ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS AOS PROFESSORES DO 3º AO 5º ANO – LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA PARA O INÍCIO DO ANO LETIVO – 2012 Governador Cid Ferreira Gomes Vice-Governador Domingos Gomes de Aguiar Filho Secretária da Educação Maria Izolda Cela de Arruda Coelho Secretário Adjunto Maurício Holanda Maia Secretário Executivo Antonio Idilvan de Lima Alencar Coordenadora de Cooperação com os Municípios Márcia Oliveira Cavalcante Campos Orientadora da Célula de Programas e Projetos Estaduais Lucidalva Pereira Bacelar Equipe Eixo de Alfabetização Aparecida Tavares de Figueiredo Maria Valdenice de Sousa Mirtes Moreira da Costa Rosalynny da Cruz Mesquita Vera Lúcia Freitas Martins Escola de Formação Permanente do Magistério – ESFAPEM Ana Rosa de Andrade Parente Cristiane Coelho Ferreira Gomes Maria Cordeiro Oliveira da Silva Artais Pinheiro de Andrade Cunha Samara Mesquita Lucas Maria Wanderliza Dias Viana Angelim Equipe de Professores Formadores – PAIC + Professores de Língua Portuguesa da Rede Pública de Ensino Professores de Matemática da Rede Pública de Ensino Programação visual e diagramação Elvis Ponte Cavalcante Revisão Marta Maria Braide Lima Apresentação Caro Formador Multiplicador O Programa de Alfabetização na Idade Certa – PAIC + inicia o projeto de formação de multiplicadores do 3º, 4º e 5º anos com a elaboração e distribuição deste material, exclusivo para a leitura e desenvolvimento de atividades de formação, durante o período inicial do ano letivo de 2012. Sob a orientação da Secretaria da Educação do Estado do Ceará- SEDUC, a equipe de formadores, em parceria com a Escola de Formação Permanente do Magistério, organizou este Caderno que norteará o trabalho dos multiplicadores durante a formação dos professores. O objetivo é alinharmos, ainda mais, a compreensão sobre a função social da escola, a qualificação da ação pedagógica, a avaliação dos processos educacionais e alcançarmos a aprendizagem de nossos alunos. Vamos começar juntos! COPEM / SEDUC Caro professor É com grande satisfação e orgulho que a Escola de Formação Permanente do Magistério – ESFAPEM em parceria com a Secretaria da Educação do Estado do Ceará – SEDUC, coloca em suas mãos este manual, fruto de um programa de formação para educadores de 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental, realizado através do Programa de Alfabetização na Idade Certa - PAIC +, que visa, fundamentalmente, melhorar ou aprimorar ainda mais o ensino da Língua Portuguesa e da Matemática, proporcionando um ajuste entre o currículo e uma sequência didática, voltado para o desenvolvimento da competência leitora e do raciocínio lógico-matemático. Neste manual são apresentados temas relevantes para a compreensão e organização da escola e da sala de aula, como espaços de promoção de experiências de aprendizagem, que garantam a consolidação do processo de alfabetização das crianças, bem como ferramentas metodológicas e didáticas que possam ser implementadas durante a aplicação da proposta curricular. Veremos que, com a clareza dos objetivos que pretendemos alcançar e com a apropriação dos meios indicados para tal, acrescidos da reflexão sobre o ofício de ensinar, poderemos construir a educação de qualidade que todos queremos e cuja conquista é o maior dos nossos desafios. Escola de Formação Permanente do Magistério - ESFAPEM 2 CADERNOS DE ATIVIDADES: Os cadernos de Atividades são recursos didáticos que irão favorecer uma melhor compreensão dos alunos sobre os conteúdos estudados no dia a dia. Mostram-se, no entanto, necessários e indispensáveis, visto que propiciam o desenvolvimento das habilidades comunicativas (ouvir, falar, ler e escrever). São compostos de itens significativos que vão de encontro às reais necessidades de aprendizagens dos alunos, no estudo de Língua Portuguesa e da Matemática. São eles: - Textos diversificados (trabalhar fluência): ler com fluência significa: ler com precisão e rapidez; compreender o que lê. (Livro ABC do Alfabetizador; autor: João Batista Araújo e Oliveira (7° edição; IAB; 2008). - Atividades do texto (trabalhar a compreensão textual, interpretação) - Brincando com as palavras (trabalhar a gramática) - Redação (produção textual) - Jogos matemáticos - Situações problemas Os cadernos vão complementar o material didático existente nas escolas, contemplando os quatro bimestres letivos e tendo como base de fundamentação a proposta curricular, elaborada pela Secretaria da Educação do Estado do Ceará – SEDUC- sob a orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Esses materiais visam fortalecer e contribuir com o professor nas atividades diárias da Língua Portuguesa e da Matemática. ORGANIZAÇÃO ESCOLAR: Libânio, refletindo a esse respeito, destaca: “A organização escolar é um espaço de aprendizagem profissional, na medida em que os professores participam ativamente da organização do trabalho escolar, formando com os demais colegas uma equipe de trabalho, aprendendo novos saberes e competências, assim como um modo de agir coletivo, em favor da formação dos alunos.” Organizar os espaços pedagógicos de aprendizagem é promover a integração, a ativação, a participação e o comprometimento das pessoas com o trabalho que realizam: educar. 3 Nessa perspectiva, apresentaremos algumas sugestões de como organizar esses espaços de aprendizagem, baseadas em nossas experiências. BIBLIOTECA: “A biblioteca é uma das forças educativas de que dispõem estudantes, professores e pesquisadores. O aluno deve investigar, e a biblioteca é o centro de investigação tanto como o é um laboratório. O desejo de descobrir o que há nos livros, geralmente, existe nas crianças. A escola deve desenvolvê-lo, utilizando os espaços da biblioteca.” (Silveira, 1996; p.97) Vale destacar que a essência do trabalho pedagógico, na biblioteca, é o desenvolvimento das habilidades de leitura que não só desperta na criança o gosto pelos bons livros e pelo hábito de ler, como também, contribui para despertar e desenvolver suas potencialidades, estimular sua curiosidade, inquietar-se por tudo que é novo, ampliar seus horizontes e progredir. Por isso, é fundamental pensar sobre a importância da biblioteca escolar hoje para o processo ensino e aprendizagem e repensar a própria prática de leitura na escola, buscando alternativas criativas para o uso sistemático deste espaço. Assim, a biblioteca escolar deve promover práticas criativas de leitura que agucem o desejo de conhecer algo novo. Pensando assim, pesquisamos e elaboramos sugestões de atividades que irão contribuir para a valorização desse espaço educativo, ao mesmo tempo em que orientarão o professor na aplicabilidade do material didático e desenvolvimento das práticas de leitura e de escrita. Para tanto, é preciso pensar na biblioteca como um espaço de diálogo entre autores e leitores, entre o conhecimento e a autonomia discente. ATIVIDADES QUE CONTRIBUEM PARA A DINAMIZAÇÃO DA BIBLIOTECA TORNANDO-A PARTE INTEGRANTE DAS AÇÕES PEDAGÓGICAS Apesar de não ser o responsável pela organização das prateleiras, cabe ao professor conhecer a variedade de títulos e materiais disponíveis nas bibliotecas escolares para, com um planejamento eficiente e estratégias pensadas, enriquecer o ensino dos conteúdos curriculares. "O docente deve procurar saber quais são as possibilidades para a sua disciplina. Essa etapa vai facilitar a discussão sobre o formato e o papel das atividades", afirma Lucila Martínez, especialista que implementou políticas da área, para governos latino-americanos através da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco). ● CONHECER PARA ENTENDER A BIBLIOTECA 4 – A Biblioteca é assim...: logo no início do ano letivo levar os alunos para conhecer a biblioteca, que deverão ser acompanhados pelo professor e lá recebidos pelo bibliotecário, que agirá como um guia turístico. Apresentará as seções de livros e indicará pelo menos um exemplo de cada gênero, a fim de provocar a curiosidade dos alunos para diferentes tipos de texto. É uma atividade que facilitará o conhecimento do que ele pode encontrar na biblioteca, como também irá facilitar a exploração do espaço durante o ano letivo. - Tá quente / Tá frio: é uma atividade lúdica, realizada na biblioteca. Nessa atividade, o professor distribui fichinhas com algumas indicações de leituras, (respeitando o sistema de catalogação da biblioteca) e faz desafios para que os alunos as encontrem nas estantes. O objetivo da brincadeira é provocar autonomia aos alunos. - De lupa na mão: os alunos são estimulados pelo professor a achar livros antigos (de gêneros variados: romances, contos, crônicas, poesia, biografia, livros de arte, etc.). Com os livros nas mãos, os alunos deverão fazer uma pesquisa mais aprofundada sobre a época em que aquele livro foi escrito, bem como seu autor e obra. Incentivar os alunos para registrarem os resultados e deixá-los expostos na própria biblioteca. Quem sabe sua biblioteca não possui um livro raro que será descoberto ou redescoberto pelos alunos? Essa atividade tem como objetivo proporcionar a valorização do acervo como um todo e possibilitar a prática da pesquisa. - Livro amigo: o professor faz uma reunião com duas turmas de alunos, para falar de uma atividade titulada “Livro Amigo”. Explica a importância da atividade, que tem por objetivo ampliar a leitura, através de uma atitude de um amigo, onde este leva livros de literatura usados e troca com os outros colegas de turma. A troca será mediada pelo bibliotecário, que organizará o desenvolvimento da atividade. Com isso favorecerá o desenvolvimento da integração e socialização dos alunos e de suas leituras e, ainda, promoverá também uma maior relação de amizade com o mesmo. - O que penso...: o professor solicita que os alunos escrevam cartas com teor crítico a respeito de leituras feitas na biblioteca, em dias anteriores, como também nas leituras feitas no livro amigo, coletânea de textos. Nas cartas, os alunos indicam ou não indicam a leitura de tais livros e textos, argumentando ou apresentando justificativas que comprovem sua indicação. Essas cartas serão depositadas em duas grandes "caixas de correio" que serão confeccionadas pelos professores e alunos: a primeira para leituras indicadas e a segunda para leituras não indicadas. Essas caixas farão parte dos materiais da biblioteca. Isso estimula a produção de textos críticos, proporcionando ainda a percepção de tendências e gostos de leitura por parte dos alunos. 5 - Minha história: o professor convida os alunos para a biblioteca e incentiva-os a escolherem biografias de escritores, pintores, cientistas, artistas etc. Orienta-os para que façam a leitura em duplas. Programa com eles um dia para que cada dupla faça a apresentação dessas biografias para toda a turma, através da leitura dos textos. Com a familiarização das biografias, deve pedir que cada um escreva sua própria biografia. Deve, ainda, sugerir que essas biografias sejam elaboradas em forma de livro, confeccionadas, artesanalmente, pelos próprios alunos. Este livro fará parte do acervo da biblioteca, sendo que no dia da doação, o professor deverá fazer uma programação especial. A criatividade para a confecção do livro deverá ser toda dos alunos. ● PROMOVER O ATO DE LER NA BIBLIOTECA O acesso ao aprendizado da leitura apresenta-se como um dos múltiplos desafios da escola e, talvez, como o mais valorizado e exigido pela sociedade. Desta forma invocamos a presença dos professores no que diz respeito a uma boa aprendizagem, vale ressaltar que para os alunos desenvolverem o hábito da leitura cabe também ao professor sempre buscar novas maneiras de interação com seus alunos na prática de atividades relacionadas ao gosto pela leitura. A biblioteca escolar tem grande responsabilidade e influência quando oferece aos alunos novas atividades no incentivo à leitura. Assim, como o professor, o bibliotecário é também um transmissor de cultura, no qual deverá oferecer ao leitor um auxílio nas pesquisas, guiando-os no que for preciso, e outros serviços que facilitem e reforcem o aprendizado. Portanto, para promover a leitura, são imprescindíveis atividades como contação de histórias, rodas de leitura, cirandas, concursos de poesias, contos e crônicas, encontros com escritores, ilustradores e especialistas em literatura. É importante também levar os alunos a visitar bibliotecas públicas e livrarias. Isso possibilita a reflexão acerca da organização do acervo, da multiplicidade de autores e estilos e do zelo pelo material da biblioteca, bem como a conduta de liberdade e respeito dentro dela. Para isso sugerimos também algumas medidas, tais como: ● Proporcionar um agradável ambiente de leitura – com a criação de espaços agradáveis para o convívio com os livros e demais suportes de leitura e diversidade de linguagens, é possível oferecer ambiências de leitura. Para tanto, pode-se utilizar: tapetes, almofadas, cadeiras confortáveis, cestos com revistas e jornais, cestos com gibis e livros, quadros, cartazes com frases de incentivo à leitura, criadas pelos próprios alunos, estante ou prateleira com novidades, e espaço com uma decoração colorida. 6 ● Atualizar o acervo – é importante que a biblioteca escolar passe a ser seletiva e recuse livros impróprios (desatualizados ou medíocres), a fim de acomodar melhor um material que realmente tenha utilidade e urgência para o leitor. ● Conhecer o acervo – é fundamental que o aluno possa manusear diversos tipos de livros e conhecer diferentes gêneros textuais. Para que seja possível fazer novas descobertas, ele deve poder procurar os livros nas estantes. Dessa forma, ele irá não apenas encontrar os livros indicados pelos professores, em sala de aula, como também poderá descobrir um mundo de possibilidades de leitura. ● Emprestar o material – é necessário que os livros sejam emprestados a toda a comunidade escolar: professores, alunos, funcionários. Os livros da biblioteca escolar compõem um acervo público e, como tal, devem servir ainda à comunidade periférica. Assim, familiares também devem poder solicitar empréstimo de livros e praticar a leitura em casa, junto aos filhos. ● Adequar o horário de funcionamento com o horário das aulas e com o recreio – a biblioteca é um espaço escolar que precisa estar sempre aberto, pulsante e com novidades. Para isso, é preciso que pessoas fiquem encarregadas de manter a biblioteca aberta praticamente durante todo o tempo de atividades da escola. ● Qualificar o profissional encarregado da biblioteca – o funcionário da biblioteca deve ser um leitor voraz e apaixonado por livros. Somente uma pessoa que realmente gosta de ler consegue incentivar a leitura no ambiente escolar. Ele deve ser visto algumas vezes lendo. Além disso, deve ter bom conhecimento a respeito dos gêneros textuais, conhecer um bom número de autores e obras. E ainda: - Ser criativo e gostar do contato com o público; - Saber trocar ideias, orientar o usuário, ser habilitado a sugerir leituras e a conduzir pesquisas. - Participar de palestras, cursos e eventos com temáticas relacionadas à leitura, à escrita, bem como à organização da biblioteca. - Conhecer outras bibliotecas. Sabe-se que existem inúmeras maneiras para incentivar o aluno a adquirir o hábito da leitura, ainda é possível despertá-los através das atividades de pesquisas para desenvolver conhecimentos no contexto social, cultural e educacional. Compreende-se também que a biblioteca escolar enfrenta vários desafios para exercer seu verdadeiro papel, mas é com 7 criatividade e com pequenas ações, de cada um de nós, que faremos a educação dar uma grande virada. SALA DE AULA: A sala de aula não é apenas um espaço geográfico, mas um ambiente constituído por uma diversidade valiosa, em que o processo de ensino e de aprendizagem deve ser privilegiado. Segundo Coll, Palácios e Marchesi, o movimento da sala de aula caracteriza-se pela multidimensionalidade, simultaneidade, mediação, imprevisibilidade, publicidade e pela história. Isso significa que muitos fatos ocorrem ao mesmo tempo, rapidamente e de forma imprevisível. É nesse espaço e tempo que, por meio das mediações realizadas com os alunos, o professor estabelecerá a relação entre teoria e prática. E com o intuito de contribuir com o processo de aprendizagem, sugerimos algumas atividades que colaborarão, no início do ano letivo, para o desenvolvimento e a aprendizagem de seu aluno nas dimensões cognitiva, social, emocional e motora, tendo em vista uma formação global. SUGESTÕES DE ATIVIDADES PARA SALA DE AULA Sugestão 1 – Apresentar o mês. A partir da informação, abaixo, buscar outras curiosidades, como: as datas comemorativas, aniversariantes do mês, buscar leitura de poemas que falem de inicio, de começo... buscar frases, etc. É importante destacar a quantidade de meses que fazem parte do ano letivo, para que a criança possa aprender e perceber o valor do tempo. Janeiro Janeiro é o primeiro mês do ano. Tem 31 dias. O nome Janeiro vem do Latim Januarius em homenagem a Janus, o mais antigo rei do Lácio (Roma), e é representado por um jovem com duas ou quatro faces. Datas Comemorativas: 6 de Janeiro – Dia dos Reis - em alguns lugares, nesse dia, trocam-se presentes, em vez de fazê-lo no Natal. O Dia dos Reis marca o fim das festas natalinas. É quando as pessoas recolhem os enfeites de Natal. Esse é um dia de muitas festas, principalmente do Nordeste do Brasil, onde nós moramos: Boi, Reisado, Folia de Reis. 8 25 de Janeiro – Nascimento de Tom Jobim (1927-1994) Antônio Carlos Brasileiro Jobim foi um dos maiores compositores brasileiros. Compôs Garota de Ipanema, feita em parceria com Vinícius de Moraes. Pesquisa: Almanaque Ruth Rocha- 2006- 1ª edição Sugestão 2: Quebra - Gelo Objetivos: - Socializar; - Observar características de personalidade de cada aluno, para maior conhecimento do grupo, com o qual vai trabalhar; - Estimular o gosto e prazer pelas aulas de Língua Portuguesa e Matemática, iniciando o trabalho com a nova proposta; - Estimular o raciocínio lógico, partindo de situações reais que expressam sentimentos; - Estabelecer relações entre a vida cotidiana, a fala e a produção escrita; - Confrontar diferentes abordagens com um mesmo tema; - Produzir textos que sejam significativos. Desenvolvimento: O professor entrega uma frase para cada aluno e propõe que a completem, por escrito, procurando expressar seus verdadeiros sentimentos, ideias e opiniões. Exemplos de frases interessantes para serem completadas: Nas ruas da minha cidade tem.... Na aula de Linguagem gosto de fazer... Na aula de Matemática gosto de fazer... Quando eu crescer quero ser... 9 Quero viajar e conhecer... Gosto muito de ... Moro com... Na minha sala de aula não pode faltar... Em um segundo momento, após todos terem completado suas frases, de preferência com a turma sentada em círculo, para que torne o clima mais propício e um ambiente mais informal, propor que leiam as frases. Após todos terem apresentado suas frases é interessante debater sobre cada uma delas, provocando os alunos a darem suas opiniões e expressarem seus sentimentos, indagando: _ Alguém faria o mesmo? Quem faria diferente? O quê? Qual frase mais achou legal? Você a completaria assim? Foi difícil a tarefa? Entre inúmeras perguntas... O professor pode aumentar ou diminuir as perguntas e o debate de acordo com o interesse da turma e o tempo disponível. A partir desta atividade os alunos perceberão que a escrita nada mais é que uma forma de registrar para posteridade e para que outras pessoas possam ter acesso a seus pensamentos, ideias, falas, sentimentos. O professor pode corrigir gramaticalmente e ortograficamente, juntamente com os alunos, cada frase caso sinta que há necessidade e que permanece o interesse pela atividade. Interessante: Caso haja o engajamento e interesse esperado por parte dos alunos, pode ser elaborado um texto coletivo, em que o professor através das falas, opiniões dos alunos vai reproduzindo por escrito, em um cartaz ou no próprio quadro, usando sempre as ideias e frases de todos: Uma composição ou redação propriamente dita. Nesse caso, os alunos se interessam, pois quem escreve é o professor, mas são eles que produzem a ideia do texto, evita a preguiça de elaborar sua composição, pois a mesma estará sendo feita em grupo, falando e de maneira mais informal. Com as devidas orientações do professor, ao término, todos os alunos serão autores do texto, e certamente, será gratificante e natural que todos desejem copiar o resultado final. Durante todas essas etapas o professor terá inúmeras chances de trabalhar ortografia e gramática, sem que os alunos sintam uma simples transmissão de conhecimentos. Cabe ao 10 professor – dinamizador da atividade- saber conduzi-la para que seja útil e proveitosa. Será, sem dúvida, uma experiência agradável, diferente e prazerosa para todos. Sugestão 3: Palavra Importante Objetivos: ● Socializar, mantendo a união do grupo, proporcionando condutas de boa convivência; ● Observar características de personalidade de cada aluno, para maior conhecimento do grupo com o qual vai trabalhar, dando espaço para expressarem seus sentimentos; ● Estimular o gosto e prazer pelas aulas de Língua Portuguesa dando continuidade ao trabalho com a nova proposta; ● Estimular o raciocínio lógico, partindo de suas preferências e sentimentos; ● Estabelecer relações entre a vida cotidiana, a fala e a produção escrita; ● Confrontar diferentes abordagens com um mesmo tema; ● Produzir textos que sejam significativos. Desenvolvimento: Proponha aos alunos que pensem numa palavra muito importante para eles, uma palavra que gostam muito, que gostam de ouvir, de falar, de escrever, enfim, a palavra preferida. Depois de eleita a palavra esta deve ser escrita por cada um, em letras grandes, no centro de um papel A4. O professor deve propor que, durante um tempo determinado, cada um registre o maior número de palavras que mantenham relações de sentido com a palavra central. Exemplo: PAIS IRMÃOS FAMÍLA SAUDADE AMOR CORAÇÃO Em um segundo momento, com os alunos sentados em círculo, para que o clima fique informal, todos devem apresentar suas palavras centrais, preferidas. 11 Constatar os alunos que elegeram a mesma palavra central e as demais que mantém relação com a mesma. Fazê-los observar se com a mesma palavra central os alunos possam ter escrito palavras diferentes relacionadas. Provocar para que em cada caso os alunos deem exemplos de outras palavras que possam estar relacionadas com a central. Indagar se todas realmente são relacionadas à central, e por que as são. No final da apresentação várias palavras centrais e outras relacionadas a elas terão surgido, e através delas o professor deverá levar os alunos a perceberem a importância da escrita nas relações entre a vida cotidiana, a fala e a produção escrita; suas preferências e seus sentimentos. A culminância da atividade é a produção de um texto individual onde todas as palavras relacionadas e as preferidas devem constar. É interessante deixar os alunos livres para escrever uma composição, um poema, uma história, etc. Ideia: Podem ser corrigidas todas as composições num segundo dia, juntamente com os alunos, analisando as formas corretas ou incorretas gramaticais e ortográficas. Observar características de personalidade de cada aluno, para maior conhecimento do grupo com o qual vai trabalhar, dando espaço para expressarem seus sentimentos. ESPAÇO DE LEITURA: A leitura é uma prática que envolve atitudes, gestos e habilidades que são mobilizados pelo leitor, tanto no ato de leitura propriamente dito, como no que antecede a leitura e no que decorre dela. Assim, o sujeito demonstra conhecimentos de leitura quando sabe a função de um jornal, quando se informa sobre o que tem sido publicado, quando localiza pontos de acesso público e privado aos textos impressos (bibliotecas), quando identifica pontos de compra de livros (livraria, bancas, etc.). Dizendo de outra forma, depois que um leitor realiza a leitura, os textos que leu vão determinar suas escolhas de leitura, servirão de contraponto para outras leituras, etc. (Batista, Antônio A. G. (org.) Pró- letramento Alfabetização e Linguagem). SUGESTÃO DE ATIVIDADES As atividades sugeridas foram coletadas de diferentes fontes: livros, depoimentos de professores e de nossa experiência como professor formador. Quando for necessário, serão indicadas as fontes para que, se o professor quiser mais informações, saber onde as encontrar. 12 1 – ATIVIDADES COM POEMAS ☼ Criar encontros de leitura com poemas (montar saraus); ☼ Fazer um canto da poesia na sala de aula para leitura individual ou coletiva e partilhada; ☼ Escrever poemas conhecidos ou criados pelos alunos nos corredores da escola, no jornal de aula ou em outros espaços; ☼ Promover trocas de poemas; ☼Pesquisar sobre a produção poética local; ☼ Organizar fichários de poemas e atualizá-los com frequência; ☼ Realizar atividades de jogral, com os alunos lendo juntos os mesmos versos, ou lendo alternadamente os versos do poema, ou alterando o ritmo (mais lento, mais rápido), ou lendo ao mesmo tempo versos ou estrofes alternados; ☼ Alterar palavras dos versos mantendo a coerência semântica do texto e mantendo a métrica, a sonoridade e, se existirem, as rimas. 2 - PASSAPORTE DO LEITOR - Confeccionar um passaporte, com cadernetas comuns e folhas em branco; colocar a foto ou o autorretrato do aluno, como nome, série e país. - Criar um carimbo para confirmar registros nas folhas de passageiro. - O passageiro-leitor viaja por histórias de / sobre diferentes países e registra no passaporte sua leitura. Pode desenhar um mapa, um resumo, uma avaliação, - O professor mantém e controla os passageiros e só o entregará ao leitor-passageiro ao final da viagem, isto é, ao final do ano letivo. 3 – RELAÇÃO DA POESIA COM A MÚSICA ♫ Ler em voz alta poemas escolhidos na obra Arca de Noé, de Vinícius de Morais e, depois, ouvir o CD com os poemas cantados. 13 ♫ Avaliar com os alunos as diferenças sobre os efeitos dos dois textos nos leitores (tempo, ritmo, atenção, interesse). ♫ Apresentar outros exemplos, como de José Paulo Paes. ♫ Propor a transposição de outros poemas (de Mário Quintana, por exemplo), para músicas. 4 - VISITA GUIADA À BIBLIOTECA ☺ Contar uma história sobre livros e sua importância para os alunos. Por exemplo, A Biblioteca Verde, de Carlos Drummond de Andrade, e poemas de Mário Quintana. ☺ Levar os alunos à biblioteca da escola. Mostrar livros e falar sobre o autor, o enredo, os personagens, o que o professor preferir. ☺ Pedir aos alunos que escolham qualquer livro da estante. Ler o livro (ou parte dele). ☺ Finalmente, os alunos devem explicar por que escolheram aquele exemplar e qual a primeira impressão da leitura. ☺ O professor deve registrar os resultados no diário de leitura da turma. 5 – PUBLICITÁRIO DO LIVRO ♦ O aluno escolhe um livro. ♦ Apresenta-o ao grupo de colegas na próxima aula, convencendo-os do prazer de sua leitura. ♦ Ele deve falar da estrutura, da temática, das personagens e do efeito que o livro provoca. ♦ O aluno pode ler, em voz alta, partes do texto para fazer valer seu ponto de vista. COMO RECEBER OS ALUNOS Na semana pedagógica é o momento de dedicar um período para organizar a recepção dos alunos na primeira semana de aula. Converse com todo o grupo, e planeje como será a rotina da primeira semana de aula, para que possam contemplar atividades de acolhida, para que seus alunos sintam-se acolhidos, fortalecendo assim laços de afetividade, condição importante para que a aprendizagem aconteça. Sugerimos então alguns pontos a serem discutidos com a equipe: 14 ● Organização das salas de aula – Nas primeiras semanas as informações, como: sala de aula que o aluno está lotado, avisos importantes, horários, rotina do dia, mapas para localização de bebedouro, biblioteca, pátio, etc. É imprescindível estarem de fácil visibilidade, para facilitar a organização. Muito bom para facilitar a integração da turma é que pelo menos nos dois primeiros dias de aula a organização das cadeiras seja circular, mais indicada que fileiras que não favorecem a socialização. ● Acolhida – a escola deverá envolver todos da equipe gestora para a recepção dos alunos. Os alunos deverão sentir-se acolhidos por todos, e para isto a equipe será distribuída em pontos estratégicos. ●Apresentação em sala de aula – É importante ficar atento para os alunos novatos, não se esquecer de apresentá-los antes do início das atividades. O professor deverá estimulá-los a falar um pouco deles mesmos. Muito bom é o professor já ter este momento planejado com ideias diferentes de se apresentarem. Ex: cada aluno pode contar sobre algo que aprendeu nas férias, um lugar que visitou, um livro que leu, um filme que gostou. ● Tutoria dos veteranos - Os alunos novatos às vezes demoram um pouco para se enturmar com um grupo já formado. Para facilitar esse período, converse com a turma para saber quem poderá acolher este novo amigo, para acompanhá-lo e orientá-lo em relação às regras da escola e tirar suas dúvidas. Esse acompanhamento pode variar de uma semana a um mês. O professor passará todas as informações sobre o novo colega que vai chegar ao amigo que irá acolhê-lo (nome, de onde ele vem, o que fazem os pais etc.). Em instituições em que há grêmio estudantil, essa recepção pode ser feita por um membro da entidade. ● Primeiro contato com cada setor - Reforce também a importância dos funcionários de apoio e administrativos serem receptivos com todos e especialmente solícitos com quem ainda não conhece as dependências e rotina da escola. Estude a hipótese de a classe do primeiro ano - em que todos devem ser novatos - fazer uma excursão pela escola com paradas em cada setor para que, um responsável da área, explique o funcionamento da cantina, da biblioteca, da secretaria, etc. ● Aulas inaugurais diferenciadas - As primeiras aulas devem apresentar os conteúdos que serão trabalhados durante um período (bimestre, trimestre ou semestre), de acordo com o que foi planejado na semana pedagógica. Uma maneira de apresentar os projetos, que serão desenvolvidos, é mostrar à turma os trabalhos feitos sobre o tema em anos anteriores. Ao coordenador pedagógico, cabe orientar os professores para que façam uma avaliação inicial 15 antes de introduzir cada conteúdo. As perguntas, quando bem elaboradas, além de dar uma noção precisa do que cada aluno sabe sobre o tema e de que ponto os professores podem avançar, servem para despertar a curiosidade e dar uma prévia do que as crianças aprenderão durante o projeto. ● Regras bem compreendidas - Decida com a equipe também, no final da semana pedagógica, quem apresentará o estatuto da escola e como o fará, além da decisão dos momentos em que serão feitos os combinados entre professores e alunos. O próprio diretor pode ter essa função. Para isso, ele precisará ir de sala em sala, se apresentando, dando as boas vindas e explicando algumas regras de convivência já em vigor - que devem ser transmitidas de forma que os alunos entendam porque elas existem. Uma sugestão é partir dos direitos de cada um para os deveres de todos. Por exemplo: todo estudante tem direito a material didático de qualidade, para isso cada um deve cuidar bem dos livros que usará naquele ano para que eles possam ser reutilizados no próximo. É importante gastar alguns minutos com o assunto logo nos primeiros dias de aula, antes que as situações em que caberia o uso de determinadas regras ocorram. Com as regras gerais conhecidas, cada professor pode organizar com a sua turma os combinados internos. Para isso é preciso ouvir os alunos e sistematizar as discussões, chegando a normas internas para cada grupo da escola, para poder acolher não só os alunos, mas também os pais que costumam acompanhar os filhos à escola. Os professores devem esperar pelos alunos na porta da sala de aula, e no momento entregar um cartão de boas- vindas. COMO RECEBER A FAMÍLIA E A COMUNIDADE. Promover um clima de alegria onde todos se sintam parte integrante do processo educacional é fundamental para o sucesso da parceria escola / comunidade. Colocar cartazes de boas- vindas, de motivação, apresentar em mural os resultados da escola, a quantidade de alunos e todos os dados educacionais, financeiros e administrativos da escola que aproximam a comunidade da instituição escolar. PLANEJAMENTO ESCOLAR (PERÍODO INICIAL) Quando se fala em planejamento, como prática educativa, deve-se pensar na escola como uma função da sociedade, ou seja, as escolas são reflexos da sociedade num determinado momento. Se pensarmos qualquer sociedade e examinarmos seus processos educacionais, vamos descobrir que estes são reflexos da hierarquia de valores daquela sociedade. 16 Diante dessa situação, precisamos manter a postura de propulsores de mudanças a partir do que existe. Certos de que a realidade desejada e a realidade existente têm pontos de contato e pontos discordantes. O planejamento possui, pois, uma grande vitalidade e ação transformadora, capaz de produzir mudanças na realidade social tendo como meio o campo de trabalho em que se atua. O planejamento, nessa perspectiva, valoriza as questões da qualidade, da missão e da participação ativa de todos. Mais do que isto, assume um caráter de proposta de futuro para a escola, integrando, na prática, o operacional e o estratégico, organizando-os num todo que se constitui um processo de ação-reflexão. As ações desenvolvidas por uma instituição vêm de duas dimensões, igualmente necessárias e eficazes quando profundamente entranhadas uma na outra: o conjunto de opções, de valores, de conhecimentos que constituem, para o conjunto de educadores envolvidos, a dialética entre o horizonte (futuro) e o “aqui e agora”; A organização e a dinâmica de relações desses conteúdos, sustentadas por metodologias, procedimentos, modelos e técnicas de busca de coerência entre o discurso e a prática. O descuido numa das dimensões citadas é catastrófico, sendo, pois, necessário organizar um esquema (modelo) de plano que considere os seguintes aspectos: a realidade global existente (marco situacional), a realidade global desejada (marco doutrinal), a realidade desejada pela escola (marco operativo), a realidade institucional existente, o juízo que o grupo de educadores faz da sua realidade em confronto com o ideal traçado para seu fazer, ficando claras as necessidades da instituição (diagnóstico de necessidades), transformações propostas para a realidade institucional (proposições de ações, normas e atividades para modificar a realidade existente). Planejar em uma escola implica na elaboração de um plano de ação (ver a situação global – de mundo, de América Latina, de Brasil, de Nordeste – em que estamos, decidir o tipo de sociedade, pessoa humana e educação escolar que desejamos (ideal que norteia a ação), verificar a distância entre a realidade existente e a desejada (diagnóstico) e propor ações para diminuir esta distância). A execução (agir em conformidade com o que foi proposto) e a avaliação (revisão de cada uma das ações, atitude e normas executadas) são também necessárias à execução do planejamento. Quando pensamos em planejamento, duas questões surgem imediatamente: como fazer? Com que(m) fazer? Muitas escolas restringem o planejamento a estas questões e 17 acreditam que, com elas tudo está resolvido. Raras vezes há a indagação sobre o “para que fazer” e sobre “para quem estamos fazendo”. Sem essa clareza nossa ação se burocratiza e a própria escola se transforma em fim, pois serão abandonados os objetivos mais amplos de toda a prática desenvolvida. O plano de sala de aula, numa escola, é um típico plano de setor, em relação ao plano global que é o da escola como um todo. Como todo plano setorial, este precisa partir do conjunto de pensamento que se constrói no plano global e da mesma forma, trabalhando os professores na linha dos princípios, técnicas, instrumentos e modelos voltados para a sala de aula, aprofunda-se sua compreensão e sua capacitação para participar no plano global da escola. Os marcos constitutivos deste plano, são três: 1. Marco operativo Consiste no conjunto de ideias que estabelece o ideal da prática e que fundamenta este ideal. Ele vai servir como ponto de partida para avaliarmos nosso agir. Quando trabalhamos com centralização no conteúdo, com todo o nosso esforço voltado para “descobrir” qual é o “conteúdo” que está “indicado” para tal caso e o repetimos até a exaustão, o planejamento perde o sentido. Como se faz uma tarefa meramente repetitiva, os professores sentem que não necessitam fazer planos. Porém, se der a uma sala de aula uma importância relacionada à vida das pessoas, surge necessidade do planejamento porque teremos que pensar em uma dimensão mais alargada. E, ainda, a relação entre meios e fins, teremos que analisar com alguma profundidade a proposta de resultados, avaliar isto periodicamente, relacionar nosso trabalho com o mundo em que nos situamos e empregar bem os recursos de que dispomos. Com esse pensamento os professores tendem a sentir a necessidade de um marco operativo, para o seu trabalho específico de sala de aula, que deve ser construído de forma coletiva pelo conjunto de professores de uma mesma disciplina ou de uma mesma série ou ano. Algumas questões são fundamentais para elaboração do marco operativo, tais como: - Que habilidades e linhas básicas de saber esta disciplina vai desenvolver? Como isso se organiza em função das idades dos alunos nos graus e nas séries? - Quais os princípios metodológicos mais importantes para orientar o trabalho nesta disciplina? 18 - Que características devem ter o trabalho nesta disciplina para se dizer que é um trabalho de qualidade? Ou: em que consiste a qualidade nesta disciplina? - Para que serve, no mundo de hoje, esta disciplina? - De que forma esta disciplina pode ajudar na vivência dos valores e princípios propostos no marco operativo da escola? 2. O diagnóstico O diagnóstico é um dos pontos mais problemáticos em um plano. Não temos ainda suficientemente desenvolvidos, técnicas, instrumentos ou modelos para isto. Há carências ainda de referencial teórico e, como consequência, faltam-nos critérios para julgar a realidade. Para um diagnóstico de sala de aula, há três momentos essenciais: a) Antes de conhecer os alunos: antes de entrar para a sala de aula, mas já sabendo a turma que vai lecionar, o professor organiza os elementos que já estão disponíveis sobre a prática. Cada professor toma o marco operativo que foi elaborado em conjunto com os colegas, verifica quais são os pontos que ele aborda e, para cada um desses pontos, examina sua prática em anos anteriores e verifica, com professores que já trabalharam com a turma e a partir de sua experiência com turmas semelhantes, como essa prática estaria frente aos pontos do marco operativo. De certa forma, este primeiro momento de diagnóstico é, realmente, uma mistura de diagnóstico e de hipóteses. b) Nos primeiros dias de aula: nos primeiros dias de aula aparece o momento mais volumoso do diagnóstico. É preciso apresentar aos alunos o marco operativo, discutir com eles suas principais linhas e, sobretudo, verificar como os alunos se encontram frente aos ideais que o marco apresenta. É o momento em que o professor vai ter clareza sobre a distância entre o que é o ideal e a prática, em dois níveis, o da prática do próprio professor e o das condições dos alunos frente aos pontos do marco operativo. Seria interessante que coordenadores, supervisores e orientadores pedagógicos auxiliassem os professores a produzirem instrumentos, com base no marco operativo, para prepararem diagnósticos significativos de suas turmas. É importante que cada professor tenha por escrito o resultado deste momento de diagnóstico que será a diferença entre o que propõe o marco operativo e a realidade concreta de sala de aula, envolvendo prática geral de professor e alunos e situação do conjunto dos alunos. 19 c) Como avaliação continuada: o diagnóstico precisa ser atualizado em um processo contínuo de avaliação, sempre utilizando os pontos do marco operativo, como base de definição do que se vai avaliar e dos critérios para julgar a realidade que, a qualquer momento, é a prática de professor e de alunos e o alcance, por parte dos alunos, daquilo que o marco operativo, inclui como ideal. 3. A programação Definir a programação significa propor satisfação das necessidades que surgiram no diagnóstico. O ponto de partida para a definição das ações que comporão a programação são as necessidades que o diagnóstico (inicial e continuado) mostra na prática do professor e na realidade dos alunos, ou seja, as diferenças que existem entre o que se é e o que se está fazendo, por um lado, e aquilo que está proposto no marco operativo, por outro. Há quatro categorias de propostas para se satisfazer necessidades, ou seja, a realidade é transformada, visando aproximar a realidade existente à realidade desejada, através de quatro modos: ações(objetivos), atitudes (estratégias), normas e rotinas (tempos permanentes). É importante explicitar que não é possível trabalhar sem conteúdos: eles serão o que for proposto nas quatro categorias citadas. Por outro lado, deve ficar claro que não se pode partir para planejar a sala de aula com uma lista de conteúdos nas mãos: eles serão consequência, não ponto de partida. ORGANIZAÇÃO DOS MATERIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA Propomos a utilização de material estruturado para as duas áreas: 1. Atividades de Língua Portuguesa (matrizes) subdivididas em atividades de leitura e compreensão, reflexões sobre a língua e redação. 2. Atividades de Matemática (matrizes) e cadernos de jogos matemáticos. ROTINA DE SALA DE AULA ROTINA DE LÍNGUA PORTUGUESA 1º Passo - PREDIÇÃO Objetivos: Explicitar os objetivos para a leitura. Levantar os conhecimentos prévios dos alunos sobre o texto. 20 Motivar os alunos para a leitura. Procedimentos: Elaborar perguntas que poderão ser respondidas após a leitura e/ou levantar hipóteses sobre o conteúdo do texto, a partir de indícios oferecidos pelo título, autor, ilustrações, etc. Essa atividade gasta, em média , cinco minutos. 2º Passo - LEITURA ORAL EXEMPLAR Objetivos: Ouvir a leitura do adulto, como exemplo de fluência, acompanhando o texto em silêncio. Automatizar a decodificação de um maior número de palavras, para permitir ao cérebro maior tempo para a compreensão. Desenvolver a capacidade de ouvir, com atenção, e interesse à leitura de adulto, como exemplo de fluência. Absorver as estruturas fundamentais da língua escrita. Procedimentos: Realizar três leituras do texto, através do CD, ou fazer uma leitura clara, audível, seguindo o modelo. Essa atividade tem duração de mais ou menos cinco minutos, podendo ter uma variação conforme o texto. 3º Passo - CONTEXTUALIZAÇÃO DA LEITURA Objetivos: Tirar as dúvidas de compreensão da leitura. Validar as hipóteses levantadas na predição. Procedimentos: Perguntas orais sobre o texto (estudo dirigido); esclarecimento de dúvidas. Essa atividade tem duração de mais ou menos quinze minutos. 4º Passo - SEGUNDA LEITURA EXEMPLAR Objetivo: Permitir ao aluno compreender o que, porventura, estava obscuro nas três primeiras leituras. Procedimentos: Realizar uma nova leitura do texto para os alunos (ou audição do CD). Essa atividade tem duração de mais ou menos cinco minutos. 5º Passo - LEITURA INDIVIDUAL Objetivos: Exercitar a velocidade de leitura e melhorar a fluência. Procedimentos: Leitura em dupla: uma criança lê o texto para a outra que acompanha fazendo leitura silenciosa; leitura cumulativa; leitura antifônica; leitura de revezamento. Essa atividade tem duração mais ou menos vinte minutos. 21 6º Passo - ATIVIDADES DO ALUNO (envolve questões de compreensão, vocabulário e desenvolvimento da escrita) Objetivos: Localizar informações explícitas no texto. Inferir as informações implícitas no texto. Refletir sobre a escrita. Exercitar a produção textual. Ampliar o vocabulário receptivo e expressivo. Procedimentos: O professor solicita que os alunos leiam, em voz alta, o enunciado de cada questão, chamando a atenção para o entendimento do enunciado. Em seguida, pergunta aos alunos o que deve ser feito, para fixar bem a compreensão do significado; cada criança responde as questões em seu próprio material; o professor faz a correção coletiva das atividades. Obs: As atividades com vocabulário podem permear todo o trabalho. Essa atividade tem duração, em média, trinta minutos. 7º Passo – CULMINÂNCIA DO TRABALHO COM O TEXTO Objetivo: Retomar o texto a fim de completar a fixação e clara compreensão do mesmo. Procedimentos: Leitura exemplar do texto para os alunos (professor ou CD); leitura oral coletiva pelos alunos. Obs: Após a culminância, duas vezes por semana, fazer ditado do texto trabalhado. Essa atividade tem duração de mais ou menos cinco minutos. ROTINA DA MATEMÁTICA 1º Passo – SITUAÇÃO-PROBLEMA Objetivo: Contextualizar o conteúdo a ser trabalhado, mostrando aplicações práticas. Procedimento: Apresentação de uma situação- problema cuja solução seja possível através do conteúdo matemático a ser tratado. Essa atividade tem duração de mais ou menos dez minutos. 2º Passo - AÇÃO Objetivos: Experienciar, através de material concreto, os conceitos trabalhados. Procedimentos: Utilização de material manipulativo, individual ou em grupos, para as constatações e generalizações possíveis. 22 Essa atividade tem duração, em média, dez minutos. 3º Passo - ATIVIDADES DO ALUNO Objetivos: Formalizar o conteúdo matemático. Realizar atividades de fixação. Procedimentos: Realização das atividades da matriz (seguindo os mesmos procedimentos descritos para Língua Portuguesa); atividades de fixação elaboradas pelo professor; atividades do livro didático; correção coletiva. Essa atividade tem duração de mais ou menos trinta minutos. Bibliografia: CONDEMARÍN, Mabel; ALLIENDE, Felipe. A Leitura – Teoria, avaliação e desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed, 8ed., 2005. COOL, César; Desenvolvimento psicologico e educação:necessidades educativas especiais e aprendizagem escolar. SMOLE, Kátia; DINIZ, Maria Ignez. Ler, escrever e resolver problemas – Habilidades básicas para aprender matemática. Porto Alegre: Artmed, 2001. SOLÉ, Isabel. Estratégias de Leitura. Porto Alegre: Artmed, 6ed., 1998. GANDIN, Danilo. A prática do planejamento participativo. 6ª edição, Ed. Vozes, Rio de Janeiro, 1998. 23