EFEITOS DOS EXERCÍCIOS TERAPÊUTICOS NA DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR: ESTUDO DE CASO Effect of the exercises therapeutics in temporomandibular disorders: case study Stephanie Barcelos*, Inês Alessandra Xavier Lima, M.Sc.** ....................................................................................................................................................... *Ac. do curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, **Ft, prof., da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL Resumo: A disfunção temporomandibular (DTM) abrange uma variedade de condições associadas com dor e disfunção da articulação temporomandibular (ATM), da musculatura mastigatória e de estruturas relacionadas, que causam desconfortos e incapacidades aos indivíduos acometidos pela DTM. O presente estudo teve como objetivo analisar os efeitos dos exercícios terapêuticos na DTM em relação ao quadro álgico e a amplitude de movimento (ADM) em 1 indivíduo do sexo feminino. Trata-se de uma pesquisa quase-experimental, com pré e pós-teste, sem grupo controle. A amostra contou com 1 indivíduo portador de DTM, 37 anos, sexo feminino. O tratamento constou de 17 atendimentos, com 3 intervenções semanais e duração aproximada de 90 minutos. Observou-se que os exercícios de alongamentos para os músculos da mastigação e da coluna cervical, exercícios ativos e resistidos para a musculatura mastigatória e exercícios com a aplicação de posturas baseadas nos princípios da RPG® proporcionaram a redução do quadro álgico na musculatura mastigatória e ATM, cefaléia e cervicalgia e aumento da ADM nos movimentos de abertura e de lateralidade bilateral da ATM. Abstract: The temporomandibular disorders (TMD) covers a variety of conditions associated with pain and temporomandibular joint disorder (TMJ), the muscles mastigatória and related structures, causing discomfort and disability for individuals affected by the TMD. This study aimed to examine the effects of therapeutic exercises in the TMD on the painful picture and range of motion (WMD) in 1 individual females. This is a quasi-experimental research, with pre-and post-test, with no control group. The sample included individuals with 1 carrier of TMD, 37 years old, female. The treatment of 17 patients with 3 interventions weekly and lasts approximately 90 minutes. It was observed that the exercises, stretching to the muscles of mastication and cervical spine, and active resistance exercises for the muscles mastigatória and exercises with the implementation of postures based on the principles of RPG ® provided to reduce the painful picture in the muscles and ATM mastigatória , Headache and neck pain and increased movement of WMD in opening and laterality of bilateral ATM. Palavras-chaves: temporomandibular, exercícios terapêuticos. Key-words: temporomandibular disorders, physicaltherapy, exercises therapeutics. disfunção Fisioterapia, Introdução A disfunção temporomandibular (DTM) abrange um determinado número de problemas clínicos que envolve a musculatura mastigatória, a articulação temporomandibular (ATM), as estruturas associadas ou ambas [1,2,3]. Cerca de 70% da população geral tem pelo menos um sinal de DTM, no entanto apenas uma em quatro pessoas com sinais é conhecedora destes e o reportam como um sintoma. Das pessoas que apresentam um ou mais sinais de DTM, somente 5% procuram tratamento [4]. A etiologia da DTM possui caráter multifatorial decorrente de diversos fatores que modificam o equilíbrio estático e dinâmico dos componentes do sistema craniocervicomandibular. A DTM pode ocorre em todas as faixas etárias, mas a sua maior prevalência é entre 20 e 45 anos. A incidência é maior no sexo feminino, principalmente em idade reprodutiva, diminuindo após a menopausa, sugerindo uma participação de hormônios reprodutivos no desenvolvimento e manutenção da DTM. Além disso, indivíduos portadores de DTM apresentam alterações posturais, como anteriorização de cabeça, protusão e rotação interna de ombros, as quais podem estar relacionadas com o desequilíbrio da sinergia dos músculos da mastigação, os quais podem alterar como anteriorização de cabeça, hiperlordose cervical e protusão de ombros [5,6,7,8,9]. A etiologia da DTM pode estar relacionada à tensão emocional, a distúrbios e interferências oclusais, às alterações posturais, à disfunção da musculatura mastigatória, às mudanças intrínsecas das estruturas que compõem a articulação temporomandibular, ou ainda, à combinação desses fatores, caracterizando uma sintomatologia de difícil diagnóstico e tratamento, envolvendo manifestações dolorosas e incoordenação de movimentos [10,11,12,13]. Esta disfunção é caracterizada como uma síndrome que apresenta uma variedade de manifestações clínicas como dor articular, restrição de movimento, ruídos articulares, cefaléia, dor local crônica, otalgia, tinitus, dor na musculatura mastigatória, dor na coluna cervical, desvio mandibular, travamento na abertura da boca e mudanças na postura da cabeça [14,15,3]. Para Lopes e Rode [16], é difícil determinar o diagnóstico, pois há dificuldades em correlacionar a etiologia das disfunções e os sintomas. Entretanto, a identificação precoce dos sinais e sintomas das DTM é importante, pois podem evitar complicações futuras e tratamentos mais complexos e muitas vezes desnecessários, ou seja, o diagnóstico preciso torna-se decisivo para o sucesso do tratamento evitando piores conseqüências aos pacientes acometidos com a disfunção. Wong e Cheng [17] descrevem que a DTM é um diagnóstico não específico que representa um grupo de condições dolorosas que afeta a ATM e a musculatura que controla a mastigação. A abordagem do tratamento da DTM é de caráter interdisciplinar e multidisciplinar que conta com a participação de profissionais fisioterapeutas, odontólogos, médicos, fonoaudiólogos e psicólogos que visam, no tratamento, reverter e/ou aliviar os sinais e sintomas dos pacientes acometidos com esta patologia [18]. Para Kogawa et al. [19], um dos profissionais de grande importância no tratamento da DTM é o fisioterapeuta que é o responsável por tratar os problemas musculoesqueléticos por meio do tratamento dos sintomas, da etiologia, dos fatores de predisposição e eventualmente o tratamento dos eventos patológicos, antecedidos por uma detalhada avaliação da ATM e das estruturas relacionadas. Segundo McNeely, Olivo e Magee [1], Michelotti et al. [2] e Kogawa et al. [19], o tratamento fisioterapêutico tem o objetivo de aliviar a dor músculo- esquelética, reduzir a inflamação e restaurar a função motora oral, o que leva a diminuição da administração de medicamentos a fim de combater a dor apresentada. Existem diversos recursos fisioterapêuticos como os exercícios terapêuticos, os quais visam à recuperação das funções das estruturas móveis, mediante o emprego de propriedades profiláticas e terapêuticas. Um dos objetivos deste tipo de recurso é proporcionar o ganho de ADM para que haja mobilidade e flexibilidade dos tecidos moles que circundam a articulação, como músculos, tecidos conectivos e pele, assim como reverter o quadro de contratura instalado, para melhorar a amplitude fisiológica de movimento [20]. Nicolakis et al. [21] relatam que os exercícios terapêuticos, especificamente os exercícios ativos e passivos dos movimentos mandibulares, juntamente com exercícios de relaxamento e correção postural, são úteis no tratamento da dor e na incapacidade funcional em pacientes com DTM. Apesar dos resultados positivos, a intervenção fisioterapêutica não é comumente empregada nas DTM, fator que pode explicar a escassez de dados científicos diretamente relacionados à Fisioterapia e DTM e o pequeno número de profissionais fisioterapeutas focados nesta área de atuação em franca expansão no mercado de trabalho. Observa-se na prática clínica, que um grande número destes profissionais fisioterapeutas ainda apresenta seu enfoque principal de intervenção no tratamento sintomático do paciente. Contudo, existe a possibilidade de desenvolvimento de uma abordagem fisioterapêutica baseada na globalidade, não apenas limitando-se à sintomatologia, mas também atuando como um recurso a mais na resolução destas desordens, ajudando na melhora funcional e proporcionando uma nova visão terapêutica. Desse modo, o objetivo do estudo foi avaliar os efeitos dos exercícios terapêuticos em um indivíduo acometido por DTM no que se refere a redução do quadro álgico na ATM e nas estruturas adjacentes, assim como a melhora da ADM ativa da ATM. Material e métodos O presente estudo caracterizou-se como um estudo de caso quaseexperimental, pois mensurou os valores pré e pós-intervenção fisioterapêutica da amplitude de movimento ativa da ATM, assim como o quadro álgico presente na mesma e nas estruturas relacionadas, tendo como amostra um sujeito único sem apresentar grupo controle. Conforme Gil [22] e Yin [23], o estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente definidos. Segundo Gil [22], em uma pesquisa quase-experimental, é possível observar o que ocorre, a quem ocorre, tornando-se viável a análise de relações de causa e efeito. A amostra do estudo, do tipo intencional, contou com sujeito único do sexo feminino, 37 anos, residente no município de Tubarão/SC, com diagnóstico de disfunção temporomandibular, e teve como critérios de inclusão os seguintes parâmetros: a) Possuir encaminhamento da Clínica Escola do Curso de Odontologia da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), Campus Tubarão/SC, com diagnóstico de DTM, para realizar tratamento fisioterapêutico. b) Apresentar, como queixa principal, a presença de quadro álgico persistente na ATM, musculatura mastigatória e nas estruturas adjacentes e diminuição da amplitude de movimento no complexo articular em questão. c) Ser do sexo feminino. d) Apresentar idade cronológica entre 20 e 45 anos. e) Possuir no mínimo alterações posturais como anteriorização de cabeça, protusão e rotação interna de ombros. f) Não possuir história de lesões traumáticas ou tratamento cirúrgico na região orofacial ou ser portador de doenças sistêmicas, degenerativas e/ou neoplásicas. g) Ter realizado como tratamento, atual e prévio, apenas medicamentoso não específico, isto é, somente para o alívio da dor, excluindo tratamentos fisioterapêuticos, psicológicos e odontológicos, como aparelhos ortodônticos e placa oclusal (miorrelaxante ou interoclusal), de qualquer natureza. h) Disponibilidade de tempo para comparecer às 15 intervenções propriamente ditas e, no caso de faltas ou feriados, para a reposição das mesmas através do acréscimo do número intervenções não realizadas no fim do período previsto para os atendimentos. i) Residir no município de Tubarão/SC. Mediante a lista de espera da Clínica Escola de Fisioterapia da UNISUL, Campus Tubarão, selecionou-se, para posterior triagem, todos os indivíduos, listados no período entre fevereiro a dezembro de 2007, que se enquadraram na patologia, resultando em 12 sujeitos. A amostra constituiu-se, portanto, de 1 sujeito, que preencheu todos os critérios de inclusão. Para a realização da pesquisa utilizou-se: a) Goniômetro de acrílico da marca Carci®: para verificar a amplitude de movimento (ADM) articular ativa da ATM. b) Escala Visual Análoga da dor (EVA): constituída de uma linha horizontal de 10 cm de comprimento, numerada com o ponto inicial 0 e final 10, na qual 0 representa ausência de dor e 10 representa dor incapacitante. Para se obter uma resposta numérica para a dor da musculatura mastigatória e da ATM, cervicalgia e cefaléia. c) Simetrógrafo Fisiobrasil®: quadro retangular quadriculado, utilizado para avaliação postural, a fim de identificar a presença das alterações posturais listadas como critério de inclusão. d) Estetoscópio da marca Premium: para realizar ausculta da ATM a fim de identificar a presença de ruídos/estalidos na mesma. e) Ficha de avaliação, elaborada pela autora a qual objetiva a avaliação subjetiva, morfológica e funcional do caso. f) Câmera digital (SONY®, Cyber-shot 6.0 mega pixels): para registro – em imagem fotográfica e/ou filme – da coleta de dados. Para a realização deste trabalho, inicialmente, o projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UNISUL) para análise, Após a aprovação do estudo, antes de realizar a seleção do sujeito, a ficha de avaliação, elaborada pela autora, foi submetida à validação através da submissão da matriz do instrumento à análise de 10 professores fisioterapeutas, os quais avaliaram o mesmo em relação à validade e a clareza. Com a seleção do indivíduo, o mesmo foi orientado a comparecer na Clínica Escola em dia e hora específicos, oportunidade na qual foi assinado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e Consentimento para fotografias, vídeos e gravações viabilizando a realização da avaliação pré-intervenção fisioterapêutica. Foi selecionado para o estudo um indivíduo do sexo feminino, 39 anos, com DTM, selecionado na lista de espera da clínica de Fisioterapia da UNISUL, campus Tubarão/SC, a fim de agendar uma avaliação para identificar os que apresentam os critérios de inclusão da amostra, assim como apresentar os objetivos e procedimentos da pesquisa. Para avaliar a intensidade do quadro álgico na ATM, musculatura mastigatória, cervicalgia e cefaléia, utilizou-se a EVA no início e no fim de cada atendimento com a paciente sentada e em frente à mesma. A avaliação postural realizou-se com a paciente despida de roupas o máximo possível, posicionada atrás do simetrógrafo em pé, sendo observada pela pesquisadora na vista anterior, posterior e plano sagital – perfil esquerdo e direito. As alterações encontradas foram registradas na ficha de avaliação. Para a mensuração da ADM ativa, verificada no início e no fim de cada atendimento, utilizou-se a régua do goniômetro universal com o indivíduo em sedestação, nos movimentos de abertura, lateralidade à direita e à esquerda, protrusão e retrusão, partindo da posição de repouso da mandíbula, conhecida como posição postural. O número total de atendimentos fisioterapêuticos foi de 17, sendo que em 2 atendimentos foram realizadas as avaliações pré e pós-intervenção fisioterapêutica e, em 15 atendimentos, a intervenção fisioterapêutica propriamente dita. Cada atendimento durou, em média, 90 minutos, com uma freqüência de três vezes semanais, realizados na Clínica Escola de Fisioterapia da UNISUL. Cada atendimento iniciou-se com a identificação do quadro álgico e da ADM dos movimentos da ATM. Posteriormente, foram realizados alongamentos passivos para os músculos esternocleidomastoídeo, trapézio superior, extensores suboccipitais, escalenos anterior e médio e escalenos posteriores aplicados 2 vezes semanais ou exercícios com a aplicação de 2 posturas baseadas nos princípios da RPG®, rã no chão e rã no ar ambas com os braços fechados realizados, 1 vez semanal. Posteriormente foram realizados 4 exercícios de alongamentos para os músculos masseteres, pterigóideos laterais e mediais, digástricos e parte posterior dos músculos temporais e 4 exercícios ativos progredindo para resistidos, ao longo dos atendimentos, nos movimentos de elevação e depressão mandibular, lateralidade à direita, lateralidade à esquerda e protrusão em todos os atendimentos. Ao final de cada conduta verificou-se novamente o quadro álgico e a ADM dos movimentos da ATM. Ao término das 15 intervenções fisioterapêuticas foram realizados todos os procedimentos utilizados na avaliação inicial da paciente, com o intuito de coletar os dados referentes ao quadro pósintervenção fisioterapêutica. Além destes dados, as variáveis ADM ativa e quadro álgico, foram verificados no início e ao término de todos os atendimentos, com o propósito de monitorizarão da oscilação das mesmas durante o tratamento. Os dados coletados foram armazenados em computador doméstico, com acesso restrito às pesquisadoras. O software utilizado para a análise descritiva (freqüência, média e desviopadrão) foi o Statdisk®, software by Password Inc. Copyright 1998 AddisonWerley Lougaman, Inc. Para tanto, os dados foram organizados, tabulados e apresentados em gráficos e tabelas, através do Microsoft Excel®, a fim de facilitar a visualização e análise dos mesmos. Resultados Neste presente estudo, buscaram-se resultados dos exercícios terapêuticos na DTM, referente ao quadro álgico e ADM ativa da ATM, assim como a interferência das posturais no sujeito acometido pela patologia em questão. O quadro álgico, localizado na musculatura mastigatória, principalmente do lado esquerdo, cefaléia e dor na musculatura da região cervical, principalmente trapézio superior caracterizava-se como do tipo agulhada, com freqüência diária, acometendo principalmente durante a noite. Geralmente a dor começava durante no período diurno com uma intensidade leve (EVA=4) e ao anoitecer os sintomas se exarcebam, Retrusão 2 mm Figura 1: Gráfico da variação da ADM de abertura pré e pós-intervenção 60 56 54 53 52 54 53 53 56 55 55 55 52 48 56 55 57 57 57 57 57 56 56 56 56 56 53 50 15 ° 14 ° Atendimentos Pré-intervenção Pós-intervenção . Figura 2: Gráfico da variação da ADM de lateralidade à direita pré e pósintervenção. 7 ADM (mm) 6 6 5 5 6 5 5 4 6 6 5 5 5 7 7 7 7 6 6 6 6 6 5 4 4 6 4 4 5 5 4 2 ° ° 15 ° 14 ° 13 12 ° 11 ° 10 9° 8° 7° 6° 5° 4° 3° 2° 1° 0 Atendimento Pré-intervenção Pós-intervenção Figura 3: Gráfico da variação da ADM de lateralidade à esquerda pré e pósintervenção. 12 10 8 9 8 6 6 6 6 5 5 5 5 7 7 7 4 10 10 10 10 10 10 9 7 8 6 6 6 6 7 6 7 5 2 Atendimento Pré-intervenção Pós-intervenção ° 15 ° 14 ° ° ° 12 11 ° 10 9° 8° 7° 6° 5° 4° 3° 0 2° ADM (mm) 10 1° Tabela II: ADM ativa da ATM na avaliação e reavaliação Movimentos Avaliação Reavaliação Abertura 50 mm 58 mm Lateralidade à direita 4 mm 7 mm Lateralidade à esquerda 5 mm 10 mm Protrusão 0 mm 0 mm 13 ° 12 ° 11 ° 9° 10 ° 8° 7° 6° 5° 4° 3° 2° 1° 44 13 Os valores obtidos, na avaliação e na reavaliação, da ADM ativa dos movimentos da ATM, estão dispostos na tabela II. 58 58 58 58 55 55 8 Tabela I: ADM ativa ideal da ATM Movimentos ADM Abertura 58 mm Lateralidade à direita 10,2 mm Lateralidade à esquerda 10,5 mm Protrusão 9 mm Retrusão 2 mm 2 mm Os resultados das variações da ADM ativa dos movimentos de abertura, lateralidade à direita, lateralidade à direita, retrusão e protrusão da ATM do sujeito da pesquisa, ao longo dos atendimentos, pré e pós-intervenção, estão ilustrados nas figuras 1, 2, 3, 4 e 5 respectivamente . ADM (mm) apresentando intensidade muito forte (EVA=10). A dor alivia com a medicação e após a analgesia a musculatura mastigatória apresenta-se fadigada. Desde o aparecimento dos sintomas, a dor tornouse cada vez mais intensa até o momento em que foi realizada a avaliação fisioterapêutica. Em relação à avaliação da intensidade do quadro álgico na ATM, musculatura mastigatória, cervicalgia e cefaléia, em todos os atendimentos obtiveram-se os valores 0, de acordo com a EVA. A paciente relatou que, desde o início do tratamento, não houve a ocorrência desses sintomas em outros períodos do dia. Os resultados obtidos sugerem que os exercícios terapêuticos promovem a abolição da dor da ATM, musculatura mastigatória, cefaléia e cervicalgia, verificadas por meio da EVA. No que se refere a ADM ativa, Bumann e Lotzmann [24] descrevem os valores ideais, em milímetros, os quais estão descritos na tabela 1 abaixo: Figura 4: Gráfico da variação da ADM de retrusão pré e pós-intervenção. 2,5 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 ADM (mm) 2 1,5 1 0,5 9° 10 ° 11 ° 12 ° 13 ° 14 ° 15 ° 8° 7° 6° 5° 4° 3° 2° 1° 0 Atendimento Pré-intervenção Pós-intervenção Figura 5: Gráfico da variação da ADM de protrusão pré e pós-intervenção 1 ADM (mm) 0,8 0,6 0,4 0,2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8° 9° 10 ° 11 ° 12 ° ° ° ° 13 14 15 Atendimento Pré-intervenção Pós-intervenção A tabela III apresenta os valores da média e desvio padrão da ADM ativa dos movimentos da ATM da paciente, verificados a cada início e término de atendimento. Tabela III: Valores de média e desvio padrão para a ADM ativa (em milímetros) da ATM verificada a cada atendimento (pré e pós) ADM ativa PréPósmandibular atendimento atendimento Abertura 55 ±2,07 55,73±1,83 Lateralidade à direita 4,93±0,79 6,06±0,79 Lateralidade à esquerda 6,73±1,90 7,86±1,64 Protrusão 0,0±0,0 0,0±0,0 Retrusão 2,0±0,0 2,0±0,0 De acordo com o figura 1, houve aumento da ADM ativa da abertura em 10 intervenções e em 5 dias não houve mudanças. No início do tratamento constatou-se uma abertura igual a 50 mm e ao final percebeu-se um ganho igual a 8 mm. Em relação à média e o desvio padrão, em relação aos valores obtidos na pré-intervenção apresentam 55 e 2,07, respectivamente, enquanto na pósintervenção estes valores apresentaram média de 55,73 e desvio padrão de 1,83. A figura 2 demonstra que ocorreu o aumento da ADM ativa em relação à lateralidade à direita, em 14 intervenções e em 1 os valores se mantiveram. Na avaliação verificou-se uma ADM de 4 mm e na reavaliação percebeu-se um aumento de 3 mm sobre o valor obtido inicialmente. No que se refere à média e desvio padrão os valores obtidos pré intervenção obtiveram 4,93 e 0,79, respectivamente enquanto os dados alcançados pósintervenção apresentaram média de 6,06 e desvio padrão de 0,79. A figura 3, demonstra a variação da ADM do movimento de lateralidade à esquerda, que apresentou aumento 12 intervenções e se manteve nos últimos 3 atendimentos com, praticamente, valor da ADM fisiológica ideal. Na avaliação, obteve-se um valor de 5 mm que aumentou para 10 mm, verificada nos quatro últimos atendimentos e na reavaliação. Em relação à média e o desvio padrão, em relação aos valores obtidos na pré-intervenção apresentam 6,73 e 1,90 respectivamente, enquanto na pós-intervenção estes valores apresentaram média de 7,86 e desvio padrão de 1,64. Pode-se observar, na figura 4, que, tanto no início quanto no fim de cada intervenção, não houve ganhos de ADM ativa no movimento de retrusão mandibular, devido ao fato da paciente já apresentar o da ADM fisiológica de 2mm. Os resultados sugerem que os exercícios terapêuticos adotados causaram o aumento da ADM ativa de abertura, lateralidade à direita e à esquerda, o que não pode ser verificado em relação ao movimento de protrusão mandibular, observado na figura 5. Na avaliação postural, observou-se as seguintes alterações posturais localizadas no tronco superior: a) vista anterior: inclinação de cabeça para esquerda, rotação de cabeça para direita, elevação de ombro esquerdo, protusão e rotação interna de ombros, b) vista lateral: anteriorização de cabeça, protusão de ombros, hiperlordose cervical, c) vista posterior: inclinação de cabeça para esquerda, rotação de cabeça para direita, ombro esquerdo elevado, totalizando 9 alterações. Na reavaliação postural, houve uma redução do número de alterações posturais da paciente: de 7 para na vista anterior (variação de 5); de 4 para 0 na vista lateral (variação de 4) e de 3 para 0 na vista posterior (variação de 3). Observaram-se as seguintes alterações: a) vista anterior: rotação interna de ombros, b) vista lateral: nenhuma alteração c) vista posterior: nenhuma alteração; totalizando 2 alterações. A figura 6, ilustra o gráfico com a evolução da postura e alinhamento corporal antes após o tratamento realizado. Figura 6: Gráfico da freqüência das alterações posturais na avaliação e reavaliação. 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Vista anterior Vista lateral Avaliação Vista posterior Reavaliação Observa-se que a melhora da postura e do alinhamento da cabeça, coluna cervical e dos ombros é decorrente da melhora da biomecânica entre os músculos da coluna cervical e musculatura mastigatória, repercutindo com melhor vantagem mecânica no desempenho da respiração, a qual promove a diminuição da tensão mastigatória e, conseqüentemente, da dor e aumento da mobilidade da ATM. A redução das alterações posturais sugere que os exercícios baseados nos princípios do RPG® e os exercícios de alongamentos para a coluna cervical são eficientes na correção da postura corporal de indivíduos com DTM Discussão Para avaliar a utilização de exercícios no tratamento das DTM, Nicolakis et al. [25] incluíram em seu protocolo de tratamento a utilização de massagem, exercícios isométricos resistidos, alongamentos musculares, movimentos de coordenação para abertura e fechamento, mobilização articular e correção postural, além de técnicas de relaxamento. Os resultados mais significativos relacionaram-se ao alívio ou eliminação das dores observados em 87% dos pacientes e que se mantiveram em 80% dos casos após 06 meses. Para Shrier e Gossal [26] os exercícios de alongamentos, dentro de um protocolo de atendimento, propiciam um possível efeito analgésico, pois após o alongamento ocorre uma hiperemia e um aumento na velocidade do fluxo sangüíneo nos capilares próximos a região alongada, o que auxilia no alívio da dor. Gomes et al. [27] relatam que a tensão e sensibilidade dos músculos e articulações podem contribuir com a DTM e com a cefaléia tensional recorrente. Em ambos os casos, o tratamento para o sistema mastigatório, bem como da coluna cervical, pode contribuir para minimizar o quadro de dor e melhorar a estabilidade muscular e articular da ATM. Os resultados da intervenção terapêutica conservadora nas cefaléias, sobretudo as cervicogênicas, indicam que a combinação de abordagens, como exercícios de alongamentos para a coluna cervical e reeducação postural, é mais eficaz no tratamento desses pacientes [28,29,30,31]. Burton [32] avaliou a efetividade do tratamento a longo prazo para o tratamento da dor crônica miofacial. Este programa consistiu de exercícios de treino respiratório, relaxamento e de reeducação postural global. Após um período 26 semanas, houve a diminuição da dor na musculatura mastigatória. Segundo Nicolakis et al. [21] a utilização de exercícios passivos e ativos para a ATM, associados à correção postural, em 22 pacientes com dor miofacial, resultaram na melhora da dor e, após um período de seis meses de acompanhamento, 16 pacientes que permaneceram sem a presença dessa sintomatologia. Maluf [33] em seu estudo objetivou comparar os efeitos da RPG e do alongamento estático segmentar no tratamento de 24 mulheres portadoras de DTM miogênica, sendo uma das variáveis a avaliação da intensidade da dor na musculatura mastigatória, ATM, cefaléia e cervicalgia. Os resultados obtidos com o alongamento por cadeias musculares ou por músculos isoladamente tiveram resultados equivalentes no quadro álgico verificado pela EVA e redução no limiar da dor nos músculos masseter, temporal e esternocleidomastóideo. Os resultados das revisões sistemáticas de McNeely, Olivo e Magee [1] e Medlicott e Harris [18] sugerem a utilização de exercícios ativos e passivos orais, alongamentos e exercícios posturais, como intervenções eficazes para reduzir a dor nos indivíduos com DTM. Ismail et al [34] realizaram um estudo prospectivo randomizado, com 26 pacientes com DTM artrogênica, exibindo uma mandíbula dolorosa e limitação da abertura mandibular, divididos em dois grupos, nos quais um grupo recebeu tratamento fisioterapêutico utilizando exercícios terapêuticos e o outro tratado somente com a utilização de placa oclusal. Os resultados demonstraram a diminuição da dor nos dois grupos, entretanto o grupo que recebeu o tratamento fisioterapêutico apresentou um aumento mais significativo da ADM de abertura, lateralidade e protrusão da mandíbula. Silva, Barbosa e Silva [35] realizaram um estudo com uma paciente de 21 anos de idade, utilizando alongamentos para os músculos trapézio, esternocleidomastoídeo, pterigóideo lateral e masseter e exercícios isotônicos para a musculatura mastigatória, realizados duas vezes semanais durante 3 meses. Os resultados demonstraram, além da diminuição do quadro álgico decorrente da patologia, o aumento da ADM de abertura. Amantéa et al. [5] confirmam que indivíduos com DTM apresentam desvios posturais como anteriorização da cabeça, aumento da lordose cervical e não nivelamento entre os ombros. Devido à íntima relação entre a coluna cervical e a ATM, a posição anterior da cabeça irá acarretar em distúrbios de posicionamento e funcionamento mandibular, levando a hiperatividade da musculatura mastigatória e, conseqüentemente, DTM. O aumento da lordose cervical também pode ser conseqüência de um aumento da atividade dos músculos da mastigação devido à alteração de tensão das estruturas relacionadas. Corrêa e Bérzin [36] relatam que o uso excessivo da musculatura inspiratória acessória, decorrente do padrão ventilatório apical, pode acarretar alterações posturais na coluna cervical e a retração da cadeia inspiratória que eleva o tórax e o impede de voltar à posição expiratória inicial e limita conseqüentemente os movimentos do diafragma. Todas as posturas do método de RPG® permitem o alongamento da cadeia muscular respiratória; porém, as posturas rã no chão e a rã no ar permitem melhor estabilidade dos pontos de inserção do diafragma, sendo ideais para que se obtenha o alongamento dos músculos diafragma, esternocleidomastoídeo, escalenos, intercostais, músculos do dorso, peitoral maior e menor, o que proporciona a correção das alterações mecânicas do tórax, cabeça e coluna cervical [37]. McNeely, Olivo e Magee [1] e Medlicott e Harris [18], em suas revisões sistemáticas, relatam que os exercícios posturais, acrescentados no tratamento fisioterapêutico da DTM miogênica, são eficazes na diminuição da dor e restauração ou otimização do alinhamento do sistema craniomandibular. No entanto esses autores relatam que os exercícios posturais utilizados isoladamente ainda possuem efeitos desconhecidos sobre as manifestações clínicas da DTM. Wright, Domenech e Fischer [38], em estudo randomizado com 60 pacientes com DTM, aplicaram um tratamento que consistia somente de orientações quanto ao relaxamento ativo da musculatura mastigatória, evitar hábitos parafuncionais e aplicação de calor e frio na musculatura mastigatória em comparação com a realização de exercícios posturais associados a estas orientações. Os achados demonstraram que o acréscimo de exercícios posturais no tratamento promove a melhora da dor na região cervical e musculatura mastigatória. Para Pedroni, Oliveira e Bérzin [39], os exercícios de alongamentos para a região da coluna cervical têm o intuito de produzir uma redução da dor imediata decorrente da DTM em pacientes com rotação da coluna cervical e um aumento imediato da mobilidade cervical, demonstrando a interação entre o sistema craniocervicomandibular. Conclusão Verificou-se, no presente estudo, que o tratamento fisioterapêutico composto de exercícios terapêuticos proporcionou o aumento da ADM nos movimentos de abertura, lateralidade à direita e à esquerda, assim como a abolição da dor na musculatura mastigatória e ATM, da cefaléia e cervicalgia decorrentes da DTM. Os exercícios terapêuticos, através de alongamentos, fortalecimento muscular e exercícios posturais, no tratamento da DTM, proporcionaram a melhora da coordenação muscular, o relaxamento dos músculos tensionados e a restauração do alinhamento corporal, que levou a reeducação e reabilitação da musculatura do sistema crâniocervicomandibular com repercussão na melhora do quadro álgico e da mobilidade articular. A abordagem fisioterapêutica baseada na globalidade atuou como um recurso importante para o sucesso do tratamento da DTM, não só um alívio das condições sintomatológicas do paciente, mas também no restabelecimento da atividade funcional do aparelho mastigatório e da postura corporal. Sugere-se que esta pesquisa seja refeita com maior número de participantes, podendo incluir um período de acompanhamento pós-tratamento para verificar se ocorre recidiva das manifestações clínicas, com o intuito de aumentar o valor científico do estudo e comprovar a reprodutibilidade destes resultados em outras populações. Referências 1. Mcneely, ML, Olivo, SA, Magee, DJ. A Systematic Review of the Effectiveness of Physical Therapy Interventions for Temporomandibular Disorders. Phys Ther, 2006, 86,710-5. 2. Michelotti, A et al. The additional value of a home physical therapy regimen versus patient education only for the treatment of myofascial pain in the jaw muscles: short-term results clinical of a randomized clinical trial. J Oral Pain, 2004, 18, 114-25. 3. Shibayama, R, Garcia, AR, Zuin, PRJ. Prevalência de desordem Temporomandibular (DTM) em pacientes portadores de próteses totais duplas, próteses parciais removíveis e universitários. Rev Odont. de Araçatuba, 2004, 25, 18-21. 4. 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