RESUMO A higienização das mãos é uma ação simples e

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RESUMO
A higienização das mãos é uma ação simples e importante na prevenção de infecção nosocomial. Estudos
apontam as mãos dos profissionais como reservatório de patógenos capazes de tornarem-se grandes
vilões para o paciente e para os funcionários, além de acarretar sofrimentos e gastos para o sistema de
saúde. Apesar de todas as evidências mostrarem a importância das mãos na cadeia de transmissão de
infecções hospitalares e os efeitos dos procedimentos de higienização na diminuição destas taxas, muitos
profissionais tem uma atitude passiva diante do problema. Este estudo objetivou avaliar o conhecimento da
equipe multiprofissional que atuam na unidade de terapia intensiva quanto á técnica da lavagem das mãos,
e a importância da mesma para prevenção de infecção identificando qual a infecção que prevaleceu durante
o estudo. O estudo foi realizado em uma Unidade de Terapia Intensiva, em um Hospital de Ponta Grossa,
tendo como população alvo a equipe de enfermagem, fisioterapeutas e médicos. Entre os profissionais
estudados, os técnicos de enfermagem, representam 80% do total de avaliados sendo o restante
constituído por 10% fisioterapeuta, 5% médicos e 5% enfermeiros. Apesar da disponibilidade dos produtos
para a higienização das mãos e a existência de cartazes divulgando todas as etapas da técnica, os
profissionais não realizam o procedimento conforme as recomendações, evidenciado a necessidade da
educação continuada rigorosa e motivação para intensificar a adesão dos profissionais a esta ação tão
simples, porém grandiosa.
PALAVRAS CHAVES: Higienização das mãos, Infecção Hospitalar, Profissionais de Saúde.
ABSTRACT
The hand hygiene is an action simple and important in the prevention of nosocomial infection. Studies point
the hands of professionals as a reservoir of pathogens able to become major villains for the patient and for
employees, in addition to causing suffering and expense for the health system. Despite all the evidence to
show the importance of hands on the chain of transmission of nosocomial infections and the effects of the
hygiene procedures in reducing these rates, many professionals have a passive attitude in the face of the
problem. This study sought to evaluate the knowledge of multiprofessional team working in the intensive
care unit as á handwashing technique, and the importance of same for infection prevention by identifying
which the infection that prevailed during the study. The study was carried out in an intensive care unit in a
Hospital in Ponta Grossa, having as target population nursing staff, physiotherapists and doctors. Among
professionals studied nursing, technicians, represent 80% of the total assessed the remainder consisting of
10% physiotherapist, 5% 5% nurses and doctors. Despite the availability of products for hygiene of hands
and the existence of posters touting all stages of technical professionals do not perform the procedure in
accordance with the recommendations, evidenced the need for rigorous continuing education and motivation
to intensify the accession of professionals this action so
simple, yet stately.
KEYWORDS: hand Hygiene, Infection, hospital, health care professionals.
AVALIAÇÃO DA LAVAGEM DAS MÃOS POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM UTI
GERAL.
INTRODUÇÃO
A prática de lavagem das mãos foi recomendada a 140 anos por Semmelweis
(1818-1865) sendo considerado hoje o “pai do controle de infecções” comprovando a
importância da lavagem das mãos na prevenção da febre puerperal, sendo suas
descobertas fundamentais para essa temática (DRIGALSKI, 1964)
Segundo Tortora (2002), a descoberta da técnica anti-séptica teve como base os
estudos de Pasteur, e demonstraram que os microorganismos podem estar presentes na
matéria não viva, sobre sólidos, líquidos e no ar. Em 1860, Joseph Lister, um cirurgião
europeu, aplicou a teoria do germe da doença citava que os microorganismos tem certa
ligação especifica com seus hospedeiros, para seus procedimentos médicos. Ele tinha
ciência das técnicas utilizadas por Semmelweis e dos trabalhos de Pasteur, associando
micróbios as doenças animais bem como conhecia o poder bactericida do fenol. Então
Lister começou a tratar ferimentos cirúrgicos como essa solução, reduzindo a incidência
de infecção e mortes naquela época.
Em 1989 o Ministério da saúde do Brasil editou um manual lavar as mãos com o
objetivo de normatizar esta técnica nas unidades de saúde brasileira, proporcionando aos
profissionais de saúde subsídios técnicos relativos as normas e aos procedimentos para
lavar as mãos, visando a prevenção de infecções hospitalares ( Brasil. Ministério da
saúde).
No Brasil, o controle de infecção hospitalares começou a ser aprimorado por meio
da portaria 196/83 do Ministério da saúde e delineado pela lei 9431/97, que obriga os
hospitais a manterem um Programa de infecção hospitalares ( PCIH) e criarem uma
comissão de controle de infecção hospitalares ( CCIH). O programa de controle de
infecção hospitalar foi revogado e substituído pela portaria MS 930/92. Atualmente esta
em vigor a portaria 2616/98, que revogou a portaria anterior ( BRASIL, 2002).
No Brasil estima-se que 3 a 15% dos pacientes sob hospitalização adquirem
infecção hospitalar e que, destes, 5 a 12% morrem em conseqüência da mesma.
Estudos a cerca dos processos de disseminação dos patógenos apontam as mãos
dos profissionais da saúde como reservatório de microorganismos responsáveis pela
infecção cruzada ( SCHEIDT; CARVALHO, 2006; VERONESI, 2005).
Em geral, os microorganismos são transmitidos por contato direto ou indireto, por
meio de gotículas de secreções respiratórias e pelo ar (BEEKMAN, Susan E. E
HENDERSON, David K- 1997).
No ambiente da assistência a saúde, é consenso que a transmissão por contato
desempenha o papel mais importante nesta dinâmica de transmissão. Nas atividades
diárias, as mãos humanas estão constantemente em tenso contato com o ambiente ao
redor e esta forma de transmissão também fica evidente (FEACHEM RG-1984, e
HAGGERTY PA, 1994).
Acredita-se que um terço dessas infecções possam ser prevenidas com medidas
de controle á infecção, uma dessas medidas é a adequada higiene das mãos ( Rickard,
NAS.-2004)
Em 2001, com o incentivo á adesão da lavagem das mãos pelos profissionais de
saúde a ANVISA lançou a campanha lavagem das mãos- um pequeno gesto, uma grande
atitude no dia 15 de maio, que é dia Nacional de controle de infecções hospitalares
(Brasil. Ministério da saúde. 2001).
As mãos do pessoal hospitalar são as que transportam a maior quantidade de
microorganismos de paciente para paciente, para equipamentos ou ainda para alimentos,
proporcionando condições favoráveis a infecção hospitalar e, tornam-se, assim,
responsáveis pela maioria das infecções cruzadas (Oppermann et al; 1994).
Devemos levar em consideração que o intenso manuseio e uso de técnicas
invasivas nos pacientes de unidade de terapia intensiva os tornam mais susceptíveis as
infecções. A prevenção e o controle de infecção hospitalar nessas unidades dependem,
dentre outras medidas de conscientização de motivação do profissional de saúde em
lavar correta e freqüente as mãos ( Carvalho et al, 1988).
Como no século passado, os profissionais de saúde ainda necessitam serem
lembrados constantemente de lavar suas mãos durante o contato com o paciente
(VERONESI, 2005).
Assim, consideramos importante determinar o padrão de lavagem das mãos dos
profissionais de saúde em uma UTI adulta.
OBJETIVOS GERAL
Avaliar o conhecimento da equipe multiprofissional que atuam na unidade de
terapia intensiva quanto á técnica da lavagem das mãos, e a importância da mesma para
prevenção de infecção identificando qual a infecção que prevaleceu durante o estudo.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar a adesão á técnica da higienização das mãos pela equipe da UTI;

Demonstrar a infecção que prevaleceu durante o estudo;

Conscientizar os profissionais quanto á importância da higienização das mãos.
MÉTODOLOGIA
É um estudo de abordagem quanti-qualitativa, descritiva que utilizou a observação,
analise, e o registro dos fenômenos. É do tipo exploratório descritivo pois, utilizou dados
prospectivos de forma quantitativa pela coleta dos dados utilizando condições controladas
(Lobiondo- Wood, G; 2001).Este estudo foi realizado na UTI adulta de um Hospital privado
no Município de Ponta grossa, Paraná, nos meses de Dezembro de 2009, Janeiro e
Fevereiro de 2010, tendo como população alvo as equipes de Enfermagem, Médicos,
Fisioterapeutas, que estavam trabalhando no período a coleta de dados. A UTI estudada
destina-se a atendimento a pacientes neurológicos, cardiológico e geral, têm 13 leitos e,
destes, 5 são destinados a pacientes pós operatório de cirurgia cardíaca, sendo 4
destinados a isolamento e 4 para os demais casos. Essa unidade possui 8 pias para 13
leitos conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, 1989 ( Brasil, Ministério da Saúde,
1989). Em todas as pias a um cartaz que demonstra a técnica correta da lavagem das
mãos e há sabão líquido, álcool 70% glicerinado e papel toalha.
Os dados foram coletados em um período de 12 semanas, em uma média de 1
hora de observação diária em cada turno de trabalho, obtendo um total de 90 horas de
observação. Para que não houvesse interferência na observação os profissionais foram
informados da pesquisa após a coleta de dados, momento em que foi solicitado o
consentimento através da assinatura do termo livre e esclarecido.
Foi elaborado um instrumento com os passos da técnica da lavagem das mãos na
forma de chec-list, baseado na recomendação do Ministério da Saúde do Brasil ( Anexo).
Através deste instrumento consegui observar e analisar se os profissionais de
saúde estavam seguindo os passos corretamente da lavagem das mãos.
POPULAÇÃO
Caracterizou-se por um total de 20 observações de 20 profissionais divididos em :
16 técnicos de enfermagem,
1 enfermeiro, 2 fisioterapeutas e 1 médico.Todos os
participantes aceitaram participar do estudo sendo explicados do que o mesmo consistia e
assinaram termo de consentimento livre e esclarecido que consta em anexo( nº ) sendo o
mesmo voluntário e anônimo, podendo solicitar a retirada dos seus dados do estudo a
qualquer momento , sem prejuízo algum.
O estudo cumpriu as normas que regem a pesquisa com seres humanos de acordo
com a resolução Nº 196/96 do CNS do Ministério da Saúde ( BRASIL, 1996).
REFERENCIAL TEÓRICO
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
A higienização das mãos é tradicionalmente o ato mais importante para a
prevenção e o controle das infecções hospitalares. Semmelweiss, um dos pioneiros em
controle de infecção hospitalar, reduziu as taxas de infecções puerperais por meio da
determinação do ato de lavagem das mãos com solução clorada, antes do atendimento
aos partos em um Hospital de Viena em 1848.
Estudos bem conduzidos têm mostrado a importância da implantação de práticas
de higiene das mãos na redução das taxas de infecções, e a maioria absoluta dos
especialistas em controle de infecções concorda que a higienização das mãos é o meio
mais simples e eficaz de prevenir a transmissão de microrganismos no ambiente
assistencial.
A importância da higienização das mãos na prevenção da transmissão das
infecções hospitalares é baseada na capacidade da pele para abrigar microorganismos e
transferi-los de uma superfície para outra, por contato direto com pele, ou indireto por
meio de objetos.( LARSON E.A, 1988).
A microbiota da pele é dividida em residente e transitória e esta classificação é
essencial para o entendimento da cadeia de transmissão dos agentes infecciosos.
A MICROBIOTA RESIDENTE Segundo (ROTTER -1997 e SCHMIDTS 1998), é
composta por elementos que estão freqüentemente nos estrados mais profundos da
camada córnea, formando colônias de microorganismos que se multiplicam e se mantém
em equilíbrio com as defesas do hospedeiro. Os componentes mais comuns desta
microbiota são os staphylococcus coagulase negativo, micrococos e certas espécies de
corinebactérias.
Estes microorganismos são de difícil remoção e as suas colônias possuem
mecanismos de defesa contra remoção mecânica ou por agentes químicos. Entretanto
com a descamação natural da pele e a produção de suor, alguns desses microorganismos
são movidos para camadas mais superficiais e eliminados na ambiente. Muitos deles
apresentam patogenicidade, mas podem se tornar invasivos e causar infecções em
pessoas suscetíveis.
A MICROBIOTA TRANSITÓRIA Segundo (ROTTER -1997 e SCHMIDTS 1998), é
composta por microorganismos que se depositam na superfície da pele, provenientes de
fontes externas, colonizando temporariamente os extratos córneos mais superficiais.
Normalmente é formada por bactérias gram negativas como enterobáctérias,
Pseudomonas, bactérias aeróbicas formadoras de esporos, fungos e vírus, possuindo
maior potencial patogênico. Por serem mais facilmente removidas da pele, por meio de
ação mecânica, os microorganismos que compõem a microbiota transitória também se
espalham com mais facilidade pelo contato e são eliminados com mais facilidade com a
degermação com agentes antissépticos.
Alguns microorganismos que compõem a microbiota transitória são detectados na
pele por períodos prolongados e conseguem se multiplicar e formar colônias sem causar
infecção. É o caso dos staphylococcus aureus. Este meio termo entre resistente
temporário vem introduzindo um novo conceito de microbiota temporariamente resistente
(SCHMIDTS-WINKLER – 1998).
Os microorganismos presentes em infecções da pele, como abscessos, dermatite
infectadas e paroníquia são classificados como MICROBIOTA INFECTANTE (ROTTER,
Manfred L, 1997). Estão mais freqüentemente envolvidos os staphylococcus aureus e os
streptococcus B Hemolíticos. Nos processos infecciosos, estes microorganismos estão
invadindo os tecidos e não podem ser removidos por ação mecânica e nem mesmo pela
utilização de antissépticos. Desempenham um importante papel na cadeia de transmissão
de infecções e por isto os profissionais de saúde portadores destes tipos de infecção só
devem retomar suas atividades assistenciais após a cura do processo infeccioso.
Cerca de 30% dos casos de infecção relacionado a assistência a saúde são
considerados preveníveis por medidas simples, sendo a higienização correta das mãos
pelos profissionais de saúde a mais efetiva delas. São as mãos que transportam o maior
número de microorganismos aos pacientes, por meio direto ou através de objetos
(NOGUEIRAS M. Marinsalta, 2001).
A Infecção relacionada à Assistência à Saúde (IrAS) nasceu com os serviços de
saúde, principalmente nos hospitais, que podem ser considerados um ecossistema
particular, um ambiente ideal para o surgimento de epidemias onde se verifica: A
presença de indivíduos debilitados, imunodeprimidos; A realização de procedimentos
invasivos; o uso freqüente de antimicrobianos;a presença da equipe de saúde necessária
para à assistência a doente(BATISTA, 2004 Carderno ANVISA).
Apesar das campanhas para controle das infecções nos hospitais e de vários
trabalhos relativos a higienização das mãos. As mãos dos profissionais de saúde
continuam sendo a fonte mais freqüente de contaminação e disseminação de infecção
(Carvalho et AL 1988).
TÉCNICA DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
1º Passo: Abrir a torneira e molhar as mãos, evitando de encostar na pia;
2º Passo: Aplicar na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para
cobrir todas as superfícies das mãos;
3º Passo: Ensaboe as palmas das mãos friccionando-as entre si;
4º Passo: Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda (ViceVersa), entrelaçando os dedos;
5º Passo: Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais;
6º Passo: Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta e
(Vice-Versa); segurando os dedos, com movimentos de vai-e-vem;
7º Passo: Esfregue o polegar direito, com o auxílio da palma da mão esquerda e
(Vice-versa), utilizando movimento circular.
8º Passo: Friccione as polpas digitais e unhas da mão esquerda contra a palma da
mão direita, fechada em concha e (vice –versa), fazendo movimento circular.
9º Passo: Esfregue o punho esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita (viceversa), utilizando movimento circular;
10º Passo: Enxágüe as mãos, retirando os resíduos de sabonete. Evite contato
direto das mãos ensaboadas com a torneira.
11º Passo: seque as mãos com papel toalha descartável, iniciando pelas mãos em
seguida pelos punhos.
ANVISA( Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO HOSPITALAR:
O hospital estudado teve na média dos meses estudados 606,25 pacientes, sendo
desses 23,75 em média desenvolveram infecção, ou seja, uma taxa de 3,91% de
pacientes com infecção hospitalar. Quando levados em consideração os números da
unidade de terapia intensiva os dados encontrados foram de em média 14,5 casos mês
chegando a um percentual de 2,39% dos casos de infecção hospitalar , visualizados no
gráfico nº i abaixo.
Gráfico nº 1
Fonte : o autor
Quanto aos valores da unidade de terapia intensiva os número de internações em
média dos meses estudados foi de 74,5 pacientes/mês. Os pacientes que desenvolveram
infecção foram em média de 14,5 pacientes por mês sendo portanto 19,46% dos
pacientes internados na unidade de terapia intensiva.
Gráfico nº2
Fonte : o autor
A literatura descreve que em estudos anteriores as unidades de terapia intensiva
apresentaram as maiores prevalências, com a unidade de terapia intensiva (UTI)
pediátrica apresentando taxa de 21,9%, UTI adulto de 20,3% e UTI neonatal de 16,9%.de
infecções. (CADERNO B AMVISA) valores esses que se assemelham aos encontrados no
nesse estudo.
Como as infecções hospitalares são os sintomas do sistema de saúde (MENEZES;
NASCIMENTO;GRECO,2007)podemos
através
delas
identificar
a
qualidade
ou
incapacidade do serviço. Considerando no universo total do hospital o valor de infecções
hospitalares na UTI é de 2,39% e do hospital como um todo de 3,90% como já visualizado
no gráfico acima ( gráfico nº 1), é possível afirmar que o hospital pesquisado possui
qualidades aceitáveis dentro dos parâmetros da literatura já citada.
Já que as características dos pacientes (doenças prévias ou gravidade) são
importantes para a aquisição de infecção, ao avaliar os indicadores de infecção de
determinada instituição é necessário realizar uma análise das características da
população atendida. Por isto, não é adequado realizar a comparação das taxas entre
instituições distintas. A variação de taxas, estatisticamente significativa, requer que seja
tomado como padrão o nível endêmico da própria instituição. Com este objetivo, é
necessário que exista um programa de controle de infecção hospitalar apoiado em uma
metodologia de vigilância epidemiológica padronizada. .(BATISTA, 2004 Caderno
ANVISA).
Para definir e classificar a origem do processo infecciosos hospitalar foi levantado o
índice de infecções causadas durante o estudo com o auxílio da CCIH, através de dados
estatísticos e prontuários.
Gráfico nº 3
Fonte : o autor
Das bactérias encontradas no gráfico acima mais prevalentes podemos visualizar
na tabela abaixo as características das mesmas,com locais de maior incidência e perfil
de antibiótico terapia:
BACTÉRIA
MÉDIA
%
LOCAL
ANTIBIÓTICO
ACINETO BAUMANNI
ENTEROBACTER
AEROGENES
ENTEROBACTER
AEROGENES
3,25
22,41% L T
Ampicilina Sulbactam
1,75
12,06% L T
1,75
12,06% L T
ESCHERICHIA COLLI
1
6,90%
LT
Imipinem
Piper/Tazobactan,
Carbapenêmicos
Altamente
sensível
KLEBISIELLA PNEUMONIAE
PSEUDOMONAS
AERUGINOSA
SERRATIA
LIQUEDACIE LIQUEFACIENS
0,75
5,17%
LT
Cabapenêmicos
Piper/Tazobactan,
Carbapenêmicos
Piper/Tazobactan,
Carbapenêmicos
0,75
5,17%
LT
0,75
5,17%
LT
STAPHYLOCOCCUS AUREUS
0,75
5,17%
ACINETO BAUMANNI
0,75
SERRATIA LIQUEDACIE
ENTEROBACTER
AEROGENES
1,5
RelCATET Vancomicina
Ampicilina
5,17% RelCATET Sulbactam
Altamente
10,36% Hemo
sensível
1,5
10,36% Uri
Média
Total 14,5
Ceftazedima,
Ceftazedima,
Ceftazedima,
Carbapenêmicos
Imipinem
100%
Tabela nº 1
Fonte : o autor
Atualmente, existem trabalhos que demonstram a previsibilidade (taxa esperada de
infecção) das infecções hospitalares a partir de informações institucionais e de
características do paciente principalmente relacionadas à intervenção cirúrgica - o que
pode ser uma ferramenta para orientar medidas de prevenção individualizadas, e servir de
defesa para hospitais e profissionais em processos judiciais. (BATISTA, 2004 Caderno
ANVISA).
CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DE PROFISSSIONAIS:
Gráfico nº 4
Fonte: o autor
A população dos profissionais da UTI consiste na grande maioria do sexo feminino
com 16 indivíduos e 4 homens. Essa realidade fez essa ação de cuidado dos pacientes
ser realizada por mulheres, associando a figura materna, curandeira e com conhecimento
informal sobre as práticas em saúde (CURA; RODRIGUES,1999; FARIAS; FREIRE;
RAMOS, 2006; NÁPOLIS et al., 2006; LOPES; LEAL, 2005).
Gráfico nº5
Fonte: o autor
Quanto ao grau de instrução o número mais significativo de indivíduos com 2º grau
(Gráfico nº 6) deve-se ao fato de ser requisito mínimo para curso técnico em enfermagem
e que esses foram a população mais significativa de 80% como visualizado no gráfico nº 6
.
.
Gráfico nº 6
Fonte : o autor
Quanto a idade média dos profissionais que desenvolvem suas atividades na UTI
foi de 30,2 anos, sendo que 55% tem entre 23 e 30 anos). Dados semelhantes foram
encontrados por Moura (2004), em sua pesquisa realizada em um hospital de São
Paulo/SP, onde 59% da população tinham entre 23 a 29 anos de idade.
No que se refere o tempo de profissão a média foi de 6 anos e 7 meses. O tempo
de atuação no setor foi de 5 anos e 2 meses. Predominaram o período entre 05 e 09
anos (38,7%). Nos estudos como o de Izaura (2005) e Moura (2004) o que mostrou-se
dados semelhantes aos vistos por nós.
Quanto a participação em treinamentos prévios os números encontrados no estudo
foram de apenas 2 profissionais que não haviam participado de orientações quanto a
higienização das mãos, sendo justamente um médico e um fisioterapeuta (20%), melhor
visualizado no gráfico nº 7 abaixo. Fato este importante pois os profissionais conscientes
que se atualizam-se com freqüência e tem capacidade de auto-avaliação, são capazes
de conhecer e observar princípios básicos do controle de infecção , principalmente porque
nem o hospital nem o profissional contaminam voluntariamente o paciente e sim o seu
desconhecimento que leva a essas causas( MENEZES; NASCIMENTO; GRECO, 2007).
Gráfico nº 7
Fonte : o autor
Em estudo semelhante à participação em treinamento prévio acerca da prevenção
das infecções, 64,5% nunca realizaram nenhuma atividade educativa que envolvesse
essa temática. Nesse sentido, o CDC (2004) e a APECIH (2005) consideram de extrema
relevância o treinamento permanente da equipe que presta assistência nas diversas áreas
da saúde.(FARIAS; FREITAS ,2009)
Em razão disso torna-se necessário ampliar os programas de orientação para a
prevenção e controle das IHs, pois a maioria dos profissionais de saúde é carente de
conceitos básicos. Neste sentido, são fundamentais os programas de educação
continuada - oferecidos pelas próprias instituições, trabalho em equipe, sociedades de
classe, associação de profissionais e órgãos governamentais - e a incorporação da
disciplina de epidemiologia hospitalar aos cursos de graduação da área da saúde e de
administração. (BATISTA, 2004 Caderno ANVISA).
CARACTERIZAÇÃO DA TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS:
Categoria
Deixou de cumprir
Deixou
profissional
uma etapa
duas ou três etapas
mais de três etapas
de OBS
Médico
0
0
1
1
Enfermeiro
1
0
0
1
Fisioterapeuta
0
1
1
2
Téc. Enfermagem
4
4
8
16
TOTAL
5
5
10
20
Tabela nº2
Fonte: Autor
de
cumprir
Deixou
de
cumprir
TOTAL
Destaca-se nesta tabela que os técnicos são a maioria, foram mais observados, e
de acordo com o manual 25% deixou de cumprir uma etapa, como friccionar o polegar,
25% deixou de cumprir duas ou três etapas, 50% deixaram de cumprir três ou mais
etapas, como friccionar o polegar, unhas, e extremidades dos dedos, procedimentos de
muita importância, pois a microbiota transitória e residente estão mais presentes nas
unhas.
Em relação ao número de médicos observados, 100% deixou de cumprir mais de
três etapas. Mostrando também que nenhum dos médicos utilizou papel toalha para o
fechamento da torneira.
Em relação aos Fisioterapeutas, que realizaram 2 higienização das mãos, 50%
deixou de cumprir duas ou três etapas, 50% deixou de cumprir mais de 3 etapas.
Em relação aos Enfermeiros, 100% deixou de cumprir uma etapa.
Além da freqüência da higienização das mãos, analisou-se também a técnica
quanto ao cumprimento de todas as suas etapas , segundo Manual de Higienização das
mãos em Serviço de Saúde (Brasil, 2007).
Quando feito corretamente, a lavagem de mãos exige, aproximadamente, 60
segundos para ir até a pia, lavar durante um tempo apropriado, secar as mãos, e voltar
ao paciente. Freqüentemente, o procedimento inteiro é completado entre oito a 20
segundos com remoção de microorganismos adquiridos.
Tempo
para De 0 a De 10 a 20 seg
Mais de 20 seg
Total
realização da técnica
10 seg
Médico
0
1
0
1
Enfermeiro
0
0
1
1
Téc Enf
4
6
6
16
Fisioterapeuta
1
1
0
2
TOTAL
6
6
8
20
de
lavagem
Tabela Nº3
Fonte Autor
Entre os profissionais que realizaram a técnica, observou-se que o tempo gasto
entre os médicos foi de 100% de 10 a 20 seg. E entre os Enfermeiros 100% gastou mais
de 20 seg, executando a técnica, Entre os técnicos de Enfermagem, observou-se que
60% gastou o tempo entre 0 a 20 seg, e 40% executou a técnica em mais de 20 seg.
Entre os fisioterapeutas 100% executaram a técnica de 10 a 20seg.
A pele pode servir como reservatório de microorganismos, daí, se deve a
importância da higiene das mãos na prevenção da transmissão das infecções hospitalares
tendo como base a capacidade da pele em abrigar microrganismos e transferi-los de uma
superfície para a outra por contato direto, pele com pele - ou indireto, por meio de objetos.
A utilização de água e sabão pode reduzir a quantidade de microorganismos presentes
nas mãos e, por vezes, interromper a transmissão de doenças veiculadas através do
contato. A aplicação de produtos anti-sépticos, em especial de agentes com base
alcoólica, pode reduzir ainda mais os riscos de transmissão, pela intensificação da
redução microbiana ou por favorecer um aumento na freqüência de higiene das
mãos.(ANVISA , 2007).
CONCLUSÃO
O estudo permitiu avaliar as condições do serviço hospitalar prestado aos pacientes
através da Higienização das mãos, perfil do profissional atuante podendo conhecer mais
as características desses indivíduos e dados registrados de infecções hospitalares em
nosso quadro institucional permitindo considerar os perfis das bactérias que incidem em
nosso local de atuação.
O trabalho muito embora apresente uma população em números pequena
contemplou metade dos profissionais que atuam na unidade de terapia intensiva sendo
assim significativo seus resultados na busca de demonstrar o perfil do local. Deixamos
aqui registrados a importância de estudos com amostra mais significativa.
O presente estudo deixou-nos claro a necessidade de uma constante autoavaliação de nossos serviços na busca da premissa máxima que deve ser exauridamente
procurada
do
bom
atendimento,
qualidade
de
profissionais,
valorização
do
aperfeiçoamento, para chegarmos na excelência em saúde dos nossos pacientes que
nos procuram para uma melhora em suas condições.
Através desse estudo podemos concluir que apesar da disponibilidade dos equipamentos
e produtos para a higienização das mãos e a existência de cartazes mostrando todas as
etapas do processo da higienização das mãos, os profissionais não realizaram o
procedimento conforme as recomendações da técnica.
A partir do diagnóstico realizado da situação acerca da higienização das mãos na unidade
de terapia intensiva, as medidas a serem adotadas são direcionadas para o incentivo a
adesão a higienização das mãos, no sentido de gerar mudanças no comportamento dos
profissionais que atuam nessa unidade, bem como adequar recursos para contemplar a
prática de higienização das mãos, garantindo assim melhor qualidade da atenção
prestada aos pacientes.
ANEXOS
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Técnica de higienização das mãos
Data: / /
Setor : UTI
Turno:
Categoria profissional: ( )Enfermeiro ( )Médico ( )Técnico de Enfermagem ( )Auxiliar de
Enfermagem
Técnica de Higienização das mãos:
-Retirou jóias, relógios, pulseiras ( )Sim ( )Não
-Possui unhas curtas ( )Sim ( )Não
-Palma a Palma ( )Sim ( )Não
-Palma com dorso ( )Sim ( )Não
-Espaços interdigitais ( )Sim ( )Não
-Dorso dos dedos ( )Sim ( )Não
-Polegares ( )Sim ( )Não
-Unhas e extremidades dos dedos ( )Sim ( )Não
-Punhos ( )Sim ( )Não
- Enxágüe satisfatório ( )Sim ( )Não
-Fechou a torneira com o papel toalha ( )Sim ( )Não
-Utilizou álcool 70% glicerinado por 15 seg após a higienização das mãos ( )Sim ( )Não
Execução da higienização das mãos
( )De 00 a 10 segundos
( )De 10 a 20 segundos
( )De 20 a 30 segundos
( )Mais de 30 Segundos
Produto Utilizado para higienização das mãos
( )Sabão em barra
( )Sabão líquido
( )Sabonete
Para realização de procedimentos
Antes e depois da Punção venosa periférica ( )Sim ( )Não
Antes e depois do Curativo ( )Sim ( )Não
Antes e depois do Cateterismo vesical ( )Sim ( )Não
Antes e depois da aspiração traqueal ( )Sim ( )Não
Entre a realização dos cuidados dos pacientes ( )Sim ( )Não
FICHA DE COLETA DE DADOS:
IDENTIFICAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL:
Idade:
Sexo
Grau de instrução:
Categoria profissional:
Tempo de serviço na profissão:
Tempo de atuação no setor:
participação de treinamentos prévios:
Número de treinamentos:
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do Projeto:
Pesquisador Responsável:Eva Joslaine Woellner
R.G. do Pesquisador Responsável:7074267-5
Este projeto tem o objetivo de conhecer o perfil dos profissionais de saúde que trabalham
na unidade de terapia intensiva e como é realizado o procedimento por esses da técnica da
higienização das mãos.
Para tanto será necessário realizar os seguintes procedimentos.: coleta dos dados
profissionais através de questionário e observação da técnica
de higienização das mãos,
respeitando sigilo do profissional não sendo o mesmo em nenhum momento o mesmo citado
Durante a execução do projeto não haverá nenhum risco ou desconforto aos pesquisados
podendo o mesmo contactar o pesquisador responsável através do telefone(42)91363794 ou
(42)32362527 ficando o pesquisador a disposição para qualquer esclarecimento ou realização de
orientações quanto ao estudo Após ler e receber explicações sobre a pesquisa, e ter meus
direitos de:
1. receber resposta a qualquer pergunta e esclarecimento sobre os procedimentos, riscos,
benefícios e outros relacionados à pesquisa;
2. retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo;
3. não ser identificado e ser mantido o caráter confidencial das informações relacionadas à
privacidade.
4. procurar esclarecimentos com o Comitê de Ética em Pesquisa do Cescage - CEP/ Cescage,
através do telefone 3219-8062, em caso de dúvidas ou notificação de acontecimentos não
previstos.
Declaro
estar
ciente
do
exposto
e
desejar
participar
da
projeto/ou
desejar
que
__________________________________________________participe da pesquisa.
Ponta Grossa, _____de_______ de 200___ .
Nome do sujeito/ ou do responsável:____________________________________
Assinatura:_________________________________________________________
Eu Eva Joslaine Woellner declaro que forneci todas as informações referentes ao projeto ao
participante e/ou responsável.
___________________________________ Data:___/____/____.
BIBLIOGRAFIAS
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nosocomias, 1997.
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saúde, Brasília; 1989.
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1988.
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2005.
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Itatiaia Ltda, 1994.
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Utilização: Guanabara Koogan. Rio de Janeiro RJ,2001.
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saúde D.O.U 13/05/98.
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1994.
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Infecção hospitala, 2008.
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lavagem das mãos pelos profissionais de saúde em atividades lúdicoeducativas.Rev. enferm. UERJ 2006.
 TORTORA, Gerard J. et AL Microbiologia 6 ed. Porto Alegre Artmed, 2002.
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