Relatório Estágio Final_Luana

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA
ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS
ORIENTADORA: PROFa . MSc. CRISTIANE ELISE TEICHMANN
SUPERVISOR: MED. VET. Dr. CARLOS BRENO PAIM
Luana de Morais Siqueira Rohde
Ijuí, RS, Brasil
2015
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA
Luana de Morais Siqueira Rohde
Relatório de Estágio Curricular Supervisionado na Área de Clínica Médica de
Pequenos Animais apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ,
RS), como requisito parcial para obtenção do grau de
Médica Veterinária.
Orientadora: Med. Vet. Msc. Cristiane Elise Teichmann
Ijuí, RS, Brasil
2015
Universidade Regional do Noroeste do Estado do
Rio Grande do Sul
Departamento de Estudos Agrários
Curso de Medicina Veterinária
A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o
Relatório de Estágio da Graduação
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR
SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA
elaborado por
Luana de Morais Siqueira Rohde
como requisito parcial para obtenção do grau de
Médica Veterinária
COMISSÃO EXAMINADORA:
______________________________________
Cristiane Elise Teichmann, MSc.(UNIJUÍ)
(Orientadora)
______________________________________
Luciana Mori Viero, Dra.(UNIJUÍ)
(Banca)
Ijuí, 01 de dezembro de 2015.
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho e minha formação
a Deus, que por meio de seu filho
Jesus
Cristo,
me
abençoou
grandemente para superar todas as
limitações chegando à realização deste
sonho – ser Médica Veterinária.
"Mas em todas estas coisas somos
mais que vencedores, por meio
daquele que nos amou."
Romanos 8:37
AGRADECIMENTOS
A Deus que me deu a vida com o dom de amar os animais, que preencheu essa jornada
com segurança, alegria, saúde e excelentes oportunidades de aprendizado. Sinto-me
afortunada pelo imenso amor e cuidado que tens por mim!
A toda a equipe de funcionários do Hospital Veterinário da Universidade Regional do
Noroeste do Rio Grande do sul, pelas oportunidades de estágio e amizade, foram dois anos de
trabalho regados de ensinamentos, alegrias e satisfação. Em especial, aos médicos veterinários
Renan Marcel Kruger, que me despertou o interesse e o carinho pela clínica médica, Rafael
Lukarserwisk, pelos inúmeros ensinamentos de anestesia, Maurício Borges, que esteve
sempre preocupado em me alertar e preparar para a realidade do mercado de trabalho, e
Raquel Baumhardt, que, apesar do pouco tempo de convívio, não hesitou em compartilhar
conhecimentos e auxiliar na elaboração dos diversos relatos. Com muito carinho e admiração,
agradeço a vocês por toda orientação, acessibilidade, auxilio, conselhos e ensinamentos. Com
certeza vocês são os exemplos que pretendo seguir.
Ao professor Daniel Curvelo de Mendonça Müller, orientador e amigo, pelas
oportunidades, incentivos, confiança, dedicação e conselhos ao longo da graduação.
A minha orientadora Cristiane Elise Teichmann, pela atenção, orientação,
acessibilidade, paciência e empenho dedicados à elaboração deste trabalho. Sendo que desde
o princípio esteve preocupada em auxiliar, amparar e orientar em todas as etapas do estágio,
transmitindo tranquilidade e confiança.
A toda equipe de funcionários do Hospital Veterinário Universitário – UFSM pela
oportunidade de estágio, aprendizado e carinho. Em especial ao supervisor médico veterinário
Carlos Breno Paim que atenciosamente me recebeu e orientou durante o período que lá estive.
Ao meu amor Evandro, é incontestável e imensurável o apoio, o incentivo, o amor, o
companheirismo, a amizade, o respeito e a compreensão que dedicaste a mim ao longo destes
cinco anos. Esteve constantemente ao meu lado, batalhando para que eu chegasse até aqui,
com certeza essa conquista também é sua!
Aos meus pais, Sadi e Dalva, pelos ensinamentos, motivação, amor e cuidados que
sempre dedicaram a mim. Saibam que são para mim exemplos de honestidade, caráter,
dedicação e respeito.
A minha irmã Marina que, juntamente com minha mãe, me impulsionou e insistiu
veementemente a batalhar por este sonho. Tens me motivado e auxiliado desde o início, serei
para sempre grata por toda sua atenção.
As minhas irmãs Solange e Solaine, que mesmo longe, sempre se fizeram presente,
aconselhando, incentivando e, principalmente, orando intensamente pela minha vida e pela a
realização da minha formação.
Ao meu irmão Elson, que também me motivou, inspirou e aconselhou durante a
jornada de formação.
A minha cunhada e aos meus cunhados, que sempre estiveram dispostos a me
auxiliarem e ajudarem no que fosse necessário.
Aos meus amados sobrinhos e sobrinha, que sempre me dedicaram amor, carinho e
atenção. Todos vocês preenchem minha vida com muita alegria, tenho orgulho pelo carinho,
respeito e cuidados que, desde pequenos, destinam aos animais!
Aos meus sogros, Egon e Adair, e ao meu cunhado Edson, que sempre estiveram
dispostos a ajudar e torceram fortemente para essa realização.
A minha amiga e concunhada Patrícia pela amizade e companheirismo. Foram
inúmeras horas viajadas, risadas, cansaços e alegrias que passamos juntas. E, agora chegou a
hora, tão sonhada, a qual mais uma vez estaremos juntas.
Às queridas Cristiele e Bruna, que tornaram os últimos meses da minha estada em Ijuí
mais aconchegantes e divertidos!
Aos amigos e familiares, que direta e indiretamente colaboraram para minha
realização.
RESUMO
Relatório de Graduação
Curso de Medicina Veterinária
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM
MEDICINA VETERINÁRIA
AUTORA: LUANA DE MORAIS SIQUEIRA ROHDE
ORIENTADORA: CRISTIANE ELISE TEICHMANN
Data e Local da Defesa: Ijuí, 01 de dezembro de 2015.
O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado no
Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria –
RS, totalizando 150 horas, acompanhadas no período de 12 de setembro a 16 de outubro de
2015, sob orientação da Professora Médica Veterinária Msc. Cristiane Elise Teichmann e
supervisão do Médico Veterinário Dr. Carlos Breno Paim. Durante o período do estágio foram
acompanhadas diversas atividades na área de clínica médica de pequenos animais. As
atividades desenvolvidas estão descritas e também relacionadas em forma de tabelas.
Posteriormente estão descritos e discutidos com a revisão de literatura específica, dois casos
clínicos, sendo estes: dermatose responsiva ao zinco em um canino e doença inflamatória
intestinal- enterite linfocítica plasmocítica em um canino. O estágio apresenta-se como um
dos momentos de maior importância na formação acadêmica de medicina veterinária, pois é o
momento onde se aplica na prática os conhecimentos adquiridos na teoria, ampliando
consequentemente os conhecimentos na área.
Palavras-chave: Estágio curricular, Clínica médica, Dermatose responsiva a zinco, Doença
inflamatória intestinal, Canino.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Procedimentos ambulatoriais específicos realizados e/ou acompanhados
durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina
Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital
Veterinário Universitário - UFSM, no período de 12 de setembro a 16 de
outubro
de
2015............................................................................................................. 15
Tabela 2 - Diagnósticos clínicos estabelecidos de acordo com os diferentes sistemas
orgânicos e doenças infectocontagiosas durante a realização do Estágio
Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica
Médica de Pequenos Animais Hospital Veterinário Universitário - UFSM,
no período de 12 de setembro a 16 de outubro de
2015............................................................................................................. 16
Tabela 3 - Diagnósticos clínicos estabelecidos envolvendo afecções do sistema
respiratório e cardiovascular durante a realização do Estágio Curricular
Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de
Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário - UFSM, no
período
de
12
de
setembro
a
16
de
outubro
de
2015............................................................................................................. 16
Tabela 4 - Diagnósticos clínicos estabelecidos envolvendo afecções dos sistemas
tegumentar e endócrino durante a realização do Estágio Curricular
Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de
Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário - UFSM, no
período
de
12
de
setembro
a
16
de
outubro
de
2015............................................................................................................. 17
Tabela 5 - Diagnósticos clínicos estabelecidos e atividades envolvendo afecções dos
sistemas digestório e doenças infecciosas durante a realização do Estágio
Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica
Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário UFSM, no período de 12 de setembro a 16 de outubro de
2015............................................................................................................. 17
Tabela 6 - Diagnósticos clínicos estabelecidos envolvendo afecções dos sistemas
musculoesquelético e nervoso durante a realização do Estágio Curricular
Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de
Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário - UFSM, no
período
de
12
de
setembro
a
16
de
outubro
de
2015............................................................................................................. 18
Tabela 7 - Diagnósticos clínicos estabelecidos envolvendo afecções dos sistemas
urinário e reprodutivo durante a realização do Estágio Curricular
Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de
Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário - UFSM, no
período
de
12
de
setembro
a
16
de
outubro
de
2015............................................................................................................. 18
Tabela 8 - Exames complementares solicitados durante a realização do Estágio
Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica
Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário UFSM, no período de 12 de setembro a 16 de outubro de
2015............................................................................................................. 19
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
% = porcentagem
°C = graus Celsius
µg/kg = microgramas/quilograma
ALT = Alanina amino transferase
BID = duas vezes ao dia
bpm = batimentos por minuto
DII = Doença inflamatória intestinal
DNA = ácido desoxirribonucleico
Dr. = Doutor
Dra. = Doutora
DTUIF = Doença do trato urinário inferior dos felinos
ELP = Enterite linfocítica plasmocítica
FA = Fosfatase alcalina
FeLV = Vírus da leucemia felina
FIV = Vírus da imunodeficiência felina
g = gramas
g/kg = gramas/ quilograma
h = hora
HVU = Hospital Veterinário Universitário
IV = Intravenoso
Kg = quilograma
mg/kg = miligrama / quilograma
mg/kg/h = miligrama/quilograma/hora
ml/kg/h = mililitro/ quilograma/hora
min = minutos
mpm = Movimentos por minuto
MSc = Mestre em ciência
RNA = ácido ribonucléico
SID = Uma vez ao dia
SC = Subcutâneo
TID = Três vezes ao dia
TP = Tempo de prototrombina
TTPa = Tempo de tromboplastina parcial ativada
TRC = Tempo de reperfusão capilar
UFSM = Universidade Federal de Santa Maria
VO = Via oral
LISTA DE ANEXOS
Anexo A - Canino diagnosticado com dermatose responsiva ao zinco na
primeira consulta.............................................................................42
Anexo B - Canino diagnosticado com dermatose responsiva ao zinco após 8
dias de tratamento.......................................................................... 43
Anexo C - Canino diagnosticado com dermatose responsiva ao zinco após
26 dias de tratamento..................................................................... 44
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 14
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS..................................................................................... 16
2 DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 21
2.1 Dermatose responsiva ao zinco em um canino.............................................................. 21
2.2 Doença inflamatória intestinal em um canino............................................................... 29
CONCLUSÃO.........................................................................................................................37
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS..................................................................................38
ANEXOS ................................................................................................................................ 41
14
INTRODUÇÃO
O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária é uma das mais
importantes etapas da graduação, encontra-se neste a oportunidade de vivenciar intensamente
a prática profissional, desenvolvendo-se habilidades essenciais à rotina futura. Apresenta-se
como um desafio diário ao relacionar a teoria de todo aprendizado adquirido durante a
graduação com a sua aplicação na prática. Oportuniza o desenvolvimento de novos
conhecimentos, de condutas e senso crítico, além de facilitar a escolha de prioridades e
preferências profissionais que conduzem ao inicio do mercado de trabalho.
A realização do estágio final ocorreu no HVU - UFSM, Santa Maria - RS, na área de
Clínica Médica de Pequenos Animais. No período de 12 de setembro a 16 de outubro de
2015, totalizando 150 horas de atividades. A supervisão interna ficou a cargo do Médico
Veterinário Dr. Carlos Breno Paim e sob a orientação da professora MSc. em Medicina
Veterinária Cristiane Elise Teichmann.
As instalações do HVU são localizadas no prédio 97B da UFSM, com endereço na Av.
Roraima, 1.000, Camobi, Santa Maria - RS, que foram inauguradas no dia 06 de outubro de
1973, sendo uma subunidade do Centro de Ciências Rurais da UFSM, dotado de instalações
específicas para o atendimento tanto de pequenos como de grandes animais. Atualmente, o
HVU está dividido em setores de pequenos animais, biungulados (bovinos e ovinos) e
equinos, estando sob a direção das médicas veterinárias Profª Dra. Anne Santos do Amaral
(diretora) e Dra. Liandra Cristina Vogel Portella (vice-diretora).
Especificamente sobre o setor de pequenos animais, a estrutura conta com recepção,
sala de espera, sete ambulatórios de atendimento, ambulatório para triagem anestésica,
ambulatório para procedimentos, dois blocos cirúrgicos, farmácia, unidade de internação,
unidade de emergências, um gatil, um canil, laboratório de análises clínicas, setor de imagens
(raio x e ultrassom) e está passando por obras para ampliação. O HVU disponibiliza serviços
profissionais médicos-veterinários nas áreas de clínica médica, clínica cirúrgica, neurologia,
fisioterapia, oftalmologia e diagnósticos laboratoriais e por imagem à comunidade em geral,
sendo referência em atendimento na região central, recebendo animais vindos de diversas
cidades do Estado. O horário de atendimento do HVU é de segunda à sexta-feira, das
7h30min às 19h30min, contando com uma equipe técnica de cinco médicos veterinários
efetivos, trinta residentes, sendo cinco da clínica médica de animais de companhia, seis
técnicas em enfermagem e estagiários curriculares e extracurriculares.
15
Durante o estágio foi possível acompanhar e auxiliar os médicos veterinários em todas
as etapas do atendimento clínico: triagem, anamnese, exame físico, contenção, coletas de
materiais para exames, realização dos diversos exames complementares, internação, evolução
clínica. Participando e discutindo sobre os métodos e condutas adotados para cada quadro
clínico.
A área de Clínica Médica de Pequenos Animais foi escolhida por preferência pessoal,
uma vez que estimula o senso investigativo e crítico, por representar desafios constantes e
motivadores. Enquanto a escolha pela instituição foi devida ao grau de referência regional,
pelo alto fluxo de atendimentos e pelos profissionais qualificados que lá trabalham. Além
disso, constituiu no desafio de vivenciar uma rotina diferente de casos clínicos e de conhecer
novas condutas e experiências médicas, pois o local reúne profissionais de diferentes regiões
do país.
O estágio desenvolvido teve como principal objetivo ampliar o aprendizado teórico
vivenciando sua aplicação diária, adquirir experiência prática, adaptar-se à rotina de
atendimento e conhecer diferentes métodos e habilidades profissionais. Visando-se a
aplicação futura dos conhecimentos com excelência, com ciência das responsabilidades e do
compromisso de um médico veterinário.
16
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
As principais atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado
em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de
Santa Maria compreenderam o acompanhamento de atendimentos clínicos, coleta de material
para exames complementares, auxílio nas atividades realizadas no setor de internação, auxílio
na contenção de animais para realização de ultrassonografia e raios-x. Os atendimentos
clínicos estão explanados a seguir em tabelas, divididos pelos sistemas orgânicos
correspondentes, além de, demonstrarem os procedimentos ambulatoriais e exames
complementares acompanhados.
Tabela 1 - Procedimentos ambulatoriais específicos realizados e/ou acompanhados durante a
realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica
Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário - UFSM, no período de
12 de setembro a 16 de outubro de 2015.
Procedimentos realizados
Acesso venoso
Administração de medicamentos
Aferição de glicose
Atendimentos clínicos
Coletas de sangue
Curativos
Drenagem de ascite
Procedimentos cirúrgicos
Raspados de pele
Remoção de pontos cirúrgicos
Sondagem uretral
Triagem (exame físico e queixa principal)
TOTAL
Cães
22
43
15
88
62
2
12
2
10
13
1
56
326
Gatos
3
4
0
13
7
7
0
0
0
1
1
21
57
Total
25
47
15
101
69
9
12
2
10
14
2
77
383
%
6,5
12,3
3,9
26,4
18,0
2,3
3,1
0,5
2,6
3,7
0,5
20,1
100
17
Tabela 2 - Diagnósticos clínicos estabelecidos de acordo com os diferentes sistemas orgânicos
e doenças infectocontagiosas durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em
Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais Hospital Veterinário
Universitário - UFSM, no período de 12 de setembro a 16 de outubro de 2015.
Diagnóstico
Cardiovascular
Digestório
Doenças infecciosas
Endócrino
Musculoesquelético
Nervoso
Reprodutivo
Respiratório
Tegumentar e anexos
Urinário
TOTAL
Cães
2
19
19
8
3
1
9
2
17
1
81
Gatos
1
1
4
0
1
0
0
0
2
4
13
Total
3
20
23
8
4
1
9
2
19
5
94
%
3,2
21,3
24,5
8,5
4,3
1,1
9,6
2,1
20,2
5,3
100
Tabela 3 - Diagnósticos clínicos estabelecidos envolvendo afecções dos sistemas tegumentar e
endócrino durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina
Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário
Universitário - UFSM, no período de 12 de setembro a 16 de outubro de 2015.
Diagnóstico
Abscesso cutâneo
Dermatite alérgica a saliva da pulga
Dermatose responsiva ao zinco
Ferida
Otite fúngica
Sarna demodécica
Sarna sarcóptica
Seborréia de ponta de orelha
Diabetes Melittus
Hiperadrenocorticismo
Hipocalcemia
TOTAL
Cães
2
4
1
1
2
5
1
1
3
3
2
25
Gatos
0
0
0
2
0
0
0
0
0
0
0
2
Total
2
4
1
3
2
5
1
1
3
3
2
27
%
7,4
14,8
3,7
11,1
7,4
18,5
3,7
3,7
11,1
11,1
7,4
100
18
Tabela 4 - Diagnósticos clínicos estabelecidos e atividades envolvendo afecções dos sistemas
digestório e doenças infecciosas durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado
em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital
Veterinário Universitário - UFSM, no período de 12 de setembro a 16 de outubro de 2015.
Diagnóstico
Corpo estranho gástrico e intestinal
Doença inflamatória intestinal
Fecaloma
Gastrite aguda
Intoxicação
Megaesôfago
Cinomose
FeLV
FIV
Giardíase
Parvovirose
Rangeliose
TOTAL
Cães
2
4
1
8
1
3
8
0
0
1
7
3
38
Gatos
0
0
1
0
0
0
0
2
1
1
0
0
5
Total
2
4
2
8
1
3
8
2
1
2
7
3
43
%
4,7
9,3
4,7
18,6
2,3
7,0
18,6
4,7
2,3
4,7
16,3
7,0
100
Tabela 5 - Diagnósticos clínicos estabelecidos envolvendo afecções dos sistemas
musculoesquelético e neurológico durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado
em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital
Veterinário Universitário - UFSM, no período de 12 de setembro a 16 de outubro de 2015.
Diagnóstico
Cães
Gatos
Total
%
Fratura de fêmur
1
0
1
20
Fratura de tíbia
0
1
1
20
Osteossarcoma
2
0
2
40
DDIV -Grau I
1
0
1
20
TOTAL
4
1
5
100
19
Tabela 6 - Diagnósticos clínicos estabelecidos envolvendo afecções dos sistemas urinário e
reprodutivo durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina
Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário
Universitário - UFSM, no período de 12 de setembro a 16 de outubro de 2015.
Diagnóstico
DTUIF
Insuficiência renal aguda
Insuficiência renal crônica
Incontinência urinária
Carcinoma mamário
Distocia
Piometra
Prolapso vaginal
Tumor venéreo transmissível
TOTAL
Cães
0
0
0
1
2
2
3
1
1
10
Gatos
2
1
1
0
0
0
0
0
0
4
Total
2
1
1
1
2
2
3
1
1
14
%
14,3
7,1
7,1
7,1
14,3
14,3
21,4
7,1
7,1
100
Tabela 7- Diagnósticos clínicos estabelecidos envolvendo afecções do sistema respiratório e
cardiovascular durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina
Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário
Universitário - UFSM, no período de 12 de setembro a 16 de outubro de 2015.
Diagnóstico
Cães
Gatos
Total
%
Bronquite crônica
1
0
1
20,0
Efusão pleural
1
0
1
20,0
Cardiomiopatia Hipertrófica
1
0
1
20,0
Endocardiose Mitral
2
0
2
40,0
TOTAL
5
0
5
100
20
Tabela 8 - Exames complementares solicitados durante a realização do Estágio Curricular
Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no
Hospital Veterinário Universitário - UFSM, no período de 12 de setembro a 16 de outubro de
2015.
Procedimentos realizados
Alanina aminotransferase
Albumina
Análise de líquido pleural
Análise de líquido peritoneal
Cálcio
Creatinina
Fosfatase alcalina
Frutosamina
Glicose
Hemograma
Parasitológico de fezes
Parasitológico de pele
Pesquisa de hemoparasitas
Radiografia
Reação cruzada
TP/TTPa
Teste rápido de cinomose
Teste rápido de FeLV/FIV
Teste rápido de giárdia
Teste rápido de parvovirose
Ultrassonografia
Uréia
Urinálise
TOTAL
Cães
113
97
2
4
4
113
113
5
64
167
4
18
4
87
5
6
12
0
8
9
20
95
23
973
Gatos
21
7
1
0
0
21
21
0
4
21
2
0
0
5
1
0
0
2
0
0
1
5
7
119
Total
134
104
3
4
4
134
134
5
68
188
6
18
4
92
6
6
12
2
8
9
21
100
30
1092
%
12,3
9,5
0,3
0,4
0,4
12,3
12,3
0,5
6,2
17,2
0,5
1,6
0,4
8,4
0,5
0,5
1,1
0,2
0,7
0,8
1,9
9,2
2,7
100
21
2. DISCUSSÃO
2.1 Dermatose responsiva ao zinco
RESUMO
Dermatose responsiva ao zinco é uma patologia que ocorre por causas dietéticas ou má
absorção do nutriente. A doença acomete principalmente animais jovens que apresentam
crostas na pele, alopecia e prurido principalmente na face e nos membros. O diagnóstico
definitivo se baseia nas características dos sinais clínicos, biópsia cutânea e resposta ao
protocolo terapêutico. O tratamento clínico se faz basicamente com a suplementação de zinco,
em que determinadas situações devem ser realizadas ao longo da vida do paciente. O presente
trabalho relata um caso de dermatose responsiva ao zinco em uma cadela, atendida no
Hospital Veterinário Universitário da UFSM, durante a realização de estágio curricular
supervisionado.
Palavras-Chave: Dermatose, deficiência, má absorção, zinco, canino.
INTRODUÇÃO
Dermatose responsiva ao zinco é uma doença de pele manifestada pela deficiência do
nutriente. A carência pode estar relacionada à dieta, quando a mesma não supre as
necessidades de zinco ao organismo, ou quando há altas concentrações de nutrientes como
cálcio e fitatos, que interagem com o zinco impedindo sua adequada absorção (JONES et al.,
2000; HARGIS et al., 2009, PATEL et al, 2010). A doença também pode ser hereditária,
como em cães de raças árticas, que podem apresentar redução na habilidade de absorver o
zinco (STANNARD et al., 2008; ALVES et al., 2015).
Normalmente, crostas grossas ou escamosas na pele, alopecia, prurido, e pelagem
fosca e dura, especialmente em torno dos olhos e no focinho, caracterizam a doença
(HARGIS et al., 2009; ALVES et al., 2015). Essas placas escamosas também podem ser
vistas nas orelhas, jarretes, sob os coxins e em volta dos órgãos genitais (MELO et al., 2001;
FRANÇA, 2006; STANNARD et al., 2008). A deficiência ainda pode causar retardo no
crescimento, emagrecimento, desenvolvimento sexual anormal e diminuição da resposta
imune (JONES et al, 2000).
22
O diagnóstico pode ser estabelecido por meio da história clínica e dietética, exame
físico e resposta terapêutica (STANNARD et al., 2008; ALVES, 2015). Quando possível,
principalmente nos casos em que ocorre recidiva, pode-se realizar biópsia cutânea para
confirmação do diagnóstico. A dosagem de zinco no plasma e pelos também podem ser
analisadas (MELO et al.; 2001).
Nos casos em que a dermatose é dietética, a suplementação do mineral normalmente
resolve os sinais clínicos, recomendando-se também a troca da dieta para uma de melhor
qualidade. Nota-se melhora dos sinais clínicos em poucas semanas (ROUDEBUSH et al.,
2000; MELO et al., 2001; STANNARD et al., 2008). No entanto, quando a causa é
hereditária, a suplementação poderá ser ineficaz ou deverá ser contínua (STANNARD et al.,
2008; ALVES, 2015). Intoxicação por excessiva suplementação de zinco pode ocorrer, no
entanto não é comum. Nesses casos, os sinais clínicos incluem vômito, anorexia e apatia
(JONES et al., 2000).
Este trabalho tem como objetivo relatar o caso de uma cadela jovem, sem raça
definida, com diagnóstico de dermatose responsiva ao zinco causada por alimentação
deficiente, a qual obteve resposta positiva ao protocolo terapêutico.
METODOLOGIA
Foi atendida no HVU-UFSM uma cadela, sem raça definida, com aproximadamente
dois anos de idade, com 5kg de massa corporal, que apresentava crostas escuras na pele e
prurido em regiões da face, das orelhas e dos membros (Anexo A). A proprietária relatou que,
quando adotou a paciente, a mesma já apresentava as lesões e que já havia realizado
tratamento com ivermectina e prednisolona, no entanto, não lembrava a dose e frequência
utilizada. Foi relatado também que os antigos proprietários não mantinham cuidados com a
alimentação, lhe oferecendo restos de comida caseira.
Ao exame clínico constatou-se temperatura retal de 38.2°C, frequência respiratória de
24mpm, frequência cardíaca de 110bpm, mucosas rosadas, TRC de 2 segundos, pulso arterial
normocinético, sem presença evidente de ectoparasitas. Além das crostas, a paciente
apresentava alopecia. Devido à localização e características das lesões foi estabelecido pela
médica veterinária o diagnóstico presuntivo de dermatose responsiva ao zinco. Instituiu-se o
tratamento de reposição nutricional com NutrisanaHep®1, 2,5g do produto, divididos em duas
1
NutrisanaHep, Mundo Animal, São Paulo- SP.
23
porções por dia, misturado ao alimento, até melhora das lesões cutâneas. O suplemento
nutricional NutrisanaHep® contém 500mg/kg de zinco quelado, cisteína 10g/kg, glicina
16g/kg, inositol 5.000mg/kg, nicotinamida 2.000mg/kg e riboflavina 800mg/kg. Nas lesões
recomendou-se o uso de creme a base de ureia a 20% diretamente nas lesões com colocação
de compressa umedecida em água morna por quinze minutos e posterior remoção delicada das
crostas uma vez ao dia. Sobre a alimentação indicou-se o fornecimento de ração comercial de
preferencia da proprietária. Para confirmação do diagnóstico foi solicitada uma biópsia de
pele para análise histopatológica. Para tanto, foi coletado sangue para avaliação hematológica
e bioquímica (ALT, FA, albumina, creatinina) pré-cirúrgica, os resultados apresentaram-se
dentro dos parâmetros fisiológicos, estando a paciente apta à realização do procedimento.
Quando retornou para realização da biopsia, a paciente apresentou todos os parâmetros
dentro da normalidade e mantinha 5kg de massa corporal. Percebeu-se melhora significativa
das lesões em todas as regiões acometidas (Anexo B). A paciente foi submetida ao
procedimento sob anestesia inalatória e monitoração com oximetria de pulso, pressão não
invasiva e temperatura. Durante o transoperatório, foi mantida em fluidoterapia com solução
fisiológica NaCl 0,9% (10ml/kg/h), administrado antibioticoprofilaxia com cefalotina
(30mg/kg) e analgesia com dipirona (25mg/kg), cetamina (1mg/kg) e fentanil (1µg/kg) por
via intravenosa. Foram realizadas biopsias de dois fragmentos de pele do membro pélvico
direito, sendo um com lesão e outro sem. As feridas resultantes das biopsias foram fechadas
com fio nylon 3-0 em sutura sultan. A terapia instituída no pós-operatório foi tramadol
(4mg/kg, SC, aplicação única). A paciente recebeu alta no mesmo dia sendo prescrito dipirona
(25mg/kg, TID, VO) por três dias e cefalexina (30mg/kg, BID, VO) por sete dias. O material
coletado foi fixado em formal 10% e encaminhado para laboratório terceirizado, que enviou o
laudo após cinco dias. De acordo com o resultado, as alterações observadas eram compatíveis
com as provocadas pela dermatose responsiva ao zinco.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Utiliza-se o termo “dermatose nutricional responsiva” para nomear síndromes
causadas por deficiência de algum nutriente, incapacidade genética de absorver ou
metabolizar determinado nutriente ou por dieta desbalanceada. No caso da dermatose
responsiva ao zinco, essas três causas devem ser consideradas (GROSS et al., 2009). Podendo
ser chamada como “dermatose reativa ao zinco” ou “dermatite por deficiência de zinco” a
patologia também pode ser classificada como tipo I quando decorrente de causas hereditárias
ou tipo II quando ocasionada por origem dietética (JONES et al., 2000; GROSS et al., 2009;
24
PATEL et al., 2010). Devido ao histórico alimentar e características morfológicas da paciente,
classificou-se o caso como tipo II.
Com a introdução de rações comerciais balanceadas nas últimas décadas, as doenças
por deficiência de nutrientes estão tornando-se incomuns. A exigência nutricional de zinco
para cães é de 5mg em cada 100g de matéria seca, para um animal em estado fisiológico
normal, sendo esse o mínimo encontrado na maior parte de rações comerciais (EDNEY, 1987;
GROSS et al., 2000; SOUZA et al., 2009; GROSS et al., 2009; PATEL et al., 2010). Os
animais mais jovens, em crescimento e fêmeas gestantes exigem maiores níveis de zinco do
que adultos saudáveis e não gestantes (GROSS et al., 2000). No entanto, a presença da
concentração indicada do nutriente no alimento não garante sua adequada assimilação, pois
sua absorção pode ser influenciada pela concentração de outros componentes. O consumo de
proteína vegetal na dieta pode aumentar a exigência nutricional de 5mg em 100g para até
10mg em cada 100g de matéria seca consumida (EDNEY, 1987). Altos níveis de fitatos
(compostos gerados a partir de dietas ricas em grãos de cereais), por exemplo, tem a
capacidade de quelar íons metálicos, resultando em compostos não absorvíveis pelos
enterócitos (ZHOU et al., 1995; GROSS et al., 2000). Dietas enriquecidas com cálcio,
vitaminas, ou minerais como o cobre, interferem diminuindo a absorção do zinco. Essa forma
da doença foi descrita em cães filhotes de grande porte e rápido crescimento (GROSS et al.,
2009). As informações recebidas sobre a dieta da paciente foram vagas, uma vez que a mesma
estava há menos de um mês sob responsabilidade da nova proprietária. Foi informado apenas
que as lesões apareceram enquanto a paciente estava sob os cuidados dos antigos tutores e que
era fornecido a ela sobras de alimentos como dieta. Presumiu-se que a paciente recebia
alimentação deficiente, sendo esta a causa da doença.
Sobre a hereditariedade, autores citam que cães das raças Malamute do Alasca e
Husky Siberiano podem apresentar um distúrbio recessivo, pelo qual o gene herdado impede a
absorção ou o metabolismo do zinco (ROUDEBUSH et al., 2000; JONES et al., 2000;
GROSS et al., 2009). A acrodermatite letal dos Bull Terriers que é uma doença metabólica
rara, hereditária, recessiva e autossômica causa uma incapacidade de absorver zinco, mas
também demonstra uma deficiência na absorção do cobre, se assemelha a acrodermatite
enteropática em humanos (GROSSet.al., 2009). Jones et al. (2000) também cita como causas
da má absorção do nutriente doença inflamatória intestinal, esteatorréia, doenças renais, uso
terapêutico de quelantes e lesões térmicas.
De acordo com Gross et al. (2000), o zinco atua como ativador de mais de 200 tipos
de enzimas identificadas em diferentes espécies vivas. É essencial para o crescimento,
25
desenvolvimento e diferenciação celular devido a sua participação na composição de
metaloenzimas que atuam no metabolismo de carboidratos, lipídeos, proteínas e ácidos
nucléicos. Atua também como cofator para RNA e DNA polimerases, síntese de proteínas que
irão fazer parte de processos fisiológicos como o crescimento normal de pelos e
queratinização da pele. A deficiência reduz a síntese de DNA e RNA impedindo a divisão e o
crescimento celular (JONES et al., 2000; FRANÇA, 2008). As carências de zinco podem
resultar em diversos efeitos clínicos como, por exemplo: alterações cutâneas, retardo no
crescimento, atrofia do timo, defeitos na imunidade celular, hipogonadismo e alterações no
paladar (JONES et al., 2000; FRANÇA, 2008; MORAES et al., 2010; BRUNETTO et al,
2007).
No caso relatado, foram observadas especialmente as alterações cutâneas, sendo que
estas frequentemente constituem um dos primeiros sinais clínicos da doença em diferentes
espécies animais (JONES et al., 2000; ROUDEBUSH et al., 2000). As lesões cutâneas,
normalmente bem demarcadas, apresentam-se como placas crostosas ou escamosas,
alopécicas e eritematosas, acompanhadas de pelagem fosca e dura com prurido variável. Estão
localizadas principalmente em pontos de pressão como ao redor dos olhos, focinho, sob os
coxins, jarretes, orelhas e em volta dos órgãos genitais (GROSS et al., 2009; HARGIS et al.,
2009; ALVES et al., 2015). As concentrações de zinco tendem a ser maiores em tecidos com
alta taxa de proliferação epitelial tais como as áreas citadas acima, a privação deste mineral
resultará em um estado de deficiência causando defeito no processo de queratinização da pele
(COLOMBINI, 1999). A paciente apresentou todas as alterações descritas, exceto as
localizadas nas regiões genitais. Secundariamente a esta doença, também pode ocorrer
piodermite ou dermatite por Malassezia sp; nesses quadros é possível perceber eritema,
exsudação, supuração e crostas mais graves (MELO et al., 2001; GROSS et al., 2009).
Baseado nos sinais clínicos e história dietética se estabeleceu o diagnóstico presuntivo
de dermatose responsiva ao zinco, confirmado pela resposta terapêutica e características
compatíveis encontradas no resultado do exame histopatológico (ROUDEBUSH et al., 2000;
MELO et al., 2001; FRANÇA et al., 2008). Para realização da biópsia e posterior
encaminhamento do material ao exame histopatológico, elege-se uma área com descamação e
formação de crosta com maior gravidade. No entanto, evitam-se áreas ulceradas, uma vez que,
a epiderme deve estar intacta (GROSS et al., 2009). Através do exame histopatológico da
paciente verificou-se hiperqueratose ortoqueratótica e leve infiltrado inflamatório composto
de linfócitos e plasmócitos ao redor dos vasos sanguíneos da derme superficial, remetendo a
defeito de queratinização. Como citado anteriormente o zinco é essencial para processo
26
queratinização da pele, dessa forma o resultado histopatológico é compatível com a patologia.
Segundo GROSS et al. (2009), a paraceratose é um achado consistente que varia de leve a
moderado, enquanto White et al. (2001) relata associada à paraceratose a presença de
hiperceratose ortoceratótica. Sobre a inflamação da derme, pode ser classificada em
superficial, perivascular ou intersticial com presença de linfócitos, macrófagos, eosinófilos e
neutrófilos (GROSS et al., 2009). Alguns autores citam como forma auxiliar de diagnóstico a
dosagem de zinco no plasma e nos pelos, mas não as consideram confiáveis. A concentração
plasmática depende da idade, variação sazonal e outras enfermidades associadas que causam a
diminuição dos níveis séricos (ROUDEBUSH et al., 2000; MELO et al., 2001; FRANÇA,
2006; STANNARD et al., 2008).
O tratamento consiste na suplementação do mineral, fornecimento de dieta balanceada
e terapia das lesões cutâneas e infecções secundarias. Para suplementação, recomenda-se a
administração de sulfato de zinco na dose de 10mg/kg/dia ou metionina zíncica na dose de 1,7
a 2mg/kg/dia (ROUDEBUSH et al., 2000; WHITE et al., 2001; STANNARD et al., 2008;
ALVES et al., 2015). Pode-se fazer o uso de suplementos alimentares ou compostos
vitamínicos e minerais (MELO et al., 2001). Optou-se para esse caso o fornecimento de
suplemento alimentar. Alguns cães, especialmente da raça Husky Siberiano, não respondem a
suplementação mineral. Indica-se então a administração intravenosa de soluções estéreis de
sulfato de zinco (10 a 15 mg/kg/dia). Nesses casos, o tratamento deve durar pelo menos
quatro semanas para resolver as lesões e pode ser necessário realizar novamente em intervalos
de 1 a 6 meses para prevenir recorrências (ROUDEBUSH et al., 2000).
A terapia das lesões cutâneas faz-se através da hidratação das crostas e utilização de
compressas úmidas com água morna (ROUDEBUSH et al., 2000). Para tanto, indicou-se
creme a base ureia a 20%, cobrindo com as compressas por quinze minutos e posterior
remoção delicada das crostas. Nos casos de infecções secundarias recomenda-se a
administração de antimicrobianos (ROUDEBUSH et al., 2000; MELO et al., 2001; GROSS et
al., 2009). A resposta ao protocolo terapêutico ocorre em curto período, havendo a remissão
completa dos sinais clínicos entre um e dois meses (STANNARD et al., 2008; ROUDEBUSH
et al., 2000). De acordo com ROUDEBUSH et al. (2000), a suplementação de zinco é capaz
de proporcionar respostas significativas dentro de 72 horas. A paciente passou a demonstrar
melhora após seis dias tratamento, apresentando recuperação satisfatória no prazo de 26 dias
sem relato de recidiva até a finalização deste trabalho (Anexo C).
27
CONCLUSÕES
A partir do histórico e sinais clínicos apresentados pelo animal associado à resposta ao
protocolo terapêutico estabelecido e biopsia cutânea, confirmou-se o diagnóstico de
dermatose responsiva ao zinco. A provável causa para a deficiência de zinco no cão do relato
foi alimentação deficiente, o que ressalta a importância da orientação alimentar aos
proprietários com dietas balanceadas para evitar a recidiva da doença. Não houve recidivas
até o momento da finalização deste trabalho, havendo o relato de completa satisfação com a
terapia pela proprietária.
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29
2.2 Doença Inflamatória Intestinal
RESUMO
Doença inflamatória intestinal refere-se a uma resposta inflamatória pelo intestino de
cães e gatos sem causa explícita. Os sinais clínicos são inespecíficos e incluem: vômito,
diarreia, alterações no apetite e perda de peso. O diagnóstico de doenças inflamatórias
intestinais confirma-se através da associação dos sinais clínicos, exclusão de outras patologias
gastrointestinais e exame histopatológico. O tratamento de escolha consiste em associação de
dieta hipoalergênica, glicocorticoides e antibioticoterapia. Objetiva-se com este trabalho
relatar e discutir com a literatura o caso de uma cadela diagnosticada com enterite linfocíticaplasmocítica acompanhado durante o estágio curricular no HVU-UFSM.
Palavras-chave: Vômito, diarreia, doença inflamatória intestinal, cães.
INTRODUÇÃO
Doença inflamatória intestinal (DII) refere-se a uma condição em que ocorre uma
resposta inflamatória pelo intestino de cães e gatos sem causa explicita, sendo assim
classificada como doença idiopática. Acredita-se em uma perda da tolerância imunológica a
componentes comuns a luz intestinal com consequente resposta inapropriada do sistema
imune, havendo ainda a possibilidade de predisposição genética (DAVENPORT et al, 2000;
COSTA, 2014). A doença inflamatória intestinal pode afetar qualquer porção do intestino
desses animais, recebendo denominação de acordo com o segmento afetado e tipo de células
inflamatórias predominantes. Enterite refere-se ao acometimento do intestino delgado,
enquanto colite designa-se ao envolvimento do intestino grosso (TAMS, 2005; COSTA,
2014). As principais células envolvidas na resposta inflamatória são: linfócitos, eosinófilos,
plasmócitos, macrófagos e neutrófilos, podendo haver associação entre elas (WILLARD,
2010; SILVEIRA et al., 2013; COSTA, 2014).
Os sinais clínicos de doenças inflamatórias intestinais são inespecíficos, incluindo
vômito, diarreia, alterações no apetite e perda de peso. Ao exame físico, na maioria das vezes,
os pacientes não apresentam alterações significativas. Quando o processo inflamatório
localiza-se predominantemente em porções do intestino delgado, o vômito é o principal sinal
(WILLARD, 2010). Normalmente, suspeita-se da colite, ou acometimento de ambas as partes,
quando ocorre aumento da frequência de defecação com presença de hemorragias intestinais
(SILVEIRA et al., 2013; COSTA, 2014).
30
Para efetuar o diagnóstico de doenças inflamatórias intestinais, baseia-se nos sinais
clínicos e exclusão de outras doenças que possam causar a inflamação no sistema. Descartamse causas parasitárias, infecciosas, dietéticas e neoplásicas por meio de exames laboratoriais,
exames de imagem e testes dietéticos (COSTA, 2014; SILVEIRA et al., 2013). Direciona-se
a confirmação do diagnóstico através de biopsia, com coleta por laparotomia ou endoscopia, e
exame histopatológico, determinando-se, dessa forma, a porção acometida e predominância
de células envolvidas (SILVEIRA et al., 2013).
O tratamento de escolha consiste no fornecimento de dieta hipoalergênica,
administração
de
glicocorticoides,
como
prednisona
e
prednisolona
em
doses
imunossupressoras, associados à antibioticoterapia de metronidazol (WILLARD, 2010;
COSTA, 2014).
Este trabalho tem como objetivo relatar, discutindo com a literatura, o caso de uma
cadela diagnosticada com enterite linfocítica-plasmocítica, acompanhado durante o estágio
curricular supervisionado.
METODOLOGIA
Foi atendida no HVU-UFSM, uma cadela, sem raça definida, com cinco anos de idade
e 10 kg de massa corporal. Na anamnese foi relatado que a paciente vinha apresentando, há
cinco dias, vômito de cor amarelada com presença de alimento. Estes episódios ocorriam
horas após a alimentação, constatando-se, ainda, a manutenção do apetite. A proprietária
relatou, também, que o animal apresentava histórico com ocorrência de vômitos e diarreia
intermitentes desde filhote, o que a havia levado realizar visitas frequentes a médicos
veterinários, acreditando-se, por fim, que a causa dos episódios seria hipersensibilidade
alimentar. Por estas razões, há um ano, fornecia Royal Canin Gastro Intestinal Canine®, ração
especifica para animais com problemas gastrointestinais, e mantinha vacinação e
vermifugação em dia. Nos últimos dois dias, a proprietária estava administrando um
comprimido de omeprazol (2mg/kg, SID) e metoclopramida (0,2mg/kg, TID).
Ao exame clínico, constatou-se temperatura retal de 39,2°C, frequência respiratória de
24mpm, frequência cardíaca de 110bpm, mucosas rosadas, TRC de 2 segundos, pulso arterial
normal, estado nutricional bom, linfonodos sem alteração à palpação e demonstrando
desconforto palpação epigástrica.
A partir do histórico da paciente suspeitou-se de doença inflamatória intestinal, dessa
forma, buscou-se descartar outras afecções e direcionar-se para a confirmação do diagnóstico.
Para tanto, foi coletado sangue para avaliação hematológica e provas bioquímicas (ALT, FA,
31
albumina, creatinina e uréia) e visando descartar megaesôfago encaminhou-se a paciente ao
exame radiográfico simples e contrastado do esôfago. Após avaliação dos resultados dos
exames, os quais não apresentaram alterações, foi indicada a realização de biopsia por
endoscopia para avaliação histopatológica da mucosa gastrointestinal. A paciente retornou
para casa com a recomendação de manter as medicações citadas acima até retorno.
Após três dias, a paciente voltou ao hospital pela manhã em jejum hídrico e alimentar
de 12 horas, a mesma apresentou todos os parâmetros dentro da normalidade. Houve o relato
de persistência dos vômitos, mesmo com o uso das medicações. Logo, foi submetida ao
procedimento de esofagogastroduodenoscopia, sob indução anestésica de propofol (4mg/kg,
IV) e anestesia inalatória com isoflurano. Através deste procedimento, foram coletados nove
fragmentos referentes ao estômago e duodeno, os quais foram fixados em formol e
encaminhados para laboratório de patologia para análise histopatológica.
Com a suspeita de DII e informações obtidas através da endoscopia, compatíveis com
a enfermidade, a paciente foi liberada com prescrição medicamentosa de prednisona (2mg/kg,
VO, SID) por 21 dias, metronidazol (10mg/kg, VO, BID), por 10 dias, e Royal Canin
Hipoalergênica®, conforme indicação do fabricante de acordo com o peso do animal. Foi
agendado retorno em três semanas, ao término da administração do glicocorticoide, para o
acompanhamento do caso.
Em vinte dias, a proprietária retornou com a paciente queixando-se de poliúria,
polidpsia e aumento de 600 gramas de massa corporal, mas sem relato de vômito. Optou-se
pela redução da prednisona para 1,5mg/kg pela mesma via e frequência durante 20 dias.
Solicitando-se o retorno ao término do tratamento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na clínica médica de animais de companhia, cães e gatos, é comum o atendimento de
casos clínicos com sinais de vômitos e diarreia. Em muitas situações, sem um diagnóstico
definido, os sintomas são tratados e após algum tempo os proprietários retornam com os
pacientes buscando atendimento para mesma queixa. Nesses casos, a doença inflamatória
intestinal torna-se uma forte suspeita, sendo mais estudada e considerada nas últimas duas
décadas como causa mais comuns dos sinais citados (DAVENPORT et al., 2000; TAMMS,
2005). O relatado histórico clínico de recidivas da paciente que sempre foi tratada, mas não
conclusivamente diagnosticada, levou à suspeita de doença inflamatória intestinal.
32
Classificada como uma enfermidade idiopática, a DII vem sendo frequentemente
diagnóstica em cães adultos, mas pode ocorrer em animais filhotes, não havendo predileção
por idade ou sexo (DAVENPORT et al., 2000). Acredita-se que a doença tenha relação com
uma quebra da barreira imunológica da mucosa gastrointestinal (por influencias de microorganismos ou dietéticas), com consequente hipersensibilidade a antígenos comensais, o que
levaria a uma resposta imunológica inapropriada e contínua. Fala-se, também, em resposta
autoimune aos antígenos normais a luz intestinal (ROUDEBUSH et al, 2000; CRAVEN et al.,
2004; WILLARD, 2010). A predisposição genética aliada a esses fatores poderia agravar o
quadro clínico, propiciando a entrada de agentes bacterianos e antígenos que estimulam
continuamente a resposta imune da mucosa intestinal (GERMAN et al., 2003; COSTA, 2014).
Devido a isso, não priorizamos determinar a especifica causa do desenvolvimento da doença
para o caso aqui relatado.
Alguns estudos demostram que a patogênese da doença nos cães é semelhante à
ocorrida em seres humanos, mostrando que células T CD4 e interleucinas estão envolvidas na
resposta inflamatória intestinal e a antígenos de bactérias comensais em ambas as espécies
(HENDRICKSON et al., 2002; GERMAN et al., 2003). Nos cães há uma ativação de subtipos
de linfócitos (Th1 e Th2) que desencadeiam distintos tipos de citocinas e, consequentemente,
a estimulação da resposta de diferentes tipos de células do sistema imune (DAVENPORT et
al., 2000; KLEINSCHMIDT et al., 2007). Sendo que as principais células envolvidas na
resposta inflamatória desses animais são: linfócitos, eosinófilos, plasmócitos, macrófagos e
neutrófilos, podendo haver associação entre elas (KLEINSCHMIDT et al., 2007; WILLARD,
2010; SILVEIRA et al., 2013).
A enterite linfocítica plasmocítica e a enterite eosinofílica são as formas mais comuns
da enfermidade inflamatória em cães e gatos. Cães das raças Pastor Alemão, Shar Pei Chino,
Wheaten Terrier apresentam predisposição para primeira, enquanto a segunda é predisposta
para a raça Setter Irlandês (DAVENPORT et al., 2000; KLEINSCHMIDT et al., 2007;
CRAVEN et al., 2004). Já as raças Basenjis e Lundehunds demostram predisposição à enterite
imunoproliferativa, uma variação grave da forma linfocítica plasmocítica que pode levar a
hipoalbuminemia e hiperglobunemia (DAVENPORT et al., 2000; WILLARD, 2010). As
formas granulomatosas, caracterizadas por infiltração de macrófagos e as neutrofílicas são
raras em cães e também em gatos (GERMAN et al., 2003; WILLARD, et al 2010). A paciente
em questão é adulta, sem raça definida e apresentou uma das formas mais comuns da
enfermidade, a enterite linfocítica plasmocítica.
33
Os infiltrados inflamatórios da mucosa são responsáveis pelas manifestações clínicas
da doença, quando próximos ao estômago e intestino delgado estimulam receptores aferentes
viscerais que provocam o vômito (DANVEPORT et al., 2000). Além do vômito, o paciente
poderá apresentar diarreia crônica e volumosa com consequente perda de peso. No entanto,
quando a enterite envolver especialmente o duodeno, o vômito poderá ser o principal sinal.
Alterações no apetite, anorexia ou polifagia, também podem ocorrer (HENDRICKSON et al.,
2002;PALACIOS Jr. et al., 2012; SILVEIRA et al., 2013). A paciente deste relato, apesar de
apresentar histórico de diarreias, nesse episódio clínico, manifestou apenas vômitos,
indicando enterite de forma branda.
Formas graves da enfermidade podem causar alterações dos processos de absorção
normais do intestino causando diarreias com perdas de proteínas, podendo levar a
hipoalbunemia, hipoproteinemia e desenvolvimento de ascite (SILVEIRA et al., 2013).
Relaciona-se o aumento da defecação com pequeno volume de fezes por evacuação,
disquezia, tenesmo, hematoquezia e muco nas fezes ao envolvimento do intestino grosso
(DANVEPORT et al., 2000; HENDRICKSON et al., 2002). Nesses casos atribui-se as
alterações na motilidade dos intestinos à influencia de prostaglandinas e leucotrienos sobre o
músculo liso, enquanto a produção de muco devido a ações dos infiltrados sobre células
calciformes (DAVENPORT et al., 2000).
Por tratar-se de uma alteração inflamatória idiopática com sinais inespecíficos, o
diagnóstico pode se tornar difícil. Deve-se suspeitar da enfermidade a partir da exclusão de
outras patologias que também causam inflamação intestinal, para tanto se realiza a
investigação de processos infecciosos, parasitários, neoplásicos, alterações dietéticas e
anatômicas (HENDRICKSON et al., 2002; COSTA, 2014). A associação do exame clínico
com exames de hemograma, bioquímico (avaliação hepática e renal) e de imagem
(ultrassonografia abdominal e radiografias torácicas e abdominais) possibilita descartar a
ocorrência das alterações citadas acima (WILLARD, 2010; COSTA, 2014). No caso do
presente relato, a proprietária afirmou que durante as frequentes visitas aos médicos
veterinários, diversos exames já haviam sido realizados, incluindo hemogramas, bioquímicos
(alanina amino transferase, fosfatase alcalina, creatinina e uréia) e exames de ultrassom, sem
que se houvesse chegado a uma conclusão. Na última visita o médico veterinário, este
solicitou a troca da ração, presumindo que a doença poderia referir-se a hipersensibilidade
alimentar. Essa troca de dieta também auxilia a estabelecer o diagnóstico, uma vez que a
resposta positiva sugere o diagnóstico de alergia alimentar (ROUDEBUSH et al., 2000).
Visando-se assegurar-se, foram solicitados novos exames, inclusive a avaliação da albumina
34
e, para investigação de megaesôfago, exame radiográfico da região torácica. Através dos
resultados nada foi encontrado, uma vez que estavam todos de acordo com os parâmetros
fisiológicos e anatômicos da espécie.
Dessa forma, foi indicada a biopsia por endoscopia, que foi realizada três dias após a
consulta. Optou-se pela técnica de endoscopia, por ser menos invasiva e por permitir a
visualização da mucosa e biopsia de lesões focais não visíveis com ultrassom ou laparatomia
(HENDRICKSON et al., 2002; FOSSUM et al., 2008). De acordo com Davenport et al.
(2000), o aspecto percebido durante a endoscopia para DII compreende mucosa granulosa,
friável, hiperêmica e impossibilidade de visualização dos vasos. No referido caso, verificouse, através do procedimento, mucosa gástrica hemorrágica e espessa, com perda da definição
das vilosidades em alguns pontos. Já no duodeno, a mucosa apresentou-se friável,
hemorrágica e edemaciada. Os resultados descritos concordam com presença de inflamação
intestinal, então após o término do procedimento e parecer do cirurgião, definiu-se o
diagnóstico de DII.
Portanto instituiu-se o tratamento de prednisona (2mg/kg, VO, SID) por 21 dias,
metronidazol (10mg/kg, VO, BID) por 10 dias e ração Royal Canin Hipoalergênica®,
conforme indicação do fabricante. Os glicocorticoides prednisona ou prednisolona em doses
imunossupressoras (1 a 2mg/kg, BID) são indicados por 2 a 4 semanas com posteriores
reduções, até que se encontre uma dose mínima efetiva para o paciente (HENDRICKSON et
al., 2002; TAMS, 2005; PALACIOS Jr. et al., 2012). A paciente apresentou efeitos adversos
de poliúria, polidipsia e aumento de peso antes do período determinado para retorno. Sendo
que esses efeitos são esperados pelo uso de glicocorticoides, então a dose foi reduzida para
1,5mg/kg com retorno agendado para 20 dias. Nos últimos anos, a budesonida, glicocorticoide
de ação local tem sido utilizada, visando menos efeitos adversos. No entanto, a dose não está
bem estabelecida, sendo empregada de 1 a 3 mg/kg (WILLARD et al., 2010; COSTA, 2014).
Palacios Jr. et al. (2012) utilizou recomendou budesonida para ELP na dose de 0,125mg/kg
(VO, TID), não obtendo resposta satisfatória. A azatioprina e ciclosporina são outros
imunomodulares usados quando não há respostas aos glicocorticoides, em humanos são
utilizados devido aos seus efeitos poupadores de esteróides, uma vez que aproximadamente
50% dos pacientes apresentaram efeitos adversos de corticosteroides (HENDRICKSON et al.,
2002; COSTA et al, 2014) .
A dieta hipoalergênica visa fornecer proteínas hidrolisadas e baixo peso molecular,
partículas extremamente pequenas que não induzam resposta antigênica, evitando, assim,
reação adversa à dieta (TAMMS, 2005). Danveportet al. (2000) afirma que o alimento
35
adequado deve reduzir a irritação/inflamação intestinal e normalizar a motilidade, para isso,
em geral, é necessário testar e selecionar o tipo de alimento mais conveniente para cada
animal. Busca-se testar alimentos com alta digestibilidade, pouco resíduo e preferencialmente
um único tipo de proteína. Os antibióticos são utilizados em doenças crônicas e mais graves
para conter o supercrescimento bacteriano, recomendando-se o uso do metronidazol
(WILLARD et al., 2010; PALACIOS Jr. et al., 2012).
Verificou-se através do laudo histopatológico em todas as amostras a presença na
lâmina própria da mucosa de infiltrados inflamatórios compostos por linfócitos e plasmócitos
que variaram de leves a acentuados. Confirmou-se, então, o diagnóstico de doença
inflamatória intestinal na forma de gastrite linfoplasmocitária crônica difusa leve e enterite
linfocítica plasmocítica crônica difusa moderada (ELP). A biopsia e exame histopatológico
são indispensáveis para distinguir o tipo de infiltrado inflamatório presente e até mesmo
descartar linfossarcomas, diagnóstico diferencial grave da enfermidade (DAVENPORT et al.,
2000). Apesar dos efeitos adversos apresentados, até o término deste trabalho, a paciente não
apresentou recidiva dos vômitos após o tratamento instituído.
CONCLUSÕES
Apesar dos contínuos estudos não se determinou a causa das doenças inflamatórias
intestinais, tanto na medicina humana quanto na veterinária, permanecendo sua etiologia
indeterminada. Ressalta-se aqui a importância da busca por um diagnóstico definitivo para
sinais comuns à clinica veterinária, evitando-se o desconforto dos pacientes e, principalmente,
a evolução de doenças. Houve o relato de satisfação por parte da proprietária em relação ao
diagnóstico definitivo, ao tratamento e melhora dos sinais clínicos, mas também de
insegurança pelos efeitos adversos do uso de glicocorticoides.
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37
CONCLUSÃO
A realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária
possibilitou grande aprendizado junto à formação acadêmica, promovendo o crescimento
pessoal e profissional. Tratou-se de uma etapa fundamental, em que tive oportunidade de
vivenciar intensamente a rotina de clínica médica em pequenos animais, adquirindo prática e
segurança frente a diferentes desafios. A vivência no HVU - UFSM certamente proporcionou
amadurecimento profissional e possibilitou interligar a prática médica com o conteúdo teórico
visto ao longo da graduação.
Essa experiência provocou o senso investigativo e impulsionou a escolhas por
condutas médicas. Pude finalizar o estágio com sentimento positivo sobre a opção pela clínica
médica, confiando que os objetivos foram atingidos. Novas metas foram visualizadas, os
objetivos agora visam a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos com excelência, com
ciência das responsabilidades e do compromisso de um médico veterinário para com a
sociedade e com os animais.
38
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41
ANEXOS
42
Anexo A -
Canino diagnosticado com Dermatose responsiva ao zinco na primeira
consulta.
Canino apresentando crostas grossas e escamosas na pele, alopecia com pelagem fosca e dura,
especialmente em torno dos olhos, focinho, orelhas, jarretes, e patas.
43
Anexo B - Canino diagnosticado com Dermatose responsiva ao zinco oito dia após o
inicio do tratamento.
Canino com suplementação de zinco apresentando diminuição dascrostas grossas e melhora
no aspecto dos pelos.
44
Anexo C - Canino diagnosticado com Dermatose responsiva ao zinco com vinte e seis
dias de tratamento.
Canino demonstrando significativa melhora com ausencia das crostas grossas e alopacia.
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