4B domingo Tome Nota Inscrições Cadastro certame é destinado O à formação de cadastro reserva para os cargos de Técnico Judiciário (nível médio) e Analista Judiciário (superior). O resultado desta primeira fase, após análise dos recursos, deverá ser divulgado no dia 29 de julho. Todas as informações no site do TRT/MT. Termina na segunda-feira (11) o prazo de inscrições para o concurso público para servidores do Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso. As inscrições deverão ser feitas exclusivamente pela internet. As provas objetivas serão aplicadas no dia 15 de maio. A GAZETA CUIABÁ, 10 DE ABRIL DE 2011 Reclamações e sugestões: 3612-6321 ou [email protected] Sos Cidade s problemas com o O centro histórico de Cuiabá continuam. Os Buraco m buraco na avenida U João Gomes Monteiro Sobrinho, que divide os bairros Lixeira e Areão, está com uma cratera que já toma quase metade da pista. O problema está quase em frente à Escola Estadual João Briene de Camargo e é antigo. Como no local passa muito ônibus, a situação vai ficando cada dia mais crítica. Chico Ferreira casarões antigos estão caindo e nada é feito para preservar o patrimônio cultural da cidade. Com as últimas chuvas, na rua Pedro Celestino, outro prédio apresentou problemas. Parte dele desabou. A população pergunta até quando Cuiabá será deixada de lado. Os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 precisam começar logo e dar um jeito nestes problemas também históricos. ASSISTÊNCIA FALHA 78% dos equipamentos de ressonância magnética em Mato Grosso são da rede particular SUS limita acesso a exames caros AMANDA ALVES DA REDAÇÃO Setenta e oito por cento dos equipamentos de ressonância magnética existentes em Mato Grosso não estão disponíveis aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). A disparidade no acesso, que ocasiona longas esperas em filas na Central de Regulação, é verificada também com a oferta de aparelhos de raio X para densitometria óssea, ultrassom doppler colorido e mamógrafo, conforme aponta a pesquisa Saúde Assistência MédicoSanitária do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de equipamentos disponíveis na rede privada é de 2 a 4,5 vezes maior que na rede pública no Estado, o que restringe acesso da população aos serviços de saúde e provoca demanda na Justiça. Maria de Fátima Messias dos Santos, 56, espera há 4 meses por retinografia, exame que fotografa o olho. Há 2 anos perdeu a visão do olho esquerdo, assim como movimentos, após um acidente vascular Niriam Gomes cerebral (AVC) e teme mais consequências. O olho direito está “embaçado”, relata Maria, que tem dificuldade na fala e lembra do alerta da oftalmologista, que informou o risco de perder a visão. Mas, pela Central de Regulação não tem acesso, pois o ra. Em tratamento de doença renal crônica e diabetes, aguarda há 9 meses pela retinografia. Sem exame, o oftalmologista fica impedido de fazer intervenção cirúrgica. Há 6 meses ela sofreu hemorragia e descolamento da retina, que já comprometeu o olho direito. Para montar seu processo FONTE: AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE COMPLEMENTAR na Justiça, foi orientada a buscar laudo, que indicasse a urgência do procedimento, mas só enfrentou mais dificuldade. Um médico negou o procedimento, sinalizando que não adiantava, pois o equipamento está quebrado. Rogênio de Assis, 29, ficou 5 meses à espera do exame de Punção Aspirativa por Agulha Fina (PAAF) Chico Ferreira guiado por tomografia computadorizada, e quando conexame, o oftalmologista fica impedido de fazer intervenção cirúrgica seguiu liminar judicial para ter acesso, recebeu notícia que não pode realizá-lo. A nho, quase desistiu. “Estava cansada, porque tenho diavaliação dada é que deve fazer logo a cirurgia para reficuldade de andar e é muita humilhação correr de um tirar tumor das costas. Com isso, entrou novamente em lado para o outro atrás de atendimento”. uma fila de espera para cirurgia eletiva. Niriam Gomes de Souza Silva, 46, também espe- Em MT, apenas 9,8% dos habitantes têm plano de saúde aguarda há 9 meses pela retinografia; sem este único equipamento disponível no Estado, do Hospital Universitário Júlio Müller, está quebrado há 4 meses. Ela foi na Ouvidoria da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e lhe indicaram a Defensoria Pública. No cami- ÚLTIMA ALTERNATIVA Defensoria faz 10 pedidos judiciais por mês DA REDAÇÃO O número de pacientes em filas de espera não foi informado pela Central de Regulação. Na Defensoria Pública em Cuiabá, cerca de 10 pedidos de exames especiais são solicitados por mês no órgão, em Cuiabá. A baixa procura é atrelada à falta de informação e uma “descrença” dos serviços de saúde, que inicia na espera pela consulta com um especialista. Além disso, existe a dificuldade de pacientes do interior no acesso, já que a maioria dos equipamentos para realização de exames de alta complexidade fica na Capital. O defensor público especializado na tutela dos direitos relativos à saúde, Carlos Brandão, diz que Chico Ferreira Exames de otorrinolaringologia, oftalmologia, endoscopia, raios X contrastado têm maior demanda Defensorias municipais também fazem os procedimentos, mas em geral, há baixa procura por falta de conhecimento. “Geralmente são pessoas que estão no extremo, muitas vezes já vêm de atendimento demorado na policlínica, com um especialista e acabam desistindo”. Entre os que buscam, Carlos relata que pacientes do interior têm que ficar em casas de apoio à espera do atendimento na Capital. O Ministério Público Estadual (MPE) determinou no ano passado que a SES tem prazo máximo de 90 dias para atender as requisições de exame. O promotor de justiça, Alexandre Guedes, cita que exames de otorrinolaringologia, oftalmologia, endoscopia, raio x contrastado, são os que têm maior demanda. Para garantia do acesso, ações são ingressadas coletivamente e na área de oftalmologia existe decisão judicial. Em relação à quantidade de equipamentos disponíveis ou quebrados, Guedes afirma que esta não é justificativa para falta de atendimento. “Ou por meios próprios ou compra de aparelhos, o Estado tem que resolver, não se pode impedir a pessoa que tenha acesso ao serviço”. A presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM), Dalva Alves das Neves, diz que o exame de alta complexidade faz parte de uma investigação médica e é essencial para se prevenir doenças ou promover intervenções, quando o paciente já a tem. “O exame dá condições para saber se o paciente tem alguma coisa ou não, sem precisar fazer cirurgia, como em alguns casos”. (AA) INVESTIMENTOS Pagamento sai mais caro que aparelhos DA REDAÇÃO A compra de exames de alta complexidade no serviço privado para atendimento de usuários SUS é mais cara do que se o Estado se aparelhasse. Além do custo alto desses exames, existe o benefício da detecção precoce de doenças para o aumento da chance de cura, afirmam médicos. Ultrassom endoscópico e cápsula endoscópica, por exemplo, realizados apenas em 2 hospitais particulares, custam R$ 3,5 mil e R$ 3 mil. O presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed), Edinaldo Lemos, diz que o Centro de Especialidades de Alta Complexidade de Cuiabá não supre a demanda e o Estado precisa de serviços nos pólos. Avalia que o Governo privilegia hospitais particulares. “Isso não é o que preconiza o SUS, que deveria ser meio de resolução de problemas. Caso não tivesse o serviço, daí poderia complementar”. O presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva em Mato Grosso (Sobed), Roberto Barreto, diz que a rede particular realiza entre cerca de 1,6 mil exames de endoscopia digestiva alta, enquanto na rede pública, não ultrapassa 300. “No Pronto-Socorro temos exames, mas só fazem urgência, e ainda com dificuldade”. Outro lado A assessoria de imprensa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), responsável pelo Júlio Müller, confirma que o retinógrafo está quebrado. Ele é de origem alemã e não foi conseguida manutenção. A UFMT solicitou à SES a compra de um novo. O vitreógrafo, equipamento de precisão para tratamento de oftalmológico, também não está disponível, pois contrato de comodato terminou. A assessoria de imprensa da SES não soube informar o número de pacientes em espera. A formação de uma rede de referência em oftalmologia, com 5 instituições, está em estudo. Mas, até o momento, o órgão não sinaliza a compra de equipamentos, além dos solicitados ao HUJM. A Central de Regulação foi procurada quinta-feira (6), mas informou que não poderia atender a reportagem. (AA)