzir as diversas correntes de pensamento do mundo moderno. Ela surgiu no fim do feudalismo, quando ocorreram as duas grandes revoluções dos séculos XVII e XVIII - A Revolução Industrial na Inglaterra – e a Revolução Francesa, que culminou com a queda da Bastilha. Durante o período da Revolução Industrial na cidade de Manchester, na Inglaterra, um grupo de pensadores como Owen (1771-1858) e Thompson (1775-1833), se reuniram para analisar as transformações sociais ocorridas nesta cidade, dando início às primeiras inserções no campo da sociologia. A Revolução Francesa foi o outro grande marco histórico nas mudanças sociais até então: - houve a separação entre Igreja e Estado, tornando a França uma sociedade capitalista e industrializada. A partir do século XIX, se intensificam as crises econômicas e as lutas de classe, gerando também, diversas correntes de análise econômicas e políticas, das quais farei uma síntese: - Durante o período das Revoluções, alguns pensadores assumiram uma posição otimista com relação ao capitalismo, eles foram denominados “iluministas”, como Mostequieu (1689-1755). Havia também, o grupo dos conservadores como Burke (1729-1797) e Bonald (1754-1840), cujos defensores primavam pela crítica ao novo regime, se baseando na defesa de idéias como religião, da aristocracia existente até então e da monarquia, ou seja, totalmente opostos ao iluminismo. Estas idéias foram referência para os pioneiros da sociologia. Outra corrente era a dos “positivistas” como Saint Simon (1760-1825), que se baseavam nas idéias conservadoras, porém com uma nova cara, ou seja, aliando o progresso econômico gerado pelas revoluções às tradições patriarcais. A antítese aos pensamentos positivistas foi o “socialismo”, cuja característica principal é a crítica acentuada ao capitalismo considerando este regime como explorador das massas humanas, objetivando em primeiro plano o lucro, deixando o lado social em segundo plano. Os expoentes desta corrente foram Marx (1818-1883) e Engels (18201903), que foram influenciados pela corrente conservadora e por alguns tópicos do positivismo. Basearam-se também, na obra do filósofo alemão Hegel, ressaltando principalmente suas características revolucionárias e materialistas. A sociologia encontrou nas teorias marxistas grandes temas de debate atuais, como a discussão sobre diferenças entre as classes sociais, a exclusão sócio-econômica, o papel do Estado, etc. No século XX ocorreram as duas grandes guerras mundiais (1914-1918 e 19391945), logo após a 2º guerra, houve a ascensão norte-americana no cenário mundial, dividindo o mundo em dois regimes: de um lado o capitalismo e de outro o socialismo.Nos países socialistas houve a instalação de muitos governos ditatoriais, fazendo com que muitos sociólogos rumassem para os E.U.A e Inglaterra, formando uma nova corrente de pensamento sociólogo, como a “mecanização” do pensamento críti co e intelectual, ou seja, uma sociologia voltada para o mercado de trabalho, com pouca ênfase ao espírito crítico e investigativo, como por exemplo, Robert Mertom , nos Estados Unidos .Dá-se então, o surgimento do sociólogo profissional, que nada mais é que, um “intelectual assalariado”. Os que se desviaram desta vertente e permaneceram com uma postura crítica e investigativa foram discriminados até nas própias faculdades, porém o legado deixado por precursores como Durkheim, Marx e Weber não podem ser esquecidos. A lição que fica deste texto é que sendo sociólogo ou não, devemos nos “libertar” deste regime, que nos impõe uma sociedade consumista e desigual, através do estudo de nossa sociedade de modo que venhamos a contribuir para um mundo mais justo e igual.