ritidoplastia com cerclagem periauricular e bolsa complementar

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RITIDOPLASTIA COM CERCLAGEM PERIAURICULAR
E BOLSA COMPLEMENTAR SIMPLES OU MÚLTIPLA.
FACE LIFTING WITH PERIAURICULAR CERCLAGE TECHNIQUE
USING BAG SUTURE
RODRIGO D´EÇA NEVES
DESCRITORES
CIRURGIA PLÁSTICA, CIRURGIA ESTÉTICA, FACE.
KEYWORDS
SURGERY PLASTIC, SURGERY STHETICS, FACE.
RESUMO
A técnica de cerclagem periauricular se vale
do efeito centrípeto da tração realizada pela sutura
em bolsa no subcutâneo em plano do sistema
músculo cutâneo superficial da face. Para tanto se
utiliza de fio de nylon monofilamentar de espessura
2-0, passado em passos longos de maneira a
desenhar uma figura amebóide onde as partes
mais projetadas são aplicadas sobre as linhas
que mais desejamos tracionar. Desta maneira
quando apertarmos fio da sutura e ele assumir a
forma circular produziremos nestes pontos maior
tensão com maior arrasto de tecido. No centro
do circulo há a projeção do conteúdo gorduroso
que é aplanado com segunda bolsa sobre a loja
parotídia. Outra pequena bolsa em forma alongada
será implantada próximo ao gônio acompanhando
o bordo da mandíbula, acentuando o seu contorno.
No tratamento da costeleta utilizamos a retirada de
pequeno triangulo que torna mais efetiva a tração
cefálica da pele descolada na face.
ABSTRACT
The periauricular cerclage technique uses
traction centripetal effect realized by bag suture
in SMAS. For this, utilize nylon thread 2-0 in long
steps, resulting a amoeba-like picture, where the
more projected parts are realized in places where
we want more traction. In this way, when we tighten
the suture thread and it became a circle shape, we’ll
produce more tension and more tissue traction in
that’s points. In the center of circle there’s fat tissue
projection that is planed whith a second bag above
the parotid place, another elongated little bag near
the gonius in mandible side, improving it contour.
In the zygomatic region treatment, we remove a
little triangle that make more effective the facial
skin cephalic traction.
INTRODUÇÃO
Na cirurgia plástica da face, inúmeras táticas e
técnicas são apresentadas para solucionar a condição
da pele senilizada, produto do envelhecimento.
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As rugas de ação do tempo decorrentes da
flacidez da pele são tratadas com as cirurgias
propostas com estiramento da pele em associação
a preenchimento com PMMA (definitivo) ou ácido
hialuronico ( temporário) ou outros atos como auto
enxerto de gordura, fáscia, tecido fibroelástico,
tecido cicatricial decorticado e existem outros
produtos ou métodos sem respaldo científico, etc.
O sucesso prolongado ou temporário do
tratamento, dependente do organismo submetido
e da validade do processo aplicado.
As rugas conseqüentes aos movimentos
repetidos pelos músculos faciais não respondem
à outro método que não seja o cirúrgico
acompanhado de posterior paralisação do músculo
com toxina botulínica e preenchimento.
As secções nervosas apresentam o
inconveniente das regenerações justamente nos
locais menos desejados.
O estiramento da região frontal onde são
mais freqüentes estas rugas de ação muscular
provoca a elevação da linha de implantação do
cabelo aumentando muito a largura da testa e sua
elevação com fios profundos nem sempre tem vida
longa. A sobrancelhas elevadas por estes métodos
tendem cair ou produzir assimetria tardiamente
Frente a estas situações e coagido diante
das grandes cicatrizes que produzem efeito
desagradável como a queda de cabelos na
cicatriz, deu inicio a busca pela redução da cicatriz
evitando-a no couro cabeludo.
Assim com a cicatriz reduzida que circunda
a orelha, respeitando a costeleta e invadindo
modestamente o couro cabeludo retroauricular,
tem nos ofertado bom e duradouro resultado,
com a cerclagem periauricular proposta por
Stochero, complementada por outras pequenas
que valorizam o resultado imediato e tardio.
TÉCNICA
A mistura de 40ml de lidocaina 2%, 200 ml
de soro fisiológico e 1mg de adrenalina, resulta
em solução anestésica de lidocaína a 0,39% com
adrenalina a 1:240000. A esta solução chamamos
de “solução 241”
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Utilizamos agulha de raquianestesia n.24 que
facilita por ser longa e maleável e como vantagem
permite a infiltração em plano gorduroso que é pouco
inervado e menor número de picadas e produz
menor dor. Em distancia igual à 5cm infiltramos
toda volta da orelha incluindo couro cabeludo.
A incisão interessa toda pele até o tecido
subcutâneo e inicia no pólo superior da implantação
da orelha de onde em direção caudal acompanha
as curvas naturais do sulco sinuoso pré auricular,
respeitando o tragus sem tocá-lo. Sofre um reflexo
circundando o lóbulo auricular continuando sobre e
ao longo da concha auricular em sua face posterior
até a altura em que o bordo da helix cruza com a
linha de implantação do cabelo. Descreve curva
em ângulo de aproximadamente 60º e se dirige
para o interior do couro cabeludo em comprimento
dependente da necessidade imposta pelo excesso
de pele a ser retirada. Na altura da costeleta
acompanhando sua base e respeitando seu
tamanho, implantamos uma incisão horizontal que
em seu ponto mais anterior ascende em ângulo
reto e retorna em ângulo de 45º até encontrar a
linha que vem do bordo livre da pele descolada
mantendo angulo reto com a linha anterior. Este
desenho propusemos anteriormente no livro do
Prof. Mélega
Desenho do triangulo
Descolamos a região temporal até cerca de
5cm acima do arco zigomático, prosseguimos
no sentido caudal até próximo ao rafe tendinosa
por sobre o músculo orbicular do olho, seguimos
incluindo e acompanhando os limites da parótida
descolando levemente, próximo ao nervo auricular
maior sobre o esternocleidomastoide retornamos
em sentido cefálico em plano
justa fáscia
retroauricular até o couro cabeludo em seu tecido
subcutâneo por baixo das raízes dos cabelos.
Utilizamos a agulha de Casagrande para fazer
a passagem do fio no couro cabeludo. Perfurando
esta estrutura e prosseguindo pelo seu subcutâneo
levamos a ponta da agulha até a parte mais alta do
descolamento acima do zigomático, lá buscamos
a cauda do fio ( Mn 2-0) que trazemos até próximo
ao ponto de introdução torcemos o instrumento e
levamos o fio para a porção mais alta e superior
do descolamento retroauricular e lá deixamos o fio
reparado para que não se desloque.
Com a agulha do próprio fio passamos em
passo largo pelos locais que desejamos tracionar
marcados na pele antecipadamente, cujo desenho
define a forma amebóide que quando regularizada
pela tração do fio será mais atuante nos pontos
mais avançados e com menor efeito nos intervalos.
O fio é amarrado com segurança para que não se
desfaça o nó que deve ser mergulhado no tecido
mais firme da região.
Devemos ter o cuidado de passar o fio mais
profundo quando estivermos cruzando o bordo da
mandíbula, pois lá pode ser palpável e tem paciente
que se preocupa ainda que nada signifique. Nesta
passagem não esquecer que estamos próximos
do nervo marginal da mandíbula.
As trações da cerclagem podem elevar as
gorduras contidas em sua área de atuação e
pequenas outras bolsas devem ser feitas em geral
diante da orelha em seus terços inferiores sobre a
parótida, sem produzir defeito no lóbulo auricular.
A outra bolsa é aplicada no espaço por trás do
lóbulo próximo ao gônio em forma oval paralela
à mandíbula de maneira a produzir maior tração
na linha cujo beneficio é aumentar a definição da
linha do bordo mandibular.
Foto da paciente com triangulo
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Foto do desenho amebóide a ser tracionado
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A tração da pele é ascendente diante da orelha
onde o triangulo proposto facilita a acomodação
da pele, diminuindo o volume cutâneo da região
temporal e acentua a sua retirada deixando a
sutura da pele sem tensão. Recortamos o retalho
acompanhando a sinuosidade da incisão.
No segmento posterior dirigimos a força
ascendente aplicando o primeiro ponto junto
ao sulco retroauricular e o segundo na linha de
implantação dos cabelos sem permitir desencontro,
neste momento observamos que a pele descolada
e tracionado sofreu um giro postero superior.
Para finalizar a cirurgia lavamos com
sabão de clorexidine e enxugamos os cabelos
imediatamente antes de aplicar um turbante que
envolve mento e pescoço, tempora e fronte se
cobrir os olhos que são mantidos com compressa
gelada pois a blefaroplastia superior e inferior (
Castañares com retalho músculo cutâneo) quase
sempre acompanha esta intervenção.
fotos de pré e - pós operatório
REFERÊNCIAS
CONCLUSÃO
Utilizamos esta técnica para quase todas as
pacientes e sempre retiramos pele.
O acréscimo das pequenas bolsas nos locais
descrito tem sido de grande valia e tem permitido
resultado tardio favorável e duradouro.
Houve aquelas que tivemos que fazer
as bolsas em tempo separado como retoque
complementando para prolongar os resultados
satisfatórios sempre avaliados pela censura do
paciente.
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2. Stocchero, IN. Shortscar Face-Lift with The
Round Block SMAS Treatment: A Younger Face For All.
Aesthetic Plast Surg 2007;31:275-8.
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Fonseca, ASF. Lift Facial com Roundblock SMAS Treatment, in Stocchero, I.N. e Tournieux, A.A.B., Atualização em Cirurgia Plástica Estética e Reconstrutiva, 73–7,
Editora Santa Isabel, 2006.
4. Stocchero, IN. Abordagem da Cirurgia Facial
Pós-Perda Ponderal, In José Humberto Cardoso Resende, Tratado de Cirurgia Plástica na Obesidade, 47580, Editora Rubio, Rio de Janeiro, 2007.
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