ATENAS, CORINTO E ALEXANDRIA: PRAZERES OBSCUROS DA

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ATENAS, CORINTO
ANTIGUIDADE
E
ALEXANDRIA:
PRAZERES
OBSCUROS
DA
Atenas, Corinto e Alexandria, três cidades gregas, de gêneros
diferentes. Símbolos de grandezas políticas e econômicas para os povos do
Mediterrâneo, reputação que fez delas, em épocas diferentes, pólos de atração
para viajantes de todo mundo “civilizado”. Não só Impelidos por interesses
políticos, comerciais ou intelectuais, mas também, pelos prazeres obscuros
típicos de grandes centros urbanos. Todavia, na Antiguidade, cidade era
sinônimo de segurança, porém, a degradação progressiva dos cidadãos que
fez com que surgissem nas cidades focos de violência e o aparecimento de
bairros “quentes”. A geografia do prazer e do crime ia-se modelando aos
abalos das transformações políticas, sociais e econômicas.
ATENAS - Um urbanismo livre – A ausência de um plano de conjunto impediu
Atenas de apresentar uma grande metrópole. Salvos a Ágora e a Acrópole,
importantes centros políticos e religiosos dos cidadãos atenienses. Ao seu
redor, em terrenos acidentados, espremiam-se habitações precárias, com ruas
descalçadas, inclinadas, sinuosas e esgoto aberto ao ar livre. Com casas
pequenas e baixas, máximo de dois andares, sem distinguir as casas dos ricos
da dos pobres. Assim, Atenas mais parecia um grande povoado do que uma
grande metrópole. Porém era prestigia pela solidez de suas instituições, pelo
seu poderio militar e colonial, intelectual e artístico.
A Reputação dos Cerâmicos - O Cerâmico, bairro ao norte de Atenas, era o
mais célebre, lá trabalhavam os oleiros, e era onde ficava a maioria das casas
de prostituições, instituídas por Sólon, previstas na legislação ateniense. Nas
muralhas eram comuns declarações de amor. Era um bairro animado,
freqüentado pelos amantes de belas moças de prazeres fáceis. Esse bairro
nem só oferecia aos viajantes e estrangeiros seus produtos cerâmicos, como
também, sexo e prazeres
Uma Instituição do Estado – Sólon, ao ver os jovens atenienses se perdendo
em maus caminhos; como medida de saúde pública, destinada a proteger a
castidade das mulheres livres e garantir a da pureza da raça e a descendência
dos cidadãos, ele comprou jovens mulheres (escravas) e as instalou nas casas
pelos diversos bairros para atender todo mundo. É ao Legislador Sólon que os
gregos atribuem a paternidade dessa organização do prazer sujeita a impostos.
Sólon, também é o pai fundador da democracia ateniense, no século VI a.C..
Introduzindo inúmeras modificações nas estruturas sociais: dividiu os cidadãos
em classes censitárias e as mulheres numa classificação hierárquica de
prostituição (prostitutas para o prazer, concubinas para serviços diários e
esposas fiéis e guardiãs do lar). Com o lucro adquirido pelo comércio dessas
mulheres, Sólon construiu um Templo para “Afrodite Pandemos”, patrona do
amor venal. As casas de prostituição públicas caracterizaram a vida ateniense
e a uma filosofia de vida e de prazer sem riscos, fácil e barato.
Uma Filosofia do desejo – O prazer fácil, barato, fez com que filósofos
famosos como Platão e Plutarco analisassem criteriosamente as razões da
atração que homens e mulheres experimentavam uns pelos outros. Ambos
repudiaram esse tipo de amor, classificando-o como profanos reduzidos
apenas ao amor físico, tanto quando é prazeroso como quando não o é. A
regulamentação da prostituição por Sólon desdenhava o sexo feminino.
Enquanto as esposas eram preservadas para concepção de futuros cidadãos;
as prostitutas eram relegadas à categoria de objeto de prazer.
Os lucros do Estado e dos Particulares – As casas de prostituição públicas
eram taxadas por impostos especiais. Os gerentes dessas casas eram
homens e mulheres a serviço de ricos cidadãos atenienses. A categoria dos
gerentes era mal vista na Cidade. Já os proprietários eram cidadãos ricos e
respeitáveis, e ainda poderiam arrancar de seus escravos o lucro que
desejassem. O Estado mandava dez comissários de polícias, os “astinomos”,
cinco no Pireu e cinco em Atenas, para vigiarem os gerentes, no sentido do
cumprimento das taxas fixadas pelo governo.
Os prazeres selvagens - A prostituição em Atenas não era praticada apenas
em casas fundadas pelo Estado. Uma prostituição “selvagem” apareceu Atenas
e no Pireu. As vendedoras de flores na Ágora, também ofereciam seus corpos
aos passantes.
Uma delinqüência primária – Como para os antigos a cidade era segura, o
perigo só ocorria para aqueles que andassem sozinhos e, principalmente, à
noite pelas ruas de Atenas, já que a ocasião faz o ladrão. Atenas foi uma
cidade que na época clássica não sofreu abalos demográficos, exceto durante
a Guerra do Peloponeso. A desonestidade ocorria mais na vida política do
que nas populações. O modesto padrão de vida dos atenienses não atraía
ladrões. Porém, existiam os “fura paredes”, ladrões de casas simples. A
legislação ateniense era bastante severa para os que fossem pegos em
flagrante.
As diversões da juventude – Á noite os jovens atenienses reuniam-se para
desfrutarem dos prazeres de uma vida alegre, de banquetes e bebedeiras e no
final, acabavam por provocar brincadeiras de mau gosto com seus
concidadãos.
CORINTO - Grande porto do mundo grego clássico, sua situação geográfica
privilegiada permitia o controle de dois golfos. Lugar de encontro dos
negociantes, viajantes do Oriente e do Ocidente, e passagem obrigatória de
circulantes que iam da Grécia do Norte ao Peloponeso. O comércio, indústria e
as atividades portuárias, fizeram de Corinto uma cidade animada, rica, de vida
luxuosa, de uma célebre depravação, reputada e aliada à voluptuosidade. Para
os antigos e modernos era a cidade da “prostituição sagrada”. A relação
comercial dede muito cedo, com os países da Ásia influenciou o
estabelecimento do Acrocorinto de prostituições sagradas, que só
desapareceu em 146 a.C., com a destruição da cidade pelos exércitos
romanos.
Prostituição sagrada e religiões orientais – Como Corinto não pertencia
propriamente à civilização helênica, a concepção e a prática da prostituição
sagrada foram de origem estrangeira, totalmente diferente do resto do mundo
grego, porém bem similar às praticadas em Pafos e o Monte Erix, na Sicília,
na Ásia Menor, na Pérsia, em Tebas do Egito Egito, na Lídia, na Armênia,
em Uled-Nail da Argélia, na Babilônica, povos, que por motivos comercias
mantinham muito conto com Corinto.
“Nem todos podem ir a Corinto” – Corinto era um lugar, à parte, no mundo
das cidades gregas, explicam-se pela influência oriental bastante intensa
nessas regiões, as grandes atividades dos dois portos, viajantes em busca de
negócios ou prazer, traziam muitas vantagens ao templo de Afrodite. O
Santuário de Afrodite era tão rico que possuíam mais de mil prostitutas
consagradas à deusa. Por essa causa a cidade passou a ficar povoada e a se
enriquecer, a ponto dos donos dos navios aportados arruinaram-se facilmente.
Prostitutas ou sacerdotisas? As Hieródulas eram prostitutas e
sacerdotisas, na ocasião das invasões Persas na Grécia, a pedido, as
hieródulas da Afrodite coríntia fizeram orações, pela salvação dos gregos,
suas orações foram atendidas e o exército e a frota de Xerxes, (rei persa),
foram destruídas pela coalizão das cidades gregas. Corinto foi uma das mais
felizes cidades gregas, o prazer e o luxo desenvolveu-se naquela capital uma
prostituição sagrada e profana. Destruída pelos romanos, em 146 a.C., e
depois reconstruída por César, Corinto jamais perdeu sua reputação de cidade
devassa, mesmo depois do desaparecimento de suas hieródulas e do culto
sagrado à Afrodite no Acrocorinto, Corinto foi sempre símbolo de corrupção,
com efeito disso, São Paulo escreveu-lhe uma epistola direcionada à recente
Igreja Cristã de Corinto, contra a dissoluta profanação que reinava ainda no
início da era cristã.
AEXANDRIA – Poucos vestígios sobraram da cidade antiga de Alexandria,
porém ela oferecia um espetáculo bem diferente de Atenas. Construída num
plano geométrico, uma larga avenida, a cidade era uma maravilha por sua
dimensão, beleza, construções suntuosas de templos e residências
particulares. Alexandre construiu um palácio grande e deslumbrante, e a partir
dele quase todos os reis do Egito, acrescentaram ao palácio construções
suntuosas. Nos séculos seguintes, a cidade desenvolveu de tal modo que
passou a ser considerada a mais importante do mundo. Portanto, no que se
refere aos prazeres sensuais, ela ganhava de todas as demais cidades. Supõese que a cidade era divida em cinco bairros com nome das cinco primeiras
letras do alfabeto grego. Os alexandrinos eram divididos de acordo com suas
classes sociais e origem étnica. O bairro Delta instalava-se a comunidade
judaica, que com o decorrer dos séculos transformou-se em guetos. Já o bairro
de Basiléia ou Bruchion possuía construções mais prestigiosas da cidade, o
bairro de Rhacotis, aldeia egípcia sobre a qual Alexandre fundo sua capital, é a
mais popular, e era neste que agrupavam os imigrantes originários de toda a
Ásia menor e do Mediterrâneo Oriental. Estima-se que Alexandria possuía
cerca de 300.000 homens livres e uma população total de um milhão de
habitantes, Alexandre queria fazer de sua cidade, a capital do luxo do delta do
Nilo. Lá ficava a casa de Afrodite com muitas mulheres, amantes de prazeres
variados que fizeram a celebridade de Canope, situada à cerca de vinte
quilômetros de Alexandria, constituída e consagrada unicamente à festa.
Multidões de boêmios iam a Canope pelo canal, e ao longo desse canal
estabeleciam vários cabarés para produzir relaxamento e prazer. Era
extraordinário o espetáculo oferecido aos barcos amarrados ao longo do canal.
Tocadoras de flauta, nuas, e belos dançarinos efeminados, tudo preparado
para os prazeres dos visitantes.
REFERÊNCIA
SALLES, Catherine. 3ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. 296p.
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