analise da forca muscular dos extensores e flexores - TCC On-line

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ FACULDADE
DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE
FISIOTERAPIA
ANÁLISE DA FORÇA MUSCULAR DOS EXTENSORES E FLEXORES DO
JOELHO ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO ISOCINÉTICA DE FISICUL
TURISTAS E JOGADORES DE FUTEBOL PROFISSIONAL
CURITIBA
2002
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-
CARLOS EV ANDRO IANOSKI
ANÁLISE DA FORÇA MUSCULAR DOS EXTENSORES E FLEXORES DO
JOELHO ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO ISOCINÉTICA DE FISICULTURISTAS E
JOGADORES DE FUTEBOL PROFISSIONAL
Monografia apresentada como requisito
parcial para obtenção do grau de
Fisioterapeuta, Faculdade de Ciências
Biológicas e da Saúde da Universidade
Tuiuti do Paraná.
Orientador: ProfO. João Henrique Farinhuk,
Msc.
CURITIBA
2002
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AUTOR: CARLOS EVANDRO IANOSKI
TíTULO: ANÁLISE DA FORÇA MUSCULAR DOS EXTENSORES E FLEXORES
DO JOELHO ATRAVÉS DA AVALIAÇÃO ISOCINÉTICA DE FISICUL
TURISTAS E JOGADORES DE FUTEBOL PROFISSIONAL
TERMO DE APROVAÇÃO
Este Projeto de Pesquisa Monográfica foi avaliado
pela Banca Examinadora como requisito parcial
para obtenção de graduação do Curso de
Fisioterapia.
O examinado foi aprovado com a nota
BANCA EXAMINADORA
NOME
ASSINATURA
de 2002
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DEDICATÓRIA
Aos meus pais, que sempre estiveram ao meu lado, pelo amor, apoio,
compreensão, generosidade e estímulo, com quem aprendi a buscar os caminhos em
direção aos meus objetivos.
Aos amigos, por compartilharem comigo tanto os momentos difíceis como as
vitórias, e por contribuírem das mais diversas formas para minha formação pessoal.
Aos colegas de Curso, pelo companheirismo e ajuda mútua, que me fizeram
descobrir o valor da solidariedade.
ii
i
.. .......................................... -.--.-....-
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus, sem cuja força meus objetivos não teriam sido
atingidos.
Ao Prof. João Henrique Farinhuk, pelo apoio e orientação segura.
Ao Prof. Gustavo Buck, pela generosidade em compartilhar comigo seus
conhecimentos e pelas inúmeras vezes em que me prestou seu auxílio.
À Profl. Renata Rothenbühler, a quem muitas vezes recorri e que me foi
sempre solidária, buscando soluções e estimulando-me a não desistir.
A todos os professores do Curso de Fisioterapia da Universidade Tuiuti do
Paraná, profissionais competentes que entendem a promoção humana como objetivo
máximo de seu trabalho.
Aos atletas participantes do estudo, sem os quais este não seria possível de
ser realizado.
À Academia Art Forma, pelas inúmeras contribuições.
Ao fisiculturista Madson Ramos, pela colaboração e indicação dos atletas
que participaram do estudo.
À secretária do Curso de Fisioterapia da UTP, Francisca Durão, pela paciência
e pelo empenho em me auxiliar a transpor obstáculos em minha vida acadêmica.
À todos aqueles que, de uma forma ou de outra, colaboraram na realização
deste estudo.
Agradeço em especial à minha mãe, responsável direta pela realização de
mais esta etapa da minha vida.
iv
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-
-
SUMÁRIO
LISTA DE FIG U RAS............................................................................................ v i
LI S TA DE TABELAS .......................................................................................... vi i
LISTA DE GRÁFiCOS ........................................................................................ vi i i
RES U MO.............................................................................................................. ix
AB S TRA C T .........................................................................................................x
1
INTRODUÇÃO. ........................................................................................1
2
REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................3
2.1
SISTEMA MUSCULAR E FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO ......................3
2.2
CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS.......................................................7
2.3
TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES .........................................................7
2.4
CONTRAÇÕES MUSCULARES ..............................................................9
2.4.1
Velocidade de Contração .......................................................................11
2.5
FORÇA MUSCULAR..............................................................................12
2.5.1
Freqüência e Padrão de Disparo............................................................15
2.6
DESEQUILíBRIO ENTRE GRUPOS ANTAGONiSTAS .........................15
2.7
ANA TOMO FISIOLOGIA DA FLEXO EXTENSÃO ................................16
2.8
AVALIAÇÃO ISOCINÉTICA ...................................................................19
2.8.1
Exercício Isocinético...............................................................................20
2.9
APARELHO ISOCINÉTICO CYBEX NORM...........................................21
2.10
FISICUL TURiSMO ................................................................................22
2.11
EXERClclOS RESiSTIDOS ....................................................................23
2.12
HIPERTROFIA E HIPERPLASIA MUSCULAR.......................................25
2.13
NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO FISICUL TURISMO ..................26
2.14
SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL ......................................................27
2.15.1 Whey Protein ..........................................................................................30
2.15.2 BCM - Branched Chain Amino Acids......................................................31
3
MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................33
4
RESULTADOS .......................................................................................38
5
DISC USSÃO... ......................................................................................47
6
CONSI DERAÇÕES FINAIS...................................................................48
REFERÊNCIAS BI BLlOGRÁFICAS .....................................................................49
AN EXOS ...... ... ....................................................................................................53
ANEXO I - QUESTIONÁRIO .................................................................................54
ANEXO 11 - TERMO DE CONSENTIMENTO ........................................................55
v
-- ----
--
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - FIBRA MUSCULAR........................................................................ 5
FIGURA 2 - APARELHO ISOCINÉTICO CYBEX, MODELO NORM.........................34
FIGURA 3 - AQUECIMENTO EM BICICLETA ERGOMÉTRICA...............................35
FIGURA 4 - ALONGAMENTO -QUADRicEPS...........................................................35
FIGURA 5 - ALONGAMENTO - ISQUIOTIBIAIS ................................................................................... 36
FIGURA 6 - POSICIONAMENTO DO PACIENTE ......................................................36
vi
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - CATEGORIA FISICUL TURISTAS..........................................................38
TABELA 2 - CATEGORIA JOGADORES DE FUTEBOL PROFISSIONAL ................40
TABELA 3 - COMPARATIVO LADO DIREITO DIREITO X LADO ESQUERDO
FISICUL TURiSTAS ..............................................................................43
TABELA 4 - COMPARAÇÕES ENTRE OS GRUPOS ................................................44
vii
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 - VALORES DE REFERÊNCIA GRUPO 1 - OUADRicEPS/CONC/
600/S .................................................................................................................... 38
GRÁFICO 2 - VALORES DE REFERÊNCIA GRUPO 1 -ISOUIOTIBIAIS/CONC/
60° /S......................................... ... ............... ....................................................... 39
GRÁFICO 3 - VALORES DE REFERÊNCIA GRUPO 1
ISOU IOTIBIAIS/EXC/1200/S ............................................................................... 39
GRÁFICO 4 - VALORES DE REFERÊNCIA GRUPO 2 - OUADRicEPS/CONC/
600/S ................................................................................................................... .41
GRÁFICO 5 - VALORES DE REFERÊNCIA GRUPO 2
ISOUIOTIBIAIS/CONC/600/S............................................................................ ...42
GRÁFICO 6 - VALORES DE REFERÊNCIA GRUPO 2
ISOUIOTIBIAIS/EXC/1200/S ................................................................................ 42
GRÁFICO 7 - RELAÇÃO FORÇA ElO 60°/5 ENTRE OS GRUPOS............ .............. 44
GRÁFICO 8 - RELAÇÃO FORÇA COD 60°/5 ENTRE OS GRUPOS ........................ 45
GRÁFICO 9 - RESULTADOS EXPERIMENTAIS OUADRicEPS DIREITO
CONCÊNTRICO - COD................................................. ...................................... 45
GRÁFICO 10- POTÊNCIA RESULTADOS EXPERIMENTAIS iSOUIOTIBIAIS
DIREITO - EXCÊNTRICO - ElO ........................................................................... 46
viii
--
-
RESUMO
o estudo apresentado teve por objetivo a análise da força muscular de extensores e
flexores do joelho a partir da avaliação isocinética, do qual fizeram parte atletas
praticantes de fisiculturismo e jogadores de futebol profissional, onde se buscou
comparar os níveis de força apresentados pelos atletas de cada categoria. A avaliação
isocinética permite a constatação dos desequilíbrios existentes, sendo que na
presente pesquisa as alterações neste sentido não foram consideradas significantes
estatisticamente. A pesquisa permitiu ainda com que se ampliasse os conhecimentos
acerca da utilização da suplementação alimentar por atletas praticantes de
fisiculturismo, uma vez que o aspecto nutricional é muito pouco abordado pela
literatura. Além disso, do ponto de vista funcional o uso de suplementos hiperprotéicos
e anticatabólicos tem sido vistos como potencializador do volume e da força muscular.
O trabalho fisioterápico, neste sentido, deve ter por objetivo determinar os parâmetros
adequados de avaliação física, com vistas a prevenir lesões, propor correções de
patologias e promover o equilíbrio do sistema músculo-esquelético de atletas.
Palavras-chave: avaliação isocinética, força muscular, desequilíbrios musculares,
suplementação alimentar.
ix
ABSTRACT
The presented study it had for objective the analysis of the muscular force of extending
and flexing of the knee from the isocinetic evaluation, of which they had been part
practicing athletes of body-building and professional football players, where if it
searched to compare the levels of force presented by the athletes of each category.
The isocinetic evaluation allows the found resoltes of the existing unbalance, being that
in the present one it searches the alterations in this direction had not been considered
significant estatistic founds. The research still allowed with that if it extended the
knowledge concerning the use of the alimentary supplementation for practicing athletes
of body-building, a time that the nutritionall aspect is very little boarded for literature.
Moreover, of the functional point of view the use of hiperproteics and anticatabolics
supplements has been seen as potencialization of the volume and the muscular force.
The physiotherapic work, in this direction, must have for objective to determine the
adequate parameters of physical evaluation, with sights to prevent injuries, to consider
corrections of patologies and to promote the balance of the system athlete muscleesqueletic.
Word-key: isoketic evaluation, muscular force, muscular unbalance, alimentary
supplementation.
x
1 INTRODUÇÃO
o presente estudo tem como tema o "Isocinetismo e a Prática Desportiva",
envolvendo atletas de futebol e praticantes de fisiculturismo, buscando-se realizar
a comparação isocinética do desempenho muscular de cada categoria,
considerando-se os níveis de intensidade dos treinamentos por eles praticados. A
avaliação será realizada a partir do pico de força máxima de extensores e flexores
do joelho. Fizeram parte da amostra atletas jogadores de futebol profissional e
fisiculturistas, do sexo masculino, com idade entre 20 e 30 anos.
Sabe-se que o esporte competitivo é considerado uma atividade de alto
risco, pois para atingir um alto desempenho o atleta é submetido a esforços físicos
bem próximos de seu limite fisiológico e, muitas vezes passando a compor a faixa
de atividade potencialmente patológica. O estabelecimento de limites passa,
então, a determinar a necessidade de avaliações que visam
desenvolver os recursos que irão potencializar a performance do atleta e minimizar a
ocorrência de lesões. Vale ressaltar que a importância das avaliações reside,
sobretudo, em seu aspecto preventivo (BONDIOLLI, 2002).
O estudo constitui-se em uma pesquisa comparativa, realizada com o
objetivo de descrever, quantificar, comparar e diferenciar os dados obtidos pela
avaliação isocinética no que se refere aos parâmetros musculares de atletas
praticantes de fisiculturismo e jogadores de futebol, para o qual será utilizado um
dinamômetro isocinético, marca Cybex modelo Norm, instalado no Centro de
Reabilitação e Avaliação Isocinética da Universidade Tuiuti do Paraná, nas
dependências da Clínica de Fisioterapia. Os dados versarão sobre os níveis de
desempenho muscular dos atletas, levando-se em consideração os níveis de
intensidade de treinamento por eles praticados.
A aplicação da tecnologia isocinética em pesquisas deste tipo auxilia de
forma significativa na quantificação de força, torque, trabalho, potência e
resistência muscular, permitindo a identificação de diferenças dos parâmetros
musculares dos grupos estudados, uma vez que estes possuem uma fisiologia
muscular diferenciada. O aparelho isocinético detecta especificamente se há
desequilíbrio de forças entre os lados esquerdo e direito do corpo e entre os
.-
0- _ __ ------.----..--.--
2
movimentos de flexão e extensão do joelho realizados pelos atletas.
Ao mesmo tempo, como complementação do estudo, buscou-se também
identificar, entre os atletas, os possíveis efeitos da utilização de suplementação
nutricional no que diz respeito ao sistema muscular e ao desempenho esportivo.
O trabalho da fisioterapia, neste contexto, deve ser o de buscar determinar
os parâmetros de avaliação física adequados, baseado em princípios préestabelecidos de prevenção de lesões, correções de patologias ou apenas na
promoção de um melhor equilíbrio do sistema músculo-esquelético desses atletas
(BONDIOLl, 2002).
-----
2
REVISÃO DA LITERATURA
2.1 SISTEMA MUSCULAR E FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO
A capacidade de reagir em resposta a uma modificação do meio ambiente
constitui-se em uma das propriedades fundamentais do protoplasma animal nos
seres multicelulares. As chamadas células musculares especializaram-se para a
contração e o relaxamento. Estas células agrupam-se em feixes para formar
massas macroscópicas denominadas músculos, os quais acham-se fixados pelas
suas extremidades. Assim, músculos são estruturas que movem os segmentos do
corpo por encurtamento da distância que existe entre suas extremidades fixadas,
ou seja, por contração (DANGElO & FATTINI, 1995, p.43-45).
As fibras musculares podem reduzir seu comprimento, em relação ao
estado de repouso, em cerca de um terço ou metade. O trabalho realizado por um
músculo depende da potência do mesmo e sua amplitude de contração. A potência
ou força do músculo está diretamente relacionada com o número de fibras do
ventre muscular e a amplitude de contração depende de seu grau de
encurtamento. O trabalho do músculo se manifesta pelo deslocamento de um ou
mais ossos. Os músculos agem sobre os ossos como potências sobre braços de
alavancas (DANGElO & FATTINI, 1995).
Segundo Al VES (2002), a fim de que se possa compreender a fisiologia e
o mecanismo da contração muscular, deve-se saber previamente como é a
estrutura do músculo esquelético.
O corpo humano é constituído de mais de quatrocentos músculos
esqueléticos voluntários, que representam cerca de 40 a 50% do peso corporal
total. Realizam três funções principais (Powers & Howley, 2000, apud DEll'OSO,
2001):
produção de força para locomoção e respiração;
produção de força para sustentação corporal;
produção de calor durante a exposição ao frio.
A fibra muscular esquelética (Figura 1) possui numerosas miofibrilas, cada
uma delas composta por unidades denominadas sarcômeros. Além disso,
4
as fibras musculares individuais são formadas por centenas de filamentos
protéicos denominados miofibrilas, subdivididas em segmentos individuais - os
sarcõmeros -, que possuem dois tipos principais de proteína contrátil: a actina
(fibras finas) e a miosina (componente de filamentos espessos) (DELL'OSO, 2001,
p.15).
Os
músculos
esqueléticos
são
formados
por
fibras
musculares
organizadas em feixes, chamados de fascículos. Os miofilamentos compreendem
as miofibrilas, que, por sua vez, são agrupadas para formar as fibras musculares.
Cada fibra possui uma cobertura ou membrana, o sarcolema, e é composta por
uma substância semelhante à gelatina, o sarcoplasma. Centenas de miofibrilas
contráteis e outras estruturas importantes, como mitocõndrias e retículo
sarcoplasmático, estão inclusas no sarcoplasma. A
miofibrila contrátil é composta de unidades, e cada unidade é denominada um
sarcõmero. Cada miofibrila, contém vários miofilamentos., que constituem-se em fios
finos de duas moléculas de proteínas, actina (filamentos finos) e miosina (filamentos
grossos) (ALVES, 2002).
Sendo responsável pelos movimentos corporais, o tecido muscular
apresenta em sua estrutura uma grande quantidade de filamentos citoplasmáticos,
que, por sua vez, permitem a contração muscular. A célula muscular diferencia-se
por suas formas e funções, sendo que pode-se relacionar três tipos de tecido
muscular: o músculo liso, o estriado cardíaco e o estriado esquelético
(JUNOUEIRA & CARNEIRO, 1995).
° músculo esquelético é formado por três camadas de tecido conjuntivo,
sendo a mais externa, que envolve todo o músculo, denominada epimísio. A
segunda camada, o perimísio, envolve feixes individuais de fibras musculares,
denominados fascículos. Por fim, cada uma das fibras musculares do fascículo pe
revestida por tecido conjuntivo chamado endomísio (Powers & Howley, 2000 apud
DELL'OSO, 2001, p.13).
Segundo JUNOUEIRA & CARNEIRO (1995, p. 159-160), "O tecido
conjuntivo mantém as fibras musculares unidas, permitindo que a força de
contração gerada por cada fibra muscular atue no músculo inteiro".
5
FIGURA 1 - FIBRA MUSCULAR
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Fonte: ROCHA, B. Sistema muscular- estrutura dos músculos. Disponível em
http://www.corpohumano.hpg.ig.com.br/siscmuscular/estrutura.html
o filamento de actina é composto por três componentes protéicos: actina,
tropomiosina e troponina. A tropomiosina atua de forma a inibir a interação da
actina e da miosina e troponina, quando associada ao cálcio, desencadeando a
interação das miofibrilas e o deslizamento de uma sobre as outras (FOSS &
KETEYIAN, 2000). As subunidades que formam a troponina são: a TNT, que liga-se
à tropomiosina; TNI, que efetua a interação entre miosina e actina; e a TNC, com
ligação com os íons de cálcio, que promove modificações da troponina, fazendo
com que os locais de ligação dos componentes globulares da actina fiquem livres
para interagir com as cabeças das moléculas de miosina.
Durante o período de repouso, o ATP liga-se a ATPase das cabeças da
miosina para alcançar a molécula de A TP e liberar energia. A miosina precisa da
actina, que atua como co-fator. No repouso, a miosina não pode se juntar à actina,
devido a repressão do local de ligação pelo complexo troponina tropomiosina,
localizado na actina. Todavia, quando há disponibilidade de íons cálcio, estes
combinam-se com a TNC da troponina, ficando livres os locais de ligação da
actina, permitindo com isso a interação de actina com as cabeças da miosina,
resultando em nova condição que conduz a contração. Com a
---
- -
o ...................................................................................................................................................___o
..
6
combinação da troponina C, o complexo miosina com A TP é acionado, resultando
em energia (Smith et aI., 1997, apud REQUIÃO, 2001).
Os pontos médios dos filamentos de actina se fixam em uma membrana
intracelular, a membrana Z, que, por sua vez, está fixada à membrana celular da
fibra muscular. A parte da fibra muscular localizada entre duas membranas Z
sucessivas forma o sarcômero. Quando os filamentos de miosina deslizam entre si,
o comprimento do sarcômero encurta e por essa razão o sarcômero é a unidade
contrátil do músculo (GUYTON, 1988).
A atividade contrátil ocorre até que os íons de cálcio sejam removidos da
fibra muscular e o local de interação entre a miosina e a actina seja impedido de
ser ativado, desta forma permitindo que a troponina retome a seu estado normal
(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 1995).
° processo de excitação ocorre com a geração de um potencial de ação
em um motoneurônio, que conduz à liberação da acetilcolina; esta se liga aos
receptores da placa motora, produzindo um potencial nesta última, que acarreta
uma despolarização, conduzida por meio dos túbulos transversos ao interior da
fibra muscular. Esta despolarização resulta em uma liberação de cálcio do retículo
sarcoplasmático, iniciando assim o ciclo da contração (Powers & Howley, 2000,
apud DELL'OSO, 2001).
Sintetizando o processo, segundo AL VES (2002), as etapas da fisiologia
da contração muscular até sua execução podem ser assim resumidas:
a) Um potencial de ação circula ao longo de um nervo motor até suas
terminações nas fibras musculares;
b) Em cada terminação, o nervo secreta uma pequena quantidade de
substância neurotransmissora, a acetilcolina;
c) A acetilcolina atua sobre uma área localizada na membrana da fibra
muscular, abrindo vários canais acetilcolina-dependentes dentro de
moléculas protéicas na membrana da fibra muscular;
d) A abertura destes canais permite que uma grande quantidade de íons flua
para dentro da membrana da fibra muscular, o que desencadeia um potencial
de ação na fibra muscular;
e) Este potencial de ação trafega ao longo da membrana da fibra muscular da
mesma forma como o potencial de ação cursa pelas membranas neurais;
f) ° potencial de ação despolariza a membrana da fi bra muscular e também
7
passa para profundidade da fibra muscular, onde faz com que o retículo
sarcoplasmático libere para as miofibrilas grande quantidade de íons cálcio
armazenados no interior do retículo sarcoplasmático;
g) Os íons cálcio provocam grandes forças atrativas entre os filamentos de actina e
miosina, fazendo com que eles deslizem entre si, o que se constitui no
processo contrátil;
h) Após fração de segundo, os íons cálcio são bombeados de volta para o retículo
sarcoplasmático, onde ficam armazenados até que um novo potencial de ação
chegue; essa remoção dos íons cálcio da vizinhança das miofibrilas põe fim à
contração.
2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS
Por sua ação, os músculos podem ser classificados de flexores,
extensores, adutores, abdutores, rotadores medial, pronadores, supinadores,
flexores plantar, fexores dorsal e etc., conforme a sua utilização (ESTUDOS
DIRIGIDOS DE ANATOMIA, 2002).
Do ponto de vista funcional, os músculos estriados esqueléticos podem ser
classificados em agonistas, quando é o responsável pela ação, e antagonista, os
responsáveis por regular a força e rapidez com que os movimentos são realizados.
Os sinergistas, por sua vez, são os responsáveis pela estabilização destes
movimentos. E como auxiliares em muitos movimentos, utilizamos também os
fixadores ou posturais que atuam como sinergistas (op cit)o
2.3 TIPOS DE FIBRAS MUSCULARES
Os exercícios resistidos solicitam os dois tipos básicos de fibras
musculares que formam os músculos esqueléticos humanos: fibras brancas e
fibras vermelhas. As fibras vermelhas também são identificadas em outras
classificações como lentas, oxidativas ou do tipo I. As fibras brancas são
conhecidas também como rápidas, glicolíticas ou do tipo 11. Em alguns grupos
musculares predominam as fibras brancas, enquanto que outros apresentam
em anaeróbias, porém umas funcionam melhor em condições anaeróbias,
enquanto outras em condições aeróbias.
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enquanto outras em condições aeróbias.
Os dois tipos de fibra existem relativamente na mesma proporção no
corpo, e essa relação parece não ser afetada de maneira significativa pelo
treinamento de força e fisiculturismo.
O recrutamento das fibras musculares depende da carga. Nas atividades
de baixa e moderada intensidade, as fibras vermelhas são preferencialmente
recrutadas. Quando a carga aumenta, um número cada vez maior de fibras
brancas contrai-se. A distribuição do tipo de fibra pode variar, tanto no mesmo
músculo quanto de músculo para músculo (BOMPA, 2000, p.15-16).
2.4 CONTRAÇÕES MUSCULARES
Para AL VES (2002), a maior e mais freqüente fonte de força gerada
dentro do corpo humano é aquela produzida pela contração dos músculos. Outras
forças passivas adicionais ocorrem pela tensão das fáscias, ligamentos e
estruturas não contráteis dos músculos.
Normalmente, os músculos nunca se contraem isoladamente, porque isto
produziria um movimento não funcional estereotipado, como por exemplo, a
contração isolada do bíceps do braço, que produziria flexão no cotovelo,
supinação do antebraço e flexão do ombro. Em vez disso, diversos músculos, em
uma bem estruturada e refinada combinação de forças, contribuem para produção
da força desejada e o resultante movimento ou composição do
-
-
....
------.------
10
segmentos (AL VES, 2002).
Conforme cita Lippert (1996, apud DELL'OSO, 2001), existem três tipos de
contração muscular: isométrica, isotônica e isocinética. Na contração isométrica, o
comprimento muscular é constante, não existindo movimento articular; é uma
contração estática normalmente usada na manutenção de posturas (Smith et aI.,
1997, apud REQUIÃO, 2001). As contrações isométricas são muitas vezes
chamadas de contrações estáticas ou de sustentação.
A contração isotônica produz o mesmo grau de tensão durante o
encurtamento, ao superar uma resistência constante, porém isso não se aplica aos
músculos intactos, uma vez que a tensão exercida por um músculo ao encurtar-se é
influenciada por fatores como o comprimento inicial das fibras musculares, ângulo
de tração do músculo sobre o esqueleto ósseo e a velocidade de encurtamento
(DELL'OSO, 2002).
Este tipo de contração pode ser classificada em concêntrica e excêntrica.
Na contração concêntrica, o músculo se encurta e ocorre movimento articular
quando a tensão aumenta. As contrações concêntricas produzem aceleração de
segmentos dos corpos (McArdle et ai, 1998; Smith et ai, 1997, apud REQUIÃO,
2001). A ação muscular ocorre com aproximação dos pontos de origem e inserção,
com redução do seu comprimento. Caracteriza as atividades de aceleração ou
impulsão e seu trabalho mecânico externo é sempre positivo (Leite, 1990;
Monteiro, 1998, apud REQUIÃO, 2001).
Outras características da contração concêntrica, segundo CASTRO (2001)
são:
"Aumento da absorção de oxigênio (aumento com a intensidade do
exercício);
Gasta seis vezes mais energia do que a contração excêntrica; Recruta
cinco vezes mais unidades motoras do que a contração excêntrica.
A concentração excêntrica ocorre quando um músculo alonga-se durante a
contração, como por exemplo os quadríceps, quando o corpo está sendo abaixado
para sentar-se e os flexores do cotovelo, quando o corpo é abaixado até a mesa.
Nas contrações excêntricas a origem e inserção se afastam produzindo a
desaceleração
("mecanismo
de
freio")
e
fornecem
absorção
(amortecimento) quando aterrissando de um salto ou ao andar, ou seja,
de
choque
11
freia o movimento (AL VES, 2002).
A contração isocinética consiste na realização de um movimento a uma
velocidade constante. Este movimento difere de uma contração concêntrica ou
excêntrica (típicas das ações específicas da maioria dos gestos técnicos e
deslocamentos de grande parte das modalidades desportivas) com uma
resistência externa, onde os valores da velocidade angular e da resistência que,
consoante o ângulo do movimento, se alteram variando ao longo de toda a
amplitude do movimento.
E
um tipo de contração menos comum, uma vez que só
pode ser utilizada com o uso de equipamento especial (Smith et aI., 1997 apud
DELL'OSO, 2001).
2.4.1 Velocidade de Contração
Para SANTARÉM (2002), a velocidade de contração dos músculos
esqueléticos é uma característica com grande dependência genética. Maiores
velocidades de contração são esperadas em pessoas que apresentam
predominância de fibras brancas.
A velocidade de uma contração concêntrica é a maior de todas, quando se
considera as forças musculares concêntricas e isométricas utilizadas para o
levantamento de uma carga próxima de zero. Quando há um aumento da carga, a
velocidade da contração diminui, até que uma carga que não pode ser levantada é
atingida. Aí tem-se a velocidade de encurtamento zero, caracterizando uma
contração isométrica máxima ou de velocidade zero (Smith et ai, 1997 apud
REQUIÃO, 2001).
Com o aumento da velocidade de encurtamento do músculo, aumenta
também a ciclagem das pontes transversais, o que determina um menor número
de pontes transversais ligadas de uma só vez (Hamil & Knutzen, 1999 apud
REQUIÃO, 2001).
Segundo Smith et aI. (1997, p. 87, apud REQUIÃO, 2001):
A diminuição de força contrátil com o aumento na velocidade de encurtamento é
explicada com base no número de ligações que podem ser formadas por unidade de
tempo entre os filamentos de actina e miosina. A baixas velocidades, o número máximo
de pontes cruzadas podem ser formadas. Quanto mais rapidamente os filamentos de
--
12
actina e miosina desligam em relação ao outro, menor o número de ligações que são
formadas entre os filamentos, em uma unidade de tempo, e menor a quantidade de força
que é desenvolvida.
2.5 FORÇA MUSCULAR
Do ponto de vista físico, força refere-se ao produto de uma massa por sua
aceleração, sendo usada a medida newtons para mensuração da força peso.
Quando se utiliza deste conceito de força referindo-se ao movimento
esportivo, pode-se distinguir a força interna, produzida por músculos, ligamentos e
tendões, e força externa, que age externamente ao corpo humano como a
gravidade, atrito, resistência do ar, oposição exercida por um adversário ou por um
peso que se queira levantar (DELL'OSO, 2001).
De acordo com MARQUES (2002), do ponto de vista fisiológico, a maior
ou menor capacidade de produção de força estabelece uma relação direta com o
número de pontes cruzadas de miosina que interacionam com os filamentos de
actina, com o número de sarcômeros, com o comprimento e o tipo de fibras
musculares e com os fatores inibidores ou facilitadores da atividade muscular.
A força é diretamente proporcional à capacidade contrátil que, por sua vez,
depende da quantidade contrátil nas fibras musculares e da capacidade de
recrutamento (GHORAYEB & BARROS, 1999).
Para TEIXEIRA (2001), a força máxima designa a capacidade que um
músculo ou grupo muscular tem em realizar máximas contrações voluntárias,
sendo calculada, entre outras formas, a partir da quantidade máxima de peso
levantada em uma repetição única (1 repetição máxima -1 RM).
Segundo as condições desta contração máxima, distinguimos uma
capacidade máxima de força estática e uma de força dinâmica. A força dinâmica
ocorre quando há um encurtamento das fibras musculares, provocando uma
aproximação ou afastamento das partes musculares próximas, então ocorre
movimento. A força estática é aquela em que não ocorre mudança no
comprimento das fibras musculares, então não ocorrendo movimento (SANTOS,
2002).
Alguns fatores influenciam diretamente o controle da força muscular do
corpo humano, permitindo com que seja possível a realização de variados
--
_________ 0___
_____0_. O_u_.O _
______
movimentos (ENOKA, 2000).
SMITH et ai (1997, p.76) afirmam que:
Além dos fatores neurológicos, metodológicos e psicológicos que afetam a força
muscular, muitos outros fatores determinam a força muscular ou a contração voluntária
máxima. Esses fatores incluem a arquitetura das fibras musculares, a idade e o sexo do
sujeito, o tamanho dos músculos, o comprimento do músculo no momento da contração,
a alavancagem do músculo e a velocidade de contração.
Para ENOKA (2000), além destes fatores, deve-se considerar ainda as
propriedades mecânicas do músculo e os efeitos estruturais causados pelas
diferenças na arquitetura do músculo. A mecânica muscular se refere, segundo o
autor, ao estudo das variáveis mecânicas externas (comprimento, velocidade,
potência, força) dado o estado contrátil interno do músculo (freqüência de disparo,
disponibilidade de cálcio, etc.).
No que se refere à arquitetura das fibras, Smith at aI. (1997 apud
DELL'OSO, 2001) consideram que existe uma forte correlação entre a área de
secção transversa e a força máxima, ou seja, quanto maior a secção cruzada
fisiológica de um músculo maior será a tensão produzida. Neste contexto,
músculos maiores são, geralmente, mais fortes, uma vez que possuirão maior
quantidade de filamentos de actina e miosina e, consequentemente, maior número
de pontes cruzadas a serem ativadas na produção de força muscular na contração.
Na variável Idade e Sexo, os homens apresentam, normalmente, maior
força muscular. No entanto, a proporção de fibras de contração rápida e de
contração lenta é similar entre homens e mulheres. Quanto ao tamanho, sabe-se
que os músculos maiores normais são mais fortes do que os menores e que
podem aumentar ou diminuir de tamanho com exercícios ou inatividade (hipertrofia
e atrofia) (Smith et aI. , 1997 apud DELL'OSO, 2001).
Quando os músculos tornam-se alongados simultaneamente sobre duas
ou mais articulações, atingindo assim a insuficiência passiva e não permitindo
qualquer movimento adicional pelo agonista. Desta forma, mesmo que o agonista
cesse a contração o movimento pode estar limitado pelo "alongamento excessivo"
do antagonista (Smith et aI., 1997 apud DELL'OSO,2001).
ENOKA (2000, p.91) entende que:
- --------
14
A medida em que o comprimento do músculo muda e os filamentos grossos e finos
desligam-se entre si, o número de locais de ligação disponiveis nos filamentos finos para
os pontos transversais se altera. Isso leva à observação de que a tensão varia com a
quantidade de sobreposição entre os filamentos grossos e finos em um sarcômero.
A mudança no número de ligações potenciais de pontos transversais,
causada pela variação no comprimento muscular, resultará na variação da força
que o músculo é capaz de exercer. Portanto, segundo DELL'OSO (2001), a força
que o músculo pode exercer também pode variar de acordo com o comprimento do
músculo.
A distância perpendicular existente entre a linha de ação do músculo e o
centro articular determina o maior ou menor torque produzido pelo músculo nessa
articulação, um fator que, geralmente é denominado de "alavancagem dos
músculos". Desta forma, as proeminências ósseas desempenham um papel
significativo tanto no aumento do ângulo de inserção do tendão no osso quanto no
fornecimento de distâncias de braço de força para os músculos (REQUIÃO, 2001 ).
° chamado princípio de alavancagem, para Smith et a i (1997, apud
REQUIÃO, 2001), constitui-se em um fator importante nos casos de músculos cuja
distância do braço de força é alterada à medida em que o movimento ocorre, uma
vez que sua emissão de torque é variável em diferentes pontos na amplitude de
movimento.
Vale ressaltar que, mesmo que a tensão muscular seja mantida durante o
movimento articular, o componente rotatório e o torque irão variar conforme o
ângulo de inserção. A maior parte das posições iniciais neutras são posições
"fracas", pois a maior parte da força muscular é dirigida ao longo do comprimento
do osso. Assim, quando do início de um movimento de levantamento de peso a
partir da posição completamente estendida, menos peso pode ser levantado,
comparando-se com um levantamento iniciado com alguma flexão na articulação
(Hamill & Knutzen, 1999 apud REQUIÃO, 2001).
Existem ainda fatores neurológicos capazes de afetar a potência funcional
de um músculo, pois a aplicação correta da força em movimentos complexos
como saques no jogo de tênis ou arremesso de peso exige uma série de padrões
neuromusculares coordenados e depende não apenas da força dos grupos
musculares recrutados para execução destas atividades. Assim, os
-
15
mecanismos de controle neural são orientados e transmitidos em alta velocidade
aos órgãos efetores, ou músculos esqueléticos (ENOKA, 2000).
2.5.1 Freqüência e Padrão de Disparo
As combinações do número de unidades motoras ativas e a freqüência
com que estas disparam o potencial de ação determinam, em parte, a força
exercida pelo músculo. Quando o recrutamento de unidades motoras se completa
com 50% da força máxima, as variações na freqüência de disparo determinam os
aumentos subseqüentes; com 85% da força máxima, apenas os
15% finais ocorrem pelas variações de disparo (ENOKA, 2000).
Contudo, o padrão de atividade do potencial de ação também influencia a
força exercida por um músculo. Segundo ENOKA (2000), o que se denomina como
"padrão de disparo" diz respeito à relação no tempo entre um potencial de ação e
outros potenciais de ação gerados pela mesma ou por outras unidades motoras.
Alterações no recrutamento das unidades motoras e o padrão de disparo
explicam provavelmente grande parte do aprimoramento na força induzido pelo
treinamento de resistência, especialmente durante os primeiros estágios desse
treinamento (SERRA, 2002).
2.6 DESEQUILíBRIO ENTRE GRUPOS ANTAGONISTAS
Do ponto de vista muscular, o esporte treina um certo número de
adaptações de natureza metabólica e mecânica. Porém, muitas, vezes, o
desenvolvimento dessas capacidades musculares pode se efetuar de modo a
causar desequilíbrios entre os lados dominantes e contralateral, e entre grupos
agonistas e antagonistas, o que pode vir a favorecer o surgimento de traumatismos
(Bernard & Prou, 1999 apud REQUIÃO, 2001).
Os desequilíbrios musculares são freqüentes em esportistas, e conforme
Croisier et aI. (1998 apud REQUIÃO, 2001), a prática do esporte de alto nível
ocasiona a repetição de gestos estereotipados que, associados à especificidade
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16
dos treinamentos, podem determinar modificações freqüentes da força muscular.
Assim, ocorrem as adaptações dos músculos agonistas causadas pela atividade
condicionada, o que determina também o baixo desenvolvimento dos antagonistas,
que não são solicitados.
Desta forma, a análise do gesto esportivo aponta a prevalência de um ou
de um grupo muscular na assimetria existente entre o lado dominante e o lado
oposto.
2.7 ANA TOMOFISIOLOGIA DA FLEXO EXTENSÃO
O joelho constitui-se na articulação intermediária sinovial do tipo gínglimo
do membro inferior e possui um grau de flexo-extensão que lhe permite controlar a
distância do corpo em relação ao solo; ao mesmo tempo, possui também um grau
secundário, a rotação, que surge apenas quando o joelho está fletido. Trabalha
principalmente em compressão, sob ação da gravidade (KAPANDJI, 1990).
9
músculo quadríceps da coxa é constituído por quatro músculos
inervados todos pelo nervo femora!. São eles: vasto lateral, vasto intermédio, vasto
medial e reto da coxa (SMITH et ai, 1997 apud DELL'OSO, 2001). Este Ijltimo, o
único quadríceps biarticular, não contribui de forma significativa para a força de
extensão do joelho, só o fazendo quando a articulação do quadril esteja em
posição favorável e mantendo-se limitado como extensor do joelho quando o
quadril está fletido. No momento do chute, a atividade do reto femoral amplia-se à
medida em que a coxa é movida para trás em hiperextensão com a perna em
flexão (HAMILL & KNUTZEN, 1999).
O reto femoral é tanto um flexor do quadril quanto extensor do joelho. Atua
como extensor do joelho na amplitude de movimento, quando o quadril está
estendido, e a produção de torque máximo do quadríceps é aumentado com
extensão do quadril (DELL'OSO, 2001).
Conforme Smith et ai (1997 apud DELL'OSO, 2001), vários músculos
passam posteriormente ao eixo de flexão e extensão do joelho, contribuindo para
uma extensão variável de flexão do joelho. São eles: bíceps femoral,
semitendinoso, semimembranoso (isquiotibiais), gastrocnêmio, plantar, poplíteo,
-
-
17
grácil e sartório.
O bíceps femoral possui duas cabeças que se conectam lateralmente na
articulação do joelho, propiciando assim suporte lateral à articulação, e flexão e
rotação lateral da perna.
Quanto ao semitendinoso e semimembranoso, estes produzem a flexão
e a rotação medial da perna (Smith et ai, 1997 apud DELL'OSO, 2001).
Os ísquiotibiais constituem-se no grupo muscular que mais contribui para a
flexão da perna, sendo sua ação bastante complexa, uma vez que representam
músculos biarticulares que atuam na extensão do quadril. Além disso, agem
também como rotadores da articulação do joelho devido à suas inserções nos
lados da articulação. Atuam mais efetivamente como flexores do joelho quando há
flexão do quadril, que aumenta comprimento e tensão do grupo muscular; quando
retraídos, oferecem maior resistência à extensão das articulações do joelho pelo
quadríceps femoral, impondo uma maior carga sobre esse grupo (HAMILL &
KNUTZEN, 1999).
Os músculos biarticulares atuam, assim, em combinações de movimentos,
conforme descritas a seguir (Smith et ai, 1997 apud DELL'OSO, 2001 ):
Flexão do joelho combinada com flexão de quadril: que gera alongamento dos
posteriores da coxa sobre o quadril no momento em que a flexão do joelho é
realizada. Durante esta ação há a atuação sinérgica dos flexores do quadril e
dos posteriores da coxa, realizando um movimento funcionalmente útil. Em
outras combinações de movimentos, estes dois grupos musculares podem
atuar como antagonistas. A flexão de joelho sob ação dos ísquiotibiais favorece
a flexão do quadril pelo reto anterior, um movimento bastante utilizado no salto
com joelhos fletidos;
Extensão do joelho com flexão de quadril: este movimento é executado sem
esforço até certa amplitude; a dificuldade surge quando há uma incapacidade
de alongamento suficiente dos posteriores da coxa e diminuição da força do
músculo reto, que tem de encurtar-se sobre quadril e joelho simultaneamente.
Em movimentos passivos de flexão de quadril, iniciado com joelho estendido e
após com este flexionado, é esperado um efeito da interferência dos
posteriores da coxa na flexão do quadril. Em casos em que o levantamento da
perna reta é limitado por contraturas ou espasticidade, há diminuição do
-.----------------------------------------
18
comprimento do passo normal durante a marcha, que é executada geralmente
com os joelhos fletidos. Além disso, embora o joelho possa ser estendido
completamente em um lado, quando há extensão do quadril, a perna oposta
não alcança uma distância tão grande, à frente, quanto seria em condições
usuais. Para KAPANDJI (1990), a extensão do joelho com flexão de quadril, os
vastos seriam mais eficazes, uma vez que o reto anterior estaria encurtado
pela flexão do quadril (apud DELL'OSO, 2001);
Flexão de joelho com extensão de quadril: Em pacientes deitados em prono ou em
pé ereto, ao flexionar o joelho com extensão de quadril, há um
encurtamento dos músculos posteriores da coxa sobre ambas as articulações
simultaneamente, tornando difícil a completa flexão do joelho. Há, muitas
vezes, queixas de cãimbra na realização deste movimento. De forma geral, há
uma perda de força à medida em que a flexão do joelho prossegue enquanto o
quadril é extendido. Outro fator limitante da extensão completa dos posteriores
está relacionado com a incapacidade do reto femoral que está sendo estirado
sobre o quadril e joelho simultaneamente. Existindo espasticidade do reto da
coxa, acentua-se a interferência deste músculo, que pode resultar na
inclinação da pelve para a frente; em prono, as nádegas se tornam elevadas
de forma desajeitada (Smith et.al apud DELL'OSO, 2001). Afora estas
alterações, KAPANDJI (1990) cita que, nesta posição, os ísquiotibiais estariam
encurtados, determinando a menor intensidade de flexão do joelho;
Extensão do joelho com extensão do quadril: os posteriores da coxa atuam
como extensores do quadril, enquanto o quadríceps estende o joelho,
ocorrendo assim o alongamento da coxa sobre o joelho. Assim como no
movimento anteriormente descrito, uma parte importante da curva de
comprimento-tensão é utilizada. Na posição em pé, a partir de uma cadeira, o
quadríceps executa uma contração concêntrica para estender o quadril; na
posição sentada, a velocidade de flexão dos joelhos (quadríceps) e a flexão
dos quadris (posteriores da coxa) são controladas por contrações excêntricas
de ambos os grupos musculares (Smith et ai apud DELL'OSO, 2001). Ainda
nesta posição, há um aumento da distância entre a origem e a inserção,
condição que aumenta a eficiência do alongamento do reto anterior
(KAPANDJI, 1990).
-
---
-
19
2.8 AVALIAÇÃO ISOCINÉTICA
O conceito de exercício isocinético foi desenvolvido por Hislop & Perrine
no final dos anos 60, e constatou-se que representava uma revolução no
treinamento com exercícios e na reabilitação. Ao invés de utilizar-se dos exercícios
tradicionais, realizados com velocidades variáveis contra um peso ou uma
resistência constante, Perrine desenvolveu o conceito de isocinética, que envolve
uma velocidade fixa preestabelecida dinâmica com uma resistência que é
totalmente adaptável através de toda a amplitude de movimento. Isto significa que
o exercício isocinético é a única maneira de sobrecarregar um músculo de modo
dinâmico, até sua capacidade máxima, através de cada ponto em toda extensão
da amplitude de movimento. Portanto, a resistência varia até ser exatamente igual
a força aplicada pelo atleta em cada ponto. Isso é importante porque, à medida
que a articulação se movimenta a quantidade de torque que pode ser produzida
varia em virtude da relação entre comprimento musculotendinoso e tensão, e por
causa das mudanças na relação fisiológica entre comprimento e tensão que
ocorrem na unidade musculotendinosa na ação da alavanca esquelético
biomecânica (PETRONE, 2002).
Para REQUIÃO (2001), a avaliação isocinética é reconhecida atualmente
como a melhor forma de avaliar dinamicamente a força muscular. O isocinético é o
único aparelho que consegue determinar a velocidade do movimento angular e
avaliar em diferentes tipos de contração a força muscular em cada grau de
movimento. A confiabilidade dos dados permitem também o registro e o estudo de
outras variáveis do desempenho muscular como: o trabalho, a potência, a
velocidade, a resistência e a fadiga.
Os testes isocinéticos têm por finalidade obter registros e informações
objetivas, elaborar dados normativos, correlacionar as curvas de torque isocinético
com possíveis patologias, a fim de estabelecer um programa de reabilitação
específico às necessidades individuais de cada atleta (PERRONE, 2002).
Neste tipo de avaliação é possível quantificar uma série de capacidades
físicas como força, potência, resistência, etc. O grande diferencial deste tipo de
equipamento é que estas capacidades são mensuradas de modo dinâmico, o que
reproduz melhor a função da musculatura no esporte.
-
20
Os equipamentos isocinéticos permitem a avaliação das capacidades
físicas com grande precisão, tornando possível a comparação dos valores obtidos
com a média populacional de mesmo sexo, idade e atividade física praticada. Além
disso, é ainda possível comparar os valores com o objetivo de verificar a existência
de equilíbrio muscular entre o lado direito e o lado esquerdo e entre músculos
agonistas e antagonistas (GONÇALVES & FREGNANI, 2002).
Para VICELLI (2002), tendo em vista o alto índice de treinamentos a que
os atletas, particularmente jogadores profissionais de futebol, estão sujeitos, há
uma real preocupação dos profissionais da área de saúde relacionada à
performance e ao desequilíbrio muscular nos atletas. A musculatura isquiotibial
com freqüência apresenta lesões, principalmente nos esportes que exigem alta
velocidade de arrancada, como corredores de curtas distâncias e jogadores de
futebol, exigindo, portanto, medidas preventivas. Os ísquiotibiais são bastante
exigidos na contração excêntrica, que é, o mecanismo de lesão desse grupo
muscular. A avaliação isocinética, na ocorrência de lesões músculo-tendinosas,
permite assim identificar os desequilíbrios musculares existentes entre agonistas e
antagonistas.
Na prevenção de lesões e/ou recidivas, os dados fornecidos pelo teste
isocinético, associados aos demais dados da avaliação total, auxiliam a determinar
o tipo de exercício indicado, particularmente em período pósoperatório, como de
joelho (GONÇALVES & FREGNANI, 2002).
Os resultados do teste isocinético assinalam, portanto, a performance da
musculatura do indivíduo e se este apresenta-se apto, do ponto de vista muscular,
para a prática da atividade, condições essenciais para aqueles atletas que estão
em início da temporada de competições ou para aqueles que retomam às
atividades após algum tipo de lesão (GONÇALVES & FREGNANI, 2002).
2.8.1 Exercício Isocinético
O exercício isocinético é realizado em um dinamômetro isocinético que
permite o isolamento do membro, estabilização dos segmentos adjacentes e ajuste da
velocidade do movimento que varia de O a 6000 por segundo (Hamill & Knutzen, 1999
apud REQUIÃO,2001).
21
Sabe-se que a velocidade de encurtamento muscular não é constante,
mesmo que se possa manter a velocidade angular constante. Assim, o exercício
isocinético promove um tipo de ação muscular que acompanha um movimento
angular constante em uma articulação. No momento em que o membro atinge a
velocidade angular predeterminada, a resistência no mecanismo equipara-se
automaticamente à força exercida, a fim de manter essa velocidade constante,
permitindo a sobrecarga de um músculo em 100% de sua capacidade máxima
(Shinzato & Batistella apud DELL'OSO, 2001).
Andrews et aI. (2000, apud DELL'OSO, 2001, p.38) afirma que:
o exercício isocinético contém três componentes principais: aceleração, desaceleração e
a variação de carga. A aceleração é a porção da amplitude de movimento na qual o
membro do atleta está acelerando para "alcançar" a velocidade angular préestabelecida;
a desaceJeração é a porção da amplitude de movimento na qual o membro do atleta está
reduzindo a velocidade antes do encerramento dessa repetição; e a variação da carga é
a porção real da amplitude de movimento na qual a velocidade angular pré-estabelecida é
alcançada pelo atleta, que passa a receber uma carga
.isocinética verdadeira.
Por outro lado, a velocidade do aparelho utilizado influencia os resultados,
de forma que os testes devem ser realizados em diversas velocidades, ou em uma
velocidade similar àquela que será usada na atividade (Hamill & Knutzen, 1999
apud DELL'OSO, 2001).
2.9 APARELHO ISOCINÉTICO CYBEX NORM
Como já citado anteriormente, a dinamometria isocinética é uma
modalidade integrante do processo de reabilitação que possibilita a avaliação,
quantificação, comparação e reprodução dos resultados do desempenho muscular
otimizando a reabilitação e diminuindo a incidência de recidiva de lesões
(DINAMOMETRIA ISOCINÉTICA, 2002).
Bastante utilizado por clubes profissionais, hospitais e clínicas de
fisioterapia, o Cybex Norm 6000 opera através de um completo software clínico
que permite elaborar gráficos, laudos e relatórios das articulações lesadas com
uma baixa margem de erro (UNICID, 2002).
O aparelho é composto por uma cadeira reclinável, um microcomputador
22
com software windows e uma impressora (Figura 2). O Cybex oferece resultados
significativos nos casos em que é necessário medir a função muscular no pósoperatório do joelho, tornozelo, ombro, punho, quadril, ou seja, as principais
articulações do corpo e as mais afetadas em esportistas (UNICID, 2002).
Constitui-se em um instrumento eletromecânico com acomodação da
resistência que contém um mecanismo controlador da velocidade que acelera até
uma velocidade pré estabelecida ao ser aplicada qualquer força. Ao ser alcançada
a velocidade, o mecanismo de carga isocinética se acomoda automaticamente, de
modo a proporcionar uma força contrária às variações de força gerada pelo
músculo quando o movimento prossegue através da curva de força, permitindo que
o movimento seja realizado em altas velocidades ou baixas velocidades. Uma
célula de carga dentro do dinamômetro monitoriza
continuamente o nível imediato de força aplicada. Através do monitor é feito o
acompanhamento do registro de força média ou máxima gerada durante qualquer
período de tempo, proporcionando leituras instantâneas. As informações obtidas
asseguram a análise precisa dos resultados, sua visualização pelo monitor e a
edição em sua memória, propiciando assim uma melhor interpretação dos dados
(DELL'OSO, 2001).
2.10 FISICUL TURISMO
A história da musculação é muito antiga, existindo relatos históricos e
escavações em capelas funerárias do Egito com mais de 4.500 anos, cujas
paredes mostram imagens de homens levantando pesos como forma de exercícios
(GIANOLLA, 2002).
Segundo SANT ARÉM (2002), até meados do século XX a comunidade
científica tinha dúvidas sobre a relação da atividade física habitual com saúde e
longevidade. Nesta época, esta relação se contrapunha à hipótese de a
predisposição genética para melhores condições de saúde influenciava a melhor
disposição orgânica em geral, o que tornava algumas pessoas mais ativas do que
outras. Mais tarde, no entanto, estudos populacionais possibilitaram o fornecimento
de bases epidemiológicas e estatísticas para o conceito atual sobre o tema.
23
Já em 1890, segundo BITTENCOURT (2002), eram realizados estudos
relacionados à diferença entre os efeitos do volume e intensidade do trabalho
muscular. Em 1897 foi comprovada a relação entre hipertrofia dos músculos com o
treinamento, que foi atribuída ao aumento do sarcoplasma das células
musculares. Mais tarde, em 1928, iniciaram-se as experiências do uso de
eletroestimulação em animais, caracterizando os primeiros indícios do que viria a
ser o treinamento isométrico e constatando que o aumento de força e volume
musculares estaria relacionado com tensões progressivamente aumentadas, ou
seja, o princípio de sobrecarga.
No início dos anos 50, os estudos constataram o fato de que a velocidade
e o potencial de contração muscular são aumentados por meio do levantamento
de pesos. Em meados dos anos 60, é comprovado que o aumento ou a redução
do número de miofibrilas das fibras musculares estava
correlacionado com a prática ou não da musculação. Na mesma década, em
1967, é criada a primeira máquina isocinética destinada à reabilitação, denominada
Cybex (BITTENCOURT, 2002).
Contudo, a musculação como esporte competitivo, onde se exibia os
músculos, tem como registro oficial a primeira competição em 1901, em Londres
(GIANOLLA, 2002).
2.11 EXERCíCIOS RESISTIDOS
Os chamados exercícios resistidos são usualmente realizados com pesos,
justificando a expressão genérica "treinamento com pesos". Na verdade, não se
trata de uma modalidade esportiva, e sim de uma forma de preparação física
utilizada por atletas e também em terapêutica, reabilitação, estímulo à saúde,
estética e lazer (SANTARÉM, 2002).
Sabe-se que a velocidade de contração dos músculos esqueléticos
caracteriza-se por uma grande dependência genética. Maiores velocidades de
contração são esperadas em pessoas que apresentam predominância de fibras
brancas. O treinamento com exercícios resistidos não altera a velocidade da
contração muscular quando não existe resistência aos movimentos. No entanto,
um aumento da capacidade contrátiI dos músculos induzido por exercícios
-
24
resistidos pode aumentar significativamente a velocidade dos movimentos com
resistência oposta. Desta forma, o treinamento com pesos aumenta a
capacidade de aceleração, resultando em aprimoramento do desempenho em provas
de velocidade, que na verdade são provas de potência (SANTARÉM, 2002).
Na área desportiva, a utilização de exercícios com pesos propiciam, além
do aumento de volume muscular e o aprimoramento de importantes qualidades de
aptidão. Os efeitos do treinamento levam também à uma relação peso/potência
mais favorável, melhorando as condições para o desempenho físico (SANTARÉM,
2000).
No que se refere à ativação das fibras musculares, os exercícios com
pequenas cargas ativam poucas unidades motoras, utilizando-se apenas das fibras
vermelhas. Entretanto, cargas maiores do que as necessárias para ativação de
todas as fibras vermelhas passarão a solicitar as fibras brancas. Assim, cargas em
níveis de treinamento para hipertrofia muscular, entre 70 a 90% da carga máxima,
solicitam todas as fibras vermelhas e a maior parte das fibras brancas. As fibras
que permanecem em repouso são as fibras II-B, que são ativadas apenas em
condições de esforço máximo, para uma única repetição do movimento, ou em
movimentos repetidos, quando a maior parte das outras fibras já se encontram
fatigadas (SANTARÉM, 2002).
O treinamento com pesos para h ipertrofia , como aquele realizado na
musculação esportiva e em processos de reabilitação, estimula o aumento de
volume tanto das fibras brancas quanto das fibras vermelhas. Como as fibras
brancas de pessoas sedentárias são maiores do que as vermelhas, em atletas
treinados permanece um diferencial de volume em favor das fibras brancas (SANT
ARÉM, 2002).
Os treinamentos com pesos são os mais eficientes quando se pretende
estimular o aumento de volume muscular. O aumento de força, induzido pelos
treinamentos, é causado pela h ipertrofia , que aumenta o número de miofibrilas
nas fibras e pelo aprimoramento no recrutamento de unidades motoras. A
potência, uma associação de força e velocidade, é aumentada conforme o
aumento da força. Quanto à resistência, músculos treinados são mais resistentes
por apresentarem um aprimoramento nos sistemas enzimáticos de produção de
energia; sendo assim, os exercícios com pesos são eficientes quando se
25
pretende um aumento da resistência nos esforços intensos e interrompidos (SANT
ARÉM, 2002).
A musculação é um tipo de exercício resistido, com variáveis de carga,
amplitude, tempo de contração e velocidade controláveis, que leva ao aumento do
volume muscular através dos seguintes mecanismos (NAVES, 2002):
. Hipertrofia
. Hiperplasia
. Vascularização
. Hidratação
· Formação de tecido conjuntivo
2.12 HIPERTROFIA E HIPERPLASIA MUSCULAR
o volume dos músculos esqueléticos pode ser aumentado através de
exercícios, devido às sobrecargas tensional e metabólica. Quando há uma
resistência, a contração muscular determina um aumento de tensão nas estruturas
do músculo, que estimula o surgimento de h ipertrofia , hiperplasia e proliferação
conjuntiva (SANT ARÉM, 2002).
A h ipertrofia , o mecanismo mais importante que explica o aumento de
volume dos músculos, consiste em acúmulo de proteína contrátil nas fibras
musculares. Por sua vez, a hiperplasia constitui-se no aumento do número de
fibras musculares.
Segundo SANT ARÉM (2002), o efeito do treinamento é o de estimular a
hipertrofia, ou o aumento de volume das fibras musculares. Tem-se algumas
evidências de que o treinamento com pesos grandes e baixas repetições
estimulam mais as fibras brancas, sendo que repetições mais altas parecem
estimular a hipertrofia de ambos os tipos de fibras.
De modo geral, a hipertrofia muscular é resultado do aumento do número
dos filamentos de actina e de miosina, aumentando assim o volume da fibra
muscular. Este ocorre, normalmente, em resposta à contração muscular com força
máxima ou quase máxima. Um grau bem maior de hipertrofia pode ocorrer quando
o músculo é, ao mesmo tempo, estirado durante o processo contrátil
-
26
(SERRA, 2002).
SANT ARÉM (2002) assinala que o treinamento com pesos para hipertrofia
realiza dois tipos de sobrecargas: a tensional e a metabólica. A primeira refere-se ao
grau de tensão muscular que ocorre na contração, sendo proporcional à resistência
oposta ao movimento e estimula o aumento das miofibrilas; a metabólica estimula o
aumento da rede protéica estrutural, das mitocôndrias e acúmulo de glicogênio e
água no interior da célula; além disso constitui-se na solicitação acentuada dos
processos de produção de energia, efetuando ainda uma maior vascularização dos
tecidos.
2.13 NECESSIDADES NUTRICIONAIS NO FISICUL TURISMO
Para MEIRELLES (2002), a construção de um corpo musculoso depende
não apenas de treinamentos intensos, mas também de uma nutrição adequada.
Isto ocorre porque o treinamento gera um gasto significativo de nutrientes nos
músculos que devem ser repostos, ou uma degradação de substâncias, tanto
estruturais quanto energéticas, o catabolismo, que entende o exercício como uma
agressão à integridade do organismo, o que faz com que o organismo crie
adaptações fisiológicas para suportá-Ia. Passa então à fase de síntese de
substâncias, o anabolismo, em cuja primeira etapa há a recomposição das
substâncias perdidas durante os exercícios; a segunda etapa é denominada de
supercompensação, que caracteriza-se pela síntese de substâncias em níveis
maiores do que aqueles que existiam antes do período de exercícios.
Os nutrientes mais importantes que atuam como bases para a construção
muscular, em fisiculturistas, são as proteínas e aminoácidos. Embora hajam
algumas discussões científicas acerca da alta necessidade de proteínas pelos
praticantes, de acordo com MEIRELLES (2002), o treino intensivo do fisiculturista
o submete ao stress e um maior catabolismo protéico capaz de gerar um balanço
nitrogenado negativo. Entretanto, para se obter a massa muscular magra, é
necessário um balanço nitrogenado positivo, ou seja, retendo proteína e
aminoácidos nos músculos.
Sabe-se que os atletas têm maiores necessidades protéicas por várias
razões: necessidade de sintetizar uma maior quantidade de proteínas novas a
---
--
--------------- ---------------------------------------- .-
27
fim de compensar os gastos, possuem um metabolismo protéico mais acelerado
devido ao desgaste físico. Estas necessidades variam conforme a atividade
praticada exija maior ou menor trabalho muscular em treinos e competições. Os
praticantes de fisiculturismo, por exemplo, necessitam de algo em torno de 2,5g
proteínas/quilo diariamente. No entanto, o desconhecimento sobre as reais
necessidades de ingestão protéica tem feito com que muitos atletas passem a
utilizar suplementos protéicos com alta concentração, o que muitas vezes
ultrapassa suas necessidades (MATOS, 1997).
Do ponto de vista de alguns nutricionistas, nos casos em que a ingestão
calórica é inadequada, a ingestão de proteína pode ser oxidada como fonte
energética, não estando, portanto, disponível para aumento de massa muscular.
Neste contexto, sugerem que a prática de exercícios de força, consumo calórico
suficiente e ingesta de quantidades adequadas de proteínas favorece a hipertrofia
muscular; além disso, como praticantes ativos normalmente mantém uma dieta
hiperprotéica, não consideram como necessário o uso de suplementos protéicos
para atingir este objetivo (PASSOS, 2002).
Na verdade, a ingestão de pequenas e freqüentes refeições de proteínas
são a melhor maneira de manter o balanço nitrogenado positivo, o que faz com que
o organismo se mantenha proteicamente abastecido, diminuindo assim a
possibilidade de haver carência. No entanto, a ausência de recomendações
nutricionais específicas dirigidas a praticantes de atividades físicas pode se
constituir em um dos fatores que contribuem para o uso de suplementos esportivos
ou nutricionais entre atletas, aliado à motivação para melhoria de sua performance
em treinamentos ou competições (BACURAU, 2001).
2.14 SUPLEMENTAÇÁO NUTRICIONAL
A nutrição apropriada constitui-se no alicerce para o desempenho físico;
proporciona tanto o combustível para o trabalho biológico quanto as substâncias
químicas para gerar e utilizar a energia potencial contida nesse combustível.
Vários fatores fisiológicos, bioquímicos, psicológicos e nutricionais podem
limitar o desempenho na atividade física. Na busca pelo sucesso, atletas e seus
treinadores procuram identificar estes fatores e encontrar o caminho para
.. ---------------- --
28
minimizar seu impacto. Neste contexto, tem se tornado comum o uso de
estratégias nutricionais que variam em grau de eficiência. Alimentos e
componentes alimentares que podem melhorar a capacidade do indivíduo no
exercício têm sido descritos como Auxílio Ergogênico (NETTO, 2002).
° uso de manipulações dietéticas com o propósito de melhoria na
performance de atletas tem se ampliado, e o fator preponderante para isso parece
ser, segundo BACURAU (2001), o ambiente altamente competitivo em que vivem
os atletas, além de seu alto grau de motivação para vencer campeonatos e
competições.
Existe uma grande variedade de suplementos alimentares no mercado
com diversos fins, desde a reposição vitamínico
-
mineral, queima de gordura, até
no ganho de massa muscular. A avaliação dos suplementos alimentares requer
atenção para os seguintes fatores: validade das afirmações relacionadas a ciência
da nutrição e exercício, qualidade da evidência descrita e avaliação da segurança
e legalidade do suplemento (NETTO, 2002).
Segundo CA VIGLlA (2002), são considerados suplementos nutricionais
desde formulações à base de vitaminas e sais minerais até alimentos e bebidas
esportivas. Geralmente, os suplementos são utilizados pelos praticantes de
atividade física com objetivos específicos como melhorar o desempenho esportivo,
fornecer nutrientes ao organismo cujas necessidades estão aumentadas pelo
exercício, compensar hábitos alimentares inadequados, entre outros.
Assim, CA VIGLlA (2002) ressalta que, para atingir os objetivos, a
suplementação deve ser acompanhada por um profissional qualificado, uma vez
que o suplemento, por si só, não produz resultados, sendo necessário um programa
nutricional e de treinamento adequado.
Para BACURAU (2001), os suplementos esportivos, no Brasil, envolvem
produtos de diversas categorias, como repositores eletrolíticos, alimentos protéicos,
alimentos compensadores, etc.
Neste estudo, pretende-se enfocar basicamente os suplementos
hiperprotéicos e aqueles à base de aminoácidos, que serão analisados a seguir.
-
- - - -
29
2.15 SUPLEMENTOS HIPERPPROTÉICOS E A BASE DE AMINOAclDOS
Os exercícios de força objetivam o crescimento muscular, e este implica,
obrigatoriamente, em um acúmulo de proteínas na musculatura (contráteis e estruturais).
Segundo BACURAU (2001, p.69):
Esse acúmulo pode ocorrer por dois processos independentes: a) pode-se, por exemplo,
aumentar o processo de sintese protéica ou b) promover o aumento do conteúdo de
proteinas nas fibras musculares pela diminuição do processo de degradação das
proteinas. [...] O aumento da sintese (anabolismo) parece ser a forma adotada por fibras
do tipo lia, enquanto a redução da degradação (catabolismo) é a mais adotada por fibras
do tipo I.
Vários estudos têm comprovado que atletas atingem maiores rendimentos
em treinos e competições quando, além de uma alimentação correta,
complementam a dieta alimentar com suplementos nutricionais, cuja base podem
ser proteínas e aminoácidos, carboidratos, vitaminas, minerais, extraídos das
melhores e mais ricas fontes naturais como leite, clara de ovo, frutas, entre outros
(MANTOVANI, 2002).
As proteínas constituem-se em um elemento vital para o sucesso de um
processo de hipertrofia muscular com os exercícios de sobrecargas. Como afirma
BACURAU (2001), mesmo com a falta de comprovação científica de que o
exercício com sobrecargas promove quebra (no sentido de lesão) de proteínas
musculares, ainda assim não está determinado como esse tipo de atividade
influencia a necessidade protéica diária.
Por outro lado, o aumento da necessidade de proteínas na dieta de atletas
praticantes de endurance está associado ao aumento da "queima" (oxidação) de
aminoácidos na realização dos exercícios e na adaptação necessária aos
treinamentos (BACURAU, 2001).
Para MANTOVANI (2002), as proteínas e os aminoácidos (produtos do
metabolismo das proteínas) constituem-se na base de formação de músculos e
tecidos. As proteínas são essenciais para a contração muscular e exercem
importante papel na regulação ácido-básica dos líquidos corporais, sendo o seu
consumo de extrema importância.
Estudos recentes indicam que a proteína vem sendo enfatizada como um
nutriente importante na geração de energia para a contração muscular. Os
- - --
- - - - -
30
suplementos hiperprotéicos são indicados para hipertrofia e recuperação das
estruturas musculares. Normalmente são encontrados em forma líquida, em pós ou
em forma de comprimidos, sendo que estes últimos, em geral, contém hidrolizados
de proteínas (di e tripeptídios) ou aminoácidos isolados. Estas substâncias são
utilizadas com o objetivo de facilitar a recuperação após treinamentos intensivos,
fornecer energia nos exercícios de longa duração e aumentar a massa muscular
(CA VIGLlA, 2002).
Os aminoácidos são, estruturalmente, as menores frações de moléculas
que compõem as proteínas, sendo que no organismo humano existem 22 tipos
destes, dentre os quais oito são denominados aminoácidos essenciais. A partir da
variação da seqüência e predominância destes aminoácidos o organismo pode
produzir diferentes proteínas (PROTEíNAS..., 2002).
Todos os vinte e dois tipos de aminoácidos são necessários ao organismo
para a síntese das proteínas, e individualmente eles têm papel importante nos
modernos Programas Nutricionais. O organismo humano não absorve proteínas,
uma vez que estas, quando ingeridas, sofrem ação de enzimas que transformam
as proteínas em aminoácidos (ABI RAMIA, 2002).
Os aminoácidos são formadores essenciais de certos hormônios e
necessários para ativação de vitaminas específicas que desempenham um papel
essencial na regulação metabólica e fisiológica, contribuindo assim, no
metabolismo energético corporal (MANTOVANI, 2002).
2.15.1 Whey Protein
Dentre os recursos considerados ergogênicos, esta é uma das substâncias
mais consumidas no meio esportivo, particularmente por fisiculturistas. Constitui-se
em um alimento hiperprotéico composto pela proteína isolada do soro do leite
(BARROS, 2002).
O leite contém vários tipos de proteínas, como a caseína, as proteínas das
membranas dos glóbulos de gorduras, a Whey Protein (também chamada de
Lactoalbumina) e outras (GUIMARÃES et ai., 1998).
Com o surgimento de novas tecnologias, o processamento do soro, que
sobra depois da retirada da caseína, pode ser realizado através de várias
-.-------- ----
31
técnicas que determinarão a qualidade nutricional do suplemento protéico.
Dependendo do processo utilizado, a Whey Protein pode ter maior ou menor teor
de lactose (açucar do leite), gordura e proteína, que pode chegar a 92% no caso
do isolado de proteína do soro. A mais pura Whey Protein atualmente disponível
no mercado é aquela obtida pelo processo de separação eletrostática (ionexchange). Além disso, apresenta a vantagem de ser mais rapidamente absorvida
pelos intestinos, maior retenção de nitrogênio e de aminoácidos de cadeia
ramificada (BCCA's), além de possuir grande quantidade de glutamina e fator
estimulante do sistema imunológico (PROTEíNAS..., 2000).
Além dessas vantagens, para GUIMARÃES (1998), a Whey Protein
mostra melhor desempenho com relação a outras no que diz respeito a:
livre de lactose (muitas pessoas não digerem bem a lactose);
rica em glutamina (aminoácido não essencial que promove efeito de
aumento do volume celular);
possui fator estimulante do sistema imunológico.
BARROS (2002), porém, alerta para o fato de que, para muitas pessoas, a
Whey Protein tem se tornado a principal fonte de proteínas, fazendo com que a
alimentação sólida se torne "acessória", o que não deve ocorrer, pois este tipo de
suplemento, como seu próprio nome diz, é indicado para "suplementar" a dieta
normal e saudável e não constituir-se na fonte principal.
2.15.2 BCAA - Branched Chain Amino Acids
Trata-se de um complexo de três aminoácidos, tijolos que formam as
proteínas, matéria-prima dos músculos. São eles: leucina, isoleucina e
valina.
Segundo ABI RAMIA (2002):
. Leucina: constitui-se em uma das principais fontes de energia durante
exercícios prolongados. Aumenta a síntese e armazenamento de
proteínas, fazendo parte dos AA de cadeia contínua, que são
metabolizados apenas no tecido muscular, tornando-se assim um
importante componente de qualquer programa de esportes (exercícios
físicos);
. Isoleucina: um regulador do açúcar no sangue, quando utilizado
- - - - - -
- - -
- -
32
juntamente com a Leucina e a Valina auxilia no metabolismo dos
músculos;
. Valina: principal componente da família de cadeia contínua que permite o
armazenamento das moléculas que produzem energia. É mais eficaz
quando usado em conjunto com dois outros AA de cadeia contínua, a
Leucina e a Isoleucina.
Os BCAA são responsáveis pela formação de 35% do tecido muscular, e
são indicados para atletas por terem significativo valor na síntese das proteínas e
por minimizar a quebra das mesmas, ajudando no ganho de massa muscular com
qualidade e definição, uma vez que, durante exercícios prolongados a queda da
concentração dos BCAA no plasma está relacionada com perda de massa
muscular (ABI RAMIA, 2002).
Na realização de exercícios intensivos, como levantamento de pesos, o
esforço sobre um músculo resulta em fragmentação (catabolismo). Os BCAAs
agiriam
na
prevenção,
atuando
também
(MEIRELLES, 2002).
--
na
reversão
desse
processo
3
MATERIAIS E MÉTODOS
o estudo foi realizado na Clínica de Fisioterapia da Universidade Tuiuti do
Paraná, campus Champagnat, caracterizando-se como Pesquisa Experimental,
tendo sido usado o método observacional analítico ecológico. Os testes feitos com
jogadores de futebol foram realizados entre janeiro e fevereiro de 2001, e dos
fisiculturistas no período compreendido entre agosto e setembro de 2002.
Teve por objetivo avaliar as variáveis de força, potência, trabalho e
resistência muscular dos movimentos de flexão e extensão do joelho de uma
amostra intencional composta por 10 atletas do sexo masculino, sendo 5 atletas
jogadores de futebol profissional e 5 praticantes de fisiculturismo. A média de
idade destes últimos foi de 28,5 anos e a dos jogadores de futebol 25,8 anos de
idade; a média de peso, entre os praticantes de fisiculturismo, foi de 87,8Kg, e dos
jogadores de futebol foi de 79,8Kg. A média referente à variável altura, entre os
jogadores de futebol, foi de 1,80m, e entre os fisiculturistas de 1,73m.
Para realização da avaliação, utilizou-se um dinamômetro isocinético
marca Cybex, modelo Norm, que caracteriza-se como um mecanismo controlador
da velocidade que acelera até uma velocidade pré estabelecida ao ser aplicada
qualquer força. Ao ser alcançada a velocidade, o mecanismo de carga isocinética
se acomoda automaticamente de modo a proporcionar uma força contrária às
variações de força gerada pelo músculo quando o movimento prossegue através
da curva de força, permitindo que o movimento seja realizado em altas
velocidades ou baixas velocidades. Uma célula de carga dentro do dinamômetro
monitoriza continuamente o nível imediato de força aplicada. No monitor é
possível acompanhar o registro de força média ou máxima gerada durante
qualquer período de tempo, proporcionando leituras instantâneas. As informações
fornecidas pelo equipamento propiciam a análise dos resultados, sua visualização
pelo monitor e a edição em sua memória.
--
--
34
FIGURA 2 - AP.ARELHO ISOCINÉTICO CYBEX, MODELO NORM
O teste iniciou-se pela aplicação de um questionário aos participantes com
questões que envolveram dados como: nome, idade, data de nascimento, peso,
altura, e uso ou não de suplementação alimentar, cujo modelo pode ser visto em
Anexo I. Os atletas participantes do estudo foram informados do objetivo dos
testes e prestou-se esclarecimentos acerca de como estes seriam realizados
(Anexo 11).
Antes de se iniciar o teste propriamente dito, os atletas realizaram a etapa
de aquecimento em bicicleta ergométrica durante 10 minutos, sem resistência
alguma, após o que realizou-se uma sessão de alongamentos prévios dos
extensores e flexores do joelho com duração de 30 segundos cada.
--
-
35
FIGURA 3 - AQUECIMENTO EM BICICLETA ERGOMÉTRICA
.
.
~
FIGURA 4 - ALONGAMENTO -QUADRíCEPS
---
--- -
36
FIGURA 5 - ALONGAMENTO - ISQUIOTIBIAIS
...~;;;
..
Para execução do teste isocinético para articulação do joelho, o paciente
foi posicionado sentado, quando então foram feitas fixações com o uso de cinto de
segurança nas regiões torácica e abdominal. A estabilização do membro a ser
testado foi realizada por correias de estabilização (velcro), posicionadas ao nível
do terço distal da coxa e do braço móvel do dinamômetro ao nível do terço distal
da perna.
FIGURA 6 - POSICIONAMENTO DO PACIENTE
-
37
A inclinação da cadeira em relação ao tronco do paciente foi de 85°, uma
angulação apropriada para testar flexores e extensores do joelho. A cadeira
permanece fixa em um monotrilho, numa escala de 38° e com 40° na escala de
rotação da cadeira. A perna do paciente foi mantida apoiada atrás dos
estabilizadores do membro contralateral. Posicionou-se o paciente de forma que o
eixo do côndilo femoral do membro a ser testado correspondesse ao eixo de
rotação do aparelho.
Todos os atletas foram mensurados na mesma amplitude de movimento.
O registro da ADM é sinalizado por letras localizadas no dinamômetro e são
colocados freios de segurança nas respectivas marcas, após o que é realizado o
ajuste da gravidade para minimizar os efeitos da mesma.
Os movimentos a que os atletas realizaram foram os de flexão e extensão
bilateral do joelho, iniciando-se pelo membro direito e passando-se, em
seguida, ao membro esquerdo. O parâmetro utilizado foi o Peak Tork (Nm) e o
protocolo de avaliação considerou a velocidade angular constante de 600/s no
modo concêntrico e excêntrico e 1200/s excêntrico. Foram realizadas cinco
repetições nesta velocidade, a fim de que o atleta pudesse se adaptar ao
exercício, e após o teste, que também constou de uma série de cinco repetições,
sendo que entre as duas fases obedeceu-se a um tempo de repouso de trinta
segundos. Finalizando, os atletas realizaram alongamentos para quadríceps e
ísquiotibiais para ambos os membros.
--
-
-
-
4 RESULTADOS
A comparação entre os dois grupos analisados, fisiculturistas (Grupo 1) e
jogadores de futebol profissional (Grupo 2), apresentaram os seguintes resultados:
TABELA 1 - CATEGORIA FISICUL TURISTAS
GRUPO
-
1
ESTATíSTICAS
GERAIS
DESCRITIVAS
Desvio- ErroVARIÁVEIS Média Ll95% LS95% Mediana Minimo Máximo Amplitude
Padrã
padrão
o
Idade
28,2 21,43 34,97
27
22
36
14
5,45
2,44
Peso
87,8
72,04
Altura
1,73
1,60
MÚSCULO: QUADRICEPS
103,56
84
73
102
29
12,70
5,68
1,87
1,75
1,61
1,89
0,28
0,11
0,05
- CONCENTRICO 60 GRAUS
CQD
315
240
390
308
240
395
155
60,56
27,08
CQE
295
218
372
291
205
369
164
62,04
27,75
MÚSCULO: ISQUIOSTIBIAIS
- CONCENTRICO 60 GRAUS
CID
165
134
195
170
128
190
62
24,75
11,07
CIE
159
125
194
168
126
196
70
27,75
12,41
MÚSCULO: ISQUIOSTIBIAIS
- EXCENTRICO 120 GRAUS
EID
237
206
269
235
212
264
52
25,54
11 ,42
ElE
191
136
246
182
148
265
117
44,54
19,92
BOX-PLOT - CONCENTRICO 60 o
OUADRlcEPS
GRÁFICO 1 - VALORES DE REFERÊNCIA
GRUPO 1
400
60Q/S
- QUADRíCEPS/CONC/
380
360
340
320
.
I
300
I
I
I
.
.
280
260
240
(
.
I
I ::r: .Sld.
Dev.
.
220 r
COD
- ---
COE
D .sld. Err.
-
. Me.n
-
39
De aco~do com os dados apresentados no Gráfico 1, que representam os
valores de referência do grupo de fisiculturistas no movimento concêntrico da
musculatura de quadríceps, observou-se que a média concêntrica do quadríceps
direito (COD) foi de 315Nm, enquanto a média concêntrica do quadríceps esquerdo
(COE) foi de 295Nm, porém este valor não foi estatisticamente comparado (p
=
0,20).
GRÁFICO
2
VALORES
ISOUIOTIBIAIS/CONC/
602/S
DE
REFERÊNCIA
GRUPO
1
-
-
BOX-PLOT CONCENTRICO 60 o
ISQUIOSTIBIAIS
195
185
175
165
.
I
L
I
.
I
.
I
155
145
.
135 r
, :r: :tSld. Dev.
125 I
I
CIO
O :tSld. Err.
. Mean
CIE
Os dados representados no Gráfico 2 apresentam os valores de referência do
grupo de fisiculturistas no movimento concêntrico 602 da musculatura dos
isquiotibiais, onde se pode observar que a média concêntrica do isquiostibial direito
(CID) foi de 164,60Nm, enquanto a média concêntrica de isquiotibial esquerdo
(CIE) foi de 159,40Nm. No entanto, este valor não foi estatisticamente
comparado (p = 0,20).
-
--
---
-
dO
VALORES
DE
REFERÊNCIA
ISQUIOTIBIAIS/EXC/120Q/S
GRÁFICO 3
GRUPO
1
BOX-PLOT - EXCENTRICO 120 o
ISQUISTIBIAIS
280
260
240
220
200
.
180
160
:c :!:Sld. Dev.
140
D :!:Sld.Err.
120
. M ean
ElE
EID
Conforme os dados apresentados no Gráfico 3, que representam os
valores de referência do grupo de fisiculturistas no movimento excêntrico da
musculatura de isquiotibiais, observou-se que a média excêntrica de isquiotibial
direito (EID) foi de 237,40Nm, enquanto a média excêntrica de isquiotibial
esquerdo (ElE) foi de 191,OONm, porém este valor não foi comparado
estatisticamente.
TABELA 2 - CATEGORIA JOGADORES DE FUTEBOL PROFISSIONAL
GRUPO 2
- ESTATíSTICAS GERAIS DESCRITIVAS
VARIÁVEIS Média L195% LS95% Mediana Minimo Máximo
Amplitude
Desvio-
Erro-
padrão
Padrão
Idade
25,8
23,11
28,49
26
23
29
6
2,17
0,97
Peso
79,8
76,14
83,46
78
77
83
6
2,95
1,32
Altura
1,80
1,72
1,89
1,80
1,87
0,17
0,07
0,03
16,68
MÚSCULO: aUADRICEPS
1,70
- CONCENTRICO 60 GRAUS
caD
243 197
290
248
195
296
101
37,29
CaE
239 195
283
244
201
292
91
35,80
16,01
MÚSCULO: ISaUIOSTIBIAIS -.CONCENTRICO 60 GRAUS
CID
146
106
186
160
94
175
81
32,06
CIE
142
104
180
147
91
167
76
30,56
14,34
13,67
41
(continuação Tabela 2)
MÚSCULO: ISQUIOS:rIBIAIS
- EXCENTRICO 120 GRAUS
EID
169
123
215
160
128
210
82
37,40
16,73
ElE
156
115
198
156
125
208
83
33,13
14,81
GRÁFICO 4 - VALORES DE REFERÊNCIA GRUPO 2 - OUADRíCEPS/CONC/
60Q/S
BOX-PLOT - CONCENTRICO 60 o
OUADR[CEPS
290
270
250
I
I
.
I
I I
I
.
230
210
I
.
I
I
:r: :l:Sld. Dev.
190 .
.
COD
COE
D :l:Sld. Err.
. Mean
De acordo com os dados apresentados no Gráfico 4, que representam os
valores de referência do grupo de jogadores de futebol no movimento concêntrico
de quadríceps, observou-se que a média concêntrica do quadríceps direito (COD)
foi de 243,40Nm, enquanto a média concêntrica de quadríceps esquerdo (COE) foi
de 239,00Nm, porém este valor não foi estatisticamente comparado (p = 0,20).
- -
--
42
GRÁFICO
-
5
V ALaRES
.
DE
REFERÊNCIA
GRUPO
2
ISQUIOTIBIAIS/CONC/60Q/S
BOX.PLOT . CONCENTRICO 60 o
ISQUIOSTlBIAIS
190
180
170
160
150
.
.
140
I
.
.
I
13
0
12
0
110
I
I
--L-
J
::r: :tStd. Dev.
100 r
, D :tStd.Err.
Segundo os dados.CIOapresentadosCIEno Gráfico 5, que
representam os
. Mean
valores de referência do grupo de jogadores de futebol no movimento concêntrico
da musculatura de isquiotibiais, observou-se que a média concêntrica de
isquiotibiais direito (CID) foi de 145,80Nm, enquanto a média concêntrica de
isquiotibiais esquerdo foi de 142,00Nm, porém este valor não foi estatisticamente
comparado (p = 0,20).
GRÁFICO
6
-
V ALaRES
DE
REFERÊNCIA
GRUPO
2
ISQUIOTIBIAIS/EXC/120Q/S
BOX.PLOT . EXCENTRICO 120 o
ISQUISTIBIAIS
230
210
190
170 t
I
.
I
I
I
.
150
130
::r: :tStd. Dev.
110 I
I
EID
--
ElE
D :tStd.Err.
. M Qan
-
43
De acordo com os dados apresentados no Gráfico 6, que representam os
valores de referência do grupo de jogadores de futebol no movimento excêntrico
da musculatura de isquiotibiais, observou-se que a média concêntrica do
isquiotibial direito (EID) foi de 169,00Nm, enquanto a média excêntrica de
isquiotibial esquerdo (ElE) foi de 156,40Nm, porém este valor não foi
estatisticamente comparado (p = 0,20).
TABELA 3 - COMPARATIVO LADO DIREITO X LADO ESQUERDO
FISICUL TURISTAS
- LADO DIREITO X LADO ESQUERDO
GRUPO 1: TESTE
I
T-test for Dependent Samples (carlos2002.sta)
Marked differences are significant at p < ,05000
Std.Dv.
Testes
Mean
Std.Dv.
CQD
315,00
60,56
CQE
294,80
62,04
CID
164,60
24,75
CIE
159,40
27,75
ElO
237,40
25,54
ElE
191,00
44,54
N
Diff.
Diff.
t
df
P
5
20,2
30,095
1,5009
4
0,2078
5
5,2
8,7006
1,3364
4
0,2524
5
46,4
59,113
1,7552
4
0,1541
GRUPO 2: TESTE
- LADO DIREITO X LADO ESQUERDO
I
T-test for Dependent Samples (carlos2002.sta)
Marked differences are significant at p < ,05000
Std.Dv.
Testes
Mean
Std.Dv.
N
Diff.
Diff.
t
df
P
CQD
243,40
37,29
CQE
239,00
35,80
5
4,4
40,004
0,2459
4
0,8178
CID
145,80
32,06
CIE
142,00
30,56
5
6,8337
1,2434
4
0,2816
EID
ElE
169,00
156,40
37,40
33,13
5
19,781
1,4243
4
0,2275
3,8
12,6
--
--..
44
o estud.o comparativo entre lado esquerdo e direito entre os dois grupos,
não observou-se diferenças estatísticas significativas, embora deva-se ressaltar
que, comparando-se os valores encontrados, o Grupo 1 (fisiculturistas) apresentou
relativo desequilíbrio muscular do EID entre ElE. No grupo 2 üogadores de
futebol), pode-se considerar essa diferença irrelevante. Se forem considerados os
dois grupos entre si, os músculos apresentam diferença quanto à dominância,
porém não significativa do ponto de vista estatístico.
TABELA 4 - COMPARAÇÕES ENTRE OS GRUPOS
COMPARAÇÕES ENTRE GRUPOS
TESTES
GRUPO 1
GRUPO 2
t-value
df
p
CQD
315,00
243,40
2,25
8
0,0545
CQE
294,80
239,00
1,74
8
0,1197
CID
164,60
145,80
1,04
8
0,3297
CIE
159,40
142,00
0,94
8
0,3735
EID
237,40
169,00
3,38
8
0,0097
ElE
191,00
156,40
1,39
8
0,2009
GRÁFICO 7 - RELAÇÃO FORÇA caD 60Q/s ENTRE OS GRUPOS
BOX PLOT - CONCENTRICOS 60 GRAUS
FORÇA (N.m) - aUADRICEPS - DIREITO - caD
420
I
380
.
340
g
300
I
260
220
::I: %Sld. Dev.
18
0
o %Sld. Err.
GRUPO 1
GRUPO 2
--
. Mean
--
45
GRÁFICO 8 - ~ELAÇÃO FORÇA COD 602/s ENTRE OS GRUPOS
BOX PLOT - EXCENTRICOS 60 GRAUS FORÇA (N.m) ISQUIOSTIBIAIS - DIREITO - EID
280
g
260
240
220
200
I
180
.
160
140
I
12
0
:r: ",Std. Dev. O
",Std. Err.
GRUPO 2
GRUPO 1
. Mean
No que se refere ao pico de força, a diferença encontrada entre os 2 grupos, no trabalho
COD 602/s e EID 1202/s, não foi significativa, constatando-se que a existência de desequilíbrio
entre os dois grupos pode ser devido à dominância direita, predominante na maioria dos atletas
avaliados.
GRÁFICO 9
RESULTADOS EXPERIMENTAIS OUADRíCEPS DIREITO CONCÊNTRICO - COD
POTÊNCIA
. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
aUADRícEPS DIREITO.
45
0
40
0
350
300
250
20
0
15
0
10
0
50
G
rupo 1
CONCÊNTRICO - caD
-Grupo 2
- --
- - - --- - - ------------------------ --
46
GRÁFICO 10 - POTÊNCIA RESULTADOS EXPERIMENTAIS íSQUIOTIBIAIS
. DIREITO - EXCÊNTRICO - EID
POTÊN:IA- FESULTADOS EXPERIIVENTAlS
IsausnCBAlS DREITQ - EXCÊNTFlCO - 8D
:m
200
1fD
100
-~2
-+-~1
--- --
5 DISCUSSÃO
Os equipamentos de alta tecnologia disponíveis atualmente permitem
mensurar com uma margem segura os valores do Peak Tork, o trabalho e a
proporção de grupos musculares, bem como seus valores relativos, ou seja, a
proporção agonistalantagonista destes grupos.
A crescente competitividade e a intensidade dos treinamentos tem exigido
recursos capazes de promover a melhoria da performance dos atletas, contribuindo
também para o aumento da força máxima. Nos grupos aqui estudados,
fisiculturistas e jogadores de futebol profissional, estas condições são ainda mais
acentuadas.
Neste contexto, a avaliação isocinética com a utilização do dinamômetro
isocinético constitui-se em um recurso importante quando se pretende analisar e
comparar a força máxima destes atletas.
A diferença encontrada nestes grupos, no estudo aqui realizado, referente
ao trabalho de ElO 600/s e cao 600/s, apresenta uma relativa diferença de pico de
força, que pode ser devida, em parte, ao tipo de treinamento e à intensidade deste
praticado pelos atletas das diferentes modalidades.
No que se refere ao treinamento de força, caso dos fisiculturistas, segundo
BACURAU (2001, p.68) as adaptações promovidas por este tipo de treinamento
depende de alguns fatores como:
. Força relativa exercida durante o treino;
. Número de contrações musculares exercidas por treino; .
Freqüência com que se treina;
. Velocidade da contração muscular;
. Tipo de contração;
. Intervalos de repouso entre as séries.
Percebe-se que, no entender deste autor, as adaptações promovidas
pelo treinamento de força decorrem de modificações nos elementos estruturais das
fibras musculares que são utilizadas neste tipo de exercício, ou seja, no
crescimento individual das fibras solicitadas, caracterizando o processo mais
conhecido como hipertrofia (BACURAU, 2001). Podendo-se, portanto, considerar
estas características como possíveis variáveis nos resultados aqui encontrados.
--- -----
.....................................................................................-..
48
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A prática esportiva das modalidades abordadas neste estudo requerem
altos níveis de performance dos atletas praticantes de futebol profissional e
fisiculturistas, que, para isso, são submetidos a um ritmo intenso de treinamentos.
Esta situação vem acarretando um aumento significativo na sobrecarga muscular,
gerando, muitas vezes, desequilíbrios musculares e predispondo-os à lesões.
A
literatura tem mostrado que, sendo os
músculos
ísquiotibiais
considerados o agrupamento muscular mais frágil da coxa, e que as concentrações
excêntricas parecem ser o principal mecanismo de lesões nestes músculos, podese assim compreender a necessidade da avaliação do equilíbrio entre extensores e
flexores dos joelhos nestes atletas. Com este objetivo, verificou-se, neste estudo,
que o estudo e a avaliação isocinética da força máxima devem ser recomendados
como um instrumento bastante eficaz na preparação destes atletas, a fim de que
se possa minimizar os riscos de lesões.
A análise da força entre extensores e flexores do joelho tem sido vista
como de significativa importância para avaliar não apenas as condições físicas dos
atletas de futebol e praticantes de fisiculturismo, mas, sobretudo, na recuperação
de membros lesionados.
No que se refere ao fisiculturismo, sabe-se que o uso dos suplementos
esportivos tem aumentado significativamente na prática da atividade física
atualmente. E embora haja um certo respaldo para utilização de suplementos
esportivos, há ainda necessidade de mais pesquisas científicas com o objetivo de
fundamentar a eficácia e segurança de consumo dos diversos tipos de
suplementos existentes (BACURAU, 2001).
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nO 1, p.06-07, jan/fev/mar/2002.
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NAVES,
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Benefícios
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disponível
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http://www.scf.unifesp.br/artigos/artigo_gabi-2.htm com acesso em 29.08.02 às 21
:OOhs.
R.S.M.
Suplementos
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Artigo
disponível
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NETTO,
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http://www.gastronomiabrasil.com.br/Nutricao_e _ Saude/Janeiro _ 2002.htm com
acesso em 07.09.02 às 19:00hs.
PETRONE,
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Fisiologia
neuromuscular.
Artigo
disponível
em
http://www2.estacio.br/graduacao/fisioterapia/clinicas _ escolas.asp com acesso
em 12.08.02 às 22:30hs.
ROCHA, B. Sistema muscular: estrutura dos músculos. Artigo disponível em
http://www.corpohumano.hpg.ig.com.br/sisCmuscular/estrutura.htmlcom
acesso
em 21.08.02 às 23:15hs.
SANTARÉM, J.M. Atualização em exercícios resistidos: conceituações e
-- - --
ANEXO 11 - TERMO DE CONSENTIMENTO
, RG:
Eu,
venho através deste instrumento confirmar o consentimento para a utilização dos
dados obtidos através desta avaliação e/ou reabilitação isocinética, realizada com
minha pessoa, pelos membros do Centro de Avaliação e Reabilitação Isocinética
da Universidade Tuiuti do Paraná, com a finalidade de ésquisa e/ou publicação
científica, nas quais não constará nenhuma forma de identificação pessoal ou
exploração de imagem, sem minha prévia autorização.
Consciente da devida utilização dos resultados desta pesquisa, firmo o
presente consentimento.
assinatura do avaliado
assinatura do pesquisador
-----------------------
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