GABARITO – Semântica dos tempos e modos

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Fundação CECIERJ
Pré-Vestibular Social
Material extra de Língua Portuguesa sobre semântica dos tempos e modos verbais
1 – TEORIA
1.1 O verbo, o tempo e o modo
Antes de fazer os exercícios, vamos relembrar rapidamente a matéria dada nas aulas sobre semântica dos modos e
tempos verbais. Em primeiro lugar, se estamos tratando de verbos, devemos saber identificar o que é um verbo. Como foi
mostrado para vocês – e como pode ser verificado no capítulo 4 da apostila – o verbo é uma palavra que tem a propriedade de
variar segundo determinados modos e tempos. Tomemos, por exemplo, uma frase como Eu jogo bola. Sabemos que esta frase
está no presente porque o verbo dela se encontra no tempo presente. Se quisermos colocar essa frase no passado, teremos de
mudar o verbo: Eu jogava bola. O verbo, portanto, é essa palavra que varia segundo determinados tempos (passado, presente
e futuro).
No entanto, o verbo pode variar segundo determinados modos. Como assim? Bom, conforme vimos, a frase Eu jogo bola
está no presente. Compare aquela frase com esta: Hoje, talvez eu jogue bola. Ambas estão no mesmo tempo, o presente, mas a
segunda, ao contrário da primeira, indica incerteza. Dizemos então que a primeira (Eu jogo bola.) está no modo indicativo; já a
segunda (Hoje, talvez eu jogue bola.) está no modo subjuntivo. Poderíamos ainda colocar a mesma frase no modo imperativo
se quiséssemos exprimir uma ordem ou conselho. Nesse caso, ela ficaria assim: Jogue bola!
Mas como saber em que tempo e modo um verbo está? Simples: sabendo identificar suas marcas. Para isso, estude
atentamente a página 51 da nossa apostila.
1.2 Valores semânticos dos modos e tempos verbais.
Também vimos em nossas aulas que um verbo apresenta valores semânticos. O que é isso? Conforme vimos em sala de
aula, a semântica, de um modo geral, é a área que estuda os significados, os sentidos dos enunciados da língua. E o que isso
tem a ver com o verbo? Bom, um verbo pode ser utilizado para dar significados diferentes aos enunciados. Por exemplo: um
verbo no presente do indicativo serve tanto para exprimir um fato que ocorre todos os dias quanto para exprimir um fato que já
ocorreu. Quando nós dizemos Eu jogo bola, estamos dizendo que praticamos essa ação (a ação de jogar bola) com frequência.
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Nesse caso, o tempo presente serve para exprimir uma ação corriqueira, cotidiana. Entretanto, como já se disse, podemos utilizar
o presente para fazer referência a uma ação que já ocorreu. É o caso, por exemplo, do seguinte enunciado: Em 1500, Cabral
chega ao Brasil. O verbo está no presente, mas a ação obviamente se realizou no passado, em 1500. Para mais detalhes sobre
os valores semânticos dos tempos e modos verbais, consultar a tabela da página 52 da apostila.
II – EXERCÍCIOS
Leia as tiras abaixo e responda as questões. (Observação: as tiras deste exercício foram preparadas pelo tutor Gustavo Listo na
página http://www.maquinadequadrinhos.com.br/Intro.aspx)
1- Na tirinha do Cascão, podemos notar que vários verbos estão no presente do indicativo. No entanto, esses verbos, apesar de
estarem no mesmo tempo e modo, apresentam valores semânticos diferentes. Identifique 3 valores semânticos diferentes
manifestados na tira por meio de verbos no presente do indicativo e indique a relação entre eles e o conteúdo veiculado no texto.
Modelo de resposta: No primeiro quadro, as formas verbais desenvolve, canta, pratica e se livra, que estão no presente do indicativo, indicam que esses fatos ocorreram no
passado, mais especificamente na década de 70. No segundo quadro, ao vislumbrar um futuro brilhante, Cascão utiliza a forma verbal no presente do indicativo me torno. Já
no terceiro quadro, esse tempo é usado tanto para exprimir fatos que ocorrem no momento da ação, como no caso da forma verbal atingiu, quanto para expor um pensamento
de validade universal: “só sei que nada sei”.
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2- Na tira do Cebolinha, podemos identificar os três modos verbais. Diga em que quadrinho cada um dos 3 modos aparece e
explique qual o valor semântico deles no texto.
Modelo de resposta: No primeiro quadro, os verbos estão no modo indicativo; portanto, indicam certeza tanto da parte de Cebolinha quanto de sua mãe (Observação: Apesar
de Cebolinha questionar sua mãe, pode-se verificar que seu questionamento é menos uma dúvida em si do que um recurso argumentativo. Aliás, é bom lembrar que nem toda
pergunta contém um verbo no modo subjuntivo). No segundo quadro, podemos encontrar formas verbais no modo subjuntivo, como queila assumir e tenha pensado, o que
indica incerteza tanto na pergunta de Cebolinha quanto na resposta de sua mãe. No terceiro quadro, percebe-se que há um verbo no modo imperativo. Trata-se do vá na fala
da mãe, que, nesse caso, indica uma ordem.
3- Como vimos nas aulas, um tempo verbal pode apresentar valores semânticos diferentes. O pretérito-mais-que-perfeito, por
exemplo, pode ter o valor semântico de desejo. Retire do texto uma fala em que o pretérito-mais-que-perfeito possua esse valor
semântico.
Modelo de resposta: “Quem me dela ser pelsuasivo assim!”.
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4- Às vezes, dependendo do contexto, dois tempos distintos podem apresentar o mesmo valor semântico. Esse fenômeno pode
ser visualizado no primeiro e no segundo quadros da tira acima. Identifique os tempos e o valor semântico veiculado pelos verbos
desses dois quadros.
Os verbos estão no futuro do pretérito e no futuro do presente. O valor semântico veiculado pelos verbos é de dúvida.
5- No último quadro, encontramos um verbo no modo imperativo. Justifique seu emprego relacionando-o ao título da tira.
O verbo pare está no imperativo, modo verbal que, nesse caso, exprime ordem. Tal ordem é veiculada pelas personagens, que protestam contra o autor da tira pelo fato de
ele expor seus questionamentos mais íntimos. Esse protesto, essa revolta, explica o modo imperativo do verbo.
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6- No texto, encontramos dois enunciados condicionais emitidos pela Magali, um no primeiro quadro e outro no último. Podemos
notar que esses enunciados apresentam pares de verbos em tempos diferentes. Explique por que a Magali utilizou pares verbais
diferentes para exprimir esses dois enunciados condicionais.
Modelo de resposta: No primeiro quadro, Magali utiliza em seu enunciado condicional os verbos puder, no futuro do subjuntivo, e passarei, no futuro do presente. No terceiro
quadro, a personagem usa em seu enunciado condicional as formas verbais pudesse, no pretérito imperfeito do subjuntivo, e teria chegado, no futuro do pretérito. O uso
diferenciado se explica porque, no primeiro quadro, a condição expressa tem maior probabilidade de concretização do que no terceiro. No primeiro quadro, há a possibilidade
de a ação ocorrer; no último, não.
7- No segundo quadro, Mônica utiliza uma metáfora (comparação implícita) para caracterizar Magali. Identifique a metáfora e
explique seu sentido.
Modelo de resposta: Mônica, no segundo quadro, compara implicitamente Magali a um pretérito-mais-que-perfeito. Essa comparação se justifica porque esse tempo verbal
geralmente é utilizado para tratar de fatos passados anteriores a outros fatos passados. Com essa metáfora, Mônica mostra não só ressentimento por causa da ausência de
Magali, mas também que tal ausência a fez não mais considerar Magali como sua amiga.
8- Em nossas aulas, vimos que uma ordem nem sempre é expressa no modo imperativo. Retire do texto algum fragmento em que
uma ordem seja expressa por um verbo no modo indicativo.
Modelo de resposta: “Não comerás”.
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9- Na tira acima, Mônica utiliza um mesmo modo verbal para se expressar.
a) Diga qual é o modo verbal presente nas falas de Mônica.
O modo verbal presente nas falas da Mônica é o indicativo.
b) Justifique o emprego desse modo verbal no texto relacionando seu uso à imagem que Mônica tem de si.
O uso do indicativo, modo verbal que exprime certeza, se explica porque Mônica se considera uma mulher madura e decidida.
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